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1 Manual do Líder de Célula – Igreja Cristã Eterna Aliança
Manual do Líder de Célula – Igreja Cristã Eterna Aliança
	Capítulo 1: A CÉLULA
	03 
	Capítulo 2: O ESTILO DE LIDERANÇA DA CÉLULA
	09 
	Capítulo 3: A SEMANA DO LÍDER
	13 
	Capítulo 4: O ENCONTRO DE CÉLULA
	15 
	Capítulo 5: PREPARANDO A MULTIPLICAÇÃO
	21 
	Capítulo 6: A CÉLULA EVANGELÍSTICA
	23 
	Capítulo 7: PROBLEMAS NAS CÉLULAS
	25 
	Capítulo 8: IDÉIAS CRIATIVAS PARA A VIDA NA CÉLULA
	30 
	ANEXOS
	32 
	TRILHO DE TREINAMENTO
	36 
Sumário
Além do material do Ministério de Igreja em Células no Brasil (IR e Manual do Líder de célula), foram utilizados textos dos sítios: http://celulas.blogs.sapo.pt/4123.html; http://www.lagoinha.org.br/ver_conteudo.php?id=3&id_categoria=1 e http://www.ministeriopenha.com.br/devocionais. Recomendamos a utilização do livro “8 hábitos do líder eficaz de grupos pequenos” (Dave Early – Min. Igreja em Células no Brasil) como parte do treinamento de liderança de célula.
Manual do Líder de Célula – Igreja Cristã Eterna Aliança
Capítulo 1: A CÉLULA
O que é uma célula
Para entendermos o que é uma célula, devemos fazer um contraste mostrando o que não é uma célula.
Muitas igrejas têm absorvido em sua forma os chamados “grupos pequenos”. A isto nós chamamos de “igrejas com células”, pois elas apenas fazem parte de uma estrutura já formada pela igreja tradicional. Nestas igrejas, os pequenos grupos assumem vários propósitos distintos: evangelismo, estudo bíblico, oração, etc. Também podem ser feitas com relacionamentos comuns: músicos (o assunto principal é o ministério de louvor); evangelistas (o assunto principal é levar as pessoas para Jesus); estudo bíblico (o assunto principal é o estudo sistemático da Bíblia); casais (o assunto principal é a vida a dois e a família); comunhão (o assunto principal é o estar juntos).
As igrejas em células têm suas bases na vida do grupo pequeno, pois estes não fazem parte da igreja, mas formam a própria Igreja. O que uma igreja é no grupo grande, deve ser no grupo pequeno. A vida do corpo é sentida através da célula. O evangelismo, a oração, a edificação, o louvor e tudo aquilo que diz respeito à vida no corpo acontece na célula. Na verdade, a celebração de domingo é o encontro de todas as células.
Jesus na Célula
Com toda razão, dizemos que Jesus deve ser o centro da célula. Quando iniciamos um grupo deste tipo, as pessoas têm a tendência de colocar como prioridade e centro suas necessidades individuais. Algumas querem receber a ministração para uma cura pessoal; outras querem aprender sobre algum livro da Bíblia ou doutrina e outros querem que a célula alcance os seus familiares para Jesus.
Todos estes anseios são verdadeiros e precisam de satisfação, mas quem deve determinar as prioridades da célula é o Senhor Jesus. Isto só ocorre quando Ele está no centro da célula. Para isso, cada crente deve priorizar o tempo no quarto de escuta, lançando sobre Ele toda a ansiedade, preparando-se tanto para receber ministração quanto para ministrar na vida das pessoas. Na verdade, este é um dos maiores desafios para a vida na célula: tornar os crentes ministros que colocam Jesus no centro de suas vidas.
Se você deseja que sua célula seja bem sucedida, invista em oração. Não crie um mal hábito de ser visto com o „único ministro‟, mas como um facilitador, ensinando que é responsabilidade de todos a ministração, e que para isso devemos buscar o coração de Deus.
Base bíblica e histórica para a célula
Alguns têm questionado a validade dos grupos pequenos para os dias de hoje. Defendem a idéia de que ela foi criada em tempos de perseguição, mas que não se aplica ao nosso modelo de vida atual. Tal argumento, no entanto, não encontra base histórica. Vejamos isto através da Bíblia e da histórica da igreja cristã.
O exemplo de Jesus O Senhor Jesus, apesar de dar atenção às multidões, utilizou-se de um grupo reduzido de discípulos para passar os ensinamentos sobre Seu Reino e sobre o evangelho que deveria ser pregado. Podemos dizer que Jesus tinha uma célula. Nesta célula havia ensinamento (Mc 9:31), oração (Lc 9:28), demonstrações de poder (Mt 4:24, Mc 1:34), louvor (Mt 26:30), vida em comum (Jo 2:2), evangelismo (Mt 10:5) e tudo aquilo que seria necessário para que eles pudessem reproduzir com fidelidade a vida de Cristo para os incrédulos e futuros discípulos.
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O exemplo da Igreja do Novo Testamento:
A igreja de Jesus, após Sua subida aos céus, continuou com suas reuniões caseiras. Um judeu sabia das facilidades promovidas por um local específico de reuniões, pois eles desfrutavam do templo. No entanto, a igreja do Novo Testamento nunca construiu prédio algum. O primeiro prédio construído com esse propósito pela igreja data do final do século I. Mesmo assim, ele era utilizado para reuniões caseiras. As igrejas só começaram a utilizar templos para reuniões depois do século I, com as reformas implantadas por Constantino.
O Novo Testamento é repleto de textos que tratam das reuniões caseiras dos irmãos nazarenos.
Veja algumas:
Atos 2:2 – A descida do Espírito Santo sobre os discípulos que oravam em uma casa. Atos 2:46 – Eles se reuniam nas casas para oração, edificação e para as refeições. Atos 5:42 – Ensinavam sobre Jesus todos os dias, de casa em casa. Atos 12:12 – Reunião de oração na casa de Maria, mãe de João Marcos. Atos 28:30, 31 – Paulo aluga uma casa para receber as pessoas. Romanos 16:5 – Uma igreja se reúne na casa de Priscila e Áquila. 1 Coríntios 16:19 – Novamente vemos a igreja na casa de Priscila e Áquila. Colossenses 4:15 – A igreja que se reúne na casa de Ninfa. Filemon 1:2 – Uma igreja se reúne na casa de Arquipo.
A igreja em células utiliza locais para as suas celebrações, mas vê com igual importância as reuniões familiares. Os prédios não devem ser santos, mas funcionais.
O exemplo da história:
Mudanças com Constantino (312 d.C.) O imperador romano Constantino foi o primeiro a influenciar de forma decisiva a estrutura da I- greja do Novo Testamento. Com sua aparente conversão em 312 d.C. a igreja celebrou sua libertação dos mais de duzentos anos de falta de liberdade religiosa. O que ocorreu não foi nada útil à igreja. A partir deste período foram formalizados os sacerdotes, retirando das mãos do povo a ministração. O cristianismo que antes era uma seita perseguida era, agora, a religião oficial do império.
Com o desenvolvimento da Igreja junto ao Estado, as reuniões nos lares foram proibidas. Por volta do ano 380 d.C., os imperadores Teodósio e Graciano aboliram a liberdade de religião e ordenaram que haveria somente uma única igreja ortodoxa legitimada pelo Estado, bem como um único sistema doutrinário válido. Cada cidadão romano foi forçado a tornar-se membro da igreja e a crer na lex fidei, a lei da fé. Outros grupos e movimentos foram proibidos – inclusive os que continuavam se reunindo nas casas.
No entanto, alguns grupos procuraram manter a estrutura familiar da igreja, como Prisciliano, que no século IV deu início a um grande movimento liderado por leigos na Espanha e na França, ao qual muitos sacerdotes e bispos aderiram. Isto não foi tolerado e Prisciliano e seis de seus seguidores foram assassinados.
Durante a idade média, os celtas, tribo pagã que tinha sido cristianizada, manteve forte presença em toda a Europa, principalmente Portugal. Um dos nomes mais conhecidos era Patrício da Irlanda, que iniciou um dos movimentos mais estratégicos de fundação de congregações de todos os tempos. Deles o evangelho chegou à Suíça e Norte da Alemanha. A vida tribal que levavam tornou fácil a vida da igreja nas casas. Eles viveram o cell (célula) e a celebration (celebração), nas casas e em grandes reuniões de celebração.
Em 1640 Jean de Labadie, um ex-jesuíta, tornou-se pastor na região francesa de Amiens. Seu único objetivo era: a comunhão dos fiéis em pequenas irmandades. No entanto, esta atividade “ameaçava a paz do Estado”, de modo que teve de fugir para
Genebra. Seu primeiro livro falava sobre os “conventículos”, que eram pequenas comunidades de crentes convertidos. Na obra ele fornecia instruções práticas do que deveriam fazer nas casas: uma palavra de introdução, oração, hinos, leitura da
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Bíblia, profecia livre conforme 1 Co 14:26-31 ou o comentário conjunto sobre um texto bíblico. Labadie foi excomungado e recebeu resistência dos seus próprios companheiros pastores.
Quando Claude Brousson, famoso líder dos huguenotes, foi publicamente assassinado em Paris pelo sanguinário Luís XIV no ano de 1698, diante de uma multidão de 10.0 pessoas, ele ainda entoou o Salmo 34. De certo modo, esse hino bem como o testemunho de vida de Brousson e as circunstâncias de sua morte alcançaram também as praias da Inglaterra, sendo acolhido por Daniel Defoe e outros que discordavam da Igreja como estava estabelecida. Os chamados dissenters tornaram-se clandestinos por causa da perseguição, pois adotaram a postura da igreja nos lares – ou igreja no deserto. Aos encontros nas casas agregavam-se grandes reuniões em clareiras em florestas e outros locais adequados, onde tentaram mais uma vez cultivar cell e celebration, igreja no lar e a grande assembléia. Defoe, por fim, foi preso e escreveu na prisão seu famoso livro “Robinson Crusoé”.
Phlilipp Jakob Spener (1635-1705), leitor de Labadie, pai do pietismo alemão, reconheceu que a igreja existente carecia de complementação e que era necessário introduzir pequenos grupos para encorajar e exortar cada indivíduo. No ano de 1670 ele iniciou esses encontros sobre o nome de “reunião piedosa”. Os cristãos se reuniam duas vezes por semana numa casa e discutiam às vezes a pregação do domingo da igreja luterana a que pertenciam. Isso desencadeou a oposição das igrejas luteranas e as reuniões nos lares foram proibidas.
Muitos estudos que tratam do início do metodismo apontam para a inclusão dos novos membros em grupos pequenos como a causa maior do seu desenvolvimento. John Wesley denominou esses grupos de “classes”. Nos encontros no meio da semana, com duração de cerca de uma hora, cada pessoa relatava sobre os progressos espirituais que fazia, expressava suas aflições ou problemas pessoais, e a maioria das conversões acontecia nas reuniões familiares.
Algumas igrejas em células no mundo de hoje:
Atualmente, o fator que tem sido mais decisivo no crescimento das igrejas é a utilização dos grupos pequenos como parte essencial da comunidade.
O exemplo mais surpreendente de crescimento é o da Igreja do Evangelho Pleno de Yoido em
Seul, Coréia, do Pr. David Cho. Ele iniciou em 1958 numa tenda com 5 irmãos em uma favela. Em 1995 ela contava com 700.0 membros.
Na Costa do Marfim, o Pr. Dion Robert iniciou a Igreja e Missão Protestante Batista de Yopougon em 1975. O aniversário de 20 anos da igreja foi celebrado em agosto de 1995 com mais de 80.0 membros no ministério.
Em 1977 a missão Elim iniciou uma nova igreja em El Salvador. Em 1985 o pastor Sergio Solorzano mudou a estrutura da sua igreja com 3.0 membros para a estrutura em célula. Há agora mais de 120.0 membros em sua igreja central. Eles possuem dois encontros semanais de células: um para edificação e outro para evangelismo.
Existem muitos outros exemplos, em Cingapura, Estados Unidos, Hong Kong, Etiópia, Japão, Comunidade dos Estados Independentes e muitos outros lugares.
O padrão de edificação na célula é bíblico
O padrão de edificação pela célula encontra seu apoio nos seguintes textos bíblicos: Rm 14:19, que trata da importância de uma participação geral na edificação. 1 Co 14:12, a utilização dos dons para a edificação. Ef 4:1-16, que nos ensina a responsabilidade de todos os crentes na ministração. 1 Pe 2:9, apresenta o sacerdócio universal dos crentes.
Isto nos mostra que o padrão do pastor ou líder como único edificador não é bíblico, mas que devemos alcançar o ideal de Deus: todos os crentes conscientes de seus dons e ativos na ministração. Este é o padrão de Deus para o crescimento espiritual da igreja.
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A edificação na célula ocorre mediante as seguintes observações:
1. Compreensão: os irmãos compreendem seu papel de ministro e sua importância; 2. Capacitação: os irmãos são treinados nos modos de Efésios 4 para a edificação. 3. Descoberta: os irmãos descobrem quais seus dons e a forma de utilizá-los; 4. Direção: os irmãos estão em oração e são direcionados por Deus; 5. Engajamento: os irmãos estão engajados na edificação uns dos outros, importando-se uns com os outros e colocando seus dons e talentos à serviço da comunidade;
Para que isto ocorra é necessário uma mudança de paradigmas, pois pode não existir uma compreensão correta sobre a edificação e o sacerdócio dos crentes. Muitos, inclusive, podem nem concordar com células, compartilhar e ministrar nas necessidades dos outros. É necessário ainda que muitos valores sejam mudados, como a falta de compromisso com o outro, o isolamento do homem moderno, o valor da prestação de contras e tantos outros que impedem a edificação. O crente poderá passar por alguns treinamentos e estudos bíblicos para que ele seja capacitado a exercer da melhor forma possível a sua ministração. Treinamentos como: discipulado, evangelismo, dons espirituais, doutrina e líder de célula. Por último e mais importante é a espiritualidade. O problema pode não estar nos valores, paradigmas, treinamentos ou compreensão, mas em uma vida sem oração e meditação na Palavra, levando a uma falta de amor a Deus e às pessoas.
Estes problemas são resolvidos à medida que as pessoas vão sendo trabalhadas nestas áreas específicas e recebem ministração da parte dos outros. Neste processo, a perseverança é a chave.
As Escrituras exigem de nós e nos advertem a considerarmos que qualquer favor que obtenhamos do Senhor, o temos recebido com a condição de que o apliquemos em benefício comum da Igreja. (João Calvino)
As quatro etapas da célula
Uma vez formado o grupo, é normal que ele passe pelas seguintes etapas: 1. A etapa da descoberta / lua-de-mel (conhecendo-se uns aos outros):
Pode ser que alguém já tenha lhe dito: - Você não é nada daquilo que parecia à primeira vista! É uma reação bem comum. Nossas primeiras impressões geralmente se baseiam em relacionamentos que já tivemos com outras pessoas. Pode ser que os membros da célula tenham de participar de dois ou três encontros para vencerem as falsas conclusões que tiraram a respeito dos outros.
2. A etapa dos conflitos / transição:
Quando as pessoas chegam a se conhecer bem, os seus sistemas de valores entram em choque.
Pode ser que uma pessoa fale demais, irritando o grupo inteiro pela dominação indesejável. Outro membro talvez seja caracterizado pela insensibilidade, ao passo que ainda outro seja hipersensível. Depois de uns cinco ou seis encontros, conflitos como esses virão à tona na hora das discussões de tópicos na célula. Aí vai haver o processo do efeito-lixa. Como resultado, as pessoas aprenderão a confiar umas nas outras até o ponto de deixar transparecer os seus desacordos e resolvê-los. Este período é natural na vida de pessoas que estão conhecendo seus problemas e os problemas dos outros.
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3. A etapa da comunidade / ação:
Depois do período dos conflitos, geralmente vem outro no qual os membros aumentam, de modo especial, a sua expressão de comunhão. Isso produzirá enriquecimento, mas também poderá gerar perigo! Por terem formado relacionamentos valiosos, os membros do grupo talvez sintam a vontade de fechar as portas, preferindo não se perturbar com a chegada de outros. Se isto for permitido, a koinonia se transformará em koinonite!
4. A etapa do ministério / evangelismo:
A partir do primeiro encontro, deixe bem claro que a célula existe para fortalecer os seus membros a fim de que ajudem a outros. Logo nas primeiras etapas, todo membro deverá ter sido animado a orar e alcançar os incrédulos. Na etapa
3 é necessária uma ênfase no evangelismo e multiplicação.
5. A etapa da avaliação da célula:
A célula possui um ciclo de, em média, 1 meses. Ao final do ano os membros da célula devem fazer juntos a avaliação. Os alvos foram alcançados? Houve edificação? As pessoas estão mais santas? Houve evangelismo? Houve preparação de um auxiliar? Estes são apenas alguns dos vários pontos em que a célula precisa ser avaliada. Esta etapa é importante, pois faz lembrar aos liderados os alvos do grupo e, também, os motiva a continuarem a caminhada. Será entregue ao líder de célula um questionário que ajudará a conduzir o encontro de avaliação.
Os cinco sistemas da célula
A vida na célula pode ser muito bem representada pelos seus cinco sistemas: comunidade; treinamento; prestação de contas; liderança e evangelismo. Para facilitar seu aprendizado, usaremos a “mão” para facilitar seu aprendizado:
O polegar representa a COMUNIDADE: todos os dedos trabalham em conexão com o polegar. Todos os sistemas em uma célula relacionam-se a partir da célula e retornam para a célula. É a vida expressa na comunhão através das células.
O dedo mínimo representa o TREINAMENTO: são os novos convertidos e os fracos na fé que precisam de treinamento e preparo para crescer na fé.
O dedo anelar representa a PRESTAÇÃO DE CONTAS: é o dedo da aliança e sugere responsabilidade. A célula possui um sistema de apoio de uns aos outros. É a relação discipulador/discípulo.
O dedo médio representa a LIDERANÇA: representa as pessoas mais maduras da célula. Os líderes devem ser treinados para cuidar da célula.
O dedo indicador representa o EVANGELISMO: é o dedo que pega as coisas e dá a direção. Esta é a direção evangelística da célula. O propósito de levar pessoas para Jesus.
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Vantagens da célula
1. ELA É FLEXÍVEL. Como o grupo é pequeno, ele pode facilmente mudar seus procedimentos ou funções para ir ao encontro de situações de mudanças ou ainda atingir objetivos diferentes. Ele é livre para ser flexível quanto ao ritmo, tempo, freqüência e duração das reuniões.
2. ELA É MÓVEL. Um grupo pequeno pode se encontrar numa casa, num escritório, numa loja ou em qualquer outro lugar. Pode ir ao encontro das pessoas sem afugentá-las da vida cristã.
3. ELA É INCLUSIVA. Um grupo pequeno pode mostrar uma abertura cativante a todos os tipos de pessoas. Como Elton Trueblood coloca: “Quando uma pessoa é levada a um pequeno círculo, dedicado a oração e ao compartilhamento profundo dos recursos espirituais, ela está bem ciente de que ali ela é bem-vinda por ser quem é, pois o grupo pequeno não tem orçamento nem líderes preocupados com o sucesso de sua administração ou da sua promoção.
4. ELA É PESSOAL. A comunicação cristã sofre pela impessoalidade. Muitas vezes é tão polida e tão profissional e por isso mesmo tão impessoal. Mas num grupo pequeno, uma pessoa se encontra com outra pessoa; a comunicação se dá a nível pessoal. Mesmo que pareça contraditório, um grupo pequeno pode alcançar mais pessoas do que os meios de comunicação em massa. Estes meios de comunicação em massa alcançaram milhões de pessoas superficialmente, mas poucos com profundidade. A igreja deve utilizar-se de todos os meios de comunicação, mas ao proclamar um Jesus pessoal, nada deve substituir a comunicação pessoal.
5. ELA PODE CRESCER AO SE DIVIDIR. Uma célula só é eficiente enquanto for pequena, mas pode facilmente reproduzir-se. Ela pode multiplicar-se, como célula viva, em duas, quatro, oito ou mais, dependendo da vitalidade de cada grupo. Há incontáveis possibilidades para um crescimento numérico sem o correspondente gasto financeiro e sem diminuição do impacto espiritual.
6. ELA PODE SE TORNAR UM MEIO EFICIENTE DE EVANGELISMO. O evangelismo eficiente nas cidades não abrirá mão dos grupos pequenos para a sua metodologia básica. O grupo pequeno é o melhor ambiente em que pecadores podem ouvir a voz convincente e vitoriosa do Espírito Santo e de nascer espiritualmente por meio da fé. O grupo vai descobrir que a fé é contagiante quando a comunhão é genuína.
7. ELA REQUER UM MÍNIMO DE LIDERANÇA PROFISSIONAL. É necessária uma liderança competente nestes grupos, mas a experiência tem comprovado que tais líderes podem ser desenvolvidos na própria igreja. Não são necessárias pessoas treinadas profissionalmente.
8. ELA É ADAPTÁVEL À IGREJA INSTITUCIONAL. O grupo pequeno não joga fora a igreja organizada. Grupos pequenos podem ser introduzidos nela sem abandonar e sem minar a igreja, mesmo que uma incorporação séria dos grupos pequenos no ministério geral da igreja exija alguns ajustes e esteja sujeita a eventuais questionamentos sobre prioridades. É melhor ver o grupo pequeno como um componente da estrutura do ministério da Igreja, e não como um substituto para a igreja.
Howard A. Snyder, The Problem of Wineskins (O Problema dos Odres) p. 140
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Capítulo 2: O ESTILO DE LIDERANÇA DA CÉLULA
O conceito tradicional de liderança
Existem vários conceitos e teorias sobre liderança.
Teoria dos traços de personalidade: Segundo essa teoria, exerceria influência sobre indivíduos e grupos quem nascesse com determinados traços de personalidade: físicos, intelectuais, sociais e relacionados com a tarefa. Segundo a teoria dos traços de personalidade, quem nascesse com esses traços seria líder. Quem não nascesse, certamente, seria liderado. Infere-se dessa teoria que líder nasce feito, ou seja, liderança é nata.
Esta teoria não é verdadeira, pois a própria história a desmente. Que dizer de Gramsci e Rosa de
Luxemburgo, que tinham defeito físico? Que dizer sobre Napoleão Bonaparte, o baixinho? E o que dizer de Ghandi, frágil fisicamente? Isto quer dizer que se não nascemos líderes, podemos aprender a liderar.
Teoria dos estilos de liderança: Segundo essa teoria, existem três estilos de liderança: o autocrático, que é aquele que ilustra o célebre ditado: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”; o democrático, que busca a participação das pessoas envolvidas; e o laissez-faire, que é conhecido por deixar rolar. Você pode defender que a forma de liderar é a democrática. Mas pense neste exemplo: num campo de batalha, inimigos um de cada lado e eu, do lado de cá, por ser um líder democrático, digo: Um momento, inimigo. Vou consultar as bases. Já pensou? Uma situação de incêndio no prédio onde você mora. Dá tempo de reunir os condôminos e, democraticamente, decidirem o que fazer?
Teoria contingencial: A teoria contingencial desfoca a atenção da figura do líder para o fenômeno da liderança. Nesta teoria existem três pilares importantes: líder, liderados e situação (alvos).
No que concerne ao líder, destaca a questão da autoridade formal. Não basta apenas ter a autoridade de liderança, mas também a forma correta de aplicá-la (autocrática ou democrática). Esta teoria destaca a situação em que é exercida a liderança, e para isso qualquer pessoa pode, potencialmente, exercer uma função de liderança.
Você poderia agora perguntar: E o dom de liderança? Não seria necessário ter esse dom para ter uma liderança de célula bem sucedida? Em absoluto! Não existe uma ligação entre uma célula bem sucedida e o líder possuir dom de liderança ou algum dom específico.
Nosso conceito de líder de célula
Atualmente, lutamos para mudar em nossas próprias mentes e nas das outras pessoas um conceito equivocado de liderança de célula. O que defendemos, essencialmente, é que um líder é um facilitador, e não o “edificador” oficial da célula. Vamos analisar isto vendo o que não faz e o que faz o líder:
Não faça: 1. Não procure alimentar a visão de que tudo depende do líder, para isso delegue funções; 2. Não seja um pregador ou professor na célula. Existem ministérios responsáveis pelo ensino; 3. Não desenvolva uma liderança “egoísta”, afastando os irmãos das decisões sobre situações tratadas no grupo; 4. Não permita que seja criada uma dependência doentia do liderado com o líder. Muitas vezes isto ocorre por
culpa do estilo de liderança; 5. Não assuma toda a responsabilidade por discipular a todos. Você não é onipresente. 6. Não permita que se crie uma visão errada sobre a célula, principalmente por crentes novos ou vindos de outras igrejas.
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Faça: 1. Envolva toda a célula no planejamento de atividades, socorro aos fracos, retiros espirituais e evangelismo; 2. Anime seus liderados para participarem do discipulado, treinamentos, retiros e vigílias promovidas pela célula ou pela igreja; 3. Seja aberto à críticas, sugestões e ajuda de irmãos do grupo para resolver problemas e ajudar pessoas; 4. Ensine uma dependência de Deus. Leve sempre as pessoas a amarem e confiarem, acima de tudo, na resposta e auxílio do Pai; 5. Crie uma rede de discipulado e prestação de contas na sua célula. Faça com que todos sejam responsáveis uns pelos outros; 6. Desde o início, fique de olho em potenciais auxiliares. Mas na frente falaremos especificamente sobre como descobri-los; 7. Seja um facilitador. Não pregue novamente o sermão de domingo; quando no máximo, recorde alguns pontos. Estimule o compartilhar e o ministrar na célula; 8. Tome cuidado com o tempo, dando oportunidade a todos aqueles que querem compartilhar.
Valores dos líderes de célula
1. Disposição para correr riscos: Líderes eficientes estão abertos para novas idéias. Eles se dispõem a tentar novas maneiras e aceitar os riscos que acompanham todas as experiências. Líderes bem-sucedidos aprendem com seus próprios erros e tornam-se mais fortes com o resultado. Não se desanimam com facilidade, mas com criatividade e perseverança correm para o alvo (Jesus) e para cumprir os objetivos.
Um grande exemplo do que estamos falando é Pedro. Em Mateus 14:27-31 ele se dispõe a correr um risco tremendo: andar sobre as águas. Falhou, mas aprendeu com seu erro.
2. Zelo: Há um velho ditado: “Campeões não se tornam campeões no ringue – lá eles são meramente reconhecidos”. O treinamento secreto e zeloso antes da luta leva o pugilista para a vitória. Os líderes bem-sucedidos trabalham arduamente e o sucesso vem naturalmente. A Bíblia claramente ensina que o zelo antecede o sucesso. John Wesley é um grande exemplo de trabalhar com zelo. Wesley cobrava de si mesmo acordar todos os dias às quatro horas da manhã e raramente dormia mais do que cinco horas. Mantendo fielmente seu diário, cuidadosamente ele anotava o que fazia para que não perdesse tempo. Com este zelo ele, a partir dos 36 anos, viajou 360.0 quilômetros no lombo de um cavalo; pregou mais de 40.0 sermões – aproximadamente 3 por dia – e deixou uma igreja com 100.0 membros e 10.0 células!
3. Inspiração x transpiração: Thomas Edson, considerado o maior inventor de todos os tempos, disse certa vez que um gênio é 9% transpiração e 1% inspiração. Líderes eficazes não param. Os obstáculos são apenas desafios a serem vencidos. O líder não só pensa, ora e medita, mas age! E este é um diferencial importante, pois ele busca as respostas. E lembre-se, apesar do líder não ser o edificador-chefe da célula, ele deve ser o exemplo.
4. Habilidade de lidar com a crítica: A crítica é especialmente dura para líderes novos. Ninguém gosta de um comportamento negativo, e é fácil levar uma crítica geral para o lado pessoal. A maioria das pessoas tem a tendência de culpar o líder quando alguma coisa dá errado, mesmo que a situação não tenha nada que ver com ele. É importante que o líder não receba as críticas como acusações pessoais. As pessoas costumam criticar sem conhecer todos os fatos. Somente Deus conhece todos os detalhes, por isso você pode confiar essa situação a Ele (1 Co 4:3-5). Leia em especial o que Paulo fala em 1 Ts 2:4-6. Quando estiver lidando com a crítica tenha em mente estes três princípios:
Primeiro, veja a experiência dolorosa como uma oportunidade para crescer em sua fé. Lembre-se que o apóstolo Paulo se gloriava em suas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias (2 Co 12:9-10).
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Segundo, seja o mais honesto e franco possível. Não evite conflitos. Converse com a pessoa. Os conflitos crescem quando mantidos em segredo, mas enfraquecem com franqueza e verdade.
Terceiro, não tenha, na posição de líder, receio de confessar seus erros – mesmo diante de todo o grupo. A Bíblia alerta a respeito de esconder nossos pecados (Pv 28:13). Os líderes devem admitir seus erros diante de Deus e do grupo. Ao fazer isso, o líder receberá mais respeito e o grupo se tornará mais transparente.
5. Trabalho direcionado para alvos: É essencial que cada líder de célula esteja consciente dos alvos da Igreja e que os tornem claros para a célula. Aqueles que definem alvos específicos multiplicam seus grupos mais rapidamente que aqueles que não têm alvos. Veja o que facilita ter os alvos claros: a. Quando o líder deixa bem claro para o grupo para onde estão indo, fica mais fácil recrutar a participação dos irmãos; b. Desvios no percurso podem ser evitados fugindo daquilo que tira o grupo do alvo estabelecido; c. Os alvos claros não só evitam os desvios no percurso como também são referências de retorno ao caminho, caso saiamos dele; d. Com alvos claros, há mais segurança e confiança na pessoa do líder.
As prioridades dos líderes
Os líderes que são eficientes não só manifestam esses valores, mas também possuem prioridades definidas e as leva a sério.
1. A oração: A grande prioridade do líder é a oração. É este contato com Deus que torna o líder sensível e sábio. Ouvir o coração do Pai precede o fazer, o ministrar. Como líder, deve orar diariamente pelos liderados e, em especial, pelo encontro de célula; 2. O discipulado: O líder sabe o valor do acompanhamento dos novos convertidos e de sua nutrição espiritual. Por isso, ele mantém os olhos voltados para o discipulado que é feito por meio dos Manuais e da prestação de contas. Procura estar inteirado sobre o trabalho que está sendo feito, corrigindo eventuais falhas no processo; 3. O evangelismo: Aqui não é somente o evangelismo, mas o evangelismo através da vida da célula. Deve saber que o evangelismo por meio da célula é relacional e leva tempo, ao contrário do evangelismo impessoal e imediato. O evangelismo na célula é um processo pessoal de compartilhar as Boas Novas a respeito do perdão dos pecados e a nova vida em Jesus. 4. Visitação regular. O líder deve fazer, no mínimo, uma visita a cada membro da célula por mês.
Esta visita deve ter propósitos. Envolve oração, leitura bíblica e compartilhamento, dependendo do tempo disponível. Isto se aplica de forma especial àqueles novos na célula, visitando mais regularmente. 5. Recebendo não-cristãos: Uma preocupação do líder é com a forma com que os não-crentes são recebidos nas células (evangelísticas ou não) e nas celebrações. As pessoas gostam de ser bem recebidas e este será um ponto básico para fazer a pessoa aceitar a Jesus na igreja ou a fazer parte da célula. Células com brigas, combates teológicos, lavação de roupa suja, são desaconselháveis para incrédulos. Não há nada pior do que ter vergonha de levar um visitante para célula com medo da forma como os irmãos vão agir. 6. Comunicação eficiente: As coisas, muitas vezes, não acontecem por falta de comunicação ou por comunicação ineficiente. O alvo do líder de célula é estimular a comunicação, interação e participação entre os membros do grupo e manter um nível positivo e eficiente de comunicação com os pastores. 7. Relacionamentos: Invista em relacionamentos com não crentes e incentive os seus liderados a fazerem o mesmo. Sua célula terá maior probabilidade de ser bem sucedida se cultivar este tipo de contato.
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Pré-requisitos para a liderança de célula
Qualquer pessoa pode participar de um treinamento e aprender técnicas de liderança, mas isto não o torna líder, principalmente no que diz respeito a liderar uma célula. Um irmão ou irmã só é aceito como líder após mostrar em sua vida
que está apto a isto. Investir alguém com autoridade e depois tirar esta autoridade se torna algo complicado. Por isso o cuidado em escolher quem será o auxiliar. Veja os pré-requisitos para a liderança:
1. Submissão e confiança nos pastores: Entrar na liderança não acreditando nos alvos estabelecidos e na forma de trabalho da liderança representa problema. Por isso, a submissão deve estar presente na vida dos futuros líderes, que devem ser pessoas ensináveis.
2. Aprovação dos pastores e líderes de célula: Alguém só tem formalizada a sua liderança caso haja concordância dos pastores e dos líderes de célula sobre isto.
3. Crescimento espiritual visível: O líder não pode ser uma pessoa que não demonstre vontade e interesse de crescer espiritualmente. Como estimular os outros para o crescimento se ele mesmo não tem ânimo?
4. Envolvimento na Comunidade: Assiduidade e pontualidade nas celebrações, encontros, reuniões e outros eventos promovidos pela Comunidade requerem a participação do líder. Uma pessoa ausente ou instável na Comunidade não pode liderar uma célula.
5. Disposição para servir: Essencialmente o líder deve ser um servo. Demonstrado pela disposição ao serviço dos outros, sabendo que existe uma relação íntima entre serviço e ministração.
6. Ter estudado o manual “Minha vida na célula”: A experiência mostra que pessoas podem desenvolver vários modelos diferentes de células. A unidade deve partir de um pensamento comum sobre ela, seu funcionamento, sua estrutura e seus valores.
7. Bom testemunho na Comunidade: O que os irmãos da igreja pensam de você? Como você é visto? Como carnal ou como santo? Como interessado ou desinteressado? Como humilde ou orgulhoso? Como sincero ou hipócrita? A moral, o caráter e a vida daquele que será líder deve ser aprovada pelos irmãos da própria Comunidade.
8. Bom testemunho na cidade: Não podemos, em hipótese alguma, ter em nossa liderança alguém que tenha dívidas não pagas, fama de beberrão, sem crédito, fama de fofoqueiro (a), tido como brigão e tudo o que cause constrangimento na vida do líder. Um dos sistemas da célula é o evangelismo, mas como evangelizar sem autoridade?
9. Bom testemunho familiar: Se for pai, deve exercer o sacerdócio e amar a esposa. Se for esposa, deve ser obediente. Se for filho, deve honrar aos pais. A vida espiritual ganha sua maior tonalidade e contraste dentro de nossa própria casa.
10. Vontade de conhecer mais a Bíblia: Vontade de crescer. Este é algo que deve estar presente na vida do líder. Deve ser alguém que dá valor aos treinamentos dados pela igreja e as oportunidades de conhecer mais a Palavra de Deus.
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Capítulo 3: A SEMANA DO LÍDER
O quarto do escuta
Com toda certeza, o momento mais importante da vida do líder é o seu devocional. Tanto orar como ler a Bíblia são essenciais para o desenvolvimento de um ministério eficiente e que esteja baseado na espiritualidade.
Existem técnicas que ensinam sobre como liderar, administrar e conduzir reuniões, mas nada disso substitui uma vida de oração. Liderança cristã e vida devocional estão intimamente ligadas e, na verdade, são inseparáveis.
Veja as implicações:
Com oração Sem oração Jesus é o centro da célula Existem vários centros que não o Senhor Jesus Jesus resolve o problema através de nós Resolvemos os problemas nós mesmos Jesus alcança os incrédulos através de nós Usamos nossas habilidades para convencê-los Jesus anima a vida no corpo Convencemos a participarem por argumentação Jesus me diz o que e quando fazer Eu digo quando e como agir Jesus edifica a célula Compartilhamos muitas lutas e poucas vitórias Jesus nos faz vencer barreiras Tomamos caminhos diferentes Jesus nos ajuda a ter comunhão Diferenças causam conflitos irreversíveis
Estas são algumas implicações de não somente um líder que ora ou não ora, mas de uma célula cujos membros possuem um estilo de vida sem o devocional. Como líderes, nossa primeira e maior luta é tornar os crentes animados na oração e leitura da Palavra.
Veja algumas dicas para fazer o seu quarto de escuta:
1. O quarto de escuta significa oração e leitura da Palavra: Tire um bom tempo para estar a sós com Deus, falar com Ele e ouví-Lo através da Bíblia; 2. Prepare para si mesmo um estudo sistemático da Palavra para estes momentos: Um jantar alimenta muito mais do que ficar “beliscando”; 3. Tenha metas de oração pessoais e para a célula: Quais são seus objetivos, sonhos e projetos?
Coloque-os diante de Deus para saber Sua vontade. Entregue a Deus, também, os alvos da célula e os pedidos dos irmãos; 4. Utilize-se da adoração íntima do quarto de escuta: Adore a Deus, não somente com músicas, mas com declarações de amor, fidelidade e compromisso. Algumas pessoas gostam de escrever estas coisas. Fique a vontade diante do Seu Pai Eterno; 5. Envolva as pessoas da sua célula neste estilo de vida: Quando você já estiver habituado a fazer o quarto de escuta, convide um irmão da sua célula para participar dele. Mostre como é bom poder estar na presença de Deus.
Visitas regulares
Um líder precisa incluir em sua agenda as visitas aos seus liderados. Podem ser visitas mensais, mas em alguns casos elas deverão ser mais constantes. Pode ser que algum irmão não possa receber o líder em casa. Neste caso, marquem um encontro em algum local para compartilharem.
Não existe uma forma pré-determinada para estes encontros. Tudo vai depender da vida de oração do líder e da situação do liderado. O encontro pode se tornar um compartilhar vitórias, fazer um lanche, executar um serviço ou até mesmo fazerem uma visita juntos a alguém que tem sido evangelizado. Quem determinará a forma será o Senhor, através do discernimento do líder.
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Caso a visita se dê em uma casa cujos pais ou familiares não são crentes, lembre-se de ser cordial e educado. Procure dar uma boa impressão. Mas cuidado! Alguns pais não gostam que os filhos cheguem tarde em casa. Outros não aceitam a filha recebendo visita de rapazes. Outra situação é aquela em que o marido é ciumento. Nesses casos é bom ter calma. Na dúvida, procure um pastor ou líder que tenha mais experiência para saber como agir.
Vale lembrar que o líder deve estimular e articular a visitação regular entre os membros de sua célula, pois esta é uma responsabilidade de todo o grupo.
Supervisionando o discipulado
A partir do líder são feitas as chamadas “redes de discipulados” nas células. Lembrando o que o
Senhor diz em Mateus 28:19: Ide por todo mundo e fazei discípulos. A nossa responsabilidade não é somente evangelizar, mas discipular a pessoa na vida cristã.
O ideal é que cada cristão novo seja acompanhado por outro cristão mais maduro. Os materiais utilizados são os manuais preparados pela Comunidade. A intenção não muda, pois nosso estilo de vida deve ser o de fazer discípulos.
Crie na sua célula a rede de discipulado e prestação de contas a partir de você, passando para os auxiliares, em seguida acrescente os mais maduros, por fim, insira os novos convertidos e fracos na fé. O objetivo é que cada um caminhe rumo à maturidade.
Lembrando como é feito o discipulado:
1. Encontros semanais que duram em média uma hora; 2. O material a ser utilizado é o sugerido pela Comunidade, salvo exceções; 3. É feita a prestação de contas do discípulo para o discipulador e do discipulador para o líder de célula; 4. Falhas devem ser corrigidas para que todos os novos convertidos sejam assistidos; 5. Questões fora do material, mas que fazem parte da vida do discípulo devem ser tratadas; 6. Casos complicados são passados para os líderes e, caso haja necessidade, para o pastor. 7. Cabe ao líder estimular os seus liderados a participarem do treinamento “Discipulado: Uma idéia transformadora”.
Para supervisionar o discipulado é necessário que haja, da parte do discipulador, uma relação de prestação de contas. O líder precisa “ficar no pé”, ligar de vez em quando ou procurar para saber se os encontros têm ocorrido.
Uma semana corrida, filhos, trabalho, estudo, ensaio, reuniões
	todos esses compromissos e 
Idéias criativas para abençoar seus liderados muitos outros limitam nosso tempo. O líder precisa saber lidar bem com o pouco tempo disponível, utilizando-o com sabedoria, pois muitas funções, como a visitação, precisam ser executadas.
Algumas idéias podem ser sugeridas para completar, e não substituir, a presença do líder. Servem para dar um reforço, estímulo e mostrar que as pessoas são amadas e que nos preocupamos com elas. O ideal seria que todos os irmãos da célula tivessem iniciativas criativas para lidar com os desanimados e sem tempo.
Vejam algumas:
1. Utilize todos os meios de comunicação disponíveis para manter contato: celular, telefone residencial, internet, carta, telegrama, etc. Quanto mais surpresa a pessoa ficar, melhor; 2. Nunca esqueça o aniversário dos liderados. Sempre dê uma ligada ou faça células especiais para estes momentos;
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3. Utilize o informativo ou mural da Comunidade para mandar recados da célula para alguém.
Nada de recados: “nossa célula será tal dia...”, mas sim “irmão, amamos você!”; 4. Durante o culto, na hora de abraçar, combine com os irmãos do grupo para abraçarem e orarem pela pessoa fraca, lá, na hora; 5. Alguns irmãos assistem programas de rádio em horários específicos. Que tal enviar uma música que a pessoa goste?; 6. O irmão pode estar precisando de um conserto no carro. Você tem algum amigo mecânico?; 7. Hora do lanche. Que tal fazer uma visita – levando o lanche – à casa do liderado. 8. Tome a iniciativa de comemorar o aniversário de conversão de seu liderado; 9. Programe atividades a serem feitas com algum irmão (compras, estudos, viagens, etc); 10. Reúna-se com seus irmãos durante o intervalo do colégio para orarem e compartilharem a Palavra.
Agora, dê você algumas idéias!
Capítulo 4: O ENCONTRO DE CÉLULA
Preparando-se para o encontro
Comece pensando sobre a diferença entre célula e encontro de célula. Você consegue perceber a diferença?
A célula deve funcionar sete dias por semana. O encontro de célula ocorre uma vez por semana.
A ministração, a visitação, a oração, o louvor e o evangelismo devem fazer parte da vida diária da célula. Os problemas e necessidades não aparecem somente no dia do encontros da célula, mas durante toda a semana. Deixar a ministração para o encontro da célula pode não ser o suficiente. O valor de estar presente na vida dos nossos irmãos durante toda a semana, seja com visitas, ligações, mensagens ou coisa parecida, deve ser um valor de todos nós.
A preparação da célula do próximo sábado começa na célula de hoje, deixando claro o local e a hora do encontro. Vejamos aqui como preparar um encontro de célula:
1. Inicie com a oração: Separe um tempo especial para orar pelo encontro. Coloque diante de
Deus os problemas compartilhados durante a última reunião e peça a Deus que ministre de forma poderosa no encontro da semana. 2. Pense criativamente na reunião: Planejar antecipadamente sobre a reunião, como um quebragelo especial, um louvor diferente, uma rápida dinâmica ou algo parecido, pode tornar o encontro mais marcante. Una-se ao Senhor para preparar um encontro precioso para as pessoas. 3. Comece a agir: Chegar atrasado para a reunião, nem pensar! Isto é algo que desestimula e tira a autoridade do líder. Esteja certo de que todos estão avisados sobre o local e horário do encontro. Tenha o cuidado de conversar com aqueles irmãos que têm o hábito de faltar ou chegar atrasado. Tome cuidado também com o ambiente. Procure tornar o lugar agradável e que possibilite as pessoas sentarem em círculo e olharem umas para as outras. Deve ser propício à concentração e diálogo. Evite lugares muito quentes ou barulhentos. Tome cuidado para o ministro de louvor não ficar dedilhando o instrumento depois do momento da exaltação. 4. Programe-se para as crianças: Se sua célula tiver crianças, combine com o responsável as atividades para elas ou as deixe programadas mensalmente. O cuidado das crianças na célula deve ter a colaboração de todos os membros, pois elas fazem parte da célula.
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Os 4 E’s e sua importância
Relembrando, os 4 E‟s são: ENCONTRO, EXALTAÇÃO, EDIFICAÇÃO E EVANGELISMO.
O encontro: O encontro é o momento de realizar o quebra-gelo. Ele tem o objetivo de centralizar as pessoas no momento e deixa-las à vontade. Os quebra-gelos abrem a porta para o espaço de envolvimento e compartilhamento mais profundos que haverá num estágio mais adiante da reunião. Devemos levar em conta certos princípios a respeito de quebra-gelos:
1. O quebra-gelo vede ser adequado a sua célula. Se for muito infantil, as pessoas podem se sentir constrangidas. Por outro lado, se for muito ameaçador, elas se intimidarão. Alguns quebragelos se adaptam a diferentes etapas da célula 2. Alguns quebra-gelos podem ser usados diversas vezes com o mesmo grupo. Exemplo: “Qual foi a coisa mais importante que aconteceu com você nos últimos sete dias?”. 3. Sempre faça o grupo todo participar, deixando claro que todos são responsáveis por compartilhar nesse estágio da reunião. De outra forma, as pessoas tímidas não dirão nada. 4. Um problema dos quebra-gelos é que podem ser muito longos e ocupar a reunião toda. Se isto for uma tendência da sua célula, seja sempre o primeiro a responder, dando o exemplo de usar apenas poucas frases. 5. Esteja atento para notar as necessidades eventualmente reveladas pelo quebra-gelo. Durante essa atividade, sempre poderá acontecer que alguém revele uma mágoa profunda ou outro problema. No entanto, você não precisa necessariamente interromper o quebra-gelo. Você pode dizer que ela terá um espaço para compartilhar especificamente sobre o problema. Procure ter discernimento em situações como estas.
Obs: Quando a célula já está entrosada o momento do quebra-gelo é dispensável.
A exaltação: Este estágio do encontro da célula tem como alvo ligar-nos com Deus por meio da adoração. Além dos cânticos, este período pode incluir expressões faladas ou leituras bíblicas. O importante é reconhecer e acolher a presença de Cristo no encontro. Mesmo que essa parte da reunião tenha de ser simples e resumida, ela é de grande importância. Se o grupo não tiver olhando para Cristo, o compartilhamento e a ministração serão limitados Veja algumas dicas para este momento:
1. Escolha cânticos fáceis ou que podem ser ensinados rapidamente. Se for o caso, prepare folhas com as músicas escritas. 2. Se na célula existir um irmão responsável pelo louvor e ele tocar violão, insista para que ele não fique afinando o violão de última hora ou perguntando: “E aí? Vamos cantar o que?”. 3. Permita um fluir de Deus entre as músicas. Não fique pregando ou fazendo malabarismos vocálicos, pois estas coisas inibem aqueles que não cantam bem. Permita que Deus seja adorado em espírito e em verdade. 4. Necessariamente, este momento não precisa utilizar a música. Use sua criatividade para criar formas de adoração diferentes. Você lembra de alguma ou teria uma sugestão?
A edificação: O alvo é que todos os membros do grupo descubram e apliquem verdades simples da Bíblia às suas vidas. Como líder da célula, a sua incumbência é utilizar o tema da mensagem de domingo e facilitar o compartilhar.
Algumas dicas para um bom momento de edificação:
1. Esteja preparado: faça anotações bem completas das mensagens no culto. Estimule seus liderados a fazerem o mesmo. 2. Não seja um pregador ou professor. Muitos utilizam o tempo pregando novamente o sermão. No máximo, lembre em 5 minutos o tema de domingo. Centralize-se na facilitação.
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3. Esteja voltado não para o conhecimento, mas para conselhos práticos para a aplicação da mensagem à vida. A mensagem de Deus sempre requer que decisões sobre ela sejam tomadas. Obediência ou desobediência. O líder deve estimular a obediência. 4. Permita que todos falem e ministrem.
Lembre-se que você não é o único ministro na célula. Na verdade, todos o são. Deus pode não usar você naquele momento, como pode usar outro irmão. O dom que as pessoas precisam pode não ser o seu. Se na sua célula houver disposição em todos para ministrarem, parabéns, pois vocês estão no caminho certo. 5. Uma tática bem interessante é aquela em que a célula é dividida em grupos de ministração.
Nas células de casais, por exemplo, pode existir um momento onde os homens podem ficar a parte de suas esposas. Em células de jovens, podem ser divididas as moças dos rapazes. Há ainda a divisão por número. Procure fazer da forma que melhor facilitar a ministração. Utilize este recurso principalmente se a célula estiver numerosa.
O evangelismo: Este é o momento em que o grupo se lembra que os membros são chamados não só para usufruir a presença de Cristo e experimentar Seu poder, mas também para levar adiante o propósito de Cristo. Nele as pessoas compartilham os nomes pelos quais tem orado e como anda o evangelismo. Podem ser dadas sugestões sobre como tentar uma melhor aproximação, também. O evangelismo não é opcional na vida do crente, mas faz parte do propósito da sua existência como nova criatura (Ef 2).
Uma observação importante: não esqueça de dar os avisos solicitados pela liderança.
Preparando um roteiro para o encontro de célula
O roteiro pode ser sugerido pelos pastores ou preparados pelo líder de célula. Aqui damos as diretrizes para o preparo do roteiro:
Momento do quebra-gelo:
	b. O que aconteceria se
	Se você estivesse se mudando e pudesse levar apenas duas coisas, o 
a. Fale a respeito do seu passado: Quem era seu melhor amigo quando você tinha dez anos? Que tipo de transporte sua família usava quando você tinha essa idade? Qual foi o melhor dia de aniversário que você já teve? que levaria? O que seriam férias perfeitas para você? O que você gosta de fazer para simplesmente relaxar? c. Como estão indo as coisas? Qual foi a coisa mais importante que aconteceu para você na semana passada? Descreva a sua semana passada usando termos das condições climáticas (nublado, tempestuoso, nebuloso, com pouco sol, com muito sol, etc.). Qual foi um desapontamento recente em sua vida? d. Conte-nos um pouco mais a respeito de você. Qual foi a experiência mais difícil em sua vida?
Qual foi uma resposta de oração importante em sua vida? Quando Deus se tornou mais que uma palavra para você? O que Deus tem ensinado para você nesses últimos dois meses?
Atenção! Tenha o cuidado de nunca criar quebra-gelos que são verdadeiras bombas atômicas na ministração. Eles não podem constranger e nem dar a oportunidade para maledicência. Nunca use ou faça quebra-gelos destes tipos: Qual o maior pecado em sua vida agora? Qual é o segredo que você nunca contou para sua esposa? Fale-nos de um período em sua vida que você se sentiu um grande fracassado? Qual evento da vida do Rei Davi você pode relatar melhor? (Ou qualquer outra pergunta de conhecimento bíblico que possa excluir as pessoas) Qual coisa você gostaria de mudar na vida da pessoa da sua direita? Qual foi o pior nome que você já foi chamado? Vire-se para a pessoa da sua direita e diga para ele(a) como pode ser uma pai (mãe) melhor. Diga o pecado de alguém presente para podermos orar por essa pessoa. Qual fofoca você ouviu essa semana? O que você odeia em nossos pastores/líderes?
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Como dissemos anteriormente, o momento do quebra-gelo pode tornar-se desnecessário dependendo do grau de entrosamento que há entre os membros do grupo.
Momento da exaltação:
a. A adoração na célula dever ser breve. Se o louvor for longo, a célula terá a tendência de ser longa. b. As células podem cantar as músicas fáceis que fazem parte do repertório da igreja. c. Se não há músicos na célula, você pode usar um CD ou até playbacks para acompanhamento. d. Lembre-se que o momento de exaltação não precisa ser exclusivamente feito com músicas.
Leituras de salmos, textos inspirativos e orações também possibilitam momentos agradáveis de adoração ao Senhor.
Momento de edificação:
a. As perguntas devem ser dirigias para a aplicação da mensagem à vida das pessoas. Devem ser claras e objetivas. O foco deve ser ouvir e responder a Deus. Crie duas ou três perguntas que façam parte do tema central da mensagem. b. Não faça perguntas que pressuponham conhecimentos prévios da Bíblia se você quer que os novos convertidos se sintam em casa. Não restrinja as perguntas. Elas devem abranger a todos. c. Algumas perguntas podem ser usadas constantemente: O que chamou sua atenção nessa passagem? Qual parece ser o ponto principal dessa passagem? Você pode ilustrar essa verdade com alguma experiência da sua própria vida? O que Deus falou com você na mensagem de domingo? Que decisão você precisa tomar na sua vida a partir da palavra de domingo?
Motivos para as células compartilharem a mensagem de domingo:
1. Porque gera uma mesma linguagem e um mesmo propósito na vida de todos; 2. Porque encoraja a aplicação prática das mensagens dos pastores na vida diária dos discípulos; 3. Porque cria unidade e coesão entre os discípulos e em todo o sistema de células. 4. Porque previne que pessoas de outras igrejas com pensamentos independente influencie e desviem os discípulos para assuntos secundários ou doutrinas prediletas; 5. Porque simplifica o trabalho dos pastores para oferecerem apoio, direção e direção na rota certa; 6. Porque libera os líderes para uma maior devoção do tempo à meditação, oração e ao discipulado.
Diretrizes para o compartilhamento da Palavra na célula:
O período de compartilhamento é fundamental para a edificação dos membros do grupo. Nesse momento, o líder deve pedir que cada irmão compartilhe aquilo que Deus falou com ele durante a ministração da Palavra ou algo que tem acontecido em sua vida nesses dias. O alvo é que cada um possa compartilhar o que ouviu de Deus, e se está ou não praticando o que foi ministrado. Todos devem falar, ainda que por poucos minutos.
a) Não pressione ninguém a orar, falar ou compartilhar. Estimule as pessoas, mas não as pressione. Isso pode afastá-las do grupo.
b) Não deixe que os irmãos aproveitem a oportunidade para falar de assuntos irrelevantes. Cada um deve compartilhar somente o que Deus falou consigo através da Palavra ministrada no dia ou sobre algo que ele está enfrentando em sua vida prática.
Manual do Líder de Célula – Igreja Cristã Eterna Aliança c) Estimule o compartilhamento de problemas e lutas pessoais com o grupo. Onde há honestidade os vínculos são firmados. Tenha o bom senso de perceber os limites de detalhes das confidências compartilhadas.
d) Todo testemunho deve ser para edificar e motivar o grupo. Desestimule toda palavra negativa e pessimista.
e) Nunca permita discussões doutrinárias. O momento não é para debater doutrina, mas para relatar vivências pessoais.
f) Não deixe que uma pessoa monopolize esse tempo falando excessivamente.
g) Não permita que um irmão exponha a falha de outro. Cada um deve falar somente dos seus próprios pecados, suas próprias lutas e fracassos.
h) Não tente ter todas as respostas. Uma vez que alguém faz uma pergunta, não se julgue na obrigação de ter que dar uma resposta. Caso não saiba, diga que vai perguntar a um dos pastores e depois trará a resposta ao grupo.
i) A regra geral para o líder é: esteja sempre alegre e bem humorado nas reuniões. Isto libera a tensão, relaxa o corpo e descansa o nosso espírito. Todo o grupo se ressente de um líder constantemente melancólico.
j) Lembre-se sempre de deixar o Espírito dirigir a reunião. Deus pode usar alguém nesse momento de compartilhamento e dar uma virada na reunião. Seja sensível a isso.
Como elaborar boas perguntas para o momento de edificação:
Todo líder de célula precisa ser um especialista na arte de formular perguntas. Não podemos deixar nenhuma pessoa excluída do compartilhamento e as perguntas são a melhor forma de envolvê-las.
a) Boas perguntas são amplas: Nunca faça uma pergunta
cuja resposta seja simplesmente sim ou não. Uma boa pergunta deve estimular o compartilhamento e não bloqueá-lo.
b) Boas perguntas não inibem a resposta: Um líder resolve perguntar para alguém: “você crê na
Bíblia, não crê?” Esta é uma pergunta repressora que já traz a resposta que esperamos que a pessoa nos dê.
c) Boas perguntas estimulam a honestidade: É melhor perguntar: “O quê?”, “Qual?”, ou “Como?”, do que perguntar “Por quê?”. É melhor perguntar, por exemplo, “Como você se sentiu?”, do que “Por que você sentiu?”.
Respostas aos porquês são difíceis e quase sempre polêmicas. Mas, quando perguntamos: “O que?”, “Qual?” ou “Como?”, a resposta é quase sempre pessoal e prática; é um estímulo à honestidade.
d) Boas perguntas produzem novas perguntas Perguntas amplas estimulam as opiniões e as experiências, além de favorecerem o pensamento e aprendizagem. Se depois de perguntar algo a alguém o compartilhamento acaba, então a nossa pergunta não foi feliz.
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Momento de evangelismo:
a. Cada membro do grupo deve ter pessoas incrédulas pelas quais estejam orando regularmente e testemunhando sobre o amor de Jesus. Isto deve ser feito desde o começo do ciclo. b. Cada pessoa coloca em oração para todo o grupo duas ou três pessoas pelas quais a célula vai orar. c. Ao serem feitos eventos de colheita ou cultos evangelísticos as células devem intensificar as orações e fazer convites para que os não-crentes participem destes eventos. d. Esteja atento para estimular seus liderados para os treinamentos de evangelismo. Não esqueça de anotar este aviso em seu roteiro. e. Organize momentos especiais de evangelismo (células evangelísticas, almoços, jantares, aniversários, passeio, etc.). Estes momentos devem ser organizados a partir da oração da célula e com a participação de todos. f. Se você perceber que o momento do evangelismo está esquecido, mude-o para ser feito antes mesmo do quebra-gelo. g. Você pode questionar sobre os reais motivos das dificuldades em evangelizar individualmente. h. Esteja sempre relembrando o alvo do evangelismo do ciclo.
Um formato simples de encontro de célula
1. Coloque as cadeiras em forma de círculo; 2. Apresente os visitantes, quando houver; 3. Caso necessário, utilize uma forma de “quebra-gelo”; 4. Testemunhe alguns motivos de louvor; 5. Ministre a Palavra para aquela reunião; 6. Facilite a conversa no compartilhamento; 7. Compartilhe sobre o evangelismo; 8. Ore pelas pessoas necessitadas; 9. Faça um apelo para salvação caso haja não-crentes; Obs: O lanche é opcional e pode ser feito antes ou depois do encontro.
Entre um encontro e outro
Entre um encontro e outro existe uma semana. Muita coisa acontece, sejam boas ou más. Lembre-se que a célula funciona sete dias por semana. Estimule a visitação dos membros do grupo. Não esqueça do que foi compartilhado durante o encontro. Alguns precisarão de uma visita especial para acompanhamento, ministração e oração. Procure levar algum irmão da célula para visitar com você, principalmente se você já estiver de olho naquele que poderá ser seu auxiliar.
Um bom líder é um facilitador no encontro e um articulador durante a semana. Para que haja vitalidade na célula e isto se reflita em visitas, orações e compartilhamento informal é necessária a atuação do líder, motivando seus liderados a viverem uma comunidade.
A honestidade na célula
Um dos objetivos do compartilhamento é que as pessoas possam também abrir eventuais dificuldades pessoais e buscar ajuda no grupo. Somos perdoados quando confessamos nossos pecados a Deus; mas somos curados quando também confessamos aos nossos irmãos.
Sua tarefa como líder de célula é criar um ambiente onde as pessoas possam ser honestas e encontrar ajuda para sua dificuldade. Procure eliminar toda barreira à honestidade em sua célula. Veja como você pode estimular a honestidade.
Manual do Líder de Célula – Igreja Cristã Eterna Aliança a) Estimule um ambiente adequado: Os membros da célula estão mais interessados em discutir teologia do que se envolver com vidas carentes do amor de Deus? Estão mais interessados na festividade do que nas pessoas? Crie, então, um ambiente que valorize as pessoas e suas necessidades.
b) Ensine as pessoas a serem sensíveis: Uma das maiores barreiras à honestidade surge quando pensamos que somos os únicos com problemas. Quando estamos numa batalha e ninguém se solidariza conosco, a tendência é nos sentirmos os piores e mais fracos da igreja. Sempre que alguém estiver em dificuldade, solidarize-se com ele, compartilhando algo pessoal também.
c) Não permita, na célula, a presença dos “amigos de Jó”: Eventualmente, alguns irmãos bem intencionados, são muito rápidos em oferecer diagnósticos. E assim, ao invés de ajudar-nos, acusamnos, dizendo: “Você não tem orado o suficiente” ou “O diabo está oprimindo você”, etc. Tais comentários até podem ser verdadeiros, mas precisam ser expostos de forma a não produzir fardo e acusação.
Há pessoas que não expõem suas dificuldades financeiras, por temor de serem acusadas de infidelidade nos dízimos e nas ofertas. Outras carregam enfermidades sozinhas com receio de alguém afirmar que aquela doença é castigo de Deus, por algum pecado oculto e não-confessado. O que não falta em nosso meio são os “amigos de Jô”. Estão sempre prontos a dizer: “Se não houvesse pecado na sua vida, você não estaria assim”.
d) Crie um ambiente de confiança: Uma das maiores barreiras à honestidade é o medo das fofocas. Se as pessoas perceberem que algum membro da célula não é confiável elas jamais se abrirão ali honestamente.
Capítulo 5: PREPARANDO A MULTIPLICAÇÃO
Escolhendo o auxiliar
Uma multiplicação de célula requer, necessariamente, auxiliares que serão líderes dos novos grupos. Logo no início do ciclo você deve procurar alguém que possa vir a ser seu auxiliar. O auxiliar é aquele que:
1. Está experimentando o poder e a presença do Senhor. A ama o Senhor e tem demonstrado isto através da sua vida de oração e louvor. 2. Exalta a Deus com um coração positivo, sem reclamar. Tem prazer pela adoração. Gosta de estar na presença de Deus. 3. Ouve o coração dos membros da célula e depois ouve a voz do Senhor e edifica os outros. É um ministro no sentido bíblico da Palavra. Gosta de abençoar aos seus irmãos, sendo usado por Deus. 4. Tem a vida voltada para o evangelismo. Sente prazer em falar de Jesus e compartilhar da sua fé. Não é temeroso em compartilhar a sua vida ao lado do Pai. 5. Tem dado exemplo na sua vida tanto na igreja, família e sociedade. Procure ter conhecimento (junto ao pastor principalmente) se sua vida tem sido aprovada. Maridos que não são os sacerdotes do lar podem dar até bons “líderes”, mas não neste momento. Uma mulher insubmissa também, mas o momento será quando tiver aprendido a respeitar o marido. Da mesma forma, os filhos desobedientes também não podem assumir este ministério. Pessoas instáveis e não presentes na vida da Comunidade e com má reputação também devem ser tratados antes de serem cogitados para a liderança. 6. Tem um coração de servo, faz o trabalho de discipulador e tem prazer em ajudar no desenvolvimento dos membros da célula. 7. É submisso à liderança, tendo coração ensinável. Dispõe-se a aprender e participar dos treinamentos, encontros e retiros promovidos pela Igreja. Não pode ser auxiliar ou líder de célula qualquer crente que não concorde com a condução da Igreja pelos pastores.
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Um conselho: nunca diga para o irmão que ele será o auxiliar sem antes consultar ao pastor. Sensibilizando a célula para o evangelismo
O cumprimento da Grande Comissão deve ser natural. Entretanto, parece que os crentes estão “enferrujados” – não gostam de sair de casa, não mantém relacionamentos com não-crentes ou são medrosos para compartilhar da sua fé – o que mostra a necessidade de sensibilizar e motivar os membros da célula para o evangelismo.
A célula deve ser viva na oração, no compartilhamento, comunhão, adoração e
evangelismo. Isto deve atrair os próprios membros da célula para crescerem na fé e aqueles que não são crentes, para que conheçam a Jesus. A dinâmica da célula deve incluir as pessoas que estão sendo evangelizadas, sendo aberta para recebê-las em qualquer oportunidade (culto, célula, retiro, eventos sociais, etc.).
Bem, como não é tarefa fácil, o primeiro conselho é orar – e muito – por isto. Lembre-se de pedir ao Senhor da seara que mande mais trabalhadores para a Sua seara.
Algumas idéias para sensibilizar, motivar e mobilizar a célula:
Para sensibilizar a célula, caso ela esteja fechada para o evangelismo, procure mostrar a necessidade dos perdidos apresentando a seara. Você pode fazer isto por meio de textos que tratam do assunto, filmes produzidos por instituições missionárias (não é interessante que a maioria dos filmes que vemos é sobre ação, comédia, romance, e muito pouco bíblicos? Faça isso com um almoço de domingo), mensagens de pregadores e orando sempre na célula, pois o convencimento é do Espírito Santo.
Algo muito importante é o fato dos membros terem uma grande capacidade de exercerem a hospitalidade, tanto na celebração quanto na célula. Receber bem as pessoas é um fator essencial para que elas voltem. Ensine isso aos seus liderados e dê o exemplo.
Cultive o hábito pessoal de relacionar-se com não-crentes para trazê-los à célula e estimule seus liderados a fazerem o mesmo. As dificuldades em evangelizar podem estar ligadas à falta de vínculos entre os membros de sua célula e os perdidos. Lembre-se: relacione-se com o propósito de conduzi-los à Cristo.
A melhor coisa para motivar é mostrar que o alvo é possível. Os soldados saem para guerra com missões bem definidas. Os crentes, muitas vezes, caminham sem objetivos evangelísticos. Seja um entusiasta da multiplicação no final do ciclo. Outra dica é mostrar as grandes bênçãos de Deus para os que fazem o trabalho de evangelismo e o galardão que isso implica (1 Co 15:58).
Capacitando os membros da célula
Para ocorrer a multiplicação o líder precisa estimular seus liderados a participarem dos treinamentos seguintes, pois ajudam no evangelismo e discipulado dos novos convertidos.
1. Treinamento “Discipulado: Uma idéia transformadora”: capacita o crente a acompanhar um cristão novo. 2. Treinamento de evangelismo: dá ferramentas para ajudar o cristão a compartilhar sua fé. 3. Treinamento de líder de célula: ensina os princípios de liderança para irmãos que poderão vir a liderar uma célula.
Uma multiplicação pode até ocorrer sem estes treinamentos, mas poderá haver problemas para o discipulado e para ter um líder capacitado para a célula nova.
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Capítulo 6: A CÉLULA EVANGELÍSTICA
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As células devem estar abertas e preparadas para receber os não-crentes. Desta forma todo encontro é, em potencial, evangelístico. Porém, podem ser realizados encontros específicos para este fim – as células evangelísticas, que são eventos preparados especificamente para alcançar os incrédulos. A célula evangelística não é um substituto do evangelismo através da célula, mas um complemento (Re)descobrindo os não-convertidos
Antes de iniciarmos as células evangelísticas, algumas coisas devem ficar bem definidas:
1. Os encontros de célula evangelísticos não substituem o evangelismo individual, na verdade, são complementos dele. 2. Os encontros de célula evangelísticos não substituem o testemunho da vida de quem prega, mas testifica aquilo que a pessoa já tem vivido. 3. O fator evangelístico da célula não é opcional, mas essencial na vida dos grupos pequenos. 4. O evangelismo por meio da célula não deve ser exclusivo, deixando alguns de fora, mas inclusivo, encaixando todos os membros na dinâmica da pregação da Palavra, desde os mais novos aos mais velhos.
Ao iniciar uma célula, você deve estimular seus liderados para manterem relacionamentos baseados em uma vida comprometida com Cristo. Nada mais vergonhoso do que ouvir: “Nunca me pareceu que você é crente!”. Deixe claro para a célula que devemos viver e, só depois, falar de Jesus.
Você deve, então, tornar conhecido o nome das pessoas que serão alvos das orações e do evangelismo da célula.
Assegure-se que existam relacionamentos criados com o propósito de falar do evangelho. Que o testemunho pode ser compartilhado, mesmo por aqueles que acabaram de se converter. Ainda existirá a oportunidade de participarem do treinamento de evangelismo. Caso você não tenha feito, participe, e não esqueça de estimular seus liderados a participarem também.
Veja algumas dicas para “fazer contato” com incrédulos:
1. Procure definir se ele á uma pessoa em busca, que é aberta para a mensagem, ou se é uma pessoa fechada para o evangelho. Isto é importante, pois definirá a sua estratégia de ação. 2. Mostre quem você é. Deixe que a pessoa conheça você. Seja simpático, mas não carnal. Mostre respeito pela pessoa e que, apesar de você ser crente, existe muita coisa boa em ser seu amigo. 3. Marque presença. Procure ajudar. Esteja perto quando for necessário. Sirva quando for preciso. Ouça suas dificuldade não como juiz, mas como confidente. Mostre que a pessoa pode confiar em você. 4. Apresente Jesus com sua vida, mas não esqueça das palavras. Viva a Jesus. Mostre a diferença que Ele faz, mas não esqueça de, em momento oportuno, encaixar uma palavra. 5. Lembre de datas especiais, como aniversários, aniversário de casamento, esteja alegre com ele, ore quando for momento de tristeza. 6. Crie vínculos entre ele e sua célula. Os momentos ideais para isso são passeios, piqueniques, retiros, almoços, etc. Estes eventos sociais quebram o gelo e mostram a vida de comunhão do povo de Deus. 7. Apresente o plano da salvação de forma sistemática. Pode usar o chamado “João 3:16”. O interesse é mostrar que Jesus morreu e ressuscitou pelos pecados dele. 8. Convide-o para células evangelísticas. Crentes que oram, povo preparado e liturgia organizada são essenciais para o não-crente experimentar uma célula evangelística. 9. Faça o apelo. Em qualquer ponto do seu evangelismo você pode fazer o apelo.
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Uma observação muito importante é que devemos ser cordiais e hospitaleiros em nossas células e celebrações. Os líderes devem ser exemplos nisso, procurando deixar os não-crentes à vontade.
Um hábito que alguns crentes têm é de convidar um não-crente para uma vigília, celebração, mas nunca para uma festa. Acrescente na sua lista de convidados aqueles que precisam ouvir a Palavra.
Planejando células evangelísticas
Sensibilização, motivação e mobilização são os passos anteriores à célula evangelística. Partimos do princípio de que seus irmãos já passaram pelos passos acima para a realização deste encontro.
1. A célula evangelística requer participação de todos na sua elaboração e organização. Esta não é uma responsabilidade do líder, mas de todo o grupo pequeno. Eles se unem para orar e planejar como será o encontro. A oração tem um sentido: ser tão especial que seja impossível não sentir o amor de Deus.
2. Convidar os não-crentes. O objetivo da célula evangelística é alcançar os não-crentes que têm sido evangelizados. O encontro é programado e elaborado visando essas pessoas que, no mínimo, são conhecidas da célula pela intercessão. Mas não existem empecilhos para levar outros não-crentes que desejarem ir.
3. Uma liturgia direcionada para os não-crentes. Normalmente a célula é voltada para os crentes.
A linguagem, o estudo, a música e tudo mais, é baseado naquilo que os crentes já sabem e no seu estilo de vida. A liturgia de uma célula evangelística deve ser completamente voltada para os não-crentes.
4. Dê uma ótima recepção para seus convidados. Eles devem ser recebidos da melhor forma possível. O ambiente deve ser organizado e agradável. Como os membros deverão saber, eles deixarão seus problemas e necessidades para um momento oportuno, pois este momento Deus separou para tratar as necessidades dos não-crentes.
nâmicas, filmes, uma partida de futebol antes da célula
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5. Haja com criatividade. Não se prenda à liturgia dos 4 E‟s, pois ela é voltada para os convertidos. Utilize recursos que tiver a disposição para animar o encontro e torna-lo inesquecível. Divocês querem alcançar gostam. Tome cuidado para não causar constrangimentos. Tenha informações sobre os não-crentes que participarão a fim de criar um encontro evangelístico agradável e eficiente. Não esqueça de preparar alguma lembrança para que ela sempre recorde desse momento. Pode ser algo simples e significativo.
6. Faça o apelo. Apesar dos momentos de descontração, não dispense uma palavra mesmo que breve, e faça o apelo, pois esta é uma célula evangelística. Se houver conversões, faça festa e comunique ao pastor.
Os convertidos devem entrar na rede de discipulado imediatamente. Indique um crente maduro que possa discipular a pessoa utilizando o material que é disponibilizado pela Comunidade. As células evangelísticas devem ocorrer de acordo a vida e a dinâmica da sua célula.
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Capítulo 7: PROBLEMAS NAS CÉLULAS
Traçando o perfil
Olhando bem para a sua célula você pode prever alguns problemas que surgirão durante o ciclo.
Isto tudo se deve ao fato de possuirmos uma cultura bem própria. Pessoas que não gostam de orar, tem dificuldade de ler a Palavra, não querem que as pessoas se metam em suas vidas, são preguiçosas, frias espiritualmente e de personalidades fortes e briguentas. Marcas no caráter podem definir algumas dificuldades. Procure estabelecer quais as fraquezas mais comuns dos membros do seu grupo.
Algo importante é que você pode colher informações durante as células, como por exemplo:
a. Não tem uma vida de oração; b. Não tem concentração e não participa ativamente da ministração; c. Não há estímulo no louvor, mostrando frieza e indiferença; d. Não mantém relacionamentos com pessoas não-crentes; e. Dizem que estão sempre bem e nunca declaram passar por lutas; f. Chegam atrasadas às células e celebrações; g. Nunca estão disponíveis, e, aparentemente, sem motivo algum; h. Comentam nos encontros de célula sobre a vida de outras pessoas sem necessidade; i. As orações são sempre no lado material, com muita ênfase no dinheiro; j. Estão sempre se queixando dos pastores e líderes; l. Não tem conhecimento das coisas mais básicas da Palavra, apesar de muito tempo de convertido, mesmo assim não quer passar por nenhum instituto bíblico; m. Briga muito com o cônjuge, filho ou pais; n. Demonstra comportamento de desconfiança; o. Nunca está satisfeito, tendo um senso crítico para com todos.
Estes são alguns exemplos do que você pode perceber através dos encontros da célula. Quando você identificar o problema comece com a oração específica e pense em como ajudar. Paciência e perseverança são necessárias para ajudar os irmãos. O objetivo deste tratamento é conduzir o irmão à transformação.
Conflitos saudáveis e conflitos destrutivos
Viver em comunidade é um risco. Risco de surgir conflitos. Se começar a existir um conhecimento genuíno entre os irmãos, os conflitos surgirão. Ao que parece, é impossível que eles não aconteçam. Mas fique de olho, pois eles podem ser destrutivos ou construtivos.
Conflitos destrutivos: Desviar atenção, destruição, interesse pessoal, ganhar uma discussão, mudar os outros, conflito ao invés de paz, controlar e manipular os outros, enfraquecer a liderança e a autoridade e estabelecer facções dentro do grupo.
Conflitos saudáveis: ser ouvido, expressar um ponto-de-vista, expandir o entendimento do grupo, promover cura pessoal e do grupo, receber resposta pessoal e ajuda, chegar à unidade, paz e consenso, oferecer apoio ao líder.
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Lidando com conflitos na célula
Existem cinco opções de confronto com esses problemas:
“Eu vou pegá-lo”
Posição: Eu ganho você perde, porque eu estou certo e você está errado. Os objetivos estão acima dos relacionamentos. A abordagem acontece na base da força e com pouco ou nenhum amor. O meu jeito é o único jeito certo.
Ponto de vista: As questões são claras e simples. Alguém está certo, completamente certo; e alguém está errado, completamente errado. Resultado: Eu ganho, você perde!
“Vou dar o fora”
Posição: Não estou confortável, por isto vou dar o fora. Conflitos devem ser evitados de todas as maneiras. Quando ameaçarem, caia fora. “Me mostre a porta de saída mais próxima”.
Ponto de vista: Não há esperança, as pessoas não podem ser mudadas; faça vista grossa ou caia fora. Resultado: Eu perco, você perde!
“Vou ceder”
Posição: Vou ceder para ser bonzinho, pois preciso de sua amizade. Vou ceder para o bem dos relacionamentos.
Ponto de vista: As diferenças são desastrosas. Se elas emergirem, tudo pode acontecer. Esta pessoa fica tensa e rebelde por dentro, enquanto é generosa e submissa por fora. Resultado: Eu perco, você ganha!
“Vamos encontrar um meio termo”
Posição: Tenho apenas a metade da verdade e preciso da sua metade. Conflitos são naturais e cada um deveria ser capaz de fazer acordos.
Ponto de vista: Tudo se resolve na base da política e da negociação. Resultado: Sou meio derrotado e você também!
“Eu me importo a ponto de confrontar”
Posição: “Quero ter relacionamentos e também quero ter integridade” Ponto de vista: Conflitos são neutros (nem bons, nem maus). Não devem ser evitados nem minimizados. Importe-se a ponto de confrontar: Quero continuar a me relacionar com você. Quero que você saiba o que sinto, o que preciso e o que valorizo. Resultado: Eu ganho, você ganha!
Como você pode perceber, a única forma corretamente bíblica de resolver essas questões é importar-se a ponto de confrontar.
Problemas específicos na célula
Muitos problemas podem ser resolvidos da seguinte forma:
1. Identificação. Você percebe que há um problema. Clareie sua visão. Busque a certeza do que realmente está acontecendo. Olhe por todos os ângulos. 2. Oração. Coloque diante de Deus suas “desconfianças”. Se elas se concretizarem peça capacidade a Deus para o próximo passo. 3. Confronto. Vá até a pessoa e a confronte com o pecado. Esteja preparado biblicamente para provar que o que ela tem feito é pecado. 4. Estímulo. Caso haja arrependimento, cuide para que ela receba estímulo para se levantar.
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Veja uma relação sobre alguns problemas que podem surgir:
1. Falecimento. Pode ser de um irmão ou familiar. Esta é sempre uma situação difícil. Muitas vezes faltam palavras para consolar. Chame a pessoa da célula ao lado e faça uma oração pedindo o conforto a Deus para a família. Por muitas vezes, a presença de um amigo é muito consoladora. Procure estimular todos os seus liderados a estarem presentes. Coloque-se à disposição para ajudar a resolver questões práticas que digam respeito a esta situação.
2. Murmurador. Deve ser chamado à atenção, principalmente se ele contamina os outros com isso. Chame ao lado e fale sobre a gratidão que devemos ter e que não podemos murmurar.
3. Crise conjugal. Se você tiver segurança para aconselhar, inicie um trabalho de acompanhamento, mas de qualquer forma, mantenha o pastor informado.
4. Visitantes não esperados. Quando algumas células são realizadas na casa de irmãos que tenham parentes não-crentes, esta situação pode ocorrer. Não há motivos para preocupações se todos os irmãos estão comprometidos com o evangelismo.
Só tome cuidado para que não haja murmurações, fofocas, brincadeiras inconvenientes, etc. Alguns problemas poderão surgir se o visitante, mesmo crente, tiver uma teologia incompatível com a da Comunidade. Neste caso, de forma bem cuidadosa, deixe claro em que cremos ou, na próxima reunião, converse com o grupo.
5. Irmãos desanimados (faltosos). Isto é algo para toda a célula participar. Faça visitas com seus irmãos. Mande mensagens, recados, ministre na vida desta pessoa. Mostre o quanto vocês a amam e que a presença dela é importante.

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