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Contabilidade Aula 06 Demonstrações Contábeis

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CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR 
PROFESSOR LUIZ EDUARDO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
1 Roteiro 
Nesta aula, trabalharemos os conceitos atinentes às demonstrações 
contábeis e – especificamente – ao Balanço Patrimonial, em seu grupo 
Ativo Circulante. A seguir, encontra-se uma lista dos itens que serão 
vistos: 
1 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - definição, conceitos iniciais e 
apresentação didática (do ponto de vista de suas finalidades) 
a) Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício 
b) Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados e 
Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido 
c) Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos 
2 - Balanço patrimonial 
a) Ativo 
b) Passivo 
c) Patrimônio líquido 
3 - Grupos específicos de contas do balanço patrimonial 
a) Ativo Circulante 
b) Ativo Realizável a Longo Prazo 
c) Ativo Permanente 
a. Ativo Permanente Investimentos 
b. Ativo Permanente Imobilizado 
c. Ativo Permanente Diferido 
4 - Passivo Exigível – Circulante e Exigível a Longo Prazo 
5 - Resultados de Exercícios Futuros 
6 - Patrimônio Líquido 
7 - Grupos específicos de contas do Ativo Circulante 
a) Disponibilidades 
b) Aplicações de Curto Prazo – Investimentos Temporários 
c) Créditos – Contas a Receber 
d) Estoques 
e) Despesas antecipadas 
8 - Contas componentes do subgrupo Disponibilidades (do ativo 
circulante) 
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a) Caixa 
b) Bancos – depósitos bancários à vista 
c) Aplicações de liquidez imediata 
d) Numerários em trânsito 
e) Saldos em moeda estrangeira 
9 - Contas componentes do subgrupo Aplicações de curto prazo (do 
ativo circulante) 
a) Aplicações de renda fixa 
b) Aplicações de renda variável 
10 - Contas componentes do subgrupo Créditos (do ativo circulante) 
a) Clientes 
a. Duplicatas a receber 
b. Provisão para créditos de liquidação duvidosa 
c. Duplicatas descontadas 
d. Outros créditos de clientes 
b) Adiantamentos a terceiros 
c) Dividendos propostos a receber e dividendos a receber 
d) Tributos a compensar / recuperar 
e) Depósitos restituíveis e valores vinculados 
f) Provisões sobre os demais créditos – não alcançadas pela PCLD 
11 - Contas componentes do subgrupo Estoques (do ativo circulante) 
a) Mercadorias para revenda 
b) Matérias-primas, Materiais auxiliares e Materiais de 
acondicionamento e embalagem 
c) Produtos em elaboração e Produtos acabados 
d) Importações em andamento 
e) Adiantamento a fornecedores 
f) Almoxarifado e Manutenção e suprimentos gerais 
g) Provisões, para ajuste ao valor de mercado e para perdas em 
estoques (contas credoras) 
12 - Contas componentes do subgrupo Despesas antecipadas (do ativo 
circulante) 
a) Seguros a vencer 
b) Aluguéis pagos antecipadamente 
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c) Assinatura de periódicos 
d) Juros passivos a apropriar – referentes a duplicatas 
descontadas 
2 Introdução 
Serão estudadas, neste tópico da matéria, as demonstrações mais 
importantes do ponto de vista legal e contábil, ou seja: 
- balanço patrimonial; 
- demonstração do resultado do exercício; 
- demonstração de lucros ou prejuízos acumulados; 
- demonstração de mutações do patrimônio líquido, e; 
- demonstração de origens e aplicações de recursos. 
Conforme será visto a seguir, todas essas demonstrações são exigidas – 
dentro de condições – pela Lei 6.404, de 1976 (Lei das S/A). 
3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
3.1 Demonstrações contábeis (financeiras) – definição e 
conceitos iniciais 
Relatório contábil é a exposição resumida e ordenada dos principais 
fatos registrados pela contabilidade, em determinado período. 
Entre os relatórios contábeis, os mais importantes são as 
demonstrações financeiras (terminologia utilizada pela lei das S/A), ou 
Demonstrações Contábeis (terminologia preferida pelos contadores). 
3.1.1 Demonstrações exigidas pela lei das S/A 
A lei das S/A estabelece, em seu art. 176 que ao fim de cada exercício 
social (ano), a diretoria fará elaborar, com base na escrituração 
contábil, as seguintes demonstrações financeiras: 
- balanço patrimonial; 
- demonstração do resultado do exercício (anteriormente 
denominada demonstração de lucros e perdas); 
- demonstração de lucros ou prejuízos acumulados; 
- demonstração de origens e aplicações de recursos. 
A seguir, para fins de clareza, encontra-se reproduzido o citado artigo: 
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará 
elaborar, com base na escrituração mercantil da 
companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que 
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deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da 
companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
I - balanço patrimonial; 
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
III - demonstração do resultado do exercício; e 
IV - demonstração das origens e aplicações de recursos. 
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas 
com a indicação dos valores correspondentes das 
demonstrações do exercício anterior. 
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão 
ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser 
agregados, desde que indicada a sua natureza e não 
ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo 
de contas; mas é vedada a utilização de designações 
genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes". 
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação 
dos lucros segundo a proposta dos órgãos da 
administração, no pressuposto de sua aprovação pela 
assembléia-geral. 
... 
§ 6º A companhia fechada, com patrimônio líquido, na 
data do balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um 
milhão de reais) não será obrigada à elaboração e 
publicação da demonstração das origens e aplicações de 
recursos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997) 
 
3.1.2 Notas explicativas às Demonstrações Financeiras 
Para complementar dados das demonstrações relacionadas, existem as 
notas explicativas que, na verdade, não são demonstrações financeiras, 
servem apenas para complementá-las. A previsão para apresentação de 
notas explicativas às demonstrações financeiras encontra-se na própria 
Lei 6.404, de 1976, (Lei das S/A) em seu art. 176 §§ 4o e 5o, a seguir: 
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará 
elaborar, com base na escrituração mercantil da 
companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que 
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da 
companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
... 
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas 
explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações 
contábeis necessários para esclarecimento da situação 
patrimonial e dos resultados do exercício. 
§ 5º As notas deverão indicar: 
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a) Os principais critérios de avaliação dos elementos 
patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de 
depreciação, amortização e exaustão, de constituição de 
provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para 
atender a perdas prováveis na realização de elementos do 
ativo; 
b) os investimentos em outras sociedades, quando 
relevantes (artigo 247, parágrafo único); 
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de 
novas avaliações (artigo 182, § 3º); 
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as 
garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades 
eventuais ou contingentes; 
e) a taxa de juros,as datas de vencimento e as garantias 
das obrigações a longo prazo; 
f) o número, espécies e classes das ações do capital social; 
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas 
no exercício; 
h) os ajustes de exercícios anteriores (artigo 186, § 1º); 
i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do 
exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante 
sobre a situação financeira e os resultados futuros da 
companhia. 
3.1.3 Exercício social 
Conforme já visto, o exercício social consiste em um período de tempo, 
que tem a duração de um ano, não havendo necessidade de coincidir 
com o ano civil (01/01 a 31/12), embora na maioria das vezes assim 
aconteça, em que – ao seu final – são elaboradas as citadas 
demonstrações financeiras. Os acionistas da companhia definirão – em 
estatuto – a data do término de exercício social, que não deverá ser 
alterada, a não ser em condições supervenientes. 
No ano da constituição da companhia, nos casos de alteração estatutária 
e no último ano de existência da companhia, o exercício pode ter 
duração diversa. Tudo isso se encontra previsto no art. 175 da Lei n° 
6.404, de 1976, abaixo: 
Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a 
data do término será fixada no estatuto. 
Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos 
de alteração estatutária o exercício social poderá ter 
duração diversa. 
Cumpre referir que, do ponto de vista societário, conforme previsto na 
Lei das S/A, o exercício é de doze meses e, portanto, as demonstrações 
financeiras deverão ser elaboradas e apresentadas (atividade 
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normalmente referida como “levantamento de balanços”) ao final de 
cada um dos exercícios (períodos de 12 meses). Entretanto, a empresa 
não está obrigada somente ao cumprimento das determinações da Lei 
das S/A, há outros dispositivos legais que criam obrigações para as 
empresas, como – por exemplo – a legislação tributária e tais 
disposições podem obrigar a empresa a elaborar e apresentar 
demonstrações financeiras em períodos e momentos diversos daqueles 
determinados na Lei das S/A. 
Apenas ilustrando a colocação feita no parágrafo anterior, de acordo 
com a legislação tributária, empresas obrigadas (ou optantes) pela 
tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ – pela 
sistemática do Lucro Real Trimestral devem, necessariamente, elaborar 
e apresentar demonstrações financeiras referentes a cada trimestre do 
ano calendário, ou seja, referentes a 31 de março, 30 de junho, 30 de 
setembro e 31 de dezembro, além daquelas exigidas pela legislação 
societária. 
Uma última referência – importante – é a de que o fato de uma empresa 
estar obrigada (pela legislação tributária, ou outra qualquer) à 
elaboração e apresentação de demonstrações financeiras em períodos 
diversos do exercício (por exemplo, trimestralmente) não ilide o fato de 
que o exercício seja um período de 12 meses. Sendo a Contabilidade o 
objetivo de nosso curso, focaremos o estudo nas obrigações criadas pela 
Lei das S/A, deixando determinações fiscais para um curso específico 
sobre o assunto. 
3.1.4 Aplicação das regras da Lei da S/A (Lei 6.404, de 1976) a 
empresas limitadas 
Todas as empresas, independentemente de sua formatação jurídica 
(exceto o pequeno empresário e o empresário rural) estão obrigadas a 
elaborar Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado Econômico, 
nos termos dos arts. 1.179, 1.188 e 1.189 da Lei 10.406, de 2002 
(Código Civil), abaixo transcritos: 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são 
obrigados a seguir um sistema de contabilidade, 
mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de 
seus livros, em correspondência com a documentação 
respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial 
e o de resultado econômico. 
... 
Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com 
fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, 
atendidas as peculiaridades desta, bem como as 
disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o 
ativo e o passivo. 
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Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações 
que acompanharão o balanço patrimonial, em caso de 
sociedades coligadas. 
Art. 1.189. O balanço de resultado econômico, ou 
demonstração da conta de lucros e perdas, acompanhará o 
balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na 
forma da lei especial. 
Pela legislação do Imposto de Renda, as Sociedades Por Quotas de 
Responsabilidade Limitada devem seguir parte dos dispositivos da Lei 
das Sociedades por ações. Embora não seja necessária a publicação das 
demonstrações Financeiras por parte destas empresas, estas devem 
estruturar suas demonstrações nos moldes da lei das S/A de forma a 
atender às exigências de legislação tributária. Neste caso, somente a 
demonstração de origens e aplicações de recursos não é exigida. Isso 
se encontra previsto no art. 274 do Decreto 3.000, de 1999 
(Regulamento do Imposto de Renda), a seguir: 
Art. 274. Ao fim de cada período de incidência do imposto, 
o contribuinte deverá apurar o lucro líquido mediante a 
elaboração, com observância das disposições da lei 
comercial, do balanço patrimonial, da demonstração do 
resultado do período de apuração e da demonstração de 
lucros ou prejuízos acumulados (Decreto-Lei nº 1.598, de 
1977, artigo 7º, § 4º, e Lei nº 7.450, de 1985, artigo 18). 
§ 1º O lucro líquido do período deverá ser apurado com 
observância das disposições da Lei nº 6.404, de 1976 
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 67, inciso XI, Lei nº 
7.450, de 1985, artigo 18, e Lei nº 9.249, de 1995, artigo 
5º). 
Disso, conclui-se que, para fins fiscais, as empresas devem levantar as 
mesmas demonstrações exigidas pela Lei das S/A, exceto a 
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR. 
O conteúdo teórico, até aqui apresentado, acerca das demonstrações 
financeiras, pode ser encontrado em qualquer bom livro de 
Contabilidade Geral. Ocorre que essa abordagem carece de conteúdo 
didático, que leve o estudante a entender a razão pela qual a legislação 
veio a exigir justamente a preparação dessas demonstrações 
financeiras. 
Pior ainda é o caso de se apresentar – em seguida – a estrutura e o 
conteúdo das referidas demonstrações, conforme determinados em lei. 
Ora, entendemos que a lei tem por objetivo regular o comportamento 
das pessoas, naquilo que eles são relevantes para a vida em sociedade. 
Portanto, para entender o conteúdo de dispositivos legais, devemos 
entender o substrato fático sobre o qual ele incide e, principalmente, o 
objetivo por ele buscado. Somente dessa maneira, será possível ver 
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lógica em dispositivos normativos, entender os mecanismos que eles 
regulam e os efeitos de sua aplicação, no mundo dos fatos. 
3.1.5 Apresentação didática das demonstrações financeiras – do 
ponto de vista de suas finalidades 
Entendemos que, para seja possível o conhecimento de um determinado 
conceito, uma coisa, ou um ente qualquer, é necessário procurar quatro 
elementos fundamentais nele presentes – que o diferencia dos demais 
conceitos, coisas, ou entes. Tais elementos são: (a) a matéria, da qual 
a coisa é feita, (b) a forma dessa coisa, (c) o motivo que ensejou a 
existência dela e (d) a finalidade para a qual ela existe. Esse é um 
método bastante eficiente para o entendimento da realidade que nos 
envolve. 
Uma peculiaridade desse método reside no fato de revelar que “a forma 
serve ao fim”, ou seja, as coisas assumem uma forma para melhor 
alcançar o fim aque se destinam. Portanto, conhecendo a finalidade da 
coisa observada, o entendimento de sua forma fica muito facilitado. 
Tomemos, como exemplo, uma cadeira. Uma cadeira é (1) feita de 
madeira e pregos; (2) tem por formato: (a) quatro pernas, (b) um 
assento e (c) um encosto; (3) é feita pelo homem (porque ele assim o 
quis) e (4) tem por finalidade permitir que as pessoas sentem-se nelas 
(para ler, comer, assistir televisão, etc.). 
Se uma cadeira fosse apresentada a um selvagem (que descansa de 
cócoras e, portanto, nunca viu uma cadeira), pela sua forma, ele 
poderia imaginar que uma cadeira fosse: (1) um totem (para adoração 
de um deus qualquer); (2) um instrumento de defesa (com quatro 
lanças, de pontas pouco afiadas); (3) parte de uma armadilha, para 
capturar animais; etc. Ocorre que, se fosse (de pronto) dito a ele que a 
cadeira serve para que uma pessoa possa se sentar nela, ele 
rapidamente entenderia a razão das quatro pernas (sustentação), do 
assento (acomodação das coxas e nádegas) e do encosto (acomodação 
das costas). 
Esse exemplo ilustra a afirmação de que, conhecendo-se o fim, a razão 
da forma é rapidamente entendida. Em outras palavras, “a forma serve 
ao fim”. 
Transportando esse conceito para o estudo das demonstrações 
contábeis, revela-se claramente o equívoco de apresentação das 
demonstrações (1) pela sua enumeração, conforme disposto em lei, e 
(2) pelas forma e conteúdo, determinados em lei. Isso porque, sem 
saber a finalidade (informacional) de cada demonstração, fica difícil 
entender (e decorar) sua forma e seu conteúdo. Esse é um caminho 
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fácil para apresentação do assunto (basta repetir a lei), mas consiste 
num dos caminhos mais difíceis para que o neófito entenda o assunto. 
Portanto, nesse ponto da matéria, vamos identificar qual a finalidade de 
cada demonstração financeira (no sistema de informações contábil). 
Inicialmente, pela sua importância, bem como pela relação de 
complementariedade das respectivas informações, vamos analisar o 
Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Em 
seguida, analisaremos a finalidade da Demonstração de Lucros e 
Prejuízos Acumulados (juntamente com a finalidade da Demonstração 
de Mutações do Patrimônio Líquido). E, finalmente, analisaremos a 
finalidade informacional da Demonstração de Origens e Aplicações de 
Recursos. 
3.1.5.1 Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado 
do Exercício 
a) O Balanço Patrimonial tem, como finalidade, a 
apresentação do valor de cada um dos itens do 
patrimônio, registrados em contas patrimoniais, 
(representando bens, direitos, obrigações; bem como a 
respectiva diferença entre eles) em um DETERMINADO 
MOMENTO DO TEMPO – no caso, no início e no final do 
exercício. Em outras palavras, o Balanço Patrimonial pode 
ser encarado – metaforicamente – como uma “fotografia 
do patrimônio”. 
b) A Demonstração do Resultado do Exercício tem como 
finalidade a apresentação dos motivos pelos quais o valor 
do patrimônio aumentou (receitas) ou diminuiu 
(despesas), durante o período de tempo compreendido 
entre a apresentação dos dois balanços patrimoniais, 
acima descritos, no caso, durante o exercício (tais motivos 
estão representados por contas de resultado). Em outras 
palavras, a Demonstração do Resultado do Exercício é a 
lista de motivos (e respectivos valores) pelos quais o 
patrimônio aumentou ou diminuiu no período 
compreendido entre suas duas fotografias. 
Essas duas são as mais importantes demonstrações contábeis e nos dão 
a idéia da sistemática de controle a apresentação do patrimônio. Assim, 
de acordo com essa sistemática, de apresentação de informações acerca 
do patrimônio, utilizada pela contabilidade, conforme já visto,1 ocorre o 
seguinte: 
 
1 Na aula 03, quando da apresentação das contas patrimoniais e de resultado. 
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a) No início do exercício, o patrimônio deverá apresentar uma 
determinada configuração (com bens e direitos – Ativo, obrigações – 
Passivo e a respectiva diferença – Patrimônio Líquido). Repare que, 
conforme definições já vistas neste curso, nesse momento, o patrimônio 
apresentado deve refletir uma igualdade � Ativo (-) Passivo (=) 
Patrimônio Líquido. Essa igualdade é – justamente – a característica do 
balanço patrimonial (repare que a palavra balanço nos dá uma idéia de 
equilíbrio/igualdade) 
b) Durante o período (exercício), ocorrem Fatos Contábeis e, portanto, 
há modificação no patrimônio inicial (com o aumento ou a redução do 
valor patrimonial de bens, direitos e obrigações constantes do 
patrimônio inicial). Esses Fatos Contábeis podem ser Fatos 
Permutativos (sem alteração do valor total do patrimônio, mas com 
simples troca de valores entre elementos patrimoniais). Esses Fatos 
Contábeis podem ser – também – Fatos Modificativos ou Mistos (que 
alteram o valor total do patrimônio, para mais ou para menos). Na 
ocorrência de Fatos Mistos ou Modificativos, o Patrimônio Líquido tem 
seu valor alterado, mas essas alterações do valor do Patrimônio Líquido 
não são imediata e diretamente registradas nele. Na verdade, o valor 
registrado no Patrimônio Líquido fica inalterado (por despesas ou 
receitas) durante todo o exercício – ou seja, o equilíbrio (característico 
do Balanço Patrimonial inicial) fica “quebrado”. É como se, do 
Patrimônio Líquido, fossem retiradas temporariamente informações e 
guardadas em algumas contas especiais (de Resultado) apresentadas na 
Demonstração do Resultado do Exercício: .. 
c) No final do exercício, deve ser – de novo – apresentado um 
Balanço Patrimonial. Para que isso seja possível, é necessário que as 
contas de resultado, componentes da Demonstração do Resultado do 
Exercício, tenham seu valor (saldo)2 zerado (reduzido a zero) e o valor 
líquido nelas registrado (somatório das receitas, deduzido do somatório 
das despesas) transferido, de volta, para o Patrimônio Líquido – 
restabelecendo a igualdade (Ativo (-) Passivo (=) Patrimônio Líquido). 
Dessa maneira é possível a apresentação de uma situação patrimonial 
final, na forma de Balanço Patrimonial. 
A partir dos conceitos acima apresentados, é possível visualizar, no 
modelo contábil de representação do patrimônio, bem como de suas 
alterações no tempo (durante o exercício), as funções informacionais do 
Balanço Patrimonial e da DRE, conforme a seguir: 
 
2 Conforme já apresentado, o saldo de uma conta é o valor nela registrado. 
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Ativo Passivo Ativo Passivo
------- PL ------- PL
Início Final
Despesas Receitas
-----
Saldo líquido (Receitas-Despesas)
Exercício
DRE
BPi BPf
 
Pela figura acima, é possível visualizar as diferentes finalidades das 
diferentes informações trazidas ao usuário pelas demonstrações (a) 
Balanço Patrimonial e (b) Demonstração do Resultado do Exercício: 
- O Balanço Patrimonial apresenta os saldos das contas 
patrimoniais (representativas de bens, direitos ou 
obrigações), informando o valor do respectivo elemento 
patrimonial – em um dado momento – Estática 
Patrimonial; 
- A Demonstração do Resultado do Exercício apresenta os 
saldos das contas de resultado (representativas de receitas 
ou despesas), indicando o motivo pelo qual o patrimônio 
teve seu valor majorado ou reduzido – durante um período 
de tempo, o exercício –Dinâmica Patrimonial,. 
Metaforicamente, não podemos deixar de referenciar a relação entre as 
informações constantes dos Balanços Patrimoniais (inicial e final) e asrelativas à Demonstração do Resultado do Exercício sob o enfoque do 
conteúdo de reportagens da revista “Pense Leve”3, especificamente na 
coluna “Antes e Depois”. Nessa coluna, são mostradas fotos de pessoas 
antes e depois da reeducação alimentar, sendo que – entre as fotos – há 
um breve texto contando o que foi feito no período (compreendido entre 
os momentos em que as duas fotos foram tiradas), para que o corpo da 
pessoa (seu “patrimônio”) tivesse sofrido a transformação mostrada 
pela comparação das duas fotos. 
Em outras palavras, na coluna “Antes e Depois” da Revista Pense Leve, 
são apresentados dois “Balanços Patrimoniais” de uma pessoa (antes e 
 
3 A revista Pense Leve, é uma revista que trata de assuntos relacionados à saúde e 
alimentação, patrocinada pela organização “Vigilantes do Peso”. 
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depois da reeducação alimentar) e, no texto, abaixo, é apresentada uma 
“Demonstração do Resultado do Exercício”, onde são relatados os 
motivos que ensejaram a alteração do “Balanço Patrimonial” – corpo da 
pessoa. 
3.1.5.2 Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados 
e Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido 
Do ponto de vista de sua finalidade, a Demonstração de Lucros e 
Prejuízos Acumulados – DLPA tem a função de apresentação da 
MANEIRA PELA QUAL O RESULTADO DO EXERCÍCIO SE INCORPOROU 
AO PATRIMÔNIO. Em outras palavras, a DLPA tem por finalidade “fazer 
o meio de campo entre o Balanço Patrimonial e a Demonstração do 
Resultado do Exercício”. 
Já sabemos que os valores dos aumentos ou reduções ocorridas no 
patrimônio, durante o exercício, não são diretamente registradas em 
contas patrimoniais (constantes no Balanço Patrimonial), mas que essas 
informações são registradas em contas de resultado (próprias da 
Demonstração do Resultado do Exercício). Sabemos, também, que a 
informação do resultado do exercício (aumento ou redução líquida do 
patrimônio, no período) retorna para o patrimônio ao final do exercício. 
Portanto, resta saber o que a azienda resolveu fazer com esse valor. O 
resultado do exercício tem três possíveis destinos: 
a) ser entregue aos sócios, na forma de dividendos a pagar; 
b) ser guardado – dentro do patrimônio da própria empresa – 
para ser utilizado em um dia de chuva, em operação chamada 
de “constituição de reserva”; 
c) retornar para a empresa, na forma de “contribuição dos sócios 
para a formação do patrimônio da empresa”, em operação 
denominada “aumento de capital” (capitalização dos lucros). 
Assim, a DLPA, referenciando informações do patrimônio e do resultado, 
tem por finalidade evidenciar a incorporação do resultado no patrimônio, 
e seu destino. A figura abaixo ilustra a função informacional da DLPA, 
no sistema de informações patrimoniais contábil: 
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Ativo Passivo Ativo Passivo
------- PL ------- PL
Início Final
Despesas Receitas
-----
Saldo líquido (Receitas-Despesas)
Exercício
DRE
BPi BPf
DLPA
 
A Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL tem a 
mesma finalidade informacional que a DLPA, ou seja, “fazer o meio de 
campo entre o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do 
Exercício”. Não é por outro motivo que a Lei da S/A (Lei n° 6.404, de 
1976) determina que a companhia que apresentar a DMPL estará 
dispensada de apresentar a DLPA, conforme seu art. 186, a seguir: 
Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos 
acumulados discriminará: 
... 
§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados 
deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital 
social e poderá ser incluída na demonstração das mutações 
do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela 
companhia. 
Com o trio, Balanço(s) patrimonial(is), Demonstração do Resultado do 
Exercício, e Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados, temos 
um conjunto de demonstrações que representa o comportamento do 
Patrimônio ao longo do tempo (exercício). 
A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR não faz 
parte desse sistema de informações, acerca do patrimônio, mas tem 
outro objetivo, conforme veremos a seguir. 
3.1.5.3 Demonstração de Origens e Aplicações de 
Recursos 
A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR – tem por 
objetivo a apresentação da situação financeira da azienda, no curto 
prazo. Assim, a DOAR demonstra o que ocorre com o conjunto 
composto por (a) bens e direitos realizáveis no curto prazo e (b) 
obrigações exigíveis no curto prazo, que se denomina Capital Circulante 
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Líquido e que pode ser entendido como a “folga financeira de curto 
prazo”. Em outras palavras, a DOAR demonstra as operações que 
ensejaram aumentos e reduções da “folga financeira de curto prazo”. 
Repare que as demais demonstrações se preocupam com a situação do 
patrimônio e com o regime de competência. A DOAR, ao contrário, se 
preocupa com o efeito financeiro dos acontecimentos do patrimônio. 
Uma confirmação de que a DOAR não é parte integrante da tríade de 
demonstrações (BP/DRE/DLPA) antes apresentada reside no fato de que 
a DOAR não é – sequer – exigida para todas as companhias, conforme 
depreende-se da leitura do § 6o do art. 176 da Lei das S/A, abaixo: 
§ 6º A companhia fechada, com patrimônio líquido, na 
data do balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um 
milhão de reais) não será obrigada à elaboração e 
publicação da demonstração das origens e aplicações de 
recursos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997) 
Conhecidas as finalidades informacionais de cada uma das 
demonstrações exigidas pela Lei das S/A, passaremos a analisar o 
conteúdo e a forma das demonstrações. 
3.2 Balanço patrimonial 
3.2.1 Conceitos iniciais 
Vamos iniciar nosso estudo das demonstrações contábeis pelo Balanço 
Patrimonial. Foi visto, acima, que a finalidade do balanço patrimonial é 
“apresentar a situação do patrimônio – bens direitos e obrigações, bem 
como a respectiva diferença entre bens/direitos e obrigações – em um 
determinado momento da existência de uma azienda”. Portanto, em 
momentos determinados pela legislação (ao final de cada exercício, 
conforme também já visto), o patrimônio deve ser demonstrado, com 
referência aos elementos que o compõem (contas) e aos respectivos 
valores a eles atribuídos (saldos). 
O balanço patrimonial, assim, reflete a posição das contas patrimoniais 
em determinado momento, no final de cada exercício, o que 
normalmente ocorre ao fim do ano – mas não necessariamente, visto 
que o exercício pode ter início e fim em datas diversas daquelas do ano 
civil. 
Conforme também já apresentado, nos termos do parágrafo 1o do art. 
176 da Lei das S/A, o Balanço Patrimonial de um determinado exercício 
deve ser apresentado com indicação (também) do respectivo valor no 
final do exercício anterior (para fins de clareza na verificação da 
evolução patrimonial e comparação), nos termos a seguir: 
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§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas 
com a indicação dos valores correspondentes das 
demonstrações do exercício anterior. 
Esse dispositivo, portanto, tem a finalidade de prestigiar a comparação 
da situação atual com a anterior. 
O balanço patrimonial (conhecido pela sigla BP) é didaticamente 
apresentado em duas colunas: 
- a coluna do lado esquerdo é denominada ativo; 
- a coluna do lado direito é denominada passivo e patrimônio 
líquido. 
Balanço patrimonial 
Ativo PassivoLado esquerdo Lado direito 
 
3.2.2 Grandes grupos de contas do Balanço Patrimonial 
Os três grandes grupos do Balanço Patrimonial são: (a) o ativo, (b) o 
passivo e (c) o Patrimônio Líquido, todos apresentados a seguir. 
3.2.2.1 Ativo 
O ativo representa todos os bens e direitos4 de propriedade da empresa, 
que são avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios presentes 
ou futuros para a empresa. 
São exemplos de bens, tipicamente constantes do ativo, em um Balanço 
Patrimonial, as máquinas, os terrenos, os estoques, o dinheiro, as 
ferramentas, os veículos, as instalações, etc. Por outro lado, são 
exemplos de direitos componentes do ativo, em um Balanço Patrimonial, 
as contas a receber, as duplicatas a receber, os títulos a receber, as 
ações, os títulos de crédito, etc. 
Cumpre referir que, se o bem ou direito não for de propriedade da 
empresa, normalmente não constará no seu ativo. Por exemplo, um 
imóvel alugado pela empresa – para ser utilizado como sua sede 
administrativa – fisicamente consta das instalações da empresa, porém 
não figura em seu ativo. Outro exemplo, uma mercadoria existente no 
pátio de uma empresa, em consignação, para venda em nome de 
 
4 Para maiores considerações sobre o conceito de bens e de direitos, ver aula 01 de 
nosso curso. 
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terceiro, apesar de estar fisicamente dentro das instalações da empresa, 
não faz parte de seu ativo. 
O arrendamento mercantil (leasing)5 de uma máquina por uma empresa 
que paga contraprestações mensais, via de regra (exceto se o leasing 
operacional for desconsiderado para que a operação fique caracterizada 
uma venda financiada), não se considera ATIVO pois, apesar de estar 
dentro da empresa, não é de sua propriedade. 
Para ser ativo, é necessário que qualquer item preencha quatro 
requisitos simultâneos: 
- constituir bem ou direito para a empresa; 
- ser de propriedade da empresa; 
- ser mensurável monetariamente; 
- trazer benefícios, presentes ou futuros. 
O ativo é conhecido como patrimônio bruto ou total das aplicações ou, 
ainda, total dos investimentos da empresa, pelas razões a seguir. 
A expressão “patrimônio bruto” está em contraposição à expressão 
“patrimônio líquido”; ora, se o “patrimônio líquido” é definido como a 
diferença entre bens/direitos e obrigações, o conjunto de bens e direitos 
deve ser visto como o “patrimônio bruto” (ou seja, ainda não “líquido” 
das obrigações). 
A expressão “total de aplicações” está relacionada com o fato de que os 
bens e os direitos adquiridos pela empresa são as “aplicações” 
realizadas com os valores entregues à empresa (pelos sócios – capital) 
ou por terceiros (credores – empréstimos ou clientes – lucro). Da 
mesma forma a expressão “total de investimentos” significa que valores 
entregados, pelos sócios ou terceiros, à empresa são “investidos” na 
aquisição de bens ou direitos. 
O ativo está disposto em grupos de contas homogêneas ou de mesma 
características e tem seus itens agrupados de acordo com a sua liquidez, 
isto é, de acordo com a rapidez com que podem ser convertidos em 
dinheiro, nos termos do art. 178 da Lei das S/A, a seguir: 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas 
segundo os elementos do patrimônio que registrem, e 
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise 
da situação financeira da companhia. 
 
5 O Leasing é uma operação em que uma empresa adquire o uso de um bem, pagando 
por isso um valor mensal (contraprestação – equivalente a um aluguel) e, ao final de 
um prazo pré-determinado, pode exercer um direito de compra do bem, por um valor 
já contratado (valor residual). 
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§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem 
decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas 
registrados, nos seguintes grupos: 
a) ativo circulante; 
b) ativo realizável a longo prazo; 
c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo 
imobilizado e ativo diferido. (grifos na transcrição) 
Cabe, para fins de esclarecimento, investigar os conceitos de liquidez e 
realização. Por liquidez entende-se a capacidade de realização – assim, 
quanto maior a liquidez de um elemento patrimonial, mais facilmente 
ele é realizado. Realização, por seu turno, significa a aptidão, de um 
elemento patrimonial, para se transformar em outro. Ora, o elemento 
mais líquido é o dinheiro em caixa, porque – tendo curso forçado – pode 
ser imediatamente trocado por (transformado em) qualquer outro 
elemento. Ao contrário, um imóvel tem muito pouca liquidez, porque é 
de difícil realização (difícil troca por outro elemento patrimonial). 
No Ativo, portanto, as contas serão dispostas em ordem decrescente do 
grau de liquidez dos elementos nelas registradas e agrupadas nos 
seguintes grupos: 
•Ativo Circulante; 
•Ativo Realizável a Longo Prazo; 
•Ativo Permanente: 
•investimentos; 
•imobilizado; 
•diferido. 
3.2.2.2 Passivo 
Simplificadamente, o passivo evidencia toda a obrigação (dívida) que a 
empresa tem com terceiros como – por exemplo: 
- contas a pagar; 
- fornecedores de matéria-prima (a prazo); 
- impostos a pagar; 
- financiamentos; 
- empréstimos. 
- títulos a pagar; 
- salários a Pagar; 
- encargos sociais a recolher; 
- dividendos a pagar; 
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- adiantamento de clientes; 
- provisões para pagamento de tributos, férias, décimo terceiro 
salário etc. 
O passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida 
vencer, será exigida (reclamada) sua liquidação. Por isso, é mais 
adequado denominá-lo passivo exigível. É mister referenciar que não 
constam do passivo as obrigações que ainda se encontram pendentes do 
implemento de condições suspensivas6. De outra banda, já devem 
figurar no passivo as obrigações existentes – ainda que somente 
exigíveis no futuro – desde que já sejam conhecidas. 
Outras denominações usuais para este grupo patrimonial são (a) passivo 
real, (b) exigibilidades ou (c) capital de terceiros. 
O passivo circulante integra, junto com o passivo exigível a longo prazo 
(conceitos que serão tratados minuciosamente a seguir, nessa aula), o 
chamado passivo real, qual seja, aquela parcela do passivo que 
representa as obrigações da empresa para com terceiros. 
No que diz respeito à disposição das contas do passivo, a lei das S/A 
não é tão clara, quanto quando trata do ativo, mas, em seu art. 178 § 
2o, indica que os grupos componentes do passivo deverão ser 
apresentados na ordem crescente do prazo de exigibilidade, conforme a 
seguir: 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos 
seguintes grupos: 
a) passivo circulante; 
b) passivo exigível a longo prazo; 
c) resultados de exercícios futuros; 
d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas 
de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e 
lucros ou prejuízos acumulados. 
Assim, a classificação dos elementos (ou, pelo menos, dos grupos) do 
passivo deve ser realizada com base no mesmo princípio que norteia a 
classificação dos elementos do ativo – o prazo: (1) no ativo, o prazo de 
realização, (2) no passivo, o prazo de exigibilidade. 
 
6 Por condição entende-se um “evento futuro e incerto”. Assim, somente no momento 
do implemento da condição a obrigação surgirá no patrimônio. Exemplificativamente, 
se a empresa é fiadora de um terceiro, ainda não contraiu obrigação nenhuma; 
somente no caso de inadimplência do terceiro é que surgirá – no patrimônioda 
empresa – um passivo (obrigação de honrar o pagamento não realizado por aquele 
terceiro). 
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Ainda, no âmbito do passivo, existe um item patrimonial que apresenta 
algumas características de passivo exigível e – ao mesmo tempo – de 
patrimônio líquido: o item “Resultado de Exercícios Futuros”, definido no 
art. 181 da Lei das S/A, abaixo: 
Resultados de Exercícios Futuros 
Art. 181. Serão classificadas como resultados de exercício 
futuro as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos 
custos e despesas a elas correspondentes. 
 
Os Resultados de Exercícios Futuros, portanto, de acordo com o disposto 
na lei das S/A, consistem nos valores das receitas de exercícios futuros 
(recebidas antecipadamente), diminuídas dos custos e despesas a elas 
correspondentes. 
Sob o aspecto contábil, trata-se de um grupo patrimonial bastante 
restrito, que deve abrigar somente receitas já recebidas, mas que, 
segundo o regime de competência, somente devem ser apropriadas ao 
resultado em exercícios futuros. Daí sua denominação, sendo que 
dessas receitas já devem estar deduzidos os custos e despesas 
correspondentes incorridos e a incorrer. 
Assim, classificam-se neste grupo somente os resultados futuros, mas 
com uma ressalva importante: 
- que não impliquem qualquer obrigação de prestações positivas 
(tanto de dar algo, como de fazer alguma coisa), mas tão 
somente a prestação negativa (de esperar que a receita esteja 
auferida – pelo regime de competência –, ou seja, não fazer 
nada no período futuro); 
- em relação aos quais não haja qualquer tipo de obrigação em 
devolvê-los por parte da empresa. 
Existindo obrigação com terceiros, a classificação correta seria no 
passivo circulante ou no passivo exigível a longo prazo, conforme a data 
de vencimento. 
3.2.2.3 Patrimônio líquido 
O patrimônio líquido evidencia os recursos dos proprietários aplicados no 
empreendimento. O investimento inicial dos proprietários (a primeira 
aplicação) é denominado, Capital Inicial. Se houver outras aplicações 
por parte dos proprietários (acionistas – no caso de S.A – sócios – no 
caso de LTDA), estas constituirão acréscimo de capital. 
O patrimônio líquido também é constituído por resultados obtidos pela 
própria atividade da empresa. Estes resultados são denominados lucros 
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– caso positivos – ou prejuízos – caso negativos – e irão compor as 
contas de patrimônio líquido: 
- lucros ou prejuízos acumulados; 
- reservas de lucros. 
Apenas a título de esclarecimento acerca do mecanismo de integração, 
do lucro auferido, ao patrimônio, cabe referir que o lucro auferido pode 
ser – em seguida – destinado aos sócios (na forma de dividendos a 
pagar). Portanto, após integrar o patrimônio líquido, esse valor é dele 
retirado, por conta da entrega dos dividendos aos sócios (acionistas). O 
lucro auferido, em princípio passível de entrega aos sócios, pode ser 
reinvestido pelos sócios na empresa, na forma de aumento de capital. 
Metaforicamente, tanto o passivo quanto o patrimônio líquido podem ser 
encarados como obrigações da empresa. O passivo exigível constitui 
obrigação da empresa para com terceiros enquanto o PL constitui 
obrigação da empresa para com seus sócios. O PL, no entanto, é 
conhecido como passivo não exigível pois, por disposição de lei, ele não 
pode ser exigido pelos seus sócios a não ser quando da dissolução da 
empresa ou da saída do sócio. Desta forma, por não ser exigível, o PL é 
conhecido por capital próprio. 
Algebricamente é bastante fácil encontrar o PL, basta subtrair do ativo 
(bens + direitos) as dívidas da empresa, ou seja, o passivo (exigível), 
conforme esquematicamente a seguir: 
 ATIVO (-) PASSIVO (=) PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
 
A lei das S/A classifica, nos termos de seu art. 182, como integrantes do 
patrimônio líquido – simplificadamente – as seguintes contas (ou grupos 
de contas): 
- capital social; 
- reservas de capital; 
- reservas de reavaliação; 
- reservas de lucros; e 
- lucros ou prejuízos acumulados. 
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3.2.3 Considerações sobre os grandes grupos de contas do Balanço 
Patrimonial 
3.2.3.1 O termo “passivo” segundo a lei das S/A 
Pela lei das S/A, art. 178, o termo “passivo” possui conceito amplo, pois 
abrange todo o lado direito do balanço patrimonial. 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas 
segundo os elementos do patrimônio que registrem, e 
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise 
da situação financeira da companhia. 
... 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos 
seguintes grupos: 
a) passivo circulante; 
b) passivo exigível a longo prazo; 
c) resultados de exercícios futuros; 
d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas 
de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e 
lucros ou prejuízos acumulados. 
Assim, nas demonstrações financeiras publicadas, observa-se que o 
balanço patrimonial evidencia em seu cabeçalho apenas os termos 
ATIVO e PASSIVO. 
Todavia, a rigor, passivo (em sentido estrito) tem conotação de 
obrigações exigíveis, dessa forma, o patrimônio líquido deve ser 
classificado fora do subgrupo do passivo (em sentido estrito). 
3.2.3.2 Avaliação do ativo 
Via de regra, a avaliação do valor dos elementos do ativo, nos termos 
do art. 183 da Lei das S/A, obedece a aplicação de dois princípios 
fundamentais de contabilidade: (a) Registro pelo Valor Original e (b) 
Prudência. A seguir, encontra-se reproduzido em parte o referido 
artigo. 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão 
avaliados segundo os seguintes critérios: 
I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores 
mobiliários não classificados como investimentos, pelo 
custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este 
for menor; serão excluídos os já prescritos e feitas as 
provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de 
realização, e será admitido o aumento do custo de 
aquisição, até o limite do valor do mercado, para registro 
de correção monetária, variação cambial ou juros 
acrescidos; 
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II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e 
produtos do comércio da companhia, assim como 
matérias-primas, produtos em fabricação e bens em 
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, 
deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de 
mercado, quando este for inferior; 
III - os investimentos em participação no capital social de 
outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 
250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão 
para perdas prováveis na realização do seu valor, 
quando essa perda estiver comprovada como permanente, 
e que não será modificado em razão do recebimento, sem 
custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; 
IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, 
deduzido de provisão para atender às perdas 
prováveis na realização do seu valor, ou para redução 
do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este 
for inferior; 
V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de 
aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de 
depreciação, amortização ou exaustão; 
VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, 
deduzido do saldo das contas que registrem a sua 
amortização. (grifos na transcrição) 
A leitura do dispositivo acima revela que o valor dos elementos 
componentes do ativo deve ser determinado com base no seguinte 
critério– resumidamente apresentado na seguinte expressão: “custo ou 
mercado, dos dois o menor”. Por custo, entende-se o valor pago pela 
aquisição do bem ou direito (o valor que esse bem ou direito “custou” 
para a empresa). Por mercado, entende-se o valor que o mercado 
avalia esse bem ou direito. No caso do valor de mercado ser inferior ao 
custo, surge uma “perda na penumbra”, ou seja, a necessidade de 
registro de uma provisão sobre o valor inicial do bem7. 
3.2.3.3 Origens e aplicações 
O lado do passivo, tanto o capital de terceiros (passivo exigível) como o 
capital próprio (patrimônio líquido), representa toda a fonte de recursos, 
toda a origem de capital. Em outras palavras, nenhum recurso novo 
entra na empresa se não for através do passivo ou do patrimônio 
líquido. 
O lado do ativo é caracterizado pela aplicação dos recursos captados via 
passivo e patrimônio líquido. 
 
7 Sobre o conceito de provisão, ver aula 06 deste curso. 
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Assim, se uma empresa: 
a) tomar emprestado recursos de uma instituição financeira 
(bancos, por exemplo), haverá uma origem de recursos – 
passivo. 
b) Arrecadar valores dos sócios, para – por exemplo – 
aumento de capital, haverá uma origem de recursos – 
patrimônio líquido. 
Todavia, esses recursos originados serão aplicados em algum lugar. 
Tais recursos se tornarão bens ou direitos da empresa, portanto serão 
aplicados em seu ativo (estoques, máquinas, etc.). 
Dessa forma, fica bastante simples entender porque o ativo será sempre 
igual ao passivo – em sentido amplo – (mais propriamente à soma do 
passivo com o patrimônio líquido). A empresa somente pode aplicar em 
seu patrimônio aquilo que tem uma origem e todo recurso originado 
para a empresa deverá ser aplicado elemento de seu patrimônio. 
Mais uma vez, recorrendo à nossa metáfora acerca do patrimônio (que o 
considera como uma “caixa de areia”), fica fácil visualizar que o total de 
areia “aplicado” nos montinhos patrimoniais representativos do ativo é 
originado (e, portanto, idêntico em valor) do total de areia “escavado” 
dos buracos patrimoniais representativos do passivo e do patrimônio 
líquido. 
Em outras palavras, o passivo e o PL são – em última análise – a origem 
do ativo, conforme figura a seguir: 
Ativo Passivo
--------------------------- Patrimônio Líquido
Bens e Direitos Obrigações 
Bens e Direitos (-) Obrigações
 
3.2.3.4 Explicação da expressão balanço patrimonial 
A expressão balanço decorre do equilíbrio: ATIVO = PASSIVO + PL ou 
da igualdade ORIGENS = APLICAÇÕES. A expressão balanço 
patrimonial decorre da idéia de equilíbrio do patrimônio (equilíbrio este 
existente entre origens e aplicações). 
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3.2.4 Grupos específicos de contas do balanço patrimonial 
Neste item da matéria, serão apresentadas as definições, e feitas 
considerações específicas sobre os seguintes grupos patrimoiais: (a) 
Ativo Circulante; (b) Ativo Realizável a Longo Prazo; (c) Ativo 
Permanente e seus subgrupos (c.1) Investimentos, (c.2) Imobilizado e 
(c.3) Diferido; (d) Passivo Circulante e Passivo Exigível a Longo Prazo; 
(e) Resultado de Exercícios Futuros e (f) Patrimônio Líquido. 
3.2.4.1 Ativo Circulante 
De acordo com o disposto no art. 179 da Lei da S/A, no balanço 
patrimonial, o ativo circulante será composto por bens ou direitos 
realizáveis no exercício seguinte, conforme abaixo: 
Ativo 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos 
realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as 
aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; 
O correto entendimento desse dispositivo é de fundamental importância 
para a classificação das contas (no circulante ou não), durante o 
exercício. Para tal, é necessário ter em mente que a Lei das S/A dispôs 
sobre a apresentação do balanço patrimonial – que é uma demonstração 
a ser levantada ao final de cada exercício e, indiretamente, determinou 
o critério para a classificação das contas de ativo circulante no momento 
do lançamento contábil. 
Portanto, no final de cada exercício, as contas referentes ao ativo 
circulante deverão conter bens e direitos realizáveis até o final do 
próximo exercício (o que – na data do fechamento do exercício – 
corresponderá ao prazo de 12 meses). Mas, por: (1) esses bens e 
direitos terem ingressado no patrimônio durante o exercício (portanto, 
antes do levantamento do balanço patrimonial), e (2) o registro desses 
bens e direitos ser obrigatoriamente realizado na data do ingresso 
desses bens no patrimônio8; eles devem ser – imediatamente – 
classificados no ativo circulante, mesmo que na data de sua aquisição o 
prazo de realização ultrapasse o período de 12 meses (desde que a data 
de realização esteja prevista para antes do final do próximo exercício). 
Assim, exemplificando, a aquisição, em 03/04/2006, de um direito com 
data de realização prevista para 03/12/2007 (portanto, 18 meses após), 
deve ser registrada em uma conta do ativo circulante ou não? Vejamos, 
no final do exercício (em 31/12/2006), esse direito terá um prazo de 
 
8 Pela aplicação do princípio fundamental de contabilidade da “Oportunidade”. 
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realização inferior a 12 meses – portanto deve esse direito deve, sim, 
ser classificado no ativo circulante. Repare que, apesar de, no momento 
de sua aquisição, o direito ter um prazo superior a 12 meses para sua 
realização, sua data de realização é anterior ao final do próximo 
exercício e, portanto, no momento do balanço patrimonial, o prazo de 
realização será inferior a 12 meses. 
Dessa forma, propomos uma regra simples, e de fácil aplicação, para 
classificação de bens e direitos no ativo circulante: classificam-se – de 
imediato – no ativo circulante os bens e direitos cuja realização ocorrerá 
até o final do próximo exercício. No exemplo, o direito adquirido em 
03/04/2006 deverá ser realizado em 03/12/2007, portanto antes do 
final do próximo exercício (que somente ocorreria em 31/12/2007), 
cabendo sua classificação – imediata – no ativo circulante. 
Recapitulando, por ativo circulante, entende-se o grupo onde serão 
classificados os seguintes itens: (1) disponibilidades, (2) bens e direitos 
realizáveis até o término do exercício social subseqüente e (3) as 
aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. 
Cabe, entre uma breve observação, sobre uma situação específica – e 
rara: o balanço intermediário. 
Algumas empresas podem estar obrigadas a elaborar um Balanço 
patrimonial intermediário, ou seja, em data anterior à do encerramento 
do exercício (por determinação do estatuto, ou da lei – por conta da 
atividade da empresa). No caso, a classificação das contas no 
circulante, ou no longo prazo, deve levar em consideração os 12 meses 
seguintes à data de elaboração desse balanço intermediário. Assim, no 
balanço intermediário, uma conta que tenha prazo de realização 
terminando antes do final do exercício seguinte pode – eventualmente – 
ter de ser demonstrada no Ativo Realizável a Longo Prazo (basta que 
seu prazo de realização seja superior a 12 meses, contados da data do 
balanço intermediário). 
O ativo circulante é dividido em: 
- disponibilidades 
- Investimentos temporários 
- Créditos a receber 
- Estoques 
- Despesas antecipadas 
Adiante, nessa aula, estudaremos cada um dos grupos componentes do 
ativo circulante. 
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3.2.4.2 Ativo Realizável a Longo Prazo 
3.2.4.2.1 Regra geral 
São classificáveis no Ativo Realizável a Longo Prazo contas da mesma 
natureza daquelas classificáveis no Ativo Circulante. Entretanto, tais 
contas têm a especial característica de que sua realização, certa ou 
provável, somente ocorrerá após o término do exercício seguinte. Essa 
situação enseja, normalmente, a realização num prazo superior a um 
ano a partir da data do balanço, nos termos do art. 179 da Lei das S/A a 
seguir reproduzido – em parte: 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
... 
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis 
após o término do exercício seguinte, ...; 
Essa, portanto, é a regra geral: o prazo de realização serve de termo 
divisório entre o Ativo Circulante e o Ativo Realizável a Longo Prazo. 
Entretanto, há dois casos especiais de classificação de contas no Ativo 
Realizável a Longo Prazo, em detrimento do Ativo Circulante, e vice-
versa: (a) transações não operacionais entre a empresa e sócios, 
coligadas, controladas, diretores e outros participantes do resultado e 
(b) empresas com ciclo operacional superior a 12 meses. 
3.2.4.2.2 Primeira exceção – direitos relativos a transações 
não operacionais, realizadas com partes relacionadas 
De acordo com a parte final do inciso II do art. 179 da Lei das S/A, os 
direitos derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a 
sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou 
participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios 
usuais na exploração do objeto da companhia. 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
... 
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos ... 
derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a 
sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), 
diretores, acionistas ou participantes no lucro da 
companhia, que não constituírem negócios usuais na 
exploração do objeto da companhia; 
Antes de analisar o dispositivo acima (e entender seu objetivo), faz-se 
necessário precisar o conceito de dois termos – novos – nele utilizados: 
(a) sociedades controladas e (b) sociedades coligadas. Sociedades 
controladas são aquelas nas quais uma nossa empresa possui, de modo 
permanente, a maioria dos votos em Assembléia de Acionistas (por ter 
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poder sobre a maioria das ações com direito a voto) e a possibilidade de 
nomear/destituir a maioria dos administradores9. Sociedades coligadas 
são aquelas em que uma possui, pelo menos 10% do capital da outra, 
sem controlá-la. 
Esclarecidos os termos utilizados, vamos contextualizar o dispositivo 
legal (para que seja possível entender sua finalidade). Assim, cabe 
dizer que a Lei das S/A, preocupada em garantir que as empresas 
apresentassem seu patrimônio de modo claro para os usuários da 
contabilidade – privilegiando a essência, em detrimento da forma – não 
permitiu que um direito (da empresa) contra uma pessoa com ela 
relacionada fosse registrado como algo que a empresa tenha a 
possibilidade de exigir no curto prazo (em pouco tempo). Isso está de 
acordo com o que acontece na vida real: geralmente, as pessoas não 
exigem valores daqueles que estão intimamente com elas relacionados. 
Portanto, se a empresa tivesse, por exemplo, o direito de receber um 
valor de seu diretor (referente a um contrato de empréstimo, cuja data 
formalizada para pagamento fosse ocorrer em dois meses) e o diretor, 
eventualmente, não pagasse o valor na data formalizada – em contrato 
– para seu pagamento, muito dificilmente a empresa tentaria cobrar 
esse valor pelos meios legais (até porque, muitas vezes, o responsável 
pela cobrança de valores para a empresa pode ser o próprio diretor). 
Então, a lei, para evitar que os usuários da contabilidade, ao analisar as 
demonstrações do patrimônio da empresa (notadamente o Balanço 
Patrimonial), fossem enganados, contando com a existência de um 
direito a ser realizado (cobrado) no curto prazo, que, na realidade, iria 
demorar muito para ser exigido, determinou que tais direitos fossem 
classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo, independentemente do 
prazo formalizado para seu recebimento/realização. 
Um exemplo – bem humorado –, que serve para fixar o conceito, 
encontra-se a seguir. 
Suponha que o diretor de uma empresa denominada Tamancos e 
Tamancos S/A (cujo objeto consiste em “comprar tamancos em Novo 
Hamburgo/RS10 e revendê-los a portugueses, na Praça dos Açorianos11”) 
desejasse contrair um empréstimo, dessa empresa, para comprar um 
 
9 Sobre o conceito de controle societário (direito/indireto) ver aula sobre Participações 
Societárias – Método da Equivalência Patrimonial – adiante neste curso. 
10 Novo Hamburgo é uma cidade próxima à Porto Alegre (capital do Rio Grande do 
Sul), que consiste em um pólo calçadista, no estado. 
11 A praça dos Açorianos, em Porto Alegre, é uma praça em homenagem à imigração 
portuguesa (vinda da Ilha dos Açores) que consistiu na primeira colonização da atual 
capital do Estado do Rio Grande do Sul. 
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BMW, para seu uso pessoal. Imaginem a situação: o diretor, dirigindo-
se à empresa, para pedir um empréstimo – para pagamento em seis 
meses, seria recebido por ele mesmo e realizaria o pedido do 
empréstimo a ele mesmo (na condição de mandatário da empresa). 
Ninguém, em sã consciência, acreditaria que, se o diretor não 
conseguisse pagar esse empréstimo, ele envidaria esforços (em 
benefício da empresa) para cobrar essa dívida dele mesmo 
(prejudicando a si próprio). 
É por essa razão que esse empréstimo deve ser classificado no Ativo 
Realizável a Longo Prazo (porque a empresa não tem – presumidamente 
– interesse em cobrá-lo na data formalizada). Repare que, no caso de 
empréstimos a terceiros não relacionados à empresa, a situação é bem 
diferente: a empresa tem todo o interesse de o valor a ela devido seja 
efetivamente entregue – conforme contratado. 
Ao contrário, se essa mesma empresa vendesse tamancos a prazo, para 
clientes em geral, e um de seus diretores adquirisse também tamancos 
a prazo (nas mesmas condições dos demais clientes), o direito – da 
empresa – de receber o valor de seu diretor, não seria imediatamente 
classificado no Ativo Realizável a Longo Prazo, mas cairia na regra geral 
(somente classificada no Ativo Realizável a Longo Prazo se sua 
realização, certa ou provável, fosse prevista para após o término do 
exercício seguinte). Essa disposição decorre do fato de que: (a) se a 
empresa tratou seu diretor da mesma forma que trataria qualquer 
terceiro não relacionado quando da operação que ensejou a entrada do 
direito em seu patrimônio, (b) então presume-se que a empresa 
também o tratará dessa forma no que diz respeito à exigência de 
pagamento desse valor. 
Repetindo, independentemente do prazo de vencimento, os créditos de 
“coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no 
lucro”, oriundos de negócios não usuais na exploração do objeto da 
companhia, devem ser também classificados no longo prazo, ou seja, 
mesmo vencíveis ou com previsão de recebimento a curto prazo. Tais 
contas seriam as que a companhia tiver a receber dessas pessoas, 
oriundas, por exemplo, de: 
- venda de bens do ativo imobilizado outros do ativo permanente; 
- adiantamentos ou empréstimos para suprir necessidades de 
caixa de empresas coligadas ou controladas; 
- empréstimos ou adiantamentos a diretores e acionistas ou 
outros participantes no lucro (detentores de partes beneficiárias 
ou debêntures). 
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Desta maneira, as duplicatas ou contas a receber da empresa contra 
estas pessoas, derivadas da venda de produtos ou serviços típicos do 
objeto da empresa, realizáveis dentro de um ano da data do balanço, 
devem ser classificadas no ativo circulante. 
3.2.4.2.3 Segunda exceção – empresas com ciclo 
operacional superior ao exercício social 
Uma segunda exceção, na utilização período relativo ao exercício social 
como critério para classificação de bens e direitos – alternativamente – 
no Ativo Circulante ou no Ativo Realizável a Longo Prazo, encontra-se 
nas empresa cujo ciclo operacional (prazo compreendido entre o início 
de uma operação e seu término) tiver duração maior do que o exercício. 
Nesse caso, o termo divisório entre o Ativo Circulante e o Ativo 
Realizável a Longo Prazo não é o exercício social, mas sim o ciclo 
operacional, nos termos do art. 179, Parágrafo único, da Lei das S/A, a 
seguir: 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
... 
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional 
da empresa tiver duração maior que o exercício social, a 
classificação no circulante ou longo prazo terá por base o 
prazo desse ciclo. 
Assim, nas empresas em que o ciclo operacional tiver duração maior do 
que um exercício social, a classificação no circulante ou no longo prazo 
terá por base o prazo desse ciclo operacional (e não o prazo do exercício 
social – 1 ano). São poucas as empresas em que o ciclo operacional é 
superior ao exercício social, como exemplo, podemos citar os estaleiros 
navais e as empresas que constroem turbinas geradoras para usinas 
hidroelétricas. 
Veja que, do ponto de vista prático, em uma empresa que tenha ciclo 
operacional superior a 1 ano, se um elemento que passar a integrar o 
patrimônio, naquele momento ele deverá ser alternativamente 
classificado no Ativo Circulante ou no Ativo Realizável a Longo Prazo se 
o prazo previsto para sua realização for, respectivamente, inferior ou 
superior ao ciclo operacional, a contar do final desse exercício. 
Uma última referência – importantíssima –, que tem sido objeto de 
confusão por parte de muitos estudantes, iniciantes na matéria: uma 
empresa com ciclo operacional superior a 1 ano CONTINUA 
TENDO O EXERCÍCIO SOCIAL COM 12 MESES. O que muda é, tão 
somente, o termo divisório entre o Ativo Circulante e o Ativo Realizável 
a Longo Prazo e não o prazo relativo ao exercício. 
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3.2.4.2.4 Considerações finais sobre o Ativo Realizável a 
Longo Prazo 
Normalmente o Ativo Realizável a Longo Prazo representa um ativo não 
muito significativo, comparado com os demais grupos patrimoniais do 
Balanço Patrimonial, podendo inclusive ser apresentado por totais dos 
seus subgrupos (com a indicação do valor das provisões 
correspondentes). Se, por outro lado, seu valor for muito irrelevante, 
pode ser indicado por um único valor no Balanço. 
3.2.4.3 Ativo Permanente 
O ativo Permanente é considerado o conjunto de bens e direitos (ativo) 
adquirido, pela empresa, com intenção de permanência, ou seja, sem 
previsão de alienação (permanente). Repare que o critério de 
classificação do elemento patrimonial no ativo permanente é a intenção. 
Assim: 
a) se a intenção for de permanência (de não alienar o 
elemento), a classificação deverá ser realizada no Ativo 
Permanente; 
b) se a intenção for de alienação (realização), a classificação 
deverá ser realizada alternativamente no Ativo Circulante 
(se a realização ocorrer antes do final do próximo 
exercício) ou no Ativo Realizável a Longo Prazo (se a 
realização ocorrer após o final do próximo exercício12). 
Aqueles que já tiveram contato com a Contabilidade há mais de dez 
anos devem estar lembrados de – à época – era aplicável o conceito de 
Correção Monetária do Balanço. A Correção Monetária do Balanço 
demandava (entre outras coisas) a atualização do valor do Ativo 
Permanente (pelo índice legal de inflação), o que correspondia a uma 
“receita” (saldo credor de Correção Monetária do Balanço), que 
aumentava o lucro e, conseqüentemente, a base de cálculo dos tributos. 
Naquela situação, era comum que contribuintes classificassem itens cuja 
intenção fosse de permanência no Ativo Circulante – esperando não ter 
que atualizá-los monetariamente e, assim, reduzir o valor do lucro 
registrado (e, conseqüentemente, da base de cálculo dos tributos – 
IRPJ/CSLL). Era naquela situação que a legislação determinava que, se 
um determinado bem fosse registrado no Ativo Circulante sem 
realização até o final do exercício, ele deveria ser reclassificado para o 
Ativo Permanente e atualizado monetariamente, desde sua aquisição. 
 
12 Ou conforme as duas exceções vistas no item anterior. 
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Saliente-se que, com o final da Correção Monetária de Balanço, a 
determinação legislativa referenciada no parágrafo anterior perdeu sua 
razão de ser. Assim, repete-se, o critério – atual – único, para 
classificação de elementos patrimoniais no Ativo Permanente é o da 
intenção (de permanência). 
O ativo permanente, portanto, compreende os bens e direitos que a 
empresa não deseja ou não pode realizar, isto é, vender e transformar 
em dinheiro. 
Essas aplicações podem ser feitas com o objetivo de dar 
operacionalidade à empresa – neste caso, compõem o grupo 
imobilizado. Se não se destinarem à manutenção da atividade da 
empresa, comporão o grupo investimentos. Existem ainda aplicações 
em despesas que contribuem para a formação do resultado de exercícios 
subseqüentes e não devem, portanto, ser apropriadas ao exercício em 
que foram gastas. Neste caso, constituem o grupo diferido. 
Cada um desses três grupos será estudado em separado, a seguir. 
3.2.4.3.1 Ativo Permanente Investimentos 
Investimentos de valores em elementos patrimoniais, com intenção de 
permanência, são classificados em título especial à parte, no Balanço 
Patrimonial, denominado ativo Permanente INVESTIMENTOS. 
O artigo 179 da Lei das S/A estabelece como as contas serão 
classificadas, definindo, no seu item III, que ficam classificadas em 
investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os 
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e 
que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da 
empresa, conforme a seguir reproduzido: 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
... 
III - em investimentos: as participações permanentes em 
outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não 
classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à 
manutenção da atividade da companhia ou da empresa; 
 
Verifica-se, por este texto, que, no subgrupo Ativo Permanente 
Investimentos deverão constar elementos não classificáveis no ativo 
circulante. Isso é uma decorrência do próprio conceito de Ativo 
Permanente (que somente abrange itens cuja intenção seja de não 
alienação), assim, somente itens que não se enquadrem no conceito de 
Ativo Circulante (com prazo de realização previsto) podem ser 
registrados no Ativo Permanente Investimentos. 
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Adicionalmente, o dispositivo legal faz uma referência a participações 
permanentes em outras sociedades. Por participações permanentes em 
outras sociedades entende-se, basicamente: (a) ações de companhias; 
e (b) cotas do capital de sociedades limitadas. Tais participações (ações 
ou cotas) dão, à empresa, direito a uma fração idealdo patrimônio da 
pessoa jurídica investida, bem como de seus lucros e sua administração. 
Assim, se uma empresa é detentora de ações (ou cotas de capital) 
referentes a outra empresa, ela tem direito a parte do respectivo 
patrimônio, resultado e administração. 
Seja o exemplo de uma holding (empresa que tem por objeto – tão 
somente – a participação no capital de outras pessoas jurídicas), que 
possui – em seu patrimônio – ações e cotas de outras pessoas jurídicas. 
Essas ações e quotas consubstanciam direitos da holding que deverão 
ser classificados em seu Ativo Permanente Investimentos. 
Existem basicamente dois métodos de avaliação desses direitos, 
relativos a investimentos: 
- o método de custo; 
- o método da equivalência patrimonial. 
O método de custo é adotado para os investimentos menores e o 
método da equivalência patrimonial para os mais significativos – 
importantes, em termos do nível de participação acionária na investida e 
de sua relevância na investidora. Esses investimentos (em ações ou 
cotas de capital de outras pessoas jurídicas), por sua importância, será 
objeto de estudo em separado, em aula específica, adiante neste curso. 
Finalmente, o dispositivo legal em tela refere-se também a direitos de 
qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se 
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa. 
Nesse diapasão, classificam-se também no Ativo Permanente 
Investimentos quaisquer bens ou direitos não utilizados na atividade fim 
da empresa, como – por exemplo: (a) jóias, (b) obras de arte e (c) 
imóveis para renda. 
Os valores registrados no ativo permanente investimentos, portanto, 
deverão ser os seguintes: 
a) Participações permanentes em outras sociedades – que têm por 
características de aplicação de capital que não seja de forma 
temporária ou especulativa, existindo a intenção de 
permanência, ou seja, de usufruir dos rendimentos 
proporcionados por esses investimentos. Estes investimentos 
podem ser voluntários ou oriundos de incentivos fiscais. 
b) Outros investimentos permanentes como imóveis de aluguel ou 
obras de arte. 
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Repare – e isso é importante – que, quando se trata de participações 
permanentes (ações ou quotas), não é necessário que elas não estejam 
sendo utilizadas na atividade fim da empresa. Essa condição somente é 
necessária à classificação no Ativo Permanente Investimentos para os 
demais itens (jóias, imóveis de aluguel e obras de arte). 
3.2.4.3.2 Ativo Permanente Imobilizado 
Segundo a lei das S/A, classificam-se no ativo imobilizado as contas 
representativas dos elementos patrimoniais que tenham por objeto bens 
destinados à manutenção das atividades da Companhia, ou exercidos 
com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial, 
conforme consta de seu art. 179: 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
... 
IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por 
objeto bens destinados à manutenção das atividades da 
companhia e da empresa, ou exercidos com essa 
finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou 
comercial; 
 
Assim, nesse subgrupo do ativo incluem-se todos os bens que a 
empresa possui com a intenção de mantê-los e que se destinem ao 
funcionamento da sociedade ou de seu empreendimento, bem como os 
direitos exercidos com esta finalidade. 
O estudo deste subgrupo também é de importância fundamental para o 
entendimento da contabilidade e, portanto, este grupo será estudado 
em item específico, adiante, neste material (juntamente com os 
conceitos a ele relacionados – depreciação e reavaliação). 
3.2.4.3.3 Ativo Permanente Diferido 
No ativo diferido serão classificadas as aplicações de recursos em 
despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um 
exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas 
durante o período que anteceder o inícios das operações sociais, 
conforme consta da Lei das S/A, em seu art. 179, V, a seguir: 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
... 
V - no ativo diferido: as aplicações de recursos em 
despesas que contribuirão para a formação do resultado de 
mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou 
creditados aos acionistas durante o período que anteceder 
o início das operações sociais. 
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O entendimento deste grupo patrimonial demanda, alem do raciocínio 
propriamente dito, uma capacidade de imaginação13. A expressão 
utilizada no dispositivo normativo em comento “aplicações de recursos 
em despesas” refere-se a gastos; um gasto é – em princípio – uma 
aplicação de valores para fora do patrimônio, ou seja, algo que se perde 
do patrimônio reduzindo-o (despesa). Porém, há vários gastos que não 
ensejam imediata redução do patrimônio e que redundam na aquisição 
de direitos14. É com base na idéia de um gasto necessário para a 
aquisição de um direito (o direito de ter lucro nos exercícios vindouros) 
que o Ativo Permanente Investimentos deve ser encarado. 
Um ilustrativo exemplo do conceito de ativo diferido é o do conjunto de 
gastos suportados por um laboratório farmacêutico, na pesquisa da 
fórmula de um novo produto milagroso (que cure – ao mesmo tempo – 
a calvície e a impotência sexual). Não resta dúvida de que, no processo 
de pesquisa, há vários desembolsos (para aquisição e utilização de 
material de laboratório, para pagamento de salários de pesquisadores e 
voluntários – velhinhos carecas – para testes, utilização de instalações, 
etc.). 
Em uma situação normal (fora do escopo de pesquisa), esses 
desembolsos não estão diretamente relacionados ao aparecimento, no 
patrimônio, de bens e, portanto, poderiam ser vistos como valores 
aplicados para fora do patrimônio (despesas). Porém, ninguém duvida 
de que esses esforços patrimoniais (pagamentos) consistem no “preço 
da aquisição do direito a ter lucro – no futuro – explorando 
comercialmente a fórmula que está sendo pesquisada”. Assim, não se 
trata, imediatamente, de despesas, mas de pagamentos (aplicação) de 
valores na aquisição do direito de ter lucro (em exercícios vindouros). 
Somente nos exercícios em que espera-se usufruir os lucros previstos, 
os valores pagos e classificados no Ativo Permanente Diferido, pelo 
regime de competência, irão constituir despesas (despesas de 
amortização – que serão estudadas em aula própria, adiante deste 
curso, juntamente com os conceitos de depreciação e exaustão). 
Os ativos diferidos caracterizam-se por: 
 
13 Estou, cada vez mais, convencido de que poetas teriam grande facilidade para 
entendimento das convenções e critérios utilizados na definição da nomenclatura 
utilizada pela Contabilidade – tratam-se de metáforas acerca do patrimônio. 
14 Nesse sentido, ver aula 01 deste curso – princípio da competência. 
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a) serem em regra geral intangíveis, sujeitos a amortização 
durante o período de tempo em que contribuírem para a 
formação do resultado da empresa; 
b) compreenderem despesas incorridas durante o período de 
desenvolvimento, construção e implantação de projetos, 
anteriores ao início das operações sociais (fase pré-operacional); 
c) por compreenderem ainda as despesas incorridas com pesquisas 
e desenvolvimento de novos produtos, métodos e fórmulas de 
fabricação, modernização e reorganização da empresa; 
d) não incluírem bens corpóreos, mesmo aqueles utilizados na fase 
pré-operacional ou na que anteceda ao lançamento comercial de 
novos produtos, os

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