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Parte 1 - Revisão

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Jorge Braz Torres 
Reginaldo Barros 
Herbert A. A. de Siqueira 
Manejo de Pragas das Plantas Cultivadas 
 
Ênfase Nordeste 
 
 
 
 
 
 
 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA 
RECIFE, 2006 
 
 
 
 
PREFÁCIO 
 
Não é nossa pretensão abordar os assuntos aqui apresentados na sua 
total complexidade. Inúmeras publicações existem para o contexto geral 
bem como para cada cultura ou sistema específico. Assim, o único objetivo 
aqui é reunir e guiar os estudantes da disciplina Entomologia Agrícola nos 
seus estudos e, havendo maiores interesses são recomendados alguns títulos 
que poderão ser consultados ao final de cada tópico. 
As principais culturas aqui abordadas se assemelham em muito das 
demais regiões bem como as práticas fundamentais para o manejo integrado 
das pragas. Entretanto, existem algumas situações particulares que 
devemos ter atenção para obtermos sucesso no uso das práticas de manejo 
visando reduzir as populações de artrópodes pragas. 
Muitas das práticas de manejo recomendadas são oriundas de estudos 
de diversos autores que para facilidade de leitura são omitidas de citação 
dos padrões usualmente utilizadas em texto de revisões de literatura. 
Também, vale ressaltar que algumas das práticas de manejo mencionadas já 
se tornaram em desuso por surgimento de outras mais eficientes. Portanto, 
é recomendada aos estudantes e usuários uma criteriosa avaliação antes de 
tomar sua decisão. 
 
J.B.T. 
R.B. 
Recife, 2006 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fotos Capa: Autoria Jorge Braz Torres. Lado esquerdo superior – armadilha de feromônio 
do bicudo do algodoeiro. Lado esquerdo inferior: planta de mandioca atacada pelo ácaro 
verde, Mononychelus tanajoa; Lado direito superior – Barreira com flores em plantio 
orgânico de alface/Chã-Grande, PE. 
 
 
 
 
 
 
 ii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTEÚDO 
 
 
PARTE I 
INTRODUÇÃO À ENTOMOLOGIA ECONÔMICA 
 
 Páginas 
Nomenclatura zoológica .............................................................. 01 
Desenvolvimento dos insetos ...................................................... 05 
Introdução ao manejo integrado de pragas ................................. 12 
Filosofia do controle de pragas ................................................... 23 
Guia prático para confecção do MIP ........................................... 24 
 
PARTE II 
PRAGAS GERAIS 
 
Formigas cortadeiras ................................................................... 31 
Cupins.......................................................................................... 37 
Gafanhotos .................................................................................. 42 
 
PARTE III 
PRAGAS DAS GRANDES LAVOURAS E MANEJO 
 
MIP do algodoeiro ...................................................................... 48 
MIP da cana-de-açúcar ............................................................... 74 
MIP do feijoeiro: Phaseolus e Vigna ........................................... 83 
MIP da mandioca ........................................................................ 94 
MIP do milho ............................................................................... 102 
MIP das pastagens ...................................................................... 110 
MIP do sorgo ............................................................................... 116 
 
 
 
 iii
 
 
PARTE III 
PRAGAS DAS FRUTÍFERAS E MANEJO 
 
MIP do abacaxizeiro .................................................................... 120 
MIP da aceroleira........................................................................ 124 
MIP da bananeira ...................................................................... 129 
MIP dos citros .............................................................................. 134 
MIP do coqueiro .......................................................................... 146 
MIP da goiabeira ......................................................................... 153 
MIP da graviola e pinha .............................................................. 158 
MIP da mangueira ....................................................................... 164 
MIP do maracujazeiro ................................................................. 170 
 
PARTE IV 
PRAGAS DAS HORTÍCOLAS 
 
MIP do alho e cebola ................................................................... 174 
MIP da batata-doce ..................................................................... 178 
MIP da berinjela, pimentão e jiló ................................................. 182 
MIP das brássicas ...................................................................... 188 
MIP das curcubitáceas ................................................................ 194 
MIP do tomateiro ......................................................................... 201 
 iv
 
 
 
PARTE I 
 
INTRODUÇÃO À ENTOMOLOGIA ECONÔMICA 
 
 
NOMENCLATURA ZOOLÓGICA 
 
A unidade fundamental da sistemática é a espécie, a qual é definida 
no conceito biológico como sendo um grupo de indivíduos ou populações 
que na natureza são capazes de cruzarem entre si e produzir descendentes 
férteis e, que são isolados reprodutivamente de outros grupos. O fluxo 
gênico ocorre apenas entre membros de uma espécie, sendo de uma espécie 
para outra, evitado por processos pré-copulatórios (ecológico, temporal e 
etológico) e pós-copulatório (mecânico, gamético, F1 estéril e F2 não 
viável). 
A constatação da espécie deve ser realizada cuidadosamente, sendo 
fundamental o isolamento reprodutivo, através dos caracteres 
morfológicos, encontrados devido às variações geográficas, especialmente 
como coloração, forma do corpo e distribuição geográfica que são referidas 
como subespécie. No entanto, existem indivíduos que não possuem estes 
caracteres geográficos definidos, sendo morfologicamente idênticos, porém 
apresentam alterações fisiológicas, comportamentais e com 
particularidades ecológicas, constituindo as categorias de biótipo, raça 
fisiológica e espécie críptica, demandando estudos nestas áreas para 
serem reconhecidos, sendo fundamental o isolamento reprodutivo. 
A classificação formal abrange as principais categorias taxonômicas: 
Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie que de acordo com as 
relações entre essas categorias, são organizados de forma hierárquica. 
Todavia, outras categorias intermediárias são estabelecidas como segue: 
 
Reino 
Filo 
Subfilo 
Classe 
Subclasse 
Ordem 
Subordem 
Superfamília 
Família 
Subfamília 
Tribo 
 1
 
Gênero 
Subgênero 
Espécie 
Subespécie 
 
A padronização para a nomenclatura zoológica foi iniciado com o 
médico sueco Carolous Linnaeu, que atribuía nomes em latim ao material 
zoológico do museu de Estocolmo e publicava-o sob o título de “Systema 
Naturae”. Na 10a edição publicada em 1758, o autor propôs a 
“nomenclatura binomial”, da qual se faz uso até hoje. A nomenclatura 
binomial consiste de um nome (epíteto) genérico (gênero) e outro para a 
unidade fundamental, o epíteto específico (espécie). Ambos em latim, 
sempre escritos de forma diferente do texto corrente (negrito, itálico, 
grifado) e com o nome do gênero sempre iniciando em LETRA 
MAIÚSCULA e da espécie minúsculo. Além disso, propôs a reunião dos 
gêneros afins em Família e Ordem e, estas em Classe. Já as categorias 
intermediárias como subfamília e tribo foram propostas por Latreille. 
Sabendo-se da importância desta organização para a ciência, vários debates 
foram promovidos e, sendo a regra anteriormente proposta por Carolous 
Linnaeu eternizadano 5o Congresso Internacional de Zoologia, realizado 
em Berlim, em 1901. 
Existem regras que são encontradas no Código Internacional de 
Nomenclatura Zoológica, para o nome científico, Família, Gênero, Espécie 
e Subespécie. 
Os insetos possuem, na maioria, dois tipos de nomes: comum e o científico. 
 
Nome comum 
 
São nomes populares tanto no meio científico como na sociedade em 
geral, pela facilidade de pronúncia. Assim, são atribuídos às espécies de 
maior expressão, devido ao grande número de indivíduos por grupo ao 
qual referimos baseados no nome dado ao grupo complementado pela 
distribuição geográfica, tipo de injúria, comportamento, localização no 
hospedeiro/planta, tipo de presa ou hospedeiro (inimigos naturais), etc.: 
joaninhas, Col.: Coccinellidae; vaquinhas, Col.: Chrysomelidae; moscas, 
Dip.: Muscidae; percevejos, Heteroptera, etc. - brocas, minadores, 
desfolhadores, etc. - mosca-do-chifre, Hematobia irritans irritans; pulgão 
das gramíneas, Schizaphis graminum; parasitóides de ovos de percevejo, 
Telenomus podisi (Hym.: Scelionidae), etc. 
Salienta-se, ainda, que são regionais e que não devem ser empregados 
como base para tomada de decisão para estudos ou, mesmo para controle, 
pois devido à ampla distribuição geográfica, a mesma espécie pode possuir 
 2
 
diversos nomes comuns. Assim, deve-se conferir a identificação junto a um 
especialista. 
 
LAGARTA ROSCA, nome comum amplamente empregado para a 
lagarta Agrotis ipsilon (Lepidoptera: Noctuidae), devido ao seu 
comportamento de se enroscar próximo a planta atacada. 
Porém inúmeras outras lagartas apresentam o mesmo 
comportamento quando perturbadas e podem ser encontradas 
no solo junto à planta. 
 
Nome científico 
 
O nome científico é latinizado, mas pode ser derivado do local de 
coleta, pessoa que identificou a espécie, característica do grupo, etc. 
Quando empregar o nome em homenagem a pessoa do sexo masculino, 
acrescenta-se i e, se for feminino, acrescenta-se ae. No caso do nome 
feminino terminar em a, acrescenta-se somente e - Agraulis vanillae 
vanillae (L., 1758), Trichogramma galloi Zucchi, 1988. 
O nome científico da espécie é binomial e consta de gênero e espécie. 
As vezes, trinomial quando possui subespécie. Estes sempre são grafados 
em destaque do resto do texto, sendo o nome genérico iniciado com letra 
maiúscula e da espécie e subespécie minúscula - Ex.: Atta sexdens sexdens. 
Os nomes da espécie e subespécie são seguidos pelo nome do autor e 
ano de descrição, separado por vírgula e grafados de mesma forma do 
texto - Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908. Se o nome do autor estiver 
entre parênteses, isto significa que ele descreveu a espécie (ou subespécie) 
em um outro gênero diferente daquele que a espécie encontra-se 
atualmente. Assim, pode-se deparar com as seguintes situações e, que 
geralmente deixam dúvidas aos estudantes. 
Quando um autor cria um novo gênero e este já havia sido utilizado, o 
nome mais recente é invalidado, sendo considerado homônimo do mais 
antigo. Também, não pode haver duas espécies no mesmo gênero. Assim, 
um novo nome deve ser dado a espécie para substituir o nome mais 
recente, tendo que ser único no mundo. Deste modo, têm-se o princípio 
da prioridade, sendo o nome válido (gênero ou espécie) o mais antigo, e 
aquele atribuído posteriormente são considerados sinonímias. 
 
• Podisus sculptus Distant, 1889 - percevejo predador - significa que a 
espécie sculptus foi descrita por Distant em 1889 no gênero Podisus; 
• Podisus nigrispinus (Dallas, 1851) - percevejo predador - significa que a 
espécie nigrispinus foi descrita por Dallas em outro gênero que não 
Podisus, tendo sido posteriormente transferida para este gênero. 
 
 3
 
As categorias taxonômicas possuem terminações padronizadas sem 
necessidade de citação da categoria quando mencionada como: 
Superfamília (oidea), Família (idae), Subfamília (inae), Tribo (ini). 
Outras composições são usadas, como quando referimos a uma 
espécie do gênero, mas não determinada - Brontocoris sp. - ou quando 
referimos a mais de uma espécie de mesmo gênero - Podisus spp., Atta spp. 
 
Categorias taxonômicas 
 
• Reino - caracteriza-se por seres animados (vivos ou orgânicos), 
compreendendo as plantas (reino vegetal ou flora) e os animais (reino 
animal ou fauna); 
• Filo - Arthropoda - origina-se do grego (Arthron = articulação e, Podes 
= pernas); correspondem pela maior parte do Reino Animal, sendo 
caracterizados por possuirem: corpo segmentado em anéis ou metâmeros e 
com duas ou três regiões distintas - heteronomia (cabeça, tórax e abdome 
ou fundidos cefalotórax e abdome); apêndices em pares; simetria bilateral; 
exoesqueleto quitinizado e renovado por ocasião da muda (cresce); 
ausência de epitélio ciliado em todas as fases de desenvolvimento e 
aparelho circulatório aberto (cavidade do corpo formado por hemocele); 
musculatura formada por fibras musculares estriadas; 
• Subfilo - nesta categoria encontram-se os Chelicerata (presença de 
quatro pares de apêndices, sem antenas e corpo dividido em duas partes - 
cefalotórax (prosoma) e abdome (opistosomia), aranhas, ácaros, etc. - e 
Atelocerata ou mandibulata, possui um par de antenas; 
• Classe - Insecta, corpo dividido em três partes, possui um par de 
antenas e três pares de pernas (Hexápoda) e aparelho bucal ectognato 
(peças bucais livres); mandíbulas e maxilas; 
• Subclasse - Apterygota – sem asas, metamorfose simples (Thysanura) e 
Pterygota com adultos possuindo, geralmente, dois pares de asas e sem 
pernas abdominais e metamorfose completa; 
• Ordem - Os insetos estão agrupados segundo Borror et al. (1989), em 
26 ordens, especialmente, pelas características morfológicas. 
• Subordem - A Ordem Hymenoptera, compreende duas subordens: 
Apocrita e Symphyta. APOCRITA - compreendem aqueles indivíduos com 
abdome pedunculado ou peciolado e larva tipo vermiforme. SYMPHYTA - 
possuem abdome séssil e larva do tipo eruciforme, porém diferem dos 
lepidópteros por terem mais de cinco pares de pernas abdominais, 
representado pelos Hymenoptera fitófagos como Tenthredionidae; 
• Superfamília - Apoidea representa abelhas da Subordem Apocrita; 
• Família - Apidae; 
• Subfamília - Apinae; 
 4
 
• Tribo - Apini; 
• Gênero - Apis; 
• Subgênero - 
• Espécie - mellifera; 
• Subespécie - scutellata. 
 
 
DESENVOLVIMENTO DOS INSETOS 
 
Desenvolvimento pós-embrionário 
 
Os insetos se deparam com num “problema” para realizar o 
crescimento, pois a parede do seu corpo é rígida - quitinizada 
(exoesqueleto) não permitindo expansão contínua. Assim, seu 
crescimento é por etapa, entre a liberação do velho exoesqueleto e a 
formação de um novo. O processo de troca é chamado de muda ou ecdise, 
que consiste na digestão da velha endocutícula, propriamente dito, síntese 
de uma nova, como veremos. 
A muda não envolve somente a endocutícula (da cutícula), mas a 
parede interna da traquéia e do proctodéu e exoesqueleto. A parede da 
traquéia permanece presa à parede do corpo por ocasião da muda. A 
camada interna do estomodéu e proctodéu é quebrada e eliminada pelo 
ânus. Um molde da “pele”, chamada de exúvia, freqüentemente, retêm a 
forma do inseto que a originou, especialmente os que desenvolvem por 
paurometabolia. 
O controle da metamorfose (ecdises) é feito por três hormônios - 
hormônio do cérebro ou protoracicotrófico (PTTH), o ecdisônio e o 
neotenin ou hormônio juvenil (HJ). O PTTH é produzido por células 
neurosecretoras (Fig. 1.1), por isso chamado de hormônio do cérebro; este 
estimula as glândulas protorácicas, também conhecidas como glândulas 
da muda, a produzirem o ecdisônio, lançando-o na hemolinfa, que por sua 
vez estimula a separação da velha cutícula da epiderme, fenômeno de início 
da ecdise conhecido como apólise. Por outro lado, o hormônio juvenil éproduzido pelo corpo alata e inibe a metamorfose (ecdise), promovendo a 
permanência do desenvolvimento larval ou ninfal (Fig. 1.1). 
A remoção do corpo alata, promove à formação de pupa nas larvas e 
adultos nas ninfas, quando o ecdisônio estiver presente, induzindo, assim, a 
metamorfose. No entanto, se introduzirmos HJ na pupa com a presença do 
ecdisônio, causará a formação de uma segunda pupa, pois o HJ suprime a 
formação de órgãos para transformar-se em adultos. Por isso, são 
explorados como inseticidas conhecidos como reguladores de crescimento. 
 5
 
O corpo alata é altamente ativo nos ínstares iniciais de 
desenvolvimento de ninfa e larva e, cessa sua produção no último instar, 
pré-pupa. A ausência do HJ resulta na metamorfose. 
A metamorfose é relativamente suave e gradual, sendo mais marcante 
de larva → pupa → adulto, quando há consideráveis alterações internas no 
inseto. Por outro lado, algumas estruturas como cabeça, sistema nervoso, 
sistema traqueal, muda muito pouco. Entretanto, outras estruturas 
rudimentares estão presentes na fase jovem, algumas sofrem histólises e 
outras desenvolvem em estruturas ainda não presentes, durante a fase de 
pupa. A histogênese de partes, principalmente, apêndices, não presentes 
na fase jovem, origina-se do disco imaginal da epiderme, com componentes 
da hemolinfa, corpos gordurosos e partes digeridas pela histólise. Esta 
ocorre com auxílio de proteases de quitinases do fluído da ecdise, na 
digestão da endocutícula, sendo quase totalmente reabsorvida. Quando na 
forma jovem, estes tecidos exercem funções diferentes, que com estímulo 
hormonal formam estruturas de adultos e são paralisados na fase de pupa. 
No entanto, estas funções podem permanecer, nos adultos, nas partes que 
sofrem regenerações. 
O crescimento nos insetos pode ser medido pela regra de “Dyar”, 
através de medições de cápsula cefálica de lagartas, mandíbulas de larvas, 
pernas e antenas de ninfas, e outras partes altamente quitinizadas que 
crescem somente durante o processo de ecdise. 
Como anteriormente descrito, o hormônio do cérebro (PTTH) 
estimula as glândulas protorácicas a produzir o ecdisônio e com a 
separação da endocutícula da epiderme - apólise - começa a ecdise. 
Primeiramente, as células epidérmicas secretam enzimas (quitinases e 
proteases), denominados de fluído da ecdise, que digere a velha 
endocutícula, mas não afeta a exocutícula e a epicutícula que serão 
eliminadas como exúvia (Fig. 1.2), com o formato do corpo nos casos de 
ninfas. Como uma nova cutícula está em processo de formação o produto 
digerido é reabsorvido servindo de substrato para vários outros processos 
bioquímicos e formação de novas partes da nova cutícula (Fig. 1.2) 
Os enócitos secretam a camada de cuticulina. Neste momento, eles se 
tornam grandes e lobulados, retornando a forma normal após a deposição 
da cuticulina. A camada de polifenóis e de ceras são produzidas 
diretamente pelas células epidérmicas, transportadas pelos canais de poro 
e se depositam nesta ordem: cuticulina, camada de polifenóis e de cêra e 
“cimento”. A camada de cimento é descarregada pelas glândulas dérmicas e 
colocada sobre a superfície de cêra, logo após o início da muda. Enquanto a 
formação da epicutícula esta sendo completada, a procutícula está sendo 
formada. Tanto a exocutícula como a endocutícula são produzidas 
diretamente pelas células epidérmicas a partir de reservas dos tecidos 
 6
 
gordurosos na forma de glicogênio e proteínas, de hemolinfa e parte do 
material digerido da velha endocutícula. 
O mecanismo pelo qual o inseto escapa da velha cutícula - exúvia - e 
expande o corpo - cresce - é descrito como sendo devido às contrações dos 
músculos abdominais, que mantêm a concentração de hemolinfa e ar no 
tórax e cabeça, forçando a linha da ecdise, que situa ao longo do dorso 
(Fig. 1.2). Da mesma forma quando os adultos, recém emergidos, 
expandem as asas e pernas. 
 
 
 
Maturação do óvulo
Secreção da glândula acessória
Diapausa pupal e larval
Acasalamento
Metabolismo em geral
Células
neurosecretoras
Cérebro
Corpo cardíaco
Corpo alata
BHEstimula
Mantêm
Glândula protorácica
Larva
Pupa Adulto
PTTHPTTH
PTTH
HJHJ
Cromossomos
RNA (L)
Cromossomos
RNA (A)
Cromossomos
RNA (P)
Escamas
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 1.1. Diagrama da ação dos principais hormônios envolvidos no 
desenvolvimento e metamorfose dos insetos. HJ, hormônio juvenil; 
PTTH, hormônio protoracicotrófico; BH, hormônio do cérebro; e GPT, 
glândula protorácica (Atkins, 1978). 
 
 
 
 
 
 7
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cérebro
Células neurosecretoras
Hormônio do cérebro
Glândula
protorácica 20-hidroxiecdisônio
Cutícula
Epiderme
Velha cutícula
Epiderme
•Separação da velha cutícula
•Secreção do flúido da ecdise
pela epiderme
•Início da nova cutícula
Flúido da ecdise
Nova cutículaVelha cutícula
Epiderme
Nova cutícula
•Absorção e digestão
de partes da velha cutícula
•Complementação da nova 
cutícula
•Contração muscular
•Pressão da hemolinfa
•Pressão do ar
•Ruptura da velha cutícula
•Nova cutícula tenra e incolor
Epiderme
•Nova cutícula endurecida
•Impermeabilizada e pigmentada
 
Fig. 1.2. Diagrama mostrando os principais passos na ecdise dos insetos 
com as atividades e hormônios envolvidos. 
 
 
Tipos de metamorfose 
 
As mudanças que ocorrem nos insetos durante o desenvolvimento 
pós-embrionário (metamorfoses) podem ser mínimas, diferenciando apenas 
no tamanho, como podemos observar nos pulgões (ninfa-adulto), ou 
mudanças abruptas como em lepidópteros (ovo-lagarta-pupa-adulto). De 
modo geral, podemos encontrar dois tipos de metamorfoses: simples e 
completa. Na metamorfose simples, a fase jovem assemelha-se aos adultos 
e já apresentam proeminências das asas (tecas alares), quando os adultos as 
possuem. Já a metamorfose completa, as asas desenvolvem-se 
internamente na fase de larva e pupa. 
Na metamorfose simples, também conhecida como hemimetabolia, o 
inseto recém-eclodido assemelha-se ao adulto, com diferença externa de 
tamanho, ausência de asas e órgãos genitais imaturos (Fig. 1.3A). 
Caracteriza-se pela ausência da fase de pupa e as formas imaturas são 
denominadas ninfas. Pode ocorrer das seguintes formas: 
 8
 
• Paurometabolia - insetos com ninfas terrestres, que vivem em habitat e 
apresentam dieta semelhantes aos dos adultos (Fig. 1.3B), como ocorre em 
Orthoptera, Phasmida, Mantódea, Blattodea, Isoptera, Dermaptera, 
Embioptera, Zoraptera, Phthiraptera, Psocoptera e Hemiptera. 
• Batmedometabolia - insetos com a fase jovem aquáticas, náiade, como 
ocorre em Ephemeroptera, Odonata e Plecoptera. 
• Hipometabolia - desenvolvimento particular das cigarras, em que a 
ninfa é subterrânea e tem longevidade muito acentuada e antes de se 
transformarem em adultos há um estágio de imobilidade. 
 
A metamorfose completa é definida pela presença das fases em 
seqüência de ovo, larva, pupa e adulto. As fases de larva e pupa são 
totalmente diferentes dos adultos e, freqüentemente, com desenvolvimento 
em "habitats" diferentes. A fase de larva possui forma similar durante os 
ínstares, mas de tamanho diferente. Nesta fase, a alimentação é muito 
acentuada e em muitos casos diferente da dos adultos. Após a fase larval, 
dá-se a fase de pupa (Fig. 4.9) que não se alimenta e, em seguida dá-se à 
emergência do adulto. As asas desenvolvem-se durante a fase de larva, mas 
não são aparentes. Pode ocorrer das seguintes formas: 
 
• Holometabolia - indivíduos na fase de larva e pupa são totalmente 
diferentes dos adultos e, freqüentemente, com desenvolvimento em 
habitats diferentes (Fig. 1.3C). A fase de larva possui forma similardurante os instares, mas de tamanho diferente (Fig. 1.3C). Após a fase 
larval, dá-se a fase de pupa que não se alimenta e, em seguida a emergência 
do adulto. As asas desenvolvem-se durante a fase de larva, mas não são 
aparentes. 
• Hipermetabolia - a fase jovem de hipermetábolos desenvolvem-se em 
diferentes formas de larvas ou ínstares, encontrados em Mantispidae, 
Meloidae, etc. - Epicauta sp. (Col.: Meloidae), possui o primeiro ínstar com 
larva do tipo campodeiforme. 
 
 
Larvas 
 
A larva corresponde à primeira fase de desenvolvimento pós-
embrionário dos insetos de metamorfose completa (Fig. 1.4). Caracteriza-
se como sendo de intenso crescimento, portanto com alto poder de 
consumo, sendo uma das fases que causam grandes injúrias às plantas e, 
consequentemente, prejuízos ao homem. Comumente, para aquelas de 
Lepidoptera, as quais são denominadas de lagartas. 
 
 
 9
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OvoN infa 1Ninfa 2
Ninfa 3
Ninfa 4
Ninfa 5
Adulto
Postura
Ovo
Lagarta
Pupa (crisálida)
Adulto
Adulto
Postura (ovos)
Imaturo
Imaturo
OvoN infa 1Ninfa 2
Ninfa 3
Ninfa 4
Ninfa 5
Adulto
Postura
Ovo
Lagarta
Pupa (crisálida)
Adulto
Adulto
Postura (ovos)
Imaturo
Imaturo
Fig. 1.3. Representação das principais formas de desenvolvimento da fase 
jovem encontrados nos insetos. 
 
Tipos de larvas 
 
• Eruciforme - são larvas de corpo cilíndrico, cabeça desenvolvida e com 
antenas curtas, pernas torácicas e abdominais, sendo representadas pelas 
“lagartas” - Lepidoptera e Hymenoptera da subordem Symphyta (Fig. 
1.4A); 
• Escarabeiforme - usualmente curvadas em “C” com a cabeça e último 
segmento abdominal bem desenvolvido, pernas torácicas. São pouco ativas, 
sendo as larvas dos coleópteros escarabeídeos (Fig. 1.4G); 
• Campodeiforme - corpo alongado com pernas torácicas bem 
desenvolvidas e bastante ativas. Típicas de predadores como larvas de 
Coccinellidae, Neuroptera, etc. (Fig. 1.4D); 
• Elateriforme - corpo alongado, achatado e bastante quitinizado e, com 
pernas curtas, sendo comumente denominadas de “larva arame” - larvas de 
Elateridae (Fig. 1.4H); 
• Vermiforme - ausência de pernas, cabeça pouco diferenciada e aspecto de 
verme, sendo encontrada na maioria dos dípteros e Hymenoptera da 
subordem Apocrita (Fig. 1.4C); 
• Curculioniforme - larva ápoda, cabeça diferenciada e com anéis 
característicos, no corpo - Curculionidae (Fig. 1.4E); 
• Limaciforme - são ápodas com corpo achatado e mole - larvas de 
Syrphidae (Fig. 1.4I). 
 
 
 
 
 
 10
 
Chave simplificada para os principais tipos de larvas apresentado pelos 
insetos (Zucchi et al., 1992). 
 
1'.Pernas abdominais presentes (Fig. 4.10A) -------------------- Eruciforme 
1''.Pernas abdominais ausentes ----------------------------------- 2 
2'.Cabeça não diferenciando do corpo --------------------------- 3 
2''.Cabeça diferenciando-se do corpo ---------------------------- 4 
3'.Larva afilada e de aspecto de verme (Fig. 4.10G) ------------ Vermiforme 
3''.Larva de aspecto achatado semelhante à lesma (Fig.4.10I) Limaciforme 
4'.Larva de aspecto natural semi-curvada ou encurvada ---- 5 
4''.Larva de aspecto natural retilíneo ----------------------------- 6 
5'.Larva ápoda com segmentação pronunciada (Fig. 4.10E) - Curculioniforme 
5''.Larva com pernas torácicas (Fig. 4.10G) --------------------- Escarabeiforme 
6'.Larvas com protórax não expandido -------------------------- 7 
6''.Protórax expandido lateralmente nos segmentos 
anteriores (Fig. 4.10B) ------------------------------------------- 
 
Buprestiforme 
7'.Pernas torácicas curtas, vestigiais ou ausentes ------------- 8 
7''.Pernas torácicas longas (Fig. 4.10D) -------------------------- Campodeiforme 
8'.Larva de egmentação acentuada e de espessura mais ou 
menos re
 
8'.Larva de 
9'.Pernas to
9''.Pernas t
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.4. 
 
 
 
 s
gular em todo o corpo (Fig. 4.10F) ----------------- Cerambiciforme 
segmentação não tão nítida e corpos afilados ---- 9 
rácicas com 4 segmentos (Fig. 4.10H) ------------- Elateriforme 
orácicas com 5 segmentos (Fig. 4.10J) ------------- Carabiforme 
 
 
A
B
C
D
E F
G
H
I J
Principais tipos de larvas dos insetos. 
11
 
 
INTRODUÇÃO AO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS 
 
• ORGANISMO PRAGA: 
 
São organismos que competem direta ou indiretamente com o homem por 
alimento, matéria prima ou prejudicam a saúde e o bem-estar do homem e 
animais. Entre os mais comuns estão alguns pássaros, mamíferos como 
ratos e morcegos, plantas invasoras, patógenos (fitopatologia) e os 
artrópodos (insetos e ácaros) (Entomologia e Acarologia). 
 
• CONCEITO DE PRAGA: 
 
Convencional - um organismo é considerado praga, quando é constatada 
sua presença no agroecossistema; 
MIP - um organismo só é considerado praga quando causa danos 
econômicos. 
 
• TIPOS DE PRAGAS 
 
De acordo com a parte da planta atacada 
 
Praga direta - ataca a parte comercializada (Ex.: broca pequena do 
tomateiro, Neoleucinodes elegantalis, que ataca os frutos de tomate); 
 
Praga indireta - ataca determinada parte da planta que afeta indiretamente 
a parte comercializada (lagarta do cartucho do milho, Spodoptera 
frugiperda, que reduz a produção pela destruição das folhas). 
 
De acordo com sua importância 
 
Organismo não-praga - é aquele que sua densidade populacional nunca 
atinge o NC. Corresponde à maioria das espécies de herbívoros nos 
agroecossistemas; 
 
Pragas secundárias ou ocasionais - são aquelas que raramente atingem o 
NC. (Ex.: curuquerê dos capinzais, Mocis latipes em canaviais ou pastos); 
 
Pragas-chave - são aquelas que frequentemente ou sempre atingem o NC. 
Considerando a diversidade de espécies de herbívoros que podem ocorrem 
em um agroecossistema, são poucas as espécies de pragas-chave, sendo que 
em muitas culturas só ocorre uma ou duas espécies de pragas-chave (Ex.: 
moleque da bananeira, Cosmopolites sordidus); 
 
 12
 
Pragas severas - são aquelas cuja flutuação populacional está acima do NC. 
(Ex.: formigas cortadeiras nas diversas lavouras, cupins em instalações 
rurais, etc.). 
 
TempoD
en
si
da
de
 p
op
ul
ac
io
n a
l
PE
NC
ND
TempoD
en
si
da
de
 p
op
ul
ac
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na
l
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NC
ND
Não-praga Praga secundária ou ocasional
TempoD
en
s i
da
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 p
op
ul
ac
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na
l
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NC
ND
TempoD
en
si
da
d e
 p
op
u l
ac
io
na
l
PEM
NC
ND
Praga chave Praga severa
PE
 
 
ND - nível de dano NC - nível de controle 
PE - ponto de equilíbrio PEM - ponto de equilíbrio 
modificado 
 
• NÍVEL DE CONTROLE - NC 
 
É talvez o melhor termo usado no MIP. Expresso em número ou 
equivalente em injúria provocada pelas pragas, auxilia a tomada de decisão 
de controle, portanto, sendo também conhecido como nível de ação. 
 
 
Esta distância dependerá da velocidade do método de controle.
Produção com 
ataque das pragas (danos)
NC ND
Injúria aceitável
Risco de perdas
Região de controle
Produção sem perdas 
Esta distância dependerá da velocidade do método de controle.
Produção com 
ataque das pragas (danos)
NC ND
Injúria aceitável
Risco de perdas
Região de controle
Produção sem perdas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13
 
O emprego do NC como sendo o número de insetos, proporciona 
facili NC - é a densidade populacional da praga em que devemos adotar 
medidas de controle, para que as injúrias ocasionadas as plantas não 
causem danos econômicos. Sendo que a diferença de densidades entre o 
NC e o ND (nível de dano), deve-se a velocidade de ação dos métodos de 
controle. Portanto, é o númeromínimo de insetos que reduziria a 
produção igual ao ganho com o controle. 
 
• FLEXIBILIDADE DO NC 
 
O NC varia em função do custo de controle, valor da produção 
esperada e “ambiente” (época do ano, variedade, inimigos naturais, etc.). 
No entanto, os fatores de maior efeito são: custo do manejo, valor da 
cultura, grau de injúria por inseto e suscetibilidade da cultura à injúria. 
O emprego na medida do NC como número de insetos, proporciona 
facilidade de coleta dos dados por parte do amostrador (“pragueiro”) ou 
produtor, comparado à medição da área foliar, redução de crescimento, etc. 
No entanto, essas variáveis difíceis de serem medidas podem ser 
empregadas para a determinação do NC como equivalência de injúria 
(injúria versus número de insetos). Entretanto, na ausência ou dificuldade 
de determinação do valor numérico de insetos (localização interna ao 
órgão - raízes, caules, frutos, etc.) e, consequentemente, do número de 
insetos, a injúria ainda deve ser utilizada. Um exemplo, é a quantificação 
do número de canas brocadas denominada de índice de infestação por 
ocasião do levantamento do ataque da broca comum da cana-de-açúcar, 
Diatraea saccharalis. 
Resumidamente, o NC é variável pela variação do preço do produto 
(> preço < NC); custo de controle (> custo > NC); capacidade da praga em 
danificar a cultura (> capacidade < NC) e susceptibilidade da planta 
(cultura) à praga (> suscetibilidade < NC). 
 
• DETERMINAÇÃO DO NC e ND 
 
Basea-se no custo de controle (CC) 
 
CC = Vp x I x P x D 
 
Vp = valor esperado estimado da produção (R$/ha); 
I = injúria por inseto/área (% desfolha/inseto/ha); 
P = densidade do inseto/ha; 
D = dano por unidade de injúria do inseto/ha (% desfolha/redução na 
produção); 
 
 14
 
 
 
Mão-de-obra + materiais
+ equipamentos
C
us
to
 d
e 
co
nt
ro
le
 (C
C
)
CC
N
C
Demanda
Va
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V
N
C
Tempo
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Infestação
In
jú
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I
N
C
Injúria
D
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o
Nível de controle (NC)
N
C
D
NC = CC/VID
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A determinação do NC, além do custo de controle, adiciona-se a 
eficiência do método de controle. Como a principal tática de controle da 
praga, quando essa atinge o NC, é o controle químico. Assim, considera-se 
essa eficiência (K) > 80%. 
 
 CC 
NC = x K 
 Vp 
 
Ex.: Uma cultura com valor da produção estimado em R$ 12.000,00/ha 
(Vp), está sendo atacada por um inseto que causa 0,05% de desfolha das 
plantas quando na densidade de 1,0 inseto/planta/ha. Sabendo-se que 
0,05% de desfolha reduz a produção em 15 sacas/ha. O NC e ND estimado 
serão, considerando 90% de eficiência do método de controle: 
 
CC = R$ 12.000,00 x 0,05% x 1,0 inseto x 15 = 9.000,00 
 
 9.000,00 
NC = x 0,90 ≅ 0,7 inseto/planta 
 12.000,00 
 15
 
 
• NÍVEL DE DANO (ND) 
 
Corresponde a densidade populacional do organismo praga na qual 
ele causa prejuízo de igual valor ao custo de seu controle. 
 
Dano - é a perda em valor (R$), devido à utilização daquele hospedeiro, 
sendo mais frequente em campo como: quantitativa e qualitativa ou 
estética (focaliza a cultura e sua resposta às injúrias). 
 
Dano econômico - é a quantidade de injúria a qual justifica o custo da 
medida adotada para o controle da praga; 
 
Teoricamente, baseando-se em uma margem de segurança (Figura 
anterior), o NC é 70% do ND, isto é, se o NC = 0,8 inseto/planta; o ND é 
≅ 1,0 inseto/planta. 
 
Outra forma para a obtenção do ND, pode ser através do custo de 
manejo: Se o custo de aplicação do MIP em determinada cultura atinge 
uma cifra de R$500,00/ha, a implantação desse só será viável se 
proporcionar uma redução de perda do produto equivalente a este valor. 
 
Considerando uma cultura que seu produto é vendido por 
R$0,50/Kg, a perda aceitável na cultura seria de: 
 
Perda = R$500,00/ha ÷ R$ 0,50/Kg = 1000 Kg/ha 
 
Baseado no experimento abaixo, uma população média de 2,5 
insetos/planta causa o equivalente em perdas (1000 Kg), portanto o ND = 
2,5 insetos/planta e, NC = 1,75 insetos/planta (70%). 
 
Em um experimento, obtemos: 
 
Infestação do inseto-praga 
(inseto/planta) 
Redução da produção 
(Kg/ha) 
1 250 
1,5 400 
2,0 700 
2,5 1000 
3,0 2000 
 
 
 16
 
Também, podemos mediante os dados hipotéticos abaixo, determinar 
o ND para a lagarta-do-cartucho do milho (Spodoptera frugiperda): 
 
Idade da planta (dias) % de infestação % de redução na produção 
30 100 30 
45 100 20 
60 100 10 
 
Considerando que o custo de controle dessa praga corresponde a ≈ 
3% da produção, teremos o ND aos 45 dias de idade de plantas, sendo: 
 
 100% de infestação (45 dias) ............ 20% de perdas 
 ND .................................................... 3% de perdas (CC) 
 
ND = 15% de plantas atacadas nesta idade. Assim, o NC que corresponde 
a 70% do ND, será de 10,5% de plantas atacadas. 
 
Quando a praga é indireta, isto é, o ataque ocorre em uma das partes 
da planta provocando redução da produção (Ex.: desfolhadores), o cálculo 
do ND é: 
 
 Infestação (inseto/m. linear) Produção (Kg/ha) 
1 3.000 
1,5 2.500 
2,0 1.000 
2,5 800 
 
 
Considerando que o custo de controle (CC) para esta praga é R$ 
250,00/ha e o preço do produto a ser comercializado é R$ 0,50/Kg. O 
limiar de controle (LC) será: 
 
 LC = (CC/valor produção, Kg) = 250,00/ 0,50 = 500 
 
Como a unidade de ataque não corresponde a uma perda, o ND é 
dado pela relação do LC e o coeficiente angular da reta que representa a 
perda na produção causada pelo número de insetos atacando a planta (y = 
α + βx), em que x é o número de insetos. 
 17
 
 
 LC 
ND = 
 -(- β) 
Portanto, para o experimento acima, podemos determinar: 
 
 Σ x.y - (Σx . Σy)/N 
β = ; onde: 
 Σ x2 - (Σ x)2/N 
 
x, é o número de insetos; y, a produção e; N, o número de amostras. 
 
Realizando os cálculos, encontraremos β = - 357, 45. Assim, o ND será: 
 
ND = [LC/-(- β)] = [500 / -(-357,45)] ≅ 1, 40 insetos/ metro linear. 
 
Como o NC representa 70% do ND teremos então, para esta cultura e 
praga um NC ≅ 1,0 inseto/ metro linear. 
 
 
Outro Exemplo do ND para pragas indiretas 
 
Limiar de prejuízo = (C.C./Valor da cultura no mercado) 
 
Relação entre ataque ∼ prejuízo 
 
Prejuízo 
 indireta 
 
 indireta 
 ÿ = a + bx 
 Linear : ↑ infestação ∼ ↑ prejuízo 
 
 
 
 Infestação 
 
 
 
 18
 
 Produção 
 
 ÿ = produção 
 x = densidade da praga 
 ÿ = a - bx 
 
 
 
 
 Infestação 
 
 b = [Σxy-(ΣxΣy)/N] / Σx2 -(Σx)2/N 
b = - 225,49 
 
 
Preço: R$ 70,00 / sc de 60 Kg = R$ 1,16 Kg 
 
C. C. ∴ ? 3 pulverizações ∴ R$ 50,00 x 3 = C.C. R$ 150,00 
 
Limiar de prejuízo (Kg) = (CC/Valor) = (R$150,00/R$ 1,16) = 129,3 
(Kg) 
 
N. D. = Lp / - b 
 
 [Σxy-(ΣxΣy)/N] 
b = = - 225,49 
 Σx2 -(Σx)2/N 
 
N.D. = [129,3/-(-225,49)] = 0,57 insetos/ m linear 
 
 
 
Outra Forma para Cálculo do ND para Pragas Diretas 
 
Custo de controle é fixo, pois queremoseficiência 100% (≈ próximo) 
1% de frutos atacados = 1% de prejuízo 
 
ND = [(C.C. / Vp)*K] : 
 
C.C. = custo de controle. 
Vp = valor da produção 
K = eficiência da tática (C.Q.) 
 
Ataque - % Prejuízo - % Prod./ha Valor produção Prejuízo R$ C.C. 
1% 1% 500 cx 1 cx = R$ 5,0 (2500) 25,00 60,00 
 
N.D. = [(60,00 ÷2.500,00)*90] = 2,16% ∴ 30% de segurança 
 NC = 0.7*ND = 1,5% 
 
 19
 
 
• QUANDO “NÃO SE APLICA O NC E O ND” 
 
1. A amostragem é inviável economicamente; 
2. A prática de controle não funciona em tempo hábil (alto potencial 
biótico); 
3. Uma vez presente à injúria, não tem controle eficiente (transmissores de 
viroses); 
4. ND muito baixo, praticamente não possível adoção de NC (pragas de 
grãos armazenados, pragas causando perdas qualitativas); 
5. Quando a população é intensa (praga severa), flutuando sempre acima 
do ND (saúvas, barbeiro, etc.) 
 
LEMBRETE: qualquer tática de controle não aumenta a produção e sim 
reduz as perdas por qualquer fator. 
 
• NÍVEL DE NÃO-AÇÃO (NÑA) 
 
Corresponde a densidade populacional do inimigo natural capaz de 
controlar a população da praga. 
 
Na cultura do café quando, na amostragem, encontrarmos 60% das 
minas do bicho-mineiro, Perileucoptera coffeella (Lepidoptera: Lyonetidae), 
com sinais de predação por vespas (rasgaduras), não se aplica controle 
químico. Também, na cultura do algodão quando encontrarmos 70% das 
folhas amostradas com pulgão apresentando-se múmias (ninfas 
parasitadas), não se aplica o controle da praga, etc. 
 
 
• CONSEQUÊNCIAS DO ATAQUE DE PRAGAS ÀS PLANTAS 
 
Injúrias 
 
Injúria - é o efeito da atividade do organismo que é prejudicial ao 
hospedeiro (focaliza o inseto e sua ação); 
 
Dano – é a resposta da planta ao ataque da praga e, usualmente 
relacionado a perdas (valor monetário). 
 
Exemplos: A desfolha ocasionada pela lagarta do cartucho do milho, 
Spodoptera frugiperda caracteriza uma injúria – 5, 10, 20% de desfolha. Por 
outro lado, a redução na produção de 5% (em kilograma de milho) 
ocasionado por 20% de desfolha ocasionado pela lagarta, caracteriza o 
dano provocado pela infestação da praga. 
 20
 
 
Lesões ou alterações deletéricas causadas por insetos-praga nos órgãos ou 
tecidos das plantas: 
 
Aparelho bucal mastigador 
.Lesões em órgãos subterrâneos; 
.Roletamento de plantas; 
.Broqueamento (confecção de galerias em caules, frutos e grãos); 
.Surgimento de galhas; 
.Desfolha; 
.Confecção de minas (galerias surgidas nas folhas devido a destruição do 
mesófilo); 
.Vetores de doenças (viroses - alguns Chrysomelidae). 
 
Aparelho bucal picador sugador (fitossucívoras) 
.Sucção de seiva; 
.Introdução de toxinas; 
.Vetores de doenças (especialmente viroses). 
 
Resposta da planta aos sugadores 
.Retorcimento; 
.Amaralecimento; 
.Anormalidade no crescimento e desenvolvimento; 
.Secamento; 
.Mortalidade; 
.Queda de produção (especialmente aborto de partes reprodutivas); 
.Queda precoce de folhas e partes reprodutivas, etc. 
 
Fatores favoráveis à ocorrência de pragas 
1. Descaso com as táticas preventinvas de controle; 
2. Plantio de variedades suscetíveis ao ataque de pragas; 
3. Uso de monoculturas, reduzindo a diversidade no agroecossistema; 
4. Falta de rotação de culturas nos agroecossistemas; 
5. Plantio em regiões e épocas favoráveis à ocorrência das pragas, 
especialmente das pragas-chave da cultura; 
6. Plantio direto, em locais com histórico de infestação por insetos que 
atacam o sistema radicular; 
7. Adubação desequilibrada; 
8. Uso inadequado de agrotóxicos (dosagem, produto, época e metodologia 
de aplicação); 
9. Introdução de espécies de pragas exóticas; 
10. Manipulação do meio ambiente. 
 
 
 21
 
Problemas advindos do uso inadequado de inseticidas 
 
1. Redução da população dos inimigos naturais em níveis superiores ao das 
pragas: 
 
 .Inimigos naturais possuem maior mobilidade do que as pragas, 
tornando-os mais expostos aos agrotóxicos; 
 .Maior consumo de pragas contaminadas, pela facilidade de capturá-las 
(moribundas); 
 .Concentração da substância em níveis mais elevados na cadeia trófica; 
 .Sistema enzimático deficiente. 
 
Consequências da redução da população dos inimigos naturais 
 
.Resurgência de pragas (reaparecimento da praga nas safras 
subsequentes, oriunda de refúgios e de indivíduos sobreviventes, em 
níveis populacionais superiores aos da safra anterior); 
.Erupção de pragas (mudança de “status” de praga secundária, 
tornando-se praga chave). 
 
2. Quebra da cadeia alimentar. 
 
Consiste na redução da população de espécies fitófagas não pragas, 
que servem como fonte inicial de alimentação de predadores, os quais 
posteriormente serão essenciais no controle de pragas-chave. Exemplo 
disso é o que acontece na cultura do algodão quando se usa tratamento de 
sementes com inseticidas sistêmicos, diminuindo a população inicial de 
pulgões nas lavouras. Os pulgões abaixo do nível de controle funciona 
como fonte de alimento para a colonização de inimigos naturais de pragas-
chave (joaninhas, percevejos, bichos lixeiros, etc.) que irão posteriormente 
reduzir os problemas com as pragas-chave como o curuquerê-do-
algodoeiro, Alabama argilaceae e a lagarta-da-maçã, Heliothis virescens. 
 
3. Resistência de insetos aos inseticidas 
 
Consiste no aumento da tolerância das pragas a doses de um 
inseticida anteriormente considerado eficiente no seu controle. Isto ocorre 
devido a eliminação de indivíduos susceptíveis da população, fato que fará 
com que haja seleção de indivíduos que possuem carga genética para 
resistência à ação desse inseticida que antes exercia controle eficiente. 
 
Os mecanismos de resistência podem ser: 
 
.Alterações no alvo de ação do inseticida; 
 22
 
.Aumento da taxa de desintoxicação (degradação ou excreção) pelo inseto; 
.Redução da taxa de penetração do inseticida no corpo do inseto; 
.Resistência por comportamento (modificação no comportamento devido 
repelência do inseticida); 
 
Também pode ocorrer: 
 
.Resistência cruzada - quando a resistência induzida por um inseticida se 
estende a outro inseticida de igual modo de ação; 
 
.Resistência múltipla - quando a resistência se estende a inseticidas de 
modo de ação distintos. 
 
4. Alterações induzidas na fisiologia da planta, tornando-a mais 
susceptível à praga; 
 
5. Bioacumulação (acumulação no corpo de um organismo); 
 
6. Biomagnificação (acúmulo ao longo da cadeia alimentar); 
 
7. Resíduos no solo, água, ar e alimentos; 
 
8. Intoxicações agudas para o homem, fauna, flora e microorganismos. 
 
 
 
FILOSOFIA DO CONTROLE DE PRAGAS 
 
Tradicional 
 
Segundo essa filosofia, as medidas de controle (geralmente controle 
químico) devem ser adotadas seguindo um calendário de aplicação após 
plantio ou quando o organismo praga está presente, independentemente de 
outros fatores. Esta filosofia, e o seu uso, se deve entre outros fatores a 
falta de informações disponíveis para a maioria dos agroecossistemas e a 
simplicidade de sua adoção por técnicos e agricultores. 
 
Manejo Integrado de Pragas 
 
E uma filosofia de controle de pragas que procura preservar e 
incrementar os fatores de mortalidade natural, através do uso integrado 
dos métodos de controle selecionados com base em parâmetros 
econômicos, ecológicos e sociológicos. 
 
 23
 
GUIA PRÁTICO PARA CONFECÇÃO DO MIP 
 
I. Avaliação do Agroecossistema: 
 
I.1. Reconhecimento das pragas-chave e potencias pragas; 
I.2. Reconhecimento dos inimigos naturais ocorrendo na lavoura; 
I.3. Avaliação dos elementos climáticos associados a ocorrência de 
pragas e inimigos naturais; 
I.4. Acompanhamento da dinâmica populacional das pragas; 
I.5. Acompanhamento da dinâmica populacional dos inimigos naturais; 
I.6.Monitoramento da fenologia da planta versus a ocorrêcia das pragas 
e inimigos naturais. 
 
Ö Avaliação do agroecossistema 
 
9 Avaliação da população da praga (amostragem para previsão da 
densidade populacional da praga); 
 
9 Avaliação das populações dos inimigos naturais das pragas 
(amostragem para verificação de suas densidades populacionais); 
 
9 Estágio fenológico das plantas (verificação da suscetibilidade da cultura 
em cada estágio); 
 
9 Avaliação das condições climáticas (as quais podem determinar aumento 
ou decréscimo da população das pragas, inimigos naturais e eficiência 
dos métodos de controle). 
 
Agrossistema : manejo durante a safra 
Agroecossistema : manejo pleno (antes + durante + depois) 
 
Agroecossistema do Algodão 
 Agrossistema 
Antes do Plantio Durante Pós-Colheita 
• Preparo do solo 
• Cultura armadilha 
• Escolha da variedade ou 
cultivar 
• Tratamento de sementes 
• Tubo mata bicudo 
• Manipulação ambiental 
• Amostragem - NC e ÑÃ 
• Catação de botões florais e 
maçãs no solo 
• Reguladores de crescimento 
• Pulverizações químicas 
• Uso de feromônios 
• Controle biológico aplicado 
• Cultura soqueira 
• Vara isca 
• Destruição dos 
restos culturais 
• Tubo mata bicudo 
 
 
 
 24
 
 
II. Tomada de Decisão 
 
Nesta fase, tomaremos a decisão de controlar ou não as pragas com 
base nos seguintes componentes: 
 
Controlar ou Não 
 
⇒ Baseia-se nos componentes do agroecossistema 
 
 9 População da praga, quando iguais ou maiores que o NC; 
 
9 População de inimigos naturais - só tomaremos decisão de controlar as 
pragas se a densidade dos inimigos naturais estiver abaixo do NÑA; 
 
9 Estágio fenológico da cultura, considerar o grau de 
susceptibilidade daquele estágio; 
 
9 Condições climáticas, considerar o efeito das condições do clima (chuva, 
temperatura, insolação, etc.), afetando as populações da praga, inimigo 
natural e cultura; 
 
III. Escolha do Método de Controle 
 
É importante considerar os fatores técnicos, econômicos, ecológicos e 
sociológicos. 
 
9 Método cultural 
Emprego de práticas agrícolas, normalmente utilizadas no cultivo das 
plantas (práticas fitotécnicas), mas voltadas para o controle de pragas; 
 
9 Controle biológico 
Favorecer a ação de inimigos naturais na manutenção da densidade das 
pragas em nível inferior àquele que ocorreria na ausência desses atvavés 
de populações naturalmente ocorrendo nas lavouras ou através de 
liberações inoculativas ou inundativas; 
 
9 Controle químico 
Aplicação de substâncias químicas no controle de pragas (inseticidas, 
acaricidas, formicidas, fungicidas, raticidas, etc.); 
 
9 Controle por comportamento 
 25
 
Consiste no uso de substâncias (hormônios, feromônios, atraentes, 
repelentes, etc), que modifiquem o comportamento da praga de tal 
forma a reduzir sua população; 
 
9 Resistência de plantas 
Uso de plantas que devido as suas características hereditárias sofrem 
menor dano por pragas que outras em igualdade de condições 
(tolerância, não-preferência ou antibiose). Ou, plantando variedades 
geneticamente modificadas para resistência a pragas (Ex.: algodoeiro 
geneticamente modificado “Bollgard” resistente a lagartas); 
 
9 Métodos legislativos 
Leis e portarias relacionados a adoção de medidas de prevenção e 
controle de pragas; 
 
9 Controle mecânico 
Uso de técnicas que possibilitem a eliminação direta das pragas; 
 
9 Controle físico 
Consiste no uso de fogo, drenagem, inundação, temperatura e radiação 
eletromagnética, armadilha luminosa no controle de pragas; 
 
9 Método genético 
Esterelização (técnica do macho estéril). 
 
 
Métodos para avaliação da população de pragas e IN 
 
Para avaliação correta, das populações de pragas e inimigos naturais é 
necessário realizar amostragens. Para tanto, é necessário o 
desenvolvimento de pesquisas que permitem o uso de metodologia de 
avaliação populacional, plano de amostragem e tipo de caminhamento a ser 
adotado na amostragem. 
 
Absoluto 
 
Consistem na avaliação da população total existente em determinada 
área. Praticamente não é usado em entomologia agrícola devido ao tempo, 
mão-de-obra e gastos para a sua realização. 
 
Relativo 
 
Estima-se a população existente na lavoura através de uma amostra. 
 26
 
9 A estimativa pode ser feita através da contagem de indivíduos 
existentes numa amostra (Ex.: número de ácaros da falsa ferrugem, 
Phyllocptruta oleivora (Acari: Eriophyidae) por 1 cm2 de fruto; 
9 Uso de armadilhas, como é feito para moscas-das-frutas com frascos 
caça-moscas; pano de batida de 1m de comprimento estendido entre 
fileiras de soja para estimar a população de percevejos, etc. 
 
Ö Índices populacionais 
 
São realizadas avaliações a partir de produtos metabólicos (fezes, 
exúvias) e injúrias provocadas nas plantas. Como pode ser aplicado na 
contagem de minas de bicho mineiro do café, Leucoptera coffeella e traça-do-
tomateiro, Tuta absoluta. 
 
Plano de Amostragem 
 
Comum ou Convencional 
 
Baseia-se em número fixo de amostras a serem realizadas por unidade 
de área. Neste plano, para a amostragem ser representativa da realidade, 
tem que ocorrer uma distribuição espacial dos organismos semelhante à 
distribuição daqueles, na pesquisa, quando o plano foi estabelecido. 
Como exemplo, podemos mencionar o plano estabelecido para pragas da 
soja. 
 
 Unidade Amostral 
Área N
o de pontos 
amostrados Lagartas e percevejos Broca das axilas 
1 - 9 ha 
10 - 29 ha 
30 - 99 ha 
6 
8 
10 
Uma amostragem 
colocando-se o pano de 
batida entre as fileiras 
Exame de 10 plantas em 
cada ponto de amostragem 
 
Sequencial 
 
• O número de amostras a ser tomado é variável de tal forma a garantir 
uma boa precisão da amostragem; 
• Para tanto, são confeccionadas tabelas que possuem quatro colunas: a 
primeira coluna contêm o número de amostras, a segunda o limite 
inferior, a terceira a coluna para as anotações e a quarta coluna o limite 
superior (ver tabela abaixo); 
• A tomada de decisão depende da população da praga amostrada e, 
quando o valor acumulado for superior ou igual ao limite superior, a 
decisão é de controlar, se estiver num valor intermediário aos limites 
inferior e superior, deve-se continuar tomando amostras até que o 
 27
 
valor assume um dos limites ou atingem o número máximo de amostras 
determinado previamente. Por outro lado, se o valor encontrar-se no 
limite inferior, a decisão é de não controlar. 
• Este plano de amostragem além de trazer uma economia de tempo e 
esforço, em torno de 50%, em relação ao método anterior, apresenta 
maior precisão. 
 
Componentes de um sistema de amostragem 
 
1. Tipos de caminhamento 
2. Tamanho da amostra 
3. Tamanho da sub-amostra ou unidade amostral. 
 
Plano de amostragem sequêncial para o bicudo do algodoeiro, Anthonomus 
grandis (tabela com o número de amostras reduzidos de cinco em cinco 
amostras para simplificação didática). 
 
 No de botões atacados (contagem acumulativa) 
No de amostras Limite inferior (LI) Dados coletados1 Limite superior (LS) 
1 - - 
5 - - 
10 9 12 
15 13 16 
20 18 21 
25 23 26 
30 28 30 
34 31 34 
1Os valores são acumulativos. 
 
 
 
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO 
 
* * * * * * *
* * * * * * *
* * * * * * *
* * * * * * *
* * * * * * *
* * * * * * *
* 
*
*
*
**
*
*
*
*
 
 Regular Ao Acaso Agregada 
 Iδ < 1 Iδ = 1 Iδ > 1 
 
 28
 
O tipo de distribuição pode ser caracterizado através do 
 
 
Índice de Morisita: 
 
 Iδ = N [Σx2 - Σx / (Σx)2 - Σx] 
 
N = totalde amostras e, x = número de indivíduos nas amostras. 
Iδ = 1 ∼ distribuição é ao acaso (Poisson) 
Iδ > 1 ∼ distribuição agregada (Binomial negativa) 
Iδ < 1 ∼ distribuição regular ou uniforme (Binomial) 
 
O valor de Iδ deve ser testado pelo valor de “Fc” e “Ft” unilateral, com 
n1 = N - 1 e n2 = ∞ gl 
 
Fc = [Iδ (Σx - 1) + N - Σx]/ (N-1) 
 
Dependendo do tipo de dispersão, escolherá o tipo de caminhamento. 
 
 
⌦ Tipo de caminhamento 
 
Representa a forma de deslocamento para se fazer a amostragem. Os tipos 
mais usados para amostrar pragas e IN são: 
 
 
 
 
 
 em Zig-Zag em U em X por pontos 
 
Técnicas usadas na amostragem de insetos de importância agrícola 
 
a. Observações direta: 
.Contagem do número de indivíduos ou injúrias (Ex.: ácaros, pulgões, 
cochonilhas, cigarrinhas, minas e furos de oviposição ou alimentação, 
etc.); 
.Peneiramento e caladores em sacarias (pragas de grãos armazenados); 
.Lavagem do sistema radicular e contagem de insetos e larvas (sistema 
radicular); 
.Ensacamento da parte atacada a ser amostrada (mosca do sorgo, tripes 
em liliáceas, etc.). 
 
 29
 
b. Rede de varredura ou entomológica (puçá): 
.Captura e contagem (Ex.: cigarrinhas das pastagens, cigarrinhas dos 
citros, vaquinhas do feijoeiro, etc.); 
 
c. Iscas e armadilhas atrativas: 
.Parte da planta (Ex.: pseudocaule - moleque da bananeira; estipe - broca 
do olho do coqueiro; tolete de cana - cupins, etc.); 
.Alimento (frascos caça-moscas, taiuiá para vaquinhas, etc.); 
.Feromônio sexual (bicudo do algodoeiro, lagartas das maças e rosada, 
etc.); 
.Armadilha adesiva colorida (cigarrinhas, mosca-branca, etc.); 
 
d. Flotação: 
.Percevejo das gramíneas, grãos armazenados (diferença de densidade 
dos grãos atacados); 
 
 
e. Torrão de solo e trado: 
.Pragas de viveiros e lavouras (cupins, percevejo castanho, etc.); 
 
f. Pano de batida: 
.Pano branco de 1 m de comprimento e largura dependendo do 
espaçamento entre fileiras adotado para a cultura (lagartas, percevejos, 
etc.); 
 
g. Bandeja: 
.Sem água - insetos pequenos das partes superiores das plantas (pulgões, 
tripes, etc.); 
.Com água e fundo amarelo - atrai e captura insetos em vôo (tripes, 
pulgões, etc.); 
 
h. Armadilha luminosa: 
.Captura de insetos adultos fototrópicos positivos, principalmente, 
usadas para determinação da flutuação populacional; 
 
i. Coloração e RX: 
.Pragas internas às plantas ou partes dessas (pragas dos frutos, grãos 
armazenados, etc.). 
 
 
 
 
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