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CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: ZOOTECNIA GERAL “S” PROFESSOR: ALMIR CHALEGRE 1. CONCEITO: 1.1 DOMESTICAÇÃO Segundo DOMINGUES (1960) a DOMESTICAÇÃO é o ato de tornar domésticos os animais selvagens. 1.2 ANIMAL DOMÉSTICO Por animal doméstico, do latim domus = casa, se entende todo animal que criado e reproduzido pelo homem, perpetua tais condições através de gerações por hereditariedade, oferecendo utilidades e prestando serviços em mansidão (TORRES, 1990). 1.2 ANIMAL DOMÉSTICO É aquele criado e reproduzido pelo homem, em estado de cativeiro e de mansidão natural, com o fim de obter uma utilidade ou um serviço (DOMINGUES, 1960). São aqueles animais que através de processos tradicionais e sistematizados de manejo e melhoramento zootécnico tornaram-se domésticas, possuindo características biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem, podendo inclusive apresentar aparência diferente da espécie silvestre que os originou (IBAMA, 2005). 1.3 DOMESTICIDADE É o estado de SIMBIOSE na qual se acham os animais domésticos e o homem (DOMINGUES, 1960). 1.4 ASSELVAJAMENTO São as espécies que apresentam relativa facilidade de voltarem à vida selvagem. Denominados de semidomésticos. 1.5 SILVESTRE São aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham a sua vida ou parte dela ocorrendo naturalmente dentro dos limites do Território Brasileiro e sua águas juridicionais, cujo acesso, uso e comércio é controlado pelo IBAMA (IBAMA, 2005). 1.6 EXÓTICO São aqueles cuja distribuição geográfica não inclui o Território Brasileiro (IBAMA, 2005). 2. ATRIBUTOS DO ANIMAL DOMÉSTICO • SOCIABILIDADE: É a conduta associativa que leva os animais à vida em grupos. Determinou a aproximação entre o animal e o homem. Como exceção a esta peculiaridade, pode ser citado o gato que, mesmo sendo doméstico, prefere a vida sem formação de grupos. • MANSIDÃO HEREDITÁRIA: Animais individualmente mansos são semidomésticos. Os animais domésticos devem transmitir a característica de domesticidade aos descendentes. A mansidão é o regulador do grau de domesticidade das espécies, sendo destacada como a principal característica que distingue os animais selvagens dos domésticos. • FECUNDIDADE EM CATIVEIRO: Responsável pelo aumento populacional dos animais domésticos. Como exceção a esta peculiaridade, pode ser citado o coelho, que apresentou redução da fecundidade quando da domesticação. A fecundidade nem sempre se consegue nos animais amansados, quando mantidos em cativeiro. • FUNÇÕES ESPECIALIZADAS: Sendo a domesticação um processo que implica no aproveitamento dos produtos e trabalhos dos animais em função do homem, houve, portanto, tal pré-condição para alcançarem a domesticidade. • FACILIDADE DE ADAPTAÇÃO AMBIENTAL: Os animais de origem múltipla geralmente apresentam melhor poder de adaptação que aqueles de origem monofilética. 3. MOTIVOS DA DOMESTICAÇÃO Os principais motivos para a domesticação dos animais estão ligados à necessidade de SOBREVIVÊNCIA do homem, sendo destacados: a) ALIMENTAÇÃO: Necessidade de manter "reservas" alimentares para os períodos de escassez. b) SOBREVIVÊNCIA AMBIENTAL: Necessidade de agasalhos para proteção, principalmente na época das glaciações. c) APROVEITAMENTO DA FORÇA MOTRIZ: Inicialmente os animais foram utilizados para transporte de cargas ou para remover objetos pesados e, posteriormente, para tração e como montaria. d) INSPIRAÇÃO RELIGIOSA: A companhia de animais junto ao homem pode ter decorrido de fatores religiosos ou até mesmo por lazer. 4. MÉTODOS OU PROCESSOS EMPREGADOS NA DOMESTICAÇÃO a) PACÍFICO: Por instinto de sociabilidade, os animais procuraram a convivência do homem, encontrando alimento e proteção. São exemplos, o cão e o suíno. b) VIOLENTO: Houve violência do homem para aprisionamento, amansamento e domesticação dos animais domésticos atuais, através da violência, força, fome, aprisionamento e castigos corporais. Neste caso, se tem como exemplo a domesticação do cavalo, que ocorreu apenas na Idade dos Metais, quando a disponibilidade de utensílios de metal foi possível. c) INTERMEDIÁRIOS: Quando animais que mais facilmente teriam permitido a aproximação do homem eram aprisionados. São exemplos os bovinos, os caprinos, os ovinos, os zebuínos, os bubalinos e as aves. 5. FASES DA DOMESTICAÇÃO Considerando a variação nas épocas de domesticação, TORRES (1990) apresenta as seguintes fases históricas da domesticação: a) REMOTA: No fim do Paleolítico Superior (15.000 anos a.C.). O homem deve ter começado a domesticar o lobo. b) PRIMÁRIA: Fase correspondente ao neolítico. A domesticação do cão prosseguiu e há 10.000 anos a.C. foram domesticados os ovinos, os caprinos, os zebuínos, os asininos, os eqüinos e o gato. c) SECUNDÁRIA: Final dos tempos históricos, em que foram domesticados vários animais, como o suíno, os galináceos, o coelho, o dromedário, o camelo, a abelha, a lhama e a alpaca. d) ATUAL: Animais recentemente domesticados, como a avestruz, o capote, a cobaia, o peru, assim como grande número de animais criados para fins científicos, para produção de peles, ou mesmo de alimentos, que se encontram em processo de domesticação. No processo de domesticação, os animais passam por fases distintas até atingirem a domesticidade: a) CATIVEIRO: Fase inferior. O homem mantém o animal aprisionado sem obter lucro ou serviço, eventualmente utilizando-o para o abate. Ex: Animais de parques ou zoológicos. b) MANSIDÃO, DOMAÇÃO OU AMANSAMENTO: Ocorre convivência pacífica entre o animal e o homem. Fase em que o animal está muito próximo à domesticidade, podendo prestar serviços. Ex: O elefante quando aprisionado novo apresenta-se manso a idade adulta. c) DOMESTICIDADE: Estado de simbiose entre o animal doméstico e o homem. Ex: Cães, Caprinos, Ovinos, Bovinos, Suínos, etc. 6. ANIMAIS SEMIDOMÉSTICOS OU ASSELVAJAMENTO No processo de domesticação há algumas espécies que atingem a última fase, embora apresentem uma facilidade muito grande de voltarem à vida selvagem, são as espécies semidomésticas. Ex: Coelho, Búfalo, Capote, Faisão. 7. GRAU DE DOMESTICIDADE Quanto ao grau de domesticidade, os animais domésticos estão assim agrupados: GRUPO 1 Cão, Caprino, Ovino, Taurino, Suíno, Bicho-da-seda, Gato, Galinha, Eqüino, Asinino, Camelo e Dromedário. GRUPO 2 Zebuíno, Marreco, Ganso, Peru, Pombo, Cisne, Pavão, Cobaia e Lhama. GRUPO 3 Búfalo, Rena, Capote, Avestruz, Pato, Faisão, Alpaca e Coelho. GRUPO 4 Abelha e Carpa. 8. MODIFICAÇÕES DOS CARACTERES MORFOLÓGICOS, FISIOLÓGICOS E ETOLÓGICOS DAS ESPÉCIES DOMÉSTICAS O processo de domesticação predispõe os animais a modificações nos caracteres morfológicos e fisiológicos. O princípio da diferenciação dos caracteres refere que "quanto mais o animal se afastou do ambiente de origem e quanto mais aperfeiçoados os métodos zootécnicos de exploração, maior a diferenciação dos caracteres morfológicos e fisiológicos". Os animais selvagens sofrem seleção natural, enquanto os animais domésticos são submetidos à seleção artificial, estando os primeiros sujeitos à variação espontânea, ocorrendo modificação de atributos; enquanto, a seleção artificial é responsável pela conservação dos atributos modificados durante a variação espontânea. Como já ficou evidenciado, os animais domesticados sofrem modificações, as quais podem ser de natureza INDIRETA (clima,ambiente artificial e seleção artificial) ou DIRETA (variações espontâneas e misturas de espécies e de raças). A seguir são enumeradas algumas modificações decorrentes do processo de domesticação: a) MORFOLÓGICAS: Atingem a estrutura do organismo dos animais, com conseqüências sobre suas funções fisiológicas. • QUALIDADE DOS PELOS: Geralmente são grosseiros nos animais selvagens, mal distribuídos e, às vezes, mais concentrados em torno da cintura escapular. Nos animais domésticos são, em geral, mais finos e sedosos, distribuídos uniformemente sobre o corpo, às vezes com características próprias, como nos ovinos e em algumas raças de caprinos e coelhos, formando lã. • COLORAÇÃO DA PELAGEM: Os animais selvagens apresentam pelagem uniforme, discreta, parda, curta, podendo mudar com a estação do ano, ou mesmo apresentar fenômenos de mimetismo, enquanto os animais domésticos a apresentam variada. • PORTE E DIMENSÕES CORPORAIS: Os animais selvagens apresentam porte uniforme, ocorrendo muitas vezes maior desenvolvimento da cintura escapular. Os animais domésticos apresentam porte variado com a raça e inclusive dentro das raças. • ORELHAS: Nos animais selvagens geralmente são pequenas e bastante móveis, denotando função auditiva aguçada. Nos animais domésticos apresentam morfologia, dimensões e posicionamento variados. • ÓRGÃOS DE DEFESA: Os cornos, garras e dentes dos animais domésticos sofreram redução ou desapareceram, em decorrência da seleção artificial. • ESQUELETO ÓSSEO: Os animais domésticos quando comparados aos animais selvagens apresentam ossos mais curtos, espessos, relativamente finos e com saliências articulares mal distintas. • PANÍCULO ADIPOSO: Nos animais selvagens destina-se prioritariamente ao suprimento das necessidades nos períodos críticos, enquanto os animais domésticos apresentam panículo adiposo desenvolvido e muitas vezes exagerado, como nas nádegas e na cauda de algumas raças de ovinos. b) FISIOLÓGICAS: São as modificações mais notáveis, pelo fato da exploração animal depender de maior intensidade fisiológica. • VELOCIDADE DE LOCOMOÇÃO: Mais desenvolvida nos animais selvagens, pela necessidade de defesa. Nos animais domésticos, com exceção do dromedário e de algumas raças de eqüinos e de cães, é bastante reduzida. • VÔO: Devido ao aumento de peso, as aves domésticas perderam parcial ou totalmente a capacidade de vôo. • FERTILIDADE: Os animais selvagens tendem a apresentar cios estacionais, dependendo da disponibilidade de alimentos, inclusive com anestro, o que não ocorre com a maioria dos animais domésticos, mais férteis e geralmente com ciclo estral contínuo. • PROLIFICIDADE: Os animais domésticos são mais prolíficos, como exemplo cita-se a galinha poedeira que produz de 200 a 300 ovos por ano, enquanto a galinha selvagem apresenta duas posturas de 15 ovos por ano, devido à necessidade de proteção das crias. • LACTAÇÃO: Nos mamíferos selvagens restringe-se às necessidades das crias, tendo sido aumentada nos domésticos, tanto em quantidade diária quanto em período de lactação. • CHOCO: Característica própria das aves para incubar os ovos, utilizando o calor e a umidade corporal. Vem desaparecendo em algumas espécies domésticas, notadamente nas galinhas de alta produtividade. • VELOCIDADE DE CRESCIMENTO: É muito lenta nos animais selvagens, e rápida nos animais domésticos, sobretudo nos para corte, que chegam a apresentar altos índices de conversão alimentar. • CONSTITUIÇÃO ORGÂNICA: Os animais selvagens apresentam constituição rústica, enquanto os animais domésticos, em geral, apresentam constituição débil. c) ETOLÓGICAS: Referem-se ao comportamento individual e social dos animais. • INSTINTO DE DEFESA: Nos animais selvagens é bastante aguçado. A visão e o olfato são muito evoluídos e adaptados, por necessidade de proteção. O inverso ocorre aos animais domésticos, chegando a ocorrer algumas espécies ou raças incapazes de sobreviver em ambiente natural. • COMPORTAMENTO SEXUAL: Os animais selvagens são na maioria monógamos, mantêm o ciclo reprodutivo estacional, podendo ocorrer competição pela fêmea. Nos animais domésticos, a hierarquia social nem sempre é bem estabelecida, com exceção das aves, o que deve decorrer da ausência de predadores. Como exemplo destaca-se o marreco, que quando selvagem é monógamo e quando doméstico passa a ser polígamo, numa relação de um macho para três a quatro fêmeas. • RELACIONAMENTO COM O HOMEM: Nos animais domésticos, em virtude da intensa observação, tratos e direcionamento da criação, a interação homem/animal é constante, podendo ser admitida dependência de espécies altamente produtivas. Inicialmente, admitia-se que todas as espécies domésticas teriam se originado na Ásia, entretanto, com os trabalhos de paleontologia desenvolvidos ficou esclarecido que, embora os asiáticos tivessem domesticado grande parte das espécies domésticas atuais e, que naquele continente tivessem grande número de espécies se originado, em outros continentes surgiram e foram domesticadas espécies de interesse zootécnico. A seguir, são apresentadas as principais espécies domésticas de interesse zootécnico, com possíveis origens e ancestrais. 1. CAVALO (Equus caballus) Originado na América, onde não sobreviveu, e domesticado na Ásia na Idade dos Metais, cerca de 3500 anos a.C. O Eohippus (em grego, "aurora do cavalo"), também conhecido como Hyracoterium, é considerado o antepassado mais remoto do cavalo. Apresentava quatro dedos nos membros anteriores e três nos posteriores e estatura em torno de 0,40m. Fonte: www.phphorse.com 2. ASININO (Equus asinus) Originado na África (Núbia e Etiópia) e na Ásia (Tibé), onde foi encontrado em estado selvagem. Na escala evolutiva do Eohippus, chegou-se ao Hipparium, que viveu na América, Ásia e África, e deu origem aos asininos e zebras. O Equus taeniopus, africano, é a possível espécie selvagem originária dos asininos, ainda sobrevivente. Possivelmente, foi domesticado antes dos eqüinos, no vale do Nilo, na África, cerca de 5000 anos a.C. Fonte: www.afmaal.com 3. SUÍNO (Sus domesticus) Descende provavelmente de duas espécies primitivas, uma delas sobrevivente, o Sus scrofa ou Javali europeu; e o Sus indicus ou javali asiático, forma selvagem desco-nhecida, que apresenta Sus vittatus como forma sobrevivente, em extensa área da China. Domesticado inicialmente na China, cerca de 4000 anos a.C. Fonte:www.agrocave.com.br 4. CAMELO (Camelus bactrianus) Originado e domesticado na Ásia, possivelmente na Bactriana, atual Afeganistão, após o ano 1000 a.C. Possui como ancestral o Camelus bactrianus. Fonte: www.canaryzoo.com 5. DROMEDÁRIO (Camelus dromedarius) Originado e domesticado na Arábia ou Sudoeste da Ásia, cerca de 1200 anos a.C. Sua origem está ligada diretamente ao Macrauchenia, que viveu no continente americano e chegou à Ásia pelo istmo de Bering. Fonte: www.scientific-web.com 6. LHAMA (Lama glama) Originada e domesticada na Cordilheira dos Andes, na Bolívia e Peru, pelos Incas. O guanaco (Lama guanicoe) é a possível forma selvagem que originou a lhama, que tem origem a partir do Auchenia. Fonte: www.animaldiversity.ummz.umich.edu 7. ALPACA (Lama pacos) Originada e domesticada na Cordilheira dos Andes, na Bolívia e Peru, pelos Incas. Tem origem a partir do Auchenia. Fonte: www.animalesdetodoelmundo.files.wordpress.com 8. RENA (Rangifer tarandus) Originada e domesticada nas Regiões Árticas da Ásia.Possui como forma selvagem o Rangifer tarandus fennicus, que existe na Sibéria como subespécie. Fonte: www.alaska-in-pictures.com 9. CAPRINO (Capra hircus) Segunda espécie a ser domesticada e primeiro animal leiteiro domesticado, superando os ovinos em prioridade quanto à maior abundância de fósseis (DOMINGUES, 1968), possivelmente no Oriente Médio, tendo-se sugerido a Pérsia ou a Palestina como locais (HEISER JUNIOR, 1977). Fonte: www.cookislands.bishopmuseum.org Quanto à origem da cabra, há duas hipóteses: a) Hipótese da origem única: a partir da Capra aegagrus, ou cabra- bezoar, dos planaltos ocidentais da Ásia. b) Hipótese da origem polifilética ou poligênica: a partir de três espécies selvagens: 1 - Capra aegagrus, ou cabra bezoar, dos planaltos ocidentais da Ásia; 2 - Capra falconeri, da Ásia oriental e indiana; de cornos espiralados; 3 - Capra prisca, de ADAMETZ, extinta, possível tronco primitivo. 1 2 3 Fonte: www4.inra.fr 10. OVINO (Ovis aries) Domesticado na Ásia no mesmo período que os caprinos. São destacadas três fontes remotas das modernas raças: 1 - Ovis musimon, Musimão, Mouflon, ou carneiro selvagem da Europa. 2 - Ammontragus tragelaphus, pseudovino que deve ter originado os carneiros africanos. 3 - Ovis arkal ou Arcal, de cauda longa, das estepes asiáticas. Ancestral mais antigo. Fonte: www.iapg.cas.cz 1 2 3 11. TAURINO (Bos taurus) Todos os bovidae, domésticos ou não, descendem de um tronco filogênico comum, o "Antílope" do Mioceno e Plioceno, o qual originou todos os cavicórneos: Ovis, Capra, Antilope, Bos, Bubalus, etc. Dentre os animais domésticos primitivos, são Bos taurus e Bos indicus, os de mais difícil determinação da origem, superados apenas pela dificuldade de determinação de origem do cão. Fonte: www.genome.ucsc.edu Os Taurinos, possivelmente foram domesticados após o Cão, a Cabra e o Carneiro, entre 6000 a 4000 anos a.C.; possivelmente na Índia, Oriente Próximo e Egito. Supõe-se que o bovino selvagem europeu que originou as espécies domesticáveis foi o Bos primigenius, na Suíça, Grécia, Itália e, ainda, na África (Argélia) e Ásia. Seu sobrevivente teria sido o Auroque, denominado Urus pelos Alemães. Até 1627 ainda sobrevivia no Jardim Zoológico da Masóvia, na Alemanha. Fonte: www.itsnature.org 12. ZEBUÍNO (Bos indicus) Os Zebuínos, espécie diferente dos taurinos, foram domesticados possivelmente no Egito, antes dos taurinos. A possível origem dos zebuínos parece ser o Bos namandicus, encontrado na forma fóssil no vale do Nerouda, na Índia. Fonte: www.cubradio.com 13. BÚFALO (Bubalus bubalis) Originado e domesticado na Ásia. Possivelmente descende do Arni (Bubalus indicus). A época da domesticação é imprecisa, embora na cultura do Mohenjo Daro na Índia (2500 anos a.C.) e na China (1000 anos a.C.) já era conhecido prestando utilidade. Fonte: Arquivo Pessoal 14. GATO (Felis domestica) Há dúvidas quanto à origem geográfica e zoológica do gato. Admite-se ter se originado a partir do Felis catus, europeu, ou do Felis maniculata, africano (da Núbia e Abissínia). Foi domesticado no Egito, cerca de 3000 anos a.C., onde foi considerado deus Bast. Fonte: www.brainmaps.org 15. CÃO (Canis familiaris) A mais antiga espécie doméstica é o cão. Domesticada no Neolítico, no Velho Mundo, e utilizada possivelmente, no início, para alimentação e depois como auxiliar do homem na caça. Quanto à origem do cão há duas hipóteses: a) Hipótese da origem única: Baseada na esterilidade entre espécies selvagens de cães e na fecundidade entre as raças domésticas. Também fundamenta-se no hábito de latir, próprio dos cães domésticos. Neste caso, o cão seria originado do pequeno lobo indiano, do Chacal, do Lobo, ou ainda, de alguma espécie selvagem extinta. Fonte: www.cache2.artprintimages.com b) Hipótese da origem polifilética: Baseada na grande diversidade de raças e nas semelhanças entre raças domésticas e determinadas espécies selvagens em diversas regiões da terra. Dessa forma, o cão teria se originado, conforme a região que habita, tendo como ancestrais: 1 - Canis pallipes ou pequeno lobo indiano; 2 - Canis lupus ou lobo europeu; 3 - Canis aureus ou Chacal dourado (originou cães de pequeno porte); 4 - Canis sinensis, da Abissínia (originou raças de Galgos); 5 - Canis lupus occidentalis ou lobo americano (originou cães dos índios americanos); 6 - Canis latrans ou coiote americano (originou cães dos índios americanos); 7 - Canis ingae ou cão dos Incas; 8 - Canis cancrivorus ou cão selvagem das Guianas; 9 - Canis mesomelas ou Chacal de dorso preto, da África meridional; 10-Canis adustus ou Chacal listrado. 16. COELHO (Oryctolagus cuniculus) Descende do Oryctolagus cuniculus, de origem européia. Provavelmente foi domesticado na Península Ibérica. 17. COBAIA (Cavia cobaya) Descende de Cavia aperea ou preá, forma selvagem encontrada na América do Sul. Domesticada pelos Incas. Fonte: www.farm4.static.flickr.com 18. GANSO (Anser domesticus) Descende provavelmente das espécies selvagens Anser cygnoides ou ganso Chinês; Anser canadensis ou ganso do Canadá; e Anser cinereus ou Anser ferus, o ganso europeu, e mais importante descendente. Sua domesticação deve ter ocorrido em vários locais, como China, Índia e Egito. 19. MARRECO (Anas boschas) Descende da espécie selvagem Anas boschas, sobrevivente no norte da Europa, Ásia, América do Norte e África. De domesticação recente, não se conhecendo formas pré-históricas dos marrecos. Era criado em cativeiro pelos romanos que, provavelmente, o domesticaram. Fonte: www.floridanature.org 20. PATO (Cairina moschata) Descende da espécie selvagem Cairina moschata, sobrevivente em lagoas e banhados da América do Sul. Possivelmente domesticado na Europa (DOMINGUES, 1968), embora HEISER JUNIOR (1977) admita sua domesticação na América do Sul. Fonte: www.floridanature.org 21. CISNE (Cygnus olor) Descende do Cygnus olor, de origem européia. Domesticado provavelmente no fim da Idade Média, na Europa. Fonte: www.wikipedia.com.br 22. GALINHA (Gallus domesticus1) Originada na Índia e domesticada na Índia, China e Pérsia. Possui como antepassado direto o Gallus bankiva2 ou galinha selvagem da Índia e Indochina, ainda sobrevivente. Podendo serem incluídas como ancestrais da galinha doméstica, devido à interfecundidade, três espécies selvagens da Ásia meridional, Gallus sonnerati ou galinha parda da Índia, Gallus lafayetti ou galinha do Ceilão e Gallus varius ou galinha de Java. Fonte: www.nationalgeographicstock.com 1 2 23. FAISÃO (Phasianus colchicus) Descende da espécie selvagem Phasianus colchicus, da região do Rio Phase, na antiguidade, limite entre Europa e Ásia. Não considerada espécie perfeitamente doméstica. Provavelmente, os Gregos persistiram na sua domesticação, complementada pelos Ingleses, pelo que a espécie é também conhecida como faisão inglês. Fonte: www.nationalgeographicstock.com 24. CAPOTE (Numida galeata) A forma selvagem deve ter sido Numida galeata, dispersa na África ocidental, Nigéria, Senegal, Marrocos e Ilhas de Cabo Verde, sendo inclusive conhecida como galinha d`angola. Não considerada espécie perfeitamente doméstica, embora Gregos e Romanos a criavam em domesticação. Fonte: www.triplov.com 25. PAVÃO (Pavo cristatus) Descende de Pavo cristatus, de origem da Índia e Irã. Domesticado na Grécia. Fonte: www.triplov.com26. PERU (Meleagris gallopavo) Descende da espécie selvagem americana Meleagris gallopavo, das regiões monta- nhosas dos EUA e México. Domesticada provavel- mente pelos índios Astecas do México, antes de 2000 anos a.C. Fonte: Arquivo Pessoal 27. POMBO (Columba livia) Descende do pombo selvagem dos rochedos ou torcaz (Columba palimbus), encontrado nas costas meridionais da Noruega, Ilhas Canárias e Madeira, costas do Mediterrâneo, Índia e Japão. De domesticação remota e em diferentes locais. Como ave de criação é reconhecida a partir de 3000 anos a.C., no Egito. Fonte: www.birding.in 28. AVESTRUZ (Struthio camelus) Descende das espécies africanas Struthio camelus e Struthio australis. Domesticada na África do Sul. Fonte: www.birding.in 29. CARPA (Cyprinus carpio) Descende de Cyprinus carpio, da Pérsia e Ásia Menor, onde foi iniciada a criação em cativeiro. A domesticação iniciou na China, desde 2100 anos a.C. 30. BICHO-DA-SEDA (Bombyx mori) Descende de Bombyx religiosae, de origem chinesa, onde foi criado inicialmente antes de 2500 anos a.C. Fonte: www.cbif.gc.ca 31. ABELHA (Apis mellifera) Descende das subespécies primitivas de Apis mellifera fasciata1 ou abelha alemã, de Apis mellifera ligustica 2 ou abelha italiana e de Apis mellifera adansonii 3 ou abelha africana. A primeira abelha criada foi provavelmente a Apis mellifera ligustica. Segundo IOIRISH (1981), antes de domesticar as abelhas, o homem pilhava o mel. Há cerca de 5000 a 6000 anos existiam colmeias primitivas no Egito, e em outros países da Antiguidade, de formas diversas, fixas em argila cozida. Na Grécia antiga, as colmeias em forma de vaso eram feitas de bronze; enquanto que na antiga Roma, eram de madeira. Fonte: www.1279honey.com 1 2 3 32. CODORNA (Coturnix coturnix japonica) As codornas são originárias do norte da África, da Europa e da Ásia, e pertencem à família dos Fasianídeos e da sub-família dos Perdicinideos, sendo, portanto, da mesma família das galinhas e perdizes. Fonte: Arquivo Pessoal A codorna européia (Coturnix coturnix coturnix), foi introduzida no Japão, no século XI, a partir da China, via Coréia. Os primeiros relatos a respeito dessa ave datam do século XII, e registram que elas eram criadas em função do seu canto. Os japoneses, a partir de 1910, iniciaram estudos e cruzamentos entre as codornas, provindas da Europa, e espécies selvagens, obtendo-se, assim, um tipo domesticado, que passou a se chamar codorna japonesa (Coturnix coturnix japonica), ou codorna doméstica. A partir de então, iniciou-se a sua exploração, visando à produção de carne e ovos (REIS, 1980, citado por PINTO et al., 2002). Fonte: www.farm4.static.flickr.com
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