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Apostila Teoria Semiologia

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ABITEP – SEMIOLOGIA_ 
www.ConcursosDeOdontologia.com.br semiologia@abitep.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Ophir Ribeiro Jr 
 
 
 
 
ABITEP – SEMIOLOGIA_ 
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ABITEP – SEMIOLOGIA_ 
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3 
Considerações Gerais 
 
• Semiologia: estudo dos sinais e sintomas das doenças 
• Sinal patognomônico: exclusivo de determinada doença 
• Sintomatologia prodrômica ou pré-clínica: Sinais e sintomas característicos prévios a determinada lesão ou sinal 
específico (febre, náuseas, coceira). 
• Sintomatologia subclínica: sintomas e sinais inespecíficos. A doença não se manifesta, apenas apresenta estes 
sinais 
• Semiotécnica: técnica de coleta dos sinais e sintomas 
• Tratamento: 
 - Sintomático: para alívio de sintomas 
 - Etiológico: baseado no agente etiológico 
 - Prova terapêutica: baseado na hipótese diagnóstica. Quando bem sucedido, estabelece o diagnóstico definitivo 
 - Cirúrgico: intervencionista 
 
 
Normalidade, Variações da normalidade e Alterações de Desenvolvimento 
 
Língula do ducto de Stensen 
 
• Dobra mucosa de aspecto triangular com óstio no ápice 
• Localiza-se na face medial do bochecha, na altura do colo do 1° ou 2° molar superior 
 
Papilas Valadas 
 
• Maiores papilas gustativas 
• Dispostas em V, em número de 7 a 12, na raiz da língua 
 
Tonsila Lingual 
 
• Folículo linfático localizado no 1/3 posterior da língua, entre as papilas valadas e a epiglote 
• Compõe o anel linfático da faringe (Waldeyer) 
 
Grânulos de Fordyce 
 
• Glândulas sebáceas ectópicas 
• Raros em crianças. Tem aumento da incidência na puberdade 
• Pápulas amareladas com + 1mm de diâmetro, localizadas abaixo da mucosas labiais e jugais 
• Ocorrem em 80% da população 
 
Linha Alba 
 
• Hiperqueratose comum da mucosa jugal causada pelo atrito das superfícies vestibulares dos dentes, seguindo a 
linha de oclusão 
• Consiste em elevação linear, bilateral, assintomática, de coloração esbranquiçada na altura do plano oclusal 
 
Leucoedema 
 
• Resulta de edema intra-celular na camada espinhosa do epitélio oral 
• Coloração branco-acinzentada opaca e superfície enrugada. Desaparece quando distendida 
• Ocorre na mucosa jugal bilateralmente 
 
Pigmentação Melânica Fisiológica 
 
• Melanose oral 
• Tem distribuição simétrica e bilateral, sem alteração da arquitetura gengival 
• Prevalente na gengiva. Pode ocorrer na mucosa jugal, lábios e palato mole 
• Tem maior prevalência em negros e gestantes 
 
Varicosidades Linguais 
 
• Dilatação das veias sublinguais 
• Comum em idosos, geralmente naqueles com varizes em membros inferiores 
• Caracteriza-se por dilatação e tortuosidade venosa, com aspecto bolhoso de coloração vermelha escura ou 
azulada 
 
 
 
 
 
 
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Língua Geográfica 
 
• Glossite migratória 
• Alteração de desenvolvimento de etiologia incerta, que se caracteriza por despapilação lingual 
• Origem desconhecida. Relacionada com psicogênia, diabetes ou alergia 
• Consiste em áreas eritematosas, despapiladas, bem demarcadas, envoltas por borda esbranquiçada 
• Apresenta ciclos de surgimento e remissão espontânea 
• Tratamento: não necessário 
 
Língua Pilosa 
 
• Representa a hipetrofia e alongamento das papilas filiformes da língua e hiperqueratose, com deficiência da 
descamação normal 
• Causada por falta de atrito no dorso lingual – dietas líquidas ou por sondas 
• Pode estar associada a xerostomia 
• Geralmente assintomática, mas pode ocorrer prurido 
• A cor varia com os pigmentos (fumo, beterraba, cenoura) 
• Tratamento: orientações de higienização 
 
Língua Fissurada 
 
• Língua escrotal 
• Alteração de desenvolvimento comum em crianças. No adulto associa-se a higiene precária desnutrição 
e tabagismo 
• Caracteriza-se pela distribuição de sulcos pelo dorso lingual. Pode estar associada com ulceração e dor 
• Síndrome de Melkensson Rosenthal: língua fissurada, paralisia facial e granulomatose oro-facial 
• Tratamento: não necessário. Corticoterapia tópica em casos sintomáticos 
 
Glossite Rombóide Mediana 
 
• Atrofia papilar central da língua 
• Antigamente considerada distúrbio de desenvolvimento do tubérculo ímpar. Mostra associação com candidíase 
• Caracteriza-se por despapilação eritematosa e lisa na porção mediana e posterior do dorso lingual 
• Geralmente assintomática 
• Tratamento: não necessário. Terapia antifúngica para casos sintomáticos 
 
Nevo Branco Esponjoso 
 
• Alteração de desenvolvimeto transmitida geneticamente 
• Prevalente em indivíduos brancos 
• Geralmente presente ao nascimento. A maior expressão clínica ocorre na adolescência 
• Afeta as mucosas bucal, nasal e genital. Na boca, é mais frequente na mucosa jugal, bilateralmente. 
• Caracteriza-se por espessamento assintomático da mucosa, de coloração esbranquiçada e consistência 
esponjosa 
• Tratamento: não necessário 
 
Cisto Mucoso Sinusal 
 
• Fenômeno de extravasamento mucoso 
• Pode acometer qualquer seio paranasal 
• Mais freqüente nos seios maxilares de adultos jovens com alergia respiratória 
• Achado radiográfico com imagem em forma de cúpula 
• Geralmente assintomático 
• Tratamento: não necessário. Exérese em casos com disfunção sinusal 
 
Defeito de Stafne 
 
• Cisto ósseo estático ou latente 
• Variação da fóvea submandibular 
• Assintomático. Achado radiográfico 
• Caracteriza-se por radiolucidez abaixo do canal mandibular na região da fóvea 
• Preenchido por tecido glandular, adiposo ou vascular 
• Tratamento: não necessário 
 
* Questões de concursos públicos podem abordar variações de normalidade e alterações de desenvolvimento, como se 
fossem doenças que precisam de técnicas invasivas para diagnóstico e tratamento. Cuidado, pois na maioria das vezes 
são alterações diagnosticadas clinicamente ou com exames de imagem e não necessitam de tratamento. Veja o 
exemplo abaixo: 
 
 
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5 
1 - (Vunesp) Dentre as alternativas, assinale a que apresenta a conduta mais adequada diante de imagem tomográfica 
fortemente sugestiva de um defeito de Stafne na região posterior da mandíbula: 
 
a) Enxerto ósseo em bloco 
b) Reabilitação com implantes 
c) Enxerto ósseo particulado 
d) Enxerto conjuntivo 
e) Exame radiográfico periódico 
 
 
Lesões fundamentais 
 
• Conceito: alterações morfológicas básicas que representam a manifestação clínica das doenças 
 
• Classificação: 
 
 - Úlcera - Vesícula 
 - Erosão - Bolha 
 - Pápula - Pústula 
 - Nódulo - Mácula ou mancha 
 - Tumor - Placa 
 
Úlcera 
Conceito: perda do epitélio, com exposição do tecido conjuntivo 
Exemplos: afta e carcinoma espinocelular 
 
Erosão 
Conceito: Perda parcial do epitélio, sem exposição do tecido conjuntivo 
Exemplos: líquen plano erosivo e glossite migratória 
 
Pápula 
Conceito: Lesão sólida elevada e circunscrita, com diâmetro máximo de 5mm 
Exemplos: hiperplasia fibrosa focal (fibroma) e papiloma (< 5mm) 
 
Nódulo 
Conceito: Lesão sólida elevada, com diâmetro entre 5mm e 2cm 
Exemplos: hiperplasiafibrosa focal (fibroma) e lesão periférica de células gigantes 
 
Tumor 
Conceito: Lesão sólida elevada, com diâmetro maior que 2cm 
Exemplos: ameloblastoma, carcinoma mucoepidermóide central e adenoma pleomórfico 
 
Vesícula 
Conceito: Lesão elevada de conteúdo líquido, com diâmetro máximo de 3mm 
Exemplos: herpes simples e herpes zoster 
 
Bolha 
Conceito: Lesão elevada de conteúdo líquido, com diâmetro maior que 3mm 
Exemplos: mucocele e penfigóide 
 
Pústula 
Conceito: vesícula contendo pús 
Exemplos: foliculite e infecções odontogênicas 
 
Mancha ou Mácula 
Conceito: Alteração de coloração, circunscrita e plana 
Exemplos: nevo pigmentar e tatuagem por amálgama 
 
Placa 
Conceito: Lesão achatada, porém discretamente elevada em relação ao tecido adjacente. Representa uma coalescência 
de pápulas 
Exemplos: leucoplasia e líquen plano 
 
* Este assunto é importante no concurso público, pois muitas questões correlacionam as lesões fundamentais com seus 
respectivos conceitos ou com doenças que as exemplificam. Veja as questões abaixo: 
 
2 - (Vunesp) Assinale a alternativa que apresenta correspondência correta entre a lesão fundamental e sua definição: 
a) Pápula – lesão com alteração de cor, circunscrita e plana 
b) Tumor – lesão palpável com as mesmas características de uma vesícula, porém de maior volume 
c) Pústula – vesícula contendo pus 
d) Mácula – pequena lesão palpável, situada acima da superfície epitelial, sem apresentar alteração de cor 
 
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3 - (Vunesp) A lesão fundamental e o diagnóstico provável para a alteração da mucosa oral caracterizada por pequenas 
elevações com líquido no interior e tropismo pela região labial: 
a) Bolhas e herpes simples 
b) Vesícula e varicela 
c) Pápula e estomatite medicamentosa 
d) Vesícula e herpes simples 
e) Pápula e úlcera aftosa recorrente 
 
 
Fisiopatologia das lesões 
 
Considerações Gerais 
 
• Dois grandes grupos: inflamatórias e proliferativas 
• Tipos de inflamação: aguda e crônica (não-granulomtosa, granulomatosa e pseudo-granulomatosa) 
• Excetuando-se as doenças exclusivamente inflamatórias e relacionadas com atrofia tecidual, a fisiopatologia das 
lesões bucais geralmente envolve proliferação celular 
• Tipos de alterações proliferativa: hiperplasia, hamartmoma, coristoma, displasia, neoplasia, teratoma 
 
 
Hiperplasia 
 
• Representa crescimento tecidual pelo aumento do número celular 
• Não tem capacidade de crescimento autônomo. É autolimitado 
• A evolução é iniciada por um estímulo identificável. Sua remoção pode gerar involução 
• Ex: hiperplasia fibrosa inflamatória, hiperqueratose 
 
 
Hamartoma 
 
• Representa proliferação dismórfica dotecido original da região 
• Acompanha o desenvolvimento do tecido original, com crescimento autolimitado ou involução 
• Nos tecidos moles é tratado por excisão local* e no osso por enucleação (* restrição nas lesões vasculares) 
• Ex: Hemangioma, linfangioma e odontoma 
 
 
Coristoma 
 
• Representa proliferação de tecido normal, porém não original da região (tecido ectópico) 
• Diferencia-se do hamartoma pela ectopia do tecido 
• Ex: grânulos de Fordyce, cisto oral originário de epitélio gastrointestinal (raro) 
 
 
Displasia 
 
• Representa proliferação caracterizada pela perda da uniformidade celular: núcleos grandes ou 
hipercromáticos e variação de forma (pleomorfismo) 
• A evolução é iniciada por um estímulo oncogênico. Sua remoção geralmente interrompe o processo 
• Pode evoluir para neoplasia maligna 
• Ex: Algumas leucoplasias 
 
* Atenção: o termo “displasia” pode ser utilizado nos concursos públicos para indicar processo de malignização ou 
degeneração maligna “in situ”. Portanto, se forem solicitadas características de natureza maligna em um exame 
histopatológico, o termo “displasia” deve ser considerado. Caso sejam cobradas características benignas, alternativas 
com esse termo devem ser evitadas. Veja o exemplo a baixo: 
 
 
4 - (Hospital Universitário Pedro Hernesto/RJ) Um paciente do sexo masculino, branco, de 52 anos, realizou biopsia de 
uma lesão branca na língua e o exame revelou que a mesma era uma leucoplasia benigna. Assim sendo, foram 
encontradas: 
 
a) Acantose, hiperortoceratose e displasia 
b) Hiperparaceratose, displasia e acantose 
c) Hiperparaceratose, acantose e hiperortoceratose 
d) Displasia, hiperparaceratose e hiperortoceratose 
 
 
 
 
 
 
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Neoplasia 
 
• Representa crescimento tecidual novo por proliferação celular contínua, autônoma e descontrolada, não 
responsiva aos mecanismos de controle proliferativo 
• Sua iniciação é resultados de alterações genéticas em uma única célula (geralmente) 
• Classificação quanto à natureza: benigna ou maligna 
 
 Benigna Maligna 
Evolução lenta rápida 
Tipo de crescimento expansivo, podendo ser invasivo infiltrativo 
Ulceração infrequente frequente 
Consistência flácida ou firme endurecida 
Mobilidade móvel fixo 
Presença de cápsula sim, podendo ser incompleta não 
Metástase não sim 
Presença de células e 
mitoses atípicas não sim 
 
Tratamento Cirúrgico 
Cirúrgico, radioterápico, 
quimioterápico ou combinação 
destes 
Cirurgia Enucleação ou ressecção (doenças invasivas) Ressecção 
Prognóstico Bom Ruim. Depende da evolução 
Terminologia Célula + sufixo “oma” Célula + prefixos ou sufixos “carcinoma” ou “sarcoma” 
Exemplos Ameloblastoma, osteoma, lipoma, adenoma pleomórfico 
Carcinoma espinocelular, 
adenocarcinoma, sarcoma de 
Ewing, condrossarcoma 
 
* Questões de concurso podem solicitar exemplos de neoplasias benignas e malignas. A regra de terminologia 
apresentada no quadro acima pode ajudar, desde que sejam tomadas as precauções com algumas exceções. Estas 
incluem neoplasias malignas terminadas com “oma”: melanoma, linfoma, plasmocitoma, mieloma, cilindroma. A 
leucemia também representa doença maligna, originada do sistema hematopoiético, e não se enquadra nas regras de 
terminologia neoplásica. 
 
5 - (Provão/MEC) São tumores benigno e maligno, respectivamente: 
a) Fibroma ossificante e ameloblastoma 
b) Fibroma ossificante e osteossarcoma 
c) Mieloma múltiplo e mixoma odontogênico 
d) Condrossarcoma e osteoblastoma 
e) Ameloblastoma e mixoma odontogênico 
 
 
 
 
 
 
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Teratoma 
 
• Representa neoplasia verdadeira, originada pelos três folhetos embrionários 
• Geralmente mostram em seu interior: cabelo, dentes, ossos e glândulas intestinais 
• Podem ocorrer no pescoço, maxilares e assoalho bucal 
• Ex: teratoma cístico benigno do ovário 
 
 
Biopsia e citologia esfoliativa 
 
Biopsia 
 
• Conceito: remoção de fragmento tecidual de um indivíduo vivo, com o propósito de diagnóstico definitivo 
• Classificação: 
 - Biopsia incisional 
 - Biopsia excisional 
 - Biopsia por aspiração (punção aspirativa por agulha fina - PAAF) 
 
Biópsia Incisional 
 
• Remoção de parte da lesão 
• Permite exame histopatológico 
• Deve incluir fragmento representativo da lesão 
• Indicações: 
– Lesões com suspeita de malignidade 
– Úlceras sem causa evidente com mais de 14 dias 
– Lesões supostamente “inflamatórias” que não cessam após tratamento 
– Lesões amplas ou múltiplas 
 
• Técnica cirúrgica: 
 - Incisão em forma de cunha 
 - Profundidade adequada 
 - Abrangência de tecido sadio 
 - Hemostasia 
 - Sutura 
 
• Azul de Toluidina: 
 - Corante tecidual 
 - Tropismo por DNA 
 - Indica atividade celular• Punch: incisão circular. Padroniza profundidade e diâmetro 
 
Biopsia Excisional 
 
• Remoção completa da lesão 
• Permite exame histopatológico 
• Indicações: 
– Lesões pequenas 
– Lesões com características benignas 
– Lesões isoladas 
– Demais lesões após biópsia incisional 
 
• Técnica cirúrgica: 
 - Incisão em forma de cunha 
 - Abrangência de tecido sadio 
 - Hemostasia 
 - Sutura 
 
• Instrumental: 
Biopsias incisional e excisional 
 - Bisturi ou punch 
 - Pinças para preensão de tecido (dente de rato, Allis...) 
 - Pinças hemostáticas 
 - Tesouras 
 - Curetas 
 - Descoladores 
 - Porta agulhas 
 - Fios e agulhas de sutura 
 - Solução fixadora (formol a 10%) – 10 vezes o volume da peça 
 
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Biopsia por Aspiração (PAAF) 
 
• Remoção de parte da lesão (diferente de punção aspirativa) 
• Permite, com maior frequência, exame citológico. Exame histopatológico é conseguido em alguns casos. 
• Indicações: 
– Lesões profundas com suspeita de malignidade 
– Dificuldade de acesso 
– Neoplasias de glândulas salivares e tireóide 
– Suspeita de metástase linfonodal 
 
• Técnica cirúrgica: 
 - Punção com agulha fina 
 - Pressão negativa, rotação do eixo de 
 inserção e movimentos de vai e vem 
 - Retirada do tecido da luz da agulha 
 
 
Punção Aspirativa 
 
• Manobra de semiotécnica 
• Aspiração de conteúdo fluido, semi-fluido e purulento 
• Permite dosagem protéica, exame citológico e cultura bacteriana. Não permite exame histopatológico 
• Indicações: 
 - Lesões intra-ósseas radiolúcidas (diagnóstico diferencial com lesões vasculares e sólidas) 
 - Lesões com conteúdo purulento 
 
• Técnica cirúrgica: 
 - Punção com agulha calibrosa 
 - Pressão negativa contínua 
 - Retirada do material da luz da agulha (caso exame complementar seja necessário) 
 
 
Citologia Esfoliativa 
 
• Conceito: exame de esfregaço de material colhido por raspagem superficial, que objetiva aferir o grau de 
malignidade, as características celulares e a presença de microrganismos. Avalia células individualmente. 
• Indicações: 
 - Inoportunidade cirúrgica para biopsias 
 - Lesões vesículo-bolhosas (suspeita de pênfigo) – por demonstrar as células de Tzank 
 - Lesões cancerizáveis ou com suspeita de malignidade 
 
• Instrumental: 
- Espátula metálica 
- Lâminas de vidro marcadas 
- excipiente adequado 
- Substância fixadora (álcool absoluto) 
 
 
• Interpretação 
 Escala de Papanicolau e Traut 
– Classe 0: material insuficiente 
– Classe I: células normais 
– Classe II: células atípicas sem evidências de malignidade 
– Classe III: células sugestivas de malignidade 
– Classe IV: células fortemente sugestivas de malignidade 
– Classe V: células malignas 
 
 
Câncer Bucal e Lesões Cancerizáveis 
 
Câncer 
 
• Cancrum = caranguejo. Neoplasia maligna 
• Produto final da proliferação nova e descontrolada de uma célula que sofreu modificação genética 
• Classificação: carcinoma (epitelial) e sarcoma (conjuntivo) 
• Características: crescimento rápido e infiltrativo, acompanhado de angiogênese. Promove metástases 
 - carcinoma: metástase linfática 
 - sarcoma: metástase sanguínea 
• Câncer prevalente na boca: carcinoma espinocelular (90%) 
 
 
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Carcinoma Espinocelular 
 
• Carcinoma epidermóide ou carcinoma de células escamosas 
• Neoplasia maligna oriunda da camada espinhosa do epitélio 
• Etiologia: 
 - Predisposição genética 
 - Fatores oncogênicos: cigarro, radiação, álcool, vírus 
 - Condições cancerizaveis 
• Maior frequência em homens tabagistas 
• Prevalência no lábio inferior, na borda lateral da língua e no soalho da boca 
• Inicia-se como placa branca ou úlcera rasa e indolor que não cicatriza 
• Evolui para ulceração necrótica dolorosa, de borda elevada, endurecida e fixa 
• Provoca linfoadenopatia endurecida e fixa 
• Diagnóstico: exame histopatológico 
 
 
* Questões de concurso abordam com relativa frequência a prevalência de localização do carcinoma espinocelular. 
Fique atento(a) ao enunciado, pois em algumas situações a questão está excluindo o lábio inferior. Isso geralmente 
acontece quando o enunciado indica prevalência dentro da boca, pela utilização de termos como “câncer bucal” ou 
“câncer intrabucal”. As questões abaixo exemplificam situações onde o lábio inferior está incluído e excluído, 
respectivamente. Repare que o enunciado da questão 6 não refere nenhuma informação relacionada à cavidade bucal. 
 
6 - (Parati/RJ) O carcinoma de células escamosas ocorre com mais frequência nas seguintes regiões: 
a) Lábio e língua 
b) Língua e bochecha 
c) Assoalho de boca e lábio 
d) Bochecha e assoalho de boca 
 
7 - (Queimados/RJ) O sítio preferencial do câncer bucal é: 
a) Assoalho bucal 
b) Língua 
c) Mucosa jugal 
d) Lábios 
 
• Tratamento: ressecção, esvaziamento cervical e radioterapia 
• Estadiamento – “sistema TNM” 
 
 T (tamanho) 
1: T < 2 cm 
2: 2 cm < T < 4 cm 
3: T > 4 cm 
 N (nódulo linfático metastático) 
0: ausência de nódulos palpável (sem suspeita) 
1: nódulos homolaterais móveis 
2: nódulos bilaterais ou contralaterais móveis 
3: nódulos fixos 
 M (metástase distante) 0: metástase ausente 1: metástase presente 
 
 
• Complicações da radioterapia: 
 - Xerostomia 
 - Candidíase 
 - Cárie de radiação 
 - Mucosite 
 - Osteorradionecrose 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Condições e Lesões Cancerizáveis 
 
• Condição cancerizável: doença sistêmica predisponente. Ex: AIDS, síndrome de Plummer-Vinson, avitaminoses 
e xeroderma pigmentoso 
• Lesão cancerizáveis: lesões com potencial aumentado para malignização. Ex: queilite actínica, leucoplasia, 
eritroplasia, fibrose submucosa por fumo de betel, estomatite nicotínica e líquen plano 
 
Queilite Actínica 
 
• Alteração epitelial do vermelhão do lábio inferior induzida por radiação solar 
• Prevalência em leucodermas 
• Caracteriza-se por placas atróficas eritematosas, com áreas de coloração amarelada ou branca 
• Taxa de malignização: 6-10% 
• Diagnóstico: exame histopatológico (suspeita de câncer) 
• Tratamento: proteção solar. Excisão local ou vermelhonectomia (casos irreversíveis) 
 
 
Leucoplasia 
 
• Lesão branca que não pode ser classificada como nenhuma outra lesão 
• Fatores predisponentes: cigarro, álcool, irritações crônicas, candidíase e alguns vírus (HPV e EBV) 
• Taxa de malignização: 4-6% 
• Caracteriza-se por placa branca não removível, frequente na mucosa jugal, língua, soalho da boca e gengiva 
• Diagnóstico: exame histopatológico 
• Tratamento: eliminação de fatores predisponentes ou excisão cirúrgica 
 
Eritroplasia 
 
• Lesão vermelha que não pode ser classificada como nenhuma outra lesão 
• Fatores predisponentes: cigarro, álcool, irritações crônicas, candidíase e alguns vírus (HPV e EBV) 
• Variação: eritroleucoplasia 
• Taxa de malignização: 30-90% 
• Caracteriza-se por mácula vermelha, frequente na língua e soalho da boca 
• Diagnóstico: exame histopatológico 
• Tratamento: eliminação de fatores predisponentes ou excisão cirúrgica (mais frequente) 
 
 
Processos proliferativos não-neoplásicos e neoplasias benignas dos tecidos moles 
 
Papiloma Escamoso 
 
• Hiperplasia epitelial, possivelmente induzida pelo papilomavírus humano (tipo 6 e 11) 
• Lesão comum, com predileção por palato mole, língua e lábios 
• Apresenta-se como nódulo exofítico, indolor, de até 1cm, esbranquiçado e pediculado. Tem aspecto de couve-flor 
• Pode se assemelhar ao carcinoma verrucoso de Ackerman 
• Lesões laríngeas em fumantes crônicos – rara malignização 
• Tratamento: excisão cirúrgica 
 
 Hiperplasia Fibrosa 
 
• Hiperplasia induzida por trauma, com proliferação epitelial e fibrosa 
• Trauma por próteses mal adaptadas representa o principal fator etiológico 
• Caracteriza-se por nódulo pediculado ou séssil, que pode apresentar ulcerações 
• Ocorre nos rebordos alveolares (epúlide fissurada). Pode ocorrer nos lábios e bochechas (HF focal ou fibroma – 
“neoplasia” mais comum da boca) 
• Tratamento: eliminação do fator traumático e exérese 
 
 
Granuloma Piogênico 
 
• Lesão proliferativa com inflamação variada, secundária a fatores locais como trauma e má higiene 
• A terminologia é duplamente incorreta, pois não representa granuloma verdadeiro nem infecção piogênica 
• A gengiva interdental vestibular é o local mais frequente. Pode ocorrer na língua, lábio inferior e fora da boca 
• Caracteriza-se por nódulo avermelhado, de superfície irregular, ulcerada e sangrante. A superfície ulcerada é 
recoberta por fibrina 
• Apresenta incidência aumentada na gravidez. É chamado de “granuloma gravídico” 
• Tratamento: eliminação do fator irritante e exérese subperiosteal. O gravídico pode regredir após a gestação 
 
 
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12 
Fibroma Ossificante Periférico 
 
• Lesão proliferativa reacional a fatores locais 
• Localização exclusiva na gengiva, em especial na papila interdental da região anterior 
• Caracteriza-se por nódulo avermelhado ou rósea, de base geralmente séssil. Ulcerações são pouco frequentes 
• Radiograficamente, pode revelar áreas de ossificação 
• Tratamento: eliminação do fator irritante e exérese subperiosteal 
 
Lesão Periférica de Células Gigantes 
 
• Granuloma periférico de células gigantes 
• Lesão proliferativa reacional a fatores locais. Provável origem em osteoclastos presentes no ligamento 
periodontal e no periósteo 
• Localização exclusiva na gengiva e rebordo alveolar 
• Caracteriza-se por nódulo avermelhado ou arroxeado, de base séssil ou pediculada. Pode apresentar ulceração 
• Causar reabsorção óssea em forma de “taça” 
• Tratamento: eliminação do fator irritante e exérese subperiosteal 
 
 
* Questões de concurso podem abordar o diagnóstico diferencial entre o granuloma piogênico e a lesão periférica de 
células gigantes, sendo que o aspecto enfocado geralmente é a localização gengival. Lembre-se que apenas a primeira 
é exclusiva desta região. Veja o exemplo abaixo: 
 
8 - (Hospital Universitário Pedro Hernesto/RJ) O granuloma que apresenta como característica ocorrer sempre na 
gengiva ou processo alveolar é o: 
a) De células gigantes 
b) Eosinófilo 
c) Traumático 
d) Piogênico 
e) Dentário 
 
 
Neurofibroma 
 
• Neoplasia benigna mista dos nervos periféricos originária de células de Schwann e fibroblastos 
• Mais frequente em adultos jovens 
• Prevalente na pele. Pode afetar língua, mucosa jugal e complexo maxilomandibular (intra-ósseo) 
• Caracteriza-se por nódulo endofítico firme, de tamanho variado, indolor, de coloração normal e base séssil 
• Lesões intra-ósseas provocam dor e parestesia 
• Tratamento: excisão local ou curetagem (lesões ósseas) 
• Neurofibromatose ou doença de von Recklinghausen: 
 ð Autossômica dominante 
 - Neurofibromas multifocais 
 - Manchas café com leite na pele 
 - Sardas axilares (sinal de Crowe) 
 - Manchas castanhas na íris (sinal de Lisch) 
 - Neurofibrossarcoma ou schwannoma maligno (5% dos casos). Malignização de neurofibromas 
 
 
Lipoma 
 
• Neoplasia benigna de adipócitos 
• Mais frequente em adultos 
• Pode ocorrer na mucosa jugal, vestíbulo, língua, soalho da boca e lábios. Também ocorre na parótida 
• Caracteriza-se por nódulo flácido de tamanho variado, indolor, róseo ou amarelado, de base séssil ou 
pediculada 
• Tratamento: enucleação 
 
 
Hemangioma e Malformações Vasculares 
 
• Tumores natais ou neonatais (hamartomas) 
• Hemangioma: tem proliferação endotelial (massa celular) e sofre involução gradual 
• Malformação vascular: não tem proliferação endotelial e não involui. Conceitualmente natal 
• Tumores mais comuns da infância, com predileção feminina 
• Na face, acomete pele, lábios e língua. Pode ser intraósseo 
• Caracteriza-se por mancha (nevo flâmeo) ou nódulo indolor, vermelho ou arroxeado. Mostra-se (+) na 
vitropressão e punção aspirativa 
• Tratamento: escleroterapia (oleato de etanolamina), crioterapia ou cirurgia com embolização prévia (24-48 horas) 
 
 
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13 
Doenças não-neoplásicas das glândulas salivares 
 
Mucocele 
 
• Fenômeno de extravasamento de muco por ruptura ductal em glândula menor 
• Relacionado com trauma 
• Freqüente em crianças 
• Caracteriza-se por tumefação indolor em forma de cúpula, com diâmetro médio de 1cm 
• Mostra coloração normal ou violácea e consistência flutuante 
• Ocorre em lábio inferior, ventre lingual ou mucosa jugal. Raro no lábio superior 
• Tratamento: exérese com a glândula 
 
 
Rânula 
 
• Extravasamento de muco resultante de ruptura do sistema ductal 
• Oriunda da glândula sublingual (95%) 
• Caracteriza-se por tumefação unilateral do soalho da boca, indolor, com 3 a 6cm 
• Mostra coloração normal ou violácea e consistência flutuante 
• Variante mergulhante: tumefação sublingual e cervical 
• Tratamento: 
 - Rânula: marsupialização 
 - Rânula mergulhante: sialoadenectomia 
 
 
Sialometaplasia Necrotizante 
 
• Condição inflamatória destrutiva das glândulas salivares, por provável isquemia e infarto 
• Predileção pela região posterior do palato duro (75%) 
• Pode estar relacionada com injeções anestésicas 
• Manifesta-se como úlcera de evolução rápida, de bordos elevados e endurecidos, base acinzentada e halo 
eritematoso 
• Pode ser bilateral ou única na região mediana 
• Diagnóstico: exame histipatológico, para excluir carcinoma 
• Tratamento: não necessário 
 
 
Sialolitíase 
 
• Doença inflamatória e obstrutiva provocada por cálculo salivar ou sialólito 
• Classificação: ductal e parenquimal 
• Mais frequente na glândula submandibular e também afeta as glândulas menores 
• Sintomas são dor e inchaço nas refeições 
• Pode provocar eritema local, descarga purulenta ductal e outros sinais de infecção 
• O grau de calcificação varia. Pode não apresentar imagem radiográfica 
• Diagnóstico: radiografia convencional, sialografia ou tomografia computadorizada 
• Tratamento: 
 - Sialolitíase ductal: sialolitectomia ou sialoadenectomia (infecção recorrente) 
 - Sialolitíase parenquimal: sialoadenectomia 
 
 
Parotidite Bacteriana 
 
• Infecção retrógrada da parótida, geralmente por Staphylococcus aureus 
• Relacionada com sialolitíase, tampões mucosos, redução do fluxo salivar e síndrome de Sjögren 
• Caracteriza-se por aumento de volume flogístico, doloroso, com descarga purulenta pelo ducto. Acompanhado 
de febre 
• Diagnóstico: clínico, hematológico e imaginológico (sialografia contra-indicada) 
• Tratamento: cefalexina ou amoxicilina com clavulanato de potássio (se bactéria produtora de betalactamase). 
Drenagem se necessário 
 
 
Caxumba 
 
• Infecção das glândulas salivares, causada pelo Paramixovirus 
• Contágio por perdigotos, com incubação de 14 a 21 dias 
• Prevalente em crianças ou adultos imunossuprimidos 
• Sinais prodrômicos incluem febre baixa, cefaleia e mialgia 
• Caracteriza-se por aumento glandular, não-flogístico, doloroso, geralmente bilateral e com baixo fluxo salivar 
 
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• A glândula parótida é a mais envolvida 
• Epididimorquite ocorre em 25% dos homens 
• Pode causar meningite e pancreatite 
• Diagnóstico: dosagem de anticorpos, amilasemia e hemograma 
• Tratamento: terapia de suporte 
 
 
Neoplasias das glândulas salivares 
 
Considerações Gerais 
 
• A maior parte tem natureza benigna 
• Frequência de localização: parótida (64-80%), glândulas menores, submandibulares e sublinguais (1%) 
• Neoplasias benignas: prevalência nas parótidas 
• Neoplasias malignas: prevalência nas glândulas sublinguais e menores (palato e lábio superior) 
• O adenoma pleomórfico é a neoplasia mais frequente em todas as glândulas, com exceção da sublingual 
• O carcinoma mucoepidermóide e o carcinoma adenóide cístico são as neoplasias malignas mais comuns. A 
segunda é a mais frequente da glândula sublingual 
 
 Neoplasias de Glândulas Salivares 
 Benignas Malignas 
• Adenoma pleomórfico 
 (tumor misto) 
• Cistoadenoma papilífero 
 linfomatoso 
 (tumor de Warthin) 
• Mioepitelioma 
• Adenoma de células basais 
• Adenoma canalicular 
• Adenoma sebáceo 
• Oncocitoma 
• Papilomas ductais 
• Cistoadenoma papilar 
• Carcinoma ex-adenoma pleomórfico 
 (tumor misto maligno) 
• Carcinoma adenóide cístico (cilindroma) 
• Carcinoma (tumor) mucoepidermóide 
• Adenocarcinoma (tumor) de céls. acinares 
• Adenocarcinoma polimorfo de baixo grau 
• Adenocarcinoma de células basais 
• Carcinoma epitelial-mioepitelial 
• Carcinoma do ducto salivar 
• Carcinoma sebáceo 
• Carcinoma de células claras 
• Carcinoma oncocítico 
• Carcinoma de células pequenas 
 
* Questões de concurso podem solicitar exemplos de neoplasias benignas e malignas de glândula salivar. A regra de 
terminologia é útil e a única exceção constitui o “cilindroma”, sinônimo de “carcinoma adenóide cístico”. Contudo, você 
deve estar atento(a) aos possíveis sinônimos que se iniciam com a palavra “tumor” (quadro acima), pois podem 
representar neoplasias benignas e malignas. Veja a questão abaixo: 
 
9 - (Provão/MEC) São tumores benignos e malignos de glândulas salivares, respectivamente: 
a) Tumor misto e adenoma pleomórfico 
b) Tumor de células acinares e adenocarcinoma 
c) Adenoma pelomórfico e carcinoma mucoepidermóide 
d) Cilindroma e adenoma pelomórfico 
e) Cilindroma e tumor misto 
 
• Difícil diagnóstico diferencial clínico. Neoplasias malignas parotídeas podem causar paralisia facial 
• Diagnóstico: exame histopatológico e imunoistoquímico (em alguns casos) 
• Tratamento: 
- Neoplasias benignas: enucleação (glândulas menores), sialoadenectomia total ou parcial (lobo superficial da parótida) 
- Neoplasias malignas: sialoadenectomia com ou sem radioterapia 
 
Adenoma Pleomórfico 
 
• Tumor misto benigno 
• Neoplasia de células ductais e mioepiteliais 
• Prevalência em adultos jovens e mulheres 
• Representa 90% das neoplasias salivares 
• Maior frequência na parótida e no palato 
• Caracteriza-se por tumoração firme, móvel e indolor. Alcança grandes proporções 
• Pode ser multifocal (na mesma glândula) 
• Malignização ocorre em 5%, geralmente em lesões recorrentes (carcinoma ex-adenoma pleomórfico ou tumor 
misto maligno) 
 
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Doenças auto-imunes 
 
Ulcerações Aftosas 
 
• Doença multifatorial, com participação autoimune mediada por células T. Ataca a mucosa 
• Predileção pelo sexo feminino 
• Caracteriza-se por ulcerações dolorosas, com halo eritematoso e superfície necrótica amarelada 
• Evolução autolimitante e recorrente 
• Classificação: menor, maior e herpetiforme 
• Menores: afetam mucosas não-queratinizadas, medem 3-10mm e duram 7 a 14 dias 
• Maiores: extensivas às mucosas queratinizadas, medem 1-3cm, duram 2-6 semanas e podem deixar cicatrizes 
• Herpetiformes: afetam geralmente mucosas não-queratinizadas, medem 1-3mm e duram 7-10 dias. Podem 
ocorrer até 100 lesões 
 
 
* A classificação das ulcerações aftosas é frequentemente abordada em questões cujo enunciado apresenta um caso 
clínico. Preste atenção, pois a chave da questão estará no enunciado. As respostas geralmente apresentam outros tipos 
de afta ou doenças ulcerativas importantes no diagnóstico diferencial, justamente para causar confusão. Veja o exemplo 
na questão abaixo: 
 
 
10 - (Hospital Universitário Pedro Hernesto/RJ) Mulher de 25 anos apresenta-se com queixa de uma ulceração dolorosa 
na língua, com duração de 3 semanas. A úlcera tinha 1,5 cm de diâmetro, sendo que a paciente já tivera outra 
semelhante há um ano, na mucosa da bochecha, que cicatrizou sem tratamento, deixando uma pequena marca. Este 
quadro é característico de: 
a) Herpangina 
b) Pênfigo vulgar 
c) Herpes simples 
d) Líquen plano erosivo 
e) Afta maior 
 
 
• Síndrome de Behçet: ulcerações semelhantes a aftas nas mucosas bucal e genital, eritema nodoso cutâneo, 
lesões oculares e artrite 
• Diagnóstico: clínico 
• Tratamento: corticoterapia tópica e higiene bucal 
 
 
Líquen Plano 
 
• Líquen (plantas primitivas compostas por algas e fungos); plano (planus do latim = chato) 
• Doença inflamatória crônica mediada por linfócitos T, de envolvimento mucocutâneo. Ataca o epitétio 
• Afeta pessoas de meia idade, com maior frequência em mulheres (3:2) 
• As lesões cutâneas são pápulas ou placas pruriginosas de cor púrpura, geralmente em áreas flexoras dos 
membros 
• As lesões bucais mais frequentes são pápulas brancas que coalescem formando uma rede - Estrias de Wickham 
• Tipos clínicos: reticular, em forma de placa, erosiva, atrófica e bolhosa 
• Afeta mucosa jugal, lingua e gengiva 
• Potencial de malignização (1%) 
• Diagnóstico: clínico ou histopatológico 
• Tratamento: corticoterapia tópica ou sistêmica, apenas nos sintomáticos 
 
 
Pênfigo Vulgar 
 
• Tipos de Pênfigo: vulgar (90-95%), vegetante, eritematoso e foliáceo (doença do fogo selvagem) 
• Doença inflamatória bolhosa que ataca os desmossomas, provocando acantólise 
• Afeta adultos de meia idade, sem predileção sexual 
• Caracteriza-se por bolhas mucocutâneas, que se rompem deixando erosões dolorosas. Começa nas mucosas, 
com raro envolvimento ocular 
• Lesões bucais afetam musosa jugal, lábios, palato, língua, assoalho da boca e gengiva 
• Diagnóstico: exame histopatológico e imunofluorescência 
• Tratamento: corticoterapia sistêmica 
 
 
* Um aspecto que pode ser abordado sobre o pênfigo é o teste de Nikolsky. Este constitui uma manobra de 
semiotécnica que se caracteriza pelo fricção da mucosa ou da pele, com posterior observação ou não de bolhas 
hemorrágicas e/ou ulcerações. A positividade para este teste caracteriza quadro compatível com pênfigo. Veja a 
questão abaixo: 
 
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11 - (Corpo de Bombeiros/RJ) Um paciente de 35 anos de idade se apresentou com queixa de formação de bolhas na 
cavidade bucal e na pele. Ao se esfregar a mucosa aparentemente normal do paciente, havia perda de epitélio, o que 
leva à suspeita de: 
 
a) Psoríase 
b) Esclerodermia 
c) Lúpus eritematoso 
d) Líquen plano 
e) Pênfigo vulgar 
 
 
Penfigóide Cicatricial 
 
• Doença inflamatória bolhosa que ataca a membrana basal, causando fenda subepitelial 
• Predileção por mulheres (2:1) e adultos 
• Caracteriza-se por bolhas mucocutâneas detectáveis e posteriores erosões dolorosas. Começa nas mucosas e 
afeta a conjuntiva ocular (risco de simbléfaro)• Lesões bucais afetam musosa jugal, lábios, palato, língua, assoalho da boca e gengiva 
• Diagnóstico: exame histopatológico e imunofluorescência 
• Tratamento: corticoterapia sistêmica e acompanhamento oftamológico 
 
 
Eritema Multiforme 
 
• Doença inflamatória mucocutânea aguda e autolimitante, com alvo imunológico inespecífico e etiologia incerta 
(vírus, medicamentos, alimentos) 
• Predileção por homens e jovens 
• Inicia com sintomas inespecíficos 
• Lesões cutâneas são redondas e eritematosas - “em alvo” 
• Lesões bucais evidenciam erosões irregulares e dolorosas, com superfície necrótica. Envolvimento bucal 
generalizado 
• Eritema multiforme maior (Síndrome de Stevens-Johnson): extensivo para mucosas ocular e genital 
• Diagnóstico: clínico 
• Tratamento: corticoterapia sistêmica 
 
 
Lupus Eritematoso 
 
• Doença inflamatória que ataca o colágeno 
• Predileção por mulheres (9:1) jovens 
• Classificação: sistêmico e cutâneo 
• O tipo sistêmico afeta rins, coração, pele e outros órgãos. Inicia com sintomas inespecíficos 
• Lesões cutâneas são placas discóides eritematosas e descamativas, em áreas de exposição solar (LE Discóide). 
Na face – “asa de borboleta” 
• Lesões bucais são liquenóides e ocorrem em 25% dos casos 
• Diagnóstico: conjunto de características clínicas e laboratoriais (FAN positivo, alterações hematológicas) 
• Tratamento: corticoterapia sistêmica 
 
 
Síndrome de Sjögren 
 
• Desordem crônica que ataca glândulas salivares e lacrimais 
• Classificação: primária e secundária 
• Predileção por mulheres de meia idade 
• Caracteriza-se por aumento glandular simétrico, xerostomia, candidíase, cárie, xeroftalmia e ceratoconjuntivite 
seca 
• Desenvolvimento de lesão linfoepitelial benigna de Mikulicz ou linfoma (risco 40 x maior) 
• Diagnóstico: clínico, histopatológico e sorológico (fator reumatóide, FAN ou outra evidência auto-imune) 
• Tratamento: terapia de suporte para xerostomia, xeroftalmia e suas consequências. Prevenção do linfoma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Doenças bacterianas não-granulomatosas 
 
 
Gengivite Ulcerativa Necrosante 
 
• Infecção de Vincent ou “boca de trincheira” 
• Etiologia: Fusobacterium nucleatum e Borrelia vincentii 
• Fatores predisponentes incluem estresse, tabagismo, higiene bucal precária, trauma e AIDS 
• Caracteriza-se por necrose dolorosa das papilas interdentais e da gengiva marginal, com pseudomembrana de 
coloração branca ou cinza 
• Sinais comuns incluem sangramento espontâneo, halitose e sialorréia. Pode provocar febre e linfoadenopatia 
• Diagnóstico: clínico 
• Tratamento: metronidazol e colutório oxidante 
 
 
* Um fator importante na GUNA é a pseudomembrana. Essa característica pode ser colocada em uma questão para 
diferenciar esta infecção de outras doenças inflamatórias que afetam a gengiva, como periodontites, candidíases 
atróficas e gengivites autoimunes. Fique atento(a) a doenças que também apresentam pseudomembranas, como 
candidíase pseudomembranosa, que pode ocorrer na gengiva sem exclusividade, e a difteria, que se manifesta na 
orofaringe. Abaixo observamos uma questão que aborda essa “pseudomembrana”: 
 
 
12 - (CETRO) Patologia que se manifesta por uma pseudomembrana branca ou amarelada, que quando removida 
ocasiona uma gengiva sangrante. O quadro descrito anteriormente relaciona-se com: 
a) Leucoplasia pilosa 
b) GUNA 
c) Periodontite pré-pubere 
d) Hiperplasia fibrosa inflamatória 
e) Candidíase eritematosa 
 
 
Estomatite Gangrenosa 
 
• NOMA (do grego nomein = devorar) 
• Infecção oportunista rara e agressiva 
• Etiologia: Fusobacterium nucleatum e Borrelia vincentii (principais) 
• Fatores predisponentes: má higiene oral, desnutrição, diabetes e imunodeficiências (AIDS) 
• Geralmente começa como GUN. Evolui para tecidos adjacentes, produzindo ulcerações gangrenosas extensas 
• As áreas de necrose apresentam coloração branco-amarelada ou marrom. Provoca febre e linfoadenopatia 
• Diagnóstico: clínico 
• Tratamento: Penicilina e metronidazol endovenoso (altas doses) e debridamento 
 
 
Actinomicose 
 
• Infecção bacteriana, apesar do nome. Ocorre em área previamente traumatizada ou acometida por processo 
patológico 
• Etiologia: Actinomyces israelii 
• Pode afetar amígdalas, língua, gengiva e lábios. O periápice pode ser acometido atravéz do canal radicular 
• Caracteriza-se por aumento de volume endurecido e flogístico, de evolução lenta, sem invasão dos espaços 
fasciais. Abscesso e fistulização múltipla ocorrem na mucosa e na pele. Pode provocar osteomielite 
• Secreção evidência nódulos amarelados (grânulos sulfúricos ou de enxofre: colônias bacterianas) 
• Diagnóstico: cultura da secreção ou exame ou histopatológico 
• Tratamento: penicilina (altas doses em período prolongado – 5-6 semanas). Cirurgia para correção de eventuais 
lesões vegetantes 
 
 
Difteria 
 
• Doença infecto-contagiosa das vias aéreas, transmitida pela inalação de perdigotos 
• Etiologia: Corynebacterium diphtheriae 
• A bactéria produz exotoxina que promove necrose 
• Inicialmente ocorre pseudomembrana diftérica na orofaringe, acompanhada de mal-estar, febre e dor. 
Posteriormente ocorre linfadenopatia e edema cervical 
• Complicações graves incluem pneumonia, miocardite e paralisia relacionada aos nervos cranianos 
• Diagnóstico: cultura de material da garganta 
• Tratamento: antitoxina sérica e penicilina 
 
 
 
 
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Doenças bacterianas granulomatosas 
 
Sífilis 
 
• Lues 
• Doença granulomatosa sexualmente transmissível 
• Etiologia: Treponema pallidum 
• Classificação: Adquirida e Congênita 
• Fases da sífilis adquirida: primária, secundária e terciária. As duas primeiras são altamente contagiosas 
• A transmissão congênita pode ocorrer nas três fases. As primeiras provocam aborto ou malformações congênitas 
• Diagnóstico: Microscopia de campo escuro, pesquisa laboratorial de doenças venéreas (VDRL) e teste de 
absorção de anticorpos treponêmicos fluorescentes (FTA-ABS) 
• Tratamento: penicilina. A dose varia com a fase 
 
Primária 
• A lesão característica é o cancro, que se manifesta na região da inoculação, cerca de 3 semanas após o 
contágio 
• As regiões mais comuns para o cancro são as genitálias e o ânus. A boca é o terceiro local de incidência, sendo 
acometida em até 10% dos casos 
• O cancro caracteriza-se por úlcera indolor, rasa, de bordas elevadas e base endurecida. Provoca linfoadenopatia 
regional 
• Se não tratado, o cancro cicatriza em 3 a 8 semanas 
 
Secundária 
• Inicia-se 6 a 8 semanas após o aparecimento do cancro e pode surgir antes de sua involução 
• Representa a fase disseminada, provocando mal-estar, febre baixa, cefaleia, mialgia, artralgia e perda de peso. 
Erupções eritematosas generalizadas ocorrem na pele 
• Manifestações bucais incluem placas mucosas e lesões papulares chamadas de condiloma lata. São indolores 
• Dura 2 a 10 semanas. Sucedida por um periodo de latência 
 
Terciária 
• Inicia-se 4 a 7 anos após a secundária, embora décadas de latência sejam possíveis 
• Focos de inflamação granulomatosa chamados gomas sifilíticas se desenvolvem nos orgãos, no tecido ósseo, na 
pele e nas mucosas 
• O envolvimento do palato pode provocar comunicações bucosinusais 
• Representa a fase mais grave, com complicações cardiovasculares e neurológicas 
 
Congênita 
• Triade de Hutchinson: 
 - Dentes de Hutchinson 
 - Queratite ocular intersticial 
 - Surdez por comprometimento do 8º par craniano 
• Outras alterações bucais: hipoplasia do esmalte, molares em amora, palato ogivale micrognatia 
 
 
* Aspecto importante da sífilis para o concurso público constitui o conhecimento das lesões fundamentais que 
caracterizam cada fase. Veja o exemplo abaixo, que aborda as “placas mucosas”: 
 
 
13 - (CETRO) As lesões bucais, chamadas placas mucosas, usualmente são placas branco-acinzentadas, múltiplas, 
indolores, sobrepostas a uma superfície ulcerada, que surgem na sífilis: 
a) Secundária 
b) Primária 
c) Tardia 
d) Tardia e congênita 
e) Congênita 
 
 
Tuberculose 
 
• Doença crônica granulomatosa. A contaminação ocorre por via inalatória 
• Etiologia: Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch) 
• Classificação: primária, secundária e miliar 
• Tunerculose primária: afeta os pulmões, produzindo nódulo fibrocalcificado latente e assintomático 
• Tuberculose secundária: doença ativa que ocorre anos depois, por imunodepressão. Produz febre baixa, perda 
de peso, sudorese noturna e tosse produtiva com hemoptise 
• Tuberculose miliar: disseminação pelo sistema vascular 
• Envolvimento bucal ocorre por inoculação e se manifesta por úlcera indolor de borda fina, coberta por exudato 
amarelado. Prevalente na língua 
• Presença de grânulos de Trèlat (reação granulomatosa) 
 
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• Pode provocar osteomielite maxilomandibular e escrófula (por ingestão de leite contaminado) 
• Diagnóstico: teste tuberculínico cutâneo (Mantoux), cultura de escarro 
• Tratamento: isoniazida e rifampicina por 6 a 9 meses 
 
 
Hanseníase 
 
• Lepra ou “mal de Lázaro” 
• Doença mais antiga do mundo, datada em 1350 a.c (Egito) 
• Doença infecto-contagiosa granulomatosa de evolução lenta, transmitida pela inalação de perdigotos por período 
prolongado 
• Etiologia: Mycobacterium leprae (Bacilo de Hansen) 
• Classificação: tuberculóide (boa resposta imune) e lepromatosa (resposta imune deficiente). O segundo é 
disseminado, com formação de granulomas - “lepromas” 
• Caracteriza-se por máculas discrômicas na pele, com posterior espessamento granulomatoso. Provoca alopecia 
e parestesia 
• Envolvimento facial provoca deformidade – face leprosa 
• Lesões bucais apresentam-se como úlceras necróticas. Afetam palato, gengiva, lábios, língua e mucosa jugal 
• Diagnóstico: clínico e bacterioscopia (coloração de Ziehl-Neelsen) 
• Tratamento: rifampina e dapsona, de 6 a 24 meses 
 
 
Doenças fúngicas 
 
Considerações Gerais 
 
• Micose. Causada por microrganismo oportunista ou adquirido 
• Classificação: superficial ou profunda 
• Infecções adquiridas geralmente são profundas e ocorrem por inalação. Afetam o pulmão, com possibilidade de 
disseminação sanguínea 
• Sintomas prodrômicos e subclínicos incluem dor torácica, tosse, febre, mialgia, artralgia, cefaleia e 
linfoadenopatia 
• Lesões fundamentais são nódulos ou úlceras, e resultam da formação de granulomas 
 
 
Candidíase 
 
• Micose oportunista, geralmente superficial e de baixa patogenicidade. Mais comum das infecções bucais 
• Etiologia: Candida albicans ou Candida sp 
• Condições predisponentes incluem uso de antibiótico, radioterapia, quimioteapia, AIDS, câncer e idade avançada 
• Classificação: pseudomembranosa, hiperplásica, eritematosa (atrófica), e mucocutânea 
• A pseudomembranosa (“sapinho”) é a mais frequente. Evidencia placas brancas removíveis com raspagem, 
que representam fungos e resíduos queratóticos 
• A hiperplásica caracteriza-se por hiperqueratose. Semelhante à leucoplasia 
• A eritematosa é caracterizada por inflamação, atrofia epitelial e sintoma de ardência: 
 - atrófica crônica: próteses mal higienizadas 
 - atrófica aguda: medicamentos ou imunodepressão 
 - queilite angular (perlèche): perda de dimensão vertical 
 - glossite rombóide mediana 
 
 
* A classificação das candidíases é frequentemente abordada em questões cujo enunciado apresenta um caso clínico. 
Preste atenção, pois a chave da questão estará no enunciado. As respostas geralmente apresentam outros tipos de 
candidíase ou doenças inflamatórias importantes no diagnóstico diferencial, justamente para causar confusão. Veja o 
exemplo na questão abaixo: 
 
14 - (Provão/MEC) Paciente com resistência orgânica diminuída, relata sensação de ardência na boca. O exame clínico 
intra-bucal demonstrou a presença de lesões múltiplas na mucosa, eritematosas, mal-delineadas e não-ulceradas, 
distribuídas na língua e nos tecidos sob aparelho protético. O provável diagnóstico clínico é: 
a) Candidíase pseudomembranosa 
b) Candidíase atrófica 
c) Mucosite 
d) Leucoplasia pilosa 
e) Eritroplasia 
 
• Diagnóstico: clínico, citologia, cultura, histopatológico ou triagem terapêutica 
• Tratamento: higiene oral, suspensão de nistatina 500.000ui 5x ao dia por 7 dias após o desaparecimento das 
lesões. Suspender antibioticoterapia. Casos graves - Itraconazol 100mg 1x dia. 
 
 
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Histoplasmose 
 
• Micose profunda granulomatosa provocada pela inalação de esporos. Comum em regiões úmidas, 
enriquecidas por fezes de pombos (Vale do Rio Mississippi – EUA) 
• Etiologia: Histoplasma capsulatum 
• Sintomas incluem febre, dor torácica, sudorese noturna, perda de peso e tosse com hemoptise 
• Pacientes com AIDS ou imunodepressão apresentam a forma disseminada, afetando fígado, baço, glândula 
suprarenal, rins, sistema nervoso e mucosas 
• O envolvimento bucal é frequente na forma disseminada. Manifesta-se como úlcera geralmente solitária, 
dolorosa e de bordas elevadas, sugestiva de malignidade 
• Diagnóstico: exame histopatológico 
• Tratamento: Itraconazol 200mg ao dia por 7 meses 
 
 
Paracoccidioidomicose 
 
• Blastomicose Sul-Americana 
• Micose profunda granulomatosa provocada pela inalação de hifas. Comum em áreas rurais da América do Sul 
• Etiologia: Paracoccidioides brasiliensis 
• Prelideção por homens (25:1). O estrogênio inibe a transformação das hifas em leveduras 
• Provoca infecção pulmonar. Sintomas incluem febre, perda de peso e tosse. Disseminação hematogênica afeta 
pele, mucosas e glândulas suprarenais 
• O envolvimento bucal provoca úlceras moriformes, com predileção por tecidos gengivais 
• Diagnóstico: citológico ou exame histopatológico 
• Tratamento: anfotericina B 
 
 
Doenças Virais 
 
Considerações Gerais 
 
 
• Infecção viral geralmente é aguda e autolimitante 
• Sintomas prodrômicos iniciais e subclínicos incluem febre, mal-estar, mialgia, artralgia, cefaleia e linfoadenopatia 
• Lesões fundamentais são variadas e a localização depende do tropismo do vírus 
• Pode ocorrer cura expontânea, latência com posterior recorrência ou infecção crônica 
• Infecção crônica do material genético em células superfíciais pode produzir lesões proliferativas 
 
 
Herpes Simples 
 
• Infecção pelo vírus herpes simples (HSV): 
 - HSV I (infecções bucais) 
 - HSV II (infecções genitais) 
• Contágio por contato físico direto ou indireto, com período de incubação de 14 dias 
• O vírus sobrevive minutos em superfícies contaminadas 
• A prima-infecção geralmente é subclínica. Crianças formam lesões vesículo-bolhosas - Gengivoestomatite 
herpética 
• Ocorre migração viral para o gânglio trigeminal, com latência. Reativação pode ocorrer por comprometimento 
imunológico 
 
 
* A gengivoestomatite herpética é um assunto bastante cobrado nos concursos, dentro do capítulo de infecções virais. 
Em muitas questões, a doença é abordada na forma de caso clínico, enfatizando a sintomatologia, as lesões vesiculares 
e a ocorrência em crianças, como no exemplo abaixo: 
 
15 - (UFPA) Paciente do sexo feminino, com 6 anos de idade, comparece à clínica com vermelhidão dos tecidos 
gengivais, febre, dordurante a ingestão de alimentos ácidos e presença de vesículas cheias de líquido amarelo ou 
branco. A hipótese diagnóstica é: 
a) Candidíase 
b) Gengivite erupcional 
c) Gengivite ulceronecrosante 
d) Periodontite juvenil 
e) Gengivoestomatite herpética aguda 
 
• Infecção recorrente: lesões vesículo-bolhosas nos lábios, gengivas e palato. Pode ter prodrômo de ardência ou 
prurido 
• Diagnóstico: clínico 
• Tratamento: aciclovir, na fase vesículobolhosa 
 
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Varicela-Zoster 
 
• Infecção pelo vírus herpes-zoster 
• Contágio por aspiração de partículas ou contato direto, com período de incubação de até 14 dias 
• Varicela: Ocorre erupções vesiculares, pústulas e úlceras. Durante a gestação pode desencadear anomalias 
fetais 
• Ocorre migração viral para gânglios nervosos, com latência. Reativação pode ocorrer por comprometimento 
imunológico 
• Zoster: Recorrência. Na face, segue ramos do V e VII pares, unilateralmente, com vesículas e úlceras. Ocorre 
dor prodrômica e pós-regressão (neuralgia pós-herpética) 
• Síndrome de Ramsay-Hunt: paralisia facial, vesículas auriculares, zumbido, surdez e vertigem 
• Diagnóstico: clínico 
• Tratamento: terapia de suporte. Casos graves recebem aciclovir sistêmico 
 
 
Sarampo 
 
• Infecção pelo paramixovírus 
• Contágio por aspiração de gotículas, com período de incubação de 10 dias 
• Maior incidência na infância 
• Caracteriza-se por exantema máculo-papular cutâneo 
• Na fase prodrômica surgem máculas eritematosas na boca – Sinal de Koplik 
• Diagnóstico: clínico 
• Tratamento: terapia de suporte 
 
 
Mononucleose Infecciosa 
 
• “Doença do beijo” 
• Infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) 
• Contágio pelo contato com saliva 
• Geralmente afeta adolescentes e adultos jovens 
• Prococa dor de garganta, febre (40º C) e esplenomegalia 
• Ocorre faringite com exsudato cinza-amarelado, amidalite, gengivite e petéquias no palato 
• Diagnóstico: pesquisa de anticorpos para EBV (teste de Paul-Bunnell) 
• Tratamento: terapia de suporte 
 
 
Condiloma Acuminado 
 
• DST que compreende hiperplasia epithelial induzida por vírus (verruga venérea) 
• Etiologia: papilomavirus humano (HPV) 2, 6, 11, 53 e 54. 
• Contágio por contato sexual, com incubação de 3 meses 
• Caracteriza-se por nódulo séssil, solitário ou múltiplo, de até 1,5cm. Mostra cor rósea ou esbranquiçada, aspecto 
de “couve flor” e consistência macia 
• Afeta lábios, palato mole, língua, ânus e genitálias 
• Diagnóstico: clínico e exame histopatológico 
• Tratamento: orientação sexual e excisão cirúrgica, eletrocauterização ou crioterapia 
 
 
AIDS (SIDA) 
 
• “Síndrome da imunodeficiência adquirida”, resulta da infecção de linfócitos T CD4+ pelo vírus da 
imunodeficiência humana (HIV) 
• Contágio sexual, vertical e pelo sangue. Não é transmitida pela saliva 
• Grande evidência na década de 80. Hoje representa a sétima causa de morte no mundo 
• Prevalência em adultos jovens sexualmente ativos 
• Após o contágio, o vírus infecta linfócitos T CD4+ no sangue, pela injeção do seu RNA nestas células, dando 
inicio à fisiopatologia da doença (replicação viral, lise ou morte celular e liberação de novos vírus). Alcança os 
linfonodos, onde infecta novos linfócitos. Estes são liberados na corrente sanguínea e sofrem lise após o processo de 
replicação viral, com liberação de vírus no sangue. A infecção de novos linfócitos sanguíneos gera um ciclo vicioso, com 
predominância de replicação no sangue e destruição progressiva dos linfonodos. 
• Sintomatologia inicial é inespecífica. Ocorre em torno de duas semanas após o contágio 
• Soroconversão: anticorpos na sorologia (+3 meses) 
• Sintomatologia indicativa da imunodepressão surge anos depois, como resultado da quantificação viral, 
destruição dos linfonodos e i da contagem de linfócitos T CD4+ 
• Diagnóstico: identificação de anti-corpos anti-HIV (ELISA ð Western Blot), dosagem da carga viral (quantificação 
do RNA em 1ml de sangue) e manifestação clínica 
 
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• Prognóstico: contagem de células T CD4+ 
 - menor que 500/mm3: alterado 
 - menor que 200/mm3: risco aumentado para infecções oportunistas graves (considerado AIDS) 
 - menor que 100/mm3: risco aumentado para infecções disseminadas 
 
• Infecções oportunistas e doenças relacionadas: 
 - Candidíase 
 - Gengivite linear / periodontite / GUN-PUN 
 - Herpes simples 
 - Linfoadenite 
 - Linfoma 
 - Sarcoma de Kaposi 
 - Leucoplasia pilosa 
 - Parotidite por HIV 
 
 
Leucoplasia Pilosa 
 
• Causada pelo vírus Epstein-Barr 
• Consiste de hiperqueratose epitelial. Clinicamente, caracteriza-se por leucoplasia espessa de superfície 
enrugada 
• Geralmente acomete a língua, nas bordas laterais e no dorso. Pode ocorrer na mucosa jugal 
• Tratamento: não necessita 
 
 
Sarcoma de Kaposi 
 
• Relacionado com o herpesvírus humano tipo 8 
• Neoplasia maligna de origem vascular. É a mais frequente em portadores de AIDS (15-20%) 
• Na boca, geralmente se localiza no palato 
• Caracteriza-se por nódulo ou mácula, de coloração avermelhada ou arroxeada 
• Tratamento: Injeção intra-lesional c/ vinblastina, radio ou quimioterapia. A exérese está indicada quando 
acessível 
 
 
* O sarcoma de Kaposi é um assunto muito importante dentro das características da AIDS. As questões geralmente 
destacam a localização no palato, a coloração azulada ou arroxeada e a associação com sorologia + para HIV. Veja 
abaixo: 
 
 
16 - (Covest) Paciente de 33 anos, sexo feminino chegou à clínica queixando-se de uma ferida na boca. Ao exame 
físico observou-se lesão nodular, arroxeada, medindo 2,5 cm, localizada no palato, provocando dor e disfagia e 
evolução de 3 meses. Relata ser HIV positiva e fazer uso de anti-retrovirais há 6 meses. Diante dessa situação é 
possível sugerir que se trata de: 
a) Candidíase pseudomembranosa tratável com antifúngicos 
b) Lesão herpética tratável com ganciclovir 
c) Lesão benigna tratável por simples excisão cirúrgica 
d) Sarcoma de Kaposi tratável por quimioterapia com profissional qualificado 
e) Afta recorrente tratável com colutório 
 
 
Linfoma 
 
• Relacionado com o vírus Epstein-Barr (principalmente o linfoma de Burkitt – 90% dos casos) 
• Segunda neoplasia maligna mais frequente em portadores de AIDS 
• Geralmente apresenta localização extra-linfonodal, especialmente no SNC 
• Tratamento: quimioterapia e/ou radioterapia. Depende do tipo e do estadiamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Hepatites 
 
Considerações Gerais 
 
• Hepatite: inflamação do fígado provocada por vírus, bactérias, fungos, medicamentos, neoplasias e processos 
auto-imunes 
• Pode resultar em alteração laboratorial (elevação de transaminases e bilirrubina) ou doença fulminante e fatal 
• Sinais prodrômicos incluem febre, anorexia, icterícia, esplenomegalia, linfadenopatia e mialgia. No período 
ictérico - urina escura e fezes claras 
• Classificação das hepatites virais: A, B, C, D, E e G 
 
 
Hepatite A 
 
• Doença autolimitante. Não causa hepatite crônica 
• Contágio fecal-oral por água e alimentos contaminados, com incubação de 2 a 6 semanas. Transmissão por 
agulhas ou sangue é rara 
• Infecção cede em poucas semanas ou meses. 
• Tratamento: terapia de suporte, incluindo repouso e abstenção de bebidas alcoólicas 
 
 
Hepatite B 
 
• Contágio pelo sangue, com período de incubação em torno de 6 semanas. O vírus existe na saliva 
• O vírus sobrevive até 7 diasem superfícies contaminadas 
• Doença ocupacional infecto-contagiosa de maior risco na odontologia, pela maior incidência e maior virulência 
• A doença aguda é autolimitada. A cura depende da eliminação do vírus e desenvolvimento de anticorpos 
• Hepatite crônica se desenvolve em 3-8% dos casos. Pode levar à cirrose hepática ou carcinoma hepatocelular 
• Tratamento: repouso, dieta balanceada, abstenção de bebidas alcoólicas (mínimo de 6 meses) e medicamentos 
hepatotóxicos. Casos graves recebem hospitalização 
 
 
Hepatite C 
 
• Contágio pelo sangue 
• O vírus sobrevive até 5 dias em superfícies contaminadas 
• Doença crônica, lenta e assintomática. Quando presentes, sintomas são inespecíficos ou ocorrem na fase 
cirrótica 
• Resolução expontânea é rara 
• Tratamento: interferon alfa e ribavirina 
 
 
* A hepatite B é a principal doença infecciosa ocupacional da odontologia. A AIDS, por sua vez, apresenta taxa de 
soroconversão de apenas 0,4% em profissionais da saúde. O risco de infecções ocupacionais pode ser foco de 
questões de concurso, como no exemplo abaixo: 
 
 
17 - (UFPA) As doenças ocupacionais de maior e menor risco de contaminação na odontologia, quando são observadas 
as medidas de biossegurança, são respectivamente: 
a) Candidíase e hepatite C 
b) AIDS e hepatite B 
c) Hepatite B e AIDS 
d) Hepatite C e herpes 
e) AIDS e herpes 
 
 
Cistos Odontogênicos 
 
Considerações Gerais 
 
• Cisto: cavidade patológica revestida por epitélio, preenchida por conteúdo líquido ou semi-sólido 
• Pseudocisto: semelhante a cisto, porém sem epitélio 
• Cistos apresentam crescimento lento e indolor 
• Classificação: odontogênicos e não-odontogênicos 
• Diagnóstico: clínico e histopatológico 
• Tratamento: 
 - Enucleação 
 - Marsupialização 
 
 
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Classificação 
 
• Inflamatórios: 
- Cisto radicular 
- Cisto residual 
- Cisto paradental 
 
• Desenvolvimento: 
- Cisto dentígero 
- Cisto de erupção 
- Queratocisto* 
- Cisto calcificante* * Atualmente classificados como tumores odontogênicos císticos 
- Cisto periodontal lateral 
- Cisto gengival do adulto 
- Cisto gengival do RN 
- Cisto glandular 
 
 
* Questões de concurso podem solicitar exemplos de cistos odontogênicos inflamatórios e de desenvolvimento, 
portanto, memorize esta classificação. A questão abaixo representa um exemplo desta situação: 
 
 
18 - (Vunesp) Indique a alternativa que classifica corretamente como inflamatório ou de desenvolvimento, os seguintes 
cistos odontogênicos, respectivamente: cisto gengival do adulto, cisto paradentário e queratocisto odontogênico: 
 
a) De desenvolvimento, inflamatório e de desenvolvimento 
b) De desenvolvimento, de desenvolvimento e inflamatório 
c) Inflamatório, inflamatório e de desenvolvimento 
d) Todos de desenvolvimento 
e) Todos inflamatórios 
 
 
Cisto Radicular 
 
• Cisto originado dos remanescentes epiteliais de Malassez 
• Cisto odontogênico mais frequente 
• Ocorre na existência de necrose pulpar ou bolsa periodontal 
• Classificação: apical e lateral 
• Variação: cisto odontogênico residual 
• Tem imagem radiolúcida circular 
• Tratamento: enucleação com tratamento dental (endodontia, periodontia ou exodontia) 
 
 
Cisto Paradental 
 
• Cisto de Craig 
• Originado do epitélio reduzido do órgão do esmalte ou dos remanescentes de Malassez 
• Ocorre em dentes com pericoronarite recorrente 
• Quase exclusivo de terceiros molares inferiores 
• Tem imagem radiolúcida circular 
• Tratamento: enucleação com exodontia 
 
 
Cisto Dentígero 
 
• Cisto folicular 
• Originado do epitélio reduzido do órgão do esmalte 
• Sempre associado com dente incluso 
• Prevalência na região posterior da mandíbula 
• Tem imagem radiolúcida, geralmente unilocular 
• Pode provocar reabsorção dental (50% dos casos) 
• Tratamento: enucleação com exodontia ou marsupialização (quando o dente associado tem aproveitamento 
funcional) 
 
 
Cisto de Erupção 
 
• Hematoma de erupção 
• Originado do epitélio reduzido do órgão do esmalte 
• Sempre associado com dente em erupção localizado no tecido mole 
 
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• Prevalência em crianças e nos molares 
• Pode ter coloração normal ou arroxeada 
• Tratamento: acompanhamento, ulotomia ou ulectomia 
 
 
Queratocísto 
 
• Cisto primordial ou tumor odontogênico queratocístico 
• Originado de remanescentes da lâmina dentária ou no lugar de um dente 
• Prevalência na região posterior da mandíbula 
• Tem pouca tendência de expansão cortical 
• Tem imagem radiolúcida, uni ou multilocular 
• Pode ser associado com dente incluso 
• Tratamento: enucleação com complementação (solução de Carnoy ou crioterapia) ou ressecção 
• Síndrome de Gorlin: 
 - Queratocístos múltiplos 
 - Nevos cutâneos 
 - Carcinomas basocelulares 
 - Ceratose palmoplantar 
 - Costela bífida 
 - Cifoescoliose 
 - Bossa frontal proeminente 
 - Calcificações meníngeas e cerebrais 
 
 
Cisto Odontogênico Calcificante 
 
• Cisto de Gorlin ou tumor odontogênico cístico calcificante 
• Originado de remanescentes da lâmina dentária 
• Prevalência na região anterior maxilo-mandibular 
• Tem imagem radiolúcida ou mista, uni ou multilocular 
• Pode ser associado com dentes inclusos ou odontomas 
• Tratamento: enucleação com complementação (solução de Carnoy ou crioterapia) 
 
 
Cisto Periodontal Lateral 
 
• Cisto originado de remanescentes da lâmina dentária no osso alveolar 
• Ocorre no septo interdental, com prevalência na região de pré-molares inferiores 
• Tem imagem radiolúcida circular de até 1cm 
• Variante: cisto botrióide (semelhante a “caixo de uvas”) 
 
 
* Concursos públicos podem abordar o diagnóstico diferencial entre cistos odontogênicos. Exemplos incluem 
queratocisto (cisto primordial) x cisto residual e cisto periodontal lateral x cisto radicular lateral. A questão abaixo ilustra 
essa abordagem: 
 
 
19 - (Provão/MEC) Paciente do sexo masculino, com 50 anos de idade, assintomático, apresentando, em exame 
radiográfico, área radiolúcida unilocular, bem delimitada, com cerca de 8 mm de diâmetro, localizada ao longo da 
superfície lateral das raízes dos dentes 43 e 44. A lâmina dura destes dentes apresenta-se íntegra e os mesmos 
respondem positivamente aos testes de vitalidade pulpar. São características do cisto: 
a) Gengival 
b) Inflamatório lateral 
c) Radicular lateral 
d) Paradental 
e) Periodontal lateral 
 
 
Cisto Gengival do Adulto 
 
• Cisto originado de remanescentes da lâmina dentária na submucosa 
• Ocorre na gengiva, com prevalência na região de pré-molares inferiores 
• Caracteriza-se por nódulo endofítico de até 1cm 
• Não tem imagem radiográfica 
 
 
 
 
 
 
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Cisto Gengival do Recém Nascido 
 
• Cisto alveolar do RN 
• Originado de remanescentes da lâmina dentária na submucosa 
• Ocorre na gengiva de RN 
• Caracteriza-se por pápula branca, uni ou multifocal 
• Variantes: pérolas de Epstein (palato) e nódulos de Bohn (mucosa alveolar) 
• Tratamento: não necessário 
 
 
 
Cistos Não-Odontogênicos 
 
• Cistos verdadeiros: 
- Cisto globulomaxilar 
- Cisto nasolabial 
- Cisto do ducto nasopalatino 
 - Cisto do ducto tireoglosso 
- Cisto dermóide 
- Cisto epidermóide 
 
• Pseudocistos: 
- Cisto de Stafne 
- Cisto mucoso sinusal 
- Rânula 
- Mucocele 
- Higroma cístico 
- Cistos parasitários 
- Cisto hemorrágico 
- Cisto ósseo aneurismático 
 
 
CistoGlobulomaxilar 
 
• Antigo cisto fissural. Hoje não representa entidade patológica 
• Exclusivo da região entre incisivo lateral e canino superiores 
• Tem imagem radiolúcida em forma de “pêra invertida” 
• Provoca convergência coronária e divergência radicular 
 
 
* A etiologia fissural ou embrionária de alguns cistos de desenvolvimento não-odontogênicos é bastante questionável e 
apresenta pouca aceitação nos dias atuais. Por isso, os concursos podem abordar esse questionamento, relacionando-
o com algum dos cistos conhecidos como “fissurais”. Isso pode ser observado na questão abaixo: 
 
20 - (Marinha) Qual a patologia considerada lesão cística embrionária ligada à inclusão epitelial que, provavelmente, 
seja oriunda do epitélio odontogênico, devendo-se, por este motivo, abandonar sua denominação? 
a) Cisto periapical 
b) Cisto globulomaxilar 
c) Cisto ósseo aneurismático 
d) Cisto ósseo estático 
e) Cisto periodontal lateral 
 
 
Cisto Nasolabial 
 
• Cisto originado de remanescentes do ducto nasolacrimal. Antigamente fissural 
• Exclusivo dos tecidos moles da região labial lateral 
• Pode ser bilateral em 10% dos casos 
• Não tem imagem radiográfica 
• Pode provocar elevação da asa do nariz, obstrução nasal e deslocamento de próteses 
 
 
Cisto do Ducto Nasopalatino 
 
• Cisto do canal incisivo 
• Originado de remanescentes do ducto nasoplatino 
• Ocorre no canal incisivo 
• Provoca abaulamento na papila incisiva 
• Variante: cisto palatino mediano 
• Tem imagem radiolúcida em forma de “coração” 
 
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Cisto do Ducto Tireoglosso 
 
• Cisto originado de remanescentes do ducto tireoglosso 
• Ocorre na língua ou na região mediana do pescoço (geralmente aderido no hióide) 
• Sofre movimentação na deglutição 
• Tratamento: técnica de Sistrunk (enucleação com ressecção de parte do osso hióide) 
 
 
Cisto do Dermóide 
 
• Cisto de inclusão dérmica. Antigamente era considerado teratoma 
• Na boca, tem predileção pelo soalho 
• Provoca abaulamento na região sublingual e pode deslocar a língua para posterior 
• Mostra anexos cutâneos na cápsula: folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas 
 
 
Cisto Hemorrágico 
 
• Cisto ósseo simples ou cavidade idiopática 
• Pseudocisto de origem relacionada com hemorragia medular 
• Prevalente em adolescentes 
• Localização quase exclusiva na mandíbula 
• Tem pouca tendência de expansão cortical 
• Tem imagem radiolúcida, geralmente unilocular, contornando as raízes dentais 
• Mostra-se vazio ou preenchido por líquido serosanguíneo 
• Tratamento: exploração cirúrgica 
 
 
Cisto Aneurismático 
 
 
• Pseudocisto originado por distúrbio vascular primário ou secundário a lesão pré-existente 
• Prevalente em adolescentes 
• Frequente nos ossos longos. Raro no complexo maxilomandibular 
• Produz expansão cortical 
• Tem imagem radiolúcida uni ou multilocular 
• Mostra-se preenchido por sangue 
• Tratamento: curetagem 
 
 
 
Tumores Odontogênicos 
 
 
Ameloblastoma 
 
• Neoplasia benigna epitelial de comportamento invasivo, oriunda de remanescentes da lâmina dentária, órgão do 
esmalte e cistos odontogênicos 
• Classificação: sólido ou multicístico, unicístico e periférico 
• Prevalência na região posterior da mandíbula 
• Provoca expansão óssea progressiva e deformidade facial 
• Pode causar reabsorção dental (90% dos casos) 
• Variação: ameloblastoma maligno. Idêntico, porém metastático – natureza benigna x comportamento maligno 
• Multicístico: tem imagem radiolúcida multilocular em forma de “bolhas de sabão” ou “favos de mel” 
• Unicístico: tem inagem radiolúcida circular (cistóide) 
• Tratamento: ressecção. Excisão local para o periférico 
 
 
Tumor de Pindborg 
 
• Tumor odontogênico epitelial calcificante 
• Neoplasia benigna epitelial oriunda de remanescentes da lâmina dentária 
• Prevalência na região posterior da mandíbula 
• Provoca expansão óssea progresiva e deformidade facial 
• Tem imagem radiolúcida ou mista, multi ou unilocular 
• Tratamento: ressecção 
 
 
 
 
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Tumor Odontogênico Adenomatóide 
 
• Neoplasia benigna epitelial oriunda de remanescentes da lâmina dentária ou do órgão do esmalte. Seu epitélio 
forma áreas semelhantes a ductos glandulares 
• Prevalência na região anterior da maxila 
• Tem imagem radiolúcida ou mista, de aspecto unilocular 
• Geralmente associado com dentes inclusos (75% dos casos). A imagem folicular pode envolver o ápice dental 
• Tratamento: enucleação 
 
 
Odontoma 
 
• Hamartoma odontogênico x neoplasia mista 
• Tumor odontogênico mais frequente 
• Prevalente em jovens (respeita odontogênese) 
• Classificação: composto e complexo 
• Composto: coleção de estruturas odontóides. Prevalência na região anterior da maxila 
• Complexo: imagem radiopaca amorfa, com halo radiolúcido. Prevalência na região posterior da mandíbula 
• Pode ser associado com dentes inclusos 
• Variação: fibro-odontoma ameloblástico – tumor imaturo 
• Tratamento: exérese 
 
 
Fibroma ameloblástico 
 
• Neoplasia benigna mista oriunda do epitélio e do ectomesênquima do germe dental 
• Prevalência na região posterior da mandíbula 
• Tem imagem radiolúcida, uni ou multilocular 
• Tratamento: curetagem com complementação 
• Pode recorrer como fibrossarcoma ameloblástico 
 
 
Mixoma 
 
• Neoplasia benigna mesenquimal invasiva de remanescentes do folículo dentário 
• Prevalência discreta na mandíbula 
• Provoca expanção óssea progressiva e deformidade facial 
• Tem imagem radiolúcida uni ou multilocular em forma de “raquete de tênis” ou “bolhas de sabão” 
• Tratamento: curetagem com complementação (crioterapia) ou ressecção 
 
 
* Um aspecto que pode ser abordado nos concursos é a possível associação ou não de lesões intra-ósseas com dentes 
não-erupcionados, como exemplificado na questão abaixo. Portanto, lembre-se: os cistos odontogênicos que mostram 
tal associação incluem cisto dentígero, cisto de erupção, cisto paradental, queratocisto, cisto calcificante e cisto 
glandular. Entre os tumores, somente o cementoblastoma não mostra a associação. Lesões não-odontogênicas também 
não apresentam essa tendência. 
 
 
21 - (Ministério Público da União) Julgue os itens a seguir e assinale a tumoração com manifestação bucal que não tem 
uma correlação direta com dentes impactados: 
a) Cisto ósseo aneurismático 
b) Cisto dentígero 
c) Tumor odontogênico adenomatóide 
d) Odontoma composto 
e) Ameloblastoma 
 
 
Cementoblastoma 
 
• Neoplasia benigna mesenquimal originária de cementoblastos 
• Sempre associados à raiz dental 
• Prevalência pelo 1º molar inferior 
• Tem imagem radiopaca periradicular com halo radiolócido 
• Tratamento: exérese com amputação da raiz (após tratamento endodôntico) ou exodontia 
 
 
* A multilocularidade dos cistos e tumores odontogênicos é bastante explorada nos concursos públicos. Veja a questão 
abaixo: 
 
 
 
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22 - (Provão/MEC) No diagnóstico diferencial das lesões odontogênicas dos maxilares, aquelas que podem apresentar 
imagens radiolúcidas multiloculares são: 
a) Cementoblastoma, ceratocisto e tumor adenomatóide 
b) Ameloblastoma, tumor adenomatóide e mixoma 
c) Ceratocisto, ameloblastoma e mixoma 
d) Ceratocisto, cementoblastoma e ameloblastoma 
e) Mixoma, tumor adenomatóide e cementoblastoma 
 
 
Tumores odontogênicos malignos 
 
• Neoplasias com biologia e comportamento maligno: 
 - Carcinoma espinocelular intra-ósseo 
 - Carcinoma

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