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CONCEITOS DE SOCIOLOGIA
A sociologia possui uma infinidade de conceitos para identificá-la e explicá-la, diferenciando-a de outras ciências ou tipos de conhecimentos. Vejamos alguns conceitos segundo alguns sociólogos: para Durkheim “a sociologia é a ciência das instituições”; para L. Ward e W. G. Summer “a sociologia é a ciência da sociedade”; para F. H. Gilddings “a sociologia é a ciência dos fenômenos sociais”. Ela também já foi definida por Robert Park como “ciência do comportamento coletivo”, por Small de “ciência das relações humanas”. Para Weber a “sociologia é a ciência que procura uma compreensão interpretativa da ação social para a partir daí chegar à explicação causal do seu sentido e dos seus efeitos”.
Para alguns sociólogos brasileiros como Carlos Benedito Martins a “sociologia é o resultado de uma tentativa de compreensão de situações sociais radicalmente novas criada pela então sociedade capitalista”; para Costa Pinto a “sociologia é o estudo científico da formação, organização e transformação da sociedade humana”.
TEORIAS QUE INFLUENCIARAM NA FORMAÇÃO DA SOCIOLOGIA
Para a sociologia se consolidar como ciência ela teve que abandonar seu caráter normativo e finalista. Por isso, ela sofreu a influência de teorias e métodos das ciências biológicas e naturais: a teoria evolucionista de Charles Darwin (1809-1882), onde diz que ao longo de milhões de anos todas as espécies de seres vivos evoluíram; A biologia foi outra ciência que influenciou na cientificidade sociológica, através de Herbert Spencer (1820-1903), que criou uma sociologia organicista onde se fazia uma analogia do organismo vivo com a sociedade. Neste contexto foi fundamental aceitar a idéia de que os fenômenos sociais obedecem a leis naturais, embora produzidas pelos homens, esta foi a importância do positivismo que deu os primeiros passos para a cientificidade da sociologia. Foi, por isso, também, que logo no seu início, a sociologia recebeu outros nomes como fisiologia social (por Saint-Simon), ou física social (por Augusto Comte).
Outros teóricos fizeram suas interpretações sociais buscando dar à sociologia um caráter de ciência, buscando a consolidação definitiva sobre um conhecimento verdadeiro e importante para a sociedade; estes desenvolveram um conhecimento científico-social onde abrange todos os aspectos da sociedade, utilizando-se de outras ciências sociais como a economia (produção material), política (relações de poder), antropologia (aspectos culturais) e outras. Neste processo foram importantes as contribuições de Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber.
“Emile Durkheim se impôs como o chefe da escola sociológica porque conseguiu apresentar a sociologia como uma teoria globalizante, capaz de integrar e de sistematizar os fatos sociais melhor do que conseguiriam fazê-lo as outras disciplinas. Também fez dela uma matéria ensinável, dando-lhe um conteúdo que não mais pertence ao domínio do senso comum, e sim da Ciência, em nome de uma Concepção exigente do fato social.” (Cuin & Gresle, 1996, p.93)
“(...) há em toda sociedade um grupo determinado de fenômenos com caracteres nítidos, que se distingue daqueles estudados pelas outras ciências da natureza.” (DURKHEIM, 1978, p.1)
Max Weber foi um dos fundadores da cientificidade da sociologia. Max Weber como um sistematizador da sociologia seguiu a corrente de pensamento de Dilthey segundo a qual devem existir métodos de pesquisa diferentes para as ciências naturais como também para as ciências humanas.
Seguindo o historicismo de Dilthey Weber propôs que ao contrário da corrente de pensamento Positivista, as ciências humanas deveriam ter métodos de pesquisa diferenciados das ciências naturais, portanto, defendia a metodologia qualitativa com o racionalismo crítico, a observação apurada e a coleta de dados.
E a partir desta adesão ao historicismo, propôs que para se compreender um contexto social ter-se-ia que necessariamente entender a ação de cada indivíduo. Portanto, ao contrário do pensamento Positivista, Weber enfatiza o método compreensivo, como também fundamenta sua teoria por meio deste método. Para se compreender uma ação é preciso descobrir e analisar o processo histórico de formação e constituição de determinada sociedade para descobrir os significados vividos e objetivamente criados pelo individuo para praticar tal ato.
Como enfoque metodológico Weber acentua uma tipologia ideal. Assim o tipo ideal funcionaria como um modo de construção de conceitos e hipóteses no estudo da realidades e de seus fenômenos singulares. Fruto da necessidade do pesquisador em garantir uma rigorosa construção de teorias científicas, o tipo ideal serviria como modelo ideal a ser comparado com a realidade empírica observada, pois somente a partir da comparação da realidade empírica com um tipo ideal poder-se-ia obter a veracidade e a cientificidade da pesquisa.
Segundo este sociólogo para se compreender um determinado objeto, faz se necessário que haja um modelo ideal para ser comparado à realidade empírica, uma hipótese a ser procurada com a preocupação, segundo Weber, em busca da verdade cientifica.
Ao contrário de Durkheim e mesmo de Weber, preocupados com a criação da ciência da sociedade, Karl Marx e seus seguidores estavam preocupados com a mudança social a partir do desenvolvimento de uma teoria social resultante da ação política e dos movimentos sociais.
O indivíduo não seria passivo na sociedade. Sua agência estaria na sua organização enquanto classe e suas lutas. Longe de qualquer neutralidade, todo o conhecimento refletiria uma situação de classe, atendendo, dessa forma a interesses específicos de grupos na sociedade.
Essa percepção não implica no abandono da busca de um conhecimento objetivo, mas parte da premissa da impossibilidade de alcançá-lo totalmente. “O Capital”, obra da maturidade de Marx, é percebida por seus comentadores como a realização da proposta de uma teoria materialista da história, ou de uma Sociologia na qual os dados empíricos se articulam numa teoria demonstrativa do desenvolvimento da sociedade capitalista e seu caráter transitório. A mudança, ou a transformação social, é produto do movimento das classes na sociedade em defesa de seus interesses, na luta permanente em opressores e oprimidos. Não interessa aqui como os homens se coesionam na vida social, mas na luta pela mudança para uma sociedade mais justa e igualitária capitaneada pela classe trabalhadora. A luta de classes como motor da história decorre desse caráter inacabado, em evolução constante a partir do desenvolvimento das forças produtivas.
A cientificidade da proposta poderia ser provada com dados. A moral é entendida por seu aspecto ideológico da justificação de uma ordem social (MARX, 1975; 1977).
É possível estabelecer uma quarta matriz, representada pela Sociologia norte-americana, por seus desdobramentos em termos de pesquisa e profissionalização. A Escola de Chicago teve um papel central nesse processo, discutindo e experimentando instrumentos de pesquisa e na formação de profissionais para atuar em sociologia.
Sua proposição teórica metodológica conhecida como Interação Simbólica fundamenta-se na concepção de que as pessoas produzem suas ações e significações, com influência da psicologia social através de Herbert Mead e autores europeus como Georg Simmel e Gabriel de Tarde. Estabelece o que ficou conhecido como microssociologia, com o desenvolvimento de métodos qualitativos atuando conjuntamente com a antropologia, disciplina que integrava o mesmo departamento até 1929. Seguindo a tradição da filosofia pragmática norte-americana, recusa o caráter ensaístico da disciplina, se caracterizando por um forte apelo empírico.
A Sociologia enquanto disciplina é composta de diferentes correntes teórico-metodológicas que a constituem e configuram, e que sugerem, às vezes, caminhos e procedimentos diferenciados e, às vezes, opostos. Mas, na construção de seus corpus teórico--metodológico, existe uma aceitação tácita de procedimentos quepreservam sua cientificidade.

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