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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PEDAGOGIA
DISCIPLINA DE PESQUISA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO IV
Prof. Renato José Dornellas Sobrinho
AULA 08 – PESQUISA QUANTITATIVA EM EDUCAÇÃO
AUGUSTO COMTE (1798-1857)
Filósofo francês fundador da Sociologia e da corrente do Positivismo.
 Influenciado por questões históricas e sociais de sua época e por seu interesse pelas ciências sociais, ingressou em Paris na Escola Politécnica.
 Foi secretário de Saint-Simon entre os anos de 1817-1824.
 Em 1826, enquanto trabalhava na elaboração de uma filosofia positiva, sofre um colapso nervoso, possivelmente por problemas familiares.
 Por ter feito severas críticas à corporação da universidade na França é demitido do cargo de examinador de admissão da Escola Politécnica de Paris. 
A partir deste momento, começa a receber ajuda de alguns de seus admiradores, dentre eles, o pensador inglês John Stuart Mill (1806-1873).
 Faleceu no dia 05 de setembro de 1857 na cidade de Paris.
OBRAS:
Opúsculos de Filosofia Social (1816-1828) - republicados em conjunto, em 1854, como apêndice ao volume IV do Sistema de política positiva.
 Curso de filosofia positiva, em 6 volumes (1830-1842) (em 1848 foi renomeado para Sistema de filosofia positiva)
 Discurso sobre o espírito positivo (1848)
 Discurso sobre o conjunto do Positivismo (1851) (Introdução geral ao Sistema de política positiva)
 Sistema de política positiva, em 4 volumes (1851-1854)
 Catecismo positivista (1852)
 Apelo aos conservadores (1855)
 Síntese subjetiva (1856)
 Correspondência, em 8 volumes (1816-1857).
Este pensador viveu no contexto pós-revolucionário da burguesia francesa que, ao acender ao poder, assume uma postura reacionária, ou seja, contrária às transformações iniciadas por ela mesma, como abordamos em aulas anteriores.
Comte toma o partido da parcela mais conservadora da burguesia, que defendia um regime ditatorial e não parlamentarista e que buscava criar condições para se fortalecer no poder e impedir quaisquer ameaças, identificadas com todas as tentativas democratizantes ou revolucionárias. Nesse sentido, sua proposta de uma filosofia e de reforma das ciências tem como objetivo sustentar essa ideologia, e suas ideias de reforma da sociedade e até de uma nova religião são coerentes com essa visão.
De acordo com alguns estudiosos do positivismo, esta corrente é uma reação contrária ao transcendentalismo idealista alemão e ao Romantismo do século XIX. Desta forma, substitui a visão teologia e metafísica pela crença em torno do conhecimento científico, bem como, do mundo espiritual pelo mundo humano e do espírito pela matéria. Uma das ideias centrais deste pensador é a elaboração da Lei dos Três Estados.
ESTADO TEOLÓGICO - o homem ao tentar responder as questões: “De onde viemos?”; “Quem somos?” e; “Para onde vamos?”, como também, pela busca do Absoluto, ou seja, da existência de Ser superior. Portanto, neste primeiro estado, o homem explica a realidade apelando ao sobrenatural, à magia, às lendas e às superstições. Em outras palavras, trata-se da consciência mítica e religiosa.
ESTADO METAFÍSICO - Substitui os deuses por princípios abstratos. Refere-se ao pensamento essencialista característico do pensamento Antigo e Medieval. Para Comte, sua explicação é ingênua e psicológica, mas tem sua importância histórica por como crítica e negação da explicação teológica precedente.
ESTADO POSITIVO - Comte considera esta como sendo a etapa final e definitiva do desenvolvimento do conhecimento humano, portanto, como sendo superior às anteriores. Neste estado não se procura mais o “porquê” das coisas, mas sim o “como”, através da descoberta e do estudo das leis naturais.
A lei dos três estados carrega consigo, ou expressa, uma concepção de história. Comte fundamenta suas noções da positiva filosofia e do espírito positivo na noção de que esse estado é decorrência de uma evolução histórica. Essa evolução é vista por ele como o desenvolvimento do espírito e do conhecimento e, apenas como consequência dessa transformação, desenvolvem-se, então, as condições materiais e as instituições sociais. A história é vista como uma evolução necessária, no sentido de que os vários estágios e momentos têm de ser preenchidos necessariamente, e como uma evolução linear que implica sempre a superposição, o melhoramento, mas, jamais, rupturas, revoluções. A história, também, para Comte, percorre um caminho que é predeterminado no sentido de que cada estado leva ao outro e no sentido de que seu fim está, também, desde o início estabelecido (ANDERY & SÉRIO).
“Ver para prever, a fim de prover” - Comte assume uma defesa teórica contrária à explicação das causas dos fenômenos, ou seja, de que as mesmas decorrem de Deus ou da natureza, entende que os fenômenos sociais devem ser compreendidos por suas leis. Para tanto, adota a observação, a experimentação, a comparação e a classificação como métodos para o conhecimento da realidade social.
Desta forma, toma a ciência como investigação do real e, o método positivo, caracteriza-se pela observação. Assim, cabe ao cientista social observar e descrever o fenômeno social tal como ele se apresenta sem qualquer tipo de interferência e/ou interpretação do mesmo.
MÉTODO POSITIVISTA: 
caracteriza-se pela observação e a conjuga com a imaginação, pois ambas fazem parte da compreensão da realidade, mas a relação entre ambas mundo quando se passa da teologia para a positividade;
 cada fenômeno tem suas particularidades e por esta razão o método específico de observação será diferente e;
 a compreensão da realidade lida com uma relação contínua entre o abstrato e o concreto, portanto, entre o objetivo e o subjetivo.
POSITIVISMO – PESQUISA SOCIAL
Primeiro, a posição da unidade das ciências levou à conclusão de que os objetos sociais deveriam ser tratados tal qual os objetos físicos nas ciências físicas. Percebe-se então que os conhecimentos sociais também são baseados na experiência dos sentidos. Essa posição é consistente com a ideia realista de que existe uma separação entre o cognoscente e o objeto conhecido. Os objetos sociais, como os objetos físicos, têm uma existência independente do observador e do seu interesse (Santos Filho).
Segundo, os positivistas defendiam que a pesquisa social era uma atividade neutra. O pesquisador social não deveria avaliar ou fazer julgamentos mas apenas discutir o que era ou existia; como também ser objetivo e evitar que seus vieses influenciassem o processo de pesquisa. Posteriormente, objetivando a aplicação prática de seus conhecimentos, descobriu as regularidades ou leis sociais. Tais regularidades permitiriam a explanação (erkilaren) e a repetição, que poderia fornecer uma base para a intervenção a fim de mudar a sociedade (Santos Filho).
EMILE DURKHEIM
Seu trabalho e reflexão está centrado na preocupação com a existência de uma consciência coletiva, pois um ato individual não pode ser compreendido como um fato social. Este, por sua vez, decorre fundamentalmente de três características: generalidade, exterioridade e coercitividade.
Uma das contribuições de Durkheim está na formulação de uma metodologia de estudo que dá seriedade à nova ciência, ou seja, a sociologia. 
Segundo ele, era necessário revelar as leis que regem o comportamento social, ou seja, o que comanda os fatos sociais.
Segundo Santos Filho:
O princípio mais importante da teoria do conhecimento de Durkheim é que os fatos sociais são coisas, objetos do conhecimento. Os dados baseados na observação e em experimentos são necessárias para a compreensão (Durkheim, 1982a). 
Assim, segundo Durkheim, o social é real e eterno ao indivíduo. Isso significa que o fenômeno social tem o mesmo status do fenômeno físico porque é independente da consciência humana e acessível mediante a experiência dos sentidos e da observação.
PESQUISA QUALITATIVA – CARACTERÍSTICAS:
Fundamenta-se na filosofia positivista de Augusto Comte.
Compreendea pesquisa como sendo objetiva e rigorosa e deve estar submetida a controles científicos.
Supõe a existência de fatos sociais com uma realidade objetiva independente das crenças individuais do pesquisador.
Concebe a verdade como absoluta e objetiva e propõe modelos estatísticos.
Existência do dualismo entre sujeito-objeto por compreender que a realidade social independe do pesquisador.
O processo de investigação deve separar-se daquilo que é investigado, pois o objeto não pode ser afetado pelo processo utilizado.
A linguagem deve ser científica e neutra.
Adota-se a teoria da correspondência da verdade, que tem sua fonte na realidade e pode ser estabelecida mediante o processo de verificação empírica.
Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las.
Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.).

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