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Contabilidade Aula 11 Participações Societárias

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CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR 
PROFESSOR LUIZ EDUARDO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
1 Roteiro 
Neste ponto da matéria, o aluno já está familiarizado com o raciocínio 
contábil, ou seja: (1) já conhece os mais importantes fatos contábeis, 
(2) domina a estrutura do lançamento e (3) reconhece a estrutura das 
demonstrações contábeis. Essa situação é – por mim – denominada de 
alfabetização contábil, pois, agora, é possível a leitura de qualquer livro 
de contabilidade com facilidade (e até prazer – o prazer do 
entendimento). Portanto, nesta aula, iniciaremos uma nova fase do 
curso: o estudo de assuntos específicos. 
Nesta aula, o assunto especificamente trabalhado é importantíssimo: 
participações societárias (ações e cotas de capital, constantes do ativo 
permanente de empresas). A aula está estruturada de acordo com os 
itens abaixo: 
1) Apresentação do conceito de participações societárias e sua 
contextualização no âmbito do Ativo Permanente Investimentos 
2) Métodos de avaliação de participações societárias 
a) Método do Custo 
i) Conceito 
ii) Aquisição do investimento – inexistência de ágio 
iii) Provisão para perdas 
iv) Dividendos 
(1) Regra geral – receita 
(2) Regra especial – redução do investimento 
b) Método da Equivalência Patrimonial 
i) Conceito 
ii) Investimentos obrigados ao método de equivalência patrimonial 
(1) Definições iniciais 
(a) Controle 
(i) Direto 
(ii) Indireto 
(b) Coligação 
(c) Relevância 
(i) Individual 
(ii) Coletiva 
(d) Influência 
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(2) Regra de identificação dos investimentos sujeitos ao 
método da EPL 
(a) Para sociedades em geral 
(b) Especialmente para Sociedades de capital aberto 
iii) Aplicação do método da EPL 
(1) Na aquisição do investimento – ágio / deságio 
(2) No balanço patrimonial 
(a) Em situações comuns 
(i) No caso de lucro na investida 
(ii) No caso de prejuízo na investida 
(b) Em situações especiais 
(i) No caso de investida com PL negativo 
(ii) No caso de resultados não realizados 
1. para sociedades em geral 
2. para sociedades de capital aberto 
(3) No recebimento de dividendos 
(4) Na reavaliação de ativos – reserva de reavaliação 
reflexa 
iv) Amortização do ágio / deságio 
(1) Fundamentado na diferença entre o valor contábil e de 
mercado no ativo da investida 
(2) Fundamentado em rentabilidade futura 
(3) Fundamentado em outras razões econômicas – fundo 
de comércio 
(4) Pela baixa do investimento 
v) Variação no percentual de participação 
vi) Participações recíprocas 
vii) Provisão para perdas 
2 Introdução 
O assunto “participações societárias”, aqui tratado, tem um charme 
muito especial, pois se refere a ações, controle de empresas, dividendos 
e ganhos, ou perdas, por aumento ou redução na participação em 
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investimentos – todos elementos típicos de filmes de Hollywood1. É, 
porém, importante contextualizar o assunto de nosso interesse e 
diferenciá-lo do estudo de investimentos em bolsa de valores (aqui, 
nosso foco é a análise do efeito das participações societárias no 
patrimônio de empresas, enquanto o foco do estudo de investimentos 
em bolsa de valores é tipicamente financeiro). 
Feita essa breve introdução, vamos ao assunto. 
3 Apresentação do conceito de participações societárias 
e sua contextualização no âmbito do Ativo Permanente 
Investimentos 
Participações societárias consistem em investimentos de caráter 
permanente, mantidos no patrimônio de empresas (investidoras) e que 
se referem a ações ou cotas representativas do capital de outra empresa 
(investida). Por serem investimentos de caráter permanente, são 
classificados em título especial à parte do balanço patrimonial, no ativo 
permanente investimentos, com a intitulação INVESTIMENTOS, nos 
termos do art. 179, III da Lei n° 6.404, de 1976: 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
… 
III - em investimentos: as participações permanentes em 
outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não 
classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à 
manutenção da atividade da companhia ou da empresa; 
Não podemos nos esquecer que as participações societárias de caráter 
permanente são o item mais importante do ativo permanente 
investimentos, mas não são seu único item, pois, junto a elas, o ativo 
permanente investimentos comporta jóias, obras de arte e imóveis para 
aluguel. 
O recurso didático que mais ajuda o estudante a entender o mecanismo 
de avaliação e registro de participações societárias é o “desenho”, 
desenhando-se a participação, percebe-se a relação entre o ativo da 
sociedade investidora e o patrimônio da sociedade investida. Assim, a 
seguir, apresentamos um exemplo do esquema gráfico de representação 
de participações societárias – que será várias vezes utilizado ao longo 
dessa aula: 
 
1 Podendo ser o assunto principal do filme como, por exemplo, “Wall Street” – 
estrelado por Charlie Sheen, Michael Douglas e Daryl Hannah – ou “Com o dinheiro dos 
outros” – estrelado por Danni de Vito – mas pode ser, também, o pano de fundo da 
história, como é o caso de “Uma Linda Mulher” – estrelado por Julia Roberts e Richard 
Gere. 
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- a sociedade investidora será singelamente denominada de 
“Dora”; 
- a sociedade investida será singelamente denominada de “Tida”; 
- a relação de propriedade das ações será apresentada através 
de uma seta de “Dora” para “Tida”, reforçada pela 
apresentação de uma percentagem (representando a 
quantidade de ações / cotas de “Tida” que estão na titularidade 
da “Dora”, em relação a seu total). 
Inv - Tida
--------------PL
x%
--------------PL
Despesas Receitas
Tida
ativo Passivo
Dora
ativo Passivo
Despesas Receitas
 
O critério usualmente utilizado para identificação de uma participação 
permanente, em oposição aos investimentos temporários em ações 
(estudados quando da apresentação do grupo patrimonial Ativo 
Circulante) é o da intenção de alienação. Assim, se a intenção da 
empresa investidora é de manutenção do investimento em seu 
patrimônio, sua classificação deve ser no ativo permanente, caso 
contrário, no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo. 
4 Métodos de avaliação de participações societárias 
Existem dois métodos de avaliação de investimentos: 
- o método de custo; e 
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- o método da equivalência patrimonial. 
O método de custo é adotado para os investimentos menores (vistos 
como menos “importantes”) e o método da equivalência patrimonial 
para os mais significativos (por decorrência, mais “importantes” em 
termos do nível de participação acionária na investida e de sua 
relevância na investidora). Em seguida, analisaremos separadamente 
cada um deles. 
4.1 Método do Custo 
4.1.1 Conceito 
Muitos livros de contabilidade apresentam esse método de uma forma 
semelhante a que se encontra a seguir “devem ser avaliados pelo 
método de custo os investimentos, na forma de ações ou cotas de 
capital, que não sejam em coligadas ou em controladas, ou mesmo 
quando forem realizados em tais empresas, não sejam significativos, ou 
seja, não relevantes, individualmente ou em seu conjunto”. Essa 
definição está correta, mas não é nem um pouco didática – acaba 
“assustando” o estudante, pois, geralmente, ainda não foram a ele 
apresentados os conceitos controle,coligação, relevância e influência. 
Assim, nossa abordagem será (também correta e rigorosa) 
completamente diversa (e mais didática). Nesse diapasão, cumpre 
referir – tão somente – que o método do custo é a regra geral de 
avaliação de investimento, pois é, simplesmente, a aplicação do 
princípio fundamental de contabilidade do Registro pelo Valor 
Original (já apresentado na aula 01 deste curso). Em outras palavras, 
com poucas exceções (aquelas referentes ao método da Equivalência 
Patrimonial – que será apresentado adiante nesta aula), adota-se o 
método de custo, que consiste em registrar como valor do 
investimento aquilo que foi por ele pago a terceiros. Nesse sentido, 
cumpre referir o art. 7o da Resolução CFC n° 750, de 1993, que dispõe 
sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, a seguir 
parcialmente reproduzido, para fins de clareza: 
Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser 
registrados pelos valores originais das transações com o 
mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do 
País, que serão mantidos na avaliação das variações 
patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem 
agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE. 
Parágrafo único – Do Princípio do REGISTRO PELO 
VALOR ORIGINAL resulta: 
I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser 
feita com base nos valores de entrada, considerando-se 
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como tais os resultantes do consenso com os agentes 
externos ou da imposição destes; 
II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou 
obrigação não poderão ter alterados seus valores 
intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição 
em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a 
outros elementos patrimoniais; 
III – o valor original será mantido enquanto o componente 
permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando 
da saída deste; 
… 
4.1.2 Aquisição do investimento – inexistência de ágio 
Visto que o critério de avaliação pelo custo de aquisição é a regra geral 
e que essa regra é – simplesmente – a aplicação do Princípio do 
Registro pelo Valor Original, o registro da aquisição do investimento 
avaliado pelo método do custo é simples: idêntico ao registro da 
aquisição de qualquer outro ativo já exaustivamente estudado neste 
curso. Nesse sentido, o custo de aquisição é o valor efetivamente 
despendido na transação. 
A transação (aquisição do investimento) pode ocorrer em dois 
momentos: 
- na subscrição de novas ações ou quotas, onde o custo de 
aquisição será o efetivamente desembolsado, 
independentemente do valor nominal ou patrimonial desses 
títulos; 
- na compra de ações de terceiros, caso em que o custo de 
aquisição é o preço total pago aos antigos possuidores das ações 
ou quotas, independentemente do valor nominal ou patrimonial 
desses títulos. 
A seguir, apresentamos – exemplificativamente – o lançamento básico 
da aquisição desse tipo de investimento: 
D = Investimentos permanentes - método do custo
C = a Caixa ou Bancos X 
Um corolário (uma conseqüência) dessa definição é que inexiste ágio 
(ou deságio) na aquisição de investimentos permanentes avaliados pelo 
método do custo. Isso ocorre porque o ágio é o valor pago a maior (e o 
deságio é o valor pago a menor) em relação a um valor pré-definido 
para o investimento. Ora, se, no método do custo, o valor do 
investimento é sempre o valor por ele pago (registro pelo valor 
original), nunca haverá um valor pré-definido diferente para ele e, 
portanto, nunca haverá pagamento a maior (nem a menor). 
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Assim, não há falar em ágio ou deságio na aquisição de investimentos 
avaliados pelo método do custo. A seguir, analisaremos dois exemplos 
de aquisição de investimentos avaliados pelo método do custo: (1) 
aquisição de participação societária por valor – proporcionalmente – 
superior ao valor do patrimônio da empresa investida e (2) aquisição de 
participação societária por valor – proporcionalmente – inferior ao valor 
do patrimônio da empresa investida. 
O primeiro exemplo é o da aquisição, à vista, pela empresa investidora, 
de 20.000 ações novas, emitidas pela empresa “Ouro Puro S/A”, 
considerando as seguintes condições: (a) a quantidade total de ações 
emitidas, após o lançamento das novas ações é de 100.000 ações, (b) o 
valor de todos os bens/direitos, deduzidos das obrigações da empresa 
investida (equivalente a seu Patrimônio Líquido) é R$ 1.000.000,00, (c) 
foi desembolsado na operação o valor total de R$ 220.000,00, posto que 
a procura pelos novos títulos foi superior à oferta e (d) o investimento 
deve – nos termos e condições da Lei das S/A – ser avaliado pelo 
método do custo. 
Nesse caso, em vista da condição (d), os dados referentes às condições 
(a) e (b) são absolutamente desnecessários. Repare que se trata do 
método do custo e, assim, basta saber o valor pago, descrito na 
condição (c). Portanto, o lançamento deve ser simplesmente o 
seguinte: 
D = Investimentos permanentes - Ouro Puro
C = a Caixa ou Bancos 220.000,00 
Ilustrando a situação, apresentamos as figuras a seguir: 
a) Situação inicial 
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Caixa 220.000,00 
Inv - Tida - 
--------------PL
0%
Bens (+) Obrigações
Direitos
--------------PL
Capital (*) 800.000,00 
(*) antes do lançamento das 20.000 novas ações, o capital era de 800.000 ações de R$ 10,00 cada, sem mais nada no PL
Despesas Receitas
Tida - Ouro Puro
ativo Passivo
Dora
ativo Passivo
Despesas Receitas
 
b) Fluxo patrimonial de valores 
Caixa 220.000,00 
(220.000,00) 
- 
--------------PL
Inv - Tida - 
220.000,00 
220.000,00 
20%
Caixa 220.000,00 
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Capital 800.000,00 
200.000,00 
1.000.000,00 
Res. Capital 20.000,00 
Dora
ativo Passivo
Tida - Ouro Puro
ativo Passivo
 
c) Registro no livro diário 
a. Na empresa Ouro Puro – pela emissão das ações 
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D = Caixa ou Bancos 220.000,00 
C = a diversos
C = a Capital 200.000,00 
C = a Res. Capital (ágio na emiss. de ações) 20.000,00 
b. Na empresa Investidora – pela aquisição das ações 
D = Investimentos permanentes - Ouro Puro
C = a Caixa ou Bancos 220.000,00 
d) Situação final 
Caixa - 
--------------PL
Inv - Tida 220.000,00 
20%
Caixa 220.000,00 
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Capital 1.000.000,00 
Res. Capital 20.000,00 
Tida - Ouro Puro
ativo Passivo
Dora
ativo Passivo
 
Cuidado! As condições (a) e (b) somente serão relevantes para 
investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial – a ser 
estudado adiante – não apresentando qualquer importância para o 
método do custo, ora estudado. 
Nesse ponto, o examinador tenta induzir o estudante a erro, dando a 
idéia de que foi pago um valor maior do que um pretensamente pré-
definido. O pensamento ERRADO que o examinador tenta colocar é o de 
que: (1) se o patrimônio da empresa ouro puro é de R$ 1.000.000,00 e 
(2) a quantidade de ações adquiridas pela investidora corresponde a 
20% do total de ações existentes, então (3) o valor esperado para essas 
ações seria de R$ 200.000,00, (4) concluindo por um eventual e errôneo 
pagamento a maior no valorde R$ 20.000,00 (correspondente a um 
pretenso ágio). Entretanto, não há nenhum pagamento a maior! 
Não há pagamento a maior porque inexiste valor pré-definido para a 
participação societária adquirida! Inexiste valor pré-definido para a 
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participação societária adquirida porque seu método de avaliação é o 
método do custo – no qual o investimento vale o valor por ele pago, 
nada mais e nada menos! 
Visto o primeiro exemplo, vamos ao segundo. 
O segundo exemplo é o da aquisição, à vista, pela empresa investidora, 
15% das cotas representativas do capital da empresa “Morro abaixo 
ltda.”, de seus antigos sócios considerando que: (a) o valor de todos os 
bens/direitos, deduzidos das obrigações da empresa investida 
(equivalente a seu Patrimônio Líquido) é R$ 350.000,00, (b) foi pago – 
aos antigos sócios – o valor de R$ 50.000,00 e (c) o investimento deve 
– nos termos e condições da Lei das S/A – ser avaliado pelo método do 
custo. 
Nesse caso, em vista da condição (c), os dados referentes à condição 
(a) são absolutamente desnecessários. Repare que se trata do método 
do custo e, assim, basta saber o valor pago, descrito na condição (b). 
Portanto, o lançamento deve ser simplesmente o seguinte: 
D = Investimentos permanentes - Morro abaixo
C = a Caixa ou Bancos 50.000,00 
Ilustrando a situação, apresentamos as figuras a seguir: 
a) Situação inicial 
Caixa 50.000,00 
Inv - Tida - 
--------------PL
0%
Bens (+) Obrigações
Direitos
--------------PL
Capital 350.000,00 
Despesas Receitas
Tida - Morro Abaixo
ativo Passivo
Dora
ativo Passivo
Despesas Receitas
 
b) Fluxo patrimonial de valores 
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Caixa 50.000,00 
(50.000,00) 
- 
--------------PL
Inv - Tida - 
50.000,00 
50.000,00 
15%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Capital 350.000,00 
Tida - Morro Abaixo
ativo Passivo
Dora
ativo Passivo
 
c) Registro no livro diário 
a. Na empresa Morro Abaixo – não há nenhum lançamento 
a ser registrado. Não houve fato contábil nessa empresa 
(não há entrada nem saída de quaisquer bens/direitos ou 
obrigações) suas cotas de capital apenas mudaram de 
titular. Importante, o dinheiro (R$ 50.000,00) é 
entregue pela empresa investidora aos antigos sócios e 
não à empresa investida Morro Abaixo. 
b. Na empresa Investidora – pela aquisição das ações 
D = Investimentos permanentes - Morro Abaixo
C = a Caixa ou Bancos 50.000,00 
d) Situação final 
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Caixa - 
--------------PL
Inv - Tida 50.000,00 
15%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Capital 350.000,00 
Dora
ativo Passivo
Tida - Ouro Puro
ativo Passivo
 
Cuidado! Os dados da condição (a) somente serão relevantes para 
investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial – a ser 
estudado adiante – não apresentando qualquer importância para o 
método do custo, ora estudado. 
Nesse ponto, o examinador tenta induzir o estudante a erro, dando a 
idéia de que foi pago um valor maior do que um pretensamente pré-
definido. O pensamento ERRADO que o examinador tenta colocar é o de 
que: (1) se o patrimônio da empresa Morro Abaixo é de R$ 350.000,00 
e (2) o percentual de cotas adquirido pela investidora foi de 15% do 
total, então (3) o valor esperado para essas cotas seria de R$ 52.500,00 
(R$ 350.000,00 (*) 15% (=) R$ 52.500,00), (4) concluindo por um 
eventual e errôneo pagamento a menor no valor de R$ 2.500,00 
(correspondente a um pretenso deságio). Entretanto, não há nenhum 
pagamento a menor! Não há pagamento a menor porque inexiste 
valor pré-definido para a participação societária adquirida! 
Inexiste valor pré-definido para a participação societária adquirida 
porque seu método de avaliação é o método do custo – no qual o 
investimento vale o valor por ele pago, nada mais e nada menos! 
Por esses motivos, conclui-se que – no método do custo – não há falar 
em ágio ou deságio. 
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4.1.3 Provisão para perdas 
Já vimos que o critério de avaliação das participações societárias – no 
método do custo – é, simplesmente, a aplicação do Princípio 
Fundamental de Contabilidade do Registro pelo Valor Original. Ocorre 
que, juntamente com o princípio do Registro pelo Valor Original, deve 
ser aplicado o Princípio Fundamental de Contabilidade da Prudência 
determinado pelo art. 10 da Resolução CFC n° 750, de 1993 e, em 
especial, seu parágrafo 2o. A seguir, para fins de esclarecimento, o 
citado artigo encontra-se parcialmente transcrito: 
Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do 
menor valor para os componentes do ATIVO e do maior 
para os do PASSIVO, sempre que se apresentem 
alternativas igualmente válidas para a quantificação das 
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 
§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da 
hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando 
se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos 
demais Princípios Fundamentais de Contabilidade. 
§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da 
PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, 
constituindo-se ordenamento indispensável à correta 
aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA. 
Repare que, caso ocorra uma mutação posterior – reduzindo o valor do 
investimento – essa mutação deve ser reconhecida no patrimônio, com 
a respectiva constituição de uma provisão2. 
Nesse sentido, a Lei das S/A determina, em seu art. 183, III, a 
constituição de provisão para perdas prováveis na realização do seu 
valor3, quando essa perda estiver comprovada como permanente,nos 
seguintes termos: 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão 
avaliados segundo os seguintes critérios: 
… 
III - os investimentos em participação no capital social de 
outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 
250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para 
perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa 
perda estiver comprovada como permanente, e que não 
 
2 Quanto ao conceito de provisão, neste curso – didaticamente – proposto como “uma 
perda na penumbra”, recomenda-se a leitura da aula 06. 
3 Conforme já visto neste curso, cumpre referir que a idéia mais simples e didática 
para exprimir o conceito de “realização” é a de que “realizar algo” equivale a 
“transformar essa coisa em outra – geralmente na sua troca por dinheiro ou na sua 
perda”. 
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será modificado em razão do recebimento, sem custo para 
a companhia, de ações ou quotas bonificadas; 
… 
Assim, a provisão para perdas deverá ser constituída para cobrir as 
perdas prováveis, porém comprovadamente permanentes, na realização 
do investimento. Normalmente, para determinar se uma empresa 
investidora tem perdas com seus investimentos em outras sociedades, é 
necessário saber qual a situação dessas outras sociedades. Para tanto, 
a base normal é obter as demonstrações financeiras dessas empresas e 
apurar o valor patrimonial das ações possuídas para comparar com o 
valor registrado na conta de investimentos das investidora. Se a 
empresa onde foi feito o investimento está operandocom prejuízos, o 
valor de seu patrimônio fica reduzido e a comparação acima indicará a 
necessidade da constituição de uma provisão, pois a perda seria já 
comprovada como permanente (exceto em casos de investimentos 
novos com prejuízo inicial e previsão de lucro posterior). 
Outro caso de perdas já comprovadas é o dos investimentos em 
empresas falidas ou em má situação, ou em empresas cujos projetos 
não mais sejam viáveis. 
A seguir, apresentaremos um exemplo de investimento em empresa 
cujo projeto (atividade) torna-se inviável por conta de um 
acontecimento superveniente. 
a) situação inicial 
A empresa investidora – Dora S/A – mantém em seu Ativo Permanente 
um investimento (em participações societárias), avaliado pelo custo de 
aquisição, representada por 3.000 ações ordinárias da empresa Tida 
S/A, cuja atividade consiste no engarrafamento e distribuição de 
cerveja, autorizado por uma terceira empresa (Beer inc.), detentora da 
patente, com sede no exterior. No final do exercício anterior, em 31/12, 
o investimento apresentava o valor contábil de R$ 40.000,00. 
A seguir, apresentamos figura ilustrativa da situação patrimonial acima 
descrita. 
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Caixa - 
--------------PL
Inv - Tida 40.000,00 
x% ==> 3.000 ações
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Tida
ativo Passivo
Dora
ativo Passivo
 
b) ocorrência de fato superveniente e constituição da provisão 
Durante o exercício, em abril deste ano, a empresa investidora (Dora 
S/A), sabendo que em 30 de junho o prazo de concessão de uso da 
patente se extinguirá, recebe a informação – de fonte segura – de que o 
contrato de concessão não será renovado. 
As máquinas e equipamentos constantes do ativo da empresa Tida S/A, 
apesar de atualmente adequados a sua atual atividade operacional, com 
o término do prazo de concessão, certamente perderão sua utilidade. O 
prejuízo decorrente da cessação da exploração econômica de 
engarrafamento, tem efeito no valor de mercado da participação 
societária mantida por Dora S/A. A partir de avaliações técnicas, Dora 
S/A conclui pela ocorrência de uma perda definitiva e de improvável 
recuperação, avaliada no valor equivalente a 60% do investimento. 
Nessa situação, a investidora deverá imediatamente constituir uma 
provisão para perda no investimento, conforme representado 
esquematicamente na figura abaixo e apresentado no lançamento a 
seguir. 
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Caixa - 
--------------PL
Inv - Tida 40.000,00 
(-) Prov perdas (24.000,00) 
x% ==> 3.000 ações
desp. c/ prov. 24.000,00 
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Despesas Receitas
Dora
ativo Passivo
Tida
ativo Passivo
 
D = Despesa com provisão
C = a Provisão para perdas em investimentos perm 24.000,00 
c) Alienação da participação societária e reversão da provisão 
Considerando a situação acima, a empresa Dora S/A, desde abril 
procurou comprador interessado em suas ações e, em 15 de junho 
daquele ano (portanto, antes da data prevista para o término do 
contrato), conseguiu alienar suas 30.000 ações da empresa Tida S/A, a 
prazo, por R$ 19.000,00. A seguir, encontram-se (1) figura, 
representando o fluxo de valores entre elementos patrimoniais, 
decorrente da alienação realizada e (2) apresentação do respectivo 
lançamento contábil. 
Caixa - 
19.000,00 
19.000,00 
--------------PL
Inv - Tida 40.000,00 
(40.000,00) 
- 
(-) Prov perdas 24.000,00 x% ==> 3.000 ações
desp. c/ prov. 24.000,00 
desp n. oper. 40.000,00 rec. n. oper. 19.000,00 Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Despesas Receitas
Dora
ativo Passivo
Tida
ativo Passivo
 
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D = Caixa
C = a Receitas não operacionais 19.000,00 
D = Despesas não operacionais
C = a Investimentos permanentes - TIDA 40.000,00 
Imediatamente após o lançamento acima temos a seguinte configuração 
patrimonial: 
Caixa 19.000,00 
--------------PL
Inv - Tida - 
(-) Prov perdas 24.000,00 x% ==> 3.000 ações
desp. c/ prov. 24.000,00 
desp n. oper. 40.000,00 rec. n. oper. 19.000,00 Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Despesas Receitas
Dora
ativo Passivo
Tida
ativo Passivo
 
Repare, entretanto, que a provisão registrada no valor de R$ 24.000,00 
representava um ônus que acompanha o investimento, caracterizado 
por uma “perda na penumbra” (conforme conceito de provisão – 
exaustivamente discutido neste curso), ou seja, uma possível perda na 
alienação do investimento – sobre cujo valor deve pairar alguma dúvida. 
Ocorre que o investimento já foi alienado e não há mais dúvida 
nenhuma acerca da perda em sua alienação (no exemplo, a perda está 
claramente apresentada, no valor de R$ 21.000,00 � R$ 40.000,00 (-) 
R$ 19.000,00 (=) R$ 21.000,00). Assim, não há mais qualquer motivo 
para manutenção – no patrimônio – da informação acerca da perda 
provável de R$ 24.000,00 (ela não mais existe, o que há é uma perda 
efetiva de R$ 21.000,00). Portanto, a providência necessária é a de 
reversão da provisão antes constituída, conforme figura e lançamento 
abaixo: 
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Caixa 19.000,00 
--------------PL
Inv - Tida - 
(-) Prov perdas 24.000,00 
(24.000,00) 
- x% ==> 3.000 ações
desp. c/ prov. 24.000,00 
desp n. oper. 40.000,00 rec. n. oper. 19.000,00 Obrigações
rec. rev. Prov. 24.000,00 Bens (+)
Direitos --------------PL
Tida
ativo Passivo
Despesas Receitas
Dora
ativo Passivo
 
D = Prov. Perdas
C = a Receita de Reversão de Provisão 24.000,00 
 
Assim, apresentamos o patrimônio final da seguinte forma: 
Caixa 19.000,00 
--------------PL
Inv - Tida - 
(-) Prov perdas - 
x% ==> 3.000 ações
desp. c/ prov. 24.000,00 
desp n. oper. 40.000,00 rec. n. oper. 19.000,00 Obrigações
rec. rev. Prov. 24.000,00 Bens (+)
Direitos --------------PL
Tida
ativo Passivo
Despesas Receitas
Dora
ativo Passivo
 
4.1.4 Dividendos 
Já foi visto, neste curso, quando tratamos da destinação do resultado, 
que os dividendos são a parte do lucro que cabe a cada ação e que, a 
partir desse conceito, os dividendos a receber são a parte do lucro que – 
cabendo à ação – a empresa investida entrega ao acionista (empresa 
investidora). O registro dos dividendos a receber, referentes a 
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investimentos avaliados pelo método do custo, é o único ponto em que 
o método do custo se revela mais complexo do que o método da 
equivalência patrimonial. Isso ocorre porque, no tocante ao registro dos 
dividendos a receber, no método do custo, há duas regras: (1) a 
primeira, regra geral, em que o surgimento do direito ao recebimento 
dos dividendos é registrado a crédito de receitas operacionais e (2) uma 
regra especial, em que o surgimento do direito ao recebimento dos 
dividendos é registrado a crédito do próprio investimento – resultando 
em uma redução do investimento.A seguir, analisaremos cada uma dessas regras. 
4.1.4.1 Regra geral – receita 
Os dividendos a receber consistem no direito da empresa investidora, 
relativo à participação no resultado da empresa investida. 
Nos investimentos avaliados pelo método do custo, em geral, o valor do 
investimento (registrado conforme aplicação do princípio fundamental 
de Contabilidade do Registro pelo Valor Original) não se altera. Assim, o 
surgimento do direito ao recebimento de dividendos corresponde ao 
surgimento de um ativo, sem que haja o desaparecimento (total ou 
parcial) de qualquer outro ativo, nem o surgimento de um passivo – 
caracterizando assim um aumento do patrimônio. Em outras palavras, o 
valor do direito ao recebimento dos dividendos “cai do céu”, de “pára-
quedas”, no “colo” do patrimônio da empresa investidora – 
aumentando-o, o que caracteriza uma receita. 
As companhias devem, na data do balanço, contabilizar a destinação do 
lucro líquido proposta pela Administração, inclusive a Provisão para 
Dividendos Propostos, que ficará registrada no Passivo Circulante. 
Dessa forma, a empresa investidora deve contabilizar a correspondente 
receita de dividendos proporcionalmente à sua participação nos lucros. 
Exemplo: 
Considere que a empresa Dora S/A mantenha, com intenção de 
permanência, um investimento na empresa Tida S/A – correspondente a 
5% do total de seu capital – e que tenha tomado conhecimento de que a 
empresa investida destinara dividendos a seus acionistas no valor total 
de R$ 500.000,00, cabendo-lhe a parcela de 5% � R$ 25.000,00. A 
seguir, encontram-se: (1) a figura representativa do fluxo de valores 
entre elementos do patrimônio, referentes ao fato acima descrito, e (2) 
o registro dos lançamentos contábeis correspondentes. 
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Caixa - 
Div. a receber 25.000,00 
--------------PL
Inv - Tida 100.000,00 
5%
rec. Div. 25.000,00 div. a pagar 500.000,00 
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
LPA 500.000,00 
(500.000,00) 
- 
Despesas Receitas
Dora
ativo Passivo
Tida
ativo Passivo
 
Lançamentos 
a) na Tida S/A – pela destinação do resultado (dividendos a pagar) 
D = LPA
C = a Dividendos a pagar 500.000,00 
b) na Dora S/A – pelo reconhecimento do direito a receber dividendos 
D = Dividendos a receber
C = a Receita com dividendos 25.000,00 
A configuração patrimonial resultante dos fatos acima narrados e 
registrados encontra-se a seguir: 
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Caixa - 
Div. a receber 25.000,00 
--------------PL
Inv - Tida 100.000,00 
5%
rec. Div. 25.000,00 div. a pagar 500.000,00 
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
LPA - 
Tida
ativo Passivo
Despesas Receitas
Dora
ativo Passivo
 
4.1.4.2 Regra especial – redução do investimento 
Conforme visto acima, normalmente, o surgimento do direito ao 
recebimento de dividendos deve ser considerado como receita. Todavia, 
pode ocorrer uma situação em que são recebidos dividendos referentes 
a lucros que já haviam sido apurados pela empresa investida em 
períodos anteriores à aquisição do investimento e que estavam 
registrados em lucros acumulados ou reservas. De fato, nessa 
circunstância, estes dividendos foram “comprados” junto com as ações, 
ou seja, no preço pago pelas ações (registrado como custo do 
investimento) já consta o valor dos dividendos, ainda não distribuídos. 
Nesse caso, o recebimento de dividendos não corresponde a uma receita 
(um efetivo aumento do patrimônio), mas apenas ao fato de que o 
investidor está “destrocando” parte do valor pago pelo investimento por 
moeda. 
Utilizando-se um critério prático, se o pagamento ou crédito se der num 
prazo de até seis meses após a aquisição da participação, o valor 
recebido será creditado à conta do investimento. Trata-se de uma 
presunção de que o lucro então distribuído não foi gerado após a 
aquisição do investimento e, portanto, já fazia parte do patrimônio da 
empresa investida quando da aquisição da participação societária 
(compondo o valor por ela pago), introduzida pelo art. 20 do Decreto-lei 
n° 2.072, de 1983, a seguir: 
Art. 2º Os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa 
jurídica, em decorrência de participação societária avaliada 
pelo custo de aquisição, adquirida até seis meses antes da 
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data da respectiva percepção, serão registrados pelo 
contribuinte como diminuição do valor do custo e não 
influenciarão as contas de resultado. 
Didaticamente, podemos ilustrar a situação acima referida com uma 
metáfora, referente à criação e a comercialização de gado. 
Seja um determinado criador que adquiriu uma vaquinha pelo valor de 
R$ 1.000,00. Considere que essa vaquinha tenha ido – distraidamente 
– pastar perto da cerca do vizinho, que tinha um touro, e que esse touro 
tenha “pulado a cerca”, brincado com a vaquinha e, depois, voltado para 
casa. Como o período de gestação da vaca é de aproximadamente 9 
(nove) meses, 10 meses após sua aquisição, a vaquinha tem um 
bezerro. Vamos analisar esse fato do ponto de vista patrimonial: o valor 
do direito ao bezerro recém nascido “cai do céu”, de “pára-quedas”, no 
“colo” do patrimônio do criador – aumentando-o, o que caracteriza uma 
receita. 
Seja um outro criador, que também adquiriu uma vaquinha pelo valor 
de R$ 1.400,00. Considere, ainda, que 3 meses depois essa vaquinha 
tenha dado a luz a um bezerro. Como o período de gestação da vaca é 
de aproximadamente 9 (nove) meses, conclui-se que, no momento que 
o criador adquiriu a vaquinha, o bezerro já estava em seu ventre – 
assim, o valor de R$ 1.400,00 pago foi referente a aquisição não 
somente da vaquinha, mas também do bezerro, que estava na sua 
barriga. Portanto, o nascimento do bezerro não pode representar um 
efetivo aumento do patrimônio do criador, pois o criador já havia pago 
pelo bezerro, quando da aquisição da vaquinha. Vamos analisar esse 
fato do ponto de vista patrimonial: o valor do direito ao bezerro recém 
nascido não “cai do céu”, de “pára-quedas”, no “colo” do patrimônio do 
criador, mas apenas se desprende do valor antes registrado como sendo 
apenas referente à vaquinha e, assim, a vaquinha (sem bezerro na 
barriga) fica valendo R$ 1.000,00 e o bezerro (que saiu da barriga da 
vaquinha) fica valendo R$ 400,00. 
Entendido o conceito, a partir das idéias contidas nas metáforas acima, 
a seguir, encontra-se proposto um exemplo ilustrativo. 
Seja a empresa Dora S/A, que adquiriu por R$ 100.000,00, com 
intenção de permanência, um investimento na empresa Tida S/A – 
correspondente a 5% do total de seu capital. Três meses após essa 
aquisição, a empresa Dora S/A tomou conhecimento de que a empresa 
investida destinara dividendos a seus acionistas no valor total de R$ 
500.000,00, cabendo-lhe a parcela de 5% � R$ 25.000,00. A seguir, 
encontram-se: (1) a figura representativa do fluxo de valores entre 
elementos do patrimônio, referentes ao fato acima descrito, e (2) o 
registro dos lançamentos contábeis correspondentes. 
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Caixa - 
Div. a receber 25.000,00 
--------------PL
Inv - Tida 100.000,00 
(25.000,00) 
75.000,00 
5%
div. a pagar 500.000,00 
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PLLPA 500.000,00 
(500.000,00) 
- 
Tida
ativo Passivo
Despesas Receitas
Dora
ativo Passivo
 
Lançamentos 
a) na Tida S/A – pela destinação do resultado (dividendos a pagar) 
D = LPA
C = a Dividendos a pagar 500.000,00 
b) na Dora S/A – pelo reconhecimento do direito a receber dividendos 
D = Dividendos a receber
C = a Investimentos permanentes - Tida 25.000,00 
A configuração patrimonial resultante dos fatos acima narrados e 
registrados encontra-se a seguir: 
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Caixa - 
Div. a receber 25.000,00 
--------------PL
Inv - Tida 75.000,00 
5%
div. a pagar 500.000,00 
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
LPA - 
Despesas Receitas
Dora
ativo Passivo
Tida
ativo Passivo
 
4.2 Método da Equivalência Patrimonial 
Visto o método do custo, passamos a estudar o método da equivalência 
patrimonial. Trata-se de um assunto da maior importância por vários 
motivos: (1) é – sempre – questão certa em provas de concurso; (2) é 
importante do ponto de vista patrimonial, pois se refere a grandes 
investimentos e (3) seu conhecimento é de vital importância para 
entendimento da tributação de pessoas jurídicas. Nesse item será 
apresentado o conceito de equivalência patrimonial, serão apresentados 
os critérios de identificação dos investimentos sujeitos ao método e será 
estudado o modelo de aplicação do método – em diferentes situações. 
4.2.1 Conceito 
Dado que o método do custo é a regra básica de avaliação de 
investimentos em participações permanentes (por consistir em mera 
aplicação do Princípio Fundamental de Contabilidade do Registro pelo 
Valor Original), o método da Equivalência Patrimonial é a exceção – 
aplicável apenas a investimentos especiais (considerados importantes). 
Trata-se de uma exceção expressa ao princípio contábil citado, prevista 
pela Lei das S/A, em seu art. 248, reproduzido em parte a seguir: 
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os 
investimentos ... serão avaliados pelo valor de patrimônio 
líquido, de acordo com as seguintes normas: 
… 
II - o valor do investimento será determinado mediante a 
aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no 
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número anterior, da porcentagem de participação no 
capital da coligada ou controlada; 
Através do método de avaliação pela equivalência patrimonial, a 
empresa investidora reconhece como valor de seu investimento 
(participações permanentes – ações ou cotas do capital da empresa 
investida) uma parcela do valor do patrimônio líquido da empresa 
investida. Essa parcela é calculada através da multiplicação do valor do 
patrimônio líquido da empresa investida pelo percentual de participação 
(ou seja, pelo percentual de ações ou cotas de capital da empresa 
investida na titularidade da empresa investidora em relação ao total), 
conforme tabela a seguir: 
(. ) Quantidade de ações ou cotas da empresa investida na capital de titularidade da empresa investidora
(/ ) Quantidade total de ações ou cotas de capital da empresa investida
(=) Percentual de participação
(. ) Valor contábil do Patrimônio Líquido da empresa investida
(*) Percentual de participação
(=) Valor pré-definido do investimento
Apuração do valor do investimento em participações societárias pelo método da equivalência patrimonial
 
No mesmo sentido, a IN CVM 247, de 1996 dispõe em seu art. 9o: 
Art. 9º - O valor do investimento, pelo método da 
equivalência patrimonial, será obtido mediante o seguinte 
cálculo: 
I - Aplicando-se a percentagem de participação no capital 
social sobre o valor do patrimônio líquido da coligada e da 
controlada; e 
II - Subtraindo-se, do montante referido no inciso I, os 
lucros não realizados, conforme definido no § 1º deste 
artigo, líquidos dos efeitos fiscais. 
O método é denominado “método da equivalência” pelo fato de seu 
cálculo basear-se no valor do Patrimônio líquido da coligada ou 
controlada, sendo o valor do investimento determinado no final do 
exercício mediante a aplicação, sobre o valor do patrimônio líquido da 
investida, da porcentagem de participação em seu capital. 
Para fins de esclarecimento acerca da definição acima, apresentamos o 
seguinte exemplo. 
Seja uma empresa investida – Tida S/A, com as seguintes 
características: 
- capital dividido em 1.000.000 (um milhão) de ações; 
- patrimônio líquido no valor total de R$ 250.000,00. 
Considerando que a empresa investidora – Dora S/A – seja a titular de 
500.000 ações de emissão da empresa investida Tida S/A, calcula-se o 
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valor do investimento de Dora S/A em participações societárias 
permanentes (relativas a Tida S/A) pelo método da equivalência 
patrimonial, conforme tabela abaixo. 
(. ) Quantidade de ações ou cotas da empresa investida na capital de titularidade da empresa investidora 500.000 
(/ ) Quantidade total de ações ou cotas de capital da empresa investida 1.000.000 
(=) Percentual de participação 50,00%
(. ) Valor contábil do Patrimônio Líquido da empresa investida 250.000,00 
(*) Percentual de participação 50,00%
(=) Valor pré-definido do investimento 125.000,00 
Apuração do valor do investimento em participações societárias pelo método da equivalência patrimonial
 
A figura a seguir ilustra o exemplo acima proposto: 
--------------PL
Inv - Tida 125.000,00 
50%
--------------PL
Total do PL 250.000,00 
Dora
ativo Passivo
Tida
ativo Passivo
Despesas Receitas
Despesas Receitas
 
Em suma, a empresa investidora adquire títulos representativos do 
capital da empresa investida (em quotas ou ações), porém passa a fazer 
jus a uma parte de todo seu patrimônio líquido. 
Como conseqüência da definição acima, variando o valor do Patrimônio 
Líquido da empresa investida, variará o valor da participação societária 
na detentora das ações ou quotas representativas do capital. 
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Assim, pelo método da equivalência patrimonial, se uma empresa 
investidora adquire 50% das ações que compõem o Capital Social de 
outra empresa – investida – (como no caso do exemplo antes proposto), 
ela efetivamente passa a ter direito a 50% do Patrimônio líquido da 
investida. É por esse valor proporcional que a participação societária 
estará sempre registrada no ativo da investidora. Como o Patrimônio 
Líquido da empresa investida tende a se alterar no tempo, 
principalmente pela geração de resultados (lucros ou prejuízos)4, a 
investidora deverá periodicamente efetuar registros de ajustes, de tal 
forma que o valor contábil de seu investimento seja sempre igual a 50% 
do Capital Próprio (patrimônio líquido) da investida. 
Com o intuito de esclarecer – didaticamente – o conceito aqui tratado, 
utilizamos uma metáfora, a metáfora da “sanfona”, a seguir 
apresentada. 
Considere que o patrimônio líquido da empresa investida seja 
representado por uma sanfona (um acordeão, por exemplo) e que o 
investimento – no ativo da empresa investidora – seja representado 
também por uma sanfona (um bandoneon, menor que o acordeão, visto 
que o investimento é avaliado como um percentual do patrimônio líquido 
da empresa investida). Assim, há dois sanfoneiros: (1) o do acordeão, 
que abre e fecha o fole do instrumento à medida que o patrimônio 
líquido da empresa investidaaumenta (geralmente por lucros) ou 
diminui (geralmente por prejuízos) e (2) o do bandoneon que, seguindo 
o primeiro sanfoneiro, abre e fecha o pequeno fole de seu instrumento 
ao mesmo tempo e na mesma proporção. Pelo método da equivalência 
patrimonial, a proporção tem que, sempre, ser mantida, “senão os 
sanfoneiros desafinam”. 
4.2.2 Investimentos sujeitos ao método de equivalência patrimonial 
Seguindo uma abordagem tradicional, poderíamos apresentar este item 
a partir de sua base legal/normativa, conforme a seguir. 
O caput do art. 248 da Lei das S/A determina que estejam sujeitos ao 
método da equivalência patrimonial os investimentos relevantes em 
coligadas ou em controlada nas quais haja participação de no mínimo 
20% ou influência. A seguir, encontra-se reproduzido o citado artigo: 
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os 
investimentos relevantes (artigo 247, parágrafo único) em 
sociedades coligadas sobre cuja administração tenha 
influência, ou de que participe com 20% (vinte por cento) 
ou mais do capital social, e em sociedades controladas, 
 
4 Sobre o assunto, ver o tópico fechamento do exercício – já tratado neste curso. 
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serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido, de acordo 
com as seguintes normas: 
I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da 
controlada será determinado com base em balanço 
patrimonial ou balancete de verificação levantado, com 
observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até 
60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço 
da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão 
computados os resultados não realizados decorrentes de 
negócios com a companhia, ou com outras sociedades 
coligadas à companhia, ou por ela controladas; 
II - o valor do investimento será determinado mediante a 
aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no 
número anterior, da porcentagem de participação no 
capital da coligada ou controlada; 
III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo 
com o número II, e o custo de aquisição corrigido 
monetariamente; somente será registrada como resultado 
do exercício: 
a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou 
controlada; 
b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou 
perdas efetivos; 
c) no caso de companhia aberta, com observância das 
normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. 
§ 1º Para efeito de determinar a relevância do 
investimento, nos casos deste artigo, serão computados 
como parte do custo de aquisição os saldos de créditos da 
companhia contra as coligadas e controladas. 
§ 2º A sociedade coligada, sempre que solicitada pela 
companhia, deverá elaborar e fornecer o balanço ou 
balancete de verificação previsto no número I. 
Adicionalmente, no mesmo artigo – inciso III, “c” – acima, é deferida à 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a expedição de normas especiais 
para companhias abertas no tocante ao método da equivalência 
patrimonial. A CVM expediu Instrução específica nesse sentido 
(Instrução CVM 247, de 1996), determinando que, no caso de 
companhias abertas, estejam sujeitos ao método os investimentos em 
controladas, bem como os investimentos relevantes em coligadas em 
que haja participação mínima de 20% ou relevância. A seguir, para fins 
de ilustração, encontra-se reproduzido o art. 5o da citada instrução. 
Art. 5º - Deverão ser avaliados pelo método da 
equivalência patrimonial: 
I - O investimento em cada controlada; e 
II - O investimento relevante em cada coligada e/ou em 
sua equiparada, quando a investidora tenha influência na 
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administração ou quando a porcentagem de participação, 
direta ou indireta da investidora, representar 20% (vinte 
por cento) ou mais do capital social da coligada. 
Essa é a apresentação clássica, foi assim que eu fui apresentado à regra 
de identificação dos investimentos sujeitos ao método da equivalência 
patrimonial. Entretanto, entendemos que, didaticamente, essa 
abordagem não funciona. 
Utilizando uma abordagem diferente, em nosso curso, vamos: (1) 
apresentar, de forma clara e direta, uma série de conceitos iniciais 
(controle, coligação, relevância e influência), necessários ao 
entendimento da regra acima; e (2) de forma esquemática, 
apresentaremos a regra acima decomposta em partes – para facilitar o 
entendimento e a memorização. 
4.2.2.1 Definições iniciais 
Neste item serão apresentados e trabalhados conceitos definidos e 
tratados pela legislação: (1) controle (direto e indireto), (2) coligação 
(com a apresentação do conceito de equiparação à coligação – 
introduzida pela IC CVM 247, de 1996), (3) relevância (individual e 
coletiva) e (4) influência. 
4.2.2.1.1 Controle 
A palavra chave – para o entendimento do conceito de controle – é 
“mandar”. Assim, controlar é mandar, o que permite chegar às 
seguintes conclusões: 
- mandar não é o mesmo que possuir e, portanto, é possível que 
se controle algo que não se possua por completo (nem na maior 
porcentagem); 
- quem manda pode fazê-lo diretamente ou através de terceiros e, 
portanto, é possível haver controle direto ou indireto. 
Confirmando a idéia acima, de que controlar é mandar, o artigo 243 da 
Lei das S/A, em seu parágrafo 2o estabelece o conceito de controle, 
conforme abaixo: 
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a 
controladora, diretamente ou através de outras 
controladas, é titular de direitos de sócio que lhe 
assegurem, de modo permanente, preponderância nas 
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos 
administradores. 
No mesmo sentido, a IN CVM 247, em seu art. 3o, define controle nos 
seguintes termos: 
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Art. 3º - Considera-se controlada, para os fins desta 
Instrução: 
I - Sociedade na qual a investidora, diretamente ou 
indiretamente, seja titular de direitos de sócio que lhe 
assegurem, de modo permanente: 
a) - preponderância nas deliberações sociais; e 
b) - o poder de eleger ou destituir a maioria dos 
administradores. 
II - Filial, agência, sucursal, dependência ou escritório de 
representação no exterior, sempre que os respectivos 
ativos e passivos não estejam incluídos na contabilidade da 
investidora, por força de normatização específica; e 
III - Sociedade na qual os direitos permanentes de sócio, 
previstos nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo 
estejam sob controle comum ou sejam exercidos mediante 
a existência de acordo de votos, independentemente do 
seu percentual de participação no capital votante. 
Parágrafo Único - Considera-se, ainda, controlada a 
subsidiária integral, tendo a investidora como única 
acionista. 
Repare que ambos os textos acima reproduzidos referem que a 
investidora deverá ser “titular de direitos de sócio” que lhes assegurem 
“preponderância nas deliberações sociais” e “poder de eleger a maioria 
dos administradores”. Ora, isso é mandar na empresa investida! 
Neste item veremos os conceitos de controle direto e de controle 
indireto. 
4.2.2.1.1.1 Direto 
Controle direto é aquele em que a empresa investidora “manda” na 
administração da empresa investida diretamente, através de seu próprio 
voto, na Assembléia Geral de Acionistas. 
Aqui faremos uma breve referência ao Direito Societário, que determina 
as condições para que alguém possa mandar na administração de uma 
companhia. Assim, veremos o conceito de Assembléia Geral de 
Acionistas e de ações com e sem direito a voto. 
Inicialmente, cabe colocar que o órgão máximodeliberativo de uma 
companhia é a Assembléia Geral de Acionistas e que ela funciona num 
misto de democracia e capitalismo, pois: (1) as decisões são tomadas 
pelo voto dos acionistas reunidos, mas (2) os votos dos acionistas não 
têm o mesmo valor, sendo esse valor proporcional à quantidade de 
ações com direito a voto da titularidade de cada acionista. Assim, resta 
saber o que é ação com direito a voto. 
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Com relações às espécies de ações, temos que a Lei das S/A define –
basicamente – duas espécies importantes, são elas: as ações ordinárias 
e as ações preferenciais5. As ações ordinárias são as que têm direito a 
voto e as preferenciais não6. No que se refere à controlada, vale a 
referência de que ela também pode ser uma Limitada e que, nesse caso, 
tudo o que foi dito com relação a ações com direito a voto pode ser 
aplicado a cotas de capital. 
A preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria 
dos administradores de modo permanente ocorrem, normalmente e com 
segurança quando a empresa investidora possui o controle acionário, 
representado por mais de 50% do capital votante da outra sociedade. 
Ocorre que a Lei das S/A determina a proporção mínima de ações 
ordinárias componentes do capital das companhias em relação ao total 
de ações. 
a) Antes do advento da Lei n° 10.303, de 2001, do total de ações, no 
mínimo 1/3 devia ser composto por ações ordinárias (com direito a 
voto), podendo o restante ser composto com ações preferenciais, 
conforme art. 15 § 2o, da Lei das S/A: 
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou 
vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, 
preferenciais …. 
§ 2º O número de ações preferenciais sem direito a voto 
ou sujeitas a restrições no exercício desse direito, não 
pode ultrapassar 2/3 (dois terços) do total das ações 
emitidas. 
A tabela a seguir ilustra a situação acima descrita: 
Tipo de ação de até
ordinária 33,33% 100%
preferencial 66,67% 0%
total 100,00% 100% 
b) Após o advento da Lei n° 10.303, de 2001, do total de ações, no 
mínimo metade deve ser composta por ações ordinárias (com direito a 
voto), podendo o restante ser composto com ações preferenciais, 
conforme art. 15 § 2o, da Lei das S/A: 
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou 
vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, 
preferenciais …. 
 
5 Há também uma terceira espécie, a ação de fruição, conceito já tratado no tópico em 
que foi estudado o PL e que, por não ter relevância para a matéria aqui apresentada, 
não será mais referenciada. 
6 Com relação aos conceitos de ação ordinária e de ação preferencial, recomenda-se a 
leitura do tópico que trata do Patrimônio Líquido, já apresentado neste curso. 
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§ 2o O número de ações preferenciais sem direito a voto, 
ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode 
ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações 
emitidas. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001) 
A tabela a seguir ilustra a situação acima descrita: 
Tipo de ação de até
ordinária 50,00% 100%
preferencial 50,00% 0%
total 100,00% 100% 
Analisando as tabelas acima, verifica-se que, antes do advento da Lei n° 
10.303, de 2001, se a empresa investida tivesse seu capital formado em 
1/3 por ações ordinárias (limite mínimo previsto pela Lei das S/A) e, 
conseqüentemente, em 2/3 por ações preferenciais, um investidor que 
tivesse metade das ações ordinárias, mais uma, teria o controle 
acionário. Exemplificando, considere um capital formado por 1.000 
ações, sendo 334 ações ordinárias e 666 ações preferenciais. Nesse 
caso, o investidor com 50% das ordinárias, mais uma, ou seja, com 168 
ações, tem o controle acionário, no entanto possui menos do que 17% 
do capital total. Isso confirma nosso conceito, de que controlar é 
mandar (e não possuir). 
Ainda, após o advento da Lei n° 10.303, de 2001, se a empresa 
investida tivesse seu capital formado em 50% por ações ordinárias 
(limite mínimo previsto pela Lei das S/A) e, conseqüentemente, em 
50% por ações preferenciais, um investidor que tivesse metade das 
ações ordinárias, mais uma, teria o controle acionário. Exemplificando, 
considere um capital formado por 1.000 ações, sendo 500 ações 
ordinárias e 500 ações preferenciais. Nesse caso, o investidor com 50% 
das ordinárias, mais uma, ou seja, com 251 ações, tem o controle 
acionário, no entanto possui menos do que 26% do capital total. Isso 
confirma – mais uma vez – nosso conceito, de que controlar é mandar 
(e não possuir). 
Com relação a controle direto, a Instrução CVM n° 247, de 1996, para 
companhias abertas, trata outras três situações como situações que 
ensejam controle, são elas: (1) filial no exterior que não esteja incluída 
na contabilidade da investidora, (2) controle comum – mediante um 
acordo de acionistas e (3) subsidiária integral. Entendemos que essas 
três situações são apenas casos específicos que cabem na definição de 
controle já apresentada, segundo a qual a investidora deverá ser “titular 
de direitos de sócio” que lhes assegurem “preponderância nas 
deliberações sociais” e “poder de eleger a maioria dos administradores”. 
Com relação ao primeiro caso, de filial no exterior não incluída na 
contabilidade da investidora, cabem as seguintes considerações. Uma 
filial não é – por definição – uma pessoa jurídica com personalidade 
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própria, sendo apenas uma parte do próprio patrimônio da empresa (um 
estabelecimento). Porém, se uma filial no exterior tiver que ser tratada 
como uma pessoa em separado (por força do direito a ela aplicável) ela 
se torna uma nova pessoa jurídica que tem por sócia a antiga matriz 
(que passa a ser sua única sócia). Ora se há um único sócio, ele 
“manda” na administração de seu investimento e, portanto, esse é um 
caso de controle adequado a sua definição clássica. 
Com relação ao segundo caso, controle comum – mediante acordo de 
acionistas, cabem as seguintes considerações. O acordo de acionistas é 
um contrato em que vários acionistas concordam em expressar uma 
única vontade, somando votos na assembléia geral de acionistas. Nesse 
caso, todos (em conjunto) são titulares de um direito que lhes assegura 
a preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria 
dos administradores, o que também se adequa ao conceito de controle. 
Com relação ao terceiro caso, subsidiária integral (conceito previsto no 
art. 251 da Lei das S/A), cumpre referir que a investidora é a única 
acionista da subsidiária. Ora se há um único sócio, ele “manda” na 
administração de seu investimento e, portanto, trata-se de controle. 
Abaixo, encontram-se apresentadas algumas figuras exemplificativas de 
situações em que ocorre controle direto: (1) subsidiária integral, (2) 
titularidade de mais da metade das ações com direito a voto e (3) 
controle conjunto. 
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1 - Subsidiária integral
100% do capital
2 - Titularidade da maioria das ações com direito a voto
mais do que 50% do capital votante
3 - controle comum
Sócio Sócio Sócio
mais do que 50% do capital votante
Controle comum
Exemplos de controle direto
Investida
Controlada direta
Acordo de acionistas
Investida
Investidora
Investida
subsidiária integral
Investidora
 
4.2.2.1.1.2 Indireto 
Quanto ao controle, cumpre referir que ele pode ser exercido de forma 
indireta. Esse aspecto émencionado especificamente, no art. 243, a Lei 
das S/A, que se refere a controle “diretamente ou através de outras 
controladas” e, no mesmo sentido, a Instrução CVM 247, de 1996, se 
refere a controlar “diretamente ou indiretamente”. 
O conceito de controle indireto está de acordo com a idéia de que 
controlar é “mandar”. Isso ocorre porque nada impede que uma pessoa 
possa mandar em outra através de terceiros. Exemplificando, esse é o 
caso de um General que, sem nunca ter dado uma ordem direta a um 
soldado teve sua vontade sempre obedecida pela tropa, durante toda a 
batalha. Isso ocorre porque o General pode dar ordens a seus 
subordinados, oficiais, que as transmitem aos soldados. 
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Para entender o mecanismo que permite o controle indireto no âmbito 
de uma S/A, faz-se necessário voltar ao conceito de Assembléia Geral 
de Acionistas, onde são tomadas as decisões mais importantes da 
companhia. Na Assembléia cada acionista tem o direito de apresentar 
seu voto quanto às importantes questões nela tratadas (eleição dos 
órgãos de administração, destinação dos resultados, aumento ou 
redução de capital, etc.). Entretanto, se uma empresa investidora (Dora 
S/A) controla uma empresa intermediária (Interm S/A) e esta última 
controla a empresa investida (Tida S/A), o voto que a empresa 
intermediária irá apresentar na Assembléia de Acionistas da empresa 
investida será “controlado” pela vontade da empresa investidora (Dora 
S/A). Isso ocorre porque os administradores da empresa intermediária 
foram escolhidos pela empresa investidora. 
Vejamos os seguintes exemplos de controle indireto, considerando 
sempre as percentagens apresentadas como percentagens do capital 
votante. 
Exemplo 1: 
Suponha que a empresa A titular de 100% das ações de emissão da 
empresa B (ou seja, B é subsidiária integral de A). Assim, B é 
controlada direta de A. Suponha, ainda, que a empresa B tenha um 
investimento numa empresa C correspondente a 90% de seu capital 
votante. Nessa situação, C é controlada indireta de A e controlada 
direta de B. 
A seguir, encontra-se figura ilustrativa do exemplo acima descrito. 
100% do capital votante
controle
indireto
90% do capital votante
controle direto
Empresa A
Empresa B
 
Empresa C
 
 
Exemplo 2: 
A empresa A é titular de 70% do capital votante da empresa B; logo B é 
controlada direta de A. A empresa A é, também, titular de 20% do 
capital votante da empresa C. Adicionalmente, a empresa B é titular de 
40% do capital votante da empresa C. 
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Nessa situação, verifica-se que a empresa A tem poder direto sobre 
20% dos votos na Assembléia de Acionistas da empresa C e também 
sobre 40%, indiretamente, através da empresa B. Logo, conclui-se que 
a empresa C é controlada indiretamente por A. 
A seguir, encontra-se figura ilustrativa do exemplo acima descrito. 
70% 20% 40%
40%
A Terceiros
B C
 
 
Importante! Esse ponto é explorado pelo examinador! Cuidado! Ele vai 
tentar induzir o estudante a erro! 
40% de 70% representam apenas o percentual de 28%, que, somado 
ao percentual de 20% referente ao capital votante da empresa C, de 
que a empresa A é diretamente titular, resulta em – somente – 48%. O 
percentual de 48% é inferior a metade e isso poderia levar à conclusão 
equivocada de que a empresa A não seria controladora indireta da 
empresa C, mas esse pensamento está errado! 
Com efeito, não importa o resultado da multiplicação de 40% por 70% 
essa multiplicação somente tem o efeito de demonstrar o quanto do 
patrimônio da empresa C é devido à empresa A por sua participação na 
empresa B. Ocorre que o conceito de controle não se confunde com o 
conceito de propriedade, em outras palavras, controlar é mandar e não 
necessariamente possuir. 
De fato, na assembléia de acionistas da empresa C, o que predomina é 
a vontade da empresa A, pela soma da totalidade de seus votos (20%) 
com a totalidade dos votos de sua controlada (40%), que juntos 
perfazem um total de 60%. 
É mister enfatizar que, que a empresa A seja titular de apenas 60% do 
capital da empresa B ela a controla por completo. Controle é como 
gravidez: não existe pessoa 60% grávida, existe grávida ou não-
grávida; da mesma forma, não existe pessoa 60% controlada, existe 
controlada ou não-controlada. A empresa B, no exemplo, é totalmente 
controlada pela empresa A, visto que esta é titular (direta ou 
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indiretamente) de 60% das ações com direito a voto de emissão da 
empresa B. 
Enfim, o importante é o conceito de controle e não de propriedade. 
Apenas 48% do patrimônio da empresa C pertence (proporcionalmente) 
à empresa A, mas esta empresa A é controladora da empresa C por 
completo (ainda que indiretamente). 
4.2.2.1.2 Coligação 
O conceito de coligação é o de “possuir muito sem, contudo, mandar”. 
O artigo 243 da Lei das S/A, em seu parágrafo 1o estabelece que são 
coligadas as sociedades quando uma participa, com 10% ou mais, do 
capital da outra, sem controlá-la, conforme a seguir reproduzido: 
§ 1º São coligadas as sociedades quando uma participa, 
com 10% (dez por cento) ou mais, do capital da outra, 
sem controlá-la. 
No mesmo sentido, a Instrução CVM define coligação em seu art. 2o, 
caput, conforme abaixo: 
Art. 2º - Consideram-se coligadas as sociedades quando 
uma participa com 10% (dez por cento) ou mais do capital 
social da outra, sem controlá-la. 
Uma empresa, portanto, é coligada de outra sempre que uma tenha 
participação de, no mínimo, 10% o capital da outra, sem, no entanto, 
controlá-la. No que se refere a coligadas, a legislação não faz qualquer 
referência ao tipo de ação de que se constitui a participação, podendo 
ser ações ordinárias, com direito a voto, ou mesmo preferenciais, sem 
ou com esse direito, ou mesmo com outras restrições. Cabe ainda notar 
que a menção da lei é genérica em termos da participação, abrangendo 
as sociedades como um todo, podendo, portanto, ser Sociedades por 
Ações ou Limitadas. 
Outro ponto importante é que a Lei das S/A não faz menção sobre 
participações indiretas, concluindo-se que as empresas são coligadas 
somente por participações diretas. Essa conclusão está de acordo com 
nossa proposta de apresentação do conceito de coligação “possuir muito 
sem, contudo, mandar”, pois, não é possível possuir indiretamente. 
Diferentemente do que ocorre para sociedades em geral, nos termos da 
Lei das S/A, para companhias de capital aberto, a Instrução CVM cria a 
figura da “equiparação à coligação”, no parágrafo único do art. 2o da 
Instrução CVM n° 247, de 1996: 
Parágrafo Único - Equiparam-se às coligadas, para os fins 
desta Instrução: 
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a) - as sociedades quando uma participa indiretamente 
com 10% (dez por cento) ou mais do capital votante da 
outra, sem controlá-la; 
b) - as sociedades quando uma participa diretamente com 
10% (dez por cento) ou mais do capital votante da outra, 
sem controlá-la, independentemente do percentual da 
participação no capital total. 
Assim, quando houver participação em 10% ou mais do capital votante 
da outra (seja essa participação direta ou indireta), duas sociedades – 
que não são coligadas – têm tratamento como se coligadas fossem, para 
fins de aplicação do método da equivalência patrimonial. 
É importante diferenciar a idéia de participação indireta da idéia de 
controle indireto. Conforme já foi explicado acima, o controle indiretose dá através de outras controladas e, independentemente do 
percentual de participação da investidora na controlada, uma vez 
controlada ela será controlada por completo (não existe meio controle). 
Ao contrário, a participação indireta se dá através de outras empresas e 
é apurada através da multiplicação do percentual de participação da 
empresa investidora em sociedade intermediária pelo percentual de 
participação da sociedade intermediária na empresa investida. 
4.2.2.1.3 Relevância 
O conceito de relevância deve ser apreendido a partir da idéia de 
“importância”. Nesse sentido, um mesmo valor, que pode ser relevante 
(“importante”) para uma pessoa, pode ser irrelevante para outra. 
Tomemos como exemplo a quantia de R$ 100,00. Para um mendigo 
essa quantia seria, indubitavelmente, relevante. Ocorre que para o Bill 
Gates (o homem mais rico do mundo) essa quantia seria irrelevante. 
Transplantando o exemplo acima para o Direito Societário, podemos 
dizer que é relevante um investimento cujo valor seja significativo, em 
comparação com o patrimônio da empresa investidora. 
A definição de relevância é dada pelo parágrafo único do artigo 247 da 
Lei das S/A que considera individualmente relevante o investimento em 
cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou 
superior a dez por cento do valor do patrimônio líquido da companhia ou 
coletivamente o investimento no conjunto de sociedades coligadas e 
controladas, se o valor contábil é igual ou superior a quinze por cento do 
valor do patrimônio líquido da companhia. A seguir, para fins de 
clareza, encontra-se reproduzido o citado parágrafo: 
Parágrafo único. Considera-se relevante o investimento: 
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a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor 
contábil é igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor 
do patrimônio líquido da companhia; 
b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se 
o valor contábil é igual ou superior a 15% (quinze por 
cento) do valor do patrimônio líquido da companhia. 
No mesmo sentido, a Instrução CVM define relevância, em seu art. 4o, 
abaixo: 
Art. 4º - Considera-se relevante o investimento: 
I - Quando o valor contábil do investimento em cada 
coligada for igual ou superior a 10% (dez por cento) do 
patrimônio líquido da investidora; ou 
II - Quando o valor contábil dos investimentos em 
controladas e coligadas, considerados em seu conjunto, for 
igual ou superior a 15% (quinze por cento) do patrimônio 
líquido da investidora. 
§ 1º - O valor contábil do investimento em coligada e 
controlada abrange o custo de aquisição mais a 
equivalência patrimonial e o ágio não amortizado, deduzido 
do deságio não amortizado e da provisão para perdas. 
§ 2º - Para determinação dos percentuais referidos nos 
incisos I e II deste artigo, ao valor contábil do 
investimento deverá ser adicionado o montante dos 
créditos da investidora contra suas coligadas e 
controladas. 
Visto que a relevância do investimento é verificada através da 
comparação do valor do patrimônio líquido da investidora e com o valor 
do investimento, faz-se necessário definir – com precisão – a maneira 
de apuração desses dois valores. Quanto ao valor do patrimônio líquido 
da investidora, não há maiores dificuldades, pois se trata do valor 
contábil nele registrado. A questão, portanto, se resume à avaliação do 
valor do investimento. 
O parágrafo 2º do artigo 4º da IN CVM 247, de 1996, acima transcrito 
contempla que, na determinação da relevância, sejam incluídos os 
créditos da investidora contra suas coligadas/controladas. 
Conceitualmente, devem ser incluídos neste cálculo os créditos de 
natureza não operacional, tais como os adiantamentos para futuro 
aumento de capital e os empréstimos. Tendo em vista que o que se 
procura alcançar com esta disposição são os investimentos que não 
estejam sob forma de ações, os créditos operacionais normais, tais 
como contas a receber, não devem ser considerados. 
Assim, quando da avaliação da relevância, devem ser somados ao valor 
do investimento o ágio ou deságio, a provisão para perda em 
investimentos e os créditos da investidora junto à investida, tais como: 
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• mútuos; 
• adiantamentos para futuro aumento de Capital; 
• valores a receber provenientes da venda de bens e direitos 
integrantes do Ativo Permanente, etc. 
A seguir apresentamos um exemplo que ilustra o conceito acima. 
A empresa investidora Dora S/A, cujo Patrimônio líquido, na data do 
Balanço, é de R$ 100.000,00, registra no seu Ativo uma participação 
societária na coligada Tida S/A, com as seguintes características: 
- custo do investimento 21.000,00
- provisão para perda correspondente 6.000,00
- empréstimo 3.000,00
- duplicatas a receber, por vendas a prazo 2.500,00 
Para verificar a relevância do seu investimento da empresa Dora S/A no 
capital da empresa Tida S/A, são necessários os seguintes cálculos: 
custo 21.000,00 
(-) provisão para perdas (6.000,00)
(=) valor contábil 15.000,00 
empréstimo 3.000,00 
(+) duplicatas a receber - (*)
(=) total de créditos 3.000,00 
valor contábil 15.000,00 
(+) total de créditos 3.000,00 
(=) investimento total 18.000,00 
a) valor contábil
b) créditos junto à investida
c) valor do investimento
(*) duplicatas a receber não são computadas por serem de natureza operacional 
Assim, no caso acima o investimento é relevante, porque ultrapassa o 
percentual de 10% do valor do patrimônio líquido da empresa 
investidora: 
PL da investidora 100.000,00 
(*) 10% 10%
(=) Valor de comparação 10.000,00 
Valor do investimento 18.000,00 
conclusão: o investimento é relevante 
Em uma empresa detentora de várias participações societárias, a análise 
da relevância dar-se-á em duas etapas: na primeira será verificado se, 
individualmente, o investimento atinge o limite de 10%, na segunda, 
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tomando o conjunto dos investimentos em coligadas e controladas, será 
verificado o limite de 15%. Frise-se que apenas os investimentos em 
coligadas e controladas são incluídos no valor do conjunto de 
investimentos para fins de relevância coletiva. 
A seguir apresentamos um exemplo de empresa investidora com mais 
de uma participação societária e a correspondente verificação da 
relevância de cada investimento: 
Seja a empresa investidora Dora S/A, cujo Patrimônio Líquido total é de 
R$ 1.000.000,00 e que possui os seguintes investimentos, em coligadas 
e controladas: 
Empresa investida Valor contábil
do investimento
Tida 1 S/A 120.000,00
Tida 2 S/A 30.000,00
Tida 3 S/A 20.000,00
Tida 4 S/A 100.000,00
Total 270.000,00 
Abaixo encontra-se tabela comparativa do valor de cada investimento 
com o valor do patrimônio líquido da investidora: 
Patrimônio líquido da
empresa investidora
 1.000.000,00 
Empresa investida Valor contábil
do investimento
% em relação ao
PL da investidora
relevância 
individual
relevância 
coletiva
Tida 1 S/A 120.000,00 12,00% sim
Tida 2 S/A 30.000,00 3,00% não
Tida 3 S/A 20.000,00 2,00% não
Tida 4 S/A 100.000,00 10,00% sim
Total 270.000,00 27,00% sim 
Conclusão: apenas os investimentos em Tida 1 S/A e Tida 4 S/A são 
relevantes, individualmente. Entretanto, analisados em conjunto, todos 
os investimentos em coligadas e controladas da Dora S/A são 
relevantes. Uma vez constatada a relevância do conjunto de 
investimentos, todas as coligadas e controladas serão relevantes para 
fins de avaliação pela equivalência patrimonial.

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