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CURSO DE ELETRÔNICA DIGITAL SABER ELETRÔNICA ESPECIAL Nº 8 - 200282 CURSO B`SICO DE ELETRÔNICA DIGITAL LI˙ˆO 12 DECODIFICADORES E DISPLAYS Na lição anterior estudamos os registradores de deslocamento ou shift-registers, analisando seu princí- pio de funcionamento e principais aplicações. Vimos também as pinagens e características de alguns circuitos integrados de registradores de deslocamento nas tecnologias TTL e CMOS. Nesta última lição de nosso curso, analisaremos dois blocos fun- damentais para o projeto de equipa- mentos digitais, pois eles são respon- sáveis pelo interfaceamento destes circuitos com o usuário e com outros circuitos. Falaremos dos decodi- ficadores e dos displays. 12.1 - OS DECODIFICADORES As informações que os circuitos digitais produzem estão na forma bi- nária ou em outras formas que nem sempre podem ser visualizadas facil- mente pelo usuário, ou ainda que não podem ser utilizadas pelos circuitos seguintes do equipamento. Isso implica na necessidade de termos circuitos que trabalhem uma informação codificada de modo a transformá-la em outra que possa ser usada por dispositivos ou circuitos. Podemos ter, por exemplo, a ne- cessidade de apresentar um valor numérico na forma decimal a partir de um valor binário ou produzir um im- pulso em determinado endereço numa memória a partir de uma infor- mação binária deste endereço. Nas aplicações digitais encontra- mos diversos tipos de circuitos decodificadores, estudaremos os prin- cipais nesta lição. a) Decodificador de n para 2 ele- vado a n linhas Temos nesta categoria circuitos que decodificam um sinal binário de n dígitos para uma saída de 2 eleva- do ao expoente n. Por exemplo, para 2 dígitos ou linhas de entrada, temos 2 x 2 linhas de saída. Para 3 linhas de entrada, temos 2 x 2 x 2 linhas de saída ou 8, e assim por diante, con- forme figura 1. Para entendermos como funciona este tipo de circuito vamos pegar sua configuração mais simples com 2 li- nhas de entrada e 4 de saída, usan- do quatro portas NAND do 7400 e dois inversores do 7404, que é mos- trado na figura 2. Este circuito ativa apenas uma das saídas a partir das quatro combina- ções possíveis do sinal de entrada, conforme verificamos na seguinte ta- bela verdade: Entradas Saídas A B S1 S2 S3 S4 0 0 0 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 Veja que a saída ativada vai ao nível baixo quando o valor binário cor- respondente é aplicado à entrada. Na prática não é preciso imple- mentar circuitos decodificadores como este a partir de portas lógicas, pois existem circuitos integrados que já realizam estas funções. Daremos exemplos no final do artigo. Aplicações possíveis para este cir- cuito podem ser facilmente imagina- das pelos leitores. Na figura 3 temos um circuito em que um contador binário é ligado a um destes decodificadores de modo a fazer o acionamento sequencial de lâmpadas. Basta ajustar a velocidade do oscilador que funciona como clock para determinar a velocidade do cor- rimento das lâmpadas, que acendem quando cada saída correspondente for ativada. b) Demultiplexador ou DEMUX A configuração lógica estudada no item anterior pode ser usada para rea- lizar uma função muito interessante Fig. 1 - Um decodificador 1 para 4. Fig. 2 - Decodificador 1 para 4 ou 1 de 4 com portas TTL. SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 39 CURSO B`SICO DE ELETRÔNICA DIGITAL e útil: o direcionamento de dados num circuito. O bloco mostrado na figura 4 ilus- tra o que dizemos. O fluxo de informações (tanto analógicas como digitais) aplicado a uma entrada pode ser direcionado para qualquer uma das saídas, con- forme o comando aplicado à linha de seleção de dados. Por exemplo, se na linha de sele- ção de dados ou controle for aplicado o valor 10, os dados de entrada se- rão encaminhados para a terceira li- nha de saída. Na figura 5 mostramos um circui- to deste tipo implementado com por- tas TTL e que portanto, só funciona com dados digitais. Neste DEMUX os dados aplicados na entrada DADOS (DATA) são enca- minhados para uma das saídas (S1 a S3), conforme o “endereço” aplicado nas entradas A e B. No entanto, os dados só podem “passar” no momento em que a en- trada de habilitação EN (de enable) for levada ao nível alto. A tabela verdade para este circui- to é dada a seguir: End. (AB) Dados EN S1 S2 S3 S4 X X X 0 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 X = não importa Também é possível encontrar di- versos circuitos integrados em tecnologia CMOS ou TTL que contêm estas funções, alguns operando até com sinais analógicos. c) Multiplexadores ou MUX Um tipo de circuito que encontra aplicações práticas importantes em Eletrônica Digital é o que realiza a fun- ção inversa a que vimos no item an- terior. Este circuito, conforme observa- mos na figura 6, seleciona os sinais de uma única entrada e aplica o nível lógico nela existente a uma saída. Em outras palavras, este circuito “lê” a in- formação digital presente numa saí- da programa e a transfere para a saída. Este circuito recebe o nome de multiplexador ou multiplexer (MUX). Na figura 7 temos um exemplo de aplicação implementado com funções lógicas comuns e que trabalha com 4 entradas e uma saída. Novamente o nível lógico existen- te numa das entradas é transferido para a saída selecionada pelos níveis lógicos aplicados em A e B, quando a entrada de habilitação (EN) é levada ao nível alto. Podemos elaborar a seguinte ta- bela verdade para este circuito: EN A B S 0 X X 0 1 0 0 E1 1 0 1 E2 1 1 0 E3 1 1 1 E4 X = não importa Este tipo de função também pode ser encontrada com facilidade na for- ma de circuitos integrados TTL e CMOS, com número de entradas que pode variar bastante conforme a apli- cação desejada. Fig. 3 - Acionando lâmpadas sequencialmente. Fig. 4 - Um Demux em bloco. Fig. 5 - Demux com portas TTL. Fig. 6 - Um mux de 4 entradas (4 para 1). 40 SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 CURSO DE ELETRÔNICA DIGITAL 83SABER ELETRÔNICA ESPECIAL Nº 8 - 2002 CURSO B`SICO DE ELETRÔNICA DIGITAL LI˙ˆO 12 DECODIFICADORES E DISPLAYS Na lição anterior estudamos os registradores de deslocamento ou shift-registers, analisando seu princí- pio de funcionamento e principais aplicações. Vimos também as pinagens e características de alguns circuitos integrados de registradores de deslocamento nas tecnologias TTL e CMOS. Nesta última lição de nosso curso, analisaremos dois blocos fun- damentais para o projeto de equipa- mentos digitais, pois eles são respon- sáveis pelo interfaceamento destes circuitos com o usuário e com outros circuitos. Falaremos dos decodi- ficadores e dos displays. 12.1 - OS DECODIFICADORES As informações que os circuitos digitais produzem estão na forma bi- nária ou em outras formas que nem sempre podem ser visualizadas facil- mente pelo usuário, ou ainda que não podem ser utilizadas pelos circuitos seguintes do equipamento. Isso implica na necessidade de termos circuitos que trabalhem uma informação codificada de modo a transformá-la em outra que possa ser usada por dispositivos ou circuitos. Podemos ter, por exemplo, a ne- cessidade de apresentar um valor numérico na forma decimal a partir de um valor binário ou produzir um im- pulso em determinado endereço numa memória a partir de uma infor- mação binária deste endereço. Nas aplicações digitais encontra- mos diversos tipos de circuitos decodificadores, estudaremos os prin- cipais nesta lição. a) Decodificador de n para 2 ele- vado a n linhas Temos nesta categoria circuitos que decodificam um sinal binário de n dígitos para uma saída de 2 eleva- do ao expoente n. Por exemplo, para 2 dígitos ou linhas de entrada, temos 2 x2 linhas de saída. Para 3 linhas de entrada, temos 2 x 2 x 2 linhas de saída ou 8, e assim por diante, con- forme figura 1. Para entendermos como funciona este tipo de circuito vamos pegar sua configuração mais simples com 2 li- nhas de entrada e 4 de saída, usan- do quatro portas NAND do 7400 e dois inversores do 7404, que é mos- trado na figura 2. Este circuito ativa apenas uma das saídas a partir das quatro combina- ções possíveis do sinal de entrada, conforme verificamos na seguinte ta- bela verdade: Entradas Saídas A B S1 S2 S3 S4 0 0 0 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 Veja que a saída ativada vai ao nível baixo quando o valor binário cor- respondente é aplicado à entrada. Na prática não é preciso imple- mentar circuitos decodificadores como este a partir de portas lógicas, pois existem circuitos integrados que já realizam estas funções. Daremos exemplos no final do artigo. Aplicações possíveis para este cir- cuito podem ser facilmente imagina- das pelos leitores. Na figura 3 temos um circuito em que um contador binário é ligado a um destes decodificadores de modo a fazer o acionamento sequencial de lâmpadas. Basta ajustar a velocidade do oscilador que funciona como clock para determinar a velocidade do cor- rimento das lâmpadas, que acendem quando cada saída correspondente for ativada. b) Demultiplexador ou DEMUX A configuração lógica estudada no item anterior pode ser usada para rea- lizar uma função muito interessante Fig. 1 - Um decodificador 1 para 4. Fig. 2 - Decodificador 1 para 4 ou 1 de 4 com portas TTL. SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 39 CURSO B`SICO DE ELETRÔNICA DIGITAL e útil: o direcionamento de dados num circuito. O bloco mostrado na figura 4 ilus- tra o que dizemos. O fluxo de informações (tanto analógicas como digitais) aplicado a uma entrada pode ser direcionado para qualquer uma das saídas, con- forme o comando aplicado à linha de seleção de dados. Por exemplo, se na linha de sele- ção de dados ou controle for aplicado o valor 10, os dados de entrada se- rão encaminhados para a terceira li- nha de saída. Na figura 5 mostramos um circui- to deste tipo implementado com por- tas TTL e que portanto, só funciona com dados digitais. Neste DEMUX os dados aplicados na entrada DADOS (DATA) são enca- minhados para uma das saídas (S1 a S3), conforme o “endereço” aplicado nas entradas A e B. No entanto, os dados só podem “passar” no momento em que a en- trada de habilitação EN (de enable) for levada ao nível alto. A tabela verdade para este circui- to é dada a seguir: End. (AB) Dados EN S1 S2 S3 S4 X X X 0 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 X = não importa Também é possível encontrar di- versos circuitos integrados em tecnologia CMOS ou TTL que contêm estas funções, alguns operando até com sinais analógicos. c) Multiplexadores ou MUX Um tipo de circuito que encontra aplicações práticas importantes em Eletrônica Digital é o que realiza a fun- ção inversa a que vimos no item an- terior. Este circuito, conforme observa- mos na figura 6, seleciona os sinais de uma única entrada e aplica o nível lógico nela existente a uma saída. Em outras palavras, este circuito “lê” a in- formação digital presente numa saí- da programa e a transfere para a saída. Este circuito recebe o nome de multiplexador ou multiplexer (MUX). Na figura 7 temos um exemplo de aplicação implementado com funções lógicas comuns e que trabalha com 4 entradas e uma saída. Novamente o nível lógico existen- te numa das entradas é transferido para a saída selecionada pelos níveis lógicos aplicados em A e B, quando a entrada de habilitação (EN) é levada ao nível alto. Podemos elaborar a seguinte ta- bela verdade para este circuito: EN A B S 0 X X 0 1 0 0 E1 1 0 1 E2 1 1 0 E3 1 1 1 E4 X = não importa Este tipo de função também pode ser encontrada com facilidade na for- ma de circuitos integrados TTL e CMOS, com número de entradas que pode variar bastante conforme a apli- cação desejada. Fig. 3 - Acionando lâmpadas sequencialmente. Fig. 4 - Um Demux em bloco. Fig. 5 - Demux com portas TTL. Fig. 6 - Um mux de 4 entradas (4 para 1). 40 SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 CURSO DE ELETRÔNICA DIGITAL SABER ELETRÔNICA ESPECIAL Nº 8 - 200284 d) Decodificador BCD para 7 segmentos Um tipo de decodificador muito usado nos projetos que envolvem Ele- trônica Digital é o que faz a conver- são dos sinais BCD (Decimais Codifi- cados em Binário) para acionar um mostrador de 7 segmentos. Podemos formar qualquer algaris- mo de 0 a 9 usando uma combinação de 7 segmentos de um mostrador, observe a figura 8. Assim, se quisermos fazer surgir o algarismo 5, bastará “acender” os segmentos a, c, d, f, g, veja a figura 9. Como os sinais codificados em binário não servem para alimentar di- retamente os mostradores, é preciso contar com um circuito que faça a conversão, verifique a figura 10. Este tipo de circuito decodificador conta com 4 entradas, por onde entra a informação BCD e 7 saídas que correspondem aos 7 segmentos de um mostrador que irá apresentar o dígito correspondente. A combinação de níveis lógicos aplicada às entradas produzirá níveis lógicos de saída que, aplicados aos segmentos de um mostrador, fazem aparecer o dígito correspondente. É preciso levar em conta que nes- te tipo de circuito, os segmentos de um mostrador podem ser ativados quando a saída vai ao nível alto ou quando a saída vai ao nível baixo. Isso dependerá do tipo de display, o que será estudado no item seguinte. 12.2 - DISPLAYS Um display é um dispositivo que tem por finalidade apresentar uma informação numa forma que possa ser lida por um operador. Podemos ter displays simples que operam na forma digital como sequências de LEDs, displays que apresentam números (numéricos), e displays que apresentam também símbolos gráficos (letras e sinais) de- nominados alfa-numéricos semelhan- tes aos mostrados na figura 11. Alguns mais sofisticados podem até apresentar imagens de objetos ou formas, como os usados em equipa- mentos informatizados. O tipo mais comum de display usado nos proje- tos básicos de Eletrônica Digital é o numérico de 7 segmentos, de que já falamos no item anterior. A combinação do acionamento de 7 segmentos possibilita o apareci- mento dos algarismos de 0 a 9 e CURSO B`SICO DE ELETRÔNICA DIGITAL Fig. 7 - Um mux com portas TTL. Fig. 8 - Algarismos com 7 segmentos. Fig. 9 - Acionando um display para formar o algarismo 5. Fig. 10 - Como usar um decodificador BCD para 7 segmentos. Fig. 11 - Tipos de displays. SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 41 também de alguns símbolos gráficos semelhantes aos apresentados na fi- gura 12. O tipo mais comum usado nos pro- jetos digitais é o mostrador de LEDs, onde cada segmento é um diodo emissor de luz, sua aparência e sím- bolo interno são mostrados na figura 13. Os LEDs podem ser ligados de modo a ter o anodo conectado ao mesmo ponto, caso em que dizemos que se trata de um display de anodo comum, ou podem ter os catodos in- terligados, caso em que dizemos que se trata de um display de catodo co- mum. As correntes nos segmentos vari- am tipicamente entre 10 e 50 mA con- forme o tipo, o que nos leva a concluir que o consumo máximo ocorre quan- do o dígito 8 é projetado (todos os segmentos acesos) e pode chegar a 400 mA por dígito. Alguns fabricantes podem juntar mais de um dígito num único bloco, facilitando assim os pro- jetos, pois, na maioria dos projetos os números apresentados são maiores que 9, ver figura 14. Outro tipo de display também uti- lizado com certa frequência nos pro- jetos é o de cristal líquido. Este display não “acende” quan- do excitado.Eletrodos transparentes ao serem excitados eletricamente pelo sinal do circuito fazem com que o líquido com que ele está em conta- to torne-se opaco, deixando assim de refletir a luz. Desta forma, o fundo branco do material deixa de ser visto, aparecendo em seu lugar uma região preta, veja a figura 15. As regiões formam os segmentos e conforme sua combinação temos o aparecimento dos dígitos. No entanto, é mais difícil trabalhar com estes mostradores, pois eles exi- gem circuitos de excitação especiais que também são mais caros. A principal vantagem do mostra- dor de cristal líquido (LCD) é seu con- sumo, que é centenas de vezes me- nor do que o de um mostrador de LEDs. Para as aplicações em que o aparelho deve ser alimentado através de pilhas ou ficar permanentemente ligado, é muito vantajoso usar o mos- trador LCD. 12.3 DECODIFICADORES E CODIFICADORES TTL E CMOS Podemos contar com uma boa quantidade de decodificadores, multi- plexadores e demultiple- xadores na forma de cir- cuitos integrados TTL ou CMOS. Será interessan- te para qualquer prati- cante de Eletrônica Digi- tal contar com um desses manuais. No entanto, para faci- litar, decreveremos al- guns circuitos integrados que contêm estas fun- ções e são mais utiliza- dos nos projetos e apli- cações práticas. CURSO B`SICO DE ELETRÔNICA DIGITAL Fig. 12 - Símbolos grÆficos em displays de 7 segmentos. Fig. 13 - Um display de LEDs de catodo comum com ponto decimal. Fig. 14 - Tipos de displays mœltiplos. Fig. 15 - Um display de cristal líquido. 42 SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 CURSO DE ELETRÔNICA DIGITAL 85SABER ELETRÔNICA ESPECIAL Nº 8 - 2002 d) Decodificador BCD para 7 segmentos Um tipo de decodificador muito usado nos projetos que envolvem Ele- trônica Digital é o que faz a conver- são dos sinais BCD (Decimais Codifi- cados em Binário) para acionar um mostrador de 7 segmentos. Podemos formar qualquer algaris- mo de 0 a 9 usando uma combinação de 7 segmentos de um mostrador, observe a figura 8. Assim, se quisermos fazer surgir o algarismo 5, bastará “acender” os segmentos a, c, d, f, g, veja a figura 9. Como os sinais codificados em binário não servem para alimentar di- retamente os mostradores, é preciso contar com um circuito que faça a conversão, verifique a figura 10. Este tipo de circuito decodificador conta com 4 entradas, por onde entra a informação BCD e 7 saídas que correspondem aos 7 segmentos de um mostrador que irá apresentar o dígito correspondente. A combinação de níveis lógicos aplicada às entradas produzirá níveis lógicos de saída que, aplicados aos segmentos de um mostrador, fazem aparecer o dígito correspondente. É preciso levar em conta que nes- te tipo de circuito, os segmentos de um mostrador podem ser ativados quando a saída vai ao nível alto ou quando a saída vai ao nível baixo. Isso dependerá do tipo de display, o que será estudado no item seguinte. 12.2 - DISPLAYS Um display é um dispositivo que tem por finalidade apresentar uma informação numa forma que possa ser lida por um operador. Podemos ter displays simples que operam na forma digital como sequências de LEDs, displays que apresentam números (numéricos), e displays que apresentam também símbolos gráficos (letras e sinais) de- nominados alfa-numéricos semelhan- tes aos mostrados na figura 11. Alguns mais sofisticados podem até apresentar imagens de objetos ou formas, como os usados em equipa- mentos informatizados. O tipo mais comum de display usado nos proje- tos básicos de Eletrônica Digital é o numérico de 7 segmentos, de que já falamos no item anterior. A combinação do acionamento de 7 segmentos possibilita o apareci- mento dos algarismos de 0 a 9 e CURSO B`SICO DE ELETRÔNICA DIGITAL Fig. 7 - Um mux com portas TTL. Fig. 8 - Algarismos com 7 segmentos. Fig. 9 - Acionando um display para formar o algarismo 5. Fig. 10 - Como usar um decodificador BCD para 7 segmentos. Fig. 11 - Tipos de displays. SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 41 também de alguns símbolos gráficos semelhantes aos apresentados na fi- gura 12. O tipo mais comum usado nos pro- jetos digitais é o mostrador de LEDs, onde cada segmento é um diodo emissor de luz, sua aparência e sím- bolo interno são mostrados na figura 13. Os LEDs podem ser ligados de modo a ter o anodo conectado ao mesmo ponto, caso em que dizemos que se trata de um display de anodo comum, ou podem ter os catodos in- terligados, caso em que dizemos que se trata de um display de catodo co- mum. As correntes nos segmentos vari- am tipicamente entre 10 e 50 mA con- forme o tipo, o que nos leva a concluir que o consumo máximo ocorre quan- do o dígito 8 é projetado (todos os segmentos acesos) e pode chegar a 400 mA por dígito. Alguns fabricantes podem juntar mais de um dígito num único bloco, facilitando assim os pro- jetos, pois, na maioria dos projetos os números apresentados são maiores que 9, ver figura 14. Outro tipo de display também uti- lizado com certa frequência nos pro- jetos é o de cristal líquido. Este display não “acende” quan- do excitado. Eletrodos transparentes ao serem excitados eletricamente pelo sinal do circuito fazem com que o líquido com que ele está em conta- to torne-se opaco, deixando assim de refletir a luz. Desta forma, o fundo branco do material deixa de ser visto, aparecendo em seu lugar uma região preta, veja a figura 15. As regiões formam os segmentos e conforme sua combinação temos o aparecimento dos dígitos. No entanto, é mais difícil trabalhar com estes mostradores, pois eles exi- gem circuitos de excitação especiais que também são mais caros. A principal vantagem do mostra- dor de cristal líquido (LCD) é seu con- sumo, que é centenas de vezes me- nor do que o de um mostrador de LEDs. Para as aplicações em que o aparelho deve ser alimentado através de pilhas ou ficar permanentemente ligado, é muito vantajoso usar o mos- trador LCD. 12.3 DECODIFICADORES E CODIFICADORES TTL E CMOS Podemos contar com uma boa quantidade de decodificadores, multi- plexadores e demultiple- xadores na forma de cir- cuitos integrados TTL ou CMOS. Será interessan- te para qualquer prati- cante de Eletrônica Digi- tal contar com um desses manuais. No entanto, para faci- litar, decreveremos al- guns circuitos integrados que contêm estas fun- ções e são mais utiliza- dos nos projetos e apli- cações práticas. CURSO B`SICO DE ELETRÔNICA DIGITAL Fig. 12 - Símbolos grÆficos em displays de 7 segmentos. Fig. 13 - Um display de LEDs de catodo comum com ponto decimal. Fig. 14 - Tipos de displays mœltiplos. Fig. 15 - Um display de cristal líquido. 42 SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 CURSO DE ELETRÔNICA DIGITAL SABER ELETRÔNICA ESPECIAL Nº 8 - 200286 a) 7442 - Decodificador BCD para decimal Este circuito integrado tem a pinagem mostrada na figura 16. Conforme a combinação de níveis lógicos das entradas (codificadas em BCD), apenas uma das saídas irá para o nível lógico baixo. Todas as demais permanecerão no nível alto. Se os níveis lógicos aplicados às entradas tiverem a combinação 1010 até 1111 (que correspondem de 11 a 15) nenhuma das saídas será ativa- da. Quando ativada, cada saída pode drenar uma corrente de 16 mA. O circuito integrado TTL 7445 tem a mesma função, com a diferença de que possui transistores na configura- ção de coletor aberto na saída, po- dendo com isso trabalhar com ten- sões de até 30 V e drenar correntes de até 80 mA. A pinagem é a mesma do 7442. b) 7447 - Decodificador BCD para 7 Segmentos Este é um circuito TTL que possui saídas em coletor aberto capazes de drenar correntes de até 40 mA, sen- do portanto indicado para excitar displays de LEDs de anodo comum. Na figura 17 temos a sua pinagem. Algumas características importan- tes devem ser observadasneste cir- cuito. Uma delas é o terminal Lamp Test ou teste do display. Colocando esta saída no nível lógico baixo (em funci- onamento normal ela deve ser mantida no nível alto) todas as saí- das vão ao nível baixo, fazendo com que todos os segmentos do display acendam. Com isso é possível verifi- car se ele está em bom estado. Outra saída importante é a RBI (Ripple Blank Input) que faz com que os zeros à esquerda sejam apagados quando são usados diversos conta- dores, figura 18. Assim, em lugar de aparecer o valor 008, numa contagem aparece apenas 8. Observe que a saída RB0 (Ripple Blank Output) serve para a ligação em série de diversos blocos contadores de modo a ser obtido um conjunto com vários dígitos. c) 74150 - Seletor de dados 1-de-16 Este circuito integrado TTL consis- te num multiplexador que possui 16 linhas de entrada e uma saída selecionadas pelas Linhas de Sele- ção. Na figura 19 temos a pinagem deste circuito integrado. Para operação normal, a entrada de habilitação (EN) deve ser mantida no nível alto até o momento em que CURSO B`SICO DE ELETRÔNICA DIGITAL Fig. 16 - BCD para decimal - decodificador. Fig. 17 - Decodificador BCD para 7 segmentos. Fig. 18 - Usando a funçªo RBI (Ripple Blank Input). Fig. 19 - Seletor de dados 1 de 16. SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 43 os dados de uma determinada entra- da devam ser levados para a saída. Qual entrada será ativada depende do código aplicado à linha de seleção. O circuito possui duas saídas. Numa delas aparece o sinal da entrada se- lecionada e na outra, o sinal comple- mentar. Circuitos semelhantes da mesma família são o 74151 que consiste num seletor 1 de 8 e o 74153 que consiste num seletor 1 de 4. d) 74154 - Distribuidor de Dados 1-de-16 Este curcuito integrado contém um DEMUX ou Demultiplexador 1 de 16 em tecnologia TTL. Sua pinagem é mostrada na figura 20. A entrada da habilitação (EN) deve ser mantida no nível alto até o mo- mento em que os dados da entrada devam ser transferidos para a saída selecionada. Os circuitos integrados 74157 são distribuidores semelhantes, mas 1-de-2 e o 74155 1-de-4. e) 4028 - Decodificador BCD para Decimal Este é um circuito integrado CMOS com 10 saídas, onde aquela que vai ao nível alto depende da com- binação dos níveis de entrada. As demais saídas permanecerão no ní- vel baixo. A pinagem deste circuito integrado é mostrada na figura 21. As combinações de entrada entre 1010 e 1111 que correspondem aos números de 11 a 15 não serão reco- nhecidas e todas as saídas perma- necerão no nível baixo. CURSO B`SICO DE ELETRÔNICA DIGITAL f) 4051 - Chave 1-de-8 Este circuito integrado CMOS pode chavear sinais analógicos ou digitais e tem a pinagem mostrada na figura 22. Para utilizar este circuito com si- nais digitais, a tensão de alimentação positiva pode ficar entre 5 e 12 V, en- quanto que o pino 7 é aterrado. No entanto, para operar com sinais analógicos, o pino 7 deve ser conectado a uma fonte de -5 V (fonte negativa) e o pino 8 aterrado. Fig. 20 - Distribuidor de dados 1 para 16. Nestas condições os sinais a se- rem chaveados podem variar entre -5 e +5 V, enquanto os sinais de sele- ção podem ter nível baixo (0 V) ou nível alto (5 V). Tanto na operação com sinais di- gitais como analógicos, as chaves fe- chadas representam uma resistência de 120 Ω e não devem ser usadas cargas com resistências inferiores a 100 Ω. A corrente máxima chaveada para os sinais não deve superar os 25 mA. Semelhantes a este circuito em características são os: 4052 - Duas chaves 1 de 4 4053 - Três chaves 1 de 2 4067 - Uma chave 1 de 16 Este último circuito integrado pode funcionar como multiplexador ou demultiplexador para sinais analógicos e digitais de modo similar aos anteriores. g) 4026 - Contador de Década com Saída de 7 Segmentos Este importante circuito integrado CMOS tem um contador divisor por 10 e suas saídas são decodificadas. Fig. 21 - Decodificador BCD para 1 de 10. Fig. 22 - Chave analógica/digital 1 de 8. 44 SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 CURSO DE ELETRÔNICA DIGITAL 87SABER ELETRÔNICA ESPECIAL Nº 8 - 2002 a) 7442 - Decodificador BCD para decimal Este circuito integrado tem a pinagem mostrada na figura 16. Conforme a combinação de níveis lógicos das entradas (codificadas em BCD), apenas uma das saídas irá para o nível lógico baixo. Todas as demais permanecerão no nível alto. Se os níveis lógicos aplicados às entradas tiverem a combinação 1010 até 1111 (que correspondem de 11 a 15) nenhuma das saídas será ativa- da. Quando ativada, cada saída pode drenar uma corrente de 16 mA. O circuito integrado TTL 7445 tem a mesma função, com a diferença de que possui transistores na configura- ção de coletor aberto na saída, po- dendo com isso trabalhar com ten- sões de até 30 V e drenar correntes de até 80 mA. A pinagem é a mesma do 7442. b) 7447 - Decodificador BCD para 7 Segmentos Este é um circuito TTL que possui saídas em coletor aberto capazes de drenar correntes de até 40 mA, sen- do portanto indicado para excitar displays de LEDs de anodo comum. Na figura 17 temos a sua pinagem. Algumas características importan- tes devem ser observadas neste cir- cuito. Uma delas é o terminal Lamp Test ou teste do display. Colocando esta saída no nível lógico baixo (em funci- onamento normal ela deve ser mantida no nível alto) todas as saí- das vão ao nível baixo, fazendo com que todos os segmentos do display acendam. Com isso é possível verifi- car se ele está em bom estado. Outra saída importante é a RBI (Ripple Blank Input) que faz com que os zeros à esquerda sejam apagados quando são usados diversos conta- dores, figura 18. Assim, em lugar de aparecer o valor 008, numa contagem aparece apenas 8. Observe que a saída RB0 (Ripple Blank Output) serve para a ligação em série de diversos blocos contadores de modo a ser obtido um conjunto com vários dígitos. c) 74150 - Seletor de dados 1-de-16 Este circuito integrado TTL consis- te num multiplexador que possui 16 linhas de entrada e uma saída selecionadas pelas Linhas de Sele- ção. Na figura 19 temos a pinagem deste circuito integrado. Para operação normal, a entrada de habilitação (EN) deve ser mantida no nível alto até o momento em que CURSO B`SICO DE ELETRÔNICA DIGITAL Fig. 16 - BCD para decimal - decodificador. Fig. 17 - Decodificador BCD para 7 segmentos. Fig. 18 - Usando a funçªo RBI (Ripple Blank Input). Fig. 19 - Seletor de dados 1 de 16. SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 43 os dados de uma determinada entra- da devam ser levados para a saída. Qual entrada será ativada depende do código aplicado à linha de seleção. O circuito possui duas saídas. Numa delas aparece o sinal da entrada se- lecionada e na outra, o sinal comple- mentar. Circuitos semelhantes da mesma família são o 74151 que consiste num seletor 1 de 8 e o 74153 que consiste num seletor 1 de 4. d) 74154 - Distribuidor de Dados 1-de-16 Este curcuito integrado contém um DEMUX ou Demultiplexador 1 de 16 em tecnologia TTL. Sua pinagem é mostrada na figura 20. A entrada da habilitação (EN) deve ser mantida no nível alto até o mo- mento em que os dados da entrada devam ser transferidos para a saída selecionada. Os circuitos integrados 74157 são distribuidores semelhantes, mas 1-de-2 e o 74155 1-de-4. e) 4028 - Decodificador BCD para Decimal Este é um circuito integrado CMOS com 10 saídas, onde aquela que vai ao nível alto depende da com- binação dos níveis de entrada. As demais saídas permanecerão no ní- vel baixo. A pinagem deste circuito integrado é mostrada na figura 21. As combinações de entrada entre 1010 e 1111 que correspondem aos números de 11 a 15 não serão reco- nhecidas e todas as saídas perma- necerão no nível baixo. CURSO B`SICO DE ELETRÔNICADIGITAL f) 4051 - Chave 1-de-8 Este circuito integrado CMOS pode chavear sinais analógicos ou digitais e tem a pinagem mostrada na figura 22. Para utilizar este circuito com si- nais digitais, a tensão de alimentação positiva pode ficar entre 5 e 12 V, en- quanto que o pino 7 é aterrado. No entanto, para operar com sinais analógicos, o pino 7 deve ser conectado a uma fonte de -5 V (fonte negativa) e o pino 8 aterrado. Fig. 20 - Distribuidor de dados 1 para 16. Nestas condições os sinais a se- rem chaveados podem variar entre -5 e +5 V, enquanto os sinais de sele- ção podem ter nível baixo (0 V) ou nível alto (5 V). Tanto na operação com sinais di- gitais como analógicos, as chaves fe- chadas representam uma resistência de 120 Ω e não devem ser usadas cargas com resistências inferiores a 100 Ω. A corrente máxima chaveada para os sinais não deve superar os 25 mA. Semelhantes a este circuito em características são os: 4052 - Duas chaves 1 de 4 4053 - Três chaves 1 de 2 4067 - Uma chave 1 de 16 Este último circuito integrado pode funcionar como multiplexador ou demultiplexador para sinais analógicos e digitais de modo similar aos anteriores. g) 4026 - Contador de Década com Saída de 7 Segmentos Este importante circuito integrado CMOS tem um contador divisor por 10 e suas saídas são decodificadas. Fig. 21 - Decodificador BCD para 1 de 10. Fig. 22 - Chave analógica/digital 1 de 8. 44 SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 CURSO DE ELETRÔNICA DIGITAL SABER ELETRÔNICA ESPECIAL Nº 8 - 200288 A pinagem deste circuito integra- do é mostrada na figura 23. Na operação normal, as entradas RST (Reset) e CLEN devem ser mantidas no nível baixo. Um nível alto aplicado em RST resseta o contador, levando o valor da saída a 0 e ao mesmo tempo impede a contagem. Um nível alto aplicado em CLEN (Habilitação do Clock ou Clock Enable) inibe a entrada dos sinais de clock. O contador é gatilhado nas tran- sições positivas do sinal de clock. No pino 5 é possível obter um si- nal quadrado de 1/10 da frequência de clock e no pino 14 temos um sinal que permanece no nível alto até o momento em que a contagem chega a 0010, quando passa ao nível baixo. A entrada DISEN serve para ha- bilitar o display, devendo permanecer no nível alto na operação normal. Quando esta linha vai ao nível baixo, as saídas vão todas ao nível baixo. Este circuito é indicado para ope- rar com displays de catodo comum e a corrente de saída máxima é de 1,2 mA para uma tensão de alimentação de 5 V, e 5 mA para 10 V. A frequência máxima de operação é de 5 MHz para 10 V de tensão de alimentação e 2,5 MHz para 5 V. CURSO B`SICO DE ELETRÔNICA DIGITAL Fig. 23 - Contador de dØcada com saídas 7 segmentos. QUESTIONÁRIO 1. Um circuito que joga o sinal de uma entrada em uma de 4 saídas é denominado: a) Multiplexador 1 de 4 b) Demultiplexador 1 de 4 c) Decodificador 4 por 4 d) Decodificador BCD para 1 de 4 2. Que tipo de decodificador tem apenas uma de 10 saídas ativadas a partir de sinais BCD de entrada? a) Decodificador 1 de 10 b) Demux 1 de 10 c) Contador Johnson d) Decodificador BCD para 1 de 10 3. Em que tipo de display os catodos de todos os LEDs dos seg- mentos são interligados e conectados a um ponto comum? a) Anodo comum b) Cristal líquido ou LCD c) Catodo comum d) Duplo Resposta: 1.b 2.d 3.c SABER ELETRÔNICA Nº 308/98 45 www.sabereletronica.com.br
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