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18/11 (EBC 20) - As Reformas Econômicas no Governo Castelo Branco 1 - O PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo) Governo Castelo Branco (1964-67) Ministro do Planejamento: Roberto Campos Ministro da Fazenda Otávio Gouvea Bulhões Visão Ortodoxa da Inflação: resultado dos déficits governamentais e da pressão salarial Déficits faziam expandir os meios de pagamentos Expansão dos MP levava aos aumentos de salários Desafio do PAEG: combater a inflação sem ameaçar o ritmo da atividade produtiva Objetivos o Acelerar o ritmo de desenvolvimento econômico o Conter a inflação entre 64/65 e atingir um equilíbrio de preços a partir de 1966 o Reduzir os desníveis setoriais e regionais e as tensões criadas pelos desequilíbrios sociais, através da melhoria das condições de vida; o Assegurar oportunidades de emprego para a mão-de-obra ingressante no mercado de trabalho o Corrigir o déficit do balanço de pagamentos 2 - Medidas de Política Econômica (para o controle da demanda) Controle de crédito Arrocho salarial (reajuste calculado pela média dos últimos 2 anos + projeção da inflação futura) o Inflação projetada para 1965 (25%) -> Inflação ocorrida (50%) o Inflação projetada para 1965 (10%) -> Inflação ocorrida (34%) Corte dos gastos públicas Reajuste dos preços dos bens e serviços públicos (para corrigir os preços devido à inflação) (REFORMA TRIBUTÁRIA) Elevação da carga tributária (REFORMA) 3 - As Reformas Estruturais do PAEG a. Reforma Trabalhista: que se iniciou pelo mecanismo de reajuste salarial e continuou com a criação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em 13/09/1966 Até aquele momento, o empregado com 10 anos de serviço garantia a estabilidade Com o FGTS, um fundo que recolhia 8% dos nominal de cada trabalhador, as empresas agora podiam demitir seus empregados que então passaram a receber sua parcela recolhida junto ao FGTS Ideia era permitir maior flexibilização do mercado de trabalho para estimular as contratações b. Reforma Tributária Objetivos: aumentar a arrecadação federal e racionalizar o sistema tributário Impostos recolhidos pela rede bancária Criado o Imposto sobre Serviços (ISS) que era arrecadada pelos municípios Fim dos impostos sobre vendas, que recaía sobre o faturamento das firmas, e a criação do imposto sobre o valor agregado (IPI e ICM) Ampliação da base de incidência do imposto de renda de pessoa física junto ao rigor maior na cobrança do IR Incentivos a aplicações financeiras como a poupança (isenção de IRPF) Criação do fundo de participação de estados e municípios (FPEM) para repasse das verbas federais Carga Tributária: 16,1% do PIB em 1963; 23,3% em 1968; ficando em torno de 35% na década de 1970 Saldo Primário (carga tributária - despesa federal, estadual e municipal): -2,3% do PIB em 1964-67; superávit de 1,4% entre 1968-1973. Reforma tributária que teve como foco os impostos diretos (incide sobre as vendas de mercadorias e serviços), penalizando aqueles que gastam a maior parte de sua renda com consumo, os mais pobres. c. A Reforma tributária Financeira/Bancária: tentativa de criar um segmento privado para fornecer crédito de longo prazo à industrialização brasileira. 1. Lei Bancária (n 4.595 de dezembro de 1964): regulamentação do Sistema Financeiro Brasileiro (SFB) segmentando a atuação das instituições financeiras de acordo com o tipo de crédito Criação da CMN (Conselho Monetário Nacional) em 1964 - órgão normativo máximo do Sistema Financeiro Brasileiro Criação do Banco Central em 1964 - órgão executor das políticas monetárias e financeiras do governo d. A Reforma do Mercado de capitais Era necessário atrair capitais privados para o sistema financeiro nacional, a fim de que ele repasse estes capitais como créditos de longo prazo Os ativos financeiros precisavam de um mecanismo que impedisse que a inflação corroesse seus lucros Criação da Obrigação Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN) em julho de 1964: títulos da dívida pública emitidos pelo governo brasileiro que rendiam lucros e correção monetária de acordo com os indices oficiais de inflação A variação do valor da ORTN se tornou padrão para os reajustes em diversos segmentos, como no setor imobiliário Títulos se tornam importante fonte de financiamento ao governo e instrumento para retirar excesso de moeda do mercado (operação de open market) Para os ativos privados de renda fixa (títulos e empréstimos), estes últimos passaram a ter seus valores reajustados pela correção monetária. Ativos de Renda Variável (ações): reduções de isenções de imposto de renda para firmas emissoras de ações e. Reforma Cambial e de Comércio Exterior Necessidade de ampliar o grau de abertura da economia brasileira a fim de atrair o capital estrangeiro e, assim, melhorar o balanço de pagamentos Aliança para o Progresso: aproximações entre Brasil-EUA Lei n 4.131: permissão para as empresas terem acesso direto aos empréstimos estrangeiros Resolução 63 do Banco Central: permitia aos bancos nacionais captarem empréstimos no exterior para repassar às empresas no Brasil Incentivos fiscais às exportações: isenção de ICM e IPI Desvalorização cambial implementada pelo Bacen: de Cr$ 1,80 por dólar em 1964 para Cr$ 3,80 em 1967 Retirada dos limites quantitativos as importações e redução de alguns impostos RESULTADOS DO PAEG Baixo crescimento do PIB: 4,2% (1964-67) Queda da Inflação: de 92% (1964) PARA 39% (1966); porém sem alcançar a meta definida Retração dos meios de pagamento (exceto em 1965) e do crédito (principalmente ao setor público) Aumento da carga tributária e déficit público próximo da meta traçada (agora financiados com títulos públicos) Arrocho salarial que combateu a inflação de custos e demandas
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