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CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 1 1 Exemplos de Fatos Contábeis e Lançamentos - Continuação 1.1 Compra de um Equipamento – Para Uso da Empresa 1.1.1 Descrição e Considerações sobre o Fato Contábil Compra, pelo valor de 60.000,00, à vista, de um equipamento para uso na atividade fim da empresa. Considere que esta compra ocorreu em 01/01/200X e que o equipamento foi imediatamente posto em operação. A compra do equipamento, à vista, é a operação em que a empresa adquire um bem (para uso), pagando – imediatamente – em dinheiro (ou em cheque), ao fornecedor, o valor do bem adquirido. Em nosso exemplo, o pagamento ocorrerá em dinheiro. 1.1.2 Patrimônio Inicial Seja o patrimônio inicial, didaticamente proposto de forma simples, que tenha apenas (1) R$ 100.000,00, em dinheiro; e (2) R$ 100.000,00, em capital (colocado pelos sócios, para a formação do patrimônio da empresa). A seguir, encontra-se apresentado o balancete representativo do patrimônio acima sugerido. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 2 Caixa 100.000,00 Obrigações - Capital 100.000,00 Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido Despesas Receitas 1.1.3 Análise dos Efeitos Patrimoniais do Fato Na compra de equipamentos à vista, ocorre o surgimento de um bem – ativo – que antes não existia no patrimônio da empresa (mercadorias, para revenda). Este bem será registrado na conta Equipamentos. Por outro lado, um outro bem – ativo – do patrimônio terá seu valor reduzido (o dinheiro). Este valor será retirado da conta Caixa. Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são desbastados “oito mil grãos de areia” do montinho patrimonial Caixa e que esses “oito mil grãos de areia” são aplicados no montinho patrimonial Equipamentos. A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores, entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 3 Caixa 100.000,00 Obrigações - (60.000,00) 40.000,00 Equipamentos 60.000,00 Capital 100.000,00 Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido 25 Agora ficou muito fácil: - Setinha é débito – Equipamentos; - Bolinha é crédito – Caixa. 1.1.4 Lançamento 1.1.4.1 Registro no Livro Diário D = Equipamentos C = a Caixa 60.000,00 Equipamentos a Caixa 60.000,00 Ou, simplesmente: 25 25 1.1.4.2 Registro no Livro Razão 100.000,00 si si 100.000,00 25 60.000,00 60.000,00 25 sf 40.000,00 débitos créditos Equipamentos débitos créditosdébitos créditos capital caixa CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 4 1.1.5 Patrimônio Final Caixa 40.000,00 Obrigações - Equipamentos 60.000,00 Capital 100.000,00 Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido 1.1.6 Considerações Finais Repare que, após a ocorrência do fato contábil, o valor do patrimônio líquido (bens/direitos (-) obrigações) não foi alterado – Permanecendo no valor de R$ 100.000,00. Portanto, trata-se de um fato permutativo. Na conta Equipamentos – representativa de um bem e, portanto, classificada no ativo – foi registrado um débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 60.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos). Na conta Caixa – também representativa de um bem e, portanto, classificada no ativo – foi registrado um crédito. Repare que essa conta teve seu saldo reduzido (de R$ 100.000,00 para R$ 40.000,00). Isso também está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos). Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 60.000,00, é idêntico ao valor dos créditos, R$ 60.000,00, e que isso está de acordo com o método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um crédito de igual valor. Em tempo, uma forma simples e rápida de verificar a correção do registro do fato contábil é a comparação dos somatórios de valores em ambos os lados do patrimônio (representado no balancete) – esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque: - o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e Despesas) é igual a R$ 100.000,00; CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 5 - o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo, Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$ 100.000,00. 1.2 Utilização do equipamento por um ano 1.2.1 Descrição e Considerações sobre o Fato Contábil Considerando-se uma vida útil de dez anos, para o equipamento, conclui-se que ele perde 10% de seu valor pelo uso no período de um ano. Assim, deve ser registrada uma “depreciação” (perda do valor do bem por uso, desgaste ou obsolescência). 1.2.2 Patrimônio Inicial Seja o patrimônio inicial, didaticamente proposto de forma simples, que tenha apenas (1) R$ 40.000,00, em dinheiro; (2) R$ 60.000,00, em equipamentos e (3) R$ 100.000,00, em capital (colocado pelos sócios, para a formação do patrimônio da empresa). A seguir, encontra-se representado o balancete representativo do patrimônio acima sugerido. Caixa 40.000,00 Obrigações - Equipamentos 60.000,00 Capital 100.000,00 Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido 1.2.3 Análise dos Efeitos Patrimoniais do Fato Para que seja possível o entendimento do fato em tela, faz-se necessária uma breve referência ao conceito de depreciação1. O conceito de depreciação é, técnica e rigorosamente, apresentado como perda do valor de um bem por uso, desgaste ou obsolescência. 1 Que será detalhadamente estudado na aula que trata do Ativo Permanente, neste curso. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 6 Didaticamente, entretanto, podemos imaginar a depreciação como o processo de perda de valor por envelhecimento. Ninguém duvida que o valor de um bem usado é inferior ao de um bem idêntico, porém novo. Visto que a passagem do tempo influencia o valor dos itens patrimoniais, temos que a Contabilidade, como um sistema de informações sobre o patrimônio, deve registrar o efeito da passagem do tempo no valor dos elementos patrimoniais. É esse o caso em estudo: o uso do equipamento por um ano implica seu envelhecimento e, esse envelhecimento, implica redução do valor da máquina. De uma forma simples, (1) partimos da vida útil da máquina (período de tempo – em número de anos – que, se espera, a máquina funcione) e consideramos que o valor patrimonial será reduzido, de forma linear, no percentual calculado quociente (1/vida útil) – esse percentual é denominado taxa de depreciação. No caso, como foi dado que a vida útil do equipamento seria de 10 anos, o percentual (taxa de depreciação) é calculado em 1/10 = 10% ao ano. Ora, aplicando-se o percentual de 10% sobre o valor do equipamento (R$ 60.000,00), apuramos o quanto foi perdido, em termos de valor patrimonial, por uso, desgaste ou obsolescência durante o ano: R$ 60.000,00 * 10% = R$ 6.000,00. Com a leitura dos conceitos acima, a primeiraidéia que nos vêm à cabeça é a de que o elemento patrimonial equipamentos tenha seu valor patrimonial reduzido. Adianto que essa conclusão é apressada e está incorreta! Para analisar melhor o caso (assim como fizemos no item que tratou de desconto de duplicata) estudaremos os efeitos patrimoniais do fato contábil em tela de duas maneiras diferentes, a saber: (1) a primeira maneira, lógica, porém equivocada – tratando a depreciação como um evento que reduz o valor do equipamento; (2) a segunda maneira, correta – utilizando o conceito, já conhecido, de conta retificadora do ativo. 1.2.3.1 Primeira análise da operação – lógica, porém equivocada – apenas para fins didáticos Isto, que vai ser apresentado neste item, está errado! Porém, decidimos apresentar dessa maneira para induzir o aluno à conclusão correta – que será apresentada no item seguinte. A aplicação direta dos conceitos vistos nos itens anteriores, leva à conclusão de que, na depreciação o valor patrimonial do equipamento é reduzido e que, assim: (1) seriam jogados fora, aplicados na lata de lixo, R$ 6.000,00, registrados em conta de resultado (despesa) Despesa de Depreciação e (2) esse valor teria como origem o próprio CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 7 equipamento – ativo – que teria seu valor patrimonial reduzido de R$ 60.000,00 para R$ 54.000,00, registrado na conta Equipamentos. Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos imaginar que são desbastados “seis mil grãos de areia” do montinho patrimonial Equipamentos e que, esses “seis mil grãos de areia” são jogados para fora do patrimônio (na lata de lixo) o que enseja uma redução do patrimônio – despesa – registrada na conta Despesa de Depreciação. A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo EQUIVOCADO de valores, entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela. Caixa 40.000,00 Obrigações - Equipamentos 60.000,00 (6.000,00) 54.000,00 Capital 100.000,00 Despesa de Depreciação 6.000,00 Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido Despesas Receitas 26 Os elementos patrimoniais envolvidos na representação do fluxo de valores acima estão marcados (em vermelho) para indicar a representação NÃO ESTÁ CORRETA! Ela foi apenas colocada assim para, de forma didática, induzir o estudante ao raciocínio contábil e, com isso, evitar que o aluno decore lançamentos e nomes de contas sem entender seu significado. Ao longo de nosso curso, já lançamos mão deste artifício didático e, várias vezes ainda, o utilizaremos: realizando registros de forma incorreta, marcando-os em vermelho, para, em seguida, apresentar o registro da forma correta, introduzindo – geralmente – um novo conceito. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 8 A seguir, vamos retomar o estudo do caso com a utilização de um conceito já conhecido: o conceito de conta retificadora do ativo. 1.2.3.2 Segunda análise da operação – correta – utilizando o conceito de conta retificadora do ativo. A interpretação acima está incorreta por dois motivos: (1) omite informações importantes acerca do patrimônio – impedindo que a Contabilidade alcance um de seus maiores objetivos, o de evidenciação e (2) perde a informação do Registro Pelo Valor Original, referente ao equipamento, o que está em desacordo com os princípios contábeis. Foi visto, na primeira aula deste curso, que para a consecução do objetivo de informar a Contabilidade precisa dar ênfase à evidenciação de todas as informações que permitem a avaliação da sua situação patrimonial e das mutações desse seu patrimônio e, além disso, que possibilitem a realização de inferências perante o futuro. Entretanto, a solução, equivocada, proposta anteriormente, tem o resultado inverso, ocultando duas importantes informações acerca do valor patrimonial do equipamento: (a) não demonstra o quanto se perdeu, do valor do patrimônio, por uso, desgaste ou obsolescência e (b) perde a informação do valor original do equipamento. Foi visto, também na primeira aula deste curso, que entre os princípios fundamentais de contabilidade está o Princípio do Registro pelo Valor Original: os componentes do patrimônio sejam registrados pelos valores originais das transações havidas com o mundo exterior à entidade, expressos a valor presente, na moeda do país. Entretanto, a solução equivocada, proposta anteriormente, desatende este princípio contábil. Afastado o entendimento errado, vamos à proposta correta: - o valor original do equipamento deve ser mantido (inexiste comando normativo dispondo em contrário) registrado na conta Equipamentos; - adicionalmente, deve ser registrado o quanto se perdeu deste valor original, não em forma de redução do valor do equipamento, mas em um elemento patrimonial próprio – que informe um ônus relacionado ao equipamento, a ser registrado na conta Depreciação Acumulada. Por ônus, entende-se, conforme consta do Minidicionário da Língua Portuguesa (do Prof. Francisco da Silveira Bueno), peso, encargo ou obrigação imposta. Assim, um ônus pode ser visto como a “obrigação” de aceitar um encargo para poder exercer um direito, ou possuir um bem. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 9 Ora, com o sentido de uma obrigação, o ônus deveria ser registrado no passivo (como qualquer obrigação), em uma conta que tenha natureza de passivo e funcionamento de passivo. Mas, pela ligação “umbilical” existente entre o equipamento e o ônus que ele carrega, para fins de clareza na apresentação do patrimônio, a legislação2 determina que esse ônus, a ser registrada na conta Depreciação Acumulada, seja apresentada juntamente com o bem, registrado na conta Equipamentos. Para lembrar o significado de uma conta retificadora do ativo, basta considerar que ela tem natureza de passivo e funcionamento de passivo, mas, por determinação normativa, ela fica registrada no ativo e, conseqüentemente, fica com o sinal invertido. De forma bem humorada (e didaticamente eficiente), foi proposto o entendimento de uma conta retificadora do ativo como uma conta do tipo “travesti”, que tem natureza de passivo e funcionamento de passivo, mas é registrada como ativo e, conseqüentemente, fica com o sinal invertido. Agora sim, tudo o que foi visto no item anterior pode ser revisto e aplicado, com uma única diferença: a conta Depreciação Acumulada, deve ser representada como retificadora do ativo (ou seja, no ativo, mas com o sinal invertido). Portanto, levando mais essa premissa em consideração, vamos retomar o raciocínio. Na operação em tela: (1) são “jogados fora”, aplicados na lata de lixo, R$ 6.000,00, registrados em conta de resultado (despesa) Despesa de Depreciação e (2) esse valor tem como origem um ônus que pesa sobre o equipamento – conta retificadora do ativo – que teria seu valor patrimonial aumentado de R$ 0,00 para R$ 6.000,00, registrado na conta Depreciação Acumulada. Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos imaginar que são cavados “seis mil grãos de areia” do buraco patrimonial Depreciação Acumulada3 e que, esses “seis mil grãos de areia” são jogados para fora do patrimônio (na lata de lixo) o que enseja uma redução do patrimônio – despesa – registrada na conta Despesa de Depreciação. A figura a 2 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE – NBC T 3 – CONCEITO, CONTEÚDO, ESTRUTURA E NOMENCLATURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. 3.2.2.6 – Os saldos devedores ou credores de todas as contas retificadoras deverão ser apresentados como valores redutoresdas contas ou grupo de contas que lhes deram origem. 3 Este “Buraco Patrimonial”, como está ligado a um montinho patrimonial (Equipamento) pode ser considerado que é cavado nele. Assim, a imagem de um equipamento depreciado seria a de um montinho de areia com um buraco cavado em seu topo (reduzindo o total de areia no elemento patrimonial). Em outras palavras, a imagem de um equipamento depreciado seria a de um pequeno vulcão. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 10 seguir representa, esquematicamente, o fluxo CORRETO de valores, entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela. Caixa 40.000,00 Obrigações - Equipamentos 60.000,00 (-) Depreciação Acumulada (6.000,00) Capital 100.000,00 Despesa de Depreciação 6.000,00 Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido Despesas Receitas 26 Repare que este modelo de informação é mais eficiente que o primeiro (que estava errado e somente foi apresentado, no item anterior, por motivos didáticos), pois este modelo não somente informa o valor original do equipamento adquirido R$ 60.000,00 (na conta Equipamentos), mas também informa a existência de um ônus, no valor de R$ 6.000,00, relacionado a este equipamento – relativo à perda de seu valor por uso, desgaste ou obsolescência (na conta Depreciação Acumulada). Agora ficou muito fácil: - Setinha é débito – Despesa de Depreciação; - Bolinha é crédito – Depreciação Acumulada. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 11 1.2.4 Lançamento 1.2.4.1 Registro no Livro Diário D = Despesa de Depreciação C = a Depreciação Acumulada 6.000,00 Despesa de Depreciação a Depreciação Acumulada 6.000,00 Ou, simplesmente: 26 26 1.2.4.2 Registro no Livro Razão 100.000,00 si si 40.000,00 si 60.000,00 6.000,00 26 26 6.000,00 débitos créditos Depreciação Acumulada débitos créditos Despesa de Depreciação débitos créditos Equipamentos débitos créditosdébitos créditos capital caixa CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 12 1.2.5 Patrimônio Final Caixa 40.000,00 Obrigações - Equipamentos 60.000,00 (-) Depreciação Acumulada (6.000,00) Capital 100.000,00 Despesa de Depreciação 6.000,00 Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido Despesas Receitas 1.2.6 Considerações Finais Repare que, após a ocorrência do fato contábil, o valor do patrimônio líquido (bens/direitos (-) obrigações) foi alterado: reduzido de R$ 100.000,00 para R$ 99.000,00 – pelo surgimento de um ônus (registrado na conta retificadora do ativo Depreciação Acumulada). Portanto, trata-se de um fato modificativo diminutivo. Na conta Depreciação Acumulada – representativa de um ônus e, portanto, com natureza passivo (apesar de classificada como conta Redutora do Ativo) – foi registrado um crédito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 6.000,00). Isso também está de acordo com a natureza credora das contas de passivo (e, também das contas redutoras do ativo): contas de passivo (bem como contas redutoras do ativo) têm seu saldo aumentado por créditos (e reduzido por débitos). Na conta Despesa de Depreciação – representativa de um motivo pelo qual o patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto, classificada como conta de resultado – despesa – foi registrado um débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 13 para R$ 6.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por créditos, apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício). Ainda, pelo fato de terem sido registradas apenas uma conta a débito e uma conta a crédito, o lançamento foi de primeira fórmula (repare que não houve uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no Livro Diário). Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 6.000,00, é idêntico ao valor dos créditos, R$ 6.000,00, e que isso está de acordo com o método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um crédito de igual valor. Em tempo, uma forma simples e rápida de verificar a correção do registro do fato contábil é a comparação dos somatórios de valores em ambos os lados do patrimônio (representado no balancete) – esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque: - o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e Despesas) é igual a R$ 100.000,00; - o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo, Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$ 100.000,00. 1.3 Venda do equipamento, em 01/01/200X+1, por R$ 55.000,00 1.3.1 Descrição e Considerações sobre o Fato Contábil Venda, à vista (com recebimento em dinheiro) do equipamento, pelo preço de R$ 55.000,00. Considerando que, (1) o equipamento foi adquirido pelo valor original de R$ 60.000,00 e (2) que, desse valor, foi perdidos (por uso, desgaste ou obsolescência) na forma de depreciação o equivalente de R$ 6.000,00. 1.3.2 Patrimônio Inicial Considere, como patrimônio inicial, exatamente o patrimônio após a depreciação do bem (patrimônio final do lançamento 26) e após o fechamento do exercício do ano de 200X4 didaticamente proposto da seguinte forma: (1) R$ 40.000,00, em dinheiro; (2) R$ 60.000,00, em 4 Não apresentaremos, aqui, os lançamentos de fechamento do exercício de 200X, por tratar-se de assunto detalhadamente visto (nos lançamentos de n° 23 e 24, cuja leitura recomendamos) e que pode ser realizado pelo aluno a título de treinamento e fixação de conceitos. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 14 equipamentos; (3) R$ 6.000,00 em Depreciação Acumulada do equipamento; (4) R$ 100.000,00, em capital (colocado pelos sócios, para a formação do patrimônio da empresa); e (5) R$ 6.000,00 em prejuízos acumulados. A seguir, encontra-se apresentado o balancete representativo do patrimônio acima sugerido. Caixa 40.000,00 Obrigações - Equipamentos 60.000,00 (-) Depreciação Acumulada (6.000,00) Capital 100.000,00 (-) LPA (6.000,00) Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido Despesas Receitas 1.3.3 Análise dos Efeitos Patrimoniais do Fato Já foi dito, neste curso, que a venda é um momento mágico, mas nunca é demais repetir! A venda, não somente de mercadorias, mas de qualquer bem, é um momento mágico porque é nesse momento que os patrimônios de nossa empresa (vendedora) e do cliente se tocam. É nesse momento que “cai” valor, do céu (vindo do patrimônio do cliente), no “colo” do patrimônio da empresa, aumentando-o; isso porque, também é nesse momento que nossa empresa “joga” valor, para fora de seu patrimônio (em direção ao patrimônio do cliente), e, assim, reduz seu patrimônio. Para entender as razões do poético texto acima, faz-se necessário voltar aos conceitos básicos do princípio de competência – vistos na aula 01 de nosso curso e repassados no item imediatamente anterior, cuja leitura recomendamos. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 15 Para quea empresa possa cumprir o que havia prometido, ela tem que se desfazer de um bem, antes pertencente a seu patrimônio, o equipamento. Assim, a empresa incorre em uma necessária redução de seu patrimônio, para poder auferir a receita da venda referenciada no parágrafo anterior. Dessa forma, é – também – nesse momento que ocorre a despesa (redução do patrimônio), denominada “Despesa não Operacional”. Importante definir o valor patrimonial do equipamento que está sendo entregue ao cliente. Esse valor corresponde a R$ 54.000,00, que é o resultado do valor original do equipamento (R$ 60.000,000), deduzido do valor da respectiva depreciação acumulada (R$ 6.000,00). Assim, esse acontecimento é registrado em dois passos: - primeiramente, apura-se o valor do bem, tapando o buraco patrimonial representado pela Depreciação Acumulada, com origem no Equipamento; - em seguida aplica-se no lixo o valor do equipamento (já deduzido do valor da Depreciação Acumulada). Repare que, no momento da venda, a empresa cumpriu o que havia prometido – referente à operação de venda – entregar o equipamento para o cliente. Dessa forma, é nesse momento que ocorre a Receita. No presente caso, denominaremos essa receita de “Receita Não Operacional”5. A venda à vista enseja o desaparecimento do valor de bens existentes no patrimônio da empresa (Equipamento), registrado nas contas Equipamentos e Depreciação Acumulada, que terão seus saldos zerados, e, também, o surgimento (aumento) de dinheiro no patrimônio da empresa, registrado na conta Caixa, que terá seu saldo majorado. Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que: a) apura-se o valor do bem a ser vendido – “seis mil grãos de areia” são aplicados no buraco patrimonial Depreciação Acumulada, cuja origem é o montinho patrimonial Equipamentos. b) “caem, de pára-quedas”, do céu (do patrimônio alheio), “cinqüenta e cinco mil grãos de areia”, aumentando o patrimônio da empresa, (esse aumento de patrimônio deve ser registrado na conta de resultado Receita não 5 Pelo termo operacional, entende-se aquilo que é usual no dia-a-dia da empresa, ou seja, aquilo que é esperado que aconteça. Pelo contrário, não operacional é aquilo que ocorre apenas eventualmente e, conseqüentemente, não se espera que aconteça a toda hora. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 16 Operacional) e que esses “cinqüenta e cinco mil grãos de areia” são aplicados no montinho patrimonial Caixa; c) por outro lado, “cinqüenta e quatro mil grãos de areia” são desbastados do montinho patrimonial Equipamentos e jogados na “lata de lixo”, aplicados fora do patrimônio (em direção ao patrimônio do cliente), reduzindo-o (essa redução de patrimônio deve ser registrada na conta de resultado Despesa não Operacional). A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores, entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela. Caixa 40.000,00 Obrigações - 55.000,00 95.000,00 Equipamentos 60.000,00 (6.000,00) Capital 100.000,00 54.000,00 (54.000,00) - (-) Depreciação Acumulada (6.000,00) 6.000,00 - (-) LPA (6.000,00) Despesa não Operacional 54.000,00 Receita Não Operacional 55.000,00 Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido Despesas Receitas 27.a 27.b 27.c Agora ficou muito fácil: 27.a) apuração do valor patrimonial do equipamento: - Setinha é débito – Depreciação Acumulada; - Bolinha é crédito – Equipamentos. 27.b) com relação à Receita: - Setinha é débito – Caixa; CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 17 - Bolinha é crédito – Receita Não Operacional. 27.c) com relação à Despesa: - Setinha é débito – Despesa não Operacional; - Bolinha é crédito – Equipamentos. 1.3.4 Lançamento 1.3.4.1 Registro no Livro Diário D = Depreciação Acumulada C = a Equipamentos 6.000,00 D = Caixa C = a Receita não Operacional 55.000,00 D = Despesa não Operacional C = a Equipamentos 54.000,00 Depreciação Acumulada a Equipamentos 6.000,00 Caixa a Receita não Operacional 55.000,00 Despesa não Operacional a Equipamentos 54.000,00 Ou, simplesmente: 27.a 27.b 27.c 27.a 27.b 27.c CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 18 1.3.4.2 Registro no Livro Razão 100.000,00 si si 40.000,00 si 60.000,00 6.000,00 si 27.b 55.000,00 6.000,00 27.a 27.a 6.000,00 sf 95.000,00 s' 54.000,00 - sf 54.000,00 27.c sf - si 6.000,00 55.000,00 27.b 27.c 54.000,00 Receita não Operacional Despesa não Operacional débitos créditos débitos créditos LPA débitos créditos Equipamentos débitos créditosdébitos créditos capital caixa débitos créditos Depreciação Acumulada débitos créditos 1.3.5 Patrimônio Final Caixa 95.000,00 Obrigações - Capital 100.000,00 (-) LPA (6.000,00) Despesa não Operacional 54.000,00 Receita Não Operacional 55.000,00 Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido Despesas Receitas 1.3.6 Considerações Finais Repare que, após a ocorrência do fato contábil, o valor do patrimônio líquido (bens/direitos (-) obrigações) foi alterado: (1) o valor inicial, de R$ 94.000,00, foi aumentado (pela Receita de R$ 55.0000,00) e reduzido (pela despesa de R$ 54.000,00) – resultando em um aumento líquido de R$ 1.000,00; (2) adicionalmente, houve mudança de valor em CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 19 mais de um elemento do patrimônio (equipamentos, depreciação acumulada e Caixa). Portanto, trata-se de um fato contábil misto aumentativo. Em que pese o fato de que o equipamento tenha sido comprado por R$ 60.000,00 e vendido por apenas R$ 55.000,00 (que, para um leigo pode parecer prejuízo), houve lucro de R$ 1.000,00. Isso porque, o equipamento foi comprado por R$ 60.000,00, mas foi usado (e com isso perdeu o equivalente a R$ 6.000,00) e passou a ter valor patrimonial de apenas R$ 54.000,00; pois bem, com a venda por R$ 55.000,00, apura-se um lucro de R$ 1.000,00. Na conta Caixa – representativa de um bem e, portanto, classificada no ativo – foi registrado um débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 40.000,00 para R$ 95.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos). Na conta Receita não Operacional – representativa de um motivo pelo qual o patrimônio aumentou durante o exercício e, portanto, classificada como conta de resultado – receita – foi registrado um crédito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 55.000,00). Isso também está de acordo com a natureza credora e unilateral das contas de receita: contas de receita somente têm seu saldo aumentado, por créditos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por débitos, apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício). Na conta Despesa não operacional – representativa de um motivo pelo qual o patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto, classificada como conta de resultado – despesa – foi registrado um débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 54.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e unilateral das contas dedespesa: contas de despesa somente têm seu saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por créditos, apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício). Na conta Equipamentos – representativa de um bem e, portanto, classificada no ativo – foram registrados créditos. Repare que essa conta teve seu saldo reduzido (de R$ 60.000,00 para R$ 0,00). Isso também está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos). Na conta Depreciação Acumulada – representativa de um ônus e, portanto, com natureza passivo (apesar de classificada como conta Redutora do Ativo) – foi registrado um débito. Repare que essa conta teve seu saldo reduzido (de R$ 6.000,00 para R$ 0,00). Isso também CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 20 está de acordo com a natureza credora das contas de passivo (e, também das contas redutoras do ativo): contas de passivo (bem como contas redutoras do ativo) têm seu saldo aumentado por créditos (e reduzido por débitos). Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 115.000,00, é idêntico ao valor dos créditos, R$ 115.000,00, e que isso está de acordo com o método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um crédito de igual valor. Em tempo, uma forma simples e rápida de verificar a correção do registro do fato contábil é a comparação dos somatórios de valores em ambos os lados do patrimônio (representado no balancete) – esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque: - o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e Despesas) é igual a R$ 149.000,00; - o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo, Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$ 149.000,00. 1.4 Venda do equipamento, em 01/01/200X+1, por R$ 53.000,00 1.4.1 Descrição e Considerações sobre o Fato Contábil Venda, à vista (com recebimento em dinheiro) do equipamento, pelo preço de R$ 53.000,00. Considerando que, (1) o equipamento foi adquirido pelo valor original de R$ 60.000,00 e (2) que, desse valor, foi perdidos (por uso, desgaste ou obsolescência) na forma de depreciação o equivalente de R$ 6.000,00. 1.4.2 Patrimônio Inicial Considere, como patrimônio inicial, exatamente o patrimônio após a depreciação do bem (patrimônio final do lançamento 26) e após o fechamento do exercício do ano de 200X6 didaticamente proposto da seguinte forma: (1) R$ 40.000,00, em dinheiro; (2) R$ 60.000,00, em equipamentos; (3) R$ 6.000,00 em Depreciação Acumulada do equipamento; (4) R$ 100.000,00, em capital (colocado pelos sócios, para a formação do patrimônio da empresa); e (5) R$ 6.000,00 em prejuízos acumulados. 6 Não apresentaremos, aqui, os lançamentos de fechamento do exercício de 200X, por tratar-se de assunto detalhadamente visto (nos lançamentos de n° 23 e 24, cuja leitura recomendamos) e que pode ser realizado pelo aluno a título de treinamento e fixação de conceitos. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 21 A seguir, encontra-se apresentado o balancete representativo do patrimônio acima sugerido. Caixa 40.000,00 Obrigações - Equipamentos 60.000,00 (-) Depreciação Acumulada (6.000,00) Capital 100.000,00 (-) LPA (6.000,00) Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido Despesas Receitas 1.4.3 Análise dos Efeitos Patrimoniais do Fato Já foi dito, neste curso, que a venda é um momento mágico, mas nunca é demais repetir! A venda, não somente de mercadorias, mas de qualquer bem, é um momento mágico porque é nesse momento que os patrimônios de nossa empresa (vendedora) e do cliente se tocam. É nesse momento que “cai” valor, do céu (vindo do patrimônio do cliente), no “colo” do patrimônio da empresa, aumentando-o; isso porque, também é nesse momento que nossa empresa “joga” valor, para fora de seu patrimônio (em direção ao patrimônio do cliente), e, assim, reduz seu patrimônio. Para entender as razões do poético texto acima, faz-se necessário voltar aos conceitos básicos do princípio de competência – vistos na aula 01 de nosso curso e repassados no item imediatamente anterior, cuja leitura recomendamos. Para que a empresa possa cumprir o que havia prometido, ela tem que se desfazer de um bem, antes pertencente a seu patrimônio, o equipamento. Assim, a empresa incorre em uma necessária redução de seu patrimônio, para poder auferir a receita da venda referenciada no parágrafo anterior. Dessa forma, é – também – nesse momento que ocorre a despesa (redução do patrimônio), denominada “Despesa não CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 22 Operacional”. Importante definir o valor patrimonial do equipamento que está sendo entregue ao cliente. Esse valor corresponde a R$ 54.000,00, que é o resultado do valor original do equipamento (R$ 60.000,000), deduzido do valor da respectiva depreciação acumulada (R$ 6.000,00). Assim, esse acontecimento é registrado em dois passos: - primeiramente, apura-se o valor do bem, tapando o buraco patrimonial representado pela Depreciação Acumulada, com origem no Equipamento; - em seguida aplica-se no lixo o valor do equipamento (já deduzido do valor da Depreciação Acumulada). Repare que, no momento da venda, a empresa cumpriu o que havia prometido – referente à operação de venda – entregar o equipamento para o cliente. Dessa forma, é nesse momento que ocorre a Receita. No presente caso, denominaremos essa receita de “Receita Não Operacional”7. A venda à vista enseja o desaparecimento do valor de bens existentes no patrimônio da empresa (Equipamento), registrado nas contas Equipamentos e Depreciação Acumulada, que terão seus saldos zerados, e, também, o surgimento (aumento) de dinheiro no patrimônio da empresa, registrado na conta Caixa, que terá seu saldo majorado. Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que: d) apura-se o valor do bem a ser vendido – “seis mil grãos de areia” são aplicados no buraco patrimonial Depreciação Acumulada, cuja origem é o montinho patrimonial Equipamentos. e) “caem, de pára-quedas”, do céu (do patrimônio alheio), “cinqüenta e três mil grãos de areia”, aumentando o patrimônio da empresa, (esse aumento de patrimônio deve ser registrado na conta de resultado Receita não Operacional) e que esses “cinqüenta e cinco mil grãos de areia” são aplicados no montinho patrimonial Caixa; f) por outro lado, “cinqüenta e quatro mil grãos de areia” são desbastados do montinho patrimonial Equipamentos e jogados na “lata de lixo”, aplicados fora do patrimônio 7 Pelo termo operacional, entende-se aquilo que é usual no dia-a-dia da empresa, ou seja, aquilo que é esperado que aconteça. Pelo contrário, não operacional é aquilo que ocorre apenas eventualmente e, conseqüentemente, não se espera que aconteça a toda hora. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 23 (em direção ao patrimônio do cliente), reduzindo-o (essa redução de patrimônio deve ser registrada na conta de resultado Despesa não Operacional). A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores, entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela. Caixa 40.000,00 Obrigações - 53.000,00 93.000,00 Equipamentos 60.000,00 (6.000,00) Capital 100.000,00 54.000,00 (54.000,00) -(-) Depreciação Acumulada (6.000,00) 6.000,00 - (-) LPA (6.000,00) Despesa não Operacional 54.000,00 Receita Não Operacional 53.000,00 Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido Despesas Receitas 28.a 28.b 28.c Agora ficou muito fácil: 28.a) apuração do valor patrimonial do equipamento: - Setinha é débito – Depreciação Acumulada; - Bolinha é crédito – Equipamentos. 28.b) com relação à Receita: - Setinha é débito – Caixa; - Bolinha é crédito – Receita Não Operacional. 28.c) com relação à Despesa: - Setinha é débito – Despesa não Operacional; - Bolinha é crédito – Equipamentos. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 24 1.4.4 Lançamento 1.4.4.1 Registro no Livro Diário D = Depreciação Acumulada C = a Equipamentos 6.000,00 D = Caixa C = a Receita não Operacional 53.000,00 D = Despesa não Operacional C = a Equipamentos 54.000,00 Depreciação Acumulada a Equipamentos 6.000,00 Caixa a Receita não Operacional 53.000,00 Despesa não Operacional a Equipamentos 54.000,00 Ou, simplesmente: 28.a 28.b 28.c 28.a 28.b 28.c 1.4.4.2 Registro no Livro Razão 100.000,00 si si 40.000,00 si 60.000,00 6.000,00 si 28.b 53.000,00 6.000,00 28.a 28.a 6.000,00 sf 93.000,00 s' 54.000,00 - sf 54.000,00 28.c sf - si 6.000,00 53.000,00 28.b 28.c 54.000,00 débitos créditos Depreciação Acumulada débitos créditos LPA débitos créditos Equipamentos débitos créditosdébitos créditos capital caixa Receita não Operacional Despesa não Operacional débitos créditos débitos créditos CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 25 1.4.5 Patrimônio Final Caixa 93.000,00 Obrigações - Capital 100.000,00 (-) LPA (6.000,00) Despesa não Operacional 54.000,00 Receita Não Operacional 53.000,00 Ativo Passivo ------------------------------------------- Patrimônio Líquido Despesas Receitas 1.4.6 Considerações Finais Repare que, após a ocorrência do fato contábil, o valor do patrimônio líquido (bens/direitos (-) obrigações) foi alterado: (1) o valor inicial, de R$ 94.000,00, foi aumentado (pela Receita de R$ 53.0000,00) e reduzido (pela despesa de R$ 54.000,00) – resultando em uma redução líquida de R$ 1.000,00; (2) adicionalmente, houve mudança de valor em mais de um elemento do patrimônio (equipamentos, depreciação acumulada e Caixa). Portanto, trata-se de um fato contábil misto aumentativo. Em que pese o fato de que o equipamento tenha sido comprado por R$ 60.000,00 e vendido por apenas R$ 53.000,00 (que, para um leigo, pode parecer prejuízo de sete mil reais), o prejuízo foi de apenas R$ 1.000,00. Isso porque, o equipamento foi comprado por R$ 60.000,00, mas foi usado (e com isso perdeu o equivalente a R$ 6.000,00) e passou a ter valor patrimonial de apenas R$ 54.000,00; pois bem, com a venda por R$ 53.000,00, apura-se uma perda de R$ 1.000,00. Na conta Caixa – representativa de um bem e, portanto, classificada no ativo – foi registrado um débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 40.000,00 para R$ 93.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos). CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 26 Na conta Receita não Operacional – representativa de um motivo pelo qual o patrimônio aumentou durante o exercício e, portanto, classificada como conta de resultado – receita – foi registrado um crédito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 53.000,00). Isso também está de acordo com a natureza credora e unilateral das contas de receita: contas de receita somente têm seu saldo aumentado, por créditos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por débitos, apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício). Na conta Despesa não operacional – representativa de um motivo pelo qual o patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto, classificada como conta de resultado – despesa – foi registrado um débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 54.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por créditos, apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício). Na conta Equipamentos – representativa de um bem e, portanto, classificada no ativo – foram registrados créditos. Repare que essa conta teve seu saldo reduzido (de R$ 60.000,00 para R$ 0,00). Isso também está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos). Na conta Depreciação Acumulada – representativa de um ônus e, portanto, com natureza passivo (apesar de classificada como conta Redutora do Ativo) – foi registrado um débito. Repare que essa conta teve seu saldo reduzido (de R$ 6.000,00 para R$ 0,00). Isso também está de acordo com a natureza credora das contas de passivo (e, também das contas redutoras do ativo): contas de passivo (bem como contas redutoras do ativo) têm seu saldo aumentado por créditos (e reduzido por débitos). Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 113.000,00, é idêntico ao valor dos créditos, R$ 113.000,00, e que isso está de acordo com o método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um crédito de igual valor. Em tempo, uma forma simples e rápida de verificar a correção do registro do fato contábil é a comparação dos somatórios de valores em ambos os lados do patrimônio (representado no balancete) – esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque: - o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e Despesas) é igual a R$ 147.000,00; CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 27 - o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo, Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$ 147.000,00.
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