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Contabilidade Aula 10 DOAR

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CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR 
PROFESSOR LUIZ EDUARDO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
1 Roteiro 
Nesta última aula sobre demonstrações contábeis, já tendo sido 
estudado – por completo – o Balanço Patrimonial, a DRE e a 
DLPA/DMPL, apresentaremos a Demonstração de Origens e Aplicação de 
Recursos – DOAR, estudando cada um de seus detalhes. 
Portanto, neste ponto da matéria, serão apresentados em especial, cada 
um dos itens a seguir relacionados: 
1) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR 
a) Conceitos iniciais: Capital Circulante líquido – CCL, Origens e 
Aplicações 
b) Conteúdo e estrutura da demonstração, conforme previsão legal 
c) Análise didática da estrutura da demonstração 
d) Elementos da DOAR 
i) Recursos originados das operações da própria empresa - Lucro 
Líquido ajustado 
(1) Lucro líquido do período – receitas (-) despesas 
(2) Ajustes ao lucro líquido – Receitas e despesas que não 
influenciam o CCL – e Lucro líquido ajustado 
(a) Depreciação / amortização / exaustão 
(b) Resultados de exercícios futuros 
(c) Ajustes decorrentes de investimentos avaliados pelo 
método da equivalência patrimonial 
(d) Provisão para perdas em investimentos permanentes 
ou de longo prazo 
(e) Variações monetárias (ativas e passivas) de longo 
prazo. 
(f) Ajustes de exercícios anteriores – que afetam o CCL 
(g) Ganho/perda de capital na alienação de bens do 
permanente (eventualmente) 
(3) Lucro líquido ajustado 
ii) Recursos originados do sócios 
(1) Realização de capital 
(2) Contribuições para Reservas de capital 
iii) Recursos originados de terceiros 
(1) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo 
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(2) Redução do Ativo Realizável a Longo Prazo 
(3) Alienação de investimentos permanentes e de bens do 
imobilizado 
iv) Total das origens 
v) Aplicações de recursos decorrentes da atividade da própria 
empresa para os sócios 
vi) Aplicações de recursos para terceiros 
(1) Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo 
(2) Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo 
(3) Aquisição de bens do imobilizado e de investimentos 
permanentes 
(4) Aumento do ativo diferido 
(5) Outras aplicações – redução do capital e aquisição de 
ações em tesouraria 
vii) Total das aplicações 
viii) Total das origens (-) aplicações (=) Variação do CCL 
2 Introdução 
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR – é uma 
demonstração de extrema relevância, tanto do ponto de vista do 
entendimento do sistema de informações patrimonial (Contabilidade) 
quanto do ponto de vista de questões para concurso. 
Sob o prisma do patrimônio, a DOAR permite uma análise da situação 
de liquidez da empresa, ou seja, permite verificar com que facilidade 
uma empresa pode quitar suas obrigações com a utilização de seus bens 
e direitos de curto prazo (“folga de curto prazo”), ou seja, se a empresa 
está ampliando ou reduzindo sua capacidade de pagamento a curto 
prazo. A análise da DOAR permite, ainda, verificar quais as operações 
que geraram essa “folga de curto prazo”, evidenciando a política de 
financiamentos e investimentos da empresa. Assim, como finalidade, a 
DOAR se constitui num relatório eminentemente financeiro. 
Com relação ao concurso público, faz-se necessário dizer que a DOAR é 
muito mal compreendida (por candidatos), sendo que alguns preferem 
não estudar o assunto e, eventualmente, perder uma ou duas questões 
na prova. Ora, acertar ou errar uma ou duas questões na prova pode 
ser a diferença entre a aprovação e a reprovação no concurso e, 
conforme será visto a seguir, o entendimento (e memorização) da DOAR 
– segundo a maneira didática aqui proposta – é simples, lógico e 
permite resolver (com facilidade) as questões de prova. 
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3 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
– DOAR 
3.1 Conceitos iniciais: Capital Circulante líquido – CCL, Origens e 
Aplicações 
O estudo da DOAR demanda a apresentação de alguns conceitos iniciais, 
que estão apresentados em qualquer bom livro de contabilidade, são 
eles: 
a) Capital Circulante Líquido – CCL, definido como a diferença 
entre o Ativo Circulante (AC) e o Passivo Circulante (PC)1, 
conforme a seguir representado: 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
--------------
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
CCL (=) AC (-) PC
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
 
b) Origens, definidas como aumentos do CCL (reduções do 
AC, aumentos do PC ou a combinação de ambos): 
 
1 O CCL, conceituado como a diferença de valores entre o AC e o PC, é utilizado para 
evidenciar a “folga de curto prazo” – aquilo que sobra para a entidade, considerando 
seus recursos realizáveis no curto prazo, depois do pagamento das obrigações de curto 
prazo. Importante lembrar que este é um conceito eminentemente financeiro, pois o 
fato de haver CCL positivo (folga de curto prazo) não significa, necessariamente, que a 
empresa seja lucrativa, ou vice-versa. 
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Origens (=) Aumentos do CCL
Origens (=) Aumentos do AC
ou Reduções do PC
ou Combinação de ambos
ou seja
 
c) Aplicações, definidas como reduções do CCL (aumentos do 
AC, reduções do PC ou a combinação de ambos): 
Aplicações (=) Reduções do CCL
Aplicações (=) Reduções do AC
ou Aumentos do PC
ou Combinação de ambos
ou seja
 
d) Variação do CCL, definida como a diferença entre o CCL 
final e o CCL inicial: 
Variação do CCL (=) CCL(f) (-) CCL(i)
 
e) Ocorre que a variação do CCL também pode ser definida 
como a diferença entre os aumentos do CCL e suas 
reduções, ou seja, de acordo com as definições (b) e (c), a 
diferença entre as Origens e Aplicações. 
Variação do CCL (=) Origens (-) Aplicações
 
f) Pelas definições (d) e (e), conclui-se que a diferença entre 
o CCL final e o CCL inicial é numericamente idêntica à 
diferença entre Origens e Aplicações. 
CCL(f) (-) CCL(i) (=) Origens (-) Aplicações
 
Até esse ponto da matéria, tudo parece fazer sentido, e a conclusão – 
inevitável – é a de que, se a DOAR evidencia a posição financeira da 
empresa, justamente com relação ao CCL, nela deveria estar 
apresentada a estrutura do AC e do PC (itens que compõem o CCL). 
Entretanto, isso não ocorre! A Lei das S/A determina a apresentação da 
DOAR de forma completamente diferente, conforme será visto no item a 
seguir, no que é estudado o art. 188 da Lei das S/A. 
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3.2 Conteúdo e estrutura da demonstração, conforme previsão 
legal 
A Lei das S/A discriminou expressamente os dados a serem 
demonstrados (relativos a modificações na posição financeira da 
companhia) na DOAR, estabelecendo, nos incisos de seu artigo 188, que 
sejam evidenciadas as variações do capital circulante líquido com 
discriminação das origens e aplicações de recursos, conforme a seguinte 
estrutura: 
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de 
recursos indicará as modificações na posição financeira da 
companhia, discriminando: 
I - as origens dos recursos, agrupadas em: 
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação,amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos 
resultados de exercícios futuros; 
b) realização do capital social e contribuições para reservas 
de capital; 
c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo 
exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a 
longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do 
ativo imobilizado. 
II - as aplicações de recursos, agrupadas em: 
a) dividendos distribuídos; 
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado; 
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos 
investimentos e do ativo diferido; 
d) redução do passivo exigível a longo prazo. 
III - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em 
relação às aplicações, representando aumento ou redução 
do capital circulante líquido; 
IV - os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e 
passivo circulantes, o montante do capital circulante 
líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício. 
Para quem não conhece, parece loucura! De uma maneira, em 
princípio, ilógica, a estrutura da DOAR não comporta nenhum elemento 
do AC ou do PC. Em outras palavras, a DOAR é uma demonstração que 
se destina a mostrar a evolução do CCL, mas que não apresenta 
qualquer item que o componha. 
A seguir, para confirmar essa aparente incoerência, analisaremos cada 
uma das contas, ou grupo de contas, referenciadas na estrutura da 
DOAR, prevista no art. 188 da Lei das S/A: 
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- entre as origens, nenhuma das contas (ou grupo de contas) 
referenciadas faz parte do CCL: 
a) o lucro do exercício não faz parte do CCL, nem sequer é 
composto por contas patrimoniais, pois é formado por 
contas de resultado, apresentadas na DRE; 
b) a depreciação, a amortização ou a exaustão também 
não fazem parte do CCL, são contas de resultado 
(apresentadas na DRE) 
c) os resultados de exercícios futuros, da mesma forma, 
não fazem parte do CCL, sendo contas de passivo (em 
sentido amplo); 
d) o capital social e as reservas de capital não são contas 
do CCL, pois pertencem ao patrimônio líquido - PL; 
e) o passivo exigível a longo prazo - PELP é um grupo 
patrimonial que está fora do CCL, o ativo realizável a 
longo prazo – ARLP também é um grupo patrimonial que 
se encontra alheio ao CCL, assim como os subgrupos do 
ativo permanente investimentos e imobilizado 
- da mesma forma, com relação às aplicações, nenhuma das contas (ou 
grupo de contas) referenciadas faz parte do CCL: 
a) os dividendos distribuídos são registrados a crédito de 
LPA e, assim, consistem em reduções do Patrimônio 
líquido – PL; 
b) o passivo exigível a longo prazo - PELP é um grupo 
patrimonial que está fora do CCL, o ativo realizável a 
longo prazo – ARLP também é um grupo patrimonial 
que se encontra alheio ao CCL, assim como os subgrupos 
do ativo permanente investimentos, imobilizado e 
diferido. 
Em que pese o fato de que nenhuma das origens e aplicações estejam 
demonstradas pelos respectivos valores dos aumentos de contas do AC 
ou do PC, o somatório dos montantes atinentes aos itens que, de acordo 
com a estrutura da demonstração, compõem origens e aplicações, é 
numericamente igual à variação do CCL ( CCL(f) (-) CCL(i) ). 
Parece mágica! Nesse momento, temos duas alternativas para o estudo 
dessa demonstração: 
- não ligar para mais nada, decorar e acertar questões sem 
entender o porquê; ou 
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- analisar a razão pela qual ocorre essa aparente 
incoerência (neste curso, optaremos pela segunda 
alternativa). 
Em obediência à Lei das S/A, utilizaremos, em nosso estudo, a estrutura 
proposta no art. 188, acima apresentado, com pequenos acréscimos 
(propostos pela doutrina contábil majoritária), que serão justificados um 
a um. 
3.3 Análise didática da estrutura da demonstração 
Já foi visto que, da simples observação da estrutura da DOAR 
(especialmente com relação ao disposto nos incisos I e II, do art. 188 da 
Lei das S/A, que dispõem sobre as Origens e as Aplicações), percebe-se 
a inexistência de qualquer referência a elementos internos do CCL. Daí, 
é possível inferir que: 
- as origens, definidas como aumentos do CCL, são 
evidenciadas a partir de elementos estranhos a ele; 
- as aplicações, definidas como reduções do CCL, são 
evidenciadas a partir de elementos também estranhos a ele. 
Foi visto também que há identificação entre os valores definidos nos 
incisos III e IV do art. 188 da Lei das S/A (Diferença entre origens e 
aplicações e variação do CCL), ou seja, o saldo da diferença entre os 
valores de origens e aplicações (apurados a partir de elementos 
estranhos ao CCL) é, numericamente, idêntica à variação deste mesmo 
CCL, no período. Daí, é possível inferir a existência de uma relação 
numérica específica entre os valores internos e os valores externos ao 
CCL. 
Para entender esta questão, é proposta a abordagem – didática, 
metafórica e bem humorada – a seguir apresentada. 
Considere que o CCL seja a “bolsa”, pertencente a uma jovem senhora, 
que sai às compras pela manhã. A visualização do CCL como uma 
“bolsa” está calcada no fato de que, nesta bolsa temos (além do batom, 
das chaves, dos documentos e etc...): 
- cheques e dinheiro (direitos passíveis de utilização no curto 
prazo) e 
- contas para pagar (obrigações exigíveis no curto prazo). 
Assim, neste curso, para fins didáticos, sempre que for mencionada a 
expressão “bolsa” estaremos nos referindo à idéia de bens, direitos e 
obrigações referentes ao curto prazo (referentes à manhã em que a 
jovem senhora está realizando seu passeio). 
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Colocada essa premissa inicial, podemos desenvolver o raciocínio que 
permite o entendimento da filosofia da elaboração da DOAR. 
1 - Todos sabemos que não é permitido olhar o que está dentro da bolsa 
de qualquer de qualquer jovem senhora, levaríamos um tapa na cara. 
Da mesma forma, no processo de elaboração da DOAR, não poderemos 
olhar especificamente para os itens que compõem o CCL – tanto isso é 
verdade que nenhum deles consta da estrutura da demonstração. 
2 – Mas como demonstrar o que aconteceu com o conteúdo interno da 
“bolsa” sem poder olhar o que está dentro dela? Ou, em outras 
palavras, como demonstrar a evolução do CCL no exercício sem analisar 
o comportamento de cada um de seus elementos patrimoniais 
componentes? 
3 - A resposta é simples: temos que “monitorar” o que aconteceu fora 
da “bolsa”, para deduzir o que aconteceu com o que estava dentro dela. 
Assim, observando atentamente o que ocorre “fora da bolsa”, podemos 
deduzir o que aconteceu com o seu conteúdo: 
a. se, por acaso, a nossa personagem entrar em uma loja de 
roupas, e sair dela com uma sacola de compras, 
saberemos que o total de recursos na bolsa diminuirá (pois 
a aquisição de roupas novas implica pagamento – saída de 
dinheiro da “bolsa” – ou o surgimento de uma nova 
obrigação – contas a pagar, na “bolsa”); 
b. da mesma forma, se ela entrar em um cabeleireiro e sair 
com os cabelos de outra cor, deduziremos que o total de 
recursos da bolsa diminuirá (pois a despesa com 
cabeleireiro implica pagamento ou surgimento de 
obrigações – o que reduz o valor da “bolsa”); 
c. ao contrário, se ela entrar em um caixa eletrônico, para 
efetuar um saque, o total de recursos da bolsa aumentará 
(pois a contratação de um empréstimo para pagamento 
após o curto prazo – após o passeio matinal – implica 
recebimento de dinheiro, o que aumenta o valor da 
“bolsa”). 
É justamente isto que a demonstração DOAR faz, registra o que ocorreu 
com elementos de fora do CCL, permitindoque se deduza o que ocorreu 
com o CCL. 
Agora, estamos em condições de analisar a razão dos termos origem e 
aplicações: 
- ORIGENS (aumentos do CCL) – na verdade são as 
contrapartidas (créditos) dos débitos que causam o aumento do 
CCL; 
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- APLICAÇÕES (reduções do CCL) – na verdade são as 
contrapartidas (débitos) dos créditos que causam a redução do 
CCL. 
Repare que, por esta abordagem, os conceitos de crédito e débito estão 
de acordo com os conceitos tradicionais de aplicação e origem, vistos 
anteriormente2. Já foi visto que, por conta do método das partidas 
dobradas: (1) para cada débito – aplicação – há um crédito – origem – 
de igual valor e que (2) o valor do ativo – total de aplicações – é igual 
ao valor do passivo (em sentido amplo) – total de origens. 
A seguir, representamos matematicamente a igualdade acima descrita: 
1 Ativo (=) Passivo em sentido amplo
Ativo (=) Passivo Exigível (+) PL
2 porém, Ativo (=) AC (+) ARLP (+) AP
Passivo Exigível (=) PC (+) PELP (+) REF
3 portanto, conclui-se que:
AC (+) ARLP (+) AP (=) PC (+) PELP (+) REF (+) PL 
4 daí, temos que:
AC (-) PC (=) PELP (+) REF (+) PL (-) ARLP (-) AP
5 como, AC (-) PC (=) CCL
6 conclui-se que:
CCL (=) PELP (+) REF (+) PL (-) ARLP (-) AP
 
Ora, se o CCL é numericamente idêntico ao valor líquido dos elementos 
patrimoniais estranhos a ele ( PELP (+) REF (+) PL (-) ARLP (-) AP ), 
controlando-se a variação dos valores dos elementos patrimoniais 
estranhos ao CCL, é possível acompanhar a variação do valor do CCL. 
Em outras palavras, e voltando à nossa metáfora da “bolsa da jovem 
senhora”, controlando o que ocorreu “por fora da bolsa”, poderemos 
acompanhar quanto ficou “dentro da bolsa”. 
Assim, para fins didáticos propomos: 
a) a identificação do conceito de CCL, metaforicamente, com 
a idéia de uma “bolsa”, onde estão os direitos de curto 
prazo (dinheiro e cheques a depositar) e as obrigações de 
curto prazo (contas a pagar); e 
 
2 Conforme aula 03 deste curso. 
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b) considerar que a DOAR tem por objetivo “apresentar a 
evolução do conteúdo interno de uma bolsa, através da 
explicitação dos fatos ocorridos por fora da bolsa”. 
3.4 Elementos da DOAR 
Vista a idéia básica da DOAR, resta analisar cada um de seus elementos 
sob esse prisma: “determinar o que aconteceu dentro da bolsa, a partir 
do ocorreu fora dela”. Para essa análise, em obediência à Lei das S/A, 
utilizaremos, em nosso estudo, a estrutura proposta no art. 188, acima 
apresentado, com pequenos acréscimos (propostos pela doutrina 
contábil majoritária), que serão justificados um a um neste item da 
matéria, conforme a seguir: 
1) ORIGENS 
a) Lucro líquido ajustado: 
i) (+) Depreciação / amortização / exaustão 
ii) (+/-) aumentos ou reduções dos Resultados de exercícios 
futuros 
iii) (+/-) resultados negativos/positivos decorrentes de 
investimentos avaliados pelo método da equivalência 
patrimonial 
iv) (+/-) constituição/reversão de Provisão para perdas em 
investimentos permanentes ou de longo prazo 
v) (+/-) Variações monetárias passivas/ativas de longo prazo. 
vi) (+/-) Ajustes credores/devedores de exercícios anteriores – 
que afetam o CCL 
vii) (+/-) perda/ganho de capital na alienação de bens do 
permanente (nem sempre este ajuste é necessário – depende 
do valor da origem relativa à alienação do ativo permanente 
apresentada) 
b) Realização de capital e Contribuições para Reservas de capital 
c) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo e Redução do Ativo 
Realizável a Longo Prazo 
d) Alienação de investimentos permanentes e de bens do imobilizado 
2) Aplicações 
a) Dividendos (e lucro líquido ajustado – no caso de ser negativo) 
b) Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo e Redução do Passivo 
Exigível a Longo Prazo 
c) Aquisição de bens do imobilizado e de investimentos permanentes 
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d) Aumento do ativo diferido 
e) Outras aplicações – redução do capital e aquisição de ações em 
tesouraria 
3) Total das origens (-) Total das aplicações 
4) Variação do CCL - CCLfinal (-) CCLinicial 
3.5 Recursos originados das operações da própria empresa 
Os recursos originados da própria atividade da empresa são aqueles que 
ela traz para o CCL em contrapartida de seu patrimônio (em fatos 
contábeis modificativos ou permutativos), partindo-se do pressuposto de 
que: (1) receitas serão recebidas (à vista ou a prazo) e, portanto, vão 
aumentar o tamanho da “bolsa”, (2) despesas deverão ser pagas (à 
vista ou a prazo) e, portanto, vão diminuir o tamanho da “bolsa”. 
3.5.1 Lucro Líquido ajustado 
Neste item, serão analisados o Lucro Líquido do período e seus ajustes: 
 (+) Depreciação / amortização / exaustão 
(+/-) aumentos/reduções de Resultados de exercícios futuros 
(+/-) Ajustes decorrentes de resultados negativos/resultados positivos 
em investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial 
(+/-) Constituição/reversão de Provisão para perdas em investimentos 
permanentes ou de longo prazo 
(+/-) Variações monetárias (passivas/ativas) de longo prazo. 
(+/-) Ajustes credores/devedores de exercícios anteriores - que afetam 
o CCL 
(+/-) Ganho/perda de capital na alienação de bens do permanente 
3.5.1.1 Lucro líquido do período – receitas (-) despesas 
Receitas “vão para a bolsa” e Despesas “saem da bolsa”. Para confirmar 
essa afirmação é preciso lembrar que, conforme já visto, o lucro líquido 
do período é composto por receitas e despesas3 e que: 
a) as receitas geram aumento do CCL (ou seja, que o valor 
das receitas “vão para a bolsa”), conforme ilustrado na 
figura abaixo: 
 
3 Nesse sentido, recomendamos a leitura do item que trata da DRE. 
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AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
Receita X
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
a. a receita pode ser paga à vista, aumentando o AC (e, 
conseqüentemente, o CCL), conforme lançamento abaixo: 
D = Caixa ou Bancos
C = a Receita x 
b. a receita pode ser auferida para pagamento a prazo, 
aumentando também o AC (e, conseqüentemente, o 
CCL), conforme lançamento abaixo: 
D = Duplicatas a Receber (ou Contas a Receber)
C = a Receita x 
c. a receita pode ter sido recebida em adiantamento e, 
quando auferida, reduz o PC (aumentando, 
conseqüentemente, o CCL), conforme lançamento abaixo: 
D = Adiantamento de clientes
C = a Receita x 
b) as despesas geram reduções do CCL (ou seja, que o valor 
das despesas “saem da bolsa”) , conforme ilustrado na 
figura abaixo: 
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AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
Despesa Y
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
a. a despesa pode ser paga à vista, reduzindo o AC (e, 
conseqüentemente, o CCL), conforme lançamento abaixo: 
D = Despesa
C = a Caixa ou Bancos y 
b. a despesa pode ser incorrida para pagamento a prazo, 
aumentando o PC (e, conseqüentemente, reduzindo o 
CCL), conforme lançamento abaixo: 
D = Despesa
C = a Contas a Pagar y 
c. a despesa pode ter sido pagaadiantadamente e, quando 
auferida, reduz o AC (reduzindo, conseqüentemente, o 
CCL), conforme lançamento abaixo: 
D = Despesa
C = a Despesas pagas adiantadamente y 
c) portanto, o lucro líquido – Receitas (-) Despesas – gera 
aumento do CCL (ou seja, o lucro líquido “vai para a 
bolsa”), conforme indicado na figura abaixo: 
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AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
Despesa Y Receita X
---------
Lucro líquido Z
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
 
3.5.1.2 Ajustes ao lucro líquido – Receitas e despesas que 
não influenciam o CCL – e Lucro líquido ajustado 
Partindo-se do pressuposto de que “Receitas vão para a bolsa” e de que 
“despesas saem da bolsa”, concluímos, conforme acima apresentado, 
que “o Lucro líquido vai para a bolsa”. Ocorre que essa é uma 
simplificação da realidade, pois nem toda despesa “sai da bolsa” e nem 
toda receita “vai para a bolsa”. 
Assim, é necessário fazer alguns ajustes ao lucro líquido para apresentar 
(na primeira linha da DOAR) somente aquela parte do lucro que “foi 
para a bolsa”. Esses ajustes são, de uma forma simples e direta: (1) 
somar ao lucro líquido as despesas que “diminuíram o valor do lucro, 
mas que não saíram da bolsa” e (2) subtrair, do lucro líquido, as 
receitas que “aumentaram o lucro, mas que não foram para a bolsa”. 
A própria Lei das S/A, em seu art. 188 determina os ajustes mais 
importantes (depreciação, amortização, exaustão e REF), mas a 
doutrina contábil (e as bancas examinadoras de concursos) propõem 
alguns ajustes adicionais. Neste item, analisaremos cada um desses 
ajustes (previstos em lei e propostos pela doutrina). 
3.5.1.2.1 Depreciação / amortização / exaustão 
A lei das S/A, na alínea “a” do inciso I de seu art. 188, demanda a 
adição, ao valor do lucro líquido do exercício, dos montantes dos 
encargos registrados a título de depreciação, amortização e exaustão, 
conforme abaixo reproduzido: 
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Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de 
recursos indicará ...: 
I - as origens dos recursos, agrupadas em: 
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, 
amortização ou exaustão...; 
Apenas para fins de esclarecimento cabe lembrar o conceito de 
depreciação, amortização e de exaustão: (1) A depreciação é a perda do 
valor de um bem por uso, desgaste ou obsolescência; (2) A amortização 
é a perda do valor de um elemento patrimonial que tenha prazo 
determinado de utilização – pela passagem desse prazo e (3) A 
exaustão é a perda do valor de um elemento patrimonial quando o seu 
uso regular implica sua parcial destruição. 
Os encargos de depreciação, amortização ou exaustão são registrados 
como conta de resultado, a crédito de conta retificadora do ativo, 
conforme lançamento exemplificativo a seguir: 
D = despesa com encargos de depreciação/amortização/exuastão
1 - C = a depreciação/amortização/exuastão acumulada y 
Os encargos de depreciação, amortização e exaustão, portanto, 
registrados como despesas do exercício, têm impacto no valor do lucro 
líquido, diminuindo-o. Ocorre que as contas retificadoras do ativo 
(depreciação acumulada, amortização acumulada e exaustão 
acumulada) não são contas pertencentes ao CCL (mas sim ao Ativo 
Permanente) e portanto, conforme o lançamento acima demonstra, “as 
despesas de encargos de depreciação, amortização e exaustão não 
saem da bolsa”, mas reduzem o ativo permanente, conforme ilustrado a 
seguir: 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
(-) dep. Ac. y
Despesa Y
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
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Para exemplificar a questão, considere uma Demonstração do Resultado 
do exercício simplificada, conforme a seguir: 
Item Valor
RBV 10.000,00 
(-) CMV (4.000,00) 
(=) LB 6.000,00 
(-) despesas financeiras (2.000,00) 
(-) encargos de depreciação (1.000,00) 
(=) Lucro Operacional 3.000,00 
(-) IR/CSLL (800,00) 
(=) LL 2.200,00 
Demonstração do Resultado do Exercício
 
De maneira simplista, se considerássemos que “todas as despesas vão 
para a bolsa” e que “todas as receitas saem da bolsa”, concluiríamos 
que o valor do Lucro líquido (de R$ 2.200,00) teria ido “todo para a 
bolsa”. Entretanto, vamos analisar cada uma das receitas e despesas 
componentes da DRE apresentada, para identificar se alguma delas 
deve ser objeto de ajuste ao lucro líquido: 
a) a Receita bruta de vendas (RBV – no valor de R$ 
10.000,00) efetivamente “vai para a bolsa”, portanto, não 
há qualquer ajuste a fazer com relação a esse item 
componente do Lucro Líquido do exercício; 
b) o custo da mercadoria vendida (CMV – no valor de R$ 
4.000,00) é lançado a crédito da conta estoques 
(pertencente ao AC) e, assim, reduz efetivamente o CCL, 
ou seja, “sai da bolsa”, portanto, da mesma forma, não há 
necessidade de ajuste com relação a esse item; 
c) as despesas financeiras efetivamente reduzem o CCL e, 
portanto, não demandam ajustes ao lucro líquido; 
d) os encargos de depreciação não são registrados a crédito 
de conta do CCL, mas a crédito de conta do Ativo 
permanente e, assim, não reduzem o CCL, mas o Ativo 
permanente e, portanto, demandam um ajuste: (1) esses 
encargos reduziram o lucro líquido, mas (2) não “saíram 
da bolsa”, conseqüentemente (3) devem ser somados ao 
lucro líquido para apuração do “valor que efetivamente foi 
para a bolsa, a partir do lucro líquido”. 
e) Os valores do IR e CSLL aumentam o PC e, assim, 
reduzem o CCL, portanto, não há necessidade de qualquer 
ajuste quanto a esses itens. 
Dessa forma, a partir do lucro líquido do exercício (no valor de R$ 
2.200,00) conclui-se que efetivamente “foi para a bolsa” o valor de R$ 
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3.200,00, que seria o valor do lucro líquido caso não tivesse ocorrido a 
despesa de depreciação. Assim, o ajuste necessário é o de soma do 
valor de R$ 1.000,00 (relativo ao encargo de depreciação) ao valor de 
R$ 2.200,00 (relativo ao lucro líquido do exercício). 
3.5.1.2.2 Resultados de exercícios futuros 
A lei das S/A, na alínea “a” do inciso I de seu art. 188, também 
demanda a realização de ajuste ao valor do lucro líquido do exercício, 
referente aos Resultados de Exercícios futuros, demandando: (1) a 
adição dos valores dos aumentos dos saldos desse grupo patrimonial e 
(2) a subtração dos valores das reduções desses saldos, conforme 
abaixo reproduzido: 
Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de 
recursos indicará ...: 
I - as origens dos recursos, agrupadas em: 
a) lucro do exercício, ... ajustado pela variação nos 
resultados de exercícios futuros; 
Apenas para fins de esclarecimento cabe lembrar o conceito de 
Resultados de Exercícios Futuros: receitas recebidas ou faturadas 
antecipadamente que não corram o risco de devolução por parte da 
empresa, tais como aluguel recebido antecipadamente (com cláusula de 
não reembolso). 
Ora, o fulcro desse ajuste reside no fato de que: (1) quando o saldo de 
REF aumenta, houve um recebimento de dinheiro, mas ainda não foi 
registrada a respectiva receita e (2) quando o saldo do REF diminui, 
houve a apropriação da receita anteriormente recebida, portanto, foi 
registrada uma receitamas não houve ingresso de dinheiro em caixa. 
Para exemplificar a afirmação apresentada no parágrafo anterior, vamos 
voltar ao exemplo apresentado quando do estudo do grupo patrimonial 
REF (no Balanço Patrimonial): 
Seja uma empresa (utilizaremos a empresa Tamancos e Tamancos S/A) 
que tenha em seu Ativo Permanente Investimentos uma fazenda, não 
utilizada em suas atividades fim, e deseje arrendar esta fazenda para 
terceiros – pelo prazo de 5 (cinco) anos. Seja, também, uma pessoa 
que esteja interessada em desenvolver uma atividade (como, por 
exemplo, criação de avestruzes) e deseje arrendar a fazenda 
(pertencente à empresa Tamancos e Tamancos S/A) para essa 
atividade. Nesse caso, o interessado e a empresa Tamancos e 
Tamancos S/A podem contratar um arrendamento, sem previsão de 
devolução de valores, em que: (a) o interessado entrega – de pronto – 
o valor de R$ 50.000,00, para aquisição do direito de utilização da 
fazenda pelo prazo de 5 (cinco) anos e (b) a empresa Tamancos e 
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Tamancos S/A se compromete a entregar a fazenda, “de porteira 
fechada”, ao interessado por esse prazo. 
Repare que no patrimônio da empresa surge dinheiro (R$ 50.000,00), 
mas não surge uma obrigação (de dar algo – porque a fazenda já foi 
entregue, de fazer algo – porque a única coisa que deve ser feita é 
esperar os cinco anos, nem de devolver o dinheiro). Assim, parece que 
o patrimônio aumentou, mas – pelo regime de competência – isso ainda 
não ocorreu. Dessa forma, a contrapartida do valor recebido se 
enquadra, perfeitamente, na definição de Resultados de Exercícios 
futuros. 
O lançamento referente a esse fato contábil é o seguinte: 
D = Caixa (ou Bancos)
1 - C = a Receitas antecipadas de arrendamento (REF) 50.000,00 
Nesse primeiro momento houve entrada de valores no CCL, ou seja “o 
aumento do REF foi para a bolsa”, mas a respectiva receita (que 
aumentaria o Lucro líquido do exercício) ainda não foi registrada, 
conforme ilustrado na figura a seguir: 
AC 50.000,00 PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF 50.000,00 
Despesa - Receita - 
---------
Lucro líquido - 
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
Portanto, nesse primeiro momento, faz-se necessário o ajuste de adição 
ao valor do lucro líquido do período, do montante do acréscimo no saldo 
do REF, para apuração do “efetivo valor que foi para a bolsa, a partir do 
lucro líquido”. Em outras palavras, na DOAR, o REF (quando aumenta) 
é considerado como uma receita “que já foi para a bolsa”, mas que 
ainda não está registrada. Assim, no primeiro exercício, para 
apresentação da DOAR, devem ser somados R$ 50.000,00 ao valor do 
Lucro líquido do período. 
À medida que o tempo for passando, a empresa Tamancos e Tamancos 
S/A terá cumprido o que havia prometido fazer, ou seja, permitir que o 
interessado utilize a fazenda na sua atividade. Será, portanto, também, 
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à medida que o tempo for passando, que o valor antes recebido deverá 
ser registrado com receita de arrendamento auferida, em contrapartida 
dos Resultados de Exercícios Futuros. 
O lançamento relativo à apropriação do resultado é o seguinte: 
D = Receitas antecipadas de arrendamento (REF)
2 - C = a Receitas de arrendamento 10.000,00 
Nesse segundo momento, não houve entrada de qualquer valor no CCL, 
pois os valores todos já haviam sido antecipadamente recebidos (no 
primeiro momento). Entretanto, houve registro da respectiva receita, 
que aumentou o Lucro líquido do exercício sem ter ido – nesse segundo 
momento – “para a bolsa”, conforme ilustrado na figura a seguir: 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF 40.000,00 
Despesa 0 Receita 10.000,00 
---------
Lucro líquido 10.000,00 
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
Portanto, nesse segundo momento, faz-se necessário o ajuste de 
redução do valor do lucro líquido do período, no montante do 
decréscimo do saldo do REF, para apuração do “efetivo valor que foi 
para a bolsa, a partir do lucro líquido”. Em outras palavras, na DOAR, o 
REF (quando é reduzido) é registrada uma receita “que não vai para a 
bolsa”, porque já havia “ido para a bolsa” em exercício anterior. Assim, 
no segundo exercício, para apresentação da DOAR, devem ser 
subtraídos R$ 10.000,00 do valor do Lucro líquido do período. 
Pela letra da Lei das S/A, os únicos ajustes ao Lucro líquido seriam os 
ajustes de depreciação/amortização/exaustão e REF. Entretanto, a 
doutrina tem suscitado a necessidade de outros ajustes, por motivos 
similares a esses vistos (para os encargos e para o REF), portanto, nos 
itens seguintes, analisaremos cada um deles. 
3.5.1.2.3 Ajustes decorrentes de investimentos avaliados 
pelo método da equivalência patrimonial 
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Esse ajuste não é previsto pela Lei das S/A. Entretanto, pela lógica, 
deve ser realizado. 
Relembrando, o método da equivalência patrimonial consistem em 
atualização (a cada período) do valor do valor da participação societária, 
classificada no Ativo permanente investimentos da empresa investidora, 
em função do aumento ou redução do Patrimônio líquido da empresa 
investida, com contrapartida em contas de resultados receitas ou 
despesas (resultados positivos, ou negativos, em participações 
societárias, conforme visto no estudo da DRE). 
Os lançamentos relativos ao método da equivalência patrimonial são os 
seguintes: 
a) no caso de resultados positivos 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
Part. Societ.
Receita X
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
D = Participações societárias
C = a Resultados positivos em participações societárias - equivalência patrimonial x 
b) no caso de resultados negativos 
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AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
Part. Societ.
Despesa y
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
D = Resultados negativos em participações societárias - equivalência patrimonial
C = a Participações societárias y 
Repare que, em nenhuma das duas situações, as receitas (resultados 
positivos) ou despesas (resultados negativos), que têm influência no 
Lucro líquido do exercício (aumentando-o ou reduzindo-o), impactam o 
valor do CCL, pois representam aumentos ou reduções do ativo 
permanente. Em outras palavras, os resultados positivos ou negativos 
em participações societária, pelo método da equivalência patrimonial, 
“não vão para a bolsa, nem saem da bolsa”. 
Assim, resultados positivos em participações societárias, pelo método da 
equivalência patrimonial, devem ser subtraídos do valor do Lucro líquido 
do exercício, para apuração do valor que efetivamente “foi para a 
bolsa”, a partir do Lucro liquido do exercício. 
3.5.1.2.4 Provisão para perdas em investimentos 
permanentes ou de longo prazo 
Na Lei das S/A, também não estão previstos esses ajustes, para 
elaboração da DOAR. Entretanto, eles se fazem necessários pelos 
mesmos motivos já apresentados acima.Apenas relembrando, o conceito de provisão foi apresentado como uma 
“perda na penumbra4”, assim: 
a) a constituição da provisão é registrada a débito de uma 
conta de resultado, de natureza devedora (despesa com 
provisão), e a crédito de uma conta de natureza credora 
 
4 Conforme detalhadamente discutido na aula 06 deste curso. 
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(alternativamente, uma conta retificadora do ativo ou de 
passivo); 
b) a reversão da provisão é registrada a crédito de uma conta 
de resultado, de natureza credora (receita de reversão de 
provisão), e a débito da conta de natureza credora 
(alternativamente, uma conta retificadora do ativo ou de 
passivo) – reduzindo seu saldo. 
No caso de uma provisão do ativo circulante (retificadora) ou do passivo 
circulante ser constituída ou revertida, não há o que se falar em ajuste, 
para elaboração da DOAR pois: (1) na constituição da provisão haverá o 
registro de uma despesa e a conseqüente redução do CCL (por redução 
do AC ou aumento do PC); e (2) na reversão da provisão haverá o 
registro de uma receita com a conseqüente majoração do CCL (por 
aumento do AC ou redução do PC). 
Entretanto, no caso de constituição de uma provisão sobre bens e 
direitos do ARLP ou do AP, ou – ainda – uma provisão registrada no 
PELP (saliente-se que estes são casos mais raros entre aqueles 
característicos da vida empresarial de uma companhia, porém são casos 
possíveis), ocorrerá uma “despesa que não saiu da bolsa”. Isso 
ocorrerá por conta do registro de uma despesa, sem que – contudo – 
tenha havido redução do CCL (pois haverá redução do ARLP ou do AP, 
ou – ainda – aumento do PELP). 
A figura a seguir ilustra a constituição de provisão de longo prazo ou 
permanente: 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
(-) Provisão Provisão
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
(-) Provisão
Despesa com 
provisão y
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
O lançamento é o seguinte: 
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D = Despesa com provisão
C = a Provisão para perdas de longo prazo ou em investimentos permanentes y 
A constituição da provisão de longo prazo ou em investimentos 
permanentes, registrada como despesa do exercício, tem impacto no 
valor do lucro líquido, diminuindo-o. Ocorre que as contas retificadoras 
do ativo, ou de passivo, creditadas (de provisão) não são contas 
pertencentes ao CCL (mas sim ao ARLP, do AP ou do PELP) e portanto, 
conforme o lançamento acima demonstra, “as despesas de constituição 
de provisões de longo prazo não saem da bolsa”, mas reduzem grupos 
patrimoniais estranhos ao CCL. 
Assim, despesas com a constituição de provisões de longo prazo, devem 
ser adicionadas ao valor do Lucro líquido do exercício, para apuração do 
valor que efetivamente “foi para a bolsa”, a partir do Lucro liquido do 
exercício. 
No caso de reversão de uma provisão sobre bens e direitos do ARLP ou 
do AP, ou – ainda – uma provisão registrada no PELP, ocorrerá uma 
“receita que não foi para a bolsa”. Isso ocorrerá por conta do registro 
de uma receita, sem que – contudo – tenha havido aumento do CCL 
(pois haverá majoração do ARLP ou do AP, ou – ainda – redução do 
PELP). 
A figura a seguir ilustra a reversão de provisão de longo prazo ou 
permanente: 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
(-) Provisão Provisão
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
(-) Provisão
Rec. Rev. 
Provisão z
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
O lançamento é o seguinte: 
D = Provisão para perdas de longo prazo ou em investimentos permanentes
C = a Receita de reversão de provisão z 
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A reversão da provisão de longo prazo ou em investimentos 
permanentes, registrada como receita no exercício, tem impacto no 
valor do lucro líquido, majorando-o. Ocorre que as contas retificadoras 
do ativo, ou de passivo, debitadas (de provisão) não são contas 
pertencentes ao CCL (mas sim ao ARLP, do AP ou do PELP) e portanto, 
conforme o lançamento acima demonstra, “as receitas de reversão de 
provisões de longo prazo não vão para a bolsa”, mas aumentam o valor 
de grupos patrimoniais estranhos ao CCL. 
Assim, receitas com a constituição de provisões de longo prazo, devem 
ser subtraídas do valor do Lucro líquido do exercício, para apuração do 
valor que efetivamente “foi para a bolsa”, a partir do Lucro liquido do 
exercício. 
3.5.1.2.5 Variações monetárias (ativas e passivas) de longo 
prazo. 
Na Lei das S/A, também não estão previstos esses ajustes, para 
elaboração da DOAR. Entretanto, eles se fazem necessários pelos 
mesmos motivos já apresentados acima. 
Apenas relembrando, o conceito de variação monetária foi apresentado 
como aumentos ou reduções do patrimônio devidos à modificação de um 
índice econômico a que um ativo ou passivo está atrelado, por força 
contratual. Nesses termos: 
c) O registro de variação monetária passiva é realizado a 
débito de uma conta de resultado, de natureza devedora, 
e a crédito de uma conta patrimonial (alternativamente, 
reduzindo um ativo ou aumentando um passivo); 
d) O registro de variação monetária ativa é realizado a 
crédito de uma conta de resultado, de natureza credora, e 
a débito de uma conta patrimonial (alternativamente, 
aumentando um ativo ou reduzindo um passivo). 
No caso de do registro de variação monetária (ativa ou passiva) relativa 
a um elemento patrimonial do ativo circulante ou do passivo circulante, 
não há o que se falar em ajuste, para elaboração da DOAR, pois: (1) no 
caso de variação monetária passiva, haverá o registro de uma despesa e 
a conseqüente redução do CCL (por redução do AC ou aumento do PC); 
e (2) no caso de variação monetária ativa, haverá o registro de uma 
receita com a conseqüente majoração do CCL (por aumento do AC ou 
redução do PC). 
Entretanto, no caso de constituição de variação monetária passiva 
relativa a direitos do ARLP ou do AP, ou – ainda – obrigações do PELP, 
ocorrerá uma “despesa que não saiu da bolsa”. Isso porque será 
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efetuado o registro de uma despesa, sem que – contudo – tenha havido 
redução do CCL (pois haverá redução do ARLP ou do AP, ou – ainda – 
aumento do PELP). 
A figura a seguir ilustra o registro de variação monetária passiva relativa 
a direito de longo prazo ou permanente: 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
direito de LP Obrigação de LP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
direito do permanente
Variação 
monetária passiva y
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
O lançamento é o seguinte: 
D = Variação monetária passiva
C = a direitos de longo prazo ou permanentes ou obrigações de longo prazo y 
O registro de variação monetária passiva relativa a direito de longo 
prazo ou permanente ou a obrigação de longo prazo, registrada como 
despesa do exercício, tem impacto no valor do lucro líquido, diminuindo-
o. Ocorre que as contas patrimoniais creditadas não são contas 
pertencentes ao CCL (mas sim ao ARLP, ao AP ou ao PELP) e portanto, 
conforme o lançamento acima demonstra, “as despesas de variação 
monetária passiva de longo prazo não saem da bolsa”, mas reduzem 
grupos patrimoniais estranhos ao CCL. 
Assim, despesas comvariação monetária passiva de longo prazo, devem 
ser adicionadas ao valor do Lucro líquido do exercício, para apuração do 
valor que efetivamente “foi para a bolsa”, a partir do Lucro liquido do 
exercício. 
No caso de variação monetária ativa sobre direitos do ARLP ou do AP, ou 
– ainda – obrigações do PELP, ocorrerá uma “receita que não foi para a 
bolsa”. Isso porque será efetuado o registro de uma receita, sem que – 
contudo – tenha havido aumento do CCL (pois haverá majoração do 
ARLP ou do AP, ou – ainda – redução do PELP). 
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A figura a seguir ilustra o registro de variação monetária ativa de longo 
prazo ou permanente: 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
Direito de LP Obrigação de LP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
Direito do permanente
Variação 
Monetária ativa z
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
O lançamento é o seguinte: 
D = direitos de longo prazo ou permanentes ou obrigações de longo prazo
C = a Variação monetária ativa z 
O registro de variação monetária ativa, relativa a direitos de longo prazo 
ou permanentes ou a obrigações de longo prazo, realizado como receita 
no exercício, tem impacto no valor do lucro líquido, majorando-o. 
Ocorre que as contas patrimoniais debitadas não são contas 
pertencentes ao CCL (mas sim ao ARLP, ao AP ou ao PELP) e portanto, 
conforme o lançamento acima demonstra, “as variações monetária 
ativas de longo prazo não vão para a bolsa”, mas aumentam o valor de 
grupos patrimoniais estranhos ao CCL. 
Assim, receitas com variação monetária ativa de longo prazo, devem ser 
subtraídas do valor do Lucro líquido do exercício, para apuração do valor 
que efetivamente “foi para a bolsa”, a partir do Lucro liquido do 
exercício. 
3.5.1.2.6 Ajustes de exercícios anteriores – que afetam o 
CCL 
Na Lei das S/A, também não estão previstos ajustes relativos a ajustes 
de exercícios anteriores, para elaboração da DOAR. Entretanto, eles se 
fazem necessários pelos motivos a seguir. 
Os ajustes de exercícios anteriores são, conforme apresentado quando 
do estudo da DLPA, valores que, por algum motivo, deveriam ter sido 
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registrados como despesas ou receitas em exercícios anteriores, mas 
que não o foram, e assim: 
- uma receita de exercício anterior, caso tivesse sido 
devidamente registrada, teria aumentado o lucro daquele 
exercício que, no procedimento de fechamento de 
exercício, seria transferido para a conta LPA, que teria 
seu saldo majorado; 
- uma despesa de exercício anterior, caso tivesse sido 
devidamente registrada, teria reduzido o lucro daquele 
exercício que, no procedimento de fechamento de 
exercício, seria transferido para a conta LPA, que teria 
seu saldo reduzido. 
A solução prevista para esse tipo de equívoco e o registro (a crédito ou 
a débito) na conta LPA, por conta da receita ou despesa não registrada 
tempestivamente. 
Assim, para uma receita não registrada, cujo lançamento seria o 
seguinte: 
D = caixa
C = a receita x 
Deve ser registrado um crédito na conta LPA, pois esse seria o efeito 
daquela receita (no patrimônio) caso, à época, tivesse sido registrada, 
conforme abaixo: 
D = caixa
C = a LPA x 
Da mesma forma, para uma despesa não registrada, cujo lançamento 
seria o seguinte: 
D = despesa
C = a caixa y 
Deve ser registrado um débito na conta LPA, pois esse seria o efeito 
daquela despesa (no patrimônio) caso, à época, tivesse sido registrada, 
conforme abaixo: 
D = LPA
C = a caixa y 
Ora, os lançamentos acima demonstram que os ajustes de exercícios 
anteriores quando relativos a elementos do CCL não interferem no valor 
do Lucro líquido do exercício, mas ensejam a “entrada de valores na 
bolsa”. Portanto, para apuração do efetivo valor que “foi para bolsa”, 
por conta de receitas e despesas, faz-se necessário: 
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a) adicionar ao Lucro líquido do exercício o valor de ajustes 
de exercícios anteriores que tenha sido registrado a 
crédito da conta LPA e a débito de conta do CCL; 
b) subtrair do Lucro líquido do exercício o valor de ajustes de 
exercícios anteriores que tenha sido registrado a débito da 
conta LPA e a crédito de conta do CCL. 
3.5.1.2.7 Ganho/perda de capital na alienação de bens do 
permanente (eventualmente) 
Esse ajuste não está previsto na Lei das S/A e nem todos os 
doutrinadores entendem que ele seja necessário. Neste item, vamos 
analisar a idéia desse ajuste e os efeitos que ele trará no corpo da 
demonstração (notadamente no item em que são apresentadas as 
origens decorrentes de alienação do permanente). 
Esta dissensão quanto ao ajuste relativo a ganhos/perdas de capital na 
alienação de bens do permanente, decorre da possibilidade de dupla 
interpretação (sistemática) das alíneas “a” e “c” do inciso I do art. 188 
da Lei das S/A, abaixo: 
Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de 
recursos indicará as modificações na posição financeira da 
companhia, discriminando: 
I - as origens dos recursos, agrupadas em: 
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, 
amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos 
resultados de exercícios futuros; 
... 
c) recursos de terceiros, originários ... da alienação de 
investimentos e direitos do ativo imobilizado. 
As possíveis interpretações para os dispositivos em tela são: 
a) desconsiderar qualquer ajuste ao lucro líquido do exercício 
– a título de alienação de bens do permanente – e 
demonstrar os recursos de terceiros – originários da 
alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado 
– pelo valor do bem baixado em virtude da alienação; 
b) efetuar ajuste ao lucro líquido do exercício – a título de 
alienação de bens do permanente – (subtraindo o ganho 
de capital ou adicionando a perda de capital) e 
demonstrar os recursos de terceiros – originários da 
alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado 
– pelo valor da respectiva alienação; 
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Inicialmente, vamos apresentar a DOAR sem esse ajuste, seguindo a 
primeira possível interpretação para os dispositivos da Lei das S/A 
acima. Para que essa apresentação possa ser feita de forma simples, 
direta e didática, propomos o exemplo de uma empresa que, em um 
exercício em que tenha alienado por R$ 2.000,00 um bem do 
permanente de valor contábil R$ 1.000,00, tenha auferido um lucro 
líquido de R$ 4.200,00 conforme a DRE a seguir: 
Item Valor Obs.
RBV 10.000,00 
(-) CMV (4.000,00) 
(=) LB 6.000,00 
(-) despesas financeiras (2.000,00) 
(=) Lucro Operacional 4.000,00 
(+) Receitas não operacionais 2.000,00 de alienação do permanente
(-) Despesas não operacionais (1.000,00) custo do permanente vendido
(=) Lucro antes dos tributos 5.000,00 
(-) IR/CSLL (800,00) 
(=) LL 4.200,00 
Demonstração do Resultado do Exercício
 
Repare que a venda do permanente resultou em um ganho de capital no 
valor de R$ 1.000,00 ( R$ 2.000,00 (-) R$ 1.000,00 (=) R$ 1.000,00 ). 
Entretanto, o valor de R$ 2.000,00 “foi para a bolsa”, conforme se 
depreende da simples observação dos lançamentos contábeis relativos à 
alienação do permanente: 
- registro da receita não operacional, com entrada de R$ 2.000,00 no 
CCL: 
D = Caixa
C = a Receita não operacional 2.000,00 
- registro da despesa não operacional,sem efeito no CCL: 
D = Despesa não operacional - custo do bem
C = a Bem do permanente 1.000,00 
Nesse caso, a DOAR tem que demonstrar ORIGENS de R$ 2.000,00 no 
total. 
Sem a realização do ajuste relativo à alienação do permanente, a 
interpretação dos incisos I.a e I.c do art. 188 da Lei das S/A, levaria à 
conclusão de que: 
- o lucro líquido do exercício, previsto na alínea “a” do inciso 
I do art. 188 da Lei das S/A seria demonstrado no valor 
total de R$ 4.200,00, sem a exclusão do ganho de capital 
de R$ 1.000,00 auferido pela empresa com a alienação do 
ativo permanente; e 
- os recursos de terceiros originários da alienação de bens 
do ativo permanente investimentos ou imobilizado devem 
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ser entendidos como o valor da “redução do ativo pela 
alienação de bens do ativo permanente investimentos ou 
imobilizado” – assim, o valor a ser demonstrado conforme 
alínea “c” do inciso I do art. 188 da Lei das S/A seria o 
valor contábil do bem baixado em virtude da 
alienação realizada. 
Dessa forma as origens seriam demonstradas da Seguinte maneira: 
item valor
I - origens
a) Lucro Líquido ajustado 4.200,00 
b) ...
c) Recursos de terceiros originados da alienação do ativo 1.000,00 
...
total das origens 5.200,00 
DOAR
 
Agora, apresentaremos a DOAR com o ajuste do lucro líquido relativo ao 
ganho de capital na alienação do ativo permanente, seguindo a segunda 
possível interpretação para as alíneas “a” e “c” do inciso I do art. 188 da 
Lei das S/A, acima apresentado. Para que essa apresentação possa ser 
feita de forma simples, direta e didática, propomos o mesmo exemplo, 
de uma empresa que, em um exercício em que tenha alienado por R$ 
2.000,00 um bem do permanente de valor contábil R$ 1.000,00, tenha 
auferido um lucro líquido de R$ 4.200,00, conforme a DRE a seguir: 
Item Valor Obs.
RBV 10.000,00 
(-) CMV (4.000,00) 
(=) LB 6.000,00 
(-) despesas financeiras (2.000,00) 
(=) Lucro Operacional 4.000,00 
(+) Receitas não operacionais 2.000,00 de alienação do permanente
(-) Despesas não operacionais (1.000,00) custo do permanente vendido
(=) Lucro antes dos tributos 5.000,00 
(-) IR/CSLL (800,00) 
(=) LL 4.200,00 
Demonstração do Resultado do Exercício
 
Repare que a venda do permanente resultou em um ganho de capital no 
valor de R$ 1.000,00 ( R$ 2.000,00 (-) R$ 1.000,00 (=) R$ 1.000,00 ). 
Entretanto, o valor de R$ 2.000,00 “foi para a bolsa”, conforme se 
depreende da simples observação dos lançamentos contábeis relativos à 
alienação do permanente: 
- registro da receita não operacional, com entrada de R$ 2.000,00 no 
CCL: 
D = Caixa
C = a Receita não operacional 2.000,00 
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- registro da despesa não operacional, sem efeito no CCL: 
D = Despesa não operacional - custo do bem
C = a Bem do permanente 1.000,00 
Nesse caso, a DOAR tem que demonstrar ORIGENS de R$ 2.000,00 no 
total. 
Com a realização do ajuste relativo à alienação do permanente, a 
interpretação dos incisos I.a e I.c do art. 188 da Lei das S/A, levaria à 
conclusão de que: 
- o lucro líquido do exercício, previsto na alínea “a” do inciso 
I do art. 188 da Lei das S/A seria demonstrado no valor 
total de R$ 3.200,00, com a exclusão do ganho de capital 
de R$ 1.000,00 auferido pela empresa com a alienação do 
ativo permanente; e 
- os recursos de terceiros originários da alienação de bens 
do ativo permanente investimentos ou imobilizado devem 
ser entendidos como o valor “recebido pela alienação de 
bens do ativo permanente investimentos ou imobilizado” – 
assim, o valor a ser demonstrado conforme alínea “c” do 
inciso I do art. 188 da Lei das S/A seria o valor recebido 
em virtude da alienação realizada. 
Dessa forma as origens seriam demonstradas da Seguinte maneira: 
item valor
I - origens
a) Lucro Líquido ajustado 3.200,00 
b) ...
c) Recursos de terceiros originados da alienação do ativo 2.000,00 
...
total das origens 5.200,00 
DOAR
 
Neste ponto da matéria, como em vários outros, estamos frente a duas 
possíveis interpretações e, nem sempre, em questões de prova, o 
examinador será claro com relação à interpretação que ele escolheu 
seguir. Assim, para resolução das respectivas questões somente 
conhecemos um procedimento (trabalhoso, porém garantido): (1) 
realizar a resolução da questão seguindo ambas as possíveis 
interpretações; (2) procurar os resultados encontrados entre as 
alternativas, pois, somente uma das interpretações deve levar a uma e 
somente uma das alternativas da questão, devendo essa ser utilizada 
(descartando-se a outra). 
3.5.1.2.8 Lucro líquido ajustado 
O lucro líquido ajustado é o valor resultante da seguinte soma algébrica: 
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(+) Depreciação / amortização / exaustão
(+/-) aumentos/reduções de Resultados de exercícios futuros
(+/-) 
Ajustes decorrentes de resultados negativos/resultados positivos em 
investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial
(+/-) 
Constituição/reversão de Provisão para perdas em investimentos permanentes
ou de longo prazo
(+/-) Variações monetárias (passivas/ativas ) de longo prazo.
(+/-) Ajustes credores/devedores de exercícios anteriores - que afetam o CCL
(+/-)
perda/ganho de capital na alienação de bens do permanente (eventualmente –
dependendo da interpretação dos dispositivos da Lei das S/A) (*)
Lucro Líquido do Exercício
(*) nesse caso, influenciando no valor a ser demonstrado a alínea "c" do inciso I do art. 186 
Importante! 
Se a empresa teve Lucro líquido positivo, por uma decorrência lógica, 
espera-se que ela tenha ORIGENS para seu CCL. 
Entretanto, isso não é verdadeiro sempre, pois, pode ocorrer da 
empresa, mesmo tendo experimentado prejuízos no período, após os 
devidos ajustes, apresentar um valor positivo que “efetivamente tenha 
ido para a bolsa”, a partir do Lucro líquido (prejuízo) do exercício. 
Nesse caso, deve ser registrada uma origem. 
Por outro lado, pode – também – ocorrer que a empresa, mesmo tendo 
auferido lucro no período, após os devidos ajustes, apresente um valor 
negativo “que tenha efetivamente saído da bolsa”, a partir do Lucro 
líquido (positivo) do exercício. Nesse caso, não há o que se falar em 
origens negativas – ocorre, sim, uma aplicação (conforme será visto a 
seguir). 
Em suma, independentemente de ter sido auferido lucro ou prejuízo no 
exercício: (1) se o lucro líquido ajustado for positivo, deve ser registrada 
uma origem nesta linha da DOAR; (2) se o lucro líquido ajustado for 
negativo, não deve ser registrada uma origem nesta linha da DOAR, 
devendo ser registrada uma aplicação em item a seguir estudado. 
3.6 Recursos originados dos sócios 
No item anterior, foi visto que uma importante origem de recursos é o 
lucro auferido pela empresa em sua atividade (devidamente ajustado), 
porém essa não é a única origem de CCL. Neste item, estudaremos as 
origens de recursos decorrentes de operações com os sócios. 
Os sócios também podem ser responsáveis por origens (aumentos do 
CCL) quando aportam valores (notadamente dinheiro), para formação 
do patrimônio da empresa (em aumentos de capital – por exemplo). 
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3.6.1 Realização de capital 
A alínea “b” do inciso I do art. 188 da Lei das S/A, determina a 
classificação como origens da realização do capital, conforme a seguir: 
Art. 188. A demonstração das origens e aplicaçõesde 
recursos indicará as modificações na posição financeira da 
companhia, discriminando: 
I - as origens dos recursos, agrupadas em: 
... 
b) realização do capital social ... ; 
A realização de capital influencia o CCL quando for efetuada em direitos 
créditos ou outros bens classificados no ativo circulante, ou no perdão 
de dívidas de curto prazo, conforme lançamento contábil a seguir: 
D = Caixa ou Bancos (ou outro elemento qualquer do CCL)
C = a Capital a Realizar x 
Esse caso é ilustrado na figura abaixo: 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
--------------
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
Ocorre que, nem sempre a realização do capital é efetuada em dinheiro 
ou outro elemento classificado no CCL, podendo muitas vezes ser 
realizada com a entrega de bens e direitos típicos do Ativo permanente 
(imóveis, participações societárias, etc.). Nesse ponto, a doutrina – 
mais uma vez – se divide: 
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a) alguns autores defendem a aplicação do “método 
restritivo”, entendendo que operações que não geram 
alteração no CCL não deveriam sequer figurar na DOAR;5 
b) outros autores defendem a aplicação do “método amplo” 
entendendo que, como a DOAR deve ser elaborada a 
partir dos Balanços Patrimoniais (inicial e final) e da DRE 
da empresa, não é possível expurgar essas operações e, 
portanto, devem ser consideradas ao mesmo tempo uma 
origem e uma aplicação (virtuais), no mesmo valor, que 
se anulam em termos de variação do CCL. 
Em nosso curso, seguindo a orientação da ESAF – Escola de 
Administração Fazendária – iremos aplicar o “método amplo”. Nesse 
caso, considere a realização de capital no valor de R$ 50.000,00 em um 
imóvel, cujo lançamento contábil é o seguinte: 
D = Ativo permanente imobilizado - imóvel
C = a Capital a Realizar 50.000,00 
Repare que não há entrada de valores no CCL, porém, analisando a 
estrutura da DOAR, prevista no art. 188 da Lei da S/A, depreende-se 
que esse aumento do Patrimônio líquido devido a realização de capital 
deve ser – ainda assim – registrado como uma origem, pois o inciso II, 
alínea “b”, desse artigo determina que a aquisição de direitos do ativo 
imobilizado seja registrada como uma aplicação de recursos, conforme a 
seguir: 
Art. 188 - ... 
II - as aplicações de recursos, agrupadas em: 
… 
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado; 
Esse é o genial procedimento de elaboração da DOAR, que elimina a 
necessidade de análise de operação por operação da empresa no 
período. Quando, no período, o capital realizado aumenta, deve ser 
registrada uma origem, independentemente do modo da realização. 
Isso porque: (1) caso a realização de capital tenha ocorrido em dinheiro 
o CCL efetivamente aumentou e (2) caso a realização de capital tenha 
ocorrido em bens do imobilizado, o CCL não aumentou, porém, será – 
 
5 Nesse sentido, a respeitável opinião de Ricardo J. Ferreira em Contabilidade 
Avançada e Intermediária (pp. 431) que afirma: “Se entendermos que a DOAR expõe 
as origens e aplicações do capital circulante líquido, é incoerente incluir nela origens e 
aplicações que não afetaram o capital circulante líquido. Todavia, deve-se ressaltar 
que muitos contabilistas fazem constar da demonstração das origens e aplicações de 
recursos origens e aplicações que não afetam o capital circulante líquido. É o caso da 
ESAF” (grifos na transcrição). 
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também – registrada uma aplicação no valor do aumento do ativo 
imobilizado que irá contrabalançar a origem registrada. 
Esse é o método amplo que – em nosso entender – está em 
consonância com o texto da Lei das S/A. Esse método prevê o registro 
de entradas (origens) e saídas (aplicações) virtuais de valores do CCL 
que, quando necessário, irão se anular mutuamente, mantendo correto 
o registro da variação do CCL no período e facilitando a elaboração da 
demonstração. 
Visualmente, podemos entender a realização de capital em bem do 
imobilizado como uma origem e uma aplicação concomitante (aplicando-
se o art. 188, I, b e II, c da Lei da S/A), conforme figura abaixo. 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
--------------
IMOB CAP 50.000,00 
Imóvel 50.000,00 
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
3.6.2 Contribuições para Reservas de capital 
Segundo o art. 182 da Lei das S/A, são reservas de capital: (1) o ágio 
na emissão de ações, (2) o prêmio na emissão de debêntures, (3) a 
alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição e (4) as doações 
e subvenções para investimento, do Poder Público. Conforme visto no 
item que o Patrimônio líquido foi apresentado, essas reservas têm a 
natureza de “um pedágio, para entrar na festa”. 
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As contribuições para reservas de capital devem ser demonstradas como 
origens, na apresentação da DOAR em consonância com o disposto no 
art. 188, I, “b” da Lei das S/A, a seguir: 
Art. 188. ... 
I - as origens dos recursos, agrupadas em: 
... 
b) ... contribuições para reservas de capital; 
Tudo o que foi colocado para realização de capital é aplicável às 
contribuições para Reservas de capital. 
As contribuições para reservas de capital influenciam o CCL quando 
efetuadas em direitos créditos ou outros bens classificados no ativo 
circulante, ou no perdão de dívidas de curto prazo, conforme 
lançamento contábil a seguir: 
D = Caixa ou Bancos (ou outro elemento qualquer do CCL)
C = a Reservas de capital x 
Esse caso é ilustrado na figura abaixo: 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
--------------
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
Ocorre que, nem sempre as contribuições para reservas de capital são 
efetuadas em dinheiro ou outro elemento classificado no CCL, podendo 
– muitas vezes – ser realizadas com a entrega de bens e direitos típicos 
do Ativo permanente (imóveis, participações societárias, etc.). Em 
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nosso curso, seguindo a orientação da ESAF – Escola de Administração 
Fazendária – iremos aplicar o “método amplo”, conforme exemplo a 
seguir. 
Considere uma contribuição para reservas de capital (doação) no valor 
de R$ 50.000,00 em um imóvel, cujo lançamento contábil é o seguinte: 
D = Ativo permanente imobilizado - imóvel
C = a Reservas de capital - doações 50.000,00 
Quando, no período, é realizada contribuição para reservas de capital, 
deve ser registrada uma origem, independentemente do modo da 
realização. Isso porque: (1) caso a contribuição tenha ocorrido em 
dinheiro o CCL efetivamente aumentoue (2) caso a contribuição tenha 
ocorrido em bens do imobilizado, o CCL não aumentou, porém, será – 
também – registrada uma aplicação no valor do aumento do ativo 
imobilizado que irá contrabalançar a origem registrada. 
Visualmente, podemos entender a contribuição para reserva de capital 
na forma de um bem do imobilizado como uma origem e uma aplicação 
concomitante, conforme figura abaixo. 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
--------------
IMOB CAP
Imóvel 50.000,00 
-------------- --------------
DIF RES CAP 50.000,00 
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
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3.7 Recursos originados de terceiros 
Várias situações decorrentes de operações com terceiros ensejam o 
aumento do CCL. São exemplos disso, a contratação de um 
empréstimo, a renegociação do prazo de uma dívida, etc. Neste item, 
serão apresentadas essas operações, na composição da estrutura da 
DOAR, nos seguintes grupos: 
- aumento do PELP; 
- redução do ARLP; 
- alienação do ativo permanente (investimentos e 
imobilizado). 
3.7.1 Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo 
O aumento do passivo exigível a longo prazo, geralmente se dá quando 
a empresa toma um empréstimo. A Lei das S/A, em seu art. 188, I, c, 
determinou a demonstração do aumento do PELP como uma origem, 
quando da elaboração da DOAR, nos termos a seguir transcritos: 
Art. 188. ... 
I - as origens dos recursos, agrupadas em: 
... 
c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo 
exigível a longo prazo, ... 
Nesse caso, o lançamento contábil é o seguinte: 
D = Caixa ou Bancos
C = a Empréstimos a pagar - PELP x 
Essa situação enseja um aumento do CCL, conforme pode ser 
visualmente apresentado a seguir: 
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AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
--------------
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
Assim, conclui-se que o aumento do PELP deve ensejar a apresentação 
de uma Origem na elaboração da DOAR. Ocorre que nem sempre o 
aumento do PELP se dá por empréstimos, podendo ser devido ao 
financiamento da aquisição de um imobilizado (um equipamento, por 
exemplo). Ainda assim, deverá ser registrada a origem, com a 
correspondente aplicação decorrente do aumento do ativo permanente 
(que se anulam em termos de variação do CCL). 
Para ilustrar essa situação, apresentamos um exemplo, a seguir. 
Considere um financiamento no valor de R$ 50.000,00 para aquisição de 
um equipamento, cujo lançamento contábil é o seguinte: 
D = Ativo permanente imobilizado - equipamentos
C = a Financiamentos bancários de longo prazo - PELP 50.000,00 
Quando, no período, é tomado um financiamento pela empresa, deve 
ser registrada uma origem, independentemente do bem adquirido. Isso 
porque: (1) caso o bem adquirido seja do ativo circulante, o CCL 
efetivamente aumentou e (2) caso trate-se de bens do imobilizado, o 
CCL não aumentou, porém, será – também – registrada uma aplicação 
no valor do aumento do ativo imobilizado que irá contrabalançar a 
origem registrada. 
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Visualmente, podemos entender o aumento do PELP por financiamento 
para aquisição de bem do imobilizado como uma origem e uma 
aplicação concomitante, conforme figura abaixo. 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP 50.000,00 
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
--------------
IMOB CAP
Equipamento 50.000,00 
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
3.7.2 Redução do Ativo Realizável a Longo Prazo 
A redução do Ativo realizável a longo prazo, geralmente se dá quando a 
empresa recebe o pagamento de um empréstimo antes concedido ou, 
pelo transcorrer do tempo, um direito de longo prazo é reclassificado 
para o ativo circulante (e, conseqüentemente, para dentro do CCL). A 
Lei das S/A, em seu art. 188, I, c, determinou a demonstração da 
redução do ARLP como uma origem, quando da elaboração da DOAR, 
nos termos a seguir transcritos: 
Art. 188. ... 
I - as origens dos recursos, agrupadas em: 
... 
c) recursos de terceiros, originários ... da redução do ativo 
realizável a longo prazo ... . 
Nesse caso, o lançamento contábil é o seguinte: 
D = Caixa ou Bancos
C = a Direitos de longo prazo - ARLP x 
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Essa situação enseja um aumento do CCL, conforme pode ser 
visualmente apresentado a seguir: 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
--------------
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
 
Assim, conclui-se que a redução do ARLP deve ensejar a apresentação 
de uma Origem na elaboração da DOAR. Ocorre que nem sempre a 
redução do ARLP se dá por recebimento de numerário, podendo ser 
devida ao recebimento de um imobilizado (um equipamento, por 
exemplo). Ainda assim, deverá ser registrada a origem, com a 
correspondente aplicação decorrente do aumento do ativo permanente 
(que se anulam em termos de variação do CCL). 
Para ilustrar essa situação, apresentamos um exemplo, a seguir. 
Considere direito de receber R$ 50.000,00, no longo prazo, que é 
quitado com dação de um equipamento, cujo lançamento contábil é o 
seguinte: 
D = Ativo permanente imobilizado - equipamentos
C = a Direitos de longo prazo - ARLP 50.000,00 
Quando, no período, adimplido um direito de longo prazo da empresa, 
deve ser registrada uma origem, independentemente da maneira pela 
qual esse direito foi quitado. Isso porque: (1) caso a quitação tenha 
ocorrido em dinheiro ou outro bem/direito do ativo circulante, o CCL 
efetivamente aumentou e (2) caso trate-se de recebimento de bens do 
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imobilizado, o CCL não aumentou, porém, será – também – registrada 
uma aplicação no valor do aumento do ativo imobilizado que irá 
contrabalançar a origem registrada. 
Visualmente, podemos entender a redução do ARLP por recebimento de 
bem do imobilizado como uma origem e uma aplicação concomitante, 
conforme figura abaixo. 
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
--------------
IMOB CAP
Equipamento 50.000,00 
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------

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