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3º Síntese Ecologia de Comunidades e Ecossistemas

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Ecologia de Comunidades e Ecossistemas 
 
 Habitat e nicho ecológico 
 Para entendermos o funcionamento da vida dos seres vivos em comunidade (dentro de 
um ecossistema) se faz necessário abordarmos dois conceitos básicos e fundamentais da 
ecologia: habitat e nicho ecológico. 
 O habitat de um organismo corresponde ao local onde ele vive, em outras palavras é o 
ambiente no qual habita determinada espécie. Por exemplo: a onça e o bicho-preguiça vivem 
na floresta tropical e não no deserto; o dromedário e o lagarto-de-chifres vivem no deserto e 
não no manguezal; o pirarucu vive no rio e não no mar; o tubarão-baleia vive no mar e não no 
rio. Desse modo, os seres vivos estão adaptados ao seu habitat, ou seja, estabelecem relações e 
atividades próprias da espécie no local, incluindo tipos de alimentação, as condições de 
reprodução, de moradia, os inimigos naturais (predadores, competidores, parasitas) e 
estratégias de sobrevivência. Esse conjunto de relações e atividades constitui o nicho 
ecológico. 
 Assim, tendo em vista facilitar a compreensão dos termos, o ecologista Eugene Odum 
utilizou a seguinte analogia: se o habitat é o “endereço” de um ser vivo, o nicho ecológico 
corresponde a sua “profissão”, ou seja, a função que ele desempenha no ecossistema. A 
Figura 1 mostra alguns exemplos. 
 
Figura 1. Habitats e nichos ecológicos diversos. 
 Fonte: UAN, 2014. 
Para conhecer o nicho ecológico de determinada espécie, 
precisamos saber do que ela se alimenta, onde se abriga, 
como se reproduz, quais os seus inimigos naturais etc. Por 
exemplo: a cutia e a onça-pintada podem ser encontradas 
na floresta Amazônica; possuem, então, o mesmo habitat. 
No entanto, os nichos ecológicos desses animais são 
diferentes. A cutia é herbívora (Figura 2), alimenta-se de 
frutos, sementes e folhas; abriga-se em tocas ou em 
trocos de árvores e serve de alimento para animais 
diversos, como a própria onça. Já a onça-pintada é carnívora (Figura 3), alimenta-se de 
animais como a capivara, aves e peixes, e não vive em 
tocas. 
 Como se vê, cutias e onças têm modos de vida 
diferentes, isto é, desempenham atividades distintas dentro 
de um mesmo ecossistema. Logo, o nicho ecológico da 
cutia é diferente do nicho ecológico da onça. Assim, um 
mesmo habitat pode proporcionar muitos nichos distintos, 
dependendo da espécie. 
 Fluxo de matéria, energia e níveis tróficos 
 Os últimos níveis de organização biológica (organismo – população – comunidade – 
ecossistema - biosfera), vistos em aulas anteriores, definem uma hierarquia de sistemas 
ecológicos. Esses níveis, para existirem, necessitam que ocorra um fluxo contínuo de matéria 
e energia entre os seres vivos e entre eles e o ambiente, de acordo com o nível trófico 
(hierarquia alimentar) que ocupam, ou seja, com base nas principais fontes de nutrição dos 
organismos. 
 A matéria e energia são os componentes do universo. O Sol é a principal fonte 
fornecedora de energia para a Terra. O aproveitamento de toda a radiação solar ocorre através 
da captação feita pelas plantas e algas, as quais transformam energia luminosa em energia 
química através da fotossíntese. A energia química nutre os tecidos vegetais que, por sua vez, 
servirão de fonte de alimento para outros organismos. 
Figura 2. Exemplar de cutia ingerindo 
sementes. 
Figura 3. Exemplar de onça-pintada 
caçando. 
 O nível trófico que sustenta definitivamente todos os outros é desempenhado pelos 
seres autótrofos, também chamados de produtores primários do ecossistema. Os autótrofos 
são organismos fotossintetizantes que utilizam a energia luminosa para sintetizarem açúcares 
e outros compostos orgânicos, que eles utilizam como combustível (energia) para a respiração 
celular e como matéria-prima para o crescimento. Plantas, algas e procariontes 
fotossintetizantes são os principais seres autótrofos da biosfera, embora existam procariontes 
quimiossintetizantes, que são os produtores primários em alguns ecossistemas, a exemplo do 
fundo dos oceanos e em algumas piscinas naturais em cavernas. 
 Os organismos que ocupam os níveis tróficos acima dos produtores primários são 
denominados heterótrofos, que dependem direta ou indiretamente dos produtores, pois não 
são capazes de sintetizarem seu próprio alimento. Assim, os herbívoros (animais quem 
comem vegetais) são consumidores primários. Os animais carnívoros que comem os 
herbívoros são consumidores secundários e os animais carnívoros que comem outros 
carnívoros são consumidores terciários e assim sucessivamente. Esta sequência de níveis de 
obtenção de energia que ocorre sempre de forma unidirecional entre os seres vivos compõe a 
cadeia alimentar, na Figura 4 observe o exemplo de uma cadeia alimentar terrestre e uma 
marinha: 
 
 Figura 4. Cadeia alimentar terrestre e marinha. 
 Fonte: Benjamin Cummings, 2012. 
 Outros organismos de fundamental importância 
para o equilíbrio dos ecossistemas são os detritívoros 
ou decompositores (Figura 5), estes são consumidores 
que obtém sua energia a partir de detritos, materiais 
orgânicos não vivos, como restos de organismos 
mortos, fezes, folhas caídas e madeira. Os dois grupos 
importantes de decompositores são os procariotos 
(bactérias) e fungos. 
 O principal papel dos decompositores é a reciclagem de elementos químicos os 
trazendo de volta aos produtores primários. Assim, os decompositores convertem matéria 
orgânica, a partir de todos os níveis tróficos, as transformando em compostos inorgânicos 
utilizáveis pelos seres autótrofos (produtores), completando o ciclo de nutrientes de um 
ecossistema. Se os decompositores cessassem a sua atividade, toda a vida na Terra morreria à 
medida que os dejetos fossem se acumulando e os estoques de nutrientes para a síntese de 
nova matéria orgânica fosse se exaurindo. 
 A sequência unidirecional de níveis tróficos (cadeia alimentar) pode ser interligada 
sob a forma de teia alimentar, caracterizando um conjunto de cadeias alimentares ligadas 
entre si e geralmente representadas como um diagrama das relações tróficas entre as diversas 
espécies de um ecossistema (Figura 6). 
 
Figura 6. Teia alimentar 
 
Figura 5. Fungo decompondo árvore 
morta. 
 As teias alimentares, em comparação com as cadeias, apresentam situações mais perto 
da realidade, onde cada espécie se alimenta em vários níveis hierárquicos diferentes, 
originando uma complexa teia de interações alimentares. Todas as cadeias alimentares 
começam com um único organismo produtor, mas uma teia alimentar pode ter vários 
produtores. As teias permitem uma noção mais realista do que acontece nos diversos 
ecossistemas, já que a relação entre dois organismos (o alimento e seu consumidor) não é 
sempre a mesma. 
 Pirâmides ecológicas 
 As relações ecológicas entre seres vivos podem ser representadas graficamente por 
meio da construção das chamadas pirâmides ecológicas. Essas pirâmides representam as 
variações de número, biomassa e energia dentro de um ecossistema. 
- Pirâmide de números - representa a quantidade de indivíduos em cada nível trófico da 
cadeia alimentar, proporcionalmente à quantidade necessária para a dieta de cada um deles 
(Figura 7). 
 
Figura 7. Pirâmide de números. 
 
 Em alguns casos, quando o produtor é uma planta de grande porte, o gráfico de 
números passa a ter uma conformação diferente da usual, sendo denominada “pirâmide 
invertida” (Figura 8). Outro exemplo de pirâmide invertida é dada quando a pirâmide envolve 
parasitas, sendo assim os níveis tróficos superioressão mais numerosos. 
 
Figura 8. Pirâmide de números invertida. 
- Pirâmide de biomassa – corresponde à massa corpórea (biomassa). O resultado será similar 
ao encontrado na pirâmide de números. Os produtores terão a maior biomassa e constituem a 
base da pirâmide, decrescendo a biomassa nos níveis superiores (Figura 9). 
 
Figura 9. Pirâmide de biomassa. 
 
- Pirâmide de energia - retrata, para cada nível trófico, a quantidade de energia acumulada, 
em uma determinada área ou volume, em um intervalo de tempo. Assim, representa a 
produtividade energética do ambiente em questão, a qual pode ser observada na Figura 10, a 
seguir: 
 
Figura 10. Pirâmide de energia. 
 
 
Observação: estima-se que cada nível trófico transfira apenas 10% da capacidade energética 
para o nível trófico seguinte, por isso, uma pirâmide dificilmente apresentará mais que cinco 
níveis tróficos.

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