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Drogas: Barreira Placentária A placenta é um órgão que se desenvolve durante a gravidez em diversos animais. Sua função é conectar o corpo da mãe ao corpo do feto, permitindo uma comunicação relativamente segura entre eles. Apresenta uma forma aproximadamente circular, com média de 22 centímetros de diâmetro, 2 centímetros de espessura e cerca de meio quilograma de massa. Liga-se ao feto através do cordão umbilical, que apresenta duas artérias umbilicais e uma veia umbilical. Suas principais funções são: Função nutritiva – transmissão de nutrientes da mãe ao feto; Função excretora – saída de substâncias residuais do feto; Função respiratória – envolvida em trocas gasosas; Função endócrina – produção de hormônios, como hCG (gonadotrofina coriônica humana), hPL(hormônio lactogênico placentário), estrógeno e progesterona; Função imunológica – transmissão de anticorpos da mãe ao feto. Ponto de Vista do Feto Ponto de Vista da Mãe A barreira placentária é uma camada de tecido semipermeável desse órgão que funciona, portanto, como uma membrana seletiva entre a mãe e o bebê. Ou seja, apresenta a capacidade de selecionar as substâncias do sangue da mãe que podem chegar à corrente sanguínea do feto. Composta principalmente por sinciciotrofoblastos, citotrofoblasto, tecido conjuntivo e endotélio. Com poucas exceções, a maior parte das drogas utilizadas durante a gravidez conseguem atravessar a barreira placentária, tornando-se um perigo potencial para a integridade do feto. O trajeto percorrido é: sangue materno, citoplasma do sinciciotrofoblasto e sangue fetal, ou o caminho inverso. Essa passagem se dá por diversas formas, sendo as principais delas difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo e endocitose. a) DIFUSÃO SIMPLES: A maior parte das drogas atravessa a barreira dessa maneira. Essa transferência não requer energia e depende do gradiente de concentração entre o sangue materno e o sangue do feto, ocorrendo a favor desse gradiente. Também tem relação com a área de superfície e a espessura da barreira. Moléculas com baixo peso molecular – até 600 daltons - , não-ionizadas e lipossolúveis apresentam passagem livre. Moléculas lipossolúveis atravessam a barreira com maior facilidade do que moléculas hidrossolúveis. Moléculas muito ionizadas apresentam muita dificuldade de travessia. PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS: benzeno, ureia, etanol, gases. B) DIFUSÃO FACILITADA: Essa transferência é mediada por carreadores – proteínas de transporte, canais proteicos ou iônicos - , é regulada por estímulos e não consome energia. Ocorre a favor do gradiente de concentração, é saturável e pode ser inibida competitivamente. Não é muito comum para a passagem de drogas. PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS: açúcares, nucleosídeos e íons. C) TRANSPORTE ATIVO: Esse modelo ocorre contra o gradiente de concentração e requer energia. Além disso, é mediado por carreadores – bombas iônicas, proteínas transportadoras dependentes de ATP - , é saturável e pode ocorrer competição contra moléculas análogas e inibição por toxinas metabólicas. PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS: aminoácidos, resíduos metabólicos (excreção). D) ENDOCITOSE: Trata-se de um processo menos relevantes para o transporte de drogas, em que ocorre invaginação da membrana da superfície celular, formando vesículas que transportam o conteúdo por meio do sinciciotrofoblasto. A captação eletiva de macromoléculas ocorre através da ligação com receptores específicos da membrana. PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS: Anticorpos, como o IgG materno. Uso de Drogas durante a Gravidez: Efeitos no Feto A gravidez é uma etapa muito importante na vida das mulheres e, portanto, deve ser tratada com o devido respeito. Mudanças de hábitos devem acompanhar as mudanças fisiológicas, no intuito de otimização da saúde do bebê. Essa postagem apresentará os efeitos maléficos do uso de drogas para a saúde do feto, após atravessarem a barreira placentária, conforme discutido em uma postagem prévia, de modo que atue como alerta e incentivo à mudança de hábitos das novas mamães. Maconha O uso de maconha aumenta os níveis de monóxido e dióxido de carbono no sangue, diminuindo o suprimento de oxigênio para o bebê. Também aumenta as chances de nascimento prematuro, aborto, atraso no desenvolvimento e problemas de aprendizado e comportamento. Cocaína A utilização de cocaína aumenta os riscos de aborto e ruptura de placenta. O bebê pode nascer com cabeça menor, crescimento restrito, além de sintomas como tremores, insônia, espasmos musculares e dificuldades alimentares. Problemas cerebrais, temperamentais ou genitais também são possíveis. Heroína O consumo de heroína eleva as chances de morte prematura, dificuldades respiratórias, hemorragia intracranial e hipoglicemia. O bebê também pode apresentar irritabilidade, convulsões, diarreia, febre, problemas de sono e pouca mobilidade nas articulações. PCP e LSD Ambas são alucinógenas. Seu uso pode levar a dificuldades no controle muscular, baixo peso e dano cerebral no bebê. Sintomas como letargia e tremores também são possíveis. Metanfetamina A utilização dessa droga pode provocar menor oxigenação ao feto, além de baixo peso. O risco de nascimento prematuro, aborto e ruptura de placenta também se eleva. Sintomas que incluem insônia, espasmos musculares, tremores e dificuldades alimentares podem se desenvolver, não se esquecendo das dificuldades de aprendizado. É importante ressaltar que, caso o consumo de drogas pela mãe seja intenso, o bebê já pode nascer dependente da droga, de modo que muitos dos sintomas citados acima são decorrentes de sua crise de abstinência.
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