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1 NOTAS DE AULA ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2008. ______. Política. 5. ed. São Paulo: Martin Claret, 2009. MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 10. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulinas, 1990. (Coleção Filosofia, v. 1). ARISTÓTELES 1. Nasceu em Estagira, na Macedônia. Provavelmente teve formação médica. Foi discípulo de Platão. Foi professor de Alexandre Magno. Fundou sua própria escola, o Liceu. Ministrava suas aulas caminhando pelos jardins, motivo pelo qual sua escola foi chamada de “escola peripatética” (peripatos = caminho). 2. Ética e Política são ciências práticas: têm como objetivo estabelecer normas e critérios da boa forma de agir (ação correta e eficaz). Dizem respeito à conduta das pessoas e a finalidade que elas querem atingir, como indivíduos ou como parte de uma sociedade. ÉTICA ARISTOTÉLICA 1. Ética: estuda a conduta ou a finalidade do ser humano como indivíduo. 2. As ações humanas tendem a uma finalidade, considerada um bem. O conjunto das ações humanas e o conjunto das finalidades particulares tendem a uma finalidade denominada “fim último”, que é o “bem supremo”, isto é, a “felicidade”. 3. A felicidade consiste em viver segundo a razão (o que distingue o ser humano dos demais seres), que ocorre em uma vida completa. Um só dia não faz um ser humano feliz. 4. A ética aristotélica é um estudo sobre a virtude (excelência). O objetivo é tornar o ser humano bom – alcançar o grau mais elevado do bem humano, que é a “felicidade” (consiste na atividade da alma de acordo com a virtude). 5. Há duas espécies de virtude: a intelectual (obtida por meio do ensino) e a moral (adquirida como resultado do hábito). As virtudes morais são obtidas pelo exercício de atos justos. 6. Toda virtude é gerada e destruída pelas mesmas causas e pelos mesmos meios: os atos que praticamos em nossas relações com outras pessoas. As disposições morais nascem de atividades semelhantes a elas. Importância da qualidade dos atos praticados habitualmente. 7. As virtudes podem ser destruídas pela deficiência ou pelo excesso, e preservadas pela mediania (a virtude moral deve ter a qualidade de visar ao meio-termo). 8. A virtude está no meio. A pessoa virtuosa deve conhecer o ponto médio, a justa medida das coisas, e agir de forma equilibrada de acordo com a prudência ou moderação. 9. A virtude é uma espécie de mediania, pois o seu alvo é o meio-termo. É um meio-termo entre dois vícios (excesso ou falta). É uma disposição de caráter relacionada com escolhas de ações e paixões e consiste numa mediania relativa a nós, determinada por um princípio racional próprio do ser humano dotado de sabedoria prática. TEORIA POLÍTICA ARISTOTÉLICA 1. Política: estuda a conduta ou a finalidade do ser humano como parte de uma sociedade. 2. Desenvolveu seu pensamento político no tratado Política. Articulou política e ética: a política examina o contexto em que o homem virtuoso deve exercer sua virtude, ou seja, a Cidade. 3. Objetivo da Cidade (sociedade política mais alta dentre todas as associações): atender às necessidades da vida e buscar viver bem. 4. Definiu o ser humano como animal político, ou seja, como animal que vive em sociedade politicamente organizada. O ser humano é, por natureza, um animal político destinado a viver em sociedade. Tendência natural do ser humano a se associar na Cidade. O indivíduo está em função da Cidade. 5. O ser humano que atinge a perfeição de viver na Cidade é o melhor dos animais. Afastado da lei e da justiça é o pior dentre todos. A injustiça armada é a mais perigosa. O homem sem virtude é a mais perversa criatura. A justiça é a conexão entre as pessoas na Cidade, pois a administração da justiça (justo) é o princípio da ordem na sociedade política. 6. O ser humano fora da Cidade é um ser vil, superior ou inferior ao homem, ou seja, um ser humano que não consegue viver em sociedade ou que não necessita dela, deve ser uma besta ou um deus. 7. Condição para ser cidadão: participar da administração da coisa pública (fazer parte das assembleias que legislam e governam a Cidade e administram a Justiça). Usa este argumento para afastar agricultores, operários, escravos e estrangeiros do exercício da cidadania por não terem tempo livre para a vida política. Justificou a escravidão com o argumento de que as pessoas são diferentes por natureza. Portanto, as pessoas são escravas por natureza – por isso, devem ser submetidas à autoridade de alguém, sendo instrumentos para a produção de objetos e bens de uso.
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