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Resumo processo penal I

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Resumo Processo Penal
Aspectos introdutórios
O código de processo penal é de 1941 e como o Brasil passava por um período fascista. Pelas perspectivas do código o acusado era tratado como potencial culpado, a liberdade provisória era apenas mediante fiança. Nesse período havia uma preocupação excessiva com a segurança pública em detrimento das liberdades públicas (o Estado pode tudo e o cidadão não pode nada); Havia ainda uma exacerbação dos poderes policiais, na qual a relação do Estado/cidadão era verticalizada; A verdade real era buscada pelo próprio juiz, o que comprometia a parcialidade do Juiz, além de suprimir o poder do MP. O interrogatório era inquisitivo, o que significa que apenas o juiz questionava (foi assim até 2003).
Com o advento da Constituição Federal de 1988, o processo passou a ser visto não só mais como mero veículo de aplicação do direito material, mas também como uma forma de discutir o fato ocorrido. Passou a ser visto também não mais como instrumento de garantia do indivíduo em face do Estado e garantia o contraditório e a ampla defesa.
No Estado Democrático de Direito o processo deve garantir a máxima efetividade dos direitos fundamentais e proibir o excesso.
O garantismo no Processo Penal retrata a preocupação de se trabalhar o PP assegurando as garantias constitucionais e, consequentemente, o devido processo legal, garantindo o amplo conhecimento do juiz, que é a possibilidade de as partes dizerem tudo o que julgarem necessários e que a condenação seja com base nos frutos obtidos com esse conhecimento, não por manifestação do poder (autoridade) do juiz.
A solução do fato é legitimada pelo amplo conhecimento e ampla possibilidade de argumentação;
As decisões são pautadas no devido processo constitucional, fundamentação das decisões e respeito as liberdades públicas (direitos e garantias fundamentais).
Interesse: é o que se busca, o desejo de satisfação. Devido ao pluralismo de interesses surge o conflito (antagonismo de interesses)
Os interesses antagônicos que geram o conflito e consequentemente uma pretensão resistida
Processo principal: Atos cronologicamente concatenados, submetidos a regras e princípios e, sobremodo, ao devido processo legal, destinados ao atingimento de um provimento decisório
O processo viabiliza a aplicação do direito material (dá executabilidade ao direito penal), disciplina a atividade persecutória (persegue as provas que buscam a condenação; e estrutura a atividade dos órgãos que se desincumbem da atividade jurisdicional.
Tem como características: é uma ciência autônoma, tem seus próprios princípios e características; tem uma finalidade própria; veicula a prentenção acusatória (trata de acusar alguém); método técnico-jurídico (diversos procedimentos), caráter instrumental (processo que legitima a jurisdição); aspecto objetivo (extrínseco- procedimento, é enxergado nos autos) e subjetivo (intrínsecos- refletem a relação entre os sujeitos processuais) do processo
A atividade persecutória se desenvolve em duas fases, a pré processual, com a incumbência dos órgãos oficiais estatais e em uma fase processual através do MP.
Sistemas Processuais:
Sistema inquisitório: órgão de acusação e julgador em uma mesma pessoa ou ente (mesmo órgão que acusa é o que julga), o processo é sigiloso (os interessados não sabem exatamente o que está acontendo), não há a observância do devido processo legal; o acusado está em condição de sujeição absoluta (só é sujeito de deveres), não há a possibilidade de arguição da parcialidade do juiz (não permite o afastamento nem a suspeição do juiz).
Sistema acusatório: a acusação e o julgamento estão a cargo de entes distintos (necessariamente quem acusa não julga), a publicidade dos atos processuais é a regra, há a observância do devido processo legal, há a possibilidade de recusa do julgador e não há a possibilidade de início de ofício. 
Sistema misto: instrução preliminar, secreta e escrita, a cargo do juiz, com poderes inquisitivos, no intuito da colheita de provas e por uma fase contraditória (judicial) em que se dá o julgamento, admitindo-se o exercício da ampla defesa e de todos os direitos dela decorrentes.
Princípios: 
Imparcialidade do juiz: além de ser um princípio, é um pressuposto processual. O juiz não pode ter vínculos subjetivos com as partes e o processo de molde a lhe tirar a neutralidade necessária para conduzir com isenção o processo (não estar interessado). O juiz leva consigo os valores de sua formação, mas isso não significa que ele seja parcial. Tem como prerrogativas a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade dos vencimentos.
Igualdade processual: Tratamento isonômico entre as partes. É uma igualdade material.
Contraditório: é a possibilidade de o acusado conhecer e participar da busca pela verdade processual (verdade construída nos autos) e a garantia de que ele possa influir no processo. 
Ampla defesa: deve ser assegurada a possibilidade de defesa pessoal e defesa técnica, sendo que esta é obrigatória ao processo, o acusado por sua vez não precisa necessariamente promover a defesa pessoal, podendo ficar em silêncio, devendo ser efetiva. Vale lembrar que a falta da defesa técnica constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo do réu.
Ação ou demanda: O juiz não pode se auto provocar, cabe às partes a provocação, no intuito da obtenção do provimento jurisdicional. 
Indisponibilidade: Iniciado o inquérito policial ou o processo penal, os órgãos incumbidos da persecução criminal não podem deles dispor. No caso do MP, havendo materialidade do fato e indícios de autoria ele é obrigado a apresentar a denúncia. A lei 9099 mitigou esse princípio com o instituto da transação penal, o MP pode submeter o réu a uma pena alternativa, mesmo quando seriam públicas incondicionadas. Nas ações de iniciativa privada, a vítima ou seu representante podem dispor da ação iniciada, seja perdoando o autor da infração, seja pela ocorrência da perempção.
Oficialidade: São órgãos oficiais os responsáveis pela persercução.
Oficiosidade: Se aplica apenas as ações de iniciativa pública, e significa que o MP deve agir de ofício.
Verdade material (ou real) ou livre investigação das provas ou verdade real: Permite ao juiz não se contentar com o que as partes disseram, podendo buscar novas provas. A crítica é que compromete o contraditório e a ampla defesa, causando insegurança jurídica. O Estado estaria ampliando o seu poder de atuação e o tornando absoluto e desequilibrando as relações processuais (permanece só a vontade do juiz).
Impulso oficial: uma vez iniciado o processo, com o recebimento da inicial acusatória, cabe ao juiz zelar para que o mesmo chegue ao seu final.
Persuasão racional do Juiz: Convencimento do juiz através dos critérios e diretrizes legais, juntamente com suas impressões e análises imparciais de acordo com o produzido no processo e pautado em critérios críticos e racionais. É diferente de julgamento conforme consciência, que implica uma subjetividade absoluta e independe de provas das partes, e da reserva legal, em que só podia fazer o que a lei autorizava, sem subjetividade.
Motivação das decisões judiciais: As decisões devem ser motivadas. O juiz se obriga a valorar e fundamentar todas as provas produzidas nos autos. É uma garantia da imparcialidade e legalidade. O juiz é livre para decidir desde que a o faça de forma motivada, sob pena de nulidade insanável.
Publicidade: A regra é que sejam públicos, porém alguns processos podem ocorrer em sigilo, que é admissível para defender a intimidade ou o interesse social o exigir. Processos podem correr em segredo de justiça quando o envolvimento das partes puder prejudicar o decorrer do processo, esse só pode ser decretado pelo juiz. Sobre o sigilo do inquérito policial, é relativo. O sigilo só existe enquanto os atos não foram documentados, enquanto as diligências estão sendo produzidas.
Vedação da revisão “pró societate”: Não pode rever uma decisão para prejudicar o réu. A revisãocriminal só pode ser usada para inutilizar uma decisão transitada em julgado quando for em benefício do réu. Caso uma sentença de absolvição esteja errada, não cabe revisão criminal. O pensamento é de que o estado deve trabalhar bem no momento devido. Sem ele o Estado seria estimulado a trabalhar mal e causaria muita insegurança jurídica. 
Lealdade processual: tem por fim incentivar o agir de boa-fé pelos envolvidos no processo.
Economia processual: é a maior eficiência com o menor número de atos possíveis
Duplo grau de jurisdição: Não está expresso na constituição, decorre da própria estrutura do poder judiciário e da possibilidade de erro do juiz. 
Juiz natural: reflete a necessidade de um juízo previamente designado em lei para conhecer aquela questão (vedação do tribunal de exceção). Promotor natural: há divergência doutrinária, mas é o órgão ministerial previamente estabelecido em lei.
Ne ea judex ultra petita partnum: necessária vinculação entre o pedido e a sentença, não podendo ser além ou aquém do pedido.
Identidade física do Juiz: Foi introduzido com a emenda 45/88. Prima-se pelo mesmo juiz para atuar em todas as fases do processo. Não é absoluto, podendo ser que outro juiz atue no caso. 
Devido processo legal: Garantia de que o Estado não poderá privar ninguém de direitos ou bens senão por meio do processo. É considerado um princípio cobertor, porque abrange todos os princípios afim de assegurar um processo justo.
Inadmissibilidade da prova obtida por meio ilícito: Prova é a busca de trazer para o processo judicial fatos relevantes alheios a este através dos mais diversos meios e devem se harmonizar com os direitos e garantias fundamentais. A prova que vai contra os direitos e garantias fundamentais é ilícita e deve ser apresentada o mais rápido possível no decorrer do processo para que não contamine as demais provas. Prova ilícita no sentido restrito é aquela que vai contra princípios e normas do direito material, enquanto prova ilegítima é aquela que fere regra de direito processual. Prova ilícita por derivação é aquela que inicialmente é lícita, mas por derivar de alguma prova ilícita também se torna ilícita (teoria da arvore envenenada). Para o STF a prova obtida por meio ilícito pode ser usada em benefício do réu.
Eficácia da lei processual no tempo: 
Pelo princípio da imediaticidade, quando a lei processual penal entra em vigor, todos os atos puramente processuais feitos daí em diante seguirão a nova norma (independentemente de ser melhor ou pior para o réu), porém os anteriores permanecerão na norma anterior, sem que seja invalidada a coisa julgada e o ato jurídico perfeito.
Quando a lei for híbrida, isto é, trazendo consigo preceitos tanto de direito processual quanto de direito material, como não pode haver cisão, deve prevalecer o aspecto penal. Se este for o benéfico, a lei será aplicada às infrações cometidas antes da sua vigência, nesse caso, o aspecto penal retroage, e o processual terá aplicação imediata, preservando-se os atos praticados quando da vigência da norma anterior. Já se a parte penal for maléfica, a nova norma não terá nenhuma incidência aos crimes ocorridos antes da sua vigência e o processo iniciado, todo ele, será regido pelos preceitos processuais previstos na antiga lei.
Eficácia da lei processual no espaço:
A lei aplicável é a de onde o crime aconteceu, as exceções previstas no art 1º do CPP são exceções a incidência do CPP e não ao princípio da territorialidade. 
É considerado lugar do crime o lugar da ação ou do resultado. É considerado território o solo, subsolo, mar territorial e espaço aéreo e por extensão as embarcações e aeronaves públicas ou a serviço do governo brasileiro.
As imunidades são:
Diplomatas: a legislação processual aplicável será a do seu país de origem. A família e os servidores da embaixada também tem imunidade, além dos crimes cometidos nas sedes diplomáticas. Os funcionários que não prestam serviços diplomáticos não tem imunidade.
Parlamentares: Sua imunidade se divide em absoluta ou material e relativa ou formal ou processual. Os parlamentares tem imunidade a partir da diplomação e termina com o fim do mandato. Tem imunidade em relação a opinião, palavra, voto, desde que tenha sido feita no exercício da profissão (divergência doutrinária); é irrenunciável, porque não é uma prerrogativa do parlamentar e sim do parlamento. Os deputados estaduais tem imunidade formal e material, já o vereador só tem imunidade material no exercício do mandato e na circunscrição de atuação. Os suplentes e os licenciados não possuem imunidade por não estarem no exercício da profissão. A imunidade formal ou processual ou relativa garante que o parlamentar só poderá ser preso em flagrante quando o crime for inafiançável; é possível a sustação da ação, a prerrogativa de foro (respondem perante o STF) e tem imunidade como testemunha, onde é possível resguardar o sigilo da fonte.
Inquérito Policial: é o conjunto de diligências (providências) realizadas pela polícia judiciária (PF ou PC) para apuração de uma infração penal e sua autoria, objetivando subsidiar (propicia a formação da convicção do órgão legitimado), se for o caso, a propositura da ação penal pelo órgão legitimado para a acusação
Procedimento persecutório administrativo: não é acusatório. 
Destinatários: imediato: MP; mediato: juiz
Art 4º §único: fala que o IP não pe um procedimento jurisdicional; é função do delegado no local de atuação deste.
Art 22: Diligências em outras circunscrições: ouve-se por carta precatória
Prisão em flagrante por perseguição: Tomadas as primeiras providências pelo delegado da circunscrição em que ocorreu a prisão, encaminha-se o investigado para a circunscrição de fato.
A finalidade do inquérito policial é a apuração do fato e sua autoria.
Outros inquéritos:
Militares: para crimes militares
CPI: Comissões parlamentares de inquérito
ICP: Inquérito Civil Público. Ex: assoreamento de rio e MP para bens públicos etc.
STF: Regimento interno 
307, CPP: Ações praticadas perante ou contra o juiz, ele estando na função, ele mesmo pode lavrar.
Quando o crime é praticado por magistrados
Quando o crime é praticado por membro do MP
Características: Processo escrito (não existe inquérito oral, todos os atos devem ser documentados); sigiloso (o sigilo acaba quando a investigação é lavrada aos autos. É direito do advogado o acesso aos autos, porque apesar de não ser acusatório, pode ser o início de uma acusação); Oficialidade (deve ser praticado por órgãos oficiais); oficiosidade (devem agir de oficio); indisponibilidade (se o inquérito for instaurado ele deve ser levado ao poder judiciário); inquisitivo (não há espaço para o contraditório e a ampla defesa). 
Valor probatório do IP: Não é possível a condenação de nenhum investigado somente pelo inquérito, todos os elementos de convicção apontados no IP devem ser confirmados no decorrer do processo. Normalmente, as provas criadas no IP não são aproveitadas, porém quando se tratarem de cautelares, irrepetíveis e antecipadas é possível que essas provas sejam aproveitadas.
Os vícios do IP, em regra, não contaminam a fase processual, pois serão refeitas neste. Porém não é um princípio absuluto.
Termo Circunstanciado (TC): é da lei 9099/95. Nos crimes de menor potencial ofensivo não é necessário que haja inquérito policial, apenas um TC descrevendo o fato, mas caso seja necessário pode haver.
Dispensabilidade do IP: Não é indispensável a ocorrência do IP para se ter uma denúncia ou queixa, porém deve se buscar respaldo e indícios mínimos de autoria.
Incomunicabilidade do investigado: está previsto no art. 21 CPP que o acusado pode ser mantido incomunicável por até 3 dias, porém com o advento da CF/88 e a percepção de direitos e garantias fundamentais, a doutrina e a jurisprudência defendem que esse artigo não foi recepcionado pela constituição.
Notitia Criminis: Pode ser recebida pelo delegado de três maneiras: a cognição direta: que é quando não há a provocação de terceiros, nem comunicação formal;por cognição indireta: quando o delegado é provocado por terceiro para tomar providências. Há uma comuncação formal; e por cognição coercitiva: que é quando a autoridade já recebe a notícia com o suposto réu já privado de sua liberdade. Ex: Prisão em flagrante.
São duas as peças consideradas inaugurais para o inquérito policial: a primeira é o auto de prisão em flagrante: 
Auto de Prisão em Flagrante: Quando a notícia se dá por cognição coercitiva.
Portaria: é o documento que o delegado anuncia o recebimento da denúncia. Nele o delegado já determina os procedimentos. Ocorre na cognição direta e indireta. O requerimento é uma espécie de portaria indispensável em casos de ações de iniciativa privada ou condicionadas.
O IP se inicia de ofício quando a ação é publica incondicionada. Quando a ação é pública condicionada a representação o delegado deverá colher a representação (manifestação inequívoca por parte da vítima ou de ser representante legal – pode ser direcionada ao delegado, MP ou juiz). Quando for por requerimento do ministro da justiça se liga a crimes contra a honra do presidente da república ou contra brasileiro fora do Brasil etc).
Quando a ação é privada o querelante tem 6 meses a contar da data do conhecimento da autoria para propor a ação (prazo decadencial). São necessárias duas autorizações, uma para o IP e uma para a Ação Penal.
O art. 6º do CPP dá providências a serem tomadas no IP, porém não são um rol taxativo, apenas exemplificativo. 
O art. 7º trata da reprodução simulada de provas. Serve para provar a inconsistência de alguns fatos. Sozinho não tem valor probatório, mas ajuda a descartar algumas possibilidades. A reprodução simulada de provas deve ser evitada quando há prejuízo a moralidade e a ordem pública. Não pode obrigar o investigado a aparecer.
Indiciamento: convergência de indícios desfavoráveis ao investigado, na prática significa o lançamento no banco de dados do Estado que o investigado foi apontado como autor, não é um ato arbitrário. Sai da esfera da possibilidade e entra na esfera da probabilidade. É necessário um mínimo de elementos de convicção.
Encerramento do IP: é feito um relatório apontando quais elementos de convicção foram coletados e esse relatório é encaminhado ao poder judiciário para que haja a denúncia ou a queixa (pelo querelante), ou o MP devolva os autos para diligências ou arquivamento
Os prazos para a conclusão do inquérito são de 10 dias para réu preso e 30 dias para réu solto. O prazo pode ser dilatado, mas o réu deve ser solto, pois após vencido o prazo a prisão se torna viciada.
Na justiça federal o prazo para réu preso é de 15 dias podendo ser dilatados por mais 15.
Nos crimes contra a economia popular o prazo é de 10 dias para réu preso ou solto.
O arquivamento ocorre quando o MP não encontra materialidade do fato ou indícios de autoria.
Existindo indícios de autoria, condições da ação e existência da infração o MP é obrigado a propor a denúncia (princípio da obrigatoriedade)
Porém o MP pode entender que faltam indícios diligências imprescindíveis para se convencer dos indícios ou da infração, nesse caso remete o inquérito novamente para a polícia.
Arquivamento direto/indireto: Direto é quando não se consegue demonstrar que houve infração penal ou não foram achados indícios de autoria, o juiz deve homologar; indireto é quando o promotor se manifesta pela incompetência do juiz. O juiz vai entender como um pedido de arquivamento naquele juízo e submeter os autos ao procurador geral.
Arquivamento implícito é quando há o arquivamento de um agente e omissão quanto ao outro, ou quando existem dois fatos e o MP se silencia quanto a um.
Arquivamento originário: é quando o procurador geral da república é quem requer o arquivamento.
Arquivamento provisório: até que sobrevenha a representação não se pode fazer nada.
Desarquivamento: quando aparece um fato novo que comprove o fato e/ou a autoria. Esse desarquivamento só pode acontecer se o Estado puder punir. O prazo de possibilidade de desarquivamento é o da prescrição do crime.
Ação Penal
Conceito: é o direito público subjetivo de pedir ao Estado a aplicação do Direito ao caso concreto, é através do exercício do direito de ação que se provoca a jurisdição a fim de obter o provimento jurisdicional adequado à solução do litígio.
Características:
Autônomo: Não se confunde com o direito material. É preexistente à pretensão punitiva do Estado.
Abstrato: Independe do resultado do processo para existir, mesmo que a demanda seja julgada improcedente, o direito de ação terá sido exercido.
Subjetivo: O titular do direito é especificado na própria legislação.
Público: a ação é exercida contra o próprio Estado
Instrumental: é o meio para se alcançar a efetividade do direito material
Condições da ação: são os requisitos necessários e condicionantes ao exercício regular do direito de ação.
Possibilidade jurídica do pedido: a providência requerida deve ser admitida pelo direito objetivo. Pedido possível é o com respaldo legal.
Interesse de agir: materializa-se no trinômio necessidade, adequação e utilidade. Deve haver necessidade para bater as portas do judiciário através do meio adequado com o condão de trazer algo útil ao autor
Legitimidade: A ação só pode ser proposta por quem é titular do interesse que se quer realizar e contra aquele cujo interesse deve ficar subordinado ao do autor. Em regra o polo ativo é preenchido pelo Ministério Público que é o titular exclusivo das ações penais públicas, ou o particular, chamado de querelante que atua como substituto processual nas ações privadas. No polo passivo fica o réu.
Justa causa: a ação só pode ser validamente exercida se a parte autora lastrear a inicial com um mínimo probatório que indique os indícios de autoria da materialidade delitiva e da constatação da ocorrência de infração penal em tese.
Condições de procedibilidade: representação e requisição do Ministro da Justiça
Ação Penal Pública Incondicionada: é aquela cujo titular é o MP e não precisa de manifestação de vontade da vítima para ser exercida. O bem jurídico ofendido é de interesse público.
Exclusiva do MP – art 129, I CRFB e art. 257, I, CPP: é obrigação do MP promover a ação penal publica desde que haja existência da ação, indícios de autoria e condições da ação. 
Exceção: Privada subsidiária da pública (art. 29 CPP)
Princípios:
Obrigatoriedade: Presentes os requisitos legais o MP é obrigado a patrocinar a persecução criminal, ofertando a denúncia para que o processo seja iniciado.
Exceção: Art. 76 Lei 9099 = transação penal
Indisponibilidade (art. 42 CPP): Uma vez proposta a ação o MP não pode dela dispor. Não pode sequer desistir do recurso já proposto. O MP apesar de não poder dispor da ação, pode validamente, em sede de alegações finais, pleitear a absolvição do réu, impetrar habeas corpus em favor deste e até recorrer para beneficiá-lo.
Exceção: art. 89 Lei 9099 = suspensão condicional do processo
Oficialidade: este princípio informa que a persecução penal in juízo está a cargo de um órgão oficial, que é o MP.
Oficiosidade: O MP deve atuar de ofício
Indivisibilidade: A ação penal deve estender-se a todos aqueles que praticaram a infração criminal. O MP tem o dever de ofertar a denúncia em face de todos os envolvidos
Intranscendência: A ação só pode ser proposta contra quem se imputa a prática do delito. Sendo a responsabilidade criminal essencialmente subjetiva, não se pode prejudicar terceiros.
Ação pública condicionada: é também titularizada pelo MP, porém, como há ofensa à vítima em sua intimidade, para o seu exercício válido, o legislador optou por condiciona-la a um permissivo externado por esta ou seu representante legal que é chamado de representação. Este tipo de ação está explicitada na lei.
A representação é uma condição de procedibilidade da ação. É um pedido autorizador feito pela vítima ou por seu representante legal. Sem ela a persecução penal não pode ter inicio. Não pode sequer ser iniciado o inquérito policial. 
A representaçãopode ser destinada ao MP, a autoridade policial ou ao próprio juiz. Se for ao MP ou ao juiz será remetida a autoridade policial para que esta proceda o inquérito.
Não tem forma obrigatória. Pode ser oral ou escrita.
A representação deve ser ofertada, em regra, no prazo de seis meses do conhecimento da autoria da infração penal. Esse prazo é decadencial.

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