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A CONQUISTA DA TERRA E A ATUAL SITUAÇÃO DOS CAMPONESES NO ASSENTAMENTO RURAL LAGOA DE ITAPARICA, MUNICÍPIO DE XIQUE- XIQUE (BA) Railton do Nascimento Barbosa Universidade Federal da Bahia – UFBA Campus de Barreiras railton_barbosa@hotmail.com Janes Terezinha Lavoratti Universidade Federal da Bahia – UFBA Campus de Barreiras jlavoratti@ufba.br Resumo Este trabalho resultou da inquietação com relação à situação dos camponeses do Assentamento Rural Lagoa de Itaparica no município de Xique-Xique (BA), onde os mesmos têm a promessa de um lote de terra para plantar, desde o ano de criação do Projeto de Assentamento de Reforma Agrária em 2004, o que não se efetivou porque a área onde serão instalados é uma Área de Preservação Ambiental que ainda aguarda a licença ambiental. Assim sendo, estas famílias sobrevivem com renda proveniente de outros recursos, como a pesca artesanal e os benefícios governamentais oriundos do Bolsa Família, Seguro Defeso e aposentadorias. A análise desta situação nos remete ao fato de que o problema da propriedade da terra e dos incentivos para o homem permanecer no campo vivendo e produzindo com dignidade, em nosso país, apresenta um sistema falho que deve ser avaliado e discutido nos seus mais diversos aspectos. Palavras-chave: Camponeses. Assentamento Rural. Reforma Agrária. Propriedade da Terra. Introdução A atividade agrícola é uma das formas mais antigas que o homem encontrou para produzir alimentos para o seu sustento e da sua família. Essa atividade serviu, desde a pré-história, para transformar as formas de se produzir e (re) produzir espaço, através da alteração de um espaço natural em espaço geográfico através das ações humanas. A agricultura inicialmente foi condicionada à presença de recursos naturais que propiciassem o seu desenvolvimento, como um solo fértil, chuvas abundantes, leitos dos rios, clima favorável, topografia do relevo, entre outros, a exemplo do que ocorreu no vale do Rio Nilo e na Mesopotâmia entre os rios Tigre e Eufrates na antiguidade, onde surgiram as primeiras civilizações e o domínio das primeiras técnicas relacionadas com a agricultura. Todavia, atualmente, com o avanço das técnicas associadas ao incremento de novas tecnologias e informação à produção agrícola, essa “dependência” dos fatores naturais se inverteu um pouco, uma vez que se um local não oferece as condições naturais necessárias para o cultivo de determinado produto, existem inúmeras formas de tornar esse local propício, como os corretivos e adubação de solo, dentre outros. A Região Nordeste do Brasil, até bem pouco tempo era vista como uma “região- problema” devido à seca, que se configurou posteriormente em alvo das políticas destinadas à captação de água para a produção agropecuária (políticas hidráulicas) adotadas pelo Estado, o que se configurou mais tarde na conhecida “indústria da seca”, a qual beneficiava os coronéis e grandes fazendeiros da região, em detrimento das famílias dos pequenos agricultores camponeses. Hoje, seletas áreas do nordeste brasileiro são alvos de intensas políticas públicas, sendo consideradas como as novas fronteiras agrícolas a serem exploradas em nosso país, a exemplo do cultivo de soja no Oeste Baiano, da fruticultura irrigada entre Juazeiro e Petrolina e da possível exploração das terras do Baixio de Irecê. Até então não se sabe ao certo o que será cultivado nesse espaço. Como exemplo desse processo, podemos citar atualmente o polêmico projeto de integração (transposição) das águas do Rio São Francisco e o próprio projeto de irrigação Baixio de Irecê, os quais já possuem consumidores potenciais, principalmente estrangeiros. Em relação ao Baixio de Irecê, cogita-se que o perímetro irrigado será ocupado pela monocultura da cana de açúcar, fatos que contribuem mais uma vez em mais recursos para o agronegócio exploratório para atender a uma demanda energética nacional e mundial, em detrimento da agricultura familiar camponesa. Este tipo de atitude acaba por ser negativo para a região, pois gerará poucos empregos, e, trará consigo uma forte especulação fundiária e imobiliária, o que pode acarretar em péssimas condições para os camponeses, pequenos produtores, pescadores e demais trabalhadores ligados a setores menos valorizados pelas políticas governamentais. Decorre daí nossa preocupação de como a agricultura camponesa sobreviverá, sem recursos, sem assistência técnica, e sendo os movimentos de luta pela terra, muitas vezes, banalizados de forma geral. É importante destacar que a agricultura camponesa tem suas estratégias de sobrevivência, apesar dos poucos recursos com os quais lida. Em contraponto com a agricultura que se implantou no Sul e Sudeste do Brasil, onde predominou o cooperativismo e o associativismo, no Nordeste, sobressaiu-se a concentração fundiária e a falta de apoio governamental, acompanhada do fracasso do processo de organização para a produção e comercialização dos produtos advindos da pequena produção agropecuária, bem como do insucesso de muitos assentamentos rurais. O motivo pelo qual a organização social no meio rural nordestino não obter êxito, em alguns espaços da região, necessita de maiores reflexões. Em contra partida, podemos aqui fazer algumas inferências, pois não sabemos se o problema é por falta de acompanhamento estatal, se é por falta de organização da sociedade civil, ou, se é por questões culturais. O que se sabe é que o Estado historicamente manteve o Nordeste aquém dos investimentos necessários ao seu desenvolvimento. Sabemos que a realidade nordestina obteve alguns avanços positivos, principalmente nas últimas décadas, mas, ainda permanece a concentração da renda e da terra, com um verdadeiro descaso em relação aos assentamentos rurais. Tal fato não poderia continuar a acontecer, uma vez que os camponeses desta região ainda sobrevivem em péssimas condições de vida, como foi constatado nesta pesquisa. A partir do exposto acima, o presente projeto de pesquisa analisou como se deu a conquista da terra e como se encontra a situação dos camponeses no Assentamento Rural Lagoa de Itaparica no município de Xique-Xique/BA. Assim como, por quais fatores este projeto de assentamento como forma de produzir espaço, não tem experimentado avanços significativos na produção, tanto para a subsistência dos assentados, quanto para a produção de excedentes, capaz de promover o bem-estar das famílias ali assentadas. A pesquisa de campo se realizou entre os meses de Outubro e Dezembro do ano de 2011, quando realizamos visitas técnicas aos assentados, com posterior aplicação de questionários às famílias assentadas e entrevistas com um dos fundadores da associação dos moradores da comunidade de Saco dos Bois, povoado próximo à Lagoa de Itaparica, o que serviu de base para as primeiras movimentações pró-criação do assentamento. Os documentos e publicações relacionados com o tema e os instrumentos fornecedores de dados úteis à pesquisa foram consultados no enriquecimento da pesquisa e no debate crítico sobre o tema. A pesquisa bibliográfica aconteceu de forma contínua e processual para dar continuidade à parte prática do trabalho, consoante a bibliografia à disposição, bem como o auxílio dos professores e colegas universitários. O trabalho de conclusão de curso, ao qual se dedicou esta pesquisa, resultou em uma monografia de 6 capítulos, sustentados pela pesquisa bibliográfica e de campo, para chegar às proposições e recomendações. Justificativa Um estudo sobre a conquista da terra e a atual situação dos camponeses no assentamento rural Lagoa de Itaparica, pode reverter-se emcontribuição para a melhoria da qualidade de vida dos assentados. A ausência de pesquisas na área de abrangência deste estudo é um motivo a mais para esta inquietação, a qual procura contribuir com um espaço que está sendo produzido por agricultores familiares camponeses que, conseguem produzir muito pouco, e atualmente buscam agrupar-se com o fim de buscar apoio governamental, bem como para pressionar o Estado a buscar novas alternativas para a melhoria de vida de suas famílias e resolver a questão da propriedade da terra em forma de lotes para poderem plantar, pois o espaço onde estão assentados não lhes proporciona esta possibilidade. Diante destes aspectos, este trabalho visou identificar essa busca por um desenvolvimento da produção para a melhoria de vida desses camponeses e, consequentemente contribuir para o avanço nos estudos agrários e da ciência geográfica. Entende-se, portanto, que é preciso provocar o debate não só na Universidade, mas, principalmente no âmbito regional, assim como proporcionar aos assentados ferramentas que auxiliem no processo de consolidação da luta pela terra. Objetivos Analisar como se deu o processo de conquista da terra e como se encontra a situação dos camponeses no Projeto de Assentamento Lagoa de Itaparica, no município de Xique-Xique (BA). Identificar o papel exercido pela pesca artesanal na dinâmica do município de Xique- Xique, bem como na do Assentamento Lagoa de Itaparica; Estudar a problemática de desenvolvimento da produção rural do assentamento e possibilidades de desenvolvimento; Entender a distribuição fundiária do município e a inserção do assentamento estudado; Fazer um levantamento das potencialidades do entorno do assentamento e propor alternativas. Caracterização e Localização da Área de Estudos A ocupação regional remonta período histórico e geográfico bem remoto, quando a região do Vale do São Francisco era habitada exclusivamente por tribos indígenas de diversas etnias, com seus costumes, valores, crenças e o modo bem peculiar de labutar com o rio e demais atributos naturais. Somente em meados do século XVI, o português Francisco Garcia Dias D’Ávila, que acompanhava Tomé de Souza (fundador de Salvador), iniciou expedição navegando de jusante a montante do Rio São Francisco e do seu principal afluente, o rio Grande, chegando até aos confins do Piauí e do Maranhão. Em cada parada Garcia D’ávila deixava um casal de escravos com alguns animais bovinos e equinos. Assim surgiram os primeiros núcleos de colonização portuguesa no vale do Rio São Francisco e dos seus afluentes. (MACHADO NETO, 1999; ROCHA, 2004). Por volta de 1540, sertanistas à procura de ouro iniciaram o desbravamento do Vale do São Francisco. Em torno do ano de 1700, formaram-se as primeiras fazendas na margem direita do Rio São Francisco, estas situavam-se basicamente em terras pertencentes às famílias Casa da Ponte e Mestre de Campo Guedes de Brito, dentre as quais destacam-se a Fazenda Praia e a Fazenda Saco dos Bois. A primeira originou o atual município de “Xique-Xique” e a segunda o assentamento rural Lagoa de Itaparica, objeto de estudo desta pesquisa. Na Fazenda Praia, de posse do latifundiário Sebastião José de Carvalho, foi construída a capela de Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique, a qual passou a atender os habitantes da Ilha do Miradouro e os ex-garimpeiros das minas de ouro da Serra do Assuruá (atual município de Gentio do Ouro). O Rio São Francisco como Indutor de Desenvolvimento O município de Xique-Xique localiza-se mais precisamente no noroeste do estado da Bahia (figura 1), a uma distância de aproximadamente 583 km da capital, Salvador. Foi no passado um importante centro comercial regional quando as ligações entre as cidades eram feitas quase que exclusivamente por via fluvial. Até meados do século XX, quando a navegação fluvial representava o principal meio de transporte pelo Rio São Francisco, Xique-Xique representava um dos mais importantes entrepostos comerciais do vale do rio da integração nacional ou rio dos currais, como ficou conhecido este grande rio. Servia de base para interligar a Região do semi-árido baiano ao litoral. Naquele contexto, era o maior centro urbano regional. Neste contexto, boa parte das mercadorias que eram produzidas nas fazendas da região, e, também, as que chegavam com as embarcações movidas a vapor, iriam alimentar os trabalhadores ligados à mineração aurífera na Serra do Assuruá. Essas mercadorias, principalmente as ligadas à agropecuária, também eram escoadas através de Feira de Santana para abastecer o Recôncavo e a capital baiana, Salvador. O desenvolvimento das cidades ribeirinhas sempre teve uma íntima relação entre o Estado e o Rio São Francisco, todas as atividades econômicas relacionadas com o rio sempre tiveram esta estreita ligação, desde o período colonial; por isso, recebeu um destaque especial em relação aos demais rios do Brasil. O município de Xique-Xique tivera contra si a inexistência de uma política agrícola mais eficaz, nem a criação do Programa de Valorização da Pequena Produção Rural (PRONAF) conseguiu alterar tal situação da agricultura familiar nordestina e neste contexto está o município em questão. Além de contar com uma estrutura fundiária predominantemente concentrada, formada por grandes fazendas de gado, Xique-Xique ainda contou com o descaso do Estado, frente às políticas públicas, capazes de barrar o atraso em que se encontrava. Tais aspectos negativos dificultaram a fixação de núcleos humanos nesse espaço, fazendo com que o município perdesse parte da polarização exercida na região para a cidade de Irecê. Esses acontecimentos associados à opção do transporte rodoviário pelo governo brasileiro, a partir da década de 1960, através da construção de Brasília, provocaram a perda da importância da navegação fluvial pelo Rio São Francisco, ocasionando o empobrecimento e a decadência de alguns dos antigos centros comerciais não beneficiados com as estradas de rodagem, e que permaneceram, por várias décadas, à margem do desenvolvimento. Até meados da década de 1990, Xique-Xique se destacava como um dos maiores produtores de cebola do Vale do São Francisco. Este produto era cultivado nas áreas não alagáveis pelas cheias do referido rio. A cebola proporcionava alta produtividade em pequenas áreas de terras, mas exigia altos investimentos e demandava grandes quantidades de água para irrigação, a qual utilizava as técnicas da moto-bomba, tecnologia implantada inicialmente no baixo-médio São Francisco, mais precisamente na cidade de Cabrobó em Pernambuco (TURNOWSKI, 1966). Entretanto, a cebola era bastante perecível, e, o município não dispunha de locais ideais para armazenamento, nem de transportes adequados para escoamento da produção e nem de técnicas avançadas de irrigação. Tais fatos associados com a concorrência da cebola importada da argentina, resultaram no declínio do produto e a falência de muitos produtores, os quais ainda têm marcados na paisagem de suas terras as ruínas e os resquícios da suntuosidade vivenciada naquela época. Entretanto, as tradições culturais e históricas de Xique-Xique não permitiram que ele desaparecesse no vendaval do processo. Porém, tais acontecimentos fizeram com que grande parte da população deste município migrasse para a região do Platô de Irecê, impulsionadas pela atividade agrícola crescente, principalmente aquelas ligadas ao cultivo do feijão (SEI, 1994), e, sobretudo para as grandes metrópoles do Sudeste brasileiro, principalmente para São Paulo e Rio de Janeiro. Atualmente, este município é um grande produtor de peixes,abastecendo boa parte do comércio local e regional, devido a abundancia de áreas pesqueiras nos diferentes recursos hídricos, como a Ipueira (única no Rio São Francisco) que banha a cidade, bem como às diversas lagoas que se formam ao longo do curso do grande rio, e, em especial a Lagoa de Itaparica. Esta atividade emprega muitos pescadores e seus familiares, os quais estão “devidamente” cadastrados junto à Colônia de Pescadores Z-37, e recebem um benefício de quatro salários mínimos durante a época da piracema (período de defeso dos peixes). No período de Novembro a Março é proibida a pesca, com o intuito de garantir a reprodução dos peixes e a consequente continuidade da atividade pesqueira. Cabe aqui abrir um parêntese sobre a importância socioeconômica da Lagoa de Itaparica, pois a mesma se configura como a maior lagoa às margens do Rio São Francisco (SEMARH, 2011) e abriga inúmeras comunidades de pescadores ao longo de sua área de abrangência. Muitos catingueiros, como são conhecidos os sertanejos, que tem mais contato com a caatinga do que com o rio, habitantes da região vizinha a Xique-Xique por onde não passam rios perenes, utilizam esse espaço para adquirir peixes a baixo custo e comercializá-los por preços mais elevados em outros espaços. Os pescadores que habitam as margens da Lagoa de Itaparica, até bem pouco tempo pagavam 1/3 dos peixes pescados para o latifundiário dono da fazenda que circundava a mesma. Os pescadores muitas vezes levam a sua produção em bicicletas, há uma distância de dezenas de quilômetros até a sede municipal, aonde os peixes já chegam, em muitos casos, estragados. Neste caso, o poder público municipal poderia disponibilizar um transporte adequado como alternativa de melhorar as técnicas de armazenamento e comercialização do pescado, e a consequente melhoria de vida daqueles sofridos ribeirinhos. Os acontecimentos relatados demonstram uma grande identidade dos ribeirinhos com o Rio São Francisco, pois além de fonte de renda através da pesca e da pequena agricultura nos terrenos aluviais, o mesmo também serve para o abastecimento de água da população local e dos animais. Este rio carece de uma maior preservação não só pela população local, como também de projetos elaborados pelo poder público nas três esferas de governo, com o intuito de manter a perenidade do mesmo, uma vez que todos os afluentes da margem direita deste rio são intermitentes ou temporários. Características Físicas e Humanas do Município de Xique-Xique De acordo com a publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2010, site oficial), o município de Xique-Xique possui área de 5.502,297 Km2, configurando-o como o mais extenso da Região de Irecê, com uma população de 45.536 habitantes, a densidade demográfica alcança 8,28 hab./km2. Ainda acompanhando os dados do IBGE, o clima do município caracteriza-se como sub-úmido a seco, com vegetação predominante de caatinga arbórea aberta. Na formação geológica se insere no domínio morfoclimático de calcários; depósitos eluvionares e coluvionares; depósitos fluviais; dolomitos e quartzitos. Está nas unidades geomórficas do Pediplano Sertanejo das Várzeas e Terraços Aluviais. Entre estes espaços existe sempre uma área de transição e de contado, configurando características bastante complexas para os mesmos. Assim, o município de Xique- Xique, encontra-se totalmente inserido no Nordeste seco, pertencendo ao polígono das caatingas. A média de chuvas no Nordeste seco está entre 268 e 800 mm anuais, mesmo assim este espaço ainda se configura como uma das áreas semi-áridas mais habitadas do mundo, com pouco mais de 23 milhões de habitantes (AB’ SÁBER, 2003) De acordo com este mesmo autor, devido aos baixos índices pluviométricos, a hidrologia regional do Nordeste seco é intima e totalmente dependente do ritmo climático sazonal, dominante no espaço fisiográfico dos sertões. Ocorre bastante diferença inter-regional no Nordeste, onde a zona da mata, o agreste, o sertão e o meio norte são muito distintos, apesar de existirem resquícios de uma ou outra vegetação nos interstícios de um domínio, fruto de alterações climáticas passadas. Quanto à riqueza cultural, sem dúvida é no Sertão que existe a maior, a qual resistiu ao tempo. A maior mentira que nos é passada é a de que o nordestino não sabe conviver com a seca. O sertanejo conhece as árvores medicinais, as que pode extrair água, bem como os períodos mais propícios para o plantio e posterior colheita. Isso só serve, mais uma vez, para que os políticos falaciosos programem falsas promessas para os nordestinos no intuito de comprar o seu bem mais precioso, o seu voto. Quanto à localização geográfica, o município está situado a uma altitude de 402 msnm, a 10º49´18’’ de Latitude Sul de e 42º43´52’’ de Longitude Oeste, conforme a figura de nº 01, a seguir: Figura 1. Mapa de localização do município de Xique-Xique/BA Elaboração: Ronivon Rodrigues em 11/01/2012 O Projeto de Assentamento de Reforma Agrária Lagoa de Itaparica, caracteriza-se como local privilegiado para entendermos o real significado de produção do espaço rural, ainda que insipiente. O seu processo de implantação no ano de 2004 é resultado da desapropriação de uma fazenda com mais de 2.300 ha. Esse processo de desapropriação pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), significou para as 50 (cinquenta) famílias assentadas, novas formas de organização social, em uma área de pouco mais de 2.327,13 hectares (ainda não loteados), bem como em territorialidades mais solidárias, associadas à diferenciação nos usos e funções da propriedade. É importante frisar que a implantação de um assentamento não encerra a luta dos camponeses, pelo contrário, começa aí uma série de desafios em busca dos seus direitos sociais consagrados na Constituição Federal de 1988, os quais só poderão ser conseguidos se os agricultores trabalharem em conjunto e articulados com outros agentes de produção do espaço regional e local. Procuraremos entender o Assentamento Lagoa de Itaparica, baseado em sua totalidade: vias de transportes, circulação de mercadorias, ensino, produção e modo de produzir, relação entre Estado e movimentos sociais, enfim, abre-se uma série de possibilidades. Durante muito tempo, as informações sobre a pesca no Rio São Francisco foram defasadas, dificultando o monitoramento e a fiscalização pelos órgãos oficiais, como também as pesquisas científicas e a gestão adequada desta importante atividade, a qual movimenta a economia de muitas cidades ribeirinhas do Velho Chico e seus tributários. Neste contexto, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) sob responsabilidade da Coordenação do Programa de Revitalização da Bacia do São Francisco em parceria com o IBAMA, realizou o primeiro Censo Estrutural da Pesca na Bacia do Rio São Francisco no ano de 2006, como parte integrante da metodologia de implementação de um programa continuo de monitoramento da pesca, no intuito de gerenciar de forma sustentável os recursos oriundos da pesca. De acordo com a metodologia utilizada, este censo selecionou 29 municípios ribeirinhos em relação à dinamicidade da atividade pesqueira. Dos 332 locais de desembarque do pescado, dos quais o mais expressivo é Porto do Cais no município de Xique -Xique, como pode ser observado na Figura 2 a seguir: Figura 2. Canoas atracadas na Ipueira, porto do Cais em Xique-Xique/BA Fonte: Autor da pesquisa O acessoaos locais de desembarque de camponeses ribeirinhos e de suas lavouras, em sua maioria, é feito através de barcos a remo e a motor e em estradas vicinais, sem pavimentação. Dentre os locais de desembarque de pescado, podemos citar a Lagoa de Itaparica e a comunidade de Saco dos Bois. Cabe ressaltar que no município de Xique-Xique, particularmente, existe pista de pouso para pequenas aeronaves, a qual tem pouca utilidade à comunidade pesquisada, servindo apenas às lideranças políticas e elites locais. Conforme o censo realizado em 2006 e publicado em 2007 pelo IBAMA, dos 9.531 pescadores cadastrados, 2.020 (21,2%) são do município de Xique-Xique. Os municípios que apresentam maior índice de pescadores colonizados são: Casa Nova, Xique-Xique, Sento Sé, Remanso, Barra e Pilão Arcado, com 3.006, 2.949, 2.480, 1.400, 1.320 e 1.300 pescadores colonizados, respectivamente. Não resta dúvida que a pesca é importante para Xique-Xique e região, uma vez que esta atividade contribui para a organização do espaço local, no qual muitas lojas e comércios sobrevivem da venda de materiais de pesca e similares, mostrando o quanto a renda dos pescadores é drenada para o próprio município. Situação do Assentamento e a Problemática da Propriedade da Terra Apesar dos poucos investimentos do Estado nas três esferas de governo, Federal, Estaduais e Municipais, sobretudo, no que diz respeito à assistência técnica, incentivo ao crédito rural e máquinas para auxiliar nas lavouras, ainda assim, a agricultura familiar camponesa emprega cerca de 80% da mão de obra agrícola no Brasil (OLIVEIRA, 2007). Nesse contexto, torna-se errôneo pensar que só o agronegócio exploratório movimenta a economia no campo, uma vez que, a sua produção é voltada para abastecer o mercado externo. As máquinas utilizadas para a produção das commodities são altamente modernizadas, e, grande parte dos camponeses expropriados de suas terras não acompanha o processo, causando sérios problemas para o país. Em Xique-Xique, por exemplo, existe um grande número de camponeses sobrevivendo da pequena produção familiar, materializada através de projetos de Assentamento de Reforma Agrária e de outros do mesmo gênero. Os camponeses conseguem produzir para o sustento de suas famílias, e as vezes, abastecer o comércio local com produtos, acima de tudo, orgânicos, apesar do descaso estatal. A pequena produção familiar camponesa necessita de políticas sociais mais eficazes, no intuito de garantir saúde, educação de qualidade, infra-estrutura de transportes, proporcionando geração de renda capaz de garantir a soberania alimentar das famílias camponesas. Os representantes políticos da região de Xique-Xique, não por coincidência, são também grandes fazendeiros, ou seja, os latifundiários. Dessa forma, torna-se difícil os anseios dos camponeses serem correspondidos nesse espaço regional marcado pelo predomínio de territorialidades hegemônicas. Assim, constatamos que o programa Bolsa Família, o Seguro Defeso na piracema e as aposentadorias são os principais benefícios de que os assentados dispõem para complementar sua renda, uma vez que, seria difícil sobreviver com dignidade nos assentamentos rurais com o pouco que produzem em suas propriedades, motivados pelo descaso do governo. Constatamos também que os assentados necessitam de posto médico na comunidade; escolas de Ensino Fundamental (séries finais); assistência técnica eficaz. A principal reivindicação dos assentados, sem dúvida, é o urgente loteamento dos mais e 2.000 hectares vizinhos à APA da Lagoa de Itaparica, o qual aguarda a licença ambiental por parte dos órgãos competentes. Feito isso, os assentados poderão criar seus animais e cultivar as suas lavouras de forma eficiente, contribuindo para a melhoria dos índices sociais do assentamento, do município de Xique-Xique, e, consequentemente, do estado da Bahia e do Brasil. Da forma que se encontram os assentamentos rurais no município estudado, podemos inferir que o Estado assenta as famílias, mas não proporciona a infraestrutura mínima para a sobrevivência com dignidade e respeito. Este fato nos faz crer que o Estado deixa a desejar no processo de reforma agrária no Brasil, induzindo a opinião pública a pensar no fracasso dos assentamentos rurais, abrindo margem para o descrédito deste tipo de política pública. Todavia, a iniciativa privada entra com força, dando abertura para os latifundiários do agronegócio, concentrar a terra e a renda, causando a monopolização da terra pelo capital ou a territorialização do capital no campo, onde lhes interessa, mais recentemente no vale do São Francisco. Historicamente, as atividades arroladas no campo são feitas pelos homens, onde os mesmos se ocupam das tarefas ditas pesadas, por causa da sua formação biológica, enquanto as mulheres se encarregam de cuidar das tarefas domésticas e dos filhos. Mas, essas características estão mudando no contexto da sociedade atual, no qual as mulheres estão gradativamente ganhando mais espaço no mercado de trabalho, até mesmo em atividades ditas masculinas, como a construção civil, por exemplo. Percebemos nas conversas informais, bem como nas observações e aplicação de questionários que 48% desses assentados sobrevivem, acima de tudo, da quantia obtida com o programa de renda mínima do governo Federal, o Bolsa Família. Isso mostra a importância desse programa para os assentados manterem a soberania alimentar de suas famílias. Quantidade expressiva, ou seja, 33% dos assentados responderam possuir como auxílio governamental o Seguro Defeso ou Seguro Desemprego, como dizem os pescadores da região de Xique-Xique, recebido durante a época de reprodução ou desova dos peixes, a piracema. O Seguro Defeso atualmente corresponde a 4 (quatro) salários mínimos durante o período em que a pescaria fica parada, ou seja, entre os meses de Novembro a Fevereiro. Essa característica citada anteriromente demonstra a íntima relação dos assentados com a Lagoa de Itaparica, pois é dela que eles extraem o seu principal sustento. Estes peixes são vendidos para complemento da renda, e, muitas vezes, são doados pelos que pescam para outros assentados, evidenciando o caráter solidário entre os projetos de reforma agrária, em um mundo capitalista tão mesquinho e individualista em que estamos inseridos. Aspectos sociais e políticos Uma quantia significativa 19%, possuem renda através da aposentadoria, seja por invalidez, por tempo de serviço ou por idade, de acordo com Vandú, morador antigo do povoado Saco dos Bois, vizinho ao assentamento: “os mais velhos estão sustentando os mais novos por aqui...” . Tais dados se apresentam nos Gráficos 01 e 02, a seguir: Gráfico 01. Tipo de auxílio Gráfico 02. Renda mensal por família 48% 33% 19% Auxílio Governamental Bolsa Família Seg. Defeso Aposentadoria 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Menos de 1 salário mínimo de 1 a 2 Salários mínimos de 2 a 4 Salários mínimos mais de 4 salários mínimos Os movimentos sociais tem importância imprescindível para a formação do espaço brasileiro, dentre os quais destacamos os movimentos de luta pela terra, sejam eles velhos ou novos movimentos sociais (FOSCHIERA, 2010), estes são importantíssimos para a formação da mentalidade da sociedade, na busca da conquista de um espaço mais justo e solidário. No processo de luta pela terra que antecedeu a criação do assentamento pesquisado, poucos dos assentados participaram desse movimento. Dos que participaram, apenas 22% estavam ligados a algum movimentosocial, enquanto a esmagadora maioria 78% não participaram de movimento algum. Este acontecimento talvez esteja ligado à grande rotavidade dos assentados, visto que, das 50 famílias assentadas inicialmente, apenas 19 ainda permanecem no projeto. A primeira reunião na comunidade de Saco dos Bois, com técnicos da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola) para a criação do Núcleo de Gestão Ambiental da Lagoa de Itaparica, com ampla participação das mulheres, se deu em 11 de outubro de 2011, nesse galpão onde as famílias se reúnem eventualmente para discutir assuntos ligados a própria comunidade, fato que demonstra uma certa esperança de ações participativas comunitárias. Conforme se pode ver nas figuras 03 e 04, a seguir: Figuras 03 e 04. Reunião da Comunidade Saco dos Bois Fonte: autor da pesquisa Nas ultimas décadas, a mídia vem influenciando cada vez mais no modo de vida das pessoas, e, sobretudo, na sua forma de pensar. Dessa forma, os líderes dos movimentos socias, são tachados como desordeiros e disseminadores da discórdia na sociede que está sujeita a informações simultâneas, as quais são manipuladas para atender interesses específicos das classes hegemônicas. Daí movimentos de luta pela terra como o MST, que se caracterizam como “novos movimentos sociais” estarem inteligados com outros organizações sociais como a CPT, o MAB, a via campesina, os seringueiros, dentre outros, contribuindo para a resistência no campo e formação de massa crítica frente à correnteza imposta pelo modo de produção captalista dominante (FOSCHIERA, 2010 op cit). Neste contexto, 83% dos assentados da Lagoa de Itaparica são a favor da luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), enquanto os 17% restantes demonstraram ser contra ou não souberam opinar sobre o assunto. Esse fato registra que, apesar da baixa escolaridade dos trabalhadores rurais, eles demonstram politização em relação ao processo histórico de luta pela terra no Brasil, através do maior movimento social do Brasil e um dos maiores do mundo. Desde o início deste projeto de pesquisa, houve a preocupação em levantar dados sobre os meios de sobrevivência desses assentados, assim, a venda de excedentes poderia contribuir com a melhoria de vida das famílias. No entanto, ao serem questionados sobre os produtos que conseguem comercializar, as respostas se inclinam para o fato de não comercializarem nada (56%) ou dispõem da possibilidade de comercializar o pescado da Lagoa de Itaparica (28%), a venda de produtos provenientes da agropecuária é incipiente com relação a esses outros dois fatores. Isto reforça o argumento de que, esses assentados sem terra para plantar e criar animais, estão vivendo maioritariamente dos benefícios oriundos dos programas sociais em aplicação e é neste sentido que se defende a necessidade de investimentos a ser aplicados para que estes camponeses pudessem trabalhar a terra e não viver do assistencialismo. Podemos inferir que o grande culpado pelo pouco desenvolvimento deste projeto de assentamento é o Estado, que não garante a estrutura mínima de sobrevivencia para os assentados, e, elabora projetos mal feitos, sem o planejamento adequado. Assim, temos algumas indagações a fazer: por que criar um assentamento sem infra-estrutura? Seria uma forma de legitimar o fracasso dos PAs de Reforma Agrária e corroborar com a desorganização dos movimentos de luta pela terra? Seria também uma maneira de ludibriar a opinião pública e não realizar a reforma agrária no país? Alguns questionamentos para serem respondidos, necessitam de estudos mais aprofundados. Por isso, enchergamos estas indagações sobre as contradições que envolvem as questões agrárias no Brasil, não como algo pronto e acabado, mas acima de tudo, como uma provocação ao poder público nas três esferas de governo, e, sobretudo aos assentados para buscarem seus direitos. Outros aspectos devem ser observados, pois, de acordo com o Gestor das APAs Dunas e Veredas do Baixo Médio São Francisco e Lagoa de Itaparica, Carlos Marçal, os principais impactos ambientais ocorridos na Lagoa de Itaparica são: retirada ilegal de areia, desmatamento, caça e pesca predatória. Como podemos observar nas imagens abaixo, pescadores em atividade, tendo o gestor da APA (camisa branca e óculos escuros) em campanha de conscientização com pescadosres nas margens da Lagoa, alertando sobre o perigo do uso de malhas finas de naylon abaixo da bitola, para a captura de especies menores do que o permitido por lei. Figuras 05 e 06. Pescadores em atividade – entorno Lagoa de Itaparica Fonte: www.viagemnosaofrancisco.blogspot.com Os aspectos da vegetação de carnauba margeando a Lagoa de Itaparica, como se pode observar abaixo, nos fornecem material suficiente para defender uma urgente gestão na área, pelo que se pode recomendar a criação de uma Reserva Extrativista (Resex). Ademais, como já foi dito anteriormente, os assentados não possuindo seus lotes para plantar, estão utilizando espaços ligados ao entorno da Lagoa, para o cultivo de melancia, abóbora, feijão e milho durante a vazante da mesma, bem como para a criação de suinos e ovinos. Figuras 07 e 08 Vegetação de Carnaúba – margens da Lagoa de Itaparica Fonte: autor da pesquisa. Tendo em evidencia os carnaubais, reforça a idéia da tomada de medidas urgentes para a distribuição de lotes aos assentados para desenvolverem a agricultura e sua pequena criação de animais, com um planejamento adequado salvaguardando o entorno da Lagoa e dando condições de vida digna às famílias que aí vivem. Conclusões Sobre as potencialidades naturais de Xique-Xique, Aziz Ab’Sáber (2003) já recomendava o turismo como alternativa para a região, com fins de recreação e lazer. Conforme esse autor, no município encontra-se o mais importante psamobioma do interior do Brasil e enfatiza: “...para falar no mais importante psamobioma do interior brasileiro, constituído pelo paleocampo de dunas quaternário da região de Xique-Xique e este espaço pode, também, ser incorporado para a pesquisa científica”. Com tantos atributos, fica o desafio ao município de Xique-Xique em adotar práticas endógenas e centrípetas, as quais necessitam ser pensadas levando em consideração os anseios do local, com ampla participação popular, para que tenha um futuro promissor. Assim, como alternativas para o desenvolvimento do assentamento pesquisado, propomos a criação de áreas para a prática do ecoturismo, do geoturismo, do turismo pedagógico e científico na Lagoa de Itaparica, e no paleocampo de dunas, com a posterior valorização da cultura e do artesanato local. É bom deixar claro que qualquer planejamento turístico vindouro necessita abranger os anseios da população afetada, desde o processo do planejamento, até a consolidação da atividade, tal como se reportam Barbosa e Moura (2009). Para tanto, é imprescindível que o município seja visto também como base para o empreendedorismo competitivo, mais evidente no mundo a partir da década de 1970 aos dias atuais. No bojo do processo, em se tratando de Xique-Xique, para que se efetive uma eficaz política de desenvolvimento municipal, torna-se imprescindível o rompimento do apadrinhamento e do parentesco enraizado na política nacional, que se reflete na política regional e local, dando lugar ao empreendedorismo competitivo e participativo. Notas ________________ 1.Railton do Nascimento Barbosa, licenciado em Geografia pela Universidade Federal da Bahia – Campus de Barreiras (BA). Professor de Geografia no ensino fundamental e médio na cidade de Barreiras.2.Janes Terezinha Lavoratti, Doutora em Geografia pela Universidade de Córdoba/Espanha professora adjunta da Universidade Federal da Bahia – Curso de Geografia, Campus de Barreiras (orientadora). Referências AB’ SÁBER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. Ateliê editorial: São Paulo, 2003 BARBOSA, Railton do Nascimento e MOURA, Edson Bezerra de. O fenômeno turismo e suas repercussões espaciais na cidade da Barra (BA). In MARTINS, Dimas et al. (org.) Diversidade e convivência: vencendo desafios. Edufba, Salvador, 2009. p. 27 – 42. CAMELO FILHO, J. V. A dinâmica política, econômica e social do rio São Francisco e do seu vale. Revista do Departamento de Geografia, 2005 n. 17, p. 83-93. FOSCHIERA, Antônio Atamis. Movimentos Sociais: novos rumos? In: THOMAZ JÚNIOR, Antônio e FRANÇA JÚNIOR, Luzimar Barreto. Geografia e Trabalho no Século XXI. Presidente Prudente: Centelha, 2010. LAVORATTI, J. T. Alternativas socioeconômicas no desenvolvimento regional: aspectos relativos ao espaço rural. I Seminário de Cultura, Memória e Sociedade. Santo Antonio de Jesus (BA), 01 a 03 de Agosto de 2006. p. 220 – 239. MACHADO NETO, Cassimiro. Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique – Chique (História de Chique – Chique). 1a ed., Xique – Xique, Edição do Autor, 1999. OLIVEIRA, A. Umbelino de. O campo brasileiro no final dos anos 80. In: STÉIDILE, J. 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