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CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 1 1 Roteiro Nesta aula, ainda sobre demonstrações contábeis, já tendo sido estudado – por completo – o Balanço Patrimonial, continuaremos o estudo com a apresentação: (1) da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, (2) da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA e (3) da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL. Portanto, neste ponto da matéria, serão apresentados os conceitos atinentes às demonstrações contábeis em tela e comentadas suas especificidades. A seguir, encontra-se uma lista dos itens que serão aqui estudados: a) Demonstração do Resultado do Exercício - DRE i) Finalidade da demonstração, conteúdo e previsão legal ii) Estrutura da demonstração iii) Elementos da DRE – (1) Início (“cabeça”); (2) meio (“meiuca”) E (3) fim (“rabicho”) (1) Faturamento x Receita Bruta de Vendas (2) Deduções da Receita Bruta de Vendas e Receita Líquida de Vendas (3) Custo das mercadorias Vendidas (CMV), Custo dos produtos vendidos (CPV), Custo dos serviços prestados (CPV) e Resultado operacional bruto (Lucro Bruto – LB) (4) Despesas e Receitas operacionais e Resultado operacional líquido (LOp) (a) Despesas operacionais: (1) comerciais, (2) administrativas, (3) financeiras e (4) outras (b) Variações monetárias passivas e Resultados negativos em participações societárias (c) Receitas financeiras (d) Variações monetárias ativas e Resultados positivos em participações societárias (e) Outras receitas operacionais (5) Receitas e Despesas não operacionais e Lucro antes dos tributos (LAIR) (6) Provisão para IR e CSLL e Lucro após os tributos (LApIR) CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 2 (7) Participações no Resultado: (1) Debenturistas, (2) Empregados, (3) Administradores, (4) Partes Beneficiárias e (5) Contribuições para a previdência privadas dos empregados (8) Lucro líquido (LL) e Lucro líquido por ação b) Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados - DLPA i) Finalidade da demonstração, conteúdo e previsão legal ii) Estrutura da demonstração iii) Elementos da DLPA (1) Saldo inicial, Ajustes e Saldo ajustado (2) Reversão/realização de reservas, LL – da DRE – e Saldo à disposição da Asembléia-Geral de acionistas (3) Proposta de destinação: (1) dividendos, (2) reservas de lucro e (3) incorporação ao capital social; e saldo final. c) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL i) Finalidade da demonstração, conteúdo e previsão legal ii) Estrutura da demonstração iii) Elementos da DMPL 2 Introdução Antes de apresentar as demonstrações contábeis objeto da presente aula, cumpre referir que algumas contas aqui estudadas já foram apresentadas ao aluno longo deste curso. Não se trata de uma simples repetição da matéria, mas de uma nova análise do mesmo assunto, sob um ponto de vista novo. Tal situação é decorrente do fato de que a Contabilidade utiliza o método das partidas dobradas, que determina que todo e qualquer fato contábil seja registrado com (1) a apresentação dos valores que estão sendo aplicados no patrimônio e a indicação do correspondente elemento patrimonial e (2) a apresentação da origem do respectivo valor, com a indicação do elemento do qual ele se origina. Ora, para fatos contábeis modificativos (ou mesmo mistos) pode ocorrer que a origem esteja em conta(s) patrimonial(is) e a aplicação em conta(s) de resultado, ou vice-versa. Assim, quando do estudo das contas patrimoniais, eventualmente foram referenciadas contas de resultado (para exemplificar e contextualizar o funcionamento das contas patrimoniais no sistema contábil de informações). CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 3 Neste ponto da matéria o enfoque é inverso, é proposta a apresentação de conceitos atinentes a contas de resultado e, portanto, as referências a contas patrimoniais (já estudadas) serão feitas apenas para exemplificar e contextualizar o funcionamento das contas de resultado. 3 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE 3.1 Finalidade da demonstração, conteúdo e previsão legal A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE – nada mais é do que uma apresentação organizada dos saldos finais das contas de resultado em um determinado período. Sua apresentação é de fundamental importância para que a informação contábil faça sentido, ou seja, ela complementa e contextualiza no tempo as informações do balanço patrimonial. O Balanço Patrimonial tem, como finalidade, a apresentação do valor de cada bem, direito, obrigação e da respectiva diferença entre eles, em um DETERMINADO MOMENTO DO TEMPO – no caso, no início e no final do exercício. Em outras palavras, o Balanço Patrimonial pode ser encarado – metaforicamente – como uma “fotografia do patrimônio”. A Demonstração do Resultado do Exercício tem como finalidade a apresentação dos motivos pelos quais o valor do patrimônio aumentou (receitas) ou diminuiu (despesas), durante o período de tempo compreendido entre a apresentação de dois balanços patrimoniais consecutivos. Em outras palavras, a Demonstração do Resultado do Exercício é a lista de motivos (e respectivos valores) pelos quais o patrimônio aumentou ou diminuiu no período compreendido entre suas duas fotografias. A partir dos conceitos acima apresentados, é possível visualizar, no modelo contábil de representação do patrimônio, bem como de suas alterações no tempo (durante o exercício), as funções informacionais do Balanço Patrimonial e da DRE, conforme a seguir: CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 4 Ativo Passivo Ativo Passivo ------- PL ------- PL Início Final Despesas Receitas ----- Saldo líquido (Receitas-Despesas) Exercício DRE BPi BPf Pela figura acima, é possível visualizar a finalidade da DRE no sistema de informações contábil: apresentação dos saldos das contas de resultado (representativas de receitas ou despesas), indicando o motivo pelo qual o patrimônio teve seu valor majorado ou reduzido – durante um período de tempo, o exercício – Dinâmica Patrimonial. Portanto, a Demonstração do Resultado do Exercício é a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do período. O art. 187 da Lei das S/A estabelece a ordem de apresentação das receitas, custos e despesas, nessa demonstração, para fins de publicação, conforme a seguir: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados; CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 5 VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. É importante lembrar que na DRE devem constar receitas auferidase despesas incorridas, em obediência ao princípio fundamental de contabilidade de competência. Assim, na determinação do resultado do exercício serão computados: (1) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda e (2) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos (conforme determina o § 1o do art. 187 da Lei das S/A): § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. O objetivo básico da Demonstração do Resultado do Exercício é fornecer aos usuários das demonstrações financeiras da empresa, como já indicado, os dados básicos e essenciais da formação do resultado do exercício. 3.2 Estrutura da demonstração Vista a finalidade da demonstração e sua previsão legal, apresentamos – a seguir – um modelo1 proposto, para estudo: 1 Em nosso modelo foram utilizados os nomes tradicionalmente dados às contas de resultado. Ressaltamos, porém, que, não havendo legislação que determine a nomenclatura de contas contábeis, em cada situação prática, poderá haver nomes ligeiramente diferentes. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 6 . Faturamento bruto (-) IPI faturado (=) Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV) (-) vendas canceladas (-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais (-) impostos e contribuições incidentes sobre vendas e serviços . ICMS . PIS/Pasep . Cofins . ISS (=) Receita Líquida de Vendas (RLV) (-) Custo das Mercadorias ou produtos vendidos e/ou serviços prestados (=) Resultado Bruto (se positivo, lucro bruto - LB) (-) despesas operacionais . despesas com vendas . despesas gerais e administrativas . despesas financeiras . outras despesas operacionais . Resultados negativos em participações societárias . Variações monetárias passivas (+) Outras Receitas Operacionais . Receitas financeiras . Resultados positivos em participações societárias . Variações monetárias ativas . Receitas de aluguél do permanente (=) Resultado operacional líquido (se positivo, lucro operacional - LOp) (-) Despesas não operacionais (+) Receitas não operacionais (=) Resultado do período base antes da Contribuição Social e o Imposto de Renda (LAIR) (-) Contribuição Social sobre o lucro (-) Provisão para o Imposto de Renda (=) Lucro Líquido do período antes das participações (LApIR) (-) Participação de debenturistas (-) Participações de empregados (-) Participações de administradores (-) Participações de partes beneficiárias (-) Contribuição para fundos de assistência e previdência social dos empregados (=) Lucro líquido do período base (LL) (/ ) Número de ações (=) Lucro líquido por ação 3.3 Elementos da DRE No estudo da DRE é de extrema importância – didática – sua divisão em três grandes: (1) Início (denominado didaticamente de “cabeça”), que vai até o Lucro Bruto; (2) meio (denominado carinhosamente “meiuca”), que vai até o Lucro antes dos tributos – IR e CSLL e (3) fim (de forma bem humorada, denominado “rabicho”), que vai até o Lucro Líquido. A relevância dessa classificação reside no fato de que os problemas (que se apresentam tanto na vida prática quanto em questões de prova) CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 7 relativos ao resultado do exercício, geralmente, estão adstritos a um desses grupos. Nesse sentido, pode-se afirmar que: - problemas relacionados a operações com mercadorias e controle de estoques são resolvidos com o conhecimento do primeiro grupo de elementos da DRE – (1) início da demonstração, por nós denominado didaticamente de “cabeça” da demonstração; - problemas relacionados a operações com receitas/despesas financeiras, equivalência patrimonial, variações monetárias (ativas e passivas) e ganho ou perda de capital são resolvidos com o conhecimento do segundo grupo de elementos da DRE – (2) meio da demonstração, por nós denominado didaticamente de “meiuca” da demonstração; - problemas relacionados à destinação do resultado (tributos, participações, reservas de lucro, dividendos e incorporação ao capital) são resolvidos como o conhecimento do terceiro grupo de elemento da DRE – (3) final da demonstração, por nós denominado didaticamente de “rabicho” da demonstração2. Para fins de clareza, apresentamos, a seguir, cada um dos três grandes grupos em que a DRE se divide: (1) início - cabeça . Faturamento bruto (-) IPI faturado (=) Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV) (-) vendas canceladas (-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais (-) impostos e contribuições incidentes sobre vendas e serviços . ICMS . PIS/Pasep . Cofins . ISS (=) Receita Líquida de Vendas (RLV) (-) Custo das Mercadorias ou produtos vendidos e/ou serviços prestados (=) Resultado Bruto (se positivo, lucro bruto - LB) (2) meio – meiuca 2 Sendo que a resolução desse tipo de problema pode, eventualmente, demandar o conhecimento (integrado) do final da DRE e da DLPA (que será estudada adiante neste tópico da matéria). CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 8 (-) despesas operacionais . despesas com vendas . despesas gerais e administrativas . despesas financeiras . outras despesas operacionais . Resultados negativos em participações societárias . Variações monetárias passivas (+) Outras Receitas Operacionais . Receitas financeiras . Resultados positivos em participações societárias . Variações monetárias ativas . Receitas de aluguél do permanente (=) Resultado operacional líquido (se positivo, lucro operacional - LOp) (-) Despesas não operacionais (+) Receitas não operacionais (=) Resultado do período base antes da Contribuição Social e o Imposto de Renda (LAIR) (3) fim – rabicho (-) Contribuição Social sobre o lucro (-) Provisão para o Imposto de Renda (= Lucro Líquido do período antes das participações (LApIR) (-) Participação de debenturistas (-) Participações de empregados (-) Participações de administradores (-) Participações de partes beneficiárias (-) Contribuição para fundos de assistência e previdência social dos empregados (= Lucro líquido do período base (LL) (/ ) Número de ações (= Lucro líquido por ação Vista a finalidade da demonstração, bem como sua estrutura, e proposto um modelo de estudo – por partes – analisaremos, a seguir, cada um de seus elementos. 3.3.1 Faturamento x Receita Bruta de Vendas Conforme já visto, em obediência ao princípio fundamental de contabilidade da competência, a Receita Bruta de Vendas deve ser aquela registrada quando da efetiva entrega das mercadorias/produtos, momento em que ocorre a transmissão da propriedade dos bens ao comprador, (ou da efetiva prestação do serviço). Simultaneamente ao registro das receitas, deve ser registrado o custo das mercadorias vendidas, que representa o sacrifício patrimonial necessário à percepção da receita auferida. Portanto, os recebimentos de adiantamentos de clientes não devem constar dessa demonstração (trata-se de passivo – conta patrimonial). Deve ter chamado a atenção do aluno o fato das duas primeiras linhas do modelo proposto estarem apresentadas em tipo diferente (itálico). Essa situação decorre do seguinte problema: CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br9 - quando uma indústria vende um produto de preço R$ 1.000,00, com IPI de 10%; - o cliente, para adquirir o produto, deve pagar os R$ 1.000,00 relativos ao produto adquirido, acrescido do IPI de 10%, que está por fora do valor do produto (R$ 100,00); - assim, a indústria recebe o valor de R$ 1.100,00, por ter vendido um produto valor de apenas R$ 1.000,00. O valor do produto vendido (preço) é denominado de Receita Bruta de Vendas – R$ 1.000,00 – e o valor recebido (cobrado) é denominado de Faturamento Bruto – R$ 1.100,00. Para ilustração da situação acima descrita, apresentamos, a seguir, uma figura representativa do corpo da nota fiscal do produto vendido pela indústria. NF n° 1,00 Item Produto - descrição Preço unit.Qtd. Preço Total 1 XPTO 10,00 100 1.000,00 - - - Total 1.000,00 icms 17% 170,00 ipi 10% 100,00 Valor a pagar 1.100,00 Repare que o valor do produto (na nota) que enseja a Receita Bruta de Vendas – RBV é de apenas R$ 1.000,00, mas o valor a pagar, que enseja o Faturamento Bruto é de R$ 1.100,00. Nesse ponto, é comum uma dúvida, porque somente o IPI é considerado um valor que não compõe o preço do produto; a resposta é simples, a legislação assim definiu, determinando que o IPI não faz parte da Receita Bruta de Vendas – sendo um valor a ela acrescido. Ocorre que a Lei das S/A estabelece que deve devem ser demonstrados a Receita Bruta da Venda e, em seguida, os impostos relativos à venda, para apuração da receita líquida de vendas, conforme art. 187, a seguir parcialmente reproduzido: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II - a receita líquida das vendas ... CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 10 Para solucionar esse problema, adotamos a solução proposta pelo Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações3, ou seja, a adaptação do plano de contas para que – antes da Receita Bruta de Vendas, inserir as contas Faturamento Bruto e IPI Faturado, conforme abaixo: . Faturamento bruto (-) IPI faturado (=) Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV) Nessa alternativa, o IPI contido nas vendas é então considerado uma dedução do faturamento bruto, chegando-se à Receita Bruta de Vendas, conforme definido pela Legislação. Seguindo esse modelo, no caso da compra acima, a contabilização deverá ser realizada da seguinte forma: D = Diversos 1 - C = a Fornecedores 1.100,00 D = IPI a recuperar (AC) 100,00 D = Estoques de Matéria-prima 1.000,00 Para fins de ilustração, considerando a posterior venda de produtos industrializados (sujeitos ao IPI em 10%, por exemplo) no valor de R$ 5.000,00, teremos a seguinte contabilização: D = Clientes 2 - C = a Faturamento Bruto 5.500,00 D = IPI faturado 3 - C = a IPI a recolher (PC) 500,00 Ao final do período de apuração do IPI, pela não cumulatividade característica do tributo, a indústria teria que recolher o saldo entre o IPI a recolher e o IPI a recuperar. D = IPI a recolher (PC) 500,00 4 - C = a Diversos C = a IPI a recuperar (AC) 100,00 C = a Caixa (ou bancos) 400,00 Ocorridos esses fatos, na DRE, serão demonstrados os seguintes valores: . Faturamento bruto 5.500,00 (-) IPI faturado (500,00) (=) Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV) 5.000,00 O exemplo acima é meramente ilustrativo do modelo de apresentação da DRE neste item proposto. Considerações aprofundadas acerca dos 3 Iudícibus, Sérgio de E outros. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – 4a ed. ver. E atual. – São Paulo: Atlas 1994. pp. 508 a 510. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 11 lançamentos contábeis aqui apresentados serão efetuadas na aula que trata das operações com mercadorias, adiante neste curso. 3.3.2 Deduções da Receita Bruta de Vendas e Receita Líquida de Vendas As contas a seguir são contas que representam valores que reduzem a Receita Bruta de vendas – RBV, ou seja, são valores que estão diretamente relacionados com a RBV e que a reduzem, são eles: - as Devoluções e as Vendas canceladas; - os Descontos Incondicionais e os Abatimentos; - os tributos incidentes sobre a Receita de Vendas. A seguir, analisaremos cada uma dessas contas. 3.3.2.1 Devoluções e vendas canceladas As devoluções e vendas canceladas são situações similares. Em ambos os casos, o valor da venda (antes ocorrida) é desfeito. A diferença fundamental entre essas duas ocorrências é que: (1) no cancelamento de vendas, apesar da nota fiscal já ter sido emitida, o bem vendido, produto ou mercadoria, não chegou a sair do estabelecimento; (2) na devolução, o desfazimento da venda ocorre em um momento posterior à saída do bem do estabelecimento vendedor. O lançamento referente a uma devolução de vendas é, desconsiderando tributos – para fins didáticos: D = Devolução de vendas (ou Vendas canceladas) 1 - C = a Clientes x 3.3.2.2 Descontos incondicionais e abatimentos 3.3.2.2.1 Descontos incondicionais Os descontos incondicionais, também denominados descontos comerciais, são aqueles dados ao cliente no momento da venda. A palavra “incondicional” é denotativa de sua natureza, pois, por condição entende-se um “evento futuro e incerto” e, assim, um desconto incondicional é aquele que é dado ao cliente independentemente de qualquer acontecimento futuro e incerto. Para ilustrar a definição, proponho a seguinte história. Imagine que um cliente dirija-se à empresa Tamancos & Tamancos S/A, para comprar um lote de tamancos, no valor de R$ 1.000,00, cujo lançamento seria o seguinte: CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 12 D = Clientes 1 - C = a Receita Bruta de Vendas 1.000,00 Então, o vendedor, olhando nos olhos do cliente, diz: “o senhor é um cliente fiel, compra sempre – e sempre em grande quantidade – há muito tempo, pagando sempre corretamente e em dia. Por isso, vamos lhe dar um desconto de 2% sobre o valor da venda”. Qual o lançamento relativo a esse desconto? Tratar-se-ia de um desconto condicional ou de um desconto incondicional? Se o aluno pensasse estar diante de um desconto condicional, poderia até acertar uma questão na prova de português, mas não na prova de contabilidade. Na verdade, o desconto acima, do ponto de vista contábil, não é condicional, pois não está pendente de qualquer acontecimento futuro e incerto; ao contrário, o desconto já está dado desde o momento da venda. Trata-se apenas de um desconto motivado, e não podemos confundir motivo com condição, pois o motivo é algo que aconteceu no passado e que é condição suficiente para que ocorra um evento no presente, ao passo que a condição é um evento futuro e incerto. Visto que esse é um desconto incondicional, o lançamento contábil seria o seguinte, desconsiderando incidências tributárias – para fins didáticos: D = Descontos incondicionais 1 - C = a Clientes 20,00 O Desconto condicional é aquele atrelado à ocorrência – no futuro – de um acontecimento incerto. O exemplo mais elucidativo de um desconto condicional é aquele dado pelo vendedor (no caso de venda a prazo) na hipótese do cliente realizar o pagamento antes da data de vencimento da fatura. Ilustrando o conceito de desconto condicional, considere que, no caso acima, ao invés do desconto incondicional antes apresentado,tivesse sido combinado com o comprador que “o pagamento deverá ser efetuado em 60 dias, mas, no caso de pagamento da fatura em até 30 dias, será concedido um desconto de 10% sobre o valor da venda”. Nessas condições, no momento da venda não há nada o que se falar em desconto (condicional ou incondicional). No trigésimo dia, pode – também – não acontecer nada (pois o cliente não é obrigado a pagar a fatura em 30 dias). Porém, caso no trigésimo dia ocorra o pagamento, deverá ser registrado o desconto condicional, pois a condição foi implementada, ou seja, ocorreu o evento futuro e incerto. Repare que o desconto condicional não pode ser visto como uma dedução da Receita de Vendas, pois não está atrelado ao evento da venda. Na realidade, o desconto condicional em tela está relacionado ao prazo para pagamento e, portanto, tem a natureza do valor do dinheiro CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 13 no tempo (juros), devendo ser interpretado como uma despesa financeira – que será estudada adiante entre as despesas operacionais. 3.3.2.2.2 Abatimentos Os abatimentos são reduções do preço (da mercadoria antes vendida), para evitar a devolução da venda. Portanto, abatimentos são fatos posteriores à venda e decorrentes de uma situação especial que, alternativamente, pode ser: (1) existência de defeitos na mercadoria (2) ocorrência de incoerências entre a mercadoria contratada e aquela entregue. Um exemplo esclarecedor de abatimentos é o da situação em que há um pedido de mercadorias em uma determinada cor (por exemplo, roxo) e a entrega da mercadoria em uma cor diferente, mas parecida, (por exemplo, lilás). Nessa situação, o cliente teria o direito de devolver a mercadoria recebida; mas, para que não ocorra a devolução, o vendedor pode lançar mão de oferecer um abatimento no preço da mercadoria. O lançamento contábil referente ao abatimento encontra-se a seguir apresentado: D = Abatimentos 1 - C = a Clientes x É importante colocar que nem o ICMS, nem o IPI, nem o PIS/Pasep nem a Cofins são afetados pelo eventual abatimento. Para entender a razão dessas determinações legislativas e, conseqüentemente, memorizá-las, cabe referir que o abatimento é um fato posterior à venda e que, portanto, não pode alcançar os tributos que têm por fato gerador eventos ligados à venda. 3.3.2.3 Tributos sobre a venda Tributos sobre a venda são aqueles que têm por fato gerador um acontecimento ligado apenas à venda, são eles – geralmente – o ICMS, o PIS/Pasep, a Cofins, o ISS. Em casos excepcionais poderá haver, também, o Imposto de Exportação que, por quase nunca ser exigido, não será objeto de análise neste curso. 3.3.2.3.1 ICMS O fato gerador do ICMS está previsto na Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, em seu art. 155, conforme abaixo: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: ... CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 14 II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior Assim, via de regra, para cada venda ocorrida, deverá ocorrer a respectiva circulação da mercadoria vendida. Por essa razão, o ICMS é visto como um tributo incidente sobre a venda. Considerando uma alíquota básica de ICMS de 17%, na venda de uma mercadoria por R$ 5.000,00 (sem qualquer desconto – para fins didáticos), o lançamento contábil seria o seguinte: D = Clientes 1 - C = a Receita Bruta de Vendas 5.000,00 D = Tributos incidentes sobre as vendas - ICMS 2 - C = a ICMS a recolher (PC) 850,00 Cumpre referir que os descontos incondicionais e as devoluções, que são reduções/deduções da receita bruta de vendas, também reduzem a base de cálculo do ICMS. Ainda, a título informativo, no caso do IPI, a legislação é diferente e somente as devoluções reduzem a base de cálculo do tributo, sendo irrelevante a existência de descontos incondicionais. Esse assunto, porém, será detalhadamente discutido em aula própria, que trata das operações com mercadorias, adiante neste curso. 3.3.2.3.2 PIS/Pasep e Cofins O PIS/Pasep de pessoas jurídicas de direito privado com fins lucrativos (que é o caso das Sociedades Anônimas e Limitadas) e a Cofins são tributos que têm por fato gerador o faturamento, conforme definido nas leis n° 9.718, de 1998, 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, a seguir: Lei n° 9.718, de 1998: Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Lei n° 10.637, de 2002: Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1o Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 15 § 2o A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o valor do faturamento, conforme definido no caput. Lei n° 10.833, de 2003: Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, com a incidência não- cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1o Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. § 2o A base de cálculo da contribuição é o valor do faturamento, conforme definido no caput. Assim, via de regra, para cada venda ocorrida, deverá ocorrer uma respectiva cobrança (faturamento). Por essa razão, o PIS/Pasep e a Cofins são considerados como tributos incidentes sobre a venda. A alíquota do PIS/Pasep será de 0,65%, no caso da sistemática cumulativa, ou de 1,65%, no caso de sistemática não-cumulativa. A alíquota da Cofins será de 3%, no caso da sistemática cumulativa, ou de 7,6%, no caso de sistemática não-cumulativa. Considerando as alíquotas de 0,65% e de 3% respectivamente para o PIS/Pasep e a Cofins, na venda – antes referenciada – de uma mercadoria por R$ 5.000,00 (sem qualquer desconto – para fins didáticos), o lançamento contábil seria o seguinte: D = Tributos incidentes sobre as vendas - PIS/Pasep 3 - C = a PIS/Pasep a recolher (PC) 32,50 D = Tributos incidentes sobre as vendas - Cofins 4 - C = a Cofins a recolher (PC) 150,00 Cumpre referir que os descontos incondicionais e as devoluções, que são reduções/deduções da receita bruta de vendas, também reduzem a base de cálculo do tanto do PIS/Pasep quanto da Cofins. Esse assunto, porém, será detalhadamente discutido em aula específica, que trata das operações com mercadorias, adiante neste curso. 3.3.2.3.3 ISS O ISS é um tributo, da competência privativa dos municípios, que tem, como fato gerador, a prestação de serviço, conforme previsto no art. 156 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a seguir: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: ... CURSOSON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 16 III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. Assim, via de regra, para cada prestação de serviço ocorrida, deverá ocorrer uma venda, do serviço prestado. Por essa razão, o ISS é considerado como um tributo incidente sobre a venda. Considerando uma alíquota de ISS de 5%, definida como alíquota máxima para o tributo, e considerando uma prestação de serviço de R$ 1.000,00, deve ser registrado o seguinte lançamento contábil. D = Clientes 1 - C = a Receita Bruta de Vendas 1.000,00 D = Tributos incidentes sobre as vendas - ISS 2 - C = a ISS a recolher (PC) 50,00 3.3.2.4 Receita Líquida de Vendas (RLV) A receita líquida de vendas é o resultado entre o valor da Receita Bruta de Vendas e as respectivas deduções. Nunca é demais referir que os somatórios de valores dos saldos de contas contábeis – apresentados em demonstrações financeiras – consistem em contas sintéticas4. Exemplificando, considere: - a venda de uma 100 unidades de uma mercadoria de valor unitário R$ 100,00, no total de R$ 10.000,00; - a devolução de 10 unidades vendidas; - um desconto incondicional 10% sobre o valor de 50 das unidades vendidas; - a incidência de tributos (sobre o total de vendas deduzido do valor das devoluções e dos descontos incondicionais) com as seguintes alíquotas: o ICMS – 17%; o PIS/Pasep – 0,65%; o Cofins – 3%. Nessa situação, a DRE deverá ser a seguinte: 4 Sobre o assunto, ver aula 03 deste curso. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 17 . Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV) 10.000,00 (-) vendas canceladas (1.000,00) (-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais (500,00) (-) impostos e contribuições incidentes sobre vendas e serviços . ICMS (1.445,00) . PIS/Pasep (55,25) . Cofins (255,00) . ISS - (=) Receita Líquida de Vendas (RLV) 6.744,75 3.3.3 Custo das mercadorias Vendidas (CMV), Custo dos produtos vendidos (CPV), Custo dos serviços prestados (CPV) e Resultado operacional bruto (Lucro Bruto – LB) 3.3.3.1 Custo das Mercadorias Vendidas – CMV O custo da mercadoria vendida é o valor, antes registrado em estoque de mercadorias, que é entregue ao cliente quando de uma venda de mercadorias. Continuando o exemplo acima apresentado, e considerando: (1) o valor unitário da compra das mercadorias como sendo R$ 50,00, que descontado do ICMS (de 17%) que será recuperado5 resulta em um valor de estoque (unitário) de R$ 41,50; (2) a quantidade vendida de 90 unidades (100 unidades vendias – 10 unidades canceladas); teremos um custo da mercadoria vendida de 90 * 41,50 = R$ 3.735,00. 3.3.3.2 Custo dos Produtos Vendidos – CPV O custo dos produtos vendidos somente é apurado em empresas industriais. Sua apuração implica um controle dos materiais utilizados no processo de industrialização, da mão de obra direta e dos custos indiretos de fabricação. Trata-se de um problema estudado pela contabilidade de custos e que, portanto, não será abordado nesta altura deste curso. 3.3.3.3 Custo dos Serviços Prestados – CSP O custo dos serviços prestados deve ser apurado por empresas prestadoras de serviço e implica o controle de horas de trabalho na consecução do serviço e de utilização de custos indiretos de prestação do serviço. 5 Conforme será detalhadamente estudado na aula que trata das operações com mercadoria, adiante neste curso. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 18 3.3.3.4 Resultado Operacional Bruto – Lucro Bruto (LB) O Resultado operacional bruto é a diferença entre a receita líquida de vendas e o custo das mercadorias vendidas (ou dos produtos vendidos ou, ainda, dos serviços prestados – conforme a natureza das atividades da empresa). Continuando o exemplo aqui apresentado, considerando a RBV, as deduções da receita bruta e o CMV acima apresentado, apuraremos um Resultado Operacional Bruto de R$ 3.009,75. Abaixo, encontra-se a DRE incluindo o CMV e o LB: Valor Obs . Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV) 10.000,00 100*100,00 (-) vendas canceladas (1.000,00) 10*100,00 (-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais (500,00) 10%*50*100,00 (-) impostos e contribuições incidentes sobre vendas e serviços . ICMS (1.445,00) 8.500,00 * 17% . PIS/Pasep (55,25) 8.500,00 * 0,65% . Cofins (255,00) 8.500,00 * 3% . ISS - (=) Receita Líquida de Vendas (RLV) 6.744,75 (-) CMV (3.735,00) (=) Resultado Operacional Bruto (Lucro Bruto - LB) 3.009,75 Item 3.3.4 Despesas e Receitas operacionais e Resultado operacional líquido (LOp) Antes de mais nada, faz-se necessário o esclarecimento de um dúvida muito recorrente: o conceito de atividades operacionais e não- operacionais. Alguns estudantes da Contabilidade, influenciados pelos conceitos de administração e de finanças importados dos Estados Unidos da América, confundem o sentido de operacional com o conceito de atividade fim da empresa. Assim, equivocadamente identificam receitas e despesas operacionais com aquelas ligadas à atividade objeto da empresa. Nada mais errado! A classificação correta é a seguinte: - As receitas ligadas à atividade objeto da empresa são as receitas brutas de vendas (de produtos, serviços ou mercadorias). - As receitas e despesas operacionais são aquelas HABITUAIS, aquelas esperadas, aquelas normais do funcionamento da empresa. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 19 - As receitas e despesas não operacionais são aquelas EVENTUAIS, aquelas não esperadas no dia a dia da empresa, aquelas anormais. Confirmando a classificação acima, basta ver que as receitas e despesas financeiras integram o Resultado Operacional – conforme estrutura da DRE, prevista pela Lei das S/A. Ora, em empresas comerciais, as receitas e despesas financeiras estão longe de compor as receitas da atividade fim da empresa (pois seu objeto é a compra e venda de mercadorias); ainda assim, as receitas e despesas financeiras compõem o resultado operacional dessas empresas. Isso ocorre porque é normal, porque é esperado, por que é habitual que empresas comerciais tenham atividade financeira (espera-se que, havendo sobra de caixa ao final do dia, esse valor seja depositado no banco – para gerar rendimentos e, também, é esperado que, caso ao final do dia falte dinheiro para honrar os compromissos, a empresa tome empréstimos bancários de curto prazo e, com eles quite suas obrigações tempestivamente). Feitas essas considerações iniciais, a seguir, estudaremos: - as despesas operacionais (administrativas, comerciais e financeiras); - as variações monetárias passivas e ativas; - os resultados positivos e negativos em participações societárias; - as receitas financeiras; - as demais receitas operacionais. 3.3.4.1 Despesas operacionais: As despesas operacionais (aquelas esperadas no dia a dia do funcionamento da empresa) se subdividem em: (1) Comerciais; (2) Administrativas; (3) Financeiras e (4) Outras; conforme previsto no art. 187 da Lei das S/A, abaixo reproduzido em parte: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: ... III -as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV - o lucro ou prejuízo operacional ... A seguir, estudaremos cada um desses tipos de despesas operacionais. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 20 3.3.4.1.1 Despesas operacionais comerciais As despesas operacionais comerciais são aquelas relacionadas aos setores comerciais da empresa e são compostas, geralmente, por: - salários do pessoal de vendas e marketing; - comissões dos vendedores; - encargos e contribuições (suportadas pela empresa) sobre a folha do pessoal de marketing e vendas6; - gastos e depreciação de veículos utilizados nas atividades de venda; - propaganda dos produtos e mercadorias; - etc. 3.3.4.1.2 Despesas Operacionais administrativas As despesas operacionais administrativas, também denominadas – simplesmente – de despesas gerais são aquelas relacionadas às atividades meio da empresa (contabilidade, sistemas de informação, segurança, limpeza, finanças, etc.). São exemplos desses tipos de despesas: - a remuneração dos administradores; - os salários dos funcionários dos setores administrativos; - gastos e depreciação relativos aos veículos utilizados pelos administradores; - etc. 3.3.4.1.3 Despesas Operacionais financeiras As despesas financeiras são aquelas relativas a: (1) operações com instituições financeiras, como empréstimos, financiamentos, tarifas bancárias, etc. e (2) aquelas relacionadas ao valor do dinheiro no tempo – juros – decorrentes de operações com quaisquer pessoas. Exemplificativamente, temos classificadas como despesas financeiras: - juros incorridos na remuneração de empréstimos e financiamentos obtidos; - juros incorridos em operações de desconto de duplicatas; - juros de mora no atraso do pagamento de obrigações; 6 Sobre o assunto, ver lançamentos relativos à folha de pagamentos, na aula 06 deste curso. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 21 - descontos concedidos de forma condicional (obs.: os descontos incondicionais concedidos no ato da venda não são caracterizados como despesas financeira, mas como deduções da receita de venda); - etc. Alguns autores incluem neste grupo as variações monetárias. Possivelmente, esse entendimento seja oriundo da leitura equivocada da legislação que – via de regra – equipara o tratamento dado às variações monetárias àquele dado aos resultados financeiros, como, exemplificativamente, o art. 9o da Lei 9.718, de 1998, faz para PIS/Pasep e Cofins: Art. 9° As variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual serão consideradas, para efeitos da legislação do imposto de renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição PIS/PASEP e da COFINS, como receitas ou despesas financeiras, conforme o caso. Repare que a legislação trata – para fins tributários – da mesma forma as variações monetárias e os resultados financeiros. Mas isso não quer dizer que os conceitos se confundam, pois (1) variações monetárias (ativas/passivas) são, respectivamente, receitas ou despesas referentes ao aumento ou diminuição de direitos ou obrigações em decorrência de um índice econômico ou da taxa de câmbio a que esses direitos ou obrigações estão atrelados; (2) receitas ou despesas financeiras são aquelas relativas a juros (valor do dinheiro no tempo). Assim, sugere-se que as despesas financeiras sejam apresentadas destacadamente das variações monetárias passivas. Há – também – autores que sustentam que as Receitas financeiras devem ser apresentadas neste grupo (deduzindo o valor das despesas financeiras) e que, caso as receitas financeiras superem o montante das despesas financeira, o valor líquido resultante deverá ser deduzido das demais despesas operacionais. Entendemos que devem ser apresentadas receitas financeiras e despesas financeiras de forma explícita na DRE, sendo irrelevante que aquelas sejam especificamente uma dedução destas ou que as duas estejam em itens separados. Juros sobre o capital próprio – JCP – são despesas financeiras da empresa, trata-se de um valor pago ou creditado individualizadamente a titular, sócio ou acionista, a título de “remuneração do capital próprio”. Essa remuneração é calculada aplicando-se a Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP sobre o valor contábil do Patrimônio Líquido (capital CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 22 próprio) ajustado. A previsão para pagamento desse valor encontra-se na Lei n° 9.249, de 1997. A título de ilustração, cabe colocar que: - o pagamento de JCP é condicionado à existência de lucros ou reserva de lucros em montante superior ao dobro do valor dos juros a serem pagos; - o valor dos juros pagos poderá ser imputado ao valor dos dividendos. Há uma disputa entre a Lei, a abordagem fiscal e a abordagem societária, sobre o assunto. A seguir, analisaremos o assunto com base no conteúdo do Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações (Sérgio de Iudícibus – Ed. Atlas 5a edição – 1999), que trata do tema em sua página 292: Os juros sobre o capital próprio, calculados conforme demonstrado nos exemplos anteriores, são debitados em Despesas Financeiras, reduzindo o lucro a ser tributado. A contabilização desses juros como despesa financeira, como determina a lei, implica graves prejuízos à comparabilidade das demonstrações contábeis, já que, como esses juros são facultativos, algumas empresas os contabilizam e outras não. ... Para amenizar tais distorções, a CVM, na sua Instrução n° 247/96, determinou que os juros sobre o capital próprio sejam contabilizados como destinação de lucros, diretamente na conta Lucros Acumulados, sem transitar pelo resultado do exercício. Nesse sentido, a mesma Deliberação determina que as companhias abertas que tiverem contabilizado os juros sobre o capital próprio como despesa financeira, para fins de dedutibilidade fiscal, ficam obrigadas a efetuar a reversão do seu valor, na última linha da Demonstração do Resultado, antes do saldo da conta Lucro líquido ou Prejuízo do exercício. 3.3.4.1.4 Outras despesas operacionais São classificadas como outras despesas aquelas que não se enquadram diretamente no conceito de despesas comerciais, administrativas ou financeiras; geralmente, elas incluem as variações monetárias passivas e os resultados negativos em participações societárias. A seguir, analisaremos cada um desses casos. 3.3.4.1.4.1 Variações monetárias passivas Variações monetárias passivas são aquelas reduções do patrimônio devidos à modificação de um índice econômico a que um ativo ou CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 23 passivo está atrelado, por força contratual. As variações monetárias mais importantes no atual contexto econômico são as variações cambiais. As variações cambiais passivas ocorrem quando há uma alteração na taxa de câmbio que implique, alternativamente: (1) redução de um direito ou (2) aumento de uma obrigação. Para ilustrar o conceito, apresentamos os exemplos a seguir: a) variação cambial passiva por aumento de obrigação Seja uma obrigação de US$ 500.00, avaliada por R$ 1.000,00 em 01/01/2006, pela cotação do dólar (por exemplo: R$ 2,00). Considere que em 31/01/2006 a cotação do dólar seja de R$ 2,20, assim, essa obrigação deverá seravaliada por: � US$ 500.00 (*) R$ 2,20 (=) R$ 1.100,00. Nesse caso, a variação cambial passiva será de: � R$ 1.100,00 (-) R$ 1.000,00 (=) R$ 100,00. O lançamento contábil, referente à Variação cambial passiva acima apresentada deverá ser o seguinte: D = Variação cambial passiva - VCP 1 - C = a Obrigações 100,00 b) variação cambial passiva por redução de direito Seja um direito de US$ 500,00, avaliado por R$ 1.100,00 em 01/01/2006, pela cotação do dólar (por exemplo: R$ 2,20). Considere que em 31/01/2006 a cotação do dólar seja de R$ 2,00, assim, esse direito deverá ser avaliado por: � US$ 500.00 (*) R$ 2,00 (=) R$ 1.000,00. Nesse caso, a variação cambial passiva será de: � R$ 1.100,00 (-) R$ 1.000,00 (=) R$ 100,00. O lançamento contábil, referente à Variação cambial passiva acima apresentada deverá ser o seguinte: D = Variação cambial passiva - VCP 2 - C = a Direitos 100,00 3.3.4.1.4.2 Resultados negativos em participações societárias – equivalência patrimonial CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 24 Para apresentar o conceito de “resultados negativos em participações societárias”, faz-se necessária uma breve referência ao método da equivalência patrimonial7. O método da equivalência patrimonial é um método especial de avaliação de participações societárias (ações ou quotas de capital do Ativo Permanente Investimentos) – somente aplicável a participações societárias importantes. As participações societárias em geral, assim como quaisquer outros elementos do ativo, devem ser avaliadas pela aplicação do princípio fundamental de contabilidade do Registro pelo Valor Original – denominado “método do custo”. Cabendo uma exceção às participações societárias importantes, que é justamente o “método da equivalência patrimonial”. O método da equivalência patrimonial, portanto, como uma exceção ao princípio contábil do registro pelo valor original, consiste em avaliar a participação societária proporcionalmente ao valor do patrimônio líquido da empresa investida (de acordo com o percentual de ações ou quotas de capital que a empresa investidora possuir). De acordo com o método da equivalência patrimonial, caso o Patrimônio líquido da empresa investida diminua (o que, geralmente, ocorre quando esta incorre em prejuízos), o valor da participação societária (no Ativo Permanente investimentos da empresa investidora) deverá diminuir proporcionalmente. De uma forma didática, podemos visualizar o método da equivalência patrimonial como o “método da sanfona”. Sejam dois sanfoneiros tocando uma música. O primeiro, com um acordeão, representa o patrimônio líquido da empresa investida e o segundo, com uma pequena sanfona, representa a participação societária no ativo da empresa investidora. Caso o acordeão feche o fole (o patrimônio líquido da empresa investida diminui), a sanfona tem que (imediatamente) fechar o fole também – para não desafinar – e, assim, diminui o valor da participação societária. Ilustrando a situação acima descrita, seja uma participação societária de titularidade da empresa DORA (investidora) no percentual 50% das ações de emissão da empresa TIDA (investida), que possui um Patrimônio Líquido de R$ 10.000,00, conforme figura a seguir: 7 Que será detalhadamente estudado em aula específica adiante neste curso. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 25 Part. Soc. 500,00 50% Capital 1.000,00 Despesas Receitas Despesas Receitas DORA Ativo Passivo TIDA Ativo Passivo ----------- PL ----------- PL Considere, por suposição que a empresa TIDA tenha incorrido em prejuízos de R$ 200,00, conforme a seguir: Capital 1.000,00 Rec X Desp Y LL = (200,00) TIDA Despesas Receitas Ativo Passivo ----------- PL CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 26 Após o fechamento do exercício, o Patrimônio Líquido da empresa TIDA seria de apenas R$ 800,00, conforme abaixo: Capital 1.000,00 (-) LPA (200,00) ==>Novo PL = 800,00 TIDA Despesas Receitas Ativo Passivo ----------- PL Ora, nessa situação, a participação societária de DORA deverá ser reduzida para R$ 800,00 (*) 50% (=) R$ 400,00, sendo registrado um “resultado negativo em participações societárias” no valor de R$ 500,00 (-) R$ 400,00 (=) R$ 100,00, conforme lançamento contábil a seguir: D = Resultados negativos em participações societárias - equivalência patrimonial 1 - C = a Participações societárias 100,00 Abaixo, apresentamos a situação patrimonial final, conjunta. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 27 Part. Soc. 400,00 50% Result neg em part soc 100,00 Capital 1.000,00 (-) LPA (200,00) DORA Ativo Passivo TIDA ----------- PL Despesas Receitas Despesas Receitas Ativo Passivo ----------- PL 3.3.4.2 Outras receitas operacionais As receitas operacionais são compostas pelos aumentos patrimoniais normais, decorrentes da atividade da empresa: (1) receitas financeiras, (2) variações monetárias ativas, (3) resultados positivos em participações societárias e (4) receita de aluguel de bens do permanente. A seguir estudaremos cada um dos itens antes relacionados. 3.3.4.2.1 Receitas financeiras As receitas financeiras já foram apresentadas ao aluno, quando do estudo das despesas financeiras, acima, pois há autores que sustentam que as Receitas financeiras devem ser apresentadas neste grupo (deduzindo o valor das despesas financeiras) e que, caso as receitas financeiras superem o montante das despesas financeira, o valor líquido resultante deverá ser deduzido das demais despesas operacionais. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 28 Caso a empresa opte por apresentar as receitas financeiras em separado, elas devem ser apresentadas neste grupo, compondo o resultado operacional. 3.3.4.2.2 Variações monetárias ativas Variações monetárias ativas são os aumentos do patrimônio devidos à modificação de um índice econômico a que um ativo ou passivo está atrelado, por força contratual. As variações monetárias mais importantes no atual contexto econômico são as variações cambiais. As variações cambiais ativas ocorrem quando há uma alteração na taxa de câmbio que implique, alternativamente: (1) aumento de um direito ou (2) redução de uma obrigação. Para ilustrar o conceito, apresentamos os exemplos a seguir: a) variação cambial ativa por redução de obrigação Seja uma obrigação de US$ 500.00, avaliada por R$ 1.100,00 em 01/01/2006, pela cotação do dólar (por exemplo: R$ 2,20). Considere que em 31/01/2006 a cotação do dólar seja de R$ 2,00, assim, essa obrigação deverá ser avaliada por: � US$ 500.00 (*) R$ 2,00 (=) R$ 1.000,00. Nesse caso, a variação cambial ativa será de: � R$ 1.100,00 (-) R$ 1.000,00 (=) R$ 100,00. O lançamento contábil, referente à Variação cambial ativa acima apresentada deverá ser o seguinte: D = Obrigações 1 - C = a Variação cambial ativa - VCA 100,00 b) variação cambial ativa por aumento de direito Seja um direito de US$ 500,00, avaliado por R$ 1.000,00 em 01/01/2006, pela cotação do dólar (por exemplo: R$ 2,00). Considere que em 31/01/2006 a cotação do dólar seja de R$ 2,20, assim, esse direito deverá ser avaliado por: � US$ 500.00 (*) R$ 2,20 (=) R$ 1.100,00. Nesse caso, a variação cambial ativa será de: � R$ 1.100,00 (-) R$ 1.000,00 (=) R$100,00. O lançamento contábil, referente à Variação cambial ativa acima apresentada deverá ser o seguinte: D = Direitos 2 - C = a Variação cambial ativa - VCA 100,00 CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 29 3.3.4.2.3 Resultados positivos em participações societárias – dividendos ou equivalência patrimonial Os resultados positivos em participações societárias podem ser devidos ao método da equivalência patrimonial ou a dividendos que sejam registrados como receitas. A seguir, analisaremos cada um desses casos. 3.3.4.2.3.1 Equivalência patrimonial Tudo o que foi colocado, quando da apresentação do conceito de “resultados negativos em participações societárias”, é aplicável aos resultados positivos em participações societárias decorrentes do método da equivalência patrimonial. Os resultados positivos em participações societárias avaliadas pelo método da equivalência patrimonial ocorrem quando o Patrimônio líquido da empresa investida aumenta (o que, geralmente, é decorrente de lucros por ela auferidos). Nessa situação, o valor da participação societária (no Ativo Permanente investimentos da empresa investidora) deverá aumentar proporcionalmente. Ilustrando a situação acima descrita, seja uma participação societária de titularidade da empresa DORA (investidora) no percentual 50% das ações de emissão da empresa TIDA (investida), que possui um Patrimônio Líquido de R$ 10.000,00, conforme figura a seguir: CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 30 Part. Soc. 500,00 50% Capital 1.000,00 Despesas Receitas Despesas Receitas DORA Ativo Passivo TIDA Ativo Passivo ----------- PL ----------- PL Considere, por suposição que a empresa TIDA tenha auferido lucro de R$ 200,00, conforme a seguir: Capital 1.000,00 Rec X Desp Y LL = 200,00 Despesas Receitas Ativo Passivo ----------- PL TIDA CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 31 Após o fechamento do exercício, o Patrimônio Líquido da empresa TIDA seria de R$ 1.200,00, conforme abaixo: Capital 1.000,00 Reservas 200,00 ==>Novo PL = 1.200,00 Despesas Receitas Ativo Passivo ----------- PL TIDA Ora, nessa situação, a participação societária de DORA deverá ser reduzida para R$ 1.200,00 (*) 50% (=) R$ 600,00, sendo registrado um “resultado positivo em participações societárias” no valor de R$ 600,00 (-) R$ 500,00 (=) R$ 100,00, conforme lançamento contábil a seguir: D = Participações societárias 1 - C = a Resultados positivos em participações societárias - equivalência patrimonial 100,00 Abaixo, apresentamos a situação patrimonial final, conjunta. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 32 Part. Soc. 600,00 50% Result pos em part soc 100,00 Capital 1.000,00 Reservas 200,00 Despesas Receitas Ativo Passivo ----------- PL DORA Ativo Passivo TIDA ----------- PL Despesas Receitas 3.3.4.2.3.2 Dividendos Os dividendos, definidos como a parte do lucro que cabe a cada ação, ao serem recebidos pela empresa investidora poderão, ou não, conforme o caso, ser registrados como receitas8. No caso de recebimento de dividendos registrados como receitas, o lançamento contábil será o seguinte: D = Dividendos a receber 1 - C = a Receita de dividendos x 3.3.4.2.4 Receitas de aluguel do permanente Bens do ativo permanente não utilizados na atividade objeto da empresa devem estar registrados no ativo permanente investimentos. 8 O estudo sistemático de quais situações ensejam, alternativamente, receitas ou redução do investimento, será efetuado em aula específica a seguir neste curso. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 33 Entre esses bens, temos – por exemplo – imóveis. Tais imóveis podem ser locados para terceiros. O valor do aluguel a receber todo mês é registrado como receita e deve ser classificado como receita operacional, pois é um valor esperado todo mês e, portanto, habitual. 3.3.4.3 Resultado líquido operacional – Lucro Operacional (LOp) O valor do Lucro Bruto (resultado operacional bruto) deduzido das despesas operacionais e somado às receitas operacionais resulta no valor do resultado operacional líquido (Lucro Operacional). Considerando o Lucro Bruto de R$ 3.009,75, exemplificativamente apresentado acima, despesa operacionais de R$ 1.011,00 e receitas financeiras de R$ 1,25, apuramos um lucro operacional de R$ 2.000,00, conforme abaixo. (=) Resultado Operacional Bruto (Lucro Bruto - LB) 3.009,75 (-) despesas operacionais (1.011,00) . despesas com vendas . despesas gerais e administrativas . despesas financeiras . outras despesas operacionais . Resultados negativos em participações societárias . Variações monetárias passivas (+ Outras Receitas Operacionais 1,25 . Receitas financeiras . Resultados positivos em participações societárias . Variações monetárias ativas . Receitas de aluguél do permanente (= Resultado operacional líquido (se positivo, lucro operacional - 2.000,00 3.3.5 Receitas e Despesas não operacionais e Lucro antes dos tributos (LAIR) Em contraponto ao conceito de despesas e receitas operacionais (que têm por característica a habitualidade), as receitas e despesas não operacionais têm por característica a eventualidade. Em outras palavras, não é esperada (no dia a dia da empresa) a ocorrência de receitas e despesas não operacionais. Essas despesas e receitas não operacionais podem ocorrer, porém de forma aleatória e não esperada. Cabe salientar que a Lei das S/A não define – em seu texto – o critério de classificação das receitas e despesas não operacionais, limitando-se a referenciá-las no inciso IV de seu art. 187, conforme a seguir: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: ... CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 34 IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda ... Dessa forma, a conclusão acima, de que as receitas e despesas não operacionais são aquelas não habituais (e, portanto, eventuais) é decorrente da interpretação sistemática da legislação societária e tributária. Com efeito, a legislação do Imposto de Renda (Decreto 3.000, de 1999) considera como resultado não operacional os ganhos e perdas de capital, conforme arts. 418 e 428, parcialmente reproduzidos abaixo: CAPÍTULO VII - RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS Seção I - Ganhos e Perdas de Capital Subseção I - Disposições Gerais Art. 418. Serão classificados como ganhos ou perdas de capital, e computados na determinação do lucro real, os resultados na alienação, na desapropriação, na baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaustão, ou na liquidação de bens do ativo permanente (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 31). … Art. 428. Não será computado na determinação do lucro real o acréscimo ou a diminuição do valor de patrimônio líquido de investimento, decorrente de ganho ou perda de capital por variação na percentagem de participação do contribuinte no capital social da coligada ou controlada (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 33, § 2º, e Decreto-Lei nº 1.648, de 1978, artigo 1º, inciso V). Ora, bens do ativo permanente são aqueles para os quais não haja previsãode alienação que, portanto, será aleatória e eventual. 3.3.5.1 Receitas não operacionais São receitas não operacionais, basicamente, os ganhos de capital por variação da percentagem de participação em investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial e nas alienações do ativo permanente. Os ganhos por variação da percentagem de participação em investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial serão estudados em aula específica, adiante neste curso. Quanto à alienações do permanente, uma importante questão a ser discutida reside no fato de que a Legislação do Imposto de Renda se refere a resultados não operacionais, enquanto a Lei das S/A se refere a CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 35 receitas e despesas não-operacionais. Seguindo a legislação tributária, muitos autores propõem a utilização de uma conta contábil para registro de ganho de capital (receita) e outra para registro da perda de capital (despesa), considerando como ganho ou perda de capital o resultado da alienação do permanente (em comparação com o valor contábil do bem alienado – valor original, deduzido da depreciação/amortização/exaustão acumulada)9. Assim, no caso de alienação por R$ 12.000,00 de um bem adquirido por R$ 20.000,00 e com depreciação acumulada de R$ 11.000,00, teríamos um ganho de capital de R$ 3.000,00. O registro dessa alienação pode ser efetuado de duas maneiras: (a) registrando o ganho de capital ou (b) registrando a receita da venda e o respectivo custo. A seguir, apresentamos as duas possíveis maneiras de registro: a) Registro direto do ganho de capital D = Diversos 1- C = a Diversos 100,00 D = Caixa 12.000,00 D = Depreciação Acumulada 11.000,00 C = a Bem do permanente 20.000,00 C = a Ganho de capital 3.000,00 b) Registro da Receita não operacional e do respectivo custo (como despesa não operacional) - apuração do custo D = Depreciação acumulada 1.a - C = a Bem do permanente 11.000,00 - registro da receita não operacional D = Caixa 1.b - C = a Receita não operacional 12.000,00 - registro da despesa não operacional D = Despesa não operacional 1.c - C = a Bem do permanente 9.000,00 Nesse caso, o ganho de capital resulta da comparação da Receita não operacional com a despesa não operacional (12.000,00 – 9.000,00 = 3.000,00). 3.3.5.2 Despesas não operacionais São despesas não operacionais, basicamente, as perdas de capital por variação da percentagem de participação em investimentos avaliados 9 Esse assunto será objeto de estudo detalhado em aula específica, adiante neste curso. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 36 pelo método da equivalência patrimonial e nas alienações do ativo permanente. Às despesas não operacionais aplicam-se as mesmas considerações, acima colocadas, acerca das receitas não operacionais. 3.3.5.3 Lucro antes dos tributos (LAIR). O valor do resultado operacional líquido adicionado das receitas não operacionais e deduzido das despesas não operacionais resulta no montante do lucro antes dos tributos (LAIR). Em nosso exemplo, partindo-se de um Resultado operacional líquido (LOp) de R$ 2.000,00 e considerando uma receita não operacional de R$ 12.000,00 e uma despesa não operacional de R$ 9.000,00, apuramos um LAIR de R$ 5.000,00, conforme tabela a seguir: (=) Resultado operacional líquido (se positivo, lucro operacional - LOp) 2.000,00 (-) Despesas não operacionais (9.000,00) (+) Receitas não operacionais 12.000,00 (=) Resultado do período base antes da Contribuição Social e o Imposto de Renda (LAIR) 5.000,00 3.3.6 Provisão para IR e CSLL e Lucro após os tributos (LApIR) O Imposto de Renda e a Contribuição Social são tributos que incidem sobre o lucro e, portanto, dos R$ 5.000,00 até agora registrados na DRE, a primeira destinação é esta – para os tributos. A apuração desses valores depende da sistemática de apuração utilizada pela empresa e dos tipos de receita e despesa auferida/incorrida. Uma abordagem resumida do procedimento de apuração e registro desse tributo foi apresentada quando do estudo do Balanço Patrimonial – cuja leitura é aqui recomendada. Considerando-se que a despesa com Provisão para o IRPJ tenha alcançado o total de R$ 600,00 e que a CSLL tenha sido de R$ 400,00, temos que o Lucro após os tributos alcança a cifra de R$ 4.000,00, conforme a seguir: (= ) Resultado do período base antes da Contribuição Social e o Imposto de Renda (LAIR) 5.000,00 (-) Contribuição Social sobre o lucro (400,00) (-) Provisão para o Imposto de Renda (600,00) (= Lucro Líquido do período antes das participações (LApIR) 4.000,00 CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 37 3.3.7 Participações no Resultado: (1) Debenturistas, (2) Empregados, (3) Administradores, (4) Partes Beneficiárias e (5) Contribuições para a previdência privadas dos empregados 3.3.7.1 Conceito As participações caracterizam reduções do patrimônio pelo surgimento de obrigações da empresa com pessoas que, em decorrência de disposição estatutária, têm direito a participar dos lucros apurados quando do encerramento do exercício social. As contas que representam essas obrigações são, portanto, creditadas em contrapartida das contas de resultado que representam parcelas redutoras do lucro do exercício. O lançamento típico para registro das participações no resultado será: D = despesa com participação no resultado 1 - C = a Participação no resultado a pagar x As participações no resultado estão previstas no art. 190 da Lei das S/A, a seguir transcrito: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: ... VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados; As participações no resultado, portanto, são: - Participação de debenturistas; - Participação de empregados; - Participação de administradores; - Participação de partes beneficiárias; - Contribuições para fundos de previdência e assistência aos empregados. As participações no resultado não se confundem com os dividendos. Os dividendos são a parcela do lucro que cabe a cada ação; ao passo que as participações no resultado representam a parcela do resultado da empresa que é entregue a terceiros (que não os acionistas). Assim, as participações no resultado devem ser registradas a débito de contas de resultado. A apuração dos valores referentes a cada participação deve ser realizada nos termos da Lei das S/A, que determina que as participações somente CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 38 poderão ser deduzidas do resultado do exercício, após computados os prejuízos acumulados, e a provisão para o imposto de renda, conforme art. 189 a seguir: Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. Isso não significa que os prejuízos acumulados devam ser demonstrados como dedução do resultado do exercício, mas sim que os prejuízos acumulados devem ser computados na apuração da base de cálculo das participações. A apuração das participações propriamenteditas está determinada pelo art. 190 da Lei das S/A: Art. 190. As participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada. Apesar do art. 190, acima, não se referir às participações de debenturistas, a doutrina é unânime em afirmar que a participação dos debenturistas deve ser deduzida da base de cálculo das participações posteriormente previstas (empregados, administradores e partes beneficiárias). 3.3.7.2 Fórmula de apuração. As participações no resultado são determinadas, sucessivamente, com base nos lucros remanescentes, depois de deduzida a participação anteriormente calculada, observada a seguinte ordem: - participações de debenturistas - participações de empregados - participações de administradores - participações de partes beneficiárias. Obs.: a lei das S/A silenciou-se sobre a aplicação do tratamento contábil às contribuições para os fundos de assistência e previdência dos empregados. A partir dos conceitos acima, propomos um procedimento com dois passos, para cálculo das participações: (1) cálculo da primeira participação; (2) cálculo das demais participações. (1) cálculo da primeira participação CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 39 A primeira participação é a primeira participação que estiver prevista no Estatuto da companhia, na seguinte ordem: debenturistas, empregados, administradores e partes beneficiárias. 1.a) base de cálculo da primeira participação A base de cálculo da primeira participação é: . Lucro Antes dos Tributos (LAIR) (-) Provisão para o IRPJ10 (-) Prejuízos acumulados (LPA – conta do PL – se o saldo for devedor)11 (=) base de cálculo da primeira participação 1.b) valor da primeira participação . Base de cálculo da primeira participação (*) coeficiente (previsto no estatuto) (=) Valor da primeira participação (2) cálculo das demais participações 2.a) base de cálculo da participação . Base de cálculo da participação anterior (-) Valor da participação anterior (=) Base de cálculo da participação 2.b) valor da participação . Base de cálculo da participação (*) Coeficiente (previsto no estatuto) (=) Valor da participação 2.c) repetição do passo 2 Repetir o passo 2 até terminarem as participações previstas. A seguir propomos um exemplo elucidativo dos conceitos antes apresentados. 10 A Lei das S/A somente se refere ao IRPJ e não se manifesta sobre a CSLL, mas a doutrina entende que, também, seja deduzida do LAIR a CSLL, nesse sentido, citamos: Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade. Rio de Janeiro – 2003 – Impetus. Pp. 517-518. 11 Apesar das questões de prova, via de regra, somente pedirem que os prejuízos acumulados sejam tratados como ajuste da base de cálculo da primeira participação, em obediência ao texto da Lei das S/A, a doutrina entende que também devem ser realizados outros dois ajustes: (a) a realização da reserva de reavaliação que não transitou por resultado deve ser somada à base de cálculo e (b) os ajustes de exercícios anteriores (somados à base de cálculo, se credores, ou subtraídos dela, se devedores). CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 40 Seja a empresa Tamancos & Tamancos S/A, que apurou um lucro líquido do exercício, após a provisão para o Imposto de Renda e antes de computadas as participações de R$ 2.200.000,00. Considerando que os prejuízos acumulados de exercícios anteriores, ora compensados, somaram R$ 200.000,00 e que as participações no resultado são calculadas tendo como base 10% do lucro líquido do exercício após computada a participação precedente, determine o valor a ser pago aos seguintes participantes dos lucros da empresa Tamancos & Tamancos S/A: - debenturistas - empregados - administradores - partes beneficiárias Repare que, no caso, a primeira participação prevista é a de debenturistas (as demais são empregados, administradores e partes beneficiárias), portanto, vamos iniciar os cálculos pela participação de debenturistas. CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 41 Base de cálculo da primeira participação - debenturistas Lucro após o Imposto de Renda 2.200.000,00 no caso, o valor já foi fornecido deduzidos os tributos (-) prejuízos acumulados de exercícios anteriores (200.000,00) (=) base de cálculo da participação de debenturistas 2.000.000,00 Valor da primeira participação - Debenturistas (=) base de cálculo da participação de debenturistas 2.000.000,00 (x) percental da participação de debenturistas 10% (=) participação de debenturistas 200.000,00 Base de cálculo da segunda participação - empregados base de cálculo da participação de debenturistas 2.000.000,00 (-) participação de debenturistas (200.000,00) (=) base de cálculo da participação de empregados 1.800.000,00 Valor da segunda participação - Empregados (=) base de cálculo da participação de empregados 1.800.000,00 (x) percentual da participação de empregados 10% (=) participação de empregados 180.000,00 Base de cálculo da terceira participação - Administradores base de cálculo da participação de empregados 1.800.000,00 (-) participação de empregados (180.000,00) (=) base de cálculo da participação de administradores 1.620.000,00 Valor da terceira participação - Administradores (=) base de cálculo da participação de administradores 1.620.000,00 (x) percentual da participação de administradores 10% (=) participação de administradores 162.000,00 Base de cálculo da quarta participação - Partes beneficiárias base de cálculo da participação de administradores 1.620.000,00 (-) participação de administradores (162.000,00) (=) base de cálculo da participação das partes beneficiárias 1.458.000,00 Valor da quarta participação - Partes beneficiárias (=) base de cálculo da participação das partes beneficiárias 1.458.000,00 (x) percentual de participação das partes beneficiárias 10% (=) participação de partes beneficiárias 145.800,00 No caso acima, o “Rabicho” da DRE seria o seguinte: (= Lucro Líquido do período antes das participações (LApIR) 2.200.000,00 (-) Participação de debenturistas (200.000,00) (-) Participações de empregados (180.000,00) (-) Participações de administradores (162.000,00) (-) Participações de partes beneficiárias (145.800,00) (-) Contribuição para fundos de assistência e previdência social dos empregados - (= Lucro líquido do período base (LL) 1.512.200,00 3.3.8 Lucro líquido (LL) e Lucro líquido por ação O Lucro Líquido (LL) é o Lucro antes dos tributos (LAIR), deduzido dos tributos (Provisão para Imposto de Renda e CSLL) e, também, deduzido das participações estatutárias (debenturistas, empregados, CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR PROFESSOR LUIZ EDUARDO www.pontodosconcursos.com.br 42 administradores, partes beneficiárias, e contribuição para previdência privada dos empregados). Saliente-se que, desde 2000, a ESAF tem sido consistente em utilizar o termo “Lucro Líquido” em acepções diferentes, conforme o contexto: Lucro Antes do IR, Lucro Após o IR e Lucro Líquido (propriamente dito). Nesse sentido, a interpretação do termo
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