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PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL A importância de uma sociedade mais democrática e transparente 2016 DEMOCRACIA Governo em que o povo é soberano POVO ESTADO DIREITOS E DEVERES QUEM É POVO NO BRASIL? A formação étnica brasileira não é formada por uma raça única. Somos uma miscigenação entre os brancos europeus, inúmeras tribos indígenas e etnias africanas. MITO DA DEMOCRACIA RACIAL Ao contrário do que é colocado pelo senso comum, o Brasil não é o país da democracia racial. Nossa história é marcada pelo período sombrio da escravidão e do genocídio indígena, contínuos resquícios perversos em nossa sociedade atual, que caracterizam uma sociedade completamente heterogênea. SOMOS UMA NAÇÃO HETEROGÊNEA Indígenas Mulheres negras Classe dominante Pessoa com deficiência Crianças e adolescentes NECESSIDADES DIFERENTES PARTICIPAÇÃO X CONTROLE SOCIAL Em nossa história política, a participação e o controle social têm adquirido significados distintos na luta pela concretização dos direitos de cidadania, porém possuem uma relação de interdependência. CONTROLE SOCIAL Ação conjunta entre o Estado e a sociedade civil, com respectivo compartilhamento de responsabilidades, visando aumentar a eficácia e abrangência das políticas públicas. PARTICIPAÇÃO Processo no qual os indivíduos se descobrem como sujeitos políticos, exercendo os direitos políticos, ou seja, uma prática que está diretamente relacionada à consciência adquirida dos cidadãos e cidadãs, ao exercício de cidadania, às possibilidades de contribuir com processos de mudanças e conquistas da comunidade que os cercam. CONTROLE SOCIAL Constituição de 1988 – obrigatoriedade do controle social e da participação da população nos destinos das políticas públicas – construção do Estado Democrático de Direito; Controle social nas políticas sociais - democracia participativa - associada à criação dos conselhos de direito, e especialmente na área da assistência social, após a aprovação da LOAS – objetivo de se ter decisões conjuntas em espaços públicos de discussão e deliberação. PARTICIPAÇÃO SOCIAL É a modalidade de participação instituída na década de 1980, cuja categoria central não é mais “comunidade”, nem “povo”, mas a “sociedade”. O poder centralizado desde 1930, deu lugar ao processo de participação e descentralização que desenhou a unidade nacional com as subnacionais, com repasse de recursos e autonomia decisória para Estados e municípios, dando novo significado ao controle social e à participação da sociedade civil nas decisões políticas. Com a nova Constituição, os mecanismos de participação e de representação institucionalizam-se e os órgãos com esta finalidade passam a ser não mais espaços de consulta, mas normativos, definidores de parâmetros e deliberadores de políticas. CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO SOCIAL A participação e controle social são fundamentais para o fortalecimento da cultura democrática, tanto em termos da gestão como da qualidade das ações. O controle e a participação social então, devem se caracterizar como o exercício democrático de acompanhamento, monitoramento e avaliação da políticas públicas, principalmente as de assistência social, e dos recursos destinados à sua implementação. A participação social promove transparência na deliberação e visibilidade das ações, democratizando o sistema decisório; Permite maior expressão e visibilidade das demandas sociais, provocando um avanço na promoção da igualdade e da eqüidade nas políticas públicas; A sociedade, por meio de inúmeros movimentos e formas de associativismo, permeia as ações estatais na defesa e alargamento de direitos, demanda ações e é capaz de executá-las no interesse público. PARTICIPAÇÃO E OS DIREITOS SOCIAIS REFLEXÕES Que controle social tem movido as decisões da política? Como vem sendo exercido esse controle? Quais têm sido os instrumentos de efetivo controle? Os conselhos de assistência social como mediadores institucionais têm cumprido seu papel nesse processo? DIFERENTES FORMAS DE PARTICIPAÇÃO Conselhos (como conselheiro e nas plenárias que são abertas); Conferências; Mesas de negociação; Fórum dos trabalhadores; Fórum dos usuários; Fórum de entidades; Orçamento participativo; Outras. CONSELHOS Os conselhos são espaços públicos de composição plural entre Estado e sociedade civil, de natureza deliberativa e, ou consultiva, cuja função é formular e controlar a execução das políticas públicas setoriais. Os conselhos são o principal canal de participação popular encontrada nas três instâncias de governo (federal, estadual e municipal). Em linhas gerais, os conselhos são órgãos que influenciam e constituem a normatividade do Estado, mas não deliberam sobre questões que extrapolem as suas respectivas áreas setoriais. Portanto: O papel de cogestão é o que apresenta maior impacto, e os órgãos de participação têm sido um instrumento de defesa dos direitos sociais pela sua capacidade de estabelecer rede de alianças; As instituições estatais ganharam na participação uma maior transparência, além de potencializarem alianças e apoios para a manutenção ou ampliação dos recursos setoriais. As políticas sociais têm sido modeladas pela presença desses mecanismos, embora o papel da participação tenha características diferenciais em cada um delas. Apesar das limitações e das dificuldades enfrentadas pelos conselhos de políticas sociais, não se pode minimizar sua contribuição para o alargamento da cidadania. Foi o resultado de conquistas dos movimentos populares e da sociedade civil. Trata-se de um processo em construção que assinala possibilidades concretas de desenvolvimento de novas arenas públicas de intermediação de interesses e de novos formatos de mecanismos decisórios que poderão ter a capacidade de incorporar no aparato estatal a crescente complexidade das demandas da sociedade CONSELHOS E O EXECUTIVO CONSELHOS MUNICIPAIS Para que sejam considerados como um meio efetivo e concreto da participação popular na gestão pública local, é necessário superar alguns desafios apresentados na realidade das municipalidades: Um deles trata da cultura política autoritária e clientelista, ou seja, uma cultura baseada em privilégios particulares. Dessa forma, a sociedade deve compreender que a sua participação é necessária e eficiente na gestão pública, especialmente quando se estabelece uma boa relação entre os gestores locais e os cidadãos. Os Conselhos Municipais funcionam então como um espaço de convivência entre os diferentes atores sociais, vindo à tona a visibilidade de suas necessidades e de seus problemas, com a busca de soluções concretas para os mesmos. É preciso que se definam claramente as regras de funcionamento dos conselhos, a periodicidade e a dinâmica das reuniões, a forma de definição dos assuntos a serem tratados na pauta, e também a existência de uma logística própria, com uma estrutura física, humana e orçamentária. CONSELHOS MUNICIPAIS Quanto à composição qualitativa, faz-se imprescindível a capacitação continuada desses conselheiros, por meio de cursos, seminários, fóruns, etc, no intuito de coordenar as ações pertinentes a uma forma mais participativa de construir as políticas públicas, e também uma orientação, tanto para os conselheiros gestores como para os conselheiros usuários, acerca do desenvolvimento de todo oprocesso, tanto da política como da administração, desenvolvendo-se um comprometimento dos atores sociais nesse trabalho. CONSELHOS MUNICIPAIS E OS GESTORES Cabe ao gestor local a oferta de condições necessárias para essa participação popular, através de divulgação da existência desses espaços e, assim, da convocação da população para integrar-se nesse processo, legitimando a soberania constitucional, ao passar, necessariamente por algumas questões como: a transparência nas eleições dos conselhos, o próprio perfil dos eleitos (se representam a comunidade de forma igualitária), o processo de deliberação dos conselhos (ou seja, a real proporção entre as decisões tomadas entre conselheiros da população e conselheiros governamentais), a relevância ou própria existência do debate dentro desse aparelho. Conhecer seu papel; Ser participativo nas reuniões; Ser assíduo; Estudar as matérias apresentadas no Conselho; Conhecer a legislação básica do controle social; Manter articulação com sua base de representação; Participar de capacitação e eventos que discutam o controle social e assuntos da Política de Assistência Social; Apresentar, no Conselho em sua entidade, relatório dos eventos que participar. O CONSELHEIRO DEVE O CONSELHEIRO NÃO DEVE x Receber remuneração pelo desempenho de sua função; x Faltar às reuniões sem justificativa; x Agir em proveito próprio; x Tomar decisões no Conselho contrárias às defendidas por sua entidade; x Omitir-se diante de situações e/ou deliberações possam vir a prejudicar a população usuária; x Participar de eleição para delegado nas conferências e outros eventos da área com outras intenções. DESAFIOS Combater o clientelismo e a transferência de recursos públicos para a rede privada, propondo investimentos na ampliação da rede pública; Inserir uma agenda de lutas e proposições em torno de políticas públicas, universais e de qualidade, articuladas à transformação na sociedade; Proporcionar a articulação do conselho com a sociedade para fortalecer a representatividade de seus representantes e evitar a cooptação destes pela burocracia estatal; Articular um fórum integrado de conselhos que vise superar a fragmentação das políticas públicas; Criar uma estrutura de capacitação de conselheiros e das entidades de usuários nele representadas como um processo contínuo e permanente de acesso a informações e formação de consciência crítica sobre a realidade social, política e econômica na qual estão inseridos. A valorização dos movimentos sociais como relevantes para a defesa e a ampliação dos direitos sociais, bem como, a clareza de que tais movimentos não podem ser substituídos pelos conselhos. REFLEXÕES FINAIS Como estabelecer e fortalecer a articulação da sociedade civil e Estado, na perspectiva de criar iniciativas que valorizem processos democráticos? Como estabelecer pactos que favoreçam as alianças, dando uma nova direção à institucionalização do controle social? Como atuar na direção do comando único? Como romper com o primeiro damismo? Como denunciar formas de clientelismo e de favorecimento partidário? OBRIGADO! Volney Lopes de Araújo Costa Conselheiro Estadual Conselho Estadual de Assistência Social de Minas Gerais Avenida Amazonas, 558 – 4º andar – Centro - Belo Horizonte – MG - CEP 30180-001 E-mail: ceasmg@yahoo.com.br Tels: 31- 3270-3645 / 3270-3644 Site: www.social.mg.gov.br/ceas
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