Buscar

AS IDEOLOGIAS PANGERMÂNICAS E ANTISSEMITAS DE HITLER APRESENTADAS NO LIVRO MEIN KAMPF

Prévia do material em texto

A FORMAÇÃO DAS IDEOLOGIAS PANGERMÂNICAS E ANTISSEMITAS DE HITLER
APRESENTADA NO LIVRO MEIN KAMPF: PARTE 1
RESUMO
Este artigo tem como tema o livro Mein Kampf. Objetiva discutir o processo da formação
das ideologias pangermânicas e antissemitas de Hitler apresentada na primeira parte do referido
livro. Para tanto, utiliza-se as seguintes metodologias: o método crítico-dialético como eixo
epistemológico de investigação; o método hipotético-indutivo como eixo lógico de investigação; os
métodos bibliográfico e documental simples como eixo técnico de investigação. Discute e conclui
que a formação das ideologias pangermânicas e antissemitas de Hitler estão atreladas, a priori, à
sua escolarização com professores pangermânicos e antissemitas da Abadia de Melk, e, a posteriori,
ao seu militarismo, à sua militância no Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, e à
péssima orientação que ele recebeu no que tange ao direcionamento no desenvolvimento e na
utilização de suas capacidades pessoais.
Palavras-chave: Mein Kampf. Minha Luta. Hitler.
FORMATION OF IDEOLOGIES PANGERMÂNICAS AND ANTI SEMITES OF HITLER
PRESENTED IN MEIN KAMPF BOOK: PART 1
ABSTRACT
This article focuses on the book Mein Kampf. Aims to discuss the process of the formation
of pangermânicas and anti-Semitic ideologies of Hitler in the first part of that book. Therefore, the
following methods are used: the critical-dialectical method as an epistemological axis of research;
the hypothetical-inductive method as a logical axis of research; the bibliographic methods and
simple document as a technical axis of research. Discusses and concludes that the formation of
pangermânicas and anti-Semitic ideologies of Hitler are linked, a priori, to their schooling with Pan-
Germans and anti-Semitic teachers of Melk Abbey, and, subsequently, its militarism, its militancy in
the National Socialist Workers Party German, and bad advice he received with respect to the
direction in the development and use of their personal capacities.
Key-words: Mein Kampf. My fight. Hitler.
1 INTRODUÇÃO
O livro Mein Kampf, transliterado para o português Minha Luta, foi escrito em máquina de
escrever por Adolf Hitler, na Alemanha. Uma de suas versões, a analisada neste trabalho, é
composta por 640 páginas, dividida em duas partes: a primeira, redigida em 1924, quando Hitler
esteve preso por oito ou nove meses, e editada 1925, que, nesta versão, vai da página 2 à página
342; a segunda, redigida em 1925 e editada em 1926, quando Hitler já estava fora da prisão,
reconstruindo o Partido Nazista, que, nesta versão, vai da página 343 à página 640 (CAETANO,
2010; MERLO, 2011; SILVA, 2012; KERSHAW, 2010; ENSAIOS FLUTUANTES, 2016;
HITLER, 1925; MEJNI, 1962).
 Em 1º de abril de 1924, Hitler foi condenado a cinco anos de prisão privativa de liberdade
em regime fechado, dos quais ele só cumpriu nove meses, onde e quando, respectivamente, ele
escreveu a primeira parte do livro Minha Luta (Mein Kampf) como sua autobiografia; a segunda foi
elaborada após sua saída da prisão. Foi também neste livro que ele manifestou com a maior riqueza
de detalhes possível o seu programa ideológico para a Alemanha com as suas teses pangermânicas e
antissemitas. Desde sua infância aprendendo com escritos e professores pangermânicos e
antissemitas, tais como Adolf Joseph Lanz e Teodorick Hagen, ele desenvolveu ódio por grupos
étnicos e raciais que acreditava serem raças “inferiores”, de pessoas que atrapalhavam a ordem e a
paz da Alemanha. Aqui percebe-se a tamanha influência dos ensinos que nós seres humanos
recebemos dos livros que lemos e dos professores que nos ensinam (CAETANO, 2010; MERLO,
2011; SILVA, 2012; KERSHAW, 2010; ENSAIOS FLUTUANTES, 2016; HITLER, 1925; MEJNI,
1962).
Hitler estudou em uma escola criada no mosteiro austríaco denominada Abadia de Lambach,
ou Abadia de Melk. Era um grande e lindo castelo, erguido no ano 996, pelo primeiro marquês da
região, Leopoldo II, para se tornar a sua residência. Em 1089, o castelo foi dado monges católicos
de Lombach, denominados Beneditinos de Lombach, que o encheram de relíquias e tesouros Foi
neste lindo lugar que Hitler estudou até 1905, isto é, até os seus 16 anos de idade cronológica. Foi
nesta escola que Hitler teve seus primeiros contatos com ocultismo e magia, razão do seu
conhecimento e da sua utilização da Cruz Suástica. Todavia, devido ao seu fraco desempenho, ele
abandona a escola, e ruma para Viena para cursar artes, no fito de tentar cimentar o seu sonho de se
tornar um pintor de quadros. Em 1907, ele se candidatou à Academia de Belas Artes de Viena, cujo
processo de avaliação findou em 1908 com uma resposta de recusa por parte a universidade. Mais
uma frustração na vida de Hitler, numa época em que ele era órfão de pai e de mãe. Este acúmulo
de frustrações fez com que Hitler buscasse no ocultismo explicações para tantas desgraças
consecutivas na sua vida, algo evidentemente fora do comum para alguém com capacidades
extraordinárias, por que, de fato, não merecia passar. Este azar acumulado seria uma vingança do
além? Seria resultado do pagamento de “débitos acumulados em vidas passadas”? Seria resultado
de algum espírito demoníaco atrapalhando? Seria resultado de artes de magia negra praticadas por
alguém contra a sua vida? Enfim, todas estas questões passavam, a meu ver, pela cabeça de Hitler,
tal qual passam na minha, não pelas mesmas razões que as dele, mas em situações equivalentes às
vivenciadas por ele (CAETANO, 2010; MERLO, 2011; SILVA, 2012; KERSHAW, 2010;
ENSAIOS FLUTUANTES, 2016; HITLER, 1925; MEJNI, 1962).
Hitler era, desde a sua infância, um leitor assíduo. Ele tinha completa capacidade de
ingressar na universidade que queria, de cursar o que queria, de realizar plenamente todos os seus
sonhos, fosse identificado e adequadamente atendido qual superdotado. Ele tinha bem em mente as
metas que queria alcançar na sua vida, mas diante das condições em que ele vivia, que envolvia
tanto um cenário socioecomicamente em crise, quanto as suas dificuldades pessoais para lidar com
acontecimentos que abalaram profundamente a sua vida – em especial a morte dos seus pais – ele
desenvolveu muito ódio por grupos de pessoas que acreditava deviam tê-lo tratado da forma como
ele gostaria de ser. Ele era uma pessoa que agia sabendo muito bem o que fazia, e não era um mero
louco e insano, sem objetivos concretos. Em meio a tantas segregações, marginalizações, e
frustrações, aliado ao fato de que ele, em momento algum, fora identificado e adequadamente
atendido como tal, não teria outro resultado do que o desenvolvimento de ideologias pangermânicas
e antissemitas, como planos de vingança por todo o sofrimento por que passava. Entretanto, de 1905
a 1913, mesmo enfrentando grandes dificuldades econômicas, ele permaneceu residindo e
sobrevivendo em Viena (CAETANO, 2010; MERLO, 2011; SILVA, 2012; KERSHAW, 2010;
ENSAIOS FLUTUANTES, 2016; HITLER, 1925; MEJNI, 1962).
2 METODOLOGIA
2.1 Pilar epistemológico
O pilar epistemológico refere-se ao conjunto de pressupostos ontológicos, morfológicos,
gnosiológicos, teóricos e éticos, norteadores da pesquisa científica em um nível estratégico. É,
portanto, o pilar estratégico, ou diretivo, da pesquisa científica. Considera sensivelmente a
concepção de homem, de vida, de mundo, de ciência e de ética que o pesquisador tem tanto quanto
as suas relações com o objeto da sua investigação (GILES, 1979; PIAGET, 1973; KÖCHE, 1997;
2011; TEIXEIRA 2012; EL-GUINDY, 2004; VERGARA, 2012; SPINK, 2012; BRASIL, 2012).
Por essas razões, os seus enfoques (métodos)podem ser apropriadamente denominados bases
estratégicas da investigação ou bases diretivas constitucionais da investigação (GIFTED, 2015).
Esta proposta de trabalho de pesquisa caracteriza-se como um estudo crítico-dialético,
porque visa a historicização do tema investigado. A base diretiva da investigação crítico-dialética
concebe a ciência como produto da ação do homem e, portanto, tida como uma categoria histórica e
a produção científica uma construção; o homem é tido tanto como ser social e histórico,
determinado pelos múltiplos contextos como criador e transformador de múltiplos contextos;
defende uma preocupação diacrônica: vê a dinâmica do objeto estudado, o movimento (o filme do
real); defende um visão dinâmica, conflitiva, heterogênea, ou seja, uma percepção organizada da
realidade que se constrói através da prática cotidiana do pesquisador e das condições concretas de
sua existência. Seu caráter é historicista, ou seja, situado entre o caráter cientificista e o caráter
tecnicista. Ela tem como objetivo a historicização do objetivo investigado, levando-se em
consideração as suas causas e os seus efeitos nos campos cívico, moral, econômico, sociológico,
tecnológico, religioso, político e científico da vida humana. Por essa razão, o grau de aproximação
entre sujeito pesquisador e objeto investigado por uma pesquisa dirigida por essa base é
moderadamente sensível, e ela é bastante comum nos estudos interdisciplinares (TEIXEIRA 2012;
VERGARA, 2012; GIFTED, 2015; EL-GUINDY, 2004; SPINK, 2012).
2.2 Pilar lógico
O pilar lógico refere-se ao conjunto de pressupostos estruturais do pensamento, norteadores
da pesquisa científica em um nível tático. É, portanto, o pilar tático, ou gerencial, da pesquisa
científica. Considera o ponto exato de partida do raciocínio utilizado bem como as nuances dos seus
avanços. Por essa razão, os seus enfoques (métodos) podem ser apropriadamente denominados
bases táticas da investigação ou bases estruturais do pensamento da investigação (CRESWELL,
2010; TRIVIÑOS, 1987; GIFTED, 2015). A base estrutural de pensamento hipotético-indutiva,
aquela que parte de um conjunto de hipóteses específicas (particulares) e ruma para conclusões
generalizadas (gerais). (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; POPPER,
1972; KANT, 2001; 2004).
2.3 Pilar técnico
O pilar técnico refere-se ao conjunto de pressupostos de abordagem, de modalidade
sequencial (pesquisa mista), de base e subbase procedimentais (pesquisa observacional), de técnicas
e subtécnicas, de instrumentos, de recursos (inclusive o tempo) e de lócus, norteadores da pesquisa
científica em um nível operacional. É, portanto, o pilar operacional, ou funcional, da pesquisa
científica. Considera as fases pré-implementatória (trabalho ou redação de ensaio), implementatória
(execução do trabalho ou da redação de ensaio) e pós-implementatória (publicação dos resultados
finais) da investigação científica (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010;
ECO, 2012; THIOLLENT, 2003; 2011; YIN, 2010; MARTINS, 2008; SOARES, 2003). Por essa
razão, os seus enfoques (métodos) podem ser apropriadamente denominados bases operacionais da
investigação ou bases funcionais da operação de investigação (GIFTED, 2015). As abordagens de
investigação podem ser qualitativa, quantitativa ou mista (um pouco quali, um pouco quanti)
(CRESWELL, 2010; RODRIGUES, 2006; TRIVIÑOS, 1987). As modalidades sequenciais,
inerentes aos métodos mistos de investigação, podem ser estratégia explanatória sequencial,
estratégia exploratória sequencial, estratégia transformativa sequencial, estratégia de triangulação
concomitante, estratégia incorporada concomitante e estratégia transformativa concomitante
(CRESWELL, 2010; GIFTED, 2015).
As bases procedimentais de investigação podem ser a observacional, a experimental, a
estatística e ou a clínica (GIL, 1999; 2010). Cada uma delas é classificada de acordo com as
técnicas de coleta de dados utilizadas, sendo, portanto, a observação, a experimentação, a
amostragem e a testagem, respectivamente. As técnicas de investigação podem ser de coleta
(levantamento bibliográfico, levantamento documental, entrevista, intervenção, experimentação,
amostragem, testagem), de registro (planificação manual, planificação eletrônica), de sistematização
(suposições, hipóteses, indagações, suspeitas, curiosidades, conjecturas), de organização
(categorização, codificação, tabulação), de análise ou interpretação (AB, AC, AD, AF, AR, exegese-
hermenêutica, etc.), de formalização (TCC, dissertação, tese, artigo, resenha, periódico, revista,
software, patente, obra de arte) e de apresentação (exposição oral, exposição visual, exposição
mista) (SEVERINO, 2007; GIL, 1999; 2010).
Os instrumentos de investigação tratam-se dos materiais utilizados para a coleta dos dados.
Podem ser o protocolo observacional, o protocolo de entrevista, o protocolo amostral, o diário de
campo, as escalas sociais, os testes, o questionário, o formulário (MARCONI; LAKATOS, 2003;
2007; 2008; BOLFARINE; BUSSAB, 2004; KASMIER, 1982; CORREA, 2003; MORETTIN;
BUSSAB, 2010; KASMIER, 1982).
Os recursos tratam-se dos requisitos necessários à viabilidade da investigação científica.
Podem ser tecnológicos (hardware, software, materiais escolares, laboratórios de informática,
bibliotecas), financeiros (valores monetários, bolsas de estudo, ajudas de custo, premiações),
humanos (grupos de pesquisa, orientadores, coorientadores, coautores, examinadores,
colaboradores, normas justas) e tempo (cronogramas executáveis, metas alcançáveis) (MARCONI;
LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; CRESWELL, 2010; RODRIGUES, 2006;
TRIVIÑOS, 1987).
Os lócus tratam-se dos espaços físicos, isto é, os lugares onde são realizadas as etapas da
investigação científica. Podem ser de coleta (uma biblioteca), de registro (um telecentro), de
sistematização (uma praça), de organização (um albergue), de análise ou interpretação (uma feira de
domingo), de formalização (uma universidade) e de apresentação (um encontro universitário)
(MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; CRESWELL, 2010; RODRIGUES,
2006; TRIVIÑOS, 1987). No presente trabalho, foram utilizadas como técnicas gerais de pesquisa o
levantamento bibliográfico e documental, razão pela qual são explanadas a seguir:
Levantamento bibliográfico
O levantamento bibliográfico busca mapear um conjunto de bibliografias previamente
selecionadas para análise. A metodologia bibliográfica oferece meios que auxiliam na definição e
resolução dos problemas já conhecidos, permitindo tanto explorar novas áreas onde os mesmos
ainda não se cristalizaram suficientemente como também analisar um tema sob novo enfoque ou
abordagem, produzindo novas conclusões. (SEVERINO, 2007). Ele é utilizado para a revisão da
literatura e, portanto, necessário a todas as espécies de pesquisa. Configura-se na técnica de coleta
de dados dos livros e dos trabalhos acadêmicos em geral, tais como TCC’s, monografias,
dissertações, teses, artigos científicos, resenhas científicas, etc. Os seus instrumentos fundamentais
são as bibliografias.
O levantamento bibliográfico oferece meios que auxiliam na definição e resolução dos
problemas já conhecidos, como também permite explorar novas áreas onde os mesmos ainda não se
cristalizaram suficientemente. Permite também que um tema seja analisado sob novo enfoque ou
abordagem, produzindo novas conclusões. Além disso, permite a cobertura de umagama de
fenômenos muito mais ampla, mormente em se tratando de pesquisa cujo problema requeira a
coleta de dados muito dispersos no espaço. Sobre essa técnica de pesquisa para coleta de dados,
Rodrigues (2007, p. 43) assinala:
Bibliográfica é a pesquisa limitada à busca de informações em livros e outros meios de publicação.
É o oposto da pesquisa de campo, distinguindo-se também e igualmente por oposição da pesquisa
in victro. Geralmente, a pesquisa bibliográfica integra o âmbito da pesquisa ex-post-facto, pelo
simples fato de que os livros e artigos de revista ou periódico qualquer tratam, via de regra, de fatos
consumados, não sendo habitual a pesquisa bibliográfica baseada em leitura do tipo futurologia.
O levantamento bibliográfico pressupõe trabalhos anteriores que servem como fonte ou lente
teórica para embasamento de estudos mais abrangentes e ou aprofundados (RODRIGUES, 2007).
Sobre esse aspecto, Severino (2007, p. 122) destaca:
A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de
pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses, etc. Utiliza- se de
dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados.
Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das
contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos.
Realmente, toda pesquisa acadêmica requer em algum momento a realização de trabalho
que possa ser considerado como levantamento bibliográfico. Prova disso é que nas dissertações e
teses da atualidade, em sua maioria, há um capítulo especial dedicado à revisão bibliográfica cuja
finalidade principal é fundamentar o trabalho acadêmico teórica e consistentemente, identificando,
não raro, o estágio atual do conhecimento referente ao tema. Gil (2010, p. 29) explana sobre tal tipo
de pesquisa com os seguintes dizeres:
A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta
modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações
e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de
informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas
magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela internet.
Ressaltando a relevância de tal tipo de pesquisa, Gil (2010) destaca que ela permite ao investigador
a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar
diretamente, em especial quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço.
Entretanto, não se esquece de salientar que, como fontes secundárias, as bibliografias podem
apresentar dados coletados ou processados de forma equivocada, tornando possível a reprodução
e/ou ampliação desses erros em trabalhos nelas fundamentadas. 
Por essa razão, Gil (2010, p. 30) fornece sugestões úteis para reduzir tal possibilidade,
dizendo:
Para reduzir essa possibilidade, convém aos pesquisadores assegurarem-se das condições em que
os dados foram obtidos, analisar em profundidade cada informação para descobrir possíveis
incoerências ou contradições e utilizar fontes diversas, cotejando-as cuidadosamente.
De acordo com Gil (1999; 2010), não existem regras fixas para a realização de pesquisas
bibliográficas, mas existem algumas tarefas que a experiência demonstra serem importantes. Dessa
forma, este trabalho segue o seguinte roteiro:
- Exploração das fontes bibliográficas: foram examinadas as bibliografias fundamentais
sobre a metodologia da pesquisa cientifica e conteúdo específico sobre a formação das ideologias
pangermânicas e antissemitas de Hitler.
- Leitura do material: conduzida de forma informativa, seletiva, reflexiva e interpretativa,
objetivado reconhecer, reter, criticar construtivamente e avalizar as partes essenciais para o
desenvolvimento do estudo (DINIZ; DA SILVA, 2008).
- Elaboração de fichas de citações: como de costume, eu elaborei fichas de citações sobre as
bibliografias analisadas, a partir das quais eu elaborei o presente trabalho;
- Ordenação e análise das fichas: uma vez organizadas e ordenadas de acordo com o seu
conteúdo, conferindo sua confiabilidade, eu apliquei a Análise de Discurso produzindo um resenha
crítica de cada uma delas;
- Conclusões: foram obtidas avaliando-se o texto e o contexto do livro Minha Luta, bem
como informações sobre as condições socieconômicas da época da sua escrita, coletadas nas demais
bibliografias consultadas;
Para a execução desta proposta de trabalho, os levantamentos do tipo bibliográfico,
documental e amostral contornarão problemas relacionados a tempo e recursos financeiros, uma vez
que um estudo dessa natureza necessariamente envolveria pesquisa de campo e mais tempo para a
coleta e análise de dados, mais característicos a um estudo de caso. Ressalta-se ainda que os
materiais assim selecionados e organizados constituem uma base de dados consistente para a
elaboração de estudos mais avançados dentro dessa área e temática.
Levantamento documental
O levantamento documental, visa a coleta de dados primários, ou seja, aqueles que ainda não
foram submetidos a algum tipo de manipulação, embora possa coletar também dados secundários,
como, por exemplos, comentários de terceiros em um documentos em que conste a legislação
aplicável a algum tema, etc.. Configura-se na técnica de coleta de dados de documentos pessoais,
registros institucionais, registros estatísticos e da comunicação de massa em geral, isto é, tv, rádio,
jornais, revistas, internet, etc. Sobre essa técnica de pesquisa, Gil (1999, p. 160) salienta:
As fontes de “papel” muitas vezes são capazes de proporcionar ao pesquisador dados
suficientemente ricos para evitar a perda de tempo com levantamentos de campo, sem contar que
em muitos casos só se torna possível a investigação social a partir de documentos.
Os documentos, instrumentos de pesquisa próprios dos levantamentos documentais, são
comumente compostos por informações originais do autor – e é exatamente o tipo delas que diferem
os levantamentos documentais dos bibliográficos, e, portanto, primárias, tais como as encontradas
em um prontuário médico, na legislação, nos demonstrativos financeiros e contábeis de uma
empresa ou de uma instituição, etc.. Entretanto, os documentos podem conter informações
interpretativas dos originais, tais como nas notas explicativas e comentários realizados, por terceiros
nos mesmos documentos citados, ou a eles anexados (LUNA, 2011; 2012; GIL, 1999; 2010;
MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; KÖCHE, 1997; 2011; SOARES, 2003). Sobre estes
aspectos dos documentos, Luna (2011, p. 56; 2012) nos empresta as suas ideias tal como segue:
O documento, como fonte de informação, assume diferentes formas: literatura pertinente a um
assunto, anuários estatísticos e censos, prontuários médicos, legislação, etc. São todos exemplos de
fontes documentais. Como ocorre em relação às demais fontes, as informações obtidas em
documentos podem ser diretas e indiretas. No caso particular de documentos, essa distinção
costuma assumir a denominação de fontes primárias (diretas) e secundárias (indiretas). As obras
originais de um autor são consideradas como primárias, enquanto as traduções e comentários sobre
esse autor já são consideradas fontes secundárias. De um modo geral, quanto mais “oficial” for um
documento, mais primária será a fonte.
O levantamento documental visa a coleta de dados primários, ou seja, aqueles que ainda não
foram submetidos a algumtipo de manipulação, enquanto o levantamento bibliográfico visa a coleta
de dados secundários sobre um tema, quando não existem dados primários sobre ele ou quando a
sua coleta é comprovadamente inviável. Entretanto, vale destacar que nos documentos, ou em anexo
aos mesmos, podem haver dados secundários; por essa razão, correto afirmar que os documentos
são fontes de dados primários ou secundários. Os documentos são tipificados por Gil (1999, p. 160-
165) em documentos pessoais, registros institucionais, registros estatísticos e da comunicação de
massa em geral, isto é, TV, rádio, jornais, revistas, internet, etc., tal como se segue:
1) Registros estatísticos
[...] Entidades governamentais como a Fundação IBGE dispõem de dados referentes a
características socioeconômicas da população brasileira, tais como: idade, sexo, tamanho da
família, nível de escolaridade, ocupação, nível de renda etc. Os órgãos de saúde fornecem dados a
respeito de incidência de doenças, causas de morte etc. Uma entidade como o Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos dispõe de dados sobre desemprego, salários,
greves, negociações trabalhistas etc. Organizações voluntárias têm dados referentes a seus
membros e também às populações que atendem. Institutos de pesquisa vinculados aos mais
diversos campos do conhecimento. Além disso, número cada vez maior de entidades vem-se
preocupando em manter bancos de dados. Isto se verifica em hospitais, escolas, agências de serviço
social, entidades de classe, repartições públicas etc. [...]
2) Registros institucionais escritos
Além dos registros estatísticos, também podem ser úteis para a pesquisa social os registros escritos
fornecidos por instituições governamentais. Dentre esses dados estão: projetos de lei, relatórios de
órgãos governamentais, atas de reuniões de casas legislativas, sentenças judiciais, documentos
registrados em cartórios etc. [...]
3) Documentos pessoais
Há uma série de escritos ditados por iniciativa de seu autor que possibilitam informações relevantes
acerca de sua experiência pessoal. Cartas, diários, memórias e autobiografias são alguns desses
documentos que podem ser de grande valia na pesquisa social. [...]
4) Comunicação de massa
Os documentos de comunicação de massa, tais como jornais, revistas, fitas de cinema, programas
de rádio e televisão, constituem importante fonte de dados para a pesquisa social. Possibilitam ao
pesquisador conhecer os mais variados aspectos da sociedade atual e também lidar com o passado
histórico. Neste último caso, com eficiência provavelmente maior que a obtida com a utilização de
qualquer outra fonte de dados. [...] (grifos meus)
Embora a pesquisa bibliográfica e a documental sejam bastante semelhantes, por ambas se
respaldarem em materiais elaborados e já publicados, Gil (2010) aponta que a principal diferença
entre elas encontra-se na natureza das fontes. Sobre a identificação das mesmas, Gil, 2010, p. 31,
elucida dizendo que “o que geralmente se recomenda é que seja considerada fonte documental
quando o material consultado é interno à organização, e fonte bibliográfica quando for obtido em
bibliotecas ou bases de dados”. Para Marconi e Lakatos (2007), a pesquisa documental consiste na
análise de fontes primárias, isto é, elaboradas pelo próprio autor, enquanto a pesquisa bibliográfica
consiste na análise de fontes secundárias, isto é, transcritas de fontes primárias contemporâneas ou
retrospectivas.
Com base nos pressupostos apresentados, deduz-se que o levantamento bibliográfico,
enquanto um tipo de observação indireta, consiste na coleta e no tratamento sistematizado de dados
secundários, e que o levantamento documental, enquanto um tipo de observação que tanto pode ser
direta (dados primários) quanto indireta (dados secundários), consiste na coleta e no tratamento
sistematizado de dados híbridos, isto é, tanto primários quanto secundários (KÖCHE, 1997, 2011;
GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; 2012; RODRIGUES,
2007; ECO, 2012; SOARES, 2003). 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este capítulo destaca várias citações da primeira parte do livro Mein Kampf, historicizando-
as e analisando-as criticamente. Aparece cada citação seguida de uma breve reflexão. 
Ali tudo se negava: a nação era uma invenção das classes capitalistas (que número infinito de vezes
ouvi essa palavra!); a Pátria era um instrumento da burguesia para exploração das massas
trabalhadoras; a autoridade da lei era simples meio de opressão do proletariado; a escola era
instituto de cultura do material escravo e mantenedor da escravidão; a religião era vista como meio
de atemorizar o povo para melhor exploração do mesmo; a moral não passava de uma prova da
estúpida paciência de carneiro do povo. Não havia nada, por mais puro, que não fosse arrastado na
lama mais asquerosa. (HITLER, 1925, p. 39-40).
Hitler mesmo relata em sua obra que não queria ser funcionário público tal como seu pai
desejava que ele fosse. Ele queria ser pintor de quadros. Ele conta que quanto seu pai lhe perguntou
o que ele queria exercer como profissão, e ele respondeu que queria ser pintor, que seu pai achou
que ele tinha perdido o juízo, que tinha ficado louco e até fingiu que Hitler não tinha entendido
corretamente a pergunta. Hitler relata também que quando foi cursar na Abadia de Melk, no geral
ele não gostava do era ensinado ali, que os conteúdos eram tão fáceis que ele era tinha bastante
tempo para se dedicar ao que gostava, razão pela qual ele era mais visto ao ar livre do que em casa
ou na sala de aula. Ele diz que, na escola, ele se concentrava nos componentes curriculares que
poderiam favorecê-lo no sentido de cimentar o seu sonho de ser pintor; que era em história e
geografia que ele fazia progresso. Foi estudando conteúdos de seu interesse que Hitler construiu as
suas opiniões pessoais sobre o Estado, o povo alemão, a nação, a pátria, a escola, a religião e a
moral. Até o que diz na citação acima, são bastantes realísticas e inteligíveis as palavras de Hitler.
De começo, tentei manter-me em silêncio. Por fim, não podia mais. Comecei a tomar posição,
comecei a contraditar. Então passei a compreendei- que essa oposição de nada valia, enquanto eu
não possuísse conhecimentos seguros sobre os pontos debatidos. Comecei a pesquisar nas próprias
fontes, de onde eles extraíam a sua fictícia sabedoria. Li livros sobre livros, brochuras sobre
brochuras. No local do serviço, as coisas chegavam frequentemente à exaltação. Eu discutia cada
vez melhor, até que um dia foi empregado um meio que facilmente levava de vencida a razão: o
terror, a força. Alguns dos defensores do lado contrário intimaram-me a abandonar a construção
imediatamente ou a ser jogado do andaime. Como estava sozinho e a resistência seria impossível,
preferi seguir o primeiro alvitre, adquirindo assim mais uma experiência. (HITLER, 1925, p. 40).
Nesta citação, percebe-se que Hitler, a priori, não havia ainda tomado a sua posição nem a
favor e nem contra a realidade da conjuntura socioeconômica alemã de sua época. Mas, a
posteriori, na medida em que ele passou a compreender o autoritarismo da sociedade capitalista,
completamente alienada e alienante, e que ficar calado é consentir, ele tomou então a posição de
contraditar toda e qualquer ideologia que promovesse tal realidade. Ele conta que pesquisou várias
fontes, dentre as quais revistas, livros e brochuras.
Vencendo a minha relutância, tentei ler essa espécie de imprensa marxista, mas a repulsa por ela
crescia cada vez mais. Esforcei-me por conhecer mais de perto os autores dessa maroteira e
verifiquei que, a começar pelos editores, todos eram judeus. Examinei todos os panfletos sociais-democráticos que pude conseguir e, invariavelmente, cheguei à mesma conclusão: todos os editores
eram judeus. Tomei nota dos nomes de quase todos os líderes e, na sua grande maioria, eram do
"povo escolhido", quer se tratasse de membros do "Reichscrat", de secretários dos sindicatos, de
presidentes de associações ou de agitadores de rua. Em todos encontravam-se sempre a mesma
sinistra figura do judeu. Os nomes de Austerlitz, David, Adler, Ellenbogen etc., ficarão eternamente
na minha memória. Uma coisa tornou-se clara para mim. Os líderes do Partido Social Democrata,
com os pequenos elementos do qual eu tinha estado em luta durante meses, eram quase todos
pertencentes a uma raça estrangeira, pois para minha satisfação íntima, convenci-me de que o judeu
não era alemão. Só então compreendi quais eram os corruptores do povo. (HITLER, 1925, p. 60-
61).
O marxismo viralizava na mídia alemã na época em que Hitler escreveu o Minha Luta.
Hitler não combate propriamente as ideologias marxistas, mas o fato de que os seus autores eram
judeus. É preciso ressaltar aqui que Hitler, em 1907, aos seus 18 anos de idade cronológica, perdeu
a sua mãe, que, nas suas crenças, tinha sido envenenada por um médico judeu. Desde então ele
passou a odiar os judeus. Ele cita os nomes de Austerlitz, David, Adler, Ellenbogen, não pelo fato
de serem adeptos do marxismo, mas sim pelo fato de serem judeus, a quem ele odiava. Estes
sujeitos foram inseridos nos seus planos de vingança desde a sua juventude.
A doutrina judaica do marxismo repele o princípio aristocrático na natureza. Contra o privilégio
eterno do poder e da força do indivíduo levanta o poder das massas e o peso-morto do número.
Nega o valor do indivíduo, combate a importância das nacionalidades e das raças, anulando assim
na humanidade a razão de sua existência e de sua cultura. Por essa maneira de encarar o universo,
conduziria a humanidade a abandonar qualquer noção de ordem. E como nesse grande organismo,
só o caos poderia resultar da aplicação desses princípios, a ruína seria o desfecho final para todos
os habitantes da Terra. Se o judeu, com o auxilio do seu credo marxista, conquistar as nações do
mundo, a sua coroa de vitórias será a coroa mortuária da raça humana e, então, o planeta vazio de
homens, mais uma vez, como há milhões de anos, errará pelo éter. A natureza sempre se vinga
inexoravelmente de todas as usurpações contra o seu domínio. Por isso, acredito agora que ajo de
acordo com as prescrições do Criador Onipotente. Lutando contra o judaísmo, estou realizando a
obra de Deus. (HITLER, 1925, p. 64).
Nesta citação, percebe-se que Hitler, parte do fato de que o marxismo da sua época era
liderado por judeus, usando a expressão “doutrina judaica do marxismo”. Daí, ele objeta o
marxismo alegando que o mesmo repele o princípio aristocrático da natureza, negando o valor do
indivíduo, combatendo a importância das nacionalidades e das raças, “anulando assim a
humanidade a abandonar qualquer noção de ordem”. Mas quem, na verdade, nega o valor do
indivíduo combatendo a importância das nacionalidades e das raças é o próprio Hitler, considerando
“inferiores” os judeus, e, posteriormente, as testemunhas de Jeová, os deficientes, os muçulmanos,
os homossexuais, os comunistas, os social democratas, os sérvios, os poloneses. Suas ideologias
pangermânicas e antissemitas são bastante extremistas.
De um modo geral, não se deve esquecer nunca que a conservação de um Estado ou de um governo
não é o mais elevado fim da existência humana, mas o de conservar o seu caráter racial. Caso este
se ache em perigo de ser dominado ou eliminado, a questão da legalidade terá apenas importância
secundária. Mesmo que o poder dominante empregue mil vezes os meios "legais" na sua ação, o
instinto de conservação dos oprimidos é sempre uma justificação elevada para a luta por todos os
meios. (HITLER, 1925, p. 92).
Aqui Hitler externaliza o seu extremismo, deixando claro o seu racismo. Quando ele diz que
a conservação de um Estado ou de um governo nada mais é do que o conservar o seu caráter racial,
ele deixa claro que os seres humanos precisam ser classificados e julgados por suas respectivas
raças. Para Hitler, o valor humano está na sua raça, no grupo social a que pertence, e não nos
valores morais, essenciais, do indivíduo. Ele revela acreditar que o ser humano sempre se rebela ao
tomar consciência de que está sendo controlado pela força, contra a sua vontade. Ele afirma que a
legalidade, neste caso, tem apenas importância secundária quando o indivíduo percebe que corre o
perigo de ser dominado ou eliminado. As experiências militares de Hitler colaboraram bastante para
a formação de tais ideologias.
Logo que o movimento pangermanista, por sua atitude parlamentar, colocou o seu ponto de apoio
no parlamento e não no povo, perdeu o futuro e ganhou, em troca, o êxito barato e passageiro.
Escolheu a luta mais fácil, e, por isso mesmo, deixou de merecer a vitória final. Justamente essas
questões foram por mim estudadas em Viena, da maneira mais profunda, notando, então, que, no
seu não reconhecimento, estava um dos principais motivos do colapso do movimento, que, a meu
ver, era destinado a tomar em suas mãos a direção do germanismo. (HITLER, 1925, p. 103).
Hitler aqui explana a razão do fracasso do movimento pangermanista da sua época. Ele
ressalta mais uma vez a sua assiduidade ao estudar assuntos políticos da Alemanha e seus entornos;
ele diz que estudou em Viena, da maneira mais profunda, as questões relacionadas ao fracasso do
movimento pangermanista.
O protestantismo representa, por si, melhor, as aspirações do germanismo, desde que esse
germanismo esteja fundamentado na origem e tradições da sua igreja; falha, entretanto, no
momento em que essa defesa dos interesses nacionais tenha de realizar-se num domínio em
discordância com a sua tradicional maneira de conceber os problemas mundiais. O protestantismo
servirá para promover tudo o que é essencialmente germânico, sempre que se trate de pureza
interior ou, de intensificar o sentimento nacional, ou de defesa da vida alemã, da língua e também
da liberdade, uma vez que tudo isso é parte essencial nele; mas é mais hostil a qualquer tentativa de
salvar a nação das garras de seu mais mortal inimigo, porque a sua atitude em relação ao judaísmo
foi traçada mais ou menos como um dogma. Nisso ele gira indecisamente em torno da questão e, a
não ser que essa questão seja resolvida, não terá sentido ou possibilidade de êxito qualquer
tentativa de um renascimento alemão. Durante minha estadia em Viena, eu tive bastante prazer e
oportunidade de examinar essa questão, sem espírito preconcebido e, pude ainda verificar milhares
de vezes, no convívio diário, a correção desse modo de ver. (HITLER, 1925, p. 108).
Aqui Hitler explana, sob a sua própria ótica, as relações entre o protestantismo e o
germanismo. Diz que ambos possuem natureza nas tradições da igreja e objetivos em comum, tais
como a intensificação do sentimento nacional, ou de defesa da vida alemã, da sua língua e também
da liberdade do seu povo.
Na realidade não se pode servir a dois senhores, sendo que eu considero a fundação ou destruição
de uma religião muito mais importante do que a fundação ou destruição de um Estado, quanto mais
de um partido. (HITLER, 1925, p. 110).
Hitler deixa claro nesta citação a força da escolarização religiosa na formação das suas
ideologias pangermânicas e antissemitas. E isto é bem verdade: ele foi escolarizado por religiosos
católicos pangermanistas e antissemitas na Abadia de Melk.
Nada pode melhor servir a um tratante e mandrião parlamentar do que a oportunidade que assim se
lhe oferece de, ao menos posteriormente, conseguir a justificação de sua espertezapolítica. Pois
logo que a re1igião ou o credo é responsabilizado por uma maldade pessoal e por isso atacados, o
maroto chama, com berreiro formidável, o mundo inteiro para testemunhar quão justa fora a sua
atuação e como, graças a ele e à sua loquacidade, foram salvas a religião e a igreja. Os
contemporâneos, tão tolos quanto esquecidos, não reconhecem o verdadeiro causador da luta,
devido ao grande berreiro que se faz ou não se lembram mais dele e assim atinge o patife o seu
objetivo. Essas astuciosas raposas sabem bem que isso nada tem a ver com a religião. Por isso mais
rirá ele consigo mesmo, enquanto que o seu adversário, honesto porém inábil, perde a cartada e
retira-se de tudo, desiludido da lealdade e a fé nos homens. (HITLER, 1925, p. 110).
Hitler explana a esperteza dos políticos, as suas estratégias de fingir obediência à Igreja para
obter vantagens no que tange à sua reputação na sociedade, sobre a qual é construída a sua imagem
e a sua campanha eleitoral. 
Em outro sentido, seria também injusto tomar a religião ou mesmo a igreja como responsável pelos
desacertos de quaisquer indivíduos. Compare-se a grandeza da organização visível com a
defeituosidade média dos homens em geral e será necessário admitir que a relação do bem para o
mal é melhor entre nós do que em qualquer outra parte. É certo que há também, mesmo entre os
próprios padres, alguns para os quais a sua função sagrada é apenas um meio para a satisfação de
sua ambição- política e que chegam mesmo a esquecer, na luta política, muitas vezes de maneira
mais do que lamentável, que deveriam ser os guardas de uma verdade superior e não os
representantes da mentira e da calúnia. Entretanto para cada indigno desses há, por outro lado,
milhares e milhares de curas honestos, dedicados da maneira mais fiel à sua missão que, em nossos
tempos atuais, tão mentirosos como decadentes, se destacam como pequenas ilhas num pântano
geral. (HITLER, 1925, p. 111).
Nesta citação, Hitler destaca a responsabilidade individual das ações humanas. O que ele
denomina “defeituosidade média dos homens em geral” se refere a uma relação da moralidade de
indivíduo para indivíduo. 
Tão pouco condeno ou devo condenar a igreja pelo fato de um sujeito qualquer de batina cair em
falta imunda contra os costumes, quando muitos outros mancham e traem a sua nacionalidade, em
uma época em que isso ocorre frequentemente. Sobretudo hoje em dia, é bom não esquecer que
para cada Efialtes há milhares de pessoas que, com o coração sangrando, sentem a infelicidade de
seu povo e, como os melhores de nossa nação, desejam ansiosamente a hora em que para nós o céu
possa sorrir também. (HITLER, 1925, p. 111).
Hitler percebe que existe certo nível de imoralidade, ou defeituosidade, que é comum aos
seres humanos de um modo geral, poucos se excetuando. Ele concluiu ao longo da sua trajetória que
o ser humano é imperfeito e pecador em qualquer lugar e qualquer época, independentemente da
sua religião, partido político, sexo, idade; contudo, dependentemente da raça, tal como ele afirma
que os judeus são os seres mais defeituosos, ou imorais, já existentes na humanidade.
A arte de todos os grandes condutores de povos, em todas as épocas, consiste, em primeira linha,
em não dispersar a atenção de um povo e sim em concentrá-la contra um único adversário. Quanto
mais concentrada for a vontade combativa de um povo, tanto maior será a atração magnética de um
movimento e mais formidável o ímpeto do golpe. Faz parte da genialidade de um grande condutor
fazer parecerem pertencer a uma só categoria mesmo adversários dispersos, porquanto o
reconhecimento de vários inimigos nos caracteres fracos e inseguros muito facilmente conduz a um
princípio de dúvida sobre o direito de sua própria causa. Logo que a massa hesitante se vê em luta
contra muitos inimigos, surge imediatamente a objetividade e a pergunta de se realmente todos
estão errados ou só o próprio povo ou o próprio movimento é que está com o direito. Com isso
aparece também o primeiro colapso da própria força. Daí ser necessário que uma maioria de
adversários internos seja sempre vista em blocos, de sorte que a massa dos próprios adeptos julgue
que a luta seja dirigida contra um inimigo único. Isso fortalece a fé no próprio direito e aumenta a
irritação contra o inimigo. O fato de o movimento pangermanista não ter compreendido isso lhe
custou a derrota. (HITLER, 1925, p. 113 e 114).
Hitler explica alguns detalhes da arte da guerra, tais como: habilidades gerenciais,
defensivas e combativas dos seus condutores; a compreensão da psicologia das massas; o uso da
lábia para controlar os soldados. Todos os detalhes aqui apontados são úteis enquanto estratégias
administrativas, podendo ser implementadas no contexto organizacional em geral. Analogicamente,
estes detalhes trazem contribuições para a construção de um arcabouço teórico mais completo da
Teoria das Organizações.
O seu objetivo estava certo. A vontade era pura. O caminho seguido, porém, estava errado. Ele se
assemelhava a um alpinista que tem em vista o pico a ser galgado e que se põe a caminho com
decisão e força, sem porém dedicar atenção a esse último, tendo a vista sempre voltada para o
objetivo, sem atentar na trilha que segue. Por isso, fracassa. (HITLER, 1925, p. 114).
Enquanto militar, Hitler discute bastante as estratégias militares na guerra, pautado na
compreensão da psicologia das massas. Ele é bastante focado nos procedimentos técnicos
necessários para a adequada operacionalização da guerra. Entende muito bem todas as suas etapas,
bem como os seus respectivos efeitos sobre os membros do seu exército e sobre os seus inimigos.
Viena era e permaneceu para mim a mais rude, embora mais completa, escola de minha vida. Eu
pisara essa cidade ainda meio criança e abandonei-a já homem feito. Nela recebi os fundamentos de
uma concepção política em pequena escala, que mais tarde ainda tive de completar em detalhes,
porém que nunca mais me abandonara. O verdadeiro valor daqueles anos de aprendizado só hoje é
que posso apreciar plenamente. (HITLER, 1925, p. 120).
Hitler destaca Viena, que dista cerca de 110 Km de Melk, como o centro geográfico
principal da sua formação política, econômica e pessoal, for ser o local onde ele viveu desde sua
infância até a sua fase adulta; foi onde ele viveu de 1908 à primavera de 1912, 4 anos; foi vizinho
de Stalin, Freud e Trotsky. Foi em Viena que Hitler aprendeu a dialética marxista, incorporando-a
em sua vida para os seus próprios fins; foi nesta fase que ele recebeu herança de seus pais, morou
em asilos e albergues, pagou aluguel, com dinheiro que ganhava trabalhando autonomamente
pintando cenas copiadas de postais e de paisagens de Viena; dos 19 aos 21 anos recebeu um
subsídio para órfãos concedido na Alemanha; foi em Viena que ele recebeu as maiores
contribuições da sua vida para a formação das suas ideologias pangermânicas, ao passo que foi em
Melk que ele recebeu as maiores contribuições para a formação das suas ideologias antissemitas.
Aquela cidade parecia-me tão familiar como se eu tivesse morado há longo tempo dentro de seus
muros. Isso provinha do fato de que os meus estudos a cada passo se reportavam a essa metrópole
da arte alemã. Quem não conhece Munique não viu a Alemanha, quem não viu Munique não
conhece a arte alemã. (HITLER, 1925, p. 121).
Hitler conheceu bem a cidade alemã Munique enquanto ali residiu e trabalhou. Ele podia,
então, dizer com propriedade que na metrópole Munique é que se concentrava a arte alemã, que
quem não conhece Munique não viu a Alemanha, que quem não viu Munique, de fato ainda não
conhece a arte alemã.
Nos anos de 1913 e 1914 manifestei a opinião, em vários círculos,que, em parte, hoje estão filiados ao
movimento nacional-socialista, de que o problema futuro da nação alemã devia ser o aniquilamento do
marxismo. Na funesta política de alianças da Alemanha eu via apenas o fruto da ação destruidora dessa
doutrina. O pior era que esse veneno destruía quase insensivelmente os fundamentos de uma sadia concepção
do Estada e da economia, sem que os por ele atingidos se apercebessem de que a sua maneira de agir, as
manifestações da sua vontade já eram uma consequência destruidora do marxismo. (HITLER, 1925, p. 148).
Hitler estava focado no aniquilamento do marxismo, por causa de este movimento ser
formado predominantemente por judeus, que ele tanto odiava por acreditar que os mesmos
objetivavam a destruição de todas as raças não judaicas. Então, as suas ideologias pangermânicas
foram construídas com base no antissemitismo.
Quando ainda jovem, na fase em que tudo nos sorri, nada me fazia tão triste, como o ter nascido
justamente em uma época em que todas as honras e glórias eram reservadas a negociantes ou a
funcionários do governo. […] Ah! se me tivesse sido possível ter nascido cem anos antes! Mais ou
menos no tempo das guerras da Independência, quando o homem, mesmo sem negócios, ainda
valia alguma coisa! (HITLER, 1925, p. 149).
Hitler nasceu em uma época em que, na Alemanha, as honras e glórias eram reservadas a
negociantes ou a funcionários do governo alemão. A classe governamental e a empresarial eram
gozavam de poder aquisitivo elevado e de status social. Hitler deveria, a meu ver, ter se lamentado
por seus pais não serem alemães e por ele não ter nascido na Alemanha, porque seu pai era
funcionário público, se eles fossem alemães, seriam bem respeitados, gozariam de elevado padrão
de vida, incluindo elevado poder aquisitivo e elevado status social.
[…] Graças a Deus, a luta do ano de 1914 não foi, na realidade, imposta e sim desejada pelo povo inteiro.
Todos queriam acabar de vez com uma insegurança. generalizada. Só assim pode-se também compreender
que mais de dois milhões de alemães, homens e rapazes, se pusessem voluntariamente sob a bandeira
decididos a protegê-la com a última gota do seu sangue. Aquelas horas foram para mim uma libertação das
desagradáveis recordações da juventude, Até hoje não me envergonho de confessar que, dominado por
delirante entusiasmo, caí de joelhos e, de todo coração, agradeci aos céus ter-me proporcionado a felicidade
de poder viver nessa época. (HITLER, 1925, p. 152 e 153).
A entrada da Alemanha na I GM era desejada por praticamente todos os alemães, tal como
aponta Hitler, em especial pelos seus militares, porque temiam ser destruídos por países que já
tinham entrado na guerra; Hitler estava tão desejoso de combater na guerra que agradeceu aos céus
por ter-lhe proporcionado a felicidade de poder ter vivido nesta época.
O marxismo, cuja finalidade última é e será sempre a destruição de todas as nacionalidades não
judaicas, teve de verificar com espanto que, nos dias de julho de 1914, os trabalhadores alemães, já
por eles conquistados, despertaram, e cada dia com mais ardor se apresentavam ao serviço da
pátria. Em poucos dias, estava destruída a mistificação desses embusteiros infames dos povos.
Solitária e abandonada, encontrava-se essa corja de agitadores judeus, como se não restasse mais
um traço das loucuras inculcadas, durante mais de 60 anos, ao operariado alemão. Foi um mau
momento para esses mistificadores. Logo que tais agitadores perceberam o grande perigo que os
ameaçava, em consequência de suas constantes mentiras, disfarçaram-se e trataram de fingir que
acompanhavam o entusiasmo nacional. (HITLER, 1925, p. 160).
Aqui Hitler deixa claro os motivos de sua posição a favor da erradicação do marxismo: a sua
crença de que as ideologias marxistas visavam destruir todas as nacionalidades não judaicas.
[…] Será. Possível destruir ideias a ferro e a fogo? Será possível combater concepções universais
empregando a força bruta? […] O emprego exclusivo da violência, sem o estímulo de um ideal
preestabelecido, não pode jamais conduzir à destruição de uma ideia ou evitar a sua propagação,
exceto se essa violência tomar a forma de exterminação irredutível do último dos adeptos do novo
credo e da sua própria tradição. Isto significa, entretanto, na maioria dos casos, a segregação de um
tal organismo político do círculo das atividades, às vezes por tempo indefinido e até para sempre. A
experiência tem mostrado que um tal sacrifício de sangue atinge em cheio a parte mais valiosa da
nacionalidade, pois toda perseguição que tem lugar sem prévia preparação espiritual, revela-se
como moralmente injustificada, provocando protestos veementes dos mais eficientes elementos do
povo, protesto esse que redunda geralmente em adesão ao movimento perseguido. Muitos assim
procedem por um sentimento de repulsa a todo combate a ideias, pela força bruta.” (HITLER,
1925, p. 161 e 162).
Hitler revela aqui a sua ótima compreensão da psicologia das massas. Ele percebeu, ao
estudar a fundo a história da Alemanha e dos países em seu entorno, que não raro eles combatiam
concepções que a eles contradiziam com a força bruta. Hitler foi treinado a fazer do mesmo modo.
Enquanto militar, era empregando a força bruta que ele fazia valer a sua vontade. Apesar de ele se
questionar se seria mesmo possível destruir ideias a ferro e a fogo, ele próprio conduzir a sua
trajetória de modo a agir violentamente para fazer valer a sua vontade. Ser militar foi sua opção, ele
não era obrigado a ser violento, de modo que se tornou deste modo porque quis. 
A primeira de todas as condições para uma luta pela força bruta é a persistência. Isto quer dizer que
só há possibilidade de êxito no combate a uma doutrina quando se empregam métodos de repressão
uniformes e sem solução de continuidade. Fazendo-se, entretanto, indecisamente, alternar a força
com a tolerância, acontecerá que, não só a doutrina a ser destruída conseguirá fortificar-se mas
também ela ficará em situação de tirar novas vantagens de cada perseguição, pois que, passada a
primeira onda de compressão, a indignação pelo sofrimento lhe trará novos adeptos, enquanto que
os já existentes se conservarão cada vez mais fiéis. Mesmo aqueles que tinham abandonado as
fileiras, passado o perigo, voltarão a elas. A condição essencial do sucesso é a aplicação constante
da força. A continuidade é, porém, sempre o resultado de uma convicção espiritual determinada.
(HITLER, 1925, p. 162 e 163).
Ao longo de sua militância pangermanista e antissemita, Hitler conclui que a sua
persistência em utilizar a força bruta foi o fator determinante do seu êxito no combate ao marxismo,
e na erradicação das nações não arianas. Para ele, não bastava ser intolerante às ideologias e
condutas de tais raças, mas era preciso ser, concomitantemente, persistente.
Resumindo, pode-se estabelecer o seguinte: Toda tentativa de combater pelas armas um princípio
universal tem de ser mal sucedida, enquanto a luta não tomar rigorosamente forma de ofensiva por
novas ideias. É somente na luta de dois princípios universais que a força bruta, empregada,
persistente e decididamente, pode provocar a decisão favorável ao lado por ela sustentado. Por isso
é que até então tinha fracassado a luta contra o marxismo. (HITLER, 1925, p. 163).
Hitler aponta que numa guerra ideológica, só se mantém ideologias sustentadas pela massa,
e, por essa razão, consideradas universais. Ou seja, é necessário que cada uma das ideologias
possuam significativa representatividade popular para que se faça sentido a utilização da força bruta
no fito de provocar a decisão favorável ao lado de uma delas. Daí ele afirmar que foi por causa de
não se seguir estes procedimentos que aluta contra o marxismo fracassou. Com base nestes
pressupostos de Hitler, se suas premissas forem verdadeiras, pode-se concluir que, por extensão, foi
por esta razão que o capitalismo norte-americano venceu o socialismo soviético na Guerra Fria
(1945-1991).
Quanto mais eu me preocupava com a ideia de uma modificação de atitude do governo com relação
à social-democracia - partido esse que no momento, representava o marxismo - tanto mais eu
reconhecia a falta de um sucedâneo para essa doutrina.
[…] Aqui havia uma grande lacuna. Eu possuía essa opinião já muito antes da Guerra e, por isso,
nunca pude me decidir a me aproximar de um dos partidos existentes. No correr dos
acontecimentos da guerra mundial tive essa minha opinião reforçada pela impossibilidade visível
de começar a luta sem tréguas contra a social- democracia, já que faltava um movimento que fosse
mais do que um partido parlamentar. Muitas vezes me externei a esse respeito com os meus
camaradas mais íntimos.
Apareceram-me então as primeiras ideias de, mais tarde, tomar parte na política. Justamente foi
esse o motivo que fez com que eu muitas vezes comunicasse ao pequeno círculo de meus amigos a
minha intenção de, passada a Guerra, combinar o meu trabalho profissional com a atividade
política, como orador. Creio que isso estava resolvido, no meu espirito, com toda a seriedade.
(HITLER, 1925, p. 164-166).
Neste trecho, cujo contexto é o fim da segunda guerra mundial, deixa evidente que o motivo
pelo qual Hitler decidiu se tornar orador político, quando terminasse a guerra, era a sua intenção de
lutar sem tréguas contra a social-democracia pelo fato de acreditar que o objetivo do Partido Social
Democrata, representante do marxismo em sua época, era e sempre seria o de destruir todas as
nacionalidades não judaicas, tal como é corroborado na página 154 – vide a citação correspondente.
[…] Examinando atentamente o resultado da propaganda de guerra alemã, chegava-se à conclusão
de que ela era insuficiente na forma e psicologicamente errada, na essência. […] A forma a tomar
deve consentir no meio mais prático de chegar ao fim que se colima. […] Além disso, o cartaz deve
transmitir à massa uma ideia da importância da exposição, nunca, porém, deverá ser um sucedâneo
da arte que se procura oferecer […] A arte está exclusivamente em fazer isso de uma maneira tão
perfeita que provoque a convicção da realidade de um fato, da necessidade de um processo, e da
justeza de algo necessário, etc.. (HITLER, 1925, p. 167-170).
Hitler trabalhou anos como pintor. Ele compreendia muito bem sobre propaganda e de seu
adequado uso nas guerras. Além disto, ele era um exímio orador. Por essa razão, ele explana aqui
nesta citação que a propaganda utilizada na guerra alemã era insuficientemente na forma e
psicologicamente errada. E porque? Ele diz que era porque os materiais utilizados não eram
eficientes na sua forma, isto é, não constituíam o meio mais prático para se chegar ao fim que se
objetivava. E, além disto, ela não transmitia à massa a convicção necessária da importância da(s)
causa(s) da guerra bem como da necessidade de se guerrear.
Comecei a aprender e compreender, só agora, o sentido e a finalidade da obra do judeu Karl Marx.
só agora compreendi bem seu livro - "O Capital" – assim como a luta da social-democracia contra a
economia nacional, luta essa que tem em mira preparar o terreno para o domínio da verdadeira alta
finança internacional. (HITLER, 1925, p. 203)
Enquanto assíduo leitor, Hitler leu, dentre vários outros livros, “O Capital”, de Karl Marx, e
onde extraiu grandes proveitos para a formação de suas ideologias. Lendo o livro Mein Kampf do
seu início ao seu fim, percebe-se claramente grandes contribuições de “O Capital” para formação do
pensamento político e econômico de Hitler.
Comecei o trabalho com todo entusiasmo e amor. Tinha de repente a oportunidade de falar diante
de um auditório maior, e aquilo que já antigamente, sem saber, eu aceitava por puro sentimento,
realizou-se: eu sabia "falar". Também a voz tinha melhorado bastante, a ponto de me fazer ouvir
suficientemente em todos os pontos do pequeno compartimento dos soldados. Não havia missão
que me fizesse mais feliz do que essa, pois agora, antes de minha saída, poderia prestar serviços
úteis à instituição que tão de perto me tocava o coração: ao exército. (HITLER, 1925, p. 204)
Aqui Hitler destaca o seu imenso gosto pela oratória. Ele desenvolveu bem várias
características de oratórias. Possuía vasto conhecimentos teóricos e práticos sobre vários assuntos
ligados à Alemanha e à sociedade em geral. Ele era bastante eloquente, persuasivo, manifestando
verbosidade muito desenvolvida, comparada à vasta maioria dos seres humanos de sua época. Ele
era, de fato, um indivíduo superdotado, que não fora identificado nem adequadamente atendido.
Aqui ele explana os seus próprios esforços na tentativa de desenvolver ao máximo que conseguia as
sua capacidade professoral, visto que ninguém lhe concedia os meios necessários para ele a
desenvolvesse. Então, ele próprio, de quando em vez bastante automotivado, criava oportunidades a
fim de conseguir cimentar seus objetivos pessoais.
Era uma pequena brochura, na qual o autor, o tal operário, descrevia a maneira pela qual ele tinha
chegado de novo ao pensamento nacionalista através da confusão marxista e das frases ocas das
corporações profissionais. Dai o título - "meu despertar político:". - Desde o início o livreto me
despertou interesses, pois nele se refletia um fenômeno que há doze anos eu tinha sentido.
Involuntariamente vi se avivarem as linhas gerais da minha própria evolução mental. Durante o dia
pensei sobre o assunto várias vezes e ia pô-lo finalmente de lado, quando, menos de uma semana
depois, recebi, com surpresa minha, um cartão postal anunciando que eu tinha sido aceito sócio do
"Partido Trabalhista Alemão". (HITLER, 1925, p. 208)
O aceite no Partido Trabalhista Alemão remotivou Hitler a analisar em profundidade a
brochura denominada “Meu despertar político”. Hitler tinha múltiplos interesses, característica
comum de muitos indivíduos superdotados, embora haja exceções. Ele, quando gostava de um
assunto, lia-o várias vezes, meditava nele, discorria sobre os seus assuntos essenciais, buscava
extrair do mesmo o maior proveito possível para todos os campos de sua vida.
A chamada "intelectualidade" vê com infinito desdém todo aquele que não passou pelas escolas
oficiais, a fim de se deixar encher de sabedoria. Nunca se pergunta: Que sabe o indivíduo e sim:
que estudou ele? Para essas criaturas "cultas" mais vale a cabeça oca, que vem protegida por
diplomas, do que o mais vivo rapazola que não possua tais canudos. Era, pois, fácil para mim
imaginar a maneira pela qual esse mundo oculto - se me oporia e só me enganei pelo fato de
naquele tempo ainda considerar os homens melhores do que na realidade o são. É verdade que há
exceções, que naturalmente brilharão com tanto maior fulgor. Aprendi, entretanto, a distinguir entre
os eternos estudantes e os verdadeiros conhecedores. Após dois dias de tormentosos pensamentos e
meditações convenci-me de que devia dar o passo. Foi essa a decisão de maiores consequências em
toda a minha vida. Não havia e não podia haver um recuo. Aceitei a minha inclusão como sócio do
Partido Trabalhista Alemão e recebi um cartão provisório de sócio, com o numero sete. (HITLER,
1925, p. 211 e 212)
Hitler aqui manifesta uma opinião, resultante de suas experiências pessoais, em favor da
sabedoria advinda das experiências cotidianas não necessariamente ligadas ao academicismo. Ele
sentia raiva do fato de que as pessoas mais apoderadas financeiramente tinham condições de cursar
as escolasoficiais e de serem respeitadas por sua sabedoria, sendo que ele, bastante desfavorecido
em sentido financeiro, gozava de uma sabedoria muito mais ricas sem ter cursado as escolas
oficiais. De fato, existem casos como esses, e a sabedoria humana é resultado de nossas
experiências, não apenas acadêmicas, mas também profissionais, religiosas, cívicas. Isto não
significa que a sabedoria resultante das teorias e práticas do ensino superior sejam insuficientes para
a vida, mas que não o academicismo não é o único caminho para a sua obtenção, embora seja o
mais confiável. No contexto de Hitler, eu dou razão para essa colocação que ele faz, porque, de fato,
eu tinha acumulado rica bagagem por meio de suas vivências tanto com pessoas muito experientes
da sua época quanto com seus muitas leituras bibliográficas e documentais.
Os maiores conhecedores das possibilidades do emprego da mentira e da calúnia foram, em todos os tempos
os judeus. Começa, entre eles, a mentira por tentarem provar ao mundo que a questão Judaica é uma questão
religiosa, quando, na realidade, trata-se apenas de um problema de raça e que raça! Um dos maiores espíritos
da humanidade perpetuou em uma frase imorredoura o julgamento sobre esse povo, quando os designou
como "os maiores mestres da mentira". Quem não reconhecer essa verdade ou não quiser reconhecê-la, não
poderá nunca concorrer para a vitória da verdade neste planeta. (HITLER, 1925, p. 220)
Para Hitler, os judeus são mentirosos, são “os pais da mentira”. Hitler odiava tanto os judeus
que aqui ele afirma que eles foram os maiores conhecedores das possibilidades do emprego da
mentira e da calúnia de todos os tempos. E mais uma vez ele atribui à “raça judaica” a razão da sua
afirmação.
A estabilidade assegurada pelo regime monárquico, a proteção dos cargos públicos contra o
turbilhão das especulações dos políticos gananciosos, a dignidade intrínseca da instituição
monárquica e a autoridade que daí decorria, a dignificação do corpo de funcionários, e, acima de
tudo, a situação do exército acima dos partidos políticos, eram vantagens incontestáveis. Era
também uma grande vantagem o fato da liderança do Governo personificar-se no monarca e, com
isso, se fornecesse o exemplo da responsabilidade que inspira mais confiança quando depende de
um monarca do que dos azares de uma maioria parlamentar. A proverbial pureza da administração
alemã deve-se principalmente a isso. (HITLER, 1925, p. 264)
Aqui Hitler alista motivos de vantagens incontestáveis na guerra, quais sejam: a dignificação
do corpo de funcionários; a situação do exército acima dos partidos políticos; a dignidade intrínseca
da instituição monárquica e a autoridade que daí decorre; a personificação do governo no monarca.
Em seguida, ele afirma que a pureza da administração alemã pautava-se em tais vantagens.
[...] Cada animal só se associa a um companheiro da mesma espécie. O abelheiro cai com o abelheiro, o
tentilhão com o tentilhão, a cegonha com a cegonha, o rato campestre com o rato campestre, o rato caseiro
com o rato caseiro, o lobo com a loba etc. (HITLER, 1925, p. 269)
São expressões profundas de Hitler, fruto de excelentes observações que ele fez ao longo de
sua vida; o ser humano, interpretado como um animal, naturalmente, como Hitler se expressa,
procura seres humano com quem possa compartilhar o que tem de comum; não somente espécie da
mesma espécie, por exemplo rato com rato, mas também espécie que possui os aspectos objetivados
em comum, por exemplo rato campestre com rato campestre, rato caseiro com rato caseiro; por
extensão, seres humanos honestos com seres humanos honestos, desonestos com desonestos,
humildes com humildes, etc..
Isso é um fenômeno perfeitamente natural: todo cruzamento entre dois seres de situação um pouco desigual
na escala biológica dá, como produto, um intermediário entre os dois pontos ocupados pelos pais. Significa
isto que o filho chegará provavelmente a uma situação mais alta do que a de um de seus pais, o inferior, mas
não atingirá entretanto à altura do superior em raça. Mais tarde será, por conseguinte, derrotado na luta com
os superiores. Semelhante união está porém em franco desacordo com a vontade da Natureza, que, de um
modo geral, visa o aperfeiçoamento da vida na procriação. Essa hipótese não se apoia na ligação de
elementos superiores com inferiores mas na vitória incondicional dos primeiros. O papel do mais forte é
dominar. Não se deve misturar com o mais fraco, sacrificando assim a grandeza própria. Somente um débil
de nascença poderá ver nisso uma crueldade, o que se explica pela sua compleição fraca e limitada. Certo é
que, se tal lei não prevalecesse, seria escusado cogitar de todo e qualquer aperfeiçoamento no
desenvolvimento dos seres vivos em geral. Esse instinto que vigora em toda a Natureza, essa tendência à
purificação
racial, tem por consequência não só levantar uma barreira poderosa entre cada raça e o mundo exterior, como
também uniformizar as disposições naturais. A raposa é sempre raposa, o ganso, ganso, o tigre, tigre etc. A
diferença só poderá residir na medida variável de força, robustez, agilidade, resistência etc., verificada em
cada um individualmente. Nunca se achará, porém, uma raposa manifestando a um ganso sentimentos
humanitários da mesma maneira que não há um gato com inclinação favorável a um rato. (HITLER, 1925, p.
270)
Hitler se baseia o seu racismo em um fenômeno estritamente biológico que contribui para a
formação dos seres humanos, mas que isoladamente não o determina. De fato: filho de branco com
negro nasce, não raro, moreno; o que Hitler quer dizer é que, de acordo com a lei da
hereditariedade, a prole de duas pessoas de mesma raça é biologicamente mais forte e resistente do
que a prole de duas pessoas de raças diferentes. E, de fato, via de regra esta afirmação é verdadeira.
O erro de Hitler está no considerar o homem como fruto meramente biológico, hereditário,
genético, como se não fosse formado também por uma parte que transcende a matéria, uma parte
metafísica, espiritual. Por negligenciar o fato de que somos corpo e também espírito, Hitler
materializa integralmente a sua concepção humana, ou seja, para ele o ser humano é matéria pura,
razão pela qual ele considera que o valor humano esteja na sua raça e, portanto, se a sua raça é
considerada pura, ou seja, prole da raça pura – que para ele era a ariana –, então ela deve sobreviver,
senão precisava ser destruída; a expressão raça ariana, derivado do termo arya, do idioma sânscrito,
transliterado para o português 'nobre', era frequentemente utilizado pelo Partido Nazista para se
referir a um povo de origem indo-europeia, de acordo com o que afirmam os historiadores da
atualidade, com pele clara, altos, fortes, e inteligentes, denominados superiores para justificar o
extermínio dos não arianos.
Os povos mais atrasados da terra têm essa qualidade muito apagada, de modo que, muitas vezes,
não chegam além da formação da família. Quanto mais aumenta a disposição a sacrificar interesses
puramente pessoais, tanto mais se desenvolve a capacidade para erigir comunidades mais
importantes. É o ariano que apresenta, do modo mais expressivo, essa disposição para o sacrifício
do trabalho pessoal, e, sendo necessário, até da sua própria vida, que arrisca em favor dos outros.
Por si mesmo, o ariano não se caracteriza por ser um homem mais bem dotado intelectualmente,
mas, sim, pela sua disposição em- pôr todas as suas faculdades ao serviço da comunidade. Nele, o
instinto de conservação alcançou a forma mais nobre, submetendo o próprio "eu",
espontaneamente, à vida da coletividade, sacrificando-o até inteiramente, se o momento exigir.
(HITLER,1925, p. 282)
Este é o discurso arianólatra hitleriano fundamental, o centro das suas ideologias
pangermânicas e antissemitas.
[…] O judeu só conhece a união, quando ameaçado por um perigo geral ou tentado por uma
filhagem em comum; desaparecendo ambos estes motivos, os sinais característicos do egoísmo
mais cru surgem em primeiro plano, e o povo, ora unido, de um instante para outro transforma-se
em uma chusma de ratazanas ferozes. Se os judeus fossem os habitantes exclusivos do Mundo não
só morreriam sufocados em sujeira e porcaria como tentariam vencer-se e exterminar-se
mutuamente, contanto que a indiscutível falta de espírito de sacrifício, expresso na sua covardia,
fizesse, aqui também, da luta uma comédia. É pois uma ideia fundamentalmente errônea, querer
enxergar um certo espírito idealista de sacrifício na solidariedade do judeu na luta ou, mais
claramente, na exploração de seus semelhantes. […] (HITLER, 1925, p. 286)
Hitler desdenha dos judeus, utiliza a sua desenvolvida verbosidade ao descarregar o seu ódio
por eles.
Com a mesma certeza que um trabalhador prejudica o espírito de uma verdadeira coletividade
popular, quando, apoiado na sua força, faz exigências desmedidas, da mesma forma, um patrão trai
essa comunidade. se, por uma direção desumana e exploradora, abusar da energia de seu
empregado no trabalho, ganhando milhões, como um usurário, à custa do suor daquele.” (HITLER,
1925, p. 323)
O mal se origina de baixo para cima, numa estrutura hierárquica, ou de cima para baixo?
Hitler explana aqui que o mal pode partir tanto num sentido quanto em outro. Concordo. De fato, o
mal começou em um indivíduo, mas se ele pertencia ao baixo ou ao cima da estrutura hierárquica
não se sabe.
Na organização dos primeiros núcleos, nunca se deve perder de vista que ao núcleo primitivo de
onde saiu a ideia deve ser dada a maior importância. A proporção que inúmeros outros núcleos se
forem entrelaçando, deve aumentar também o apreço ao lugar que, do aspecto moral, intelectual e
prático, representa o ponto de partida do movimento e a sua cabeça. Tão fácil é manter a autoridade
do núcleo central em face dos outros grupos locais como difícil é protegê-la contra as mais altas
organizações que se vão formando. No entanto, a conservação dessa autoridade é condição sine
qua non para a consistência de um movimento e para a realização de uma ideia. Quando, por fim,
esses grandes centros se ligam a novas formas de organização, aumenta a dificuldade de assegurar
o absoluto caráter de chefia ao lugar da fundação do movimento. Assim só se devem formar
núcleos de organização quando se pode conservar a autoridade intelectual e moral do núcleo
central. […] Em qualquer hipótese, a condição indispensável na organização é a existência de
indivíduos capazes para a direção. Para a causa é preferível que se deixe de organizar um grupo
local a que se corra o risco de um insucesso, por falta de um guia eficiente. Para a liderança não se
exige somente boa vontade, mas também capacidade, que depende mais da energia do que de pura
genialidade.- A combinação da capacidade, do poder de resolução e da persistência, constitui o
ideal.”
(HITLER, 1925, p. 328 e 330)
Hitler deixa aqui algumas contribuições que podem ser utilizadas para a formação de um
arcabouço teórico mais completo da Teoria das Organizações.
4 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
A formação das ideologias pangermânicas e antissemitas de Hitler estão atreladas, a priori, à
sua escolarização com professores pangermânicos e antissemitas da Abadia de Melk, e, a posteriori,
ao seu militarismo, à sua militância no Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, e à
péssima orientação que ele recebeu no que tange ao direcionamento no desenvolvimento e na
utilização de suas capacidades pessoais. Hitler precisava ter sido identificado e adequadamente
atendido como indivíduo superdotado.
Foi deste modo que ele direcionou o seu brilhantismo e o seu perfeccionismo na idealização
de uma raça que ele considerava pura, superior em todos os aspectos, a ariana. Daí, ele passou a
odiar todo indivíduo não pertencente a esta raça. Ele odiava os marxistas e os sociais democratas
porque eram compostos predominantemente por judeus. Ele odiava os judeus porque acreditava que
eles objetivavam destruir as nações não judaicas. Ele concebe o ser humano como fruto meramente
biológico, hereditário, genético, que, portanto, precisa ser classificado e valorado pela raça. Ele
confessa o seu racismo no referido livro, ao passo que reafirma sua determinação de erradicar todas
as raças não arianas. 
A primeira parte do livro Mein Kampf foi bem escrita. Hitler utiliza linguagem culta. As
terminologias, as taxonomias, os conceitos e o conteúdo utilizados por Hitler foi o de maior nível
que ele aprendeu na sua vida, por meio de suas vivências com seus contemporâneos e com os seus
livros. Entretanto, quanto à formalização o seu trabalho é pobre quando consideramos os detalhes
técnicos hoje empregados para a elaboração dos trabalhos acadêmicos em geral, tais como os da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os da Vancouver, e os da American Psicology
Association (APA).
Ao passo que o livro faz apologias às ideologias pangermânicas e antissemitas, ele também
traz contribuições significativas para a História, a Economia, as Ciências Administrativas, as
Ciências Contábeis, as Ciências Políticas, a Psicologia, e áreas afins. Hitler possuía vasto cabedal
cognitivo e intelectual. A precisão das suas falas favorece a sua clareza, tanto quanto as
contribuições por elas deixadas. Apesar de seu foco com a escrita do livro Mein Kampft ter sido a
difusão imediata e extensa de suas ideologias pangermânicas e antissemitas, ele construiu um
compêndio rico em informações que podem contribuir significativamente para o progresso da
científico, econômico, político, tecnológico e cívico mundial.
Apesar dos esforços de várias nações de se retirar de circulação o livro, isto não faz sentido
porque contraria o princípio da liberdade de expressão, numa Era em que a Informação é o centro
do cenário socioeconômico global, em que, sem fazer apologias a uma ideologia ou a outra,
informações racistas, pornográficas, místicas e nacionalistas se fazem presentes em praticamente
todos os espaços informacionais e nem por essa razão são retirados de circulação. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
FAPESP. Código de Boas Práticas Científicas. São Paulo: FAPESP, 2012. 42 p. Disponível em
<http://www.fapesp.br/boaspraticas/FAPESP-Codigo_de_Boas_Praticas_ Cientificas_jun2012.pdf>.
Acessado em 12 de outubro de 2013.
CAETANO, Tiago Lemanczuk Fraga. Mein Kampf e o Ideário Nazista. In: Consilium -
Revista Eletrônica de Direito. Brasília. Número 4. Volume 1. Maio/agosto de 2010. Disponível em
<http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/consilium_ 04_01.pdf>. Acessado em 10
de julho de 2016.
CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto.
Tradução Magda Lopes. 3a edição. Porto Alegre: Artmed, 2010. 296 p.
DINIZ, Célia Regina; DA SILVA, Iolanda Barbosa. Leitura: análise e interpretação.
Campina Grande-Natal: UEPB/UFRN, 2008. 20 p. Disponível em <http://www.ead.uepb.
edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/metodologia_cientifica/Met_Cie_A06_M_WEB_31070 8.pdf.
Acessado em 09 de março de 2016.
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. Tradução de Gilson César Cardoso de Souza. São
Paulo: Perspectiva, 2012. 24a edição. 174 p.
EL-GUINDY, Moustafa M. Metodologia e ética na pesquisa científica. São Paulo: Editora
Santos, 2004. 175 p. 
ENSAIOS FLUTUANTES. Hitler – o livro

Outros materiais