Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
13/08/2014 1 CURSO DE DIREITO MILITAR Profº. Msc. Rogério Carlos Born www.rogerioborn.com.br Aula 1 Funções constitucionais das Forças Armadas EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS 1.1. Fontes Artigo 21, III e 142, Constituição da República Artigo 45, parágrafo único, Decreto-Lei 200/67 Artigo 15, Lei Complementar 97/1999 EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS 1.1. Fontes Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. § 1º - Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas. 13/08/2014 2 EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS 1.2. Defesa da Pátria Compete privativamente ao Presidente da República declarar guerra, celebrar a paz, no caso de agressão estrangeira, e decretar mobilização nacional, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, após a opinião do Conselho de Defesa (artigo 4º, VII, artigo 85, XIX e XX, 91 e 92, Constituição da República EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS 1.3. Garantia dos poderes, lei e da ordem Compete a decisão ao Presidente da República por iniciativa própria ou em atendimento a pedido dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados (artigo 15, § 1º, Lei Complementar 97/1999). EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS 1.4. Operações de paz A remessa de força armada, terrestre, naval ou aérea para fora do território nacional, sem declaração de guerra e em cumprimento de obrigações assumidas pelo Brasil como membro de organizações internacionais ou em virtude de tratados, convenções, acordos, resoluções de consulta, planos de defesa, ou quaisquer outros entendimentos diplomáticos ou militares, só será feito, nos termos da Constituição, com autorização do Congresso Nacional, não se aplicando aos casos constitucionais de repulsa à invasão ou à agressão estrangeira (artigo 4º, VI, Constituição da República, artigo 1º, Lei 2.956/56). 13/08/2014 3 EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS 1.5. Trânsito de Tropas estrangeiras Presidente da República autorizado pelo Congresso Nacional (artigo 21, IV, 50, II, e 85, XXXI, Constituição da República). EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS 1.5. Trânsito de Tropas estrangeiras Independente da autorização do Congresso Nacional: poderá o Presidente da República permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, para a execução de programas de adestramento ou aperfeiçoamento ou de missão militar; em visita oficial ou não oficial programada pelos órgãos governamentais; atendimento técnico, nas situações de abastecimento, reparo ou manutenção de navios ou aeronaves estrangeiras; em missão de busca e salvamento (Artigo 1º, Lei Complementar 90/1997). EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS 1.5. Trânsito de Tropas estrangeiras Dependerá da autorização do Congresso Nacional ouvido o Conselho de Defesa Nacional nas demais situações (Artigo 1º, Lei Complementar 90/1997). 13/08/2014 4 EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS 1.5. Trânsito de Tropas estrangeiras Trâmite: a matéria tramitará em regime de urgência, com precedência sobre qualquer outra na Ordem do Dia que não tenha preferência constitucional (artigo 3º). EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS 1.5. Trânsito de Tropas estrangeiras Requisitos: em qualquer caso, só poderá ocorrer em situação de emergência; com tempo de permanência ou o trecho previamente estabelecido; a existência de relações diplomáticas; a finalidade plenamente declarada; o quantitativo do contingente ou grupamento, veículos e equipamentos previamente especificados; que as forças estrangeiras não provenham de países beligerantes, circunstância a ser prevista em lei especial; Implicará em crime de responsabilidade o ato de autorização do Presidente da República sem que tenham sido preenchidos os requisitos previstos nos incisos deste artigo, bem como quando a permissão não seja precedida da autorização do Congresso Nacional, nos casos em que se fizer necessária (artigo 2º). ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS 1.7. Exército • Autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico (artigo 21, VI, Constituição da República) • Classificar e definir, técnica e legalmente, as armas de fogos e demais produtos controlados de uso proibido, restrito ou permitido (artigo 23, Lei 10.826/2003- SINARM); • Gerir o SIGMA, que tem por finalidade manter um cadastro geral, permanente e integrado de armas de fogo importadas, produzidas e vendidas no país, e de armas que constem dos registros próprios (artigo 2º, Decreto n º 5.123/2004). 13/08/2014 5 ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS 1.7. Exército • Contribuir para formulação e condução das políticas a respeito do poder militar terrestre (artigo 21, XII, c, 22, I, Constituição da República e artigo 17-A, I, Lei Complementar 97/1999); • Cooperar com órgãos públicos federais, estaduais, distrital e municipais e, excepcionalmente, com empresas privadas, na execução de obras e serviços de engenharia, sendo os recursos advindos do órgão solicitante (artigo 17-A, II, Lei Complementar 97/1999); ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS 1.7. Exército • Cooperar com os órgãos federais quando se fizer necessário, na repressão de delitos de repercussão nacional e internacional, no território nacional, na forma de apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de instrução (artigo 17-A, III, Lei Complementar 97/1999); ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS 1.7. Exército • Atuar, por meio de ações preventivas e repressivas, na faixa de fronteira terrestre, contra delitos transfronteiriços e ambientais, isoladamente ou em coordenação com outros órgãos do executivo executando, dentre outras ações, o patrulhamento, revistas de pessoas, veículos, embarcações e aeronaves e prisões em flagrante (artigo 17-A, IV, Lei Complementar 97/1999); 13/08/2014 6 ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS 1.8. Marinha • Orientar e controlar a marinha mercante, no que interessa a segurança nacional e promover a segurança da navegação marítima, fluvial ou lacustre (artigo 54, § 2º, I, Decreto-Lei 200/1967 E artigo 17, I, Lei Complementar 97/1999) • Prover a segurança da navegação aquaviária (artigo 17, II, Lei Complementar 97/1999) ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS 1.8. Marinha • Contribuir para formulação e condução das políticas a respeito do mar (artigo 17, III, Lei Complementar 97/1999) •Implementar e fiscalizar o cumprimento das normas relativas à navegação marítima e de águas interiores (artigo 17, IV, Lei Complementar 97/1999); ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS 1.8. Marinha •Cooperar com órgãos federais, se necessário, na repressão de delitos de repercussão nacional ou internacional, quanto ao uso do mar, águas interiores e de áreas portuárias, na forma de apoio logístico, inteligência, comunicação e instrução (artigo 17, V, Lei Complementar 97/1999) 13/08/2014 7 ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS 1.8. Marinha • O poder de polícia naval, exercido pela Marinha (artigo 21, XXII e artigo 54, § 2º, II, Decreto-Lei 200/1967), difere-se do poder de polícia marítima exercido pela Polícia Federal (artigo 144 § 1º, III, Constituição da República), pois neste se combate a criminalidade nas embarcações enquanto, naquele, protege-se a soberania e a segurança do país controlando-se o fluxo de embarcações no mar territorial brasileiros e nos rios e lagos limítrofes. ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS 1.9. Aeronáutica • Promover a segurança da navegação aérea (artigo 18, II, Lei Complementar 97/1999); • Contribuir para formulação e conduçãoda política aeroespacial (artigo 18, III, Lei Complementar 97/1999); • Operar o Correio Aéreo Nacional (artigo 21, X, Constituição da República e artigo 63, VI, Decreto-Lei 200/1967, artigo 18, V, Lei Complementar 97/1999); ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS 1.9. Aeronáutica • Cooperar com os órgãos federais, se necessário, na repressão aos delitos de repercussão nacional e internacional, quanto ao uso do espaço aéreo e de áreas aeroportuárias, na forma de apoio logístico, inteligência comunicações e instrução (artigo 18, VI, Lei Complementar 97/1999); 13/08/2014 8 ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS 1.9. Aeronáutica • Atuar de maneira contínua e permanente, por meio das ações de controle do espaço aéreo brasileiro, contra todos os tipos de tráfego aéreo ilícito, com ênfase nos envolvidos no tráfico de drogas, armas, munições e passageiros ilegais, agindo em operação combinada com organismos de fiscalização competentes, aos quais caberá a tarefa de agir após a aterragem das aeronaves envolvidas em tráfego aéreo ilícito (artigo 18, VII, Lei Complementar 97/1999); FORÇAS AUXILIARES 1.10. Exército • Polícias militares, corpo de bombeiros militares e Brigada Militar do Rio Grande do Sul (artigo 144, § 6º, Constituição da República, artigo 4º, II, a e b, Estatuto dos Militares, artigo 1º, Decreto-Lei 667/1969 e artigo 1º, caput, Decreto-Lei 667/69) FORÇAS AUXILIARES 1.10. Exército • As forças auxiliares por disposição constitucional são forças reservadas e auxiliares do Exército, ficando sujeitas ao seu controle e fiscalização, que é realizado por um órgão denominado Inspetoria Geral das Polícias Militares. O cargo de direção da Inspetoria é exercido por um general de duas estrelas, General de Brigada do Exército em atendimento as disposições federais que cuidam da matéria (Paulo Tadeu Rodrigues Rosa). 13/08/2014 9 FORÇAS AUXILIARES 1.10. Exército • Empresas relacionadas com a segurança nacional, sendo o seu pessoal considerado militar apenas quando convocados ou mobilizados para o serviço das forças armadas (artigo 4º, §§ 1º e 2º, Estatuto dos Militares). FORÇAS AUXILIARES 1.11. Marinha • Marinha mercante • Empresas relacionadas com a segurança nacional, sendo o seu pessoal considerado militar apenas quando convocados ou mobilizados para o serviço das forças armadas (artigo 4º, §§ 1º e 2º, Estatuto dos Militares). FORÇAS AUXILIARES 1.12. Aeronáutica • Aviação civil • Empresas relacionadas com a segurança nacional, sendo o seu pessoal considerado militar apenas quando convocados ou mobilizados para o serviço das forças armadas (artigo 4º, §§ 1º e 2º, Estatuto dos Militares). 13/08/2014 10 FORÇAS AUXILIARES 1.13. Dispensa de incorporação Nas Empresas relacionadas com a segurança nacional são dispensados de incorporação da classe, quando solicitados pelos empregadores, os operários, funcionários ou empregados de estabelecimentos ou empresas industriais de interesse militar; de transporte e de comunicações, que forem anualmente, declarados diretamente relacionados com a segurança nacional pelo EMFA (artigo 30, e e § 1º, Lei do Serviço Militar). CURSO DE DIREITO MILITAR Profº. Msc. Rogério Carlos Born www.rogerioborn.com.br Aula 1 Funções constitucionais das Forças Armadas
Compartilhar