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CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 1 1 Roteiro Nesta aula, trabalharemos os conceitos atinentes às demonstrações contábeis e – especificamente – ao Balanço Patrimonial, em seu grupo Ativo Circulante. A seguir, encontra-se uma lista dos itens que serão vistos: 1 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - definição, conceitos iniciais e apresentação didática (do ponto de vista de suas finalidades) a) Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício b) Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados e Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido c) Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos 2 - Balanço patrimonial a) Ativo b) Passivo c) Patrimônio líquido 3 - Grupos específicos de contas do balanço patrimonial a) Ativo Circulante b) Ativo Realizável a Longo Prazo c) Ativo Permanente a. Ativo Permanente Investimentos b. Ativo Permanente Imobilizado c. Ativo Permanente Diferido 4 - Passivo Exigível – Circulante e Exigível a Longo Prazo 5 - Resultados de Exercícios Futuros 6 - Patrimônio Líquido 7 - Grupos específicos de contas do Ativo Circulante a) Disponibilidades b) Aplicações de Curto Prazo – Investimentos Temporários c) Créditos – Contas a Receber d) Estoques e) Despesas antecipadas 8 - Contas componentes do subgrupo Disponibilidades (do ativo circulante) CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 2 a) Caixa b) Bancos – depósitos bancários à vista c) Aplicações de liquidez imediata d) Numerários em trânsito e) Saldos em moeda estrangeira 9 - Contas componentes do subgrupo Aplicações de curto prazo (do ativo circulante) a) Aplicações de renda fixa b) Aplicações de renda variável 10 - Contas componentes do subgrupo Créditos (do ativo circulante) a) Clientes a. Duplicatas a receber b. Provisão para créditos de liquidação duvidosa c. Duplicatas descontadas d. Outros créditos de clientes b) Adiantamentos a terceiros c) Dividendos propostos a receber e dividendos a receber d) Tributos a compensar / recuperar e) Depósitos restituíveis e valores vinculados f) Provisões sobre os demais créditos – não alcançadas pela PCLD 11 - Contas componentes do subgrupo Estoques (do ativo circulante) a) Mercadorias para revenda b) Matérias-primas, Materiais auxiliares e Materiais de acondicionamento e embalagem c) Produtos em elaboração e Produtos acabados d) Importações em andamento e) Adiantamento a fornecedores f) Almoxarifado e Manutenção e suprimentos gerais g) Provisões, para ajuste ao valor de mercado e para perdas em estoques (contas credoras) 12 - Contas componentes do subgrupo Despesas antecipadas (do ativo circulante) a) Seguros a vencer b) Aluguéis pagos antecipadamente CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 3 c) Assinatura de periódicos d) Juros passivos a apropriar – referentes a duplicatas descontadas 2 Introdução Serão estudadas, neste tópico da matéria, as demonstrações mais importantes do ponto de vista legal e contábil, ou seja: - balanço patrimonial; - demonstração do resultado do exercício; - demonstração de lucros ou prejuízos acumulados; - demonstração de mutações do patrimônio líquido, e; - demonstração de origens e aplicações de recursos. Conforme será visto a seguir, todas essas demonstrações são exigidas – dentro de condições – pela Lei 6.404, de 1976 (Lei das S/A). 3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 3.1 Demonstrações contábeis (financeiras) – definição e conceitos iniciais Relatório contábil é a exposição resumida e ordenada dos principais fatos registrados pela contabilidade, em determinado período. Entre os relatórios contábeis, os mais importantes são as demonstrações financeiras (terminologia utilizada pela lei das S/A), ou Demonstrações Contábeis (terminologia preferida pelos contadores). 3.1.1 Demonstrações exigidas pela lei das S/A A lei das S/A estabelece, em seu art. 176 que ao fim de cada exercício social (ano), a diretoria fará elaborar, com base na escrituração contábil, as seguintes demonstrações financeiras: - balanço patrimonial; - demonstração do resultado do exercício (anteriormente denominada demonstração de lucros e perdas); - demonstração de lucros ou prejuízos acumulados; - demonstração de origens e aplicações de recursos. A seguir, para fins de clareza, encontra-se reproduzido o citado artigo: Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 4 deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e IV - demonstração das origens e aplicações de recursos. § 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. § 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes". § 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia-geral. ... § 6º A companhia fechada, com patrimônio líquido, na data do balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração das origens e aplicações de recursos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997) 3.1.2 Notas explicativas às Demonstrações Financeiras Para complementar dados das demonstrações relacionadas, existem as notas explicativas que, na verdade, não são demonstrações financeiras, servem apenas para complementá-las. A previsão para apresentação de notas explicativas às demonstrações financeiras encontra-se na própria Lei 6.404, de 1976, (Lei das S/A) em seu art. 176 §§ 4o e 5o, a seguir: Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: ... § 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. § 5º As notas deverão indicar: CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 5 a) Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (artigo 247, parágrafo único); c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (artigo 182, § 3º); d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; e) a taxa de juros,as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; f) o número, espécies e classes das ações do capital social; g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; h) os ajustes de exercícios anteriores (artigo 186, § 1º); i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. 3.1.3 Exercício social Conforme já visto, o exercício social consiste em um período de tempo, que tem a duração de um ano, não havendo necessidade de coincidir com o ano civil (01/01 a 31/12), embora na maioria das vezes assim aconteça, em que – ao seu final – são elaboradas as citadas demonstrações financeiras. Os acionistas da companhia definirão – em estatuto – a data do término de exercício social, que não deverá ser alterada, a não ser em condições supervenientes. No ano da constituição da companhia, nos casos de alteração estatutária e no último ano de existência da companhia, o exercício pode ter duração diversa. Tudo isso se encontra previsto no art. 175 da Lei n° 6.404, de 1976, abaixo: Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto. Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa. Cumpre referir que, do ponto de vista societário, conforme previsto na Lei das S/A, o exercício é de doze meses e, portanto, as demonstrações financeiras deverão ser elaboradas e apresentadas (atividade CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 6 normalmente referida como “levantamento de balanços”) ao final de cada um dos exercícios (períodos de 12 meses). Entretanto, a empresa não está obrigada somente ao cumprimento das determinações da Lei das S/A, há outros dispositivos legais que criam obrigações para as empresas, como – por exemplo – a legislação tributária e tais disposições podem obrigar a empresa a elaborar e apresentar demonstrações financeiras em períodos e momentos diversos daqueles determinados na Lei das S/A. Apenas ilustrando a colocação feita no parágrafo anterior, de acordo com a legislação tributária, empresas obrigadas (ou optantes) pela tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ – pela sistemática do Lucro Real Trimestral devem, necessariamente, elaborar e apresentar demonstrações financeiras referentes a cada trimestre do ano calendário, ou seja, referentes a 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, além daquelas exigidas pela legislação societária. Uma última referência – importante – é a de que o fato de uma empresa estar obrigada (pela legislação tributária, ou outra qualquer) à elaboração e apresentação de demonstrações financeiras em períodos diversos do exercício (por exemplo, trimestralmente) não ilide o fato de que o exercício seja um período de 12 meses. Sendo a Contabilidade o objetivo de nosso curso, focaremos o estudo nas obrigações criadas pela Lei das S/A, deixando determinações fiscais para um curso específico sobre o assunto. 3.1.4 Aplicação das regras da Lei da S/A (Lei 6.404, de 1976) a empresas limitadas Todas as empresas, independentemente de sua formatação jurídica (exceto o pequeno empresário e o empresário rural) estão obrigadas a elaborar Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado Econômico, nos termos dos arts. 1.179, 1.188 e 1.189 da Lei 10.406, de 2002 (Código Civil), abaixo transcritos: Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. ... Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 7 Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações que acompanharão o balanço patrimonial, em caso de sociedades coligadas. Art. 1.189. O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na forma da lei especial. Pela legislação do Imposto de Renda, as Sociedades Por Quotas de Responsabilidade Limitada devem seguir parte dos dispositivos da Lei das Sociedades por ações. Embora não seja necessária a publicação das demonstrações Financeiras por parte destas empresas, estas devem estruturar suas demonstrações nos moldes da lei das S/A de forma a atender às exigências de legislação tributária. Neste caso, somente a demonstração de origens e aplicações de recursos não é exigida. Isso se encontra previsto no art. 274 do Decreto 3.000, de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda), a seguir: Art. 274. Ao fim de cada período de incidência do imposto, o contribuinte deverá apurar o lucro líquido mediante a elaboração, com observância das disposições da lei comercial, do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do período de apuração e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 7º, § 4º, e Lei nº 7.450, de 1985, artigo 18). § 1º O lucro líquido do período deverá ser apurado com observância das disposições da Lei nº 6.404, de 1976 (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 67, inciso XI, Lei nº 7.450, de 1985, artigo 18, e Lei nº 9.249, de 1995, artigo 5º). Disso, conclui-se que, para fins fiscais, as empresas devem levantar as mesmas demonstrações exigidas pela Lei das S/A, exceto a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR. O conteúdo teórico, até aqui apresentado, acerca das demonstrações financeiras, pode ser encontrado em qualquer bom livro de Contabilidade Geral. Ocorre que essa abordagem carece de conteúdo didático, que leve o estudante a entender a razão pela qual a legislação veio a exigir justamente a preparação dessas demonstrações financeiras. Pior ainda é o caso de se apresentar – em seguida – a estrutura e o conteúdo das referidas demonstrações, conforme determinados em lei. Ora, entendemos que a lei tem por objetivo regular o comportamento das pessoas, naquilo que eles são relevantes para a vida em sociedade. Portanto, para entender o conteúdo de dispositivos legais, devemos entender o substrato fático sobre o qual ele incide e, principalmente, o objetivo por ele buscado. Somente dessa maneira, será possível ver CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 8 lógica em dispositivos normativos, entender os mecanismos que eles regulam e os efeitos de sua aplicação, no mundo dos fatos. 3.1.5 Apresentação didática das demonstrações financeiras – do ponto de vista de suas finalidades Entendemos que, para seja possível o conhecimento de um determinado conceito, uma coisa, ou um ente qualquer, é necessário procurar quatro elementos fundamentais nele presentes – que o diferencia dos demais conceitos, coisas, ou entes. Tais elementos são: (a) a matéria, da qual a coisa é feita, (b) a forma dessa coisa, (c) o motivo que ensejou a existência dela e (d) a finalidade para a qual ela existe. Esse é um método bastante eficiente para o entendimento da realidade que nos envolve. Uma peculiaridade desse método reside no fato de revelar que “a forma serve ao fim”, ou seja, as coisas assumem uma forma para melhor alcançar o fim aque se destinam. Portanto, conhecendo a finalidade da coisa observada, o entendimento de sua forma fica muito facilitado. Tomemos, como exemplo, uma cadeira. Uma cadeira é (1) feita de madeira e pregos; (2) tem por formato: (a) quatro pernas, (b) um assento e (c) um encosto; (3) é feita pelo homem (porque ele assim o quis) e (4) tem por finalidade permitir que as pessoas sentem-se nelas (para ler, comer, assistir televisão, etc.). Se uma cadeira fosse apresentada a um selvagem (que descansa de cócoras e, portanto, nunca viu uma cadeira), pela sua forma, ele poderia imaginar que uma cadeira fosse: (1) um totem (para adoração de um deus qualquer); (2) um instrumento de defesa (com quatro lanças, de pontas pouco afiadas); (3) parte de uma armadilha, para capturar animais; etc. Ocorre que, se fosse (de pronto) dito a ele que a cadeira serve para que uma pessoa possa se sentar nela, ele rapidamente entenderia a razão das quatro pernas (sustentação), do assento (acomodação das coxas e nádegas) e do encosto (acomodação das costas). Esse exemplo ilustra a afirmação de que, conhecendo-se o fim, a razão da forma é rapidamente entendida. Em outras palavras, “a forma serve ao fim”. Transportando esse conceito para o estudo das demonstrações contábeis, revela-se claramente o equívoco de apresentação das demonstrações (1) pela sua enumeração, conforme disposto em lei, e (2) pelas forma e conteúdo, determinados em lei. Isso porque, sem saber a finalidade (informacional) de cada demonstração, fica difícil entender (e decorar) sua forma e seu conteúdo. Esse é um caminho CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 9 fácil para apresentação do assunto (basta repetir a lei), mas consiste num dos caminhos mais difíceis para que o neófito entenda o assunto. Portanto, nesse ponto da matéria, vamos identificar qual a finalidade de cada demonstração financeira (no sistema de informações contábil). Inicialmente, pela sua importância, bem como pela relação de complementariedade das respectivas informações, vamos analisar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Em seguida, analisaremos a finalidade da Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (juntamente com a finalidade da Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido). E, finalmente, analisaremos a finalidade informacional da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos. 3.1.5.1 Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício a) O Balanço Patrimonial tem, como finalidade, a apresentação do valor de cada um dos itens do patrimônio, registrados em contas patrimoniais, (representando bens, direitos, obrigações; bem como a respectiva diferença entre eles) em um DETERMINADO MOMENTO DO TEMPO – no caso, no início e no final do exercício. Em outras palavras, o Balanço Patrimonial pode ser encarado – metaforicamente – como uma “fotografia do patrimônio”. b) A Demonstração do Resultado do Exercício tem como finalidade a apresentação dos motivos pelos quais o valor do patrimônio aumentou (receitas) ou diminuiu (despesas), durante o período de tempo compreendido entre a apresentação dos dois balanços patrimoniais, acima descritos, no caso, durante o exercício (tais motivos estão representados por contas de resultado). Em outras palavras, a Demonstração do Resultado do Exercício é a lista de motivos (e respectivos valores) pelos quais o patrimônio aumentou ou diminuiu no período compreendido entre suas duas fotografias. Essas duas são as mais importantes demonstrações contábeis e nos dão a idéia da sistemática de controle a apresentação do patrimônio. Assim, de acordo com essa sistemática, de apresentação de informações acerca do patrimônio, utilizada pela contabilidade, conforme já visto,1 ocorre o seguinte: 1 Na aula 03, quando da apresentação das contas patrimoniais e de resultado. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 10 a) No início do exercício, o patrimônio deverá apresentar uma determinada configuração (com bens e direitos – Ativo, obrigações – Passivo e a respectiva diferença – Patrimônio Líquido). Repare que, conforme definições já vistas neste curso, nesse momento, o patrimônio apresentado deve refletir uma igualdade � Ativo (-) Passivo (=) Patrimônio Líquido. Essa igualdade é – justamente – a característica do balanço patrimonial (repare que a palavra balanço nos dá uma idéia de equilíbrio/igualdade) b) Durante o período (exercício), ocorrem Fatos Contábeis e, portanto, há modificação no patrimônio inicial (com o aumento ou a redução do valor patrimonial de bens, direitos e obrigações constantes do patrimônio inicial). Esses Fatos Contábeis podem ser Fatos Permutativos (sem alteração do valor total do patrimônio, mas com simples troca de valores entre elementos patrimoniais). Esses Fatos Contábeis podem ser – também – Fatos Modificativos ou Mistos (que alteram o valor total do patrimônio, para mais ou para menos). Na ocorrência de Fatos Mistos ou Modificativos, o Patrimônio Líquido tem seu valor alterado, mas essas alterações do valor do Patrimônio Líquido não são imediata e diretamente registradas nele. Na verdade, o valor registrado no Patrimônio Líquido fica inalterado (por despesas ou receitas) durante todo o exercício – ou seja, o equilíbrio (característico do Balanço Patrimonial inicial) fica “quebrado”. É como se, do Patrimônio Líquido, fossem retiradas temporariamente informações e guardadas em algumas contas especiais (de Resultado) apresentadas na Demonstração do Resultado do Exercício: .. c) No final do exercício, deve ser – de novo – apresentado um Balanço Patrimonial. Para que isso seja possível, é necessário que as contas de resultado, componentes da Demonstração do Resultado do Exercício, tenham seu valor (saldo)2 zerado (reduzido a zero) e o valor líquido nelas registrado (somatório das receitas, deduzido do somatório das despesas) transferido, de volta, para o Patrimônio Líquido – restabelecendo a igualdade (Ativo (-) Passivo (=) Patrimônio Líquido). Dessa maneira é possível a apresentação de uma situação patrimonial final, na forma de Balanço Patrimonial. A partir dos conceitos acima apresentados, é possível visualizar, no modelo contábil de representação do patrimônio, bem como de suas alterações no tempo (durante o exercício), as funções informacionais do Balanço Patrimonial e da DRE, conforme a seguir: 2 Conforme já apresentado, o saldo de uma conta é o valor nela registrado. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 11 Ativo Passivo Ativo Passivo ------- PL ------- PL Início Final Despesas Receitas ----- Saldo líquido (Receitas-Despesas) Exercício DRE BPi BPf Pela figura acima, é possível visualizar as diferentes finalidades das diferentes informações trazidas ao usuário pelas demonstrações (a) Balanço Patrimonial e (b) Demonstração do Resultado do Exercício: - O Balanço Patrimonial apresenta os saldos das contas patrimoniais (representativas de bens, direitos ou obrigações), informando o valor do respectivo elemento patrimonial – em um dado momento – Estática Patrimonial; - A Demonstração do Resultado do Exercício apresenta os saldos das contas de resultado (representativas de receitas ou despesas), indicando o motivo pelo qual o patrimônio teve seu valor majorado ou reduzido – durante um período de tempo, o exercício –Dinâmica Patrimonial,. Metaforicamente, não podemos deixar de referenciar a relação entre as informações constantes dos Balanços Patrimoniais (inicial e final) e asrelativas à Demonstração do Resultado do Exercício sob o enfoque do conteúdo de reportagens da revista “Pense Leve”3, especificamente na coluna “Antes e Depois”. Nessa coluna, são mostradas fotos de pessoas antes e depois da reeducação alimentar, sendo que – entre as fotos – há um breve texto contando o que foi feito no período (compreendido entre os momentos em que as duas fotos foram tiradas), para que o corpo da pessoa (seu “patrimônio”) tivesse sofrido a transformação mostrada pela comparação das duas fotos. Em outras palavras, na coluna “Antes e Depois” da Revista Pense Leve, são apresentados dois “Balanços Patrimoniais” de uma pessoa (antes e 3 A revista Pense Leve, é uma revista que trata de assuntos relacionados à saúde e alimentação, patrocinada pela organização “Vigilantes do Peso”. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 12 depois da reeducação alimentar) e, no texto, abaixo, é apresentada uma “Demonstração do Resultado do Exercício”, onde são relatados os motivos que ensejaram a alteração do “Balanço Patrimonial” – corpo da pessoa. 3.1.5.2 Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados e Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido Do ponto de vista de sua finalidade, a Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados – DLPA tem a função de apresentação da MANEIRA PELA QUAL O RESULTADO DO EXERCÍCIO SE INCORPOROU AO PATRIMÔNIO. Em outras palavras, a DLPA tem por finalidade “fazer o meio de campo entre o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício”. Já sabemos que os valores dos aumentos ou reduções ocorridas no patrimônio, durante o exercício, não são diretamente registradas em contas patrimoniais (constantes no Balanço Patrimonial), mas que essas informações são registradas em contas de resultado (próprias da Demonstração do Resultado do Exercício). Sabemos, também, que a informação do resultado do exercício (aumento ou redução líquida do patrimônio, no período) retorna para o patrimônio ao final do exercício. Portanto, resta saber o que a azienda resolveu fazer com esse valor. O resultado do exercício tem três possíveis destinos: a) ser entregue aos sócios, na forma de dividendos a pagar; b) ser guardado – dentro do patrimônio da própria empresa – para ser utilizado em um dia de chuva, em operação chamada de “constituição de reserva”; c) retornar para a empresa, na forma de “contribuição dos sócios para a formação do patrimônio da empresa”, em operação denominada “aumento de capital” (capitalização dos lucros). Assim, a DLPA, referenciando informações do patrimônio e do resultado, tem por finalidade evidenciar a incorporação do resultado no patrimônio, e seu destino. A figura abaixo ilustra a função informacional da DLPA, no sistema de informações patrimoniais contábil: CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 13 Ativo Passivo Ativo Passivo ------- PL ------- PL Início Final Despesas Receitas ----- Saldo líquido (Receitas-Despesas) Exercício DRE BPi BPf DLPA A Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL tem a mesma finalidade informacional que a DLPA, ou seja, “fazer o meio de campo entre o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício”. Não é por outro motivo que a Lei da S/A (Lei n° 6.404, de 1976) determina que a companhia que apresentar a DMPL estará dispensada de apresentar a DLPA, conforme seu art. 186, a seguir: Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: ... § 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia. Com o trio, Balanço(s) patrimonial(is), Demonstração do Resultado do Exercício, e Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados, temos um conjunto de demonstrações que representa o comportamento do Patrimônio ao longo do tempo (exercício). A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR não faz parte desse sistema de informações, acerca do patrimônio, mas tem outro objetivo, conforme veremos a seguir. 3.1.5.3 Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR – tem por objetivo a apresentação da situação financeira da azienda, no curto prazo. Assim, a DOAR demonstra o que ocorre com o conjunto composto por (a) bens e direitos realizáveis no curto prazo e (b) obrigações exigíveis no curto prazo, que se denomina Capital Circulante CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 14 Líquido e que pode ser entendido como a “folga financeira de curto prazo”. Em outras palavras, a DOAR demonstra as operações que ensejaram aumentos e reduções da “folga financeira de curto prazo”. Repare que as demais demonstrações se preocupam com a situação do patrimônio e com o regime de competência. A DOAR, ao contrário, se preocupa com o efeito financeiro dos acontecimentos do patrimônio. Uma confirmação de que a DOAR não é parte integrante da tríade de demonstrações (BP/DRE/DLPA) antes apresentada reside no fato de que a DOAR não é – sequer – exigida para todas as companhias, conforme depreende-se da leitura do § 6o do art. 176 da Lei das S/A, abaixo: § 6º A companhia fechada, com patrimônio líquido, na data do balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração das origens e aplicações de recursos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997) Conhecidas as finalidades informacionais de cada uma das demonstrações exigidas pela Lei das S/A, passaremos a analisar o conteúdo e a forma das demonstrações. 3.2 Balanço patrimonial 3.2.1 Conceitos iniciais Vamos iniciar nosso estudo das demonstrações contábeis pelo Balanço Patrimonial. Foi visto, acima, que a finalidade do balanço patrimonial é “apresentar a situação do patrimônio – bens direitos e obrigações, bem como a respectiva diferença entre bens/direitos e obrigações – em um determinado momento da existência de uma azienda”. Portanto, em momentos determinados pela legislação (ao final de cada exercício, conforme também já visto), o patrimônio deve ser demonstrado, com referência aos elementos que o compõem (contas) e aos respectivos valores a eles atribuídos (saldos). O balanço patrimonial, assim, reflete a posição das contas patrimoniais em determinado momento, no final de cada exercício, o que normalmente ocorre ao fim do ano – mas não necessariamente, visto que o exercício pode ter início e fim em datas diversas daquelas do ano civil. Conforme também já apresentado, nos termos do parágrafo 1o do art. 176 da Lei das S/A, o Balanço Patrimonial de um determinado exercício deve ser apresentado com indicação (também) do respectivo valor no final do exercício anterior (para fins de clareza na verificação da evolução patrimonial e comparação), nos termos a seguir: CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 15 § 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. Esse dispositivo, portanto, tem a finalidade de prestigiar a comparação da situação atual com a anterior. O balanço patrimonial (conhecido pela sigla BP) é didaticamente apresentado em duas colunas: - a coluna do lado esquerdo é denominada ativo; - a coluna do lado direito é denominada passivo e patrimônio líquido. Balanço patrimonial Ativo PassivoLado esquerdo Lado direito 3.2.2 Grandes grupos de contas do Balanço Patrimonial Os três grandes grupos do Balanço Patrimonial são: (a) o ativo, (b) o passivo e (c) o Patrimônio Líquido, todos apresentados a seguir. 3.2.2.1 Ativo O ativo representa todos os bens e direitos4 de propriedade da empresa, que são avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. São exemplos de bens, tipicamente constantes do ativo, em um Balanço Patrimonial, as máquinas, os terrenos, os estoques, o dinheiro, as ferramentas, os veículos, as instalações, etc. Por outro lado, são exemplos de direitos componentes do ativo, em um Balanço Patrimonial, as contas a receber, as duplicatas a receber, os títulos a receber, as ações, os títulos de crédito, etc. Cumpre referir que, se o bem ou direito não for de propriedade da empresa, normalmente não constará no seu ativo. Por exemplo, um imóvel alugado pela empresa – para ser utilizado como sua sede administrativa – fisicamente consta das instalações da empresa, porém não figura em seu ativo. Outro exemplo, uma mercadoria existente no pátio de uma empresa, em consignação, para venda em nome de 4 Para maiores considerações sobre o conceito de bens e de direitos, ver aula 01 de nosso curso. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 16 terceiro, apesar de estar fisicamente dentro das instalações da empresa, não faz parte de seu ativo. O arrendamento mercantil (leasing)5 de uma máquina por uma empresa que paga contraprestações mensais, via de regra (exceto se o leasing operacional for desconsiderado para que a operação fique caracterizada uma venda financiada), não se considera ATIVO pois, apesar de estar dentro da empresa, não é de sua propriedade. Para ser ativo, é necessário que qualquer item preencha quatro requisitos simultâneos: - constituir bem ou direito para a empresa; - ser de propriedade da empresa; - ser mensurável monetariamente; - trazer benefícios, presentes ou futuros. O ativo é conhecido como patrimônio bruto ou total das aplicações ou, ainda, total dos investimentos da empresa, pelas razões a seguir. A expressão “patrimônio bruto” está em contraposição à expressão “patrimônio líquido”; ora, se o “patrimônio líquido” é definido como a diferença entre bens/direitos e obrigações, o conjunto de bens e direitos deve ser visto como o “patrimônio bruto” (ou seja, ainda não “líquido” das obrigações). A expressão “total de aplicações” está relacionada com o fato de que os bens e os direitos adquiridos pela empresa são as “aplicações” realizadas com os valores entregues à empresa (pelos sócios – capital) ou por terceiros (credores – empréstimos ou clientes – lucro). Da mesma forma a expressão “total de investimentos” significa que valores entregados, pelos sócios ou terceiros, à empresa são “investidos” na aquisição de bens ou direitos. O ativo está disposto em grupos de contas homogêneas ou de mesma características e tem seus itens agrupados de acordo com a sua liquidez, isto é, de acordo com a rapidez com que podem ser convertidos em dinheiro, nos termos do art. 178 da Lei das S/A, a seguir: Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. 5 O Leasing é uma operação em que uma empresa adquire o uso de um bem, pagando por isso um valor mensal (contraprestação – equivalente a um aluguel) e, ao final de um prazo pré-determinado, pode exercer um direito de compra do bem, por um valor já contratado (valor residual). CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 17 § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: a) ativo circulante; b) ativo realizável a longo prazo; c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido. (grifos na transcrição) Cabe, para fins de esclarecimento, investigar os conceitos de liquidez e realização. Por liquidez entende-se a capacidade de realização – assim, quanto maior a liquidez de um elemento patrimonial, mais facilmente ele é realizado. Realização, por seu turno, significa a aptidão, de um elemento patrimonial, para se transformar em outro. Ora, o elemento mais líquido é o dinheiro em caixa, porque – tendo curso forçado – pode ser imediatamente trocado por (transformado em) qualquer outro elemento. Ao contrário, um imóvel tem muito pouca liquidez, porque é de difícil realização (difícil troca por outro elemento patrimonial). No Ativo, portanto, as contas serão dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez dos elementos nelas registradas e agrupadas nos seguintes grupos: •Ativo Circulante; •Ativo Realizável a Longo Prazo; •Ativo Permanente: •investimentos; •imobilizado; •diferido. 3.2.2.2 Passivo Simplificadamente, o passivo evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros como – por exemplo: - contas a pagar; - fornecedores de matéria-prima (a prazo); - impostos a pagar; - financiamentos; - empréstimos. - títulos a pagar; - salários a Pagar; - encargos sociais a recolher; - dividendos a pagar; CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 18 - adiantamento de clientes; - provisões para pagamento de tributos, férias, décimo terceiro salário etc. O passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer, será exigida (reclamada) sua liquidação. Por isso, é mais adequado denominá-lo passivo exigível. É mister referenciar que não constam do passivo as obrigações que ainda se encontram pendentes do implemento de condições suspensivas6. De outra banda, já devem figurar no passivo as obrigações existentes – ainda que somente exigíveis no futuro – desde que já sejam conhecidas. Outras denominações usuais para este grupo patrimonial são (a) passivo real, (b) exigibilidades ou (c) capital de terceiros. O passivo circulante integra, junto com o passivo exigível a longo prazo (conceitos que serão tratados minuciosamente a seguir, nessa aula), o chamado passivo real, qual seja, aquela parcela do passivo que representa as obrigações da empresa para com terceiros. No que diz respeito à disposição das contas do passivo, a lei das S/A não é tão clara, quanto quando trata do ativo, mas, em seu art. 178 § 2o, indica que os grupos componentes do passivo deverão ser apresentados na ordem crescente do prazo de exigibilidade, conforme a seguir: § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: a) passivo circulante; b) passivo exigível a longo prazo; c) resultados de exercícios futuros; d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados. Assim, a classificação dos elementos (ou, pelo menos, dos grupos) do passivo deve ser realizada com base no mesmo princípio que norteia a classificação dos elementos do ativo – o prazo: (1) no ativo, o prazo de realização, (2) no passivo, o prazo de exigibilidade. 6 Por condição entende-se um “evento futuro e incerto”. Assim, somente no momento do implemento da condição a obrigação surgirá no patrimônio. Exemplificativamente, se a empresa é fiadora de um terceiro, ainda não contraiu obrigação nenhuma; somente no caso de inadimplência do terceiro é que surgirá – no patrimônioda empresa – um passivo (obrigação de honrar o pagamento não realizado por aquele terceiro). CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 19 Ainda, no âmbito do passivo, existe um item patrimonial que apresenta algumas características de passivo exigível e – ao mesmo tempo – de patrimônio líquido: o item “Resultado de Exercícios Futuros”, definido no art. 181 da Lei das S/A, abaixo: Resultados de Exercícios Futuros Art. 181. Serão classificadas como resultados de exercício futuro as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes. Os Resultados de Exercícios Futuros, portanto, de acordo com o disposto na lei das S/A, consistem nos valores das receitas de exercícios futuros (recebidas antecipadamente), diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes. Sob o aspecto contábil, trata-se de um grupo patrimonial bastante restrito, que deve abrigar somente receitas já recebidas, mas que, segundo o regime de competência, somente devem ser apropriadas ao resultado em exercícios futuros. Daí sua denominação, sendo que dessas receitas já devem estar deduzidos os custos e despesas correspondentes incorridos e a incorrer. Assim, classificam-se neste grupo somente os resultados futuros, mas com uma ressalva importante: - que não impliquem qualquer obrigação de prestações positivas (tanto de dar algo, como de fazer alguma coisa), mas tão somente a prestação negativa (de esperar que a receita esteja auferida – pelo regime de competência –, ou seja, não fazer nada no período futuro); - em relação aos quais não haja qualquer tipo de obrigação em devolvê-los por parte da empresa. Existindo obrigação com terceiros, a classificação correta seria no passivo circulante ou no passivo exigível a longo prazo, conforme a data de vencimento. 3.2.2.3 Patrimônio líquido O patrimônio líquido evidencia os recursos dos proprietários aplicados no empreendimento. O investimento inicial dos proprietários (a primeira aplicação) é denominado, Capital Inicial. Se houver outras aplicações por parte dos proprietários (acionistas – no caso de S.A – sócios – no caso de LTDA), estas constituirão acréscimo de capital. O patrimônio líquido também é constituído por resultados obtidos pela própria atividade da empresa. Estes resultados são denominados lucros CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 20 – caso positivos – ou prejuízos – caso negativos – e irão compor as contas de patrimônio líquido: - lucros ou prejuízos acumulados; - reservas de lucros. Apenas a título de esclarecimento acerca do mecanismo de integração, do lucro auferido, ao patrimônio, cabe referir que o lucro auferido pode ser – em seguida – destinado aos sócios (na forma de dividendos a pagar). Portanto, após integrar o patrimônio líquido, esse valor é dele retirado, por conta da entrega dos dividendos aos sócios (acionistas). O lucro auferido, em princípio passível de entrega aos sócios, pode ser reinvestido pelos sócios na empresa, na forma de aumento de capital. Metaforicamente, tanto o passivo quanto o patrimônio líquido podem ser encarados como obrigações da empresa. O passivo exigível constitui obrigação da empresa para com terceiros enquanto o PL constitui obrigação da empresa para com seus sócios. O PL, no entanto, é conhecido como passivo não exigível pois, por disposição de lei, ele não pode ser exigido pelos seus sócios a não ser quando da dissolução da empresa ou da saída do sócio. Desta forma, por não ser exigível, o PL é conhecido por capital próprio. Algebricamente é bastante fácil encontrar o PL, basta subtrair do ativo (bens + direitos) as dívidas da empresa, ou seja, o passivo (exigível), conforme esquematicamente a seguir: ATIVO (-) PASSIVO (=) PATRIMÔNIO LÍQUIDO A lei das S/A classifica, nos termos de seu art. 182, como integrantes do patrimônio líquido – simplificadamente – as seguintes contas (ou grupos de contas): - capital social; - reservas de capital; - reservas de reavaliação; - reservas de lucros; e - lucros ou prejuízos acumulados. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 21 3.2.3 Considerações sobre os grandes grupos de contas do Balanço Patrimonial 3.2.3.1 O termo “passivo” segundo a lei das S/A Pela lei das S/A, art. 178, o termo “passivo” possui conceito amplo, pois abrange todo o lado direito do balanço patrimonial. Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. ... § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: a) passivo circulante; b) passivo exigível a longo prazo; c) resultados de exercícios futuros; d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados. Assim, nas demonstrações financeiras publicadas, observa-se que o balanço patrimonial evidencia em seu cabeçalho apenas os termos ATIVO e PASSIVO. Todavia, a rigor, passivo (em sentido estrito) tem conotação de obrigações exigíveis, dessa forma, o patrimônio líquido deve ser classificado fora do subgrupo do passivo (em sentido estrito). 3.2.3.2 Avaliação do ativo Via de regra, a avaliação do valor dos elementos do ativo, nos termos do art. 183 da Lei das S/A, obedece a aplicação de dois princípios fundamentais de contabilidade: (a) Registro pelo Valor Original e (b) Prudência. A seguir, encontra-se reproduzido em parte o referido artigo. Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não classificados como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este for menor; serão excluídos os já prescritos e feitas as provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de realização, e será admitido o aumento do custo de aquisição, até o limite do valor do mercado, para registro de correção monetária, variação cambial ou juros acrescidos; CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 22 II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior; V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão; VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo das contas que registrem a sua amortização. (grifos na transcrição) A leitura do dispositivo acima revela que o valor dos elementos componentes do ativo deve ser determinado com base no seguinte critério– resumidamente apresentado na seguinte expressão: “custo ou mercado, dos dois o menor”. Por custo, entende-se o valor pago pela aquisição do bem ou direito (o valor que esse bem ou direito “custou” para a empresa). Por mercado, entende-se o valor que o mercado avalia esse bem ou direito. No caso do valor de mercado ser inferior ao custo, surge uma “perda na penumbra”, ou seja, a necessidade de registro de uma provisão sobre o valor inicial do bem7. 3.2.3.3 Origens e aplicações O lado do passivo, tanto o capital de terceiros (passivo exigível) como o capital próprio (patrimônio líquido), representa toda a fonte de recursos, toda a origem de capital. Em outras palavras, nenhum recurso novo entra na empresa se não for através do passivo ou do patrimônio líquido. O lado do ativo é caracterizado pela aplicação dos recursos captados via passivo e patrimônio líquido. 7 Sobre o conceito de provisão, ver aula 06 deste curso. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 23 Assim, se uma empresa: a) tomar emprestado recursos de uma instituição financeira (bancos, por exemplo), haverá uma origem de recursos – passivo. b) Arrecadar valores dos sócios, para – por exemplo – aumento de capital, haverá uma origem de recursos – patrimônio líquido. Todavia, esses recursos originados serão aplicados em algum lugar. Tais recursos se tornarão bens ou direitos da empresa, portanto serão aplicados em seu ativo (estoques, máquinas, etc.). Dessa forma, fica bastante simples entender porque o ativo será sempre igual ao passivo – em sentido amplo – (mais propriamente à soma do passivo com o patrimônio líquido). A empresa somente pode aplicar em seu patrimônio aquilo que tem uma origem e todo recurso originado para a empresa deverá ser aplicado elemento de seu patrimônio. Mais uma vez, recorrendo à nossa metáfora acerca do patrimônio (que o considera como uma “caixa de areia”), fica fácil visualizar que o total de areia “aplicado” nos montinhos patrimoniais representativos do ativo é originado (e, portanto, idêntico em valor) do total de areia “escavado” dos buracos patrimoniais representativos do passivo e do patrimônio líquido. Em outras palavras, o passivo e o PL são – em última análise – a origem do ativo, conforme figura a seguir: Ativo Passivo --------------------------- Patrimônio Líquido Bens e Direitos Obrigações Bens e Direitos (-) Obrigações 3.2.3.4 Explicação da expressão balanço patrimonial A expressão balanço decorre do equilíbrio: ATIVO = PASSIVO + PL ou da igualdade ORIGENS = APLICAÇÕES. A expressão balanço patrimonial decorre da idéia de equilíbrio do patrimônio (equilíbrio este existente entre origens e aplicações). CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 24 3.2.4 Grupos específicos de contas do balanço patrimonial Neste item da matéria, serão apresentadas as definições, e feitas considerações específicas sobre os seguintes grupos patrimoiais: (a) Ativo Circulante; (b) Ativo Realizável a Longo Prazo; (c) Ativo Permanente e seus subgrupos (c.1) Investimentos, (c.2) Imobilizado e (c.3) Diferido; (d) Passivo Circulante e Passivo Exigível a Longo Prazo; (e) Resultado de Exercícios Futuros e (f) Patrimônio Líquido. 3.2.4.1 Ativo Circulante De acordo com o disposto no art. 179 da Lei da S/A, no balanço patrimonial, o ativo circulante será composto por bens ou direitos realizáveis no exercício seguinte, conforme abaixo: Ativo Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; O correto entendimento desse dispositivo é de fundamental importância para a classificação das contas (no circulante ou não), durante o exercício. Para tal, é necessário ter em mente que a Lei das S/A dispôs sobre a apresentação do balanço patrimonial – que é uma demonstração a ser levantada ao final de cada exercício e, indiretamente, determinou o critério para a classificação das contas de ativo circulante no momento do lançamento contábil. Portanto, no final de cada exercício, as contas referentes ao ativo circulante deverão conter bens e direitos realizáveis até o final do próximo exercício (o que – na data do fechamento do exercício – corresponderá ao prazo de 12 meses). Mas, por: (1) esses bens e direitos terem ingressado no patrimônio durante o exercício (portanto, antes do levantamento do balanço patrimonial), e (2) o registro desses bens e direitos ser obrigatoriamente realizado na data do ingresso desses bens no patrimônio8; eles devem ser – imediatamente – classificados no ativo circulante, mesmo que na data de sua aquisição o prazo de realização ultrapasse o período de 12 meses (desde que a data de realização esteja prevista para antes do final do próximo exercício). Assim, exemplificando, a aquisição, em 03/04/2006, de um direito com data de realização prevista para 03/12/2007 (portanto, 18 meses após), deve ser registrada em uma conta do ativo circulante ou não? Vejamos, no final do exercício (em 31/12/2006), esse direito terá um prazo de 8 Pela aplicação do princípio fundamental de contabilidade da “Oportunidade”. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 25 realização inferior a 12 meses – portanto deve esse direito deve, sim, ser classificado no ativo circulante. Repare que, apesar de, no momento de sua aquisição, o direito ter um prazo superior a 12 meses para sua realização, sua data de realização é anterior ao final do próximo exercício e, portanto, no momento do balanço patrimonial, o prazo de realização será inferior a 12 meses. Dessa forma, propomos uma regra simples, e de fácil aplicação, para classificação de bens e direitos no ativo circulante: classificam-se – de imediato – no ativo circulante os bens e direitos cuja realização ocorrerá até o final do próximo exercício. No exemplo, o direito adquirido em 03/04/2006 deverá ser realizado em 03/12/2007, portanto antes do final do próximo exercício (que somente ocorreria em 31/12/2007), cabendo sua classificação – imediata – no ativo circulante. Recapitulando, por ativo circulante, entende-se o grupo onde serão classificados os seguintes itens: (1) disponibilidades, (2) bens e direitos realizáveis até o término do exercício social subseqüente e (3) as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. Cabe, entre uma breve observação, sobre uma situação específica – e rara: o balanço intermediário. Algumas empresas podem estar obrigadas a elaborar um Balanço patrimonial intermediário, ou seja, em data anterior à do encerramento do exercício (por determinação do estatuto, ou da lei – por conta da atividade da empresa). No caso, a classificação das contas no circulante, ou no longo prazo, deve levar em consideração os 12 meses seguintes à data de elaboração desse balanço intermediário. Assim, no balanço intermediário, uma conta que tenha prazo de realização terminando antes do final do exercício seguinte pode – eventualmente – ter de ser demonstrada no Ativo Realizável a Longo Prazo (basta que seu prazo de realização seja superior a 12 meses, contados da data do balanço intermediário). O ativo circulante é dividido em: - disponibilidades - Investimentos temporários - Créditos a receber - Estoques - Despesas antecipadas Adiante, nessa aula, estudaremos cada um dos grupos componentes do ativo circulante. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULARPROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 26 3.2.4.2 Ativo Realizável a Longo Prazo 3.2.4.2.1 Regra geral São classificáveis no Ativo Realizável a Longo Prazo contas da mesma natureza daquelas classificáveis no Ativo Circulante. Entretanto, tais contas têm a especial característica de que sua realização, certa ou provável, somente ocorrerá após o término do exercício seguinte. Essa situação enseja, normalmente, a realização num prazo superior a um ano a partir da data do balanço, nos termos do art. 179 da Lei das S/A a seguir reproduzido – em parte: Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: ... II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, ...; Essa, portanto, é a regra geral: o prazo de realização serve de termo divisório entre o Ativo Circulante e o Ativo Realizável a Longo Prazo. Entretanto, há dois casos especiais de classificação de contas no Ativo Realizável a Longo Prazo, em detrimento do Ativo Circulante, e vice- versa: (a) transações não operacionais entre a empresa e sócios, coligadas, controladas, diretores e outros participantes do resultado e (b) empresas com ciclo operacional superior a 12 meses. 3.2.4.2.2 Primeira exceção – direitos relativos a transações não operacionais, realizadas com partes relacionadas De acordo com a parte final do inciso II do art. 179 da Lei das S/A, os direitos derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia. Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: ... II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos ... derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; Antes de analisar o dispositivo acima (e entender seu objetivo), faz-se necessário precisar o conceito de dois termos – novos – nele utilizados: (a) sociedades controladas e (b) sociedades coligadas. Sociedades controladas são aquelas nas quais uma nossa empresa possui, de modo permanente, a maioria dos votos em Assembléia de Acionistas (por ter CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 27 poder sobre a maioria das ações com direito a voto) e a possibilidade de nomear/destituir a maioria dos administradores9. Sociedades coligadas são aquelas em que uma possui, pelo menos 10% do capital da outra, sem controlá-la. Esclarecidos os termos utilizados, vamos contextualizar o dispositivo legal (para que seja possível entender sua finalidade). Assim, cabe dizer que a Lei das S/A, preocupada em garantir que as empresas apresentassem seu patrimônio de modo claro para os usuários da contabilidade – privilegiando a essência, em detrimento da forma – não permitiu que um direito (da empresa) contra uma pessoa com ela relacionada fosse registrado como algo que a empresa tenha a possibilidade de exigir no curto prazo (em pouco tempo). Isso está de acordo com o que acontece na vida real: geralmente, as pessoas não exigem valores daqueles que estão intimamente com elas relacionados. Portanto, se a empresa tivesse, por exemplo, o direito de receber um valor de seu diretor (referente a um contrato de empréstimo, cuja data formalizada para pagamento fosse ocorrer em dois meses) e o diretor, eventualmente, não pagasse o valor na data formalizada – em contrato – para seu pagamento, muito dificilmente a empresa tentaria cobrar esse valor pelos meios legais (até porque, muitas vezes, o responsável pela cobrança de valores para a empresa pode ser o próprio diretor). Então, a lei, para evitar que os usuários da contabilidade, ao analisar as demonstrações do patrimônio da empresa (notadamente o Balanço Patrimonial), fossem enganados, contando com a existência de um direito a ser realizado (cobrado) no curto prazo, que, na realidade, iria demorar muito para ser exigido, determinou que tais direitos fossem classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo, independentemente do prazo formalizado para seu recebimento/realização. Um exemplo – bem humorado –, que serve para fixar o conceito, encontra-se a seguir. Suponha que o diretor de uma empresa denominada Tamancos e Tamancos S/A (cujo objeto consiste em “comprar tamancos em Novo Hamburgo/RS10 e revendê-los a portugueses, na Praça dos Açorianos11”) desejasse contrair um empréstimo, dessa empresa, para comprar um 9 Sobre o conceito de controle societário (direito/indireto) ver aula sobre Participações Societárias – Método da Equivalência Patrimonial – adiante neste curso. 10 Novo Hamburgo é uma cidade próxima à Porto Alegre (capital do Rio Grande do Sul), que consiste em um pólo calçadista, no estado. 11 A praça dos Açorianos, em Porto Alegre, é uma praça em homenagem à imigração portuguesa (vinda da Ilha dos Açores) que consistiu na primeira colonização da atual capital do Estado do Rio Grande do Sul. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 28 BMW, para seu uso pessoal. Imaginem a situação: o diretor, dirigindo- se à empresa, para pedir um empréstimo – para pagamento em seis meses, seria recebido por ele mesmo e realizaria o pedido do empréstimo a ele mesmo (na condição de mandatário da empresa). Ninguém, em sã consciência, acreditaria que, se o diretor não conseguisse pagar esse empréstimo, ele envidaria esforços (em benefício da empresa) para cobrar essa dívida dele mesmo (prejudicando a si próprio). É por essa razão que esse empréstimo deve ser classificado no Ativo Realizável a Longo Prazo (porque a empresa não tem – presumidamente – interesse em cobrá-lo na data formalizada). Repare que, no caso de empréstimos a terceiros não relacionados à empresa, a situação é bem diferente: a empresa tem todo o interesse de o valor a ela devido seja efetivamente entregue – conforme contratado. Ao contrário, se essa mesma empresa vendesse tamancos a prazo, para clientes em geral, e um de seus diretores adquirisse também tamancos a prazo (nas mesmas condições dos demais clientes), o direito – da empresa – de receber o valor de seu diretor, não seria imediatamente classificado no Ativo Realizável a Longo Prazo, mas cairia na regra geral (somente classificada no Ativo Realizável a Longo Prazo se sua realização, certa ou provável, fosse prevista para após o término do exercício seguinte). Essa disposição decorre do fato de que: (a) se a empresa tratou seu diretor da mesma forma que trataria qualquer terceiro não relacionado quando da operação que ensejou a entrada do direito em seu patrimônio, (b) então presume-se que a empresa também o tratará dessa forma no que diz respeito à exigência de pagamento desse valor. Repetindo, independentemente do prazo de vencimento, os créditos de “coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro”, oriundos de negócios não usuais na exploração do objeto da companhia, devem ser também classificados no longo prazo, ou seja, mesmo vencíveis ou com previsão de recebimento a curto prazo. Tais contas seriam as que a companhia tiver a receber dessas pessoas, oriundas, por exemplo, de: - venda de bens do ativo imobilizado outros do ativo permanente; - adiantamentos ou empréstimos para suprir necessidades de caixa de empresas coligadas ou controladas; - empréstimos ou adiantamentos a diretores e acionistas ou outros participantes no lucro (detentores de partes beneficiárias ou debêntures). CURSOSON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 29 Desta maneira, as duplicatas ou contas a receber da empresa contra estas pessoas, derivadas da venda de produtos ou serviços típicos do objeto da empresa, realizáveis dentro de um ano da data do balanço, devem ser classificadas no ativo circulante. 3.2.4.2.3 Segunda exceção – empresas com ciclo operacional superior ao exercício social Uma segunda exceção, na utilização período relativo ao exercício social como critério para classificação de bens e direitos – alternativamente – no Ativo Circulante ou no Ativo Realizável a Longo Prazo, encontra-se nas empresa cujo ciclo operacional (prazo compreendido entre o início de uma operação e seu término) tiver duração maior do que o exercício. Nesse caso, o termo divisório entre o Ativo Circulante e o Ativo Realizável a Longo Prazo não é o exercício social, mas sim o ciclo operacional, nos termos do art. 179, Parágrafo único, da Lei das S/A, a seguir: Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: ... Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. Assim, nas empresas em que o ciclo operacional tiver duração maior do que um exercício social, a classificação no circulante ou no longo prazo terá por base o prazo desse ciclo operacional (e não o prazo do exercício social – 1 ano). São poucas as empresas em que o ciclo operacional é superior ao exercício social, como exemplo, podemos citar os estaleiros navais e as empresas que constroem turbinas geradoras para usinas hidroelétricas. Veja que, do ponto de vista prático, em uma empresa que tenha ciclo operacional superior a 1 ano, se um elemento que passar a integrar o patrimônio, naquele momento ele deverá ser alternativamente classificado no Ativo Circulante ou no Ativo Realizável a Longo Prazo se o prazo previsto para sua realização for, respectivamente, inferior ou superior ao ciclo operacional, a contar do final desse exercício. Uma última referência – importantíssima –, que tem sido objeto de confusão por parte de muitos estudantes, iniciantes na matéria: uma empresa com ciclo operacional superior a 1 ano CONTINUA TENDO O EXERCÍCIO SOCIAL COM 12 MESES. O que muda é, tão somente, o termo divisório entre o Ativo Circulante e o Ativo Realizável a Longo Prazo e não o prazo relativo ao exercício. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 30 3.2.4.2.4 Considerações finais sobre o Ativo Realizável a Longo Prazo Normalmente o Ativo Realizável a Longo Prazo representa um ativo não muito significativo, comparado com os demais grupos patrimoniais do Balanço Patrimonial, podendo inclusive ser apresentado por totais dos seus subgrupos (com a indicação do valor das provisões correspondentes). Se, por outro lado, seu valor for muito irrelevante, pode ser indicado por um único valor no Balanço. 3.2.4.3 Ativo Permanente O ativo Permanente é considerado o conjunto de bens e direitos (ativo) adquirido, pela empresa, com intenção de permanência, ou seja, sem previsão de alienação (permanente). Repare que o critério de classificação do elemento patrimonial no ativo permanente é a intenção. Assim: a) se a intenção for de permanência (de não alienar o elemento), a classificação deverá ser realizada no Ativo Permanente; b) se a intenção for de alienação (realização), a classificação deverá ser realizada alternativamente no Ativo Circulante (se a realização ocorrer antes do final do próximo exercício) ou no Ativo Realizável a Longo Prazo (se a realização ocorrer após o final do próximo exercício12). Aqueles que já tiveram contato com a Contabilidade há mais de dez anos devem estar lembrados de – à época – era aplicável o conceito de Correção Monetária do Balanço. A Correção Monetária do Balanço demandava (entre outras coisas) a atualização do valor do Ativo Permanente (pelo índice legal de inflação), o que correspondia a uma “receita” (saldo credor de Correção Monetária do Balanço), que aumentava o lucro e, conseqüentemente, a base de cálculo dos tributos. Naquela situação, era comum que contribuintes classificassem itens cuja intenção fosse de permanência no Ativo Circulante – esperando não ter que atualizá-los monetariamente e, assim, reduzir o valor do lucro registrado (e, conseqüentemente, da base de cálculo dos tributos – IRPJ/CSLL). Era naquela situação que a legislação determinava que, se um determinado bem fosse registrado no Ativo Circulante sem realização até o final do exercício, ele deveria ser reclassificado para o Ativo Permanente e atualizado monetariamente, desde sua aquisição. 12 Ou conforme as duas exceções vistas no item anterior. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 31 Saliente-se que, com o final da Correção Monetária de Balanço, a determinação legislativa referenciada no parágrafo anterior perdeu sua razão de ser. Assim, repete-se, o critério – atual – único, para classificação de elementos patrimoniais no Ativo Permanente é o da intenção (de permanência). O ativo permanente, portanto, compreende os bens e direitos que a empresa não deseja ou não pode realizar, isto é, vender e transformar em dinheiro. Essas aplicações podem ser feitas com o objetivo de dar operacionalidade à empresa – neste caso, compõem o grupo imobilizado. Se não se destinarem à manutenção da atividade da empresa, comporão o grupo investimentos. Existem ainda aplicações em despesas que contribuem para a formação do resultado de exercícios subseqüentes e não devem, portanto, ser apropriadas ao exercício em que foram gastas. Neste caso, constituem o grupo diferido. Cada um desses três grupos será estudado em separado, a seguir. 3.2.4.3.1 Ativo Permanente Investimentos Investimentos de valores em elementos patrimoniais, com intenção de permanência, são classificados em título especial à parte, no Balanço Patrimonial, denominado ativo Permanente INVESTIMENTOS. O artigo 179 da Lei das S/A estabelece como as contas serão classificadas, definindo, no seu item III, que ficam classificadas em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa, conforme a seguir reproduzido: Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: ... III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; Verifica-se, por este texto, que, no subgrupo Ativo Permanente Investimentos deverão constar elementos não classificáveis no ativo circulante. Isso é uma decorrência do próprio conceito de Ativo Permanente (que somente abrange itens cuja intenção seja de não alienação), assim, somente itens que não se enquadrem no conceito de Ativo Circulante (com prazo de realização previsto) podem ser registrados no Ativo Permanente Investimentos. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 32 Adicionalmente, o dispositivo legal faz uma referência a participações permanentes em outras sociedades. Por participações permanentes em outras sociedades entende-se, basicamente: (a) ações de companhias; e (b) cotas do capital de sociedades limitadas. Tais participações (ações ou cotas) dão, à empresa, direito a uma fração idealdo patrimônio da pessoa jurídica investida, bem como de seus lucros e sua administração. Assim, se uma empresa é detentora de ações (ou cotas de capital) referentes a outra empresa, ela tem direito a parte do respectivo patrimônio, resultado e administração. Seja o exemplo de uma holding (empresa que tem por objeto – tão somente – a participação no capital de outras pessoas jurídicas), que possui – em seu patrimônio – ações e cotas de outras pessoas jurídicas. Essas ações e quotas consubstanciam direitos da holding que deverão ser classificados em seu Ativo Permanente Investimentos. Existem basicamente dois métodos de avaliação desses direitos, relativos a investimentos: - o método de custo; - o método da equivalência patrimonial. O método de custo é adotado para os investimentos menores e o método da equivalência patrimonial para os mais significativos – importantes, em termos do nível de participação acionária na investida e de sua relevância na investidora. Esses investimentos (em ações ou cotas de capital de outras pessoas jurídicas), por sua importância, será objeto de estudo em separado, em aula específica, adiante neste curso. Finalmente, o dispositivo legal em tela refere-se também a direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa. Nesse diapasão, classificam-se também no Ativo Permanente Investimentos quaisquer bens ou direitos não utilizados na atividade fim da empresa, como – por exemplo: (a) jóias, (b) obras de arte e (c) imóveis para renda. Os valores registrados no ativo permanente investimentos, portanto, deverão ser os seguintes: a) Participações permanentes em outras sociedades – que têm por características de aplicação de capital que não seja de forma temporária ou especulativa, existindo a intenção de permanência, ou seja, de usufruir dos rendimentos proporcionados por esses investimentos. Estes investimentos podem ser voluntários ou oriundos de incentivos fiscais. b) Outros investimentos permanentes como imóveis de aluguel ou obras de arte. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 33 Repare – e isso é importante – que, quando se trata de participações permanentes (ações ou quotas), não é necessário que elas não estejam sendo utilizadas na atividade fim da empresa. Essa condição somente é necessária à classificação no Ativo Permanente Investimentos para os demais itens (jóias, imóveis de aluguel e obras de arte). 3.2.4.3.2 Ativo Permanente Imobilizado Segundo a lei das S/A, classificam-se no ativo imobilizado as contas representativas dos elementos patrimoniais que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da Companhia, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial, conforme consta de seu art. 179: Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: ... IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial; Assim, nesse subgrupo do ativo incluem-se todos os bens que a empresa possui com a intenção de mantê-los e que se destinem ao funcionamento da sociedade ou de seu empreendimento, bem como os direitos exercidos com esta finalidade. O estudo deste subgrupo também é de importância fundamental para o entendimento da contabilidade e, portanto, este grupo será estudado em item específico, adiante, neste material (juntamente com os conceitos a ele relacionados – depreciação e reavaliação). 3.2.4.3.3 Ativo Permanente Diferido No ativo diferido serão classificadas as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o inícios das operações sociais, conforme consta da Lei das S/A, em seu art. 179, V, a seguir: Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: ... V - no ativo diferido: as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o início das operações sociais. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 34 O entendimento deste grupo patrimonial demanda, alem do raciocínio propriamente dito, uma capacidade de imaginação13. A expressão utilizada no dispositivo normativo em comento “aplicações de recursos em despesas” refere-se a gastos; um gasto é – em princípio – uma aplicação de valores para fora do patrimônio, ou seja, algo que se perde do patrimônio reduzindo-o (despesa). Porém, há vários gastos que não ensejam imediata redução do patrimônio e que redundam na aquisição de direitos14. É com base na idéia de um gasto necessário para a aquisição de um direito (o direito de ter lucro nos exercícios vindouros) que o Ativo Permanente Investimentos deve ser encarado. Um ilustrativo exemplo do conceito de ativo diferido é o do conjunto de gastos suportados por um laboratório farmacêutico, na pesquisa da fórmula de um novo produto milagroso (que cure – ao mesmo tempo – a calvície e a impotência sexual). Não resta dúvida de que, no processo de pesquisa, há vários desembolsos (para aquisição e utilização de material de laboratório, para pagamento de salários de pesquisadores e voluntários – velhinhos carecas – para testes, utilização de instalações, etc.). Em uma situação normal (fora do escopo de pesquisa), esses desembolsos não estão diretamente relacionados ao aparecimento, no patrimônio, de bens e, portanto, poderiam ser vistos como valores aplicados para fora do patrimônio (despesas). Porém, ninguém duvida de que esses esforços patrimoniais (pagamentos) consistem no “preço da aquisição do direito a ter lucro – no futuro – explorando comercialmente a fórmula que está sendo pesquisada”. Assim, não se trata, imediatamente, de despesas, mas de pagamentos (aplicação) de valores na aquisição do direito de ter lucro (em exercícios vindouros). Somente nos exercícios em que espera-se usufruir os lucros previstos, os valores pagos e classificados no Ativo Permanente Diferido, pelo regime de competência, irão constituir despesas (despesas de amortização – que serão estudadas em aula própria, adiante deste curso, juntamente com os conceitos de depreciação e exaustão). Os ativos diferidos caracterizam-se por: 13 Estou, cada vez mais, convencido de que poetas teriam grande facilidade para entendimento das convenções e critérios utilizados na definição da nomenclatura utilizada pela Contabilidade – tratam-se de metáforas acerca do patrimônio. 14 Nesse sentido, ver aula 01 deste curso – princípio da competência. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 35 a) serem em regra geral intangíveis, sujeitos a amortização durante o período de tempo em que contribuírem para a formação do resultado da empresa; b) compreenderem despesas incorridas durante o período de desenvolvimento, construção e implantação de projetos, anteriores ao início das operações sociais (fase pré-operacional); c) por compreenderem ainda as despesas incorridas com pesquisas e desenvolvimento de novos produtos, métodos e fórmulas de fabricação, modernização e reorganização da empresa; d) não incluírem bens corpóreos, mesmo aqueles utilizados na fase pré-operacional ou na que anteceda ao lançamento comercial de novos produtos, os
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