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CHONDRYCHTHYES (PEIXES CARTILAGINOSOS) Darcy Castro Primeiros registros fósseis no Siluriano. Holocephali (quimeras) apenas uma abertura branquial em cada lado da cabeça. Elasmobranchii (tubarões e raias)aberturas branquiais múltiplas em cada lado da cabeça (ventral nas raias). ASPECTOS DE SISTEMÁTICA Traços anatômicos primitivos com alguns sistemas muito evoluídos. Apomorfia- Esqueleto cartilaginoso: Extrema redução da armadura dérmica, que não recobre o corpo do animal, estando restrita a algumas estruturas, como espinhos na nadadeira dorsal; Endoesqueleto basicamente cartilaginoso, frequentemente calcificado, mas nunca ossificado; o crânio é uma peça única, sem suturas, assim como as maxilas; Escamas do tipo placóide, exclusiva desse grupo. São escamas semelhantes à dentes pequeninos, formados por dentina e esmalte, imersas no corpo do animal (a ponta da escama rompe a pele), conferindo uma textura áspera, de “lixa”. GENERALIDADES Dentes homólogos às escama placóides, que na boca se desenvolvem bastante e apoiam-se nas maxilas por ligamentos (sem raízes). Frequentemente substituídos; Presença de clásper nos machos – órgão de cópula pareado desenvolvido a partir dos raios mediais das nadadeiras pélvicas; Fecundação é interna, abrindo a possibilidade para oviviparidade e viviparidade; Sistema sensorial avançado... GENERALIDADES QUIMERAS (HOLOCEPHALI) 34 espécies (até 1m) semelhantes os tubarões e raias, mas têm algumas características únicas e bizarras. Habitat comum de 80 m de profundidade, dirigem-se a águas rasas para depositar seus ovos de 10 cm e com estruturas similares a chifres, dos quais nascem miniaturas dos adultos. Muitos têm expansões do rostro, sem função conhecida. Alimentam-se de invertebrados. Movimentam-se pela ondulação lateral do corpo. ADAPTAÇÕES MORFOFUNCIONAIS Filogenia complexa- dentes, maxilas, nadadeiras e cauda. Três radiações de Elasmobranchii- nadadeiras e maxilas. Evolução paralela. RADIAÇÃO DE CHONDRICHTHYES DA ERA PALEOZÓICA Identificados pela forma tricúspide dos dentes, comum a todos do grupo. A cúspide central era a maior em Cladoselache e a menor em Xenachanthus. Cladoselache tinha 2m, nadadeira e boca grandes e 5 aberturas branquiais em cada lado da cabeça. As nadadeiras dorsais com espinhos robustos cobertos por tecido mole e a nadadeira caudal internamente assimétrica. Escamas placóides em algumas partes do corpo- aumento da flutuação e hábito pelágico. Uso e desgaste/quebra das cúspides dos dentes, formando lâminas afiadas (troca). Tubarões (extintos e atuais) cada dente tem atrás de si na maxila uma fileira de dentes em desenvolvimento que irão se substituindo rapidamente (7 a 8 dias). Machos de algumas espécies apresentavam clásper junto à nadadeira pélvica, utilizado para cópula, o que demonstra já haver fecundação interna em alguns tubarões primitivos (Fig. 5.1c). Xenachanthus eram nadadores de fundo de água doce, com nadadeiras robustas e esqueletos pesadamente calcificados e cartilaginosos. RADIAÇÃO ELASMOBRANCHII- ERA MEZOZÓICA Surgiram espécies semelhantes aos tubarões atuais, exceto pela boca terminal. Ex: Hybodus. Dentes heterodontes- maior diversificação alimentar. Presença de nadadeiras peitorais e pelvinas adequadas a uma maior mobilidade. Nadadeira anal e a nadadeira caudal se modificou para uma forma heterocerca (ou epicerca), mais flexível e que compensava a tendência do tubarão de afundar em descanso. Clásper encontrado em todas as espécies desta radiação. A RADIAÇÃO MODERNA: TUBARÕES E RAIAS (ELASMOBRANCHII) Grande números de gêneros atuais surgiram no Jurássico e Cretáceo. A diferença mais notória entre os tubarões atuais e os das duas primeiras radiações é o rostro ou focinho, estando a boca localizada ventralmente a ele. Vértebras sólidas e calcificadas (esmalte). TUBARÕES Pleurotremata (360 espécies): aberturas branquiais nos lados da cabeça: Squalea (esqualóides, 80 espécies), mais primitivos, vivem em água frias e profundas; Galea (galeóides, 280 espécies), são carnívoros e vivem geralmente em áreas oceânicas rasas e quentes. Esta radiação consolidou os tubarões como dominantes dos níveis superiores das cadeias tróficas marinhas. ADAPTAÇÕES MORFOFUNCIONAIS Resquícios da notocorda entre os centros das vértebras com maior a flexibilidade do esqueleto. As escamas placóides estão como armadura única, flexível e protetora, reduzindo a turbulência da água e aumentando a eficiência da natação. ESCAMAS http://peixes2010.blogspot.com.br/p/condrictes_6585.html Sistema sensorial: Qumioreceptores, Mecanoreceptores (Linha Lateral), eletroreceptores (Amapola de Lorenzini) na cabeça e visão. Encéfalo mais desenvolvido do que de outros peixes. Sentidos usados em conjunto para atacar presas: olfato receptores mecânicos visão receptores elétricos. LINHA LATERAL http://peixes2010.blogspot.com.br/p/condrictes_6585.html A linha lateral, um fino sulco ao longo de cada lado do tronco e da cauda, contém um delgado canal com muitas aberturas pequenas para a superfície [Storer et. Al. 1991]. Apresentam células sensitivas ciliadas. Percebem vibrações na água. AMPOLA DE LORENZINI http://peixes2010.blogspot.com.br/p/condrictes_6585.html ADAPTAÇÃO MORFOFUNCIONAL:CINESE CRANIANA Reprodução: fecundação interna, introdução do clásper do macho na cloaca da fêmea (fertilização dos óvulos). Espécies diferenciam-se bastante quanto aos rituais de acasalamento. Fecundação interna estratégia reprodutiva (prole passa algum tempo dentro do corpo da fêmea). Podem ser ovíparos, ovovivíparos (desenvolvimento lecitotrófico: alimento do jovem vem do ovo) ou vivíparos. Ovo telolécito ou megalécito. Indivíduos solitários ou em cardumes período de corte. A reprodução lenta com poucos filhotes, exploração pesqueira e várias espécies ameaçadas. RAIAS Hipotremata (456 espécies): origem dos tubarões esqualóides primitivos. Hábito bentônico de comer alimentos duros (dentes com coroas achatadas, boca adaptada à sucção no substrato). Cauda alongada e larga com duas nadadeiras dorsais e uma caudal (Fig. 5.8a), ou cauda em forma de chicote, onde as nadadeiras dorsais foram substituídas por um espinho dorsal grande, serrilhado e venenoso (Fig. 5.8b). Vivíparos- Tubarão Baleia ("Rhincodon typus"), o Tubarão Cabeça-Chata ("Carcharhinus leucas") Tubarão Azul ("Prionace glauca" ); Oviparos- Tubarão Branco ("Carcharodon carcharias") e o Tubarão Tigre ("Galeacerdo cuvier"). Ovovivíparos: jibóias, escorpiões, alguns tubarões, os cavalos- marinhos, os peixes ornamentais guppy, espada e as percas e os guaru-guarus (também peixes). Aspectos Reprodutivos Cargas elétricas em graus variados, usadas para comunicação ou para capturar presas. São achatadas dorsoventralmente e nadam por ondulações das nadadeiras peitorais muito expandidas. As escamas placóides limitam-se a fileiras rígidas e afiadas na linha dorsal mediana. Hábito Alimentar- invertebrados bentônicos ou de plâncton de mares abertos (maioria). Placas dentígeras duram por toda a vida, diferente dos Elasmobranchii. Clásper cefálico nos machos e uma glândula de veneno associada a um espinho dorsal robusto (algumas espécies). http://peixes2010.blogspot.com.br/p/condrictes_6585.html REFERÊNCIAS POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados(2003): terceira edição. Parte II, Capítulo 5: A radiação dos Chondrichthyes. PÁGINA 113 - 130. Bom dia! E-mail: dcastro@uneb.br
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