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Lei de Acesso à Informação comentários Jus Navigandi

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Este  texto  foi  publicado  no  site  Jus  Navigandi  no  endereço
https://jus.com.br/artigos/21436
Para ver outras publicações como esta, acesse http://jus.com.br
Comentários à Lei de Acesso à Informação
Comentários à Lei de Acesso à Informação
Fábio Condeixa
Publicado em 04/2012. Elaborado em 04/2012.
A Lei de Acesso à Informação se mostra como um grande desafio a ser enfrentado
pela  comunidade  jurídica  brasileira,  que  talvez  não  tenha  percebido  ainda  a
profundidade  das  mudanças  que  esse  diploma  legal  trará  ao  ordenamento
jurídico pátrio.
SUMÁRIO: 1. Considerações Preliminares. 2. Do Espírito da LAI. 3. Da Divulgação da Informação. 3. 1.
Transparência ativa. 3. 2. Transparência passiva. 4. Da Restrição do Acesso à Informação. 5. Teoria do
Sigilo da Informação. 5. 1. Taxonomia. 5. 2. Sigilo Permanente. 5. 3. Sigilo temporário. 5. 4. Natureza e
gênese do direito de acesso à informação. 6. Conclusão.
RESUMO: Este artigo  traz uma análise  jurídica da Lei de Acesso à  Informação, promulgada em 18 de
novembro de 2011, e desenvolve instrumental teórico para tratá­la.
1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Em  18  de  novembro  de  2011,  foi  promulgada  a  Lei  Federal  nº.  12.527,  a  chamada  Lei  de  Acesso  à
Informação (LAI). Essa lei destina­se a regulamentar dispositivos da Constituição da República Federativa
do Brasil  (CRFB) que dispõem sobre o direito de acesso à  informação e  sua  restrição. A  lei  traz muitas
inovações ao ordenamento jurídico brasileiro e toca questões políticas muito delicadas, razões pelas quais
merece uma análise detida.
Embora  seja  um  diploma  legal  relativamente  extenso,  a  Lei  12.527,  em  diversos  dispositivos,  remete  à
regulamentação infralegal, em processo de elaboração e com a qual estou pessoalmente envolvido após ter
sido  honrado  com  a  designação  pelo  Ministro  Chefe  do  Gabinete  de  Segurança  Institucional  da
Presidência da República para compor o Grupo de Trabalho criado para essa finalidade .
Não  obstante  se  trate  de  lei  federal,  estamos  diante,  na  verdade,  daquilo  que  a  doutrina  chama  de  lei
nacional,  porquanto  se  aplica  a  toda  Administração  brasileira .  Desse  modo,  além  da  União,  estão
sujeitos  à  LAI  os  estados,  os municípios  e  o Distrito  Federal  (DF),  abrangendo  tanto  a  administração
direta quanto a indireta (art. 1º, par. ún.).
A LAI também se aplica ao chamado terceiro setor, ou seja, as entidades que recebam recursos públicos,
como as Organizações Sociais e as Organizações Civis de Interesse Público (art. 2º). Todavia, a incidência
da LAI nessas hipóteses diz respeito apenas aos recursos públicos recebidos, estando livre  da obrigação de
divulgação outras informações em poder dessas organizações (art. 2º, par. ún.).
[1]
[2]
2. DO ESPÍRITO DA LAI
A LAI veio disciplinar os arts. 5º, XXXIII; 37, § 3º,  II; e 216, §2º, da Constituição Federal  (CRFB), os
quais seguem transcritos abaixo:
Art. 5º Todos  são  iguais perante a  lei,  sem distinção de qualquer natureza,
garantindo­se  aos  brasileiros  e  aos  estrangeiros  residentes  no  País  a
inviolabilidade  do  direito  à  vida,  à  liberdade,  à  igualdade,  à  segurança  e  à
propriedade, nos termos seguintes:
XXXIII ­ todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo  da  lei,  sob  pena  de  responsabilidade,  ressalvadas  aquelas  cujo  sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
(...)
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União,  dos  Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos  Municípios  obedecerá  aos
princípios  de  legalidade,  impessoalidade,  moralidade,  publicidade  e
eficiência e, também, ao seguinte:
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração
pública direta e indireta, regulando especialmente:
II ­ o acesso dos usuários a registros administrativos e a  informações sobre
atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
(...)
Art.  216.  Constituem  patrimônio  cultural  brasileiro  os  bens  de  natureza
material  e  imaterial,  tomados  individualmente  ou  em  conjunto,  portadores
de  referência  à  identidade,  à  ação,  à  memória  dos  diferentes  grupos
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
§  2º  ­  Cabem  à  administração  pública,  na  forma  da  lei,  a  gestão  da
documentação governamental e as providências para franquear sua consulta
a quantos dela necessitem.
A LAI veio conferir transparência ao Estado brasileiro, conforme preconizado pela CRFB. Para tanto, a Lei
12.527 criou o que  se  convencionou chamar de  transparência ativa e  transparência passiva. A primeira
consiste na divulgação de informações, por iniciativa da própria Administração, em meios de fácil acesso
ao cidadão; a segunda, nos procedimentos para atender a demandas específicas dos cidadãos.
A  transparência  é  um  requisito  essencial  para  o  Estado  Democrático  de  Direito.  Sem  informação,  o
cidadão não pode exercer plenamente a participação política nem resguardar seus direitos. Por essa razão,
é comum aos países democráticos ter leis dessa natureza. O paradigma desse tipo de diploma legal é a Lei
de  Liberdade  da  Informação  dos  Estados  Unidos  da  América  (Freedom  of  Information  Act  –  FOIA),
promulgada em 4 de julho de 1966, como marco comemorativo da independência norte­americana.
Recentemente, diversos países sul­americanos têm promulgado leis de acesso à informação, como forma
de caracterizar a saída de regimes de exceção e o  ingresso no regime democrático de  iure e de facto. No
Peru, foi aprovada, em 2003, a Lei nº. 27.806 (Ley de Transparencia y Acceso a la Información Pública).
No Chile, editou­se, em 2008, a Ley 20.285 sobre  transparencia y acceso a  la  información pública. No
mesmo ano, o Uruguai promulgou a Ley nº. 18.381, sobre Derecho de Acceso a la Información Públcia.
Na Argentina,  encontra­se  em  tramitação um projeto de  lei dessa natureza,  já  tendo  sido aprovado por
unanimidade pelo Senado argentino . Trata­se de orientação da Organização das Nações Unidas, que
tem sido fielmente adotada pelos países da América do Sul.
A  transparência,  contudo, não pode  ser  absoluta. A própria CRFB,  em  seu  art.  5º, XXXIII,  parte  final,
acima transcrito, faz a ressalva para os casos em que o sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e  do  Estado.  Por  essa  razão,  parte  da  Lei  12.527  regula  a  restrição  do  acesso  à  informação.  Nesse
particular,  a  LAI  substituiu  os  diplomas  normativos  que  cuidavam  da  salvaguarda  de  informações
sensíveis. O principal deles era o Decreto Presidencial nº. 4.553, de 27 de dezembro de 2002. O Decreto
4.553 dispunha sobre os graus de sigilo, os critérios de atribuição de classificação sigilosa e o tratamento
das informações sigilosas.
O art. 3º da LAI traz cinco princípios que devem nortear o seu intérprete, que são os seguintes:
· Observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;
· Divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações;
· Utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;
· Fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública
· Desenvolvimento do controle social da administração pública. 
Todos  esses princípios  consubstanciam mandamentos  constitucionais  cuja observância  faz­se  crucial  à
plenitude  do  Estado  Democrático  de  Direito.  Visto  isso,  passemos  à  regulação  da  divulgação  da
informação com o novo regime da LAI.
3. DA DIVULGAÇÃO DA INFORMAÇÃO
A divulgação da informação pode dar­se por iniciativa da Administração Pública – o que foi chamado de
transparência ativa – ou medianteprovocação do administrado – a chamada transparência passiva. Antes
de  passarmos  à  análise  de  cada  um,  cumpre  dizer  que  o  direito  de  acesso  à  informação  compreende,
segundo a LAI, o seguinte (art. 7º):
[3]
I  ­  orientação  sobre  os  procedimentos  para  a  consecução  de  acesso,  bem
como  sobre  o  local  onde  poderá  ser  encontrada  ou  obtida  a  informação
almejada; 
II  ­  informação  contida  em  registros  ou  documentos,  produzidos  ou
acumulados  por  seus  órgãos  ou  entidades,  recolhidos  ou  não  a  arquivos
públicos; 
III  ­  informação  produzida  ou  custodiada  por  pessoa  física  ou  entidade
privada  decorrente  de  qualquer  vínculo  com  seus  órgãos  ou  entidades,
mesmo que esse vínculo já tenha cessado; 
IV ­ informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; 
V ­ informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive
as relativas à sua política, organização e serviços; 
VI ­ informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização
de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e 
VII ­ informação relativa: 
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos
e  ações  dos  órgãos  e  entidades  públicas,  bem  como  metas  e  indicadores
propostos; 
b)  ao  resultado  de  inspeções,  auditorias,  prestações  e  tomadas  de  contas
realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de
contas relativas a exercícios anteriores. 
Como dito acima, tais informações podem ser divulgadas ex officio ou mediante provocação. Passemos à
análise do primeiro tipo de divulgação.
3. 1. TRANSPARÊNCIA ATIVA
Com  a  Lei  12.527,  todos  os  órgãos  e  entidades  públicos  ficam  obrigados  a  manter  um  Serviço  de
Informação ao Cidadão (SIC), no qual deverão estar disponíveis as seguintes informações:
· Registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e
horários de atendimento ao público; 
· Registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros; 
· Registros das despesas; 
· Informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem
como a todos os contratos celebrados; 
· Dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e 
· Respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
Essas  informações  também devem  estar  disponíveis  em  sítio  na  internet,  ficando  dispensados  disso  os
municípios com população de até 10 mil habitantes. A LAI traz alguns dispositivos sobre os SICs, mas sua
regulamentação, no âmbito da Administração Pública Federal, ficará a cargo de decreto presidencial. No
caso dos estados, municípios e DF, a regulamentação virá em lei da respectiva esfera legislativa (art. 45).
3. 2. TRANSPARÊNCIA PASSIVA
Os SICs também estão incumbidos de receber os pedidos de acesso a informações, que seguirão um trâmite
detalhado previsto na LAI. Os órgãos e entidades têm o prazo de 20 dias, prorrogável por mais 10, para
responder ao pedido de acesso, quando seu atendimento  imediato não  for possível  (art.  11). No caso de
indeferimento  ou  negativa,  o  interessado  poderá,  no  prazo  de  10  dias,  interpor  recurso  à  autoridade
hierarquicamente  superior  à  que  exarou  a  decisão  (art.  15).  Daí  em  diante,  a  LAI  dispõe  sobre  o
procedimento apenas no âmbito do Poder Executivo Federal, ficando resguardada a autonomia dos outros
poderes e das outras unidades federativas, conforme aquilo que a doutrina chama de divisões horizontal e
vertical de poder, respectivamente.
No  caso  de  pedido  feito  no  âmbito  do  Poder  Executivo  Federal,  o  interessado  pode  também  recorrer  à
Controladoria­Geral da União (CGU) como terceira  instância, nas hipóteses do art. 16. Prevê­se, ainda,
recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informação (CMRI), como quarta instância (§3º).
No  caso  de  pedido  de  desclassificação  de  informação,  o  rito  difere  um  pouco.  A  desclassificação  é  a
supressão da classificação sigilosa, que,  como veremos a  seguir, pode ser de grau reservado,  secreto ou
ultrassecreto. Nesse  caso,  o  acesso  é  restrito  àqueles  que  tenham necessidade  de  conhecer.  Contudo,  o
cidadão pode questionar os motivos da classificação sigilosa e requerer seu cancelamento, a fim de que a
informação  torne­se  disponível  a  ele  e  a  todos  os  demais.  A  negativa  de  desclassificação,  além  dos
recursos acima referidos, comporta recurso ao ministro de Estado da respectiva pasta.
No caso do Poder Judiciário e do Ministério Público, os órgãos que fazem as vezes de terceira instância
são, respectivamente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP), não sendo cabível recurso à CGU.
Com o veto presidencial ao caput do art. 35, cingiu­se a atuação da CMRI aos pedidos feitos no âmbito da
Administração Pública Federal, isto é, do Executivo Federal, apenas. Assim, o CNJ e o CNMP funcionam
como última  instância administrativa para os pedidos de acesso a  informações e até mesmo para os de
desclassificação, o que, neste último caso, notadamente contraria o intento inicial da LAI, que consistia
em  conferir  à  CMRI  o  papel  de  revisor  último  da  classificação  de  sigilo  no  país.  Tanto  é  assim  que,
conforme a redação vetada do caput do art. 35, a CMRI seria composta por membros de todos os poderes, o
que lhe conferiria legitimidade para manifestar­se sobre informações sob custódia de outros poderes que
não o Executivo.
No caso dos estados, municípios e Distrito Federal, o procedimento está regulado pela Lei 12.527 apenas
até  o  segundo  grau  recursal  administrativo.  O  pedido  de  desclassificação  e  eventuais  graus  recursais
suplementares devem estar dispostos em legislação própria, estadual, municipal ou distrital, conforme o
caso (art. 45). Saliente­se que as regulamentações dos estados, dos municípios e do DF devem destinar­se
apenas  aos  respectivos  poderes  executivo  e  legislativo,  uma  vez  que  o  Poder  Judiciário,  assim  como  o
Ministério Público, terão disciplina própria, mesmo que se trate de órgãos no nível estadual (art. 18).
4. DA RESTRIÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO
Chegamos  ao  ponto  mais  problemático  da  análise  da  LAI.  Como  mencionado  de  passagem,  as
informações  em  poder  do  Estado  podem  ter  seu  acesso  restrito  por  conta  de  classificação  sigilosa.  A
classificação sigilosa dar­se­á quando necessária à preservação da segurança da sociedade e do Estado. O
art. 23 da LAI enumera as oito hipóteses em que pode ocorrer classificação sigilosa da informação, senão
vejamos:
Art. 23.   São consideradas  imprescindíveis à  segurança da  sociedade ou do
Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação
ou acesso irrestrito possam: 
I ­ pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território
nacional; 
II  ­  prejudicar  ou  pôr  em  risco  a  condução  de  negociações  ou  as  relações
internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso
por outros Estados e organismos internacionais; 
III ­ pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; 
IV ­ oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária
do País; 
V ­ prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças
Armadas; 
VI  ­  prejudicar  ou  causar  risco  a  projetos  de  pesquisa  e  desenvolvimento
científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens,  instalações ou áreas
de interesse estratégico nacional; 
VII  ­  pôr  em  risco  a  segurança  de  instituições  ou  de  altas  autoridades
nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou 
VIII ­ comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou
fiscalizaçãoem  andamento,  relacionadas  com a  prevenção  ou  repressão  de
infrações. 
Com o novo regime da LAI, aboliu­se o grau confidencial de classificação sigilosa, restando apenas três
graus: o reservado, o secreto e o ultrassecreto, com os prazos máximos respectivos de 5, 15 e 25 anos (art.
24, §1 º). Há, ainda, o que chamei de grau reservado especial, atinente às informações que possam colocar
em risco a segurança do presidente e vice­presidente da República e respectivos cônjuges e  filhos e cujo
sigilo  tem  como prazo máximo o  término do mandato  em exercício  ou do último mandato,  em  caso de
reeleição (art. 24, § 2º). Logo, no grau “reservado especial”, pode haver restrição de acesso por até oito
anos, diferentemente do grau reservado comum, que tem o limite de cinco anos.
Os prazos de 5, 15 e 25 anos são máximos, isto é, podem ser fixados a menor, sendo permitida a fixação de
termo ou de condição, desde que respeitados os prazos máximos (art. 24, §§ 3º e 4º). Dois são os critérios
que  regerão  a  graduação  da  classificação  sigilosa:  1)  a  gravidade  do  risco  ou  dano  à  segurança  da
sociedade e do Estado e 2) o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final
(art.  24,  §  5º).  A  prorrogação  do  prazo  só  é  permitida  para  as  informações  classificadas  como
ultrassecretas,  por mais  25  anos, no  caso de  a CMRI  considerar que o  seu  acesso ou divulgação possa
ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às
relações internacionais do país (art. 35, III).
Em síntese, a classificação sigilosa não é nada mais do que uma causa suspensiva, sempre sob termo –
ainda  que  haja  previsão  de  condição  que  possa  perfazer­se  antes  do  termo  –,  do  direito  de  acesso  à
informação.
O art. 27 da LAI estabelece quais autoridades têm poder para atribuir classificação sigilosa a informação
sob custódia do Estado. A classificação no grau ultrassecreto, que implica uma restrição de acesso de 25
anos, renovável uma única vez por igual período, pode ser feita pelas seguintes autoridades: presidente da
República;  vice­presidente  da  República;  ministros  de  Estado  e  autoridades  com  as  mesmas
prerrogativas; comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e  chefes de missões diplomáticas e
consulares permanentes no exterior.
A  classificação  no  grau  secreto  pode  ser  atribuída  pelas  autoridades  acima  descritas  e  por  titulares  de
autarquias, fundações, empresas públicas ou sociedades de economia mista. Já quanto ao grau reservado,
são  competentes,  além  daquelas  com  atribuição  para  classificar  nos  graus  ultrassecreto  e  secreto,  as
autoridades que exerçam função de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo­
Direção  e  Assessoramento  Superiores,  ou  de  hierarquia  equivalente,  de  acordo  com  regulamentação
específica de cada órgão ou entidade.
Abaixo segue quadro sinótico das autoridades competentes para atribuir grau de sigilo:
GRAU PRAZOAUTORIDADE COMPETENTE
Reservado 5 anos
· Presidente da República
· Vice­Presidente da República
· Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas
· Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
· Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior
· Titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia
mista
· Autoridades que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5,
ou  superior,  do  Grupo­Direção  e  Assessoramento  Superiores,  ou  de  hierarquia
equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade
Secreto 15 anos
· Presidente da República
· Vice­Presidente da República
· Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas
· Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
· Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior
· Titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia
mista
Ultrassecreto25 anos
· Presidente da República
· Vice­Presidente da República
· Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas
· Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
· Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior
Apenas autoridades federais do Poder Executivo podem atribuir grau de sigilo. Autoridades do Ministério
Público ,  do  Poder  Judiciário,  e  dos  níveis  estadual,  municipal  e  distrital  de  governo  não  têm
competência para atribuir grau de sigilo a informação de que sejam detentoras. A classificação sigilosa diz
respeito a questões de interessa nacional, que devem ser tratadas por autoridades federais. Assim, se um
promotor  de  justiça  estadual  ou  um  secretário municipal  tomarem  conhecimento  de  informação  que  se
enquadre numa das hipóteses do art. 23 da LAI, deve encaminhá­la à autoridade federal competente que
providenciará a devida classificação sigilosa.
A  restrição  do  acesso  à  informação  não  é  regulada  somente  pela  LAI,  mas  por  uma  infinidade  de
dispositivos legais. Desse modo, faz­se necessário integrar as normas, de modo a extrair daí a unidade do
ordenamento jurídico no assunto. Para tanto, decidi sistematizar o estudo numa Teoria do Sigilo, à luz do
ordenamento jurídico brasileiro.
5. TEORIA DO SIGILO DA INFORMAÇÃO
Não obstante as hipóteses de classificação de sigilo do art. 23 da LAI, há outros casos em que pode haver
restrição de acesso a  informações em poder do Estado. Uma delas, prevista na própria LAI, refere­se às
informações pessoais. Vejamos o que diz a lei:
Art.  31.    O  tratamento  das  informações  pessoais  deve  ser  feito  de  forma
transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das
pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. 
§  1º    As  informações  pessoais,  a  que  se  refere  este  artigo,  relativas  à
intimidade, vida privada, honra e imagem: 
I  ­  terão  seu  acesso  restrito,  independentemente de  classificação
de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua
data de produção, a agentes públicos  legalmente autorizados e à
pessoa a que elas se referirem; e 
II ­ poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de
previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem.
Assim,  as  informações  pessoais  podem  ser  consideradas  informações  sigilosas  não  classificadas,
inclusive com prazo muito superior aos prazos previstos para as informações classificadas.
[4]
A  LAI  também  afasta  do  direito  de  acesso  às  informações  referentes  a  projetos  de  pesquisa  e
desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado (art. 7º, § 1º). Saliente­se que tal hipótese não se confunde com a do art. 23, VI. Nesta, trata­se
apenas de restrição temporária de acesso a informação que possa “prejudicar ou causar risco a projetos de
pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico”, havendo prazo para a sua restrição, isto é, o direito
de  acesso  fica  sob  condição  suspensiva;  na  outra  hipótese,  simplesmente  não  há  direito  de  acesso  à
informação, sendo a “restrição” por prazo indefinido, e com objeto diferente: informações necessariamente
referentes a projetos cujo sigilo seja  imprescindível à sociedade e ao Estado. Na hipótese do art. 23, VI,
trata­se  de  informação,  referente  ou  não  a  projetos,  e  cujo  sigilo  seja  imprescindível  à  segurança  do
próprio  projeto,  e  não  da  sociedade  e  do  Estado  diretamente,  como  no  caso  do  art.  7º,  §  1º.  Abaixo
exponho quadro comparativo, a fim de deixar a questão mais fácil de ser entendida:
Art.  7º    O  acesso  à  informação  de  que  trata  esta  Lei
compreende, entre outros, os direitos de obter:(...)
§  1º    O  acesso  à  informação  previsto  no  caput  não
compreende  as  informações  referentes  a  projetos  de
pesquisa  e  desenvolvimento  científicos  ou  tecnológicos
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado.
Art.  23.    São  consideradas  imprescindíveis  à
segurança  da  sociedade  ou  do  Estado  e,
portanto,  passíveis  de  classificação  as
informações  cuja  divulgação  ou  acesso
irrestrito possam:
(...)
VI  ­  prejudicar  ou  causar  risco  a  projetos  de
pesquisa  e  desenvolvimento  científico  ou
tecnológico,  assim  como  a  sistemas,  bens,
instalações  ou  áreas  de  interesse  estratégico
nacional;
Em outras palavras, no art. 23, VI,  se  tratam de  informações cuja divulgação possa pôr em risco certos
projetos, e por  isso são considerados  imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado; enquanto
que  o  art.  7º,  §  1º,  trata  de  informações  sobre  certos  projetos  cuja  divulgação  possa  pôr  em  risco  a
sociedade e o Estado diretamente. Um exemplo do primeiro  caso, do art. 23, VI,  seria a  informação da
visita do ministro da Defesa a uma empresa para a aquisição de um avião para o projeto de manutenção da
defesa aérea que, caso divulgada, poderia frustrar a negociação com outras empresas. A divulgação dessa
informação, que não trata diretamente do projeto, pode pôr em risco o próprio projeto, e só indiretamente
afetaria a segurança da sociedade ou do Estado.
Já no caso do art. 7º, § 1º, podemos dar como exemplo a divulgação de segredos nucleares a terroristas,
em que a preocupação imediata não é a segurança do programa nuclear brasileiro, mas, sim, a segurança
da  própria  sociedade  e  do  Estado,  que  podem  sofrer  ataques  de  explosivos  construídos  com  base  na
informação divulgada. Em razão da gravidade da  segunda hipótese,  a LAI  lhe  conferiu o  sigilo perene,
enquanto que a outra fica sujeita aos prazos máximos do art. 24 (5, 15 ou 25 anos, este último prorrogável
uma única vez por igual período).
O dispositivo do art. 7º, § 1º, abrange as patentes de interesse da Defesa Nacional, de que trata o art. 75 da
Lei  Federal  nº.  9.279/1996  –  regulamentado  pelo  Decreto  Presidencial  nº.  2.553/1998  –, mas  não  se
cinge  a  elas.  A  norma  da  LAI  refere­se  a  quaisquer  informações  referentes  a  projetos  de  pesquisa  e
desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado.  As  patentes,  por  sua  vez,  dizem  respeito  apenas  às  informações  relativas  às  invenções  e  aos
modelos de utilidade.
Entendo, ainda, que o art. 7º, § 1º, deve ser interpretado ampliativamente, de modo a conferir aos demais
projetos de planos estratégicos estatais cuja divulgação possa comprometer a segurança da sociedade e do
Estado. Tomemos de exemplo um plano de guerra das Forças Armadas. É comum, em todos os países, que
suas FFAA elaborem planos de guerra com base em situações hipotéticas de agressão externa, mas com
base  em  agentes  reais.  Tais  planos,  se  revelados,  podem  gerar  graves  conflitos  internacionais
desnecessários, além de poderem fragilizar profundamente a defesa do país, e sua divulgação não atende a
nenhum interesse particular ou coletivo defensável. Ademais, esse tipo de plano costuma conter técnicas
de combate, que são expressão do conhecimento militar criado e estudado nas academias militares. Desse
modo, com base nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, e numa  interpretação conforme a
Constituição, naquilo que diz respeito ao sigilo das informações imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado (art. 5º, XXXIII), entendo que se deva conferir uma interpretação complacente ao art. 7º, § 1º.
Ressalte­se, por fim, que essa hipótese não se confunde com a do art. 23, V, segundo a qual são passíveis
de classificação as informações cuja divulgação possa “prejudicar ou causar risco a planos ou operações
estratégicos das Forças Armadas”. Nesse caso, assim como no dos projetos técnico­científicos, os objetos
em perigo são os próprios planos ou operações estratégicas, ao passo que, no exemplo anteriormente dado,
o fundamento do sigilo é a própria segurança da sociedade e do Estado, diretamente.
Ademais  de  dispor  sobre  o  sigilo  nos  arts.  7º,  §1º;  23  e  31,  a  LAI  ressalva  demais  hipóteses  legais  de
sigilo, a ver:
Art. 22.  O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e
de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes da
exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou
entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público. 
A CRFB e as leis trazem inúmeros casos em que as informações devem ser resguardadas. Podemos citar
alguns deles: o sigilo das comunicações (art. 5º, XII, CRFB); o sigilo de dados (art. 5º, X e XII, CRFB); o
sigilo da fonte (art. 5º, XIV, CRFB); sigilo das votações (art. 5º, XXXVIII, ‘b’; 14; 52, III, IV e XI; art. 55, §
2º; 66, § 4º; 119, I; 120, § 1º, I; e 130­A, §3º); sigilo profissional (art. 154 do CP e art. 230 do CPM); o
segredo particular (art. 153 do CP e art. 228 do CPM); o sigilo fiscal (art. 198 do CTN); o sigilo dos atos da
ABIN (art. 9º, da Lei 9.883/1999); o sigilo industrial (art. 195 da Lei 9.279/1996); sigilo de operação ou
serviço prestado por  instituição  financeira (Lei Complementar 105/2001 e art. 18 da Lei 7.492/1986); o
sigilo da proposta apresentada em procedimento licitatório (art. 3º, § 3º, da Lei 8.666/1993). Diante de
tantos tipos de sigilo, resta­nos ordená­los e categorizá­los, a fim de que se possa compreendê­los melhor.
5.1. TAXONOMIA
Em primeiro lugar, cumpre distinguirmos as informações quanto ao seu conteúdo: as de caráter estatal  e
as de caráter privado. Por exemplo: informações sobre um contrato de concessão de linhas de transporte
público  são  informações  de  caráter  estatal;  ao  passo  que  dados  sobre  movimentação  bancária  de  um
indivíduo são de caráter privado.
As informações de caráter privado podem estar em poder ou sob custódia do Estado ou do particular, e esta
é outra  classificação: quanto ao  seu detentor. As  informações de  caráter privado,  tanto  sob  custódia do
particular quanto em poder do Estado,  só podem ser divulgadas quando a  lei assim o exigir. Em outras
palavras,  o  sigilo  das  informações  de  caráter  privado  é  a  regra, mesmo  que  elas  estejam  em  poder  do
Estado, enquanto que, para as informações de caráter estatal, o sigilo é a exceção. Outrossim, o princípio
da observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção, insculpido no art. 3º, I, da
LAI, diz respeito apenas às informações de caráter estatal.
As informações de natureza estatal são, por óbvio, de conhecimento do próprio Estado, isto é, estão sob
sua custódia. Contudo, embora as  informações de natureza estatal sejam a princípio de  livre acesso, há
casos  em  que  o  acesso  a  elas  deve  ser  restringido.  As  regras  constitucionais  de  publicidade  das
informações estatais estão nos arts. 5º, XXXIII, 37, § 3º, II, e 216, § 2º, da CRFB, transcritos alhures. A
exceção da publicidade das informações de caráter estatal está na parte final do inciso XXXIII do art. 5º da
CRFB. Assim, somos conduzidos a mais uma classificação: quanto à publicidade, havendo as informações
[5]
de acesso restrito e as informações de livre acesso. Tal classificação também se aplica às informações de
caráter  privado,  como  se  verá  a  seguir.  Não  obstante,  em  ambas  as  hipóteses  estaremos  diante  de
informações sob custódia do Estado.
Quando a LAI veio instrumentalizar o direito constitucional de acesso à informação, focou, por óbvio, nas
informações de caráter estatal. E como em regra essas informações estão sob custódia do Estado, o dever
de divulgação correspondente ao direito de acesso recai sobre a AdministraçãoPública.
A LAI, no entanto, também dispõe sobre informações de caráter privado em poder do Estado, ao tratar, em
seu art. 31, de informações pessoais. Estas também têm seu acesso restrito, de forma até mais acentuada
do  que  em  relação  às  informações  com  classificação  sigilosa.  O  prazo  máximo  de  restrição  das
informações pessoais é de 100 anos, o dobro do máximo admitido para as informações de natureza estatal,
consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado. E as regras de controle da restrição do
acesso à informação de caráter estatal são bem mais numerosas e rígidas do que as regras de controle da
restrição de acesso a informações de caráter privado em poder do Estado.
A restrição ao acesso das  informações, sejam elas de caráter privado ou estatal, sob custódia do Estado
pode  ser  temporária  ou  permanente.  Já  as  informações  de  caráter  privado  em  poder  do  particular  –
chamadas  pela  legislação  penal  de  “segredo  particular”  –  têm  seu  acesso  restrito  indefinidamente.
Chegamos, pois, às seguintes classificações das informações:
5.2 SIGILO PERMANENTE
Exemplos de informações de acesso permanentemente restrito são as hipóteses do art. 7º, § 1º, da LAI, as
votações sigilosas, as informações sobre a atividade de inteligência e as informações sobre fontes, embora
em alguns casos eu entenda que a perenidade deva ser mitigada. O sigilo do art. 7º, § 1º, da LAI  já  foi
tratado aqui. O sigilo das votações é assegurado pelos arts. 5º, XXXVIII, ‘b’ ; 14 ; art. 52, III , IV  e
XI ; art. 55, § 2º ; art. 66, § 4º ; art. 119, I ; art. 120, § 1º, I ; e art. 130­A, §3º ,  todos da
CRFB.  Nessas  hipóteses,  não  há  dever  de  divulgação  após  o  decurso  de  prazo.  Penso,  contudo,  que
devamos aplicar  a  algumas dessas hipóteses, por  analogia,  as disposições  sobre  informações pessoais,
pois  pode  haver  interesse  histórico  relevante  em  votações  secretas  realizadas  em  órgãos  de  grande
relevância política (art. 31, § 4º), desde que respeitado o prazo de sigilo de 100 anos.
Cabem considerações específicas quanto ao sigilo dos atos da ABIN e ao uso de meios e técnicas sigilosos
na atividade de inteligência. A Lei Federal nº. 9.883/1999, que cria a Agência Brasileira de Inteligência
(ABIN) e institui o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) dispõe o seguinte:
[6] [7] [8] [9]
[10] [11] [12] [13] [14] [15]
Art.  3º    Fica  criada  a  Agência  Brasileira  de  Inteligência  ­  ABIN,  órgão  da
Presidência  da  República,  que,  na  posição  de  órgão  central  do  Sistema
Brasileiro  de  Inteligência,  terá  a  seu  cargo  planejar,  executar,  coordenar,
supervisionar e controlar as atividades de inteligência do País, obedecidas à
política e às diretrizes superiormente traçadas nos termos desta Lei.
Parágrafo único. As atividades de inteligência serão desenvolvidas, no que se
refere aos limites de sua extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, com
irrestrita  observância  dos  direitos  e  garantias  individuais,  fidelidade  às
instituições e aos princípios éticos que regem os interesses e a segurança do
Estado.
Art. 4º À ABIN, além do que lhe prescreve o artigo anterior, compete:
I ­ planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise
de  dados  para  a  produção  de  conhecimentos  destinados  a  assessorar  o
Presidente da República;
Art. 9º Os atos da ABIN, cuja publicidade possa comprometer o êxito de suas
atividades sigilosas, deverão ser publicados em extrato.
§ 1º Incluem­se entre os atos objeto deste artigo os referentes ao seu peculiar
funcionamento,  como  às  atribuições,  à  atuação  e  às  especificações  dos
respectivos cargos, e à movimentação dos seus titulares.
§  2º  A  obrigatoriedade  de  publicação  dos  atos  em  extrato  independe  de
serem de caráter ostensivo ou sigiloso os recursos utilizados, em cada caso.
A ABIN, por ser órgão de inteligência de Estado, goza de um estatuto diferenciado em relação aos outros
órgãos  e  entidades  da Administração  e  o  sigilo  de  seus  atos  encontra  guarida  na  parte  final  do  inciso
XXXIII do art.  5º, da CRFB. Não é preciso dizer que, para a ABIN, o princípio da excepcionalidade do
sigilo não se aplica. Sua atividade é por natureza sigilosa. Isso não quer dizer que a ABIN esteja livre da
prestação de contas ou de qualquer tipo de divulgação de informações.
Quando o § 2º do art. 9º da Lei do SISBIN, acima transcrito, dispôs que a publicação dos atos da ABIN em
extrato independe de serem eles de caráter sigiloso, quis referir­se ao sigilo classificado. A publicação em
extrato  é  a publicação  resumida,  sem o  conteúdo da  informação. Assim, mesmo que não  seja  cabível  a
classificação de sigilo, a ABIN deve restringir o acesso a informações que possam comprometer o êxito de
suas atividades sigilosas. O § 1º do mesmo artigo dá como exemplos de atos a serem publicados em extrato
aqueles referentes a atribuições, atuação e especificações dos respectivos cargos e movimentação dos seus
titulares. O rol, contudo, não é exaustivo, não se cingindo a questões administrativas e funcionais.
A própria Lei 9.883 fala em “ações sigilosas” da ABIN e “uso de meios e técnicas sigilosos” na atividade de
inteligência, atividade que não se  limita à ABIN, mas compreende  também todo o SISBIN.  Informações
dessa  natureza  no  âmbito  da  ABIN,  quando  não  forem  classificadas  como  reservadas,  secretas  ou
ultrassecretas devem seguir o regramento do art. 9º, isto é, da publicação por extrato.
A LAI dispõe que devem ser classificadas informações cuja divulgação possa comprometer atividades de
inteligência, mas essa disposição tem de ser lida cum grano salis, pois o sigilo de certas informações não
pode  ficar  sujeito  aos  prazos  do  art.  24.  Nesses  casos,  deve­se  aplicar  o  princípio  da  especialidade,
garantindo­se o sigilo a despeito de classificação, como autorizado pelo art. 9º, §2º, da Lei do SISBIN.
Além disso, valem aqui as considerações feitas acima no tocante aos planos estratégicos do Estado e o art.
7º, § 1º, da LAI. Tais informações, entretanto, não ficam livres de controle democrático, pois a própria Lei
9.883  prevê  a  criação  de  uma  comissão  mista  do  Congresso  Nacional  para  fiscalizar  a  atividade  de
inteligência,  com  poderes  para  requerer  todas  as  informações  que  reputar  necessárias  (art.  6º  da  Lei
9.883).
Não  pretendo,  contudo,  afirmar  nenhuma  das  informações  em  poder  da  ABIN  seja  passível  de
classificação:  ao  contrário,  muitas  o  serão,  mas  somente  aquelas  cujo  sigilo  possa  ser  submetido  aos
prazos do art. 24 da LAI (5, 15 e 25 anos, este último prorrogável por igual período). Seu art. 23, VIII, prevê
a  possibilidade  de  classificação  de  informações  cuja  divulgação  possa  “comprometer  atividades  de
inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou
repressão de  infrações”. Cotejando­se as disposições da LAI com as da Lei do SISBIN, conclui­se que o
regramento da LAI aplica­se a investigações específicas, casos concretos, ao passo que a Lei do SISBIN
parece referir­se ao funcionamento da atividade. Desse modo, uma investigação conduzida pela ABIN, no
tocante  aos  seus  meios,  deverá  ser  sigilosa  independentemente  de  classificação,  isto  é,  por  prazo
indefinido; já as informações sobre resultado das investigações – as informações obtidas e as conclusões
tiradas  –  devem  ser  classificadas  nos  graus  reservado,  secreto  ou  ultrassecreto,  devendo  ser
disponibilizadas ao público após o decurso do respectivo prazo de restrição de acesso.
O sigilo da fonte está previsto no art. 5º, XIV, da CRFB e constitui tema bastante controvertido. Não cabe
adentrar  aqui  na  discussão  sobre  sigilo  da  fonte  versus  direito  à  informação.  Trata­se  de  princípios
constitucionaisque devem ser sopesados à luz do caso concreto. O que interessa dizer no momento é que,
originalmente, o dispositivo foi concebido para proteger a atividade jornalística. Todavia, entendo que tal
proteção se aplica  também à atividade policial e de  inteligência, de um modo geral, pois estas se valem
desse tipo meio para obter  informações cruciais ao exercício de seu mister. No  jargão policial, a  fonte é
chamada de “X9”. Imagine que, após a conclusão das investigações, o policial seja obrigado a revelar a
identidade do delator: simplesmente não haveria mais nenhum candidato a X9 e a polícia seria privada de
valiosíssimas informações. Tal situação não se confunde com a denúncia anônima, pois o relato de fonte
jamais pode ser utilizado como fundamento de um procedimento administrativo ou judicial.
Tanto para o jornalista quanto para o policial ou agente de inteligência, qual seria o prazo de manutenção
do  sigilo  de  sua  fonte? A  princípio,  eterno, mas  creio  que,  assim  como no  caso  das  votações  sigilosas
altamente relevantes e nas quais há interesse histórico, podemos aplicar analogicamente o prazo de 100
anos das informações pessoais. Nos demais casos, teremos o sigilo perene, que se imporá até mesmo pelo
esquecimento.
5.3 SIGILO TEMPORÁRIO
As hipóteses de informação de acesso temporariamente restrito são várias: as informações classificadas –
reservadas,  secretas,  ultrassecretas  e  reservadas  especiais  –,  as  informações  pessoais,  os  segredos
industriais  e  o  segredo  de  justiça,  entre  outros.  As  hipóteses  de  informações  classificadas  já  foram
apreciadas acima. A seguir abordo alguns tipos de sigilo temporário de informações em poder do Estado.
O segredo de  justiça encontra amparo no art. 5º, LX, da CRFB e é  regulado pelo art.  155 do Código de
Processo  Civil  (CPC).  Essa modalidade  de  sigilo  tem  de  ser  analisada  à  parte,  pois  pode  ter  naturezas
distintas. De acordo com o CPC, o segredo de justiça pode ser decretado com base no interesse público (art.
155,  I)  ou  na  intimidade  (art.  155,  II).  No  primeiro  caso,  estaremos  diante  de  informações  de  caráter
estatal, como a indiciamento de alguém, a decretação de interceptação telefônica, etc. No segundo, tratar­
se­á de informações de caráter privado, como ações de divórcio, guarda de menores, etc. Assim, entendo
que  o  segredo  de  justiça  fundado  no  inciso  II  do  art.  155  do  CPC  refere­se  a  informações  pessoais,  do
contrário, criar­se­ia mais uma hipótese de sigilo eterno. Tanto é assim que o inciso I do art. 31 da LAI
utiliza  a  mais  abrangente  expressão  agentes  públicos,  ao  se  referir  àqueles  que  terão  acesso  às
informações  pessoais,  compreendendo  servidores  de  todos  os  poderes  da República,  dentre  os  quais  se
incluiriam magistrados e serventuários da Justiça.
Já no caso do segredo de justiça fundado no interesse público, a prática tem sido a restrição do acesso pelo
período necessário para a execução de medidas. Dessa forma, após a conclusão do inquérito em segredo de
justiça  ou  da  interceptação  telefônica,  cessa­se  a  restrição  ao  acesso,  até  porque  o  indivíduo  alvo  das
medidas deve poder contraditá­las posteriormente. Nesses casos, a restrição ao acesso está sujeita a termo,
que, no entanto, não se consubstanciará numa data previamente estabelecida, mas na ocorrência de fato
futuro e certo, geralmente a conclusão das diligências do inquérito ou da interceptação.
As  informações  pessoais,  já  tratadas  acima,  abrangem  os  dados  bancários,  fiscais,  telefônicos  e
cadastrais de um modo geral. A LAI tem como objetivo garantir o acesso às informações pessoais quando
ele é devido e, quando necessário, protegê­las, a fim de garantir a intimidade/privacidade do indivíduo. A
base  constitucional para o acesso a  esse  tipo de  informações  repousa  sobre o art.  5º, XXXIII, primeira
parte, art. 37, § 3º, II, e art. 216, § 2º, enquanto que a restrição a elas é garantida pelo art. 5º, X, todos da
CRFB. Ressalte­se que, quanto ao acesso às informações pessoais pelo interessado, não houve derrogação
da Lei 9.507/1997, que dispõe sobre o habeas data. Esse diploma destina­se aos meios judiciais de obter
informações  relativas  à  pessoa  do  impetrante,  constantes  de  registro  ou  banco  de  dados  de  entidades
governamentais ou de caráter público, quando o acesso a elas lhe foi negado administrativamente. A LAI
não  prevê  procedimentos  judiciais  de  acesso  à  informação,  mas  tão­somente  procedimentos
administrativos, já tratados aqui.
Temos ainda outras hipóteses de  sigilo  temporário de  informações  sob  custódia do Estado,  como o das
propostas feitas em procedimentos licitatórios, previsto no art. 3º, §3º, da Lei Federal nº. 8.666/1993, e
que perdura até o ato público de abertura de envelopes (art. 43, §1º). A sua violação enseja a aplicação das
penas  do  art.  94  da  mesma  lei.  Poderíamos  ainda  citar  outros  exemplos,  como  o  sigilo  de  provas  de
concursos públicos até a sua realização ou de atos da Administração remetidos à Imprensa Oficial até o
momento de sua publicação. O raciocínio será sempre o mesmo: mantém­se o sigilo pelo período em que
ele se faz necessário.
5.4 NATUREZA E GÊNESE DO DIREITO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
O direito de acesso à  informação é direito público  subjetivo. Há hipóteses  em que o direito de acesso à
informação  simplesmente  não  existe,  mas,  no  caso  das  informações  em  poder  do  Estado  de  acesso
temporariamente restrito, o direito de acesso é limitado por causa suspensiva sujeita a termo. Mas quando
nasce o direito ao acesso? O art. 7º, §3º, da LAI dispõe o seguinte:
Art. 7º (...)
§ 3º   O direito de acesso aos documentos ou às  informações neles contidas
utilizados  como  fundamento da  tomada de decisão  e do ato  administrativo
será assegurado com a edição do ato decisório respectivo.
O  dispositivo  conflita  com  o  disposto  no  art.  24,  §  1º,  da  mesma  lei,  ao
estabelecer  que  a  restrição  ao  acesso  inicia­se  da  produção  da  informação,
senão vejamos:
Art. 24.  A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado
o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou
do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. 
§  1º  Os  prazos  máximos  de  restrição  de  acesso  à  informação,  conforme  a
classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e
são os seguintes: 
Os dispositivos conflitam porque se supõe que a produção da informação é anterior ao ato decisório nela
fundado. Se o direito de acesso só surge com este, como pode haver restrição do direito no momento da
produção da  informação, se o direito sequer existe ainda? Trata­se de  inconsistência da Lei 12.527, que
precisa ser corrigida pelo intérprete.
Toda informação destina­se a um ato decisório. Isso quer dizer que, antes da edição do ato decisório, não
há direito à informação. Todavia, há circunstâncias em que a decisão consiste justamente em não tomar
decisão. É nesses casos que, a meu ver, o termo a quo do art. 24, § 1º, deve prevalecer. Há casos em que a
produção de informação é feita em nível de assessoramento, apenas, e não como parte de uma atividade
executiva.  O  próprio  SISBIN  destina­se  primordialmente  a  essa  tarefa.  Os  ministérios,  o  Conselho  de
Defesa Nacional (CDN), o Conselho da República, todos esses órgãos prestam assessoramento. Quando
então surgiria o direito de acesso a informações produzidas nessas circunstâncias?
Suponhamos  que  o  Ministério  das  Relações  Exteriores  (MRE)  informe  o  presidente  da  República  das
intenções de determinado país de boicotar a exportação de uma certa commodity brasileira. Nesse caso, a
decisão  fundada  na  informação  pode  consistir  numa  abstenção  do  presidente  da  República  em  firmar
acordos comerciaiscom aquele país. Diante disso, quando nasceria o direito de acesso dos cidadãos a essa
informação, uma vez que não há edição de ato decisório? Creio que, se se tratar de informação passível de
classificação (art. 23, II), o direito de acesso surgirá com a produção da informação, que, contudo, ficará
obstado durante o prazo de restrição de acesso previsto no art. 24 (5, 15 ou 25 anos, este último prorrogável
por  igual  período).  E  se  a  informação  não  for  passível  de  classificação? Entendo  que  se  deve  aplicar  o
termo a quo do art. 24 mesmo assim, na falta de norma específica para a situação. Do contrário, seríamos
obrigados a admitir que o direito de acesso a informações de mera assessoria, quando não passíveis estas
de  classificação,  jamais  chegaria  a  se  consubstanciar.  Isso  implicaria  tornar  as  informações  de  livre
acesso mais restritas do que as classificadas!
E quando seria precisamente a data de produção da  informação? Abstraindo­se questões conceituais da
teoria  da  informação,  podemos  dizer  que  a  data  da  produção  da  informação  é  a  data  da  produção  do
documento  final  destinado  a  prestar  assessoria.  Assim,  todos  os  documentos  intermediários  e
preliminares  são  partes  do  processo  de  produção  da  informação,  não  podendo  eles  próprios  ser
considerados informações sujeitas ao direito de acesso. Do contrário, teríamos que reconhecer o direito de
acesso  a  cada  memorando,  ofício,  mensagens  eletrônicas  de  e­mail,  etc.,  no  âmbito  interno  das
repartições  públicas.  É  impossível  catalogar  toda  essa  massa  de  documentos  para  disponibilizá­lo  ao
público, muito menos da maneira como preconiza a LAI.
Desse modo, nos casos em que há ato decisório, como, por exemplo, em processos de licitação, o direito ao
acesso só surgirá após o ato final do processo, sem prejuízo das publicações dos editais e demais atos já
ocorridas no curso do certame. E, nos casos em que não há tal ato ou em que é impossível determiná­lo,
fica  valendo  como  marco  inicial  do  direito  de  acesso  a  produção  do  documento  final  contendo  a
informação de interesse, ainda que, em alguns casos, esse direito já surja com a restrição temporária da
classificação sigilosa.
Quanto  às  informações  transmitidas  oralmente,  entendo  que,  por  razões  práticas,  não  há  direito  à
informação, do contrário teríamos de gravar todas as conversações travadas por agentes públicos.
6. CONCLUSÃO
Vimos, portanto, que a LAI se mostra como um grande desafio a ser enfrentado pela comunidade jurídica
brasileira,  que  talvez  não  tenha  percebido  ainda  a  profundidade  das mudanças  que  esse  diploma  legal
trará ao ordenamento jurídico pátrio. A regulamentação, a ser editada quando da entrada em vigor da LAI,
certamente ajudará a guiar o  intérprete. De todo modo, tenho consciência de que a regulamentação não
esgotará o tema e que este continuará a demandar atenção e criatividade dos juristas brasileiros.
NOTAS
 Portaria nº. 5­GSIPR, de 13 de janeiro de 2012, publicada no Diário Oficial da União de 20 de janeiro
de 2012, Seção II.
 Discordo dessa distinção doutrinária porquanto baseada numa compreensão equivocada da expressão
“federal”. Entende­se federal como tudo aquilo referente à esfera federal de governo, o que é impreciso, pois
o termo remete a federação, que é todo o Estado brasileiro. Mais considerações poderiam ser feitas a esse
respeito, mas entendo que este não é o espaço adequado para isso.
  Notícia  disponível  em  http://www.lanacion.com.ar/1302710­senado­impulso­unanime­al­acceso­a­
la­informacion­publica, acesso em 28 de março de 2012.
 O Ministério  Público  é  considerado,  para  fins  administrativos,  parte  integrante  do Poder Executivo,
mas a doutrina jurídica brasileira costuma dissociá­lo deste, classificando­o ora como poder autônomo.
 Adotei o termo estatais, em lugar de público, para não dar margem à confusão com as informações de
acesso público.
 Sigilo das votações do Tribunal do Júri.
 Sigilo do sufrágio universal nas eleições, referendos e plebiscitos.
 Sigilo das votações do Senado Federal para a sabatina de autoridades.
 Sigilo das votações do Senado Federal para a escolha de chefes de missões diplomáticas permanentes.
 Sigilo das votações do Senado Federal para a exoneração de ofício do Procurador­Geral da República.
 Sigilo das votações da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para a cassação de mandato de seus
membros.
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 Sigilo das votações da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para a rejeição de veto presidencial.
 Sigilo das votações para a eleição de membros do Tribunal Superior Eleitoral.
 Sigilo das votações para a eleição de membros dos tribunais regionais eleitorais.
 Sigilo das votações para a eleição do corregedor nacional do CNMP.
Autor
Fábio Condeixa
É  bacharel  em  Direito  e  mestre  em  Ciência  Política  pela  UFRJ,  Oficial  de
Inteligência, atuando como professor e pesquisador da Escola de Inteligência da
Agência Brasileira de  Inteligência  (ESINT/ABIN),  autor dos  livros Princípio da
Simetria na Federação Brasileira (Lumen Juris, 2011) e Direito Constitucional Brasileiro (Lumen
Juris, 2014).
Informações sobre o texto
Como citar este texto (NBR 6023:2002 ABNT)
CONDEIXA, Fábio. Lei de Acesso à Informação: comentários. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano
17, n. 3199, 4 abr. 2012. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/21436>. Acesso em: 18 jul. 2016.
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