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Monografia CONSIDERAÇÕES SOBRE A USINA II DA SAMARCO MINERAÇÃO S/A Autor: Wanderson Nazareno de Carvalho Orientador: José Aurélio Medeiros da Luz Fevereiro/2010 Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas Departamento de Engenharia de Minas Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral – PPGEM Pós-Graduação Lato Senso em Beneficiamento Mineral – PGBM CONSIDERAÇÕES SOBRE A USINA II DA SAMARCO MINERAÇÃO S/A Wanderson Nazareno de Carvalho Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia Mineral – PPGEM Pós-Graduação Lato Senso em Beneficiamento Mineral – PGBM Orientador: Prof. José Aurélio Medeiros da Luz Ouro Preto Universidade Federal de Ouro Preto 2010 Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas Departamento de Engenharia de Minas Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral – PPGEM Pós-Graduação Lato Senso em Beneficiamento Mineral – PGBM iii DEDICATÓRIA À minha esposa Elaine Cristina, pela compreensão e apoio. iv AGRADECIMENTOS À Samarco Mineração S.A. pelo apoio, subsídio e constante incentivo ao estudo e desenvolvimento pessoal e profissional de seus funcionários. A Joaquim Donda pela co-orientação. Às equipes dos laboratórios de Controle de Processo e Químico pela execução e coordenação dos ensaios e análises laboratoriais. À ABM e UFOP pela oportunidade de engrandecimento científico. Ao meu orientador, Prof. José Aurélio Medeiros da Luz, pelo apoio e brilhante orientação ao longo da pesquisa. À Renato Araujo, companheiro de Jornada, pelo grande incentivo. À Antonio Claret pelo companheirismo. A todos aqueles que direta ou indiretamente colaboraram para a execução desse trabalho. v RESUMO O presente trabalho investigou o circuito do segundo concentrador da Samarco Mineração S/A, buscando conhecer os equipamentos e as características do circuito de tratamento, incluindo cálculo da recuperação metálica global. Para tal foram utilizados dados disponibilizados e amostras dos produtos da Samarco. Essas amostras foram coletadas nos seguintes pontos: alimentação, underflow e overflow dos seguintes equipamentos, seguindo a rota de processo, a saber: hidrociclone primário, hidrociclone raspador, limpador, deslamador, bancos de flotação convencional, hidrociclone secundário 2º Estágio, espessador de concentrado, espessador de rejeito, e espessador lama. Em seguida determinaram-se as análises granulométrica, química, mineralógica, bem como o grau de liberação e a recuperação metálica. O presente trabalho concluiu que a Samarco Mineração S/A, isso desenvolveu um concentrador capaz de processar de forma muito satisfatória Itabiritos pobres, que possuem contaminantes como: fósforo e perda por calcinação elevadas. vi ABSTRACT This work investigated the Samarco’s second new iron ore concentrator, aiming to study processing equipment and circuit features, including the calculation of global metal recovery for the new plant. For such a task, data available were used and sampling of materials and products was performed. The samples were collected at the feed, underflow and overflow of the following equipment, according to the processing route, namely: primary hydrocyclones, rougher hydrocyclones, desliming hydrocyclones, mechanical flotation banks, secondary hydrocyclones, concentrate thickener, tailings thickener and slime thickener. Particle size analysis, chemical and mineralogical analysis and liberation study were made. After all metallurgical recovery was calculated. This study concluded that Samarco has developed a new concentration plant that processes very satisfactorily poor itabirites with contaminants such as phosphorus and displaying high loss on ignition. vii SUMÁRIO CAPÍTULO 1 – Introdução ----------------------------------------------------------------------------- 1 CAPÍTULO 2 – Relevância e objetivo --------------------------------------------------------------- 4 CAPÍTULO 3 – Processo produtivo Samarco------------------------------------------------------ 5 3.1 – Principais características de processo--------------------------------------------------------7 3.2 – Geologia do minério de ferro da mina de Alegria ------------------------------------------9 3.3 – Sistema de alimentação-------------------------------------------------------------------------12 3.4 – Instalação de peneiramento e britagem ---------------------------------------------------13 3.4 – Concentrador --------------------------------------------------------------------------------------17 3.4.0 – Circuito------------------- -----------------------------------------------------------------17 3.4.1 – Moagem primária -----------------------------------------------------------------------17 3.4.2 – Deslamagem ----------------------------------------------------------------------------18 3.4.3 – Condicionamento -----------------------------------------------------------------------21 3.4.4 – Flotação convencional ----------------------------------------------------------------21 3.4.5 – Moagem secundária - -----------------------------------------------------------------23 3.4.6 – Circuito de flotação em colunas ------------------------------- --------------------24 3.4.7– Espessamento----------------------------------------------------------------------------26 CAPÍTULO 4 – Revisão bibliográfica ---------------------------------------------------------------27 4.1 – Os bens minerais e atividade mineradora--------------------------------------------------27 4.2 – Minério de ferro------------------------------------------------------------------------------------28 4.3 – Geologia do minério de ferro da Mina de Alegria-----------------------------------------29 4.4 – Hematita, Martita, Magnetita, Goethitaferro -----------------------------------------------31 4.4.1 – Hematita e Martita (Fe2O-------------------------------------------------------------31 4.4.2 – Magnetita (Fe3O4) ---------------------------------------------------------------------32 4.4.3 – Goethita (FeO.OH)--------------------------------------------------------------------- 33 4.5 – Tratamento de minério---------------------------------------------------------------------------35 4.5.1– Requisitos fundamentais do tratamento de minérios---------------------------38 4.6 – Amostragem----------------------------------------------------------------------------------------40 4.6.1– Características de um plano de amostragem------------------------------------ 44 4.6.2– Tipos de amostragem-------------------------------------------------------------------44 4.6.2.1–Amostragem sistemática-------------------------------------------------------------44 4.6.2.2–Amostragem estratificada------------------------------------------------------------44 4.6.2.3–Amostragem Aleatória ---------------------------------------------------------------44 4.6.3–Erro de amostragem--------------------------------------------------------------------------- 45 4.7 – Microscopia ótica----------------------------------------------------------------------------------46 viii 4.8 – Análise química------------------------------------------------------------------------------------46 4.8.1– Espectrometria de absorção atômica-----------------------------------------------46 4.8.2– Determinação química------------------------------------------------------------------474.9– Granulometria---------------------------------------------------------------------------------------47 4.10–Hidrociclone----------------------------------------------------------------------------------------48 4.10.1– Histórico dos hidrociclones-----------------------------------------------------------49 4.10.2– Forças em um hidrociclone-----------------------------------------------------------50 4.11– Quantificação das operações de concentração------------------------------------------52 4.12– Flotação de minério de ferro------------------------------------------------------------------54 4.13–Condições para flotação------------------------------------------------------------------------57 4.14–Aspectos gerais sobre reagentes-------------------------------------------------------------60 4.15– Mecanimos de ação dos reagentes---------------------------------------------------------61 4.16– Mecanismo de interação dos reagentes---------------------------------------------------62 CAPÍTULO 5 – Metodologia --------------------------------------------------------------------------65 5.1 – Tipo de Pesquisa--------------------------------------------------------------------------------- 65 5.1.1 – Composição e preparação das amostras----------------------------------------66 5.1.2 – Caracterização de cada amostra------------------------------------------------- -66 5.2 – Análise granulométrica--------------------------------------------------------------------------66 5.3 – Análise química------------------------------------------------------------------------------------67 5.4 – Microscopia óptica de luz refletida por faixa-----------------------------------------------67 CAPÍTULO 6– Resultados e discussões ------------------------------------------------ -------- 68 6.1 – Comparação entre o circuito da Samarco e circuito clássico de Beraldo----------68 6.2 – Porcentagem de sólidos e química completa----------------------------------------------69 6.3 – Recuperação do processo----------------------------------------------------------------------70 6.4 – Granuloquímica------------------------------------------------------------------------------------71 6.5 – Limpeza e deslamagem-------------------------------------------------------------------------73 6.6 – Rejeito e concentrado----------------------------------------------------------------------------74 6.7 – Mineralogia e Grau de liberação--------------------------------------------------------------77 CAPÍTULO 7 – Conclusões ---------------------------------------------------------------------------78 CAPÍTULO 8 – Sugestões para trabalhos futuros --------------------------------------------- 79 CAPÍTULO 9 – Referências bibliográficas ------------------------------------------------------- 80 ix LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 _ Circuito clássico -------------------------------------------------------------------------2 Figura 1.2 _ Arranjos utilizados para circuitos------------------------------------------------------2 Figura 2.1 – Preço do minério de ferro --------------------------------------------------------------4 Figura 3.0 – Quadrilátero ferrífero---------------------------------------------------------------------5 Figura 3.1 – Projeto do concentrador-----------------------------------------------------------------6 Figura 3.2 – Projeto do concentrador em corte ----------------------------------------------------8 Figura 3.3 – Alimentação-------------------------------------------------------------------------------12 Figura 3.4 – Sistema de alimentação de AL norte-----------------------------------------------13 Figura 3.5 – Britagem do segundo concentrador de Germano------------------------------15 Figura 3.6 – Balanço de massa da britagem-----------------------------------------------------15 Figura 3.7 – Projeto do peneiramento--------------------------------------------------------------16 Figura 3.8 – Projeto da britagem--------------------------------------------------------------------16 Figura 3.9– Circuito de moagem primária do novo concentrador---------------------------18 Figura 4.0 – Circuito de deslamagem--------------------------------------------------------------19 Figura 4.1 – Fluxograma da flotação mecânica do novo Concentrador ------------------22 Figura 4.2 – Circuito de colunas adotado no estudo de viabilidade------------------------24 Figura 4.3 – Localização do Complexo Alegria--------------------------------------------------30 Figura 4.4 – Influência da mineralogia nas diversas etapas de tratamento--------------30 Figura 4.5– Fluxograma típico de um circuito de cominuição de minério-----------------37 Figura 4.6– Análise de Vício: Amostragem Automática x Amostragem de Referência 42 x Figura 4.7– hidrociclone típico-----------------------------------------------------------------------50 Figura 4.8– Forças intervenientes na operação de um ciclone ----------------------------51 Figura 4.9– Separação entre duas espécies (concentração)---------------------------------52 Figura 5.0: Recuperação metálica na concentração--------------------------------------- ----54 Figura 5.1– Proporção monoamina ideal----------------------------------------------------------55 Figura 5.2– Circuito de flotação----------------------------------------------------------------------56 Figura 5.3– Circuito de flotação Samarco---------------------------------------------------------56 Figura 5.4–Liberação de minerais-------------------------------------------------------------------57 Figura 5.5–Recobrimento de uma partícula por lamas de outro mineral------------------58 Figura 5.6–Probabilidade de flotar uma partícula em função do tamanho----------------58 Figura 5.7– Dispersão de partículas a partir da regulagem do pH--------------------------58 Figura 5.8– Taxa de alimentação e teor de SiO2 no concentrado---------------------------59 Figura 5.9–Processo de flotação---------------------------------------------------------------------60 Figura 6.0– Paragenese de Fitch61Figura 6.1 – Fluxograma da britagem----------------68 Figura 6.2 – Fluxograma da concentração--------------------------------------------------------69 Figura 6.3 – Deslamagem e Flotação---------------------------------------------------------------70 Figura 6.4– Recuperação Realizada x Programada--------------------------------------------70 Figura 6.5– Overflow hidrociclone Primário-------------------------------------------------------72 Figura 6.6– Alimentação da Flotação Convencional--------------------------------------------72 Figura 6.7– Granulometria hidrociclone Limpador-----------------------------------------------74 Figura 6.8– Granulometria hidrociclone Deslamador-------------------------------------------74 xi Figura 6.9– Alimentação espessador de rejeito--------------------------------------------------76 Figura 7.9– Alimentação espessador de concentrado------------------------------------------76 xii LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 – Premissas operacionais - concentração --------------------- ------------------- 7 Tabela 3.2 – Teores e recuperações previstos-------------------------------------------------- 7 Tabela 3.3 – Especificações para os principais produtos do Concentrador Samarco---------------------------------------------------------------------------------------------------- 8 Tabela 3.4 – Composição mineralógica dos minérios de ferro das minas de Alegria 1/2/6 ---------------------------------------------------------------------------- 10 Tabela 3.5 – Composição mineralógica dos minérios de ferro das minas deAlegria 3/4/5 ---------------------------------------------------------------------------- 10 Tabela 3.6 – Composição mineralógica dos minérios de ferro da mina de Alegria 9 --------------------------------------------------------------------------------- 11 Tabela 3.7 – Característica das colunas de flotação-------------------------------------------20 Tabela 3.8 – Configurações dos hidrociclones usina II -----------------------------------20 Tabela 3.9 – Características dos moinhos secundários--------------------------------------23 Tabela 4.0 – Característica das colunas de flotação-------------------------------------------23 Tabela 4.1– Parâmetros operacionais dos espessadores-----------------------------------26 Tabela 4.2 –Tabela para determinação do número de incrementos-----------------------41 Tabela 4.3–% Sólidos, química completa---------------------------------------------------------69 Tabela 4.4– Química completa e granulometria série fina do hidrociclone primário--71 Tabela 4.5– Química completa e granulometria série fina da alimentação da flotação convencional ---------------------------------------------------------------------------------71 Tabela 4.6–Granulometria série fina do hidrociclone limpador-----------------------------73 Tabela 4.7–Granulometria série fina do hidrociclone deslamador-------------------------73 Tabela 4.8–Granuloquímica da alimentação do espessador de rejeito-------------------75 xiii Tabela 4.9–Granuloquímica da alimentação do espessador de concentrado-----------75 Tabela 5.0–Mineralogia parcial-----------------------------------------------------------------------77 Tabela 5.1–Grau de liberação------------------------------------------------------------------------77 1 CAPÍTULO 1 – Introdução A Samarco iniciou suas operações em 1977 e, hoje, sua capacidade anual de produção é de 24 milhões de toneladas de concentrado, sendo que, 16,5 milhões de toneladas são produzidas pelo concentrador I e 7,5 milhões de toneladas do concentrador II. Destaca-se no setor de minério de ferro pelo pioneirismo e investimento em tecnologia de ponta. Foi a primeira empresa no Brasil a exportar concentrados de itabirito, um minério que era descartado como rejeito por possuir baixo teor de ferro. Atualmente o controle acionário da Samarco pertence à BHP Brasil, do grupo australiano The Broken Hill Proprietary (BHP), com 50 % das ações e a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), também com 50 % das ações. Seu minério é extraído no complexo das minas de Alegria, processado em Germano, transportado por mineroduto (o maior do mundo, com aproximadamente 396 km de extensão até o porto marítimo de Ponta de Ubu. As atividades da empresa realizadas de forma integrada são divididas em lavra, beneficiamento, transporte, pelotização e embarque. Na etapa de beneficiamento a cominuição é de extrema importância para obter a liberação o mineral últil que será coletado nas etapas seguintes de deslamagem e flotação, conhecer as etapas de processo torna-se necessário para garantir melhor eficiência. Segundo (LUZ, A. B.; POSSA, M. V.; ALMEIDA, S. L.M. 1998, p. 4.) Em um fluxograma de beneficiamento de minérios as operações unitárias são assim classificadas; cominuição (britagem e moagem), separação por tamanhos,(peneiramento e classificação), concentração gravítica,(agnética,eletrostática,flotação),desaguamento (espessamento , filtragem), secagem . Segundo (Beraldo,J. L. 1983, p. 4.).“ Um circuito de processamento de minério de forma geral , na britagem é fechado com peneiras e na moagem com classificadores, em destaque os hidrociclones .” Dessa forma, conforme figura 1 o minério passa por um peneiramento, uma britagem primária, segundária , terciária, ou quaternária dependendo do tipo de minério, em seguinda passa por um moinho de barras ou de bolas, classificação e moagem novamente. 2 Figura 1.1 – Circuito clássico de circuito de beneficiamento de minério com flotação em espuma Segundo Kelly & Spotswood (2007, P.226), “Para que os hidrociclones sejam dispostos antes ou depois dos moinhos depende das características de liberação do minério “. Conforme figura 1 3 Os principais métodos de concentração aplicados industrialmente para o tratamento de minério de ferro são os métodos densitários (ou gravíticos), magnéticos e a flotação catiônica reversa, sendo o último o principal método, mundialmente utilizado. No Brasil, a Samarco é pioneira no uso desse método de concentração. A flotação catiônica reversa é realizada em meio aquoso e são utilizadas as diferentes características de superfície dos minerais para promover a separação entre os minerais de ferro e a ganga. Nesse método, coleta-se a ganga silicática na espuma e mantém-se em polpa os minerais de ferro. Para que tal separação ocorra, deve-se conhecer as características físico-químicas do minério buscando desenvolver um processador adequado. Inserido nesse contexto, pretende-se com este trabalho conhecer a rota de processo do novo concentrador da Samarco, buscando se analisar equipamentos de moagem, deslamagem e flotação, com a devida recuperação metálica nos processos individuais, comparando a recuperação global realizada e planejada. Para tal, foi necessário analisar dados obtidos com uma amostragem na usina II. 4 CAPÍTULO 2 – Relevância e objetivo Em 2009, a atividade mineira apresenta cenário de queda acentuada na demanda e início de um processo de crise, que interrompe, adia e reduz projetos e investimentos no setor. Observa-se na figura 3 a variação do preço do minério de ferro que queda em 2009. Figura 2.1 – Preço do minério de ferro Fonte secundária Sendo assim, manter a qualidade e o custo baixo é um diferencial para ser competitivo no mercado, então torna-se fundamental conhecer bem o a rota de processo de tratamento de um devido bem mineral ao qual se deseja extrair o material útil de forma consciente, com recuperação adequada. Neste caso, o objetivo dessa pesquisa é estudar o circuito do segundo concentrador da Samarco Mineração S/A, identificando, equipamentos utilizados, com as respectivas recuperações metálicas e comparar o circuito em questão com o circuito proposto por (Beraldo,J. L. 1983, p. 4.). 5 CAPÍTULO 3 – Processo produtivo da Samarco A Samarco é uma joint venture, em operação desde 1977, cujos acionistas são Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e Broken Hill Property Billiton (BHP Billiton), cada uma detendo 50,0 % do capital acionário. É a empresa de mineração pioneira no Brasil na concentração de itabirito por flotação, um minério que no passado não era explotado devido ao baixo teor de ferro e a granulometria fina. Trata-se de um processo integrado com operações em dois estados brasileiros. Na unidade de Germano, localizada no município de Mariana-MG, são realizadas as operações de lavra e de beneficiamento. Na unidade de Ponta de Ubu, localizada no município de Anchieta-ES, são realizadas as operações de pelotização, estocagem e embarque. As duas unidades são interligadas por um mineroduto de 396,0 km de extensão. Conforme figura 3.1 observa-se sua localização no Quadrilátero ferrífero. Figura 3.0 – Quadrilátero ferrífero 6 O Novo processador tem capacidade para 7,5 milhões de toneladas anuais de concentrado. Apresenta as seguintes características: Simples e seguro: com minimização de etapas de processamento, de modo a tornar fácil de operar e de se efetuar manutenção. Compacto: Somente uma linha de deslamagem e flotação, poucas tubulações, redundância apenas em bombas (Resultado de 30anos de experiência e aprendizado). Pequena quantidade de equipamentos: Unidades capazes de processar altas taxas de alimentação em função de equipamentos de grande porte. Busca-se maximização de recuperações e baixo consumo de reagentes. Utilização intensiva de instrumentos tais como analisador de partículas automáticos e análise por raios X em linha (PSI, RX on line), etc. Buscou-se máximo cuidado com meio ambiente, com recirculação de material de piso e maior recirculação de água, em relação à planta anterior. Figura 3.1 – Projeto do concentrador 90 000 6 3 00 0 VEM DA PILHA PULMÃO MOINHOS PRIMÁRIOS 18”X 33” MOINHOS SECUNDÁRIOS 18’X 40’ SEÇÃO FLOTAÇÃO SEÇÃO CICLONAGEM SECÇÃO MOAGEM FLOTAÇÃO MECÂNICAFLOTAÇÃO COLUNAS 90 000 6 3 00 0 VEM DA PILHA PULMÃO MOINHOS PRIMÁRIOS 18”X 33” MOINHOS SECUNDÁRIOS 18’X 40’ SEÇÃO FLOTAÇÃO SEÇÃO CICLONAGEM SECÇÃO MOAGEM FLOTAÇÃO MECÂNICAFLOTAÇÃO COLUNAS 7 3.1 – Principais características de processo Capacidade: 7,5 milhões de toneladas anuais de concentrado, 2 moinhos primários de 5,5 m por 10,0 m (18 x 33 pés), 2 moinhos secundários de 5,5 m por 12,2 m (18 x 40 pés), células mecânicas de 70 m3, Espessamento de rejeitos e utilização de espessadores tipo Hi-rate;, 5 seções: britagem, moagem, ciclonagem, flotação e espessamento. As premissas operações são: 45 % Fe na alimentação, 67 % de Fe no concentrado, 1,0 % de SiO2, 55 % recuperação em massa, 82 % de recuperação metálica. Tabela 3.1 – Premissas operacionais - concentração Tabela 3.2 – Teores e recuperações previstos 7.500.000 TMSc/anoProdução anual de concentrado 95%Rendimento operacional 1640 TMS/hTaxa de alimentação moagem 82%Recuperação metálica 55%Recuperação em peso 45% FeTeor de alimentação 76% Samarco Remanescente, 24% Fazendão Mix de minérios 7.500.000 TMSc/anoProdução anual de concentrado 95%Rendimento operacional 1640 TMS/hTaxa de alimentação moagem 82%Recuperação metálica 55%Recuperação em peso 45% FeTeor de alimentação 76% Samarco Remanescente, 24% Fazendão Mix de minérios 82,0055,00Global 25,0Rejeito 1,067,2Concentrado 97,9994,79 64,8Alimentação Flotação Colunas 8,2Rejeito 4,064,8Concentrado 93,363,73 44,4Alimentação Flotação Convencional 51,0Lama 44,4Underflow 89,6990,91 32,045,0Overflow Deslamagem Recuperação Metálica Recuperação Peso SiO2Fe Ponto de Amostragem Etapa 82,0055,00Global 25,0Rejeito 1,067,2Concentrado 97,9994,79 64,8Alimentação Flotação Colunas 8,2Rejeito 4,064,8Concentrado 93,363,73 44,4Alimentação Flotação Convencional 51,0Lama 44,4Underflow 89,6990,91 32,045,0Overflow Deslamagem Recuperação Metálica Recuperação Peso SiO2Fe Ponto de Amostragem Etapa 8 Figura 3.2 – Projeto do concentrador em corte O processo de produção da Samarco total, considerando as duas usinas, resulta 24 milhões de toneladas de concentrado por ano, utilizado para a produção de pelotas e de finos (pellet feed + pellet screenings). As pelotas representam, aproximadamente, 90,0 % dos produtos comercializados. Toda produção é destinada ao mercado internacional. Atualmente são produzidos, na unidade de Germano, dois tipos de concentrado: CNS (concentrate normal silica) para fabricar pelotas para alto-forno e CLS (concentrate low silica) para redução direta. As especificações desses concentrados são mostradas na tabela 3.1: Tabela 3.3 – Especificações para os principais produtos do Concentrador da Samarco Tipo de produto % SiO2 (média) % P (máximo) % 74 µµµµm (máximo) % 44 µµµµm (média) Superfície específica Blaine (cm2/g) (média) Concentrado CNS 1,68±0,12 0,050 3,50 88,20±0,96 1750±75 Concentrado CLS 1,06±0,08 0,043 3,00 88,20±1,00 1750±81 9 3.2 – Geologia do minério de ferro da mina de Alegria Atualmente a Samarco possui três minas em operação. Essas são denominadas Alegria 1/2/6, Alegria 3/4/5 e Alegria 9. O ferro ocorre em uma espessa sequência de formações ferríferas sedimentares metamorfizadas em itabirito denominada banded iron formation (BIF). Os principais minerais de ferro são: hematita, goethita, hematita especular e magnetita. Na gênese do minério, o quartzo e os silicatos foram removidos da superfície por intemperismo devido à lixiviação preferencial da sílica, o que levou, , à uma concentração dos óxidos de ferro no minério residual. Os minérios de ferro das minas de Alegria 1/2/6, Alegria 3/4/5 e Alegria 9 são classificados em diversos tipos de minérios itabiríticos. Em Alegria 3/4/5 ocorrem no topo da formação ferrífera: 1) itabiritos anfibolíticos e dolomíticos alterados; 2) itabiritos silicosos friáveis do tipo “chapinha”, com composição mineralógica variando de especularítico-martítico a martítico-especularítico e podendo apresentar quantidades consideráveis de goethita; 3) itabiritos especularíticos; 4) itabiritos martíticos-goethíticos; 5) itabiritos magnetíticos; 6) itabiritos goethíticos; 7) itabiritos especularíticos-goethíticos e 8) itabiritos martítico-especularítico-goethíticos. A área de Alegria 1/2/6 pode ser dividida, em termos de predominância de tipos de minério, em duas subáreas. Em Alegria 2, ocorrem itabiritos especularíticos, especularítico-goethíticos e, em menor proporção, itabiritos martíticos-especularítico- goethíticos, magnetíticos e martíticos-goethíticos. Nessa área, ocorre uma grande lente de hematita compacta, circundada por porções de hematita friável a pulverulenta (brechas), que aflora na topografia atual da mina e se estende, em profundidade, por mais de 100,0 m. Entre as áreas de Alegria 2 e Alegria 1/6, ocorre uma camada espessa de itabirito anfibolítico argiloso em contato direto (basal) com a lente de hematita descrita acima. Na área de Alegria 1/6, predominam os itabiritos martítico-especularítico-goethíticos, itabiritos martítico-goethíticos, itabiríticos anfibolíticos e itabiritos magnetíticos. A área de Alegria 9, de forma geral, apresenta os itabiritos que podem ser agrupados em três domínios geológico-tipológicos distintos: o primeiro localizado a oeste, onde se encontram os itabiritos menos hidratados e, portanto, mais especularíticos (martíticos- 10 especularíticos e especularíticos-martíticos). O segundo, localizado na região mais central, é composto principalmente por itabiritos anfibolíticos, martíticos-goethíticos e martíticos, sendo, então, um domínio mais hidratado e onde a especularita está praticamente ausente. No terceiro domínio, localizado a leste, a especularita volta a estar presente em grandes proporções, podendo chegar a ser o único mineral predominante. As composições mineralógicas dos minérios de ferro das minas de Alegria 1/2/6, Alegria 3/4/5 e Alegria 9 podem ser visualizadas nas tabelas 3.2, 3.3 e 3.4, respectivamente. Tabela 3.4 – Composição mineralógica dos minérios de ferro das minas de Alegria 1/2/6 Mineralogia Tipologia M/G A M/E/G G/M Percentual de Hematita Porosa 70,8 46,0 49,7 37,3 Percentual de Hematita Especular 4,7 2,3 29,3 12,3 Percentual de Goethita 22,1 44,7 17,8 23,9 Percentual de Magnetita 2,3 7,0 3,2 26,4 Tabela 3.5 – Composição mineralógica dos minérios de ferro das minas de Alegria 3/4/5 Mineralogia Tipologia G/M E/M/G M/E/G E/G/M M/G E Percentual de Hematita Porosa 40,1 38,6 51,9 26,0 66,2 3,8 Percentual de Hematita Especular 14,2 49,2 35,7 45,3 6,7 93,7 Percentual de Goethita 42,2 11,3 11,2 27,9 26,0 2,5 Percentual de Magnetita 3,5 0,9 1,2 0,8 1,1 0 11 Tabela 3.6 – Composição mineralógica dos minérios de ferro da mina de Alegria 9 MineralogiaTipologia M A M/E E/M 1 E/M 2 M/G Percentual de Hematita Porosa 86,4 56,6 56,5 33,9 36,1 60,3 Percentual de Hematita Especular 4,1 0,6 37,2 56,4 56,2 9,4 Percentual de Goethita 7,4 42,0 5,9 8,8 7,0 28,7 Percentual de Magnetita 2,1 0,8 0,4 0,9 0,7 1,6 Onde: A Anfibolítico E Especularítico G Goethítico M Martítico 12 3.3 – Sistema de alimentação O processo produtivo se inicia com as operações de lavra. Anualmente são lavradas cerca de 28,0 milhões de toneladas de minério itabirítico, proveniente das minas de Alegria 1/2/6, Alegria 3/4/5 e Alegria 9, pertencentes ao Complexo de Alegria, conforme ilustra a figura 3.3. As reservas da Samarco estão estimadas em 5,0 bilhões de toneladas de minério itabirítico. Figura 3.3 – Alimentação A lavra do minério é a céu aberto, com relação estéril-minério de 0,42. Por se tratar de um minério friável, o desmonte é normalmente executado por tratores de lâminas, sendo desmonte por explosivo muito pouco utilizado e ocorrendo em porções de estéril. Atualmente são utilizados dois métodos de lavra. No primeiro método, denominado convencional, as carregadeiras alimentam os caminhões que transportam o minério lavrado até os carregadores de alimentação das correias transportadoras localizadas a distâncias de, no máximo, 2,0 km das frentes de lavra. No segundo método, as carregadeiras alimentam diretamente carregadores instalados nas próprias frentes de lavra, a distâncias de transporte de, no máximo, 80,0 m. Esse método é o mais utilizado para a lavra de minério por proporcionar menores custos operacionais. 13 Figura 3.4 – Sistema de alimentação de AL norte O minério proveniente das minas de Alegria 1/2/6 e Alegria 3/4/5 é estocado em uma pilha-pulmão, com capacidade para 150.000 t. Posteriormente é transportado por um sistema de correias, com 5,5 km de extensão e capacidade nominal de 3750 t/h, até a instalação de britagem. O minério lavrado na mina de Alegria 9 também segue para a instalação de britagem através de outro sistema de correias, com 1,9 km de extensão e com a mesma capacidade. Todo material lavrado encontra-se 100,0 % menor que 150,0 mm. O teor de corte da mina está na faixa de 33,0 % de ferro. Os tipos de minério das diversas frentes de lavra são blendados para se obter um teor médio de ferro de aproximadamente 47,0 % na alimentação do concentrador. 14 3.3 – Instalação de peneiramento e britagem A instalação de britagem tem como objetivo reduzir a granulometria do minério ROM de 100,0 % menor que 150,0 mm para 98,5 % menor que 12,5 mm. A britagem é a seco, o que permite um fluxograma mais simples, conforme mostrado na figura 3.5. Consiste em um peneiramento primário em peneiras banana, em dois decks. O PASSANTE (undersize) do segundo deck é produto final; o retido (oversize) do primeiro alimenta a britagem primária, e o do segundo deck alimenta os britadores secundários. Os produtos das duas etapas de britagem retornam para a alimentação das peneiras, como carga circulante. A adoção de peneiras tipo banana é atualmente um padrão em projetos de novas instalações, já que este tipo de peneira é mais eficiente. Já se encontra estabelecida uma prática operacional de vários anos que permitirá atingir a taxa de alimentação do concentrador mesmo no período de maior intensidade de chuvas A adoção de uma pilha cônica com capacidade útil de 20 horas é um considerável fator positivo em relação à capacidade atual da pilha do tripper-car do concentrador de Germano, suficiente para 6 horas de operação. A capacidade total da pilha permitirá paradas maiores caso sejam deslocadas máquinas para empurrar o minério britado aos alimentadores. 15 Figura 3.5 – Britagem do segundo concentrador de Germano Figura 3.6 – Balanço de massa da britagem 16 Figura 3.7 – Projeto do peneiramento Figura 3.8 – Projeto da britagem 17 3.4 – Concentrador 3.4.1 – Moagem primária O circuito do novo concentrador consiste em dois moinhos de bolas em estágio único, circuito direto fechado com hidrociclones, operando em paralelo, conforme mostrado na figura 3.07. O overflow dos hidrociclones, produto final dos dois moinhos, alimenta uma única linha de processamento para as etapas de deslamagem, flotação mecânica, remoagem e espessamentos. O objetivo da moagem é reduzir a granulometria do minério proveniente da britagem que se encontra 98,5 % menor que 12,5 mm para ,78 % menor que 149 µm (malha 100). Tabela 3.7 – Características dos Moinhos Primários 5500 kWhPotência 74%% Velocidade Crítica 7,5 kWh/TMScEnergia requerida 18x33 ft (2x)Dimensões 200%Carga circulante 35%% Enchimento Borracha (Barra/Placa Simples)Revestimento Motor/Redutor (COMBIFLEX)Acionamento PolysiusFabricante 5500 kWhPotência 74%% Velocidade Crítica 7,5 kWh/TMScEnergia requerida 18x33 ft (2x)Dimensões 200%Carga circulante 35%% Enchimento Borracha (Barra/Placa Simples)Revestimento Motor/Redutor (COMBIFLEX)Acionamento PolysiusFabricante 18 Figura 3.9– Circuito de moagem primária do novo concentrador Adiciona-se solução de hidróxido de sódio na alimentação dos chamados pré-moinhos, com concentração de 20,0 % (p/v), com a finalidade de se manter a polpa em pH alcalino, minimizando-se assim a corrosão dos corpos moedores e do revestimento. Utiliza-se uma dosagem de 0,04 l/t de minério. O minério proveniente da britagem é retirado da pilha cônica por alimentadores rotativos e conduzido para a pré-moagem através de transportadores de correia. 3.4.2 – Deslamagem O circuito de deslamagem é essencialmente o mesmo do atual Concentrador de Germano, com uma etapa rougher feita em hidrociclones de 15 polegadas de diâmetro, uma etapa cleaner feita em hidrociclones de 10 polegadas e uma etapa scavenger feita em hidrociclones de 4 polegadas ou equivalente. Inicialmente foi considerada a utilização de hidrociclones de 3 polegadas na etapa scavenger. No entanto, hidrociclones modernos de 4 polegadas de diâmetro, com geometria adequada, podem “cortar” tão fino quanto os de 3 polegadas. Não haverá a etapa scavenger final, aquela feita na planta de recuperação de finos das lamas. Com a utilização de hidrociclones modernos nas etapas rougher e cleaner, que também cortam mais fino, não se justifica a ultima etapa da planta de finos, como é feita no concentrador de Germano. Desta forma Minério britado – 12,5mm Moinho Primário 2 x 18x33 pés Overflow 10% + 0,149mm 19 há também uma simplificação no fluxograma e redução significativa no investimento do novo concentrador. O circuito adotado é mostrado na figura 4.1 Figura 4.0 – Circuito de deslamagem Este circuito tem capacidade de extração de lamas suficiente para suportar as variações que normalmente ocorrem nos minérios. Para o circuito de deslamagem são os seguintes os teores adotados para o balanço de massas: Alimentação: 45,0 % Fe; Overflow (lamas): 51,0 % Fe; Underflow (alim. flotação): 44,4 % Fe Com estes teores, ter-se-ão as seguintes recuperações: Em massa: 90,91 %; Metálica: 89,69 % É adicionada soda como dispersante com a finalidade de se atingir o pH ótimo de dispersão da polpa, adiciona-se na caixa de descarga dos moinhos primários uma solução de hidróxido de sódio, com concentração de 20,0 % (p/v). A adição dessa solução favorece a dispersão das partículas, propiciando uma deslamagem eficaz. A dosagem da solução é controlada pelo pH da polpa e o grau ótimo de dispersão ocorre em uma faixa de pH entre 8,5 e 9,2 A introdução do peneiramento para extrair materiais que poderiam entupir os hidrociclones scavenger de4 polegadas será um fator positivo para a operação desta Para flotação Para espessador de lamas Overflow dos ciclones primários 15” 10” 4” Peneira de proteção Para flotação Para espessador de lamas Overflow dos ciclones primários 15” 10” 4” Peneira de proteção 20 etapa. No concentrador atual esta etapa não existe e são frequentes os entupimentos devido à presença de fragmentos de borracha, metálicos e outros. Isto provoca reduções na recuperação desta etapa e ocorre a presença de lamas na flotação, comprometendo indiretamente os resultados desta etapa, além de provocar desequilíbrios operacionais. O objetivo da etapa de deslamagem é remover as partículas menores que 10,0µm presentes no produto da moagem primária, que interferem na seletividade do processo subsequente de flotação. Tabela 3.8 – Configurações dos hidrociclones usina II . Identificação Circuito Número Seção Vórtex Ápex Observação CICLONES PRIMÁRIOS ( KREBS ) G02-05CS001 1 a 8 45pol2 10" 5" Pneu. Man. Vórtex Ápex 16 ciclones de 26" de diâmetro 8 0 14* de 10" (Aço Revest.) 32* de 5" (Bor.) G02-05CS002 1 a 8 45pol2 10" 5" 8 0 G02-06CS001 1 a 11 11pol2 4.1/2" 2.1/2 11 0 15* de 4.1/2" (Aço revest.) 22* de 2.1/2 (Bor.) CICLONES RASPADORES ( KREBS ) 22 ciclones de 15" de diâmetro G02-06CS002 1 a 11 11pol2 4.1/2" 2.1/2 11 0 Bat 01, 02, 03 41mm 13 mm 6 12 Via DT 20* de 41mm (Poli.) 50* de 13 mm (Poli.) CICLONES DESLAMADORES ( AKW ) Bat 04, 05 41mm 13 mm G02-06DT003 220 ciclones de 4" de diâmetro Bat 01, 02, 03 41mm 13 mm 6 12 Via DT 22 ciclones cada bateria Bat 04, 05 41mm 13 mm G02-06DT004 G02-06CS003 1 a 18 7.8pol2 3" 1.3/4" 19* de 2.1/2" (Açõ revest.) 36* de 1.1/2" (Bor.) CICLONES LIMPADORES ( KREBS ) 36 ciclones de 10" de diâmetro G02-06CS004 1 a 18 7.8pol2 3" 1.3/4'' G02-09CS001 1 a 12 2.1/2" 1.1/2" 4 8 32* de 3" (Aço revest.) 12* de 1.1/2" (Bor.) CICLONES SECUNDÁRIOS ( KREBS ) 56* de 1.3/4" (Bor.) 1º ESTÁGIO G02-09CS004 1 a 12 2.1/2" 1.1/2" 4 8 24 ciclones de 10" de diâmetro G02-09CS002 1 a 10 2.1/2" 1.1/2" 3 7 Via DT CICLONES SECUNDÁRIOS ( KREBS ) G02-09DT002 2º ESTÁGIO G02-09CS003 1 a 10 2.1/2" 1.1/2" 3 7 40 ciclones de 10" de diâmetro G02-09CS005 1 a 10 2.1/2" 1.1/2" Via DT G02-09DT003 G02-09CS006 1 a 10 2.1/2" 1.1/2" Obs.: *material já adiquirido na RC Nº4500050341 e Nº 4500034000 7.8pol2 7.8pol2 7.8pol2 7.8pol2 G02-06CS006 405 mm2 405 mm2G02-06CS005 SobressalentesVálvulas 21 3.4.3 – Condicionamento O objetivo da etapa de condicionamento é propiciar condições favoráveis para a adsorção do amido na superfície dos minerais de ferro. O amido é utilizado como depressor desses minerais na flotação catiônica reversa. O condicionamento é realizado em dois tanques, por linha, denominados condicionadores primário e secundário. Cada tanque possui um volume de 15,0 m3. No tanque de condicionamento primário ocorre a adição de uma solução de amido, com concentração de 5,0 % (p/v), previamente gelatinizada com uma solução de hidróxido de sódio, com concentração de 1,0 % (p/v). A dosagem praticada varia entre 350,0 g/t e 550,0 g/t. O tempo de residência da polpa nos tanques é de aproximadamente 3,0 minutos. Na saída do tanque de condicionamento secundário, adiciona-se uma solução de amina, com concentração de 3,5 % (p/v), utilizada como coletor da sílica. Visando a promover a adsorção da amina na superfície do quartzo mantém-se o pH no processo de flotação em torno de 10,0. Após o condicionamento o minério alimenta as células de flotação convencional que correspondem à primeira etapa de concentração. 3.4.4 – Flotação convencional O fluxograma da flotação mecânica do novo concentrador. São utilizadas 13 células de 70 m3, totalizando 910 m3 conforme mostrado na figura 4.3. O objetivo da etapa de flotação mecânica, denominada flotação convencional, é promover a primeira separação entre os minerais de ferro e a ganga. O fluxograma é o original do Concentrador de Germano, acrescido de uma etapa scavenger e de uma etapa em que é feita uma flotação cleaner do concentrado scavenger. Busca-se com essas alterações : • Aumentar a recuperação com a execução da operação scavenger em três etapas, uma a mais do que o circuito original e duas a mais do que é praticado atualmente. 22 • Fazer uma flotação da carga circulante antes de retorná-la para a alimentação nova do circuito. • Com o aumento do volume das células haverá também um aumento do tempo de flotação rougher+cleaner. Este aumento do tempo de flotação permitirá uma operação menos “estrangulada” destas etapas em relação ao que é atualmente praticado, com benefícios para a qualidade do concentrado e também para o rejeito, diminuindo a quantidade de minerais de ferro arrastados para a espuma. Para o circuito de flotação mecânica são os seguintes os teores adotados para o balanço de massas: Alimentação: 44,4 % de Fe; Concentrado: 64,8 % de Fe, 4 % de SiO2; Rejeito: 8,2 % de Fe. Com estes teores resultam as seguintes recuperações: Em massa: 63,73 %; Metálica: 93,30 % Figura 4.1 – Fluxograma da flotação mecânica do novo Concentrador AMINA AMIDO !"#$%&!!"#$%&!!"#$%&!!"#$%&! '(&)*&!'(&)*&!'(&)*&!'(&)*&! +'),&*$&!-.+'),&*$&!-.+'),&*$&!-.+'),&*$&!-. +'),&*$&!-/+'),&*$&!-/+'),&*$&!-/+'),&*$&!-/ +'),&*$&!-0+'),&*$&!-0+'),&*$&!-0+'),&*$&!-0 Flotação mecânica Underflow deslamagem Concentrado – moagem secundária Rejeito - barragem AMINA AMIDO !"#$%&!!"#$%&!!"#$%&!!"#$%&! '(&)*&!'(&)*&!'(&)*&!'(&)*&! +'),&*$&!-.+'),&*$&!-.+'),&*$&!-.+'),&*$&!-. +'),&*$&!-/+'),&*$&!-/+'),&*$&!-/+'),&*$&!-/ +'),&*$&!-0+'),&*$&!-0+'),&*$&!-0+'),&*$&!-0 AMINA AMIDO !"#$%&!!"#$%&!!"#$%&!!"#$%&! '(&)*&!'(&)*&!'(&)*&!'(&)*&! +'),&*$&!-.+'),&*$&!-.+'),&*$&!-.+'),&*$&!-. +'),&*$&!-/+'),&*$&!-/+'),&*$&!-/+'),&*$&!-/ +'),&*$&!-0+'),&*$&!-0+'),&*$&!-0+'),&*$&!-0 Flotação mecânica Underflow deslamagem Concentrado – moagem secundária Rejeito - barragem 23 3.4.5 – Moagem secundária O circuito selecionado consiste em dois moinhos operando em paralelo, com circuito inverso. É feita uma primeira classificação em circuito aberto e em uma segunda etapa o circuito é fechado no mesmo moinho. O material é remoído antes da alimentação das colunas. Desta forma, os seguintes fatores estão assegurados: • a passagem do quartzo pelo interior do moinho; • o circuito é mais simples, pois não haverá a necessidade de instalação de tubulações para criar circuitos alternativos e haverá menor interdependência entre os moinhos. A parada de um deles não afeta a operação do outro; • a granulometria na alimentação das colunas será mais fina; • o consumo de bolas deverá ser menor, uma vez que o teor de quartzo no interior dos moinhos será menor; • a eficiência de moagem deverá ser maior, pois não haverá moinho operando somente em circuito aberto. Taxa de alimentação = 869 t/h de concentrado. Utilizando dois moinhos = 434,5 t/h por moinho. Arredondando: 435 t/h. Tabela 3.9 – Características dos moinhos secundários 5800 kWhPotência 74%% Velocidade Crítica 12,5 kWh/TMScEnergia requerida 18x40 ft (2x)Dimensões 200%Carga circulante 33%% Enchimento Borracha (Barra/Placa Onda Dupla)Revestimento Motor/Redutor (COMBIFLEX)Acionamento PolysiusFabricante 5800 kWhPotência 74%% Velocidade Crítica 12,5 kWh/TMScEnergia requerida 18x40 ft (2x)Dimensões 200%Carga circulante 33%% Enchimento Borracha (Barra/Placa Onda Dupla)Revestimento Motor/Redutor (COMBIFLEX)Acionamento PolysiusFabricante 24 3.4.6– Circuito de flotação em colunas Comopode ser observado, o circuito é mais simples devido à retirada das colunas e da etapa de classificação em hidrociclones. Outra modificação importante foi a alimentação das colunas rougher e cleaner por gravidade, eliminando duas etapas de bombeamento. A configuração final do circuito será então, a seguinte: • 02 colunas rougher de 4,2 m de diâmetro e 14,5 m de altura; • 02 colunas cleaner de 4,2 m de diâmetro e 10,0 m de altura; • 02 células mecânicas de 42,5 m3 de volume.. Para o circuito de colunas são os seguintes os teores adotados para o balanço de massas: Alimentação: 65,0 % de Fe; Concentrado: 67,2 % de Fe, 1,0 % de SiO2; Rejeito: 25 % de Fe. Com estes teores, resultam as seguintes recuperações: Em massa: 94,79 %; Metálica: 97,99 %.Para a recuperação global do circuito do concentrador resultam os seguintes valores: Em massa = 90,91 x 63,73 x 94,79 x10-4 = 54,91 % � 55%! Metálica = 89,69 x 93,30 x 97,99 x 10-4 = 81,98% � 82% Figura 4.2 – Circuito de colunas adotado no estudo de viabilidade C o n c e n tr a d o r e m o íd o P a r a e s p e s s a d o r d e r e je it o s P a r a t a n q u e s d o m in e r o d u t o C o n c e n tr a d o r e m o íd o P a r a e s p e s s a d o r d e r e je it o s P a r a t a n q u e s d o m in e r o d u t o 25 Tabela 4.0 – Característica das colunas de flotação Nesse circuito são adicionadas uma solução de amina, com concentração de 3,5 % (p/v), na alimentação das colunas rougher e uma solução de amido com concentração de 5,0 % (p/v) nas colunas scavenger, solução previamente gelatinizada com uma solução de hidróxido de sódio, com concentração de 1,0 % (p/v). O pH da polpa na alimentação das colunas varia entre 10,0 e 10,5. NÃOÁgua de lavagem 1,85 cm/sConsumo de ar 1,84 (6 Kgf pressão)Consumo de ar 1,2 m3/h/m 424 Kg/h/mLip loading 3.500mm (do topo)Altura do tubo de alimentação 356mmTubo alimentação Vortex Flowmeter Rosemount 3”Medidor de vazão de ar 1,62 t/h/m2Carry capacity 4,5x13,0mDimensões Ultra-som + bóiaMedição de nível de espuma Injeção água/arDispositivo contra aterramento Fischer RosemountVálvula de ar Pinch Valve LAROX 8”/6”Válvula de descarga Concêntricas (3 p/ coluna)Calhas de espuma Slamjet (12 p/ coluna)Aerador CaracterísticaItem NÃOÁgua de lavagem 1,85 cm/sConsumo de ar 1,84 (6 Kgf pressão)Consumo de ar 1,2 m3/h/m 424 Kg/h/mLip loading 3.500mm (do topo)Altura do tubo de alimentação 356mmTubo alimentação Vortex Flowmeter Rosemount 3”Medidor de vazão de ar 1,62 t/h/m2Carry capacity 4,5x13,0mDimensões Ultra-som + bóiaMedição de nível de espuma Injeção água/arDispositivo contra aterramento Fischer RosemountVálvula de ar Pinch Valve LAROX 8”/6”Válvula de descarga Concêntricas (3 p/ coluna)Calhas de espuma Slamjet (12 p/ coluna)Aerador CaracterísticaItem 26 3.4.7– Espessamento Na alimentação do espessador é adicionada cal, um agente coagulante no pH da polpa, cuja função é contrária à da soda. Altas dosagens de cal levam ao aumento deste componente na água recuperada do espessador de lamas, exigindo altas dosagens de soda na alimentação da deslamagem, que levariam por sua vez a altas dosagens de cal para contrapô-la. Desta forma, o equilíbrio é mantido com os dois elementos em dosagens mínimas. Se Fosse adotado espessador tipo Deep Cone, a necessidade de altas dosagens de cal seria maior, e em consequência o risco de romper este equilíbrio dispersão/coagulação (também seria alto). Então foi tomada a decisão de se adotar um espessador Hi-Rate de 35 m de diâmetro. Espessamento de lamas: 01 espessador de 35 m de diâmetro; Espessamento de concentrado: 01 espessador de 38 m de diâmetro; Espessamento de rejeitos: 01 espessador de 27 m de diâmetro. Tabela 4.1 Parâmetros operacionais dos espessadores Espessador Parâmetro Lama Concentrado Rejeito Alimentação (t/h) 138 869 573 Vazão de água alimentação (m3/h) 3453 1327 586 % sólidos alimentação 3,84 39,57 49,44 Densidade do sólido 3,9 4,9 2,9 Vazão de água underflow (m3/h) 149 372 308 % sólidos underflow 48,08 69,97 65,04 Vazão de agua overflow (m3/h) 3304 955 265 Essa etapa do processo tem como objetivo adequar o percentual de sólidos na polpa para o transporte por mineroduto e permitir, também, a reutilização de parte da água. 27 CAPÍTULO 4 – Revisão bibliográfica Nesse capítulo é apresentada uma revisão da literatura relativa aos tópicos pertinentes ao presente estudo. Serão comentados alguns trabalhos já realizados sobre recuperação de amina descartada do processo de flotação catiônica reversa de minérios de ferro, assunto que representa a linha central desta pesquisa, e serão revisados alguns aspectos gerais sobre a flotação catiônica reversa. 4.1 – Os bens minerais e atividade mineradora Os bens minerais têm uma importância significativa para a sociedade, a tal ponto que as fases de evolução da humanidade são divididas em função dos tipos de minerais utilizados: idades da pedra, do bronze, do ferro, etc. Nenhuma civilização pode prescindir do uso dos bens minerais, principalmente quando se pensa em qualidade de vida, uma vez que as necessidades básicas do ser humano - alimentação, moradia e vestuário - são atendidas essencialmente por estes recursos. Segundo Araújo (2007, p.11), “ a mineração é uma atividade que é (e continuará sendo) a principal provedora de materiais para a humanidade.” A atividade mineraria contribui para o crescimento dos seguintes seguimentos: rodovia, ferrovia, hidroelétrica, termoelétrica, computador, televisão, fogão, geladeira, combustível, alimentos - corretivo de solo, fertilizante, defensivo agrícola, lápis, papel, borracha, giz, louças, talheres, panelas, martelo, serra, torno, automóvel, avião, barco, medicamento, perfumaria, água. A atividade mineral disponibiliza para a sociedade recursos minerais essenciais ao seu desenvolvimento. A mineração atende a todas as demandas sociais, fornecendo os meios necessários à sua satisfação, e o faz remunerando os principais setores da economia: o comércio, a indústria, a agricultura e o setor de serviços. Ademais, atende às diversas demandas sociais e culturais da humanidade: habitação, iluminação pública, transporte, educação, saúde, segurança pública, cultura, lazer etc. 28 Outros impactos positivos oriundos da mineração podem, resumidamente, ser apontados da seguinte forma: . Desenvolvimento regional, por ser responsável pela interiorização de atividades econômicas, pois as jazidas encontram-se onde as condicionantes geológicas as criaram; . Geração de empregos e aperfeiçoamento da mão-de-obra local e regional, pelo efeito multiplicador que ela projeta nas atividades subsequentes. Para cada emprego direto da atividade extrativa, de 10 a 15 indiretos são criados nas atividades posteriores; . Fonte geradora de desenvolvimento de outros setores da economia, por ser fornecedora de insumos indispensáveis à viabilização deles. . Fonte geradora de tributos, gerando recursos para os municípios, estados e o país. 4.2 – Minério de ferro O ferro é o quarto elemento mais abundante da crosta terrestre, depois do oxigênio, silício e alumínio. Sua concentração geoquímica na litosfera é de 4,2%. É muito raro encontrá-lo em sua forma nativa, ocorrendo somente em alguns basaltos e meteoritos. Cerca de 300 minerais têm o ferro como componente essencial, mas somente os óxidos e hidróxidos apresentam grandes concentrações (WALDE, 1986). Destacam-se como minerais-minério de ferro a hematita (Fe2O3), a magnetita (Fe3O4), a goethita (FeO.OH),a siderita (FeCO3) e a chamosita (3FeO.Al2O3.3H2O). Segundo ABREU (1973), os fatores que deram ao ferro a supremacia que este hoje desfruta foram: • a substituição do carvão de madeira pelo coque mineral permitindo expandir grandemente a sua fabricação; • a descoberta dos processos de transformação do ferro gusa em aço; • o conhecimento das propriedades magnéticas do ferro e a descoberta de Oersted sobre os fenômenos eletromagnéticos, princípios em que se fundamentam a construção de dínamos e motores elétricos; • a descoberta de Robert Hadfield sobre a melhoria das propriedades do aço com a adição substancial de manganês, fato que deu origem à era dos “aços especiais”. 29 4.3 – Geologia do minério de ferro da Mina de Alegria A mineralogia do minério, os teores de ferro, a estrutura e a textura das rochas que contêm o mineral-minério, a paragênese e os diversos aspectos geológicos são fatores determinantes para o sucesso econômico dos empreendimentos de empresas mineradoras (PINHEIRO, 2000). Dentro do pacote de rochas itabiríticas da jazida de Alegria, vários tipos de minério de acordo com o mineral-minério predominante foram identificados e classificados por HASUI et al (1993) para as minas do Complexo Alegria. Foram utilizados critérios para diferenciação dos diversos tipos, baseados na identificação do mineral predominante, como já citado, e também nas características físicas dos minérios, tomando por base o tamanho da abertura de peneira de 9,52 mm. Dessa forma, os itabiritos passaram a ser identificados como itabiritos martíticos, especularíticos, goethíticos ou magnetíticos, conforme o mineral predominante. Os itabiritos portadores de pseudomorfos de anfibólio foram identificados como anfibolíticos. Quanto à compacidade, os itabiritos foram adjetivados como friáveis, intermediários ou compactos, conforme a porcentagem retida na abertura de peneira de 9,52mm, respectivamente: menor que 40%, entre 40 e 60% e maior que 60%. Esses critérios refletem, localizadamente, a natureza e intensidade dos processos geológicos geradores dos minérios e, portanto, essa classificação tem um caráter geológico estrutural. Posteriormente, com base em informações de análises químicas, físicas e mineralógicas, obtidas através de novos furos de sondagem, foi observado que, embora exista a predominância de um mineral sobre os outros, é comum a presença de um segundo e, às vezes, um terceiro mineral com percentuais elevados. Essa associação confere ao minério características químicas e comportamento nos processos bastante diferentes daqueles relativos aos minérios com franco predomínio de um mineral. ROCHA (2005) classifica os minérios de ferro das minas de Alegria 1/2/6, Alegria 3/4/5 e Alegria 9 em diversos tipos de minérios itabiríticos. Em Alegria 3/4/5 ocorrem no topo da formação ferrífera: 1) itabiritos anfibolíticos e dolomíticos alterados; 2) itabiritos silicosos friáveis do tipo “chapinha”, com composição mineralógica variando de especularítico- martítica a martítico-especularítica e podendo apresentar quantidades consideráveis de goethita; 3) itabiritos especularíticos; 4) itabiritos martíticos-goethíticos; 5) itabiritos 30 magnetíticos; 6) itabiríticos goethíticos; 7) itabiríticos especularíticos-goethíticos e 8) itabiríticos martítico-especularítico-goethíticos. A área de Alegria 1/2/6 pode ser dividida, em termos de predominância de tipos de minério, em duas sub-áreas. Em Alegria 2, ocorrem itabiritos especularíticos, especularítico-goethíticos e, em menor proporção, itabiritos martíticos-especularítico- goethíticos, magnetíticos e martíticos-goethíticos. Nessa área, ocorre grande lente de hematita compacta, circundada por porções de hematita friável a pulverulenta (brechas), que aflora na topografia atual da mina e se estende, em profundidade, por mais de 100m. Entre as áreas de Alegria 2 e Alegria 1/6, ocorre uma camada espessa de itabirito anfibolítico argiloso em contato direto (basal) com a lente de hematita descrita acima. Na área de Alegria 1/6, predominam os itabiritos martítico-especularítico-goethíticos, itabiritos martítico-goethíticos, itabiríticos anfibolíticos e itabiritos magnetíticos. A área de Alegria 9, de forma geral, apresenta os itabiritos que podem ser agrupados em três domínios geológicos-tipológicos distintos: o primeiro localizado a oeste, onde se encontram os itabiritos menos hidratados e, portanto, mais especularíticos (martíticos- especularíticos e especularíticos-martíticos). O segundo, localizado na região mais central que é composto principalmente por itabiritos anfibolíticos, martíticos-goethíticos e martíticos, sendo então um domínio mais hidratado e onde a especularita está praticamente ausente. No terceiro domínio, localizado a leste, a especularita volta a estar presente em grandes proporções podendo chegar a ser o único mineral predominante. A localização da mina de alegria pode ser vista através da figura 4.3. Figura 4.3 – Localização do Complexo Alegria B R A Z I L B E L O H O R I Z O N T E O U R O P R E T O R I O D E J A N E I R O V I T Ó R I A F e r t e c o M B R ( P i c o ) M B R L E G E N D A E s t r a d a s d e f e r r o R o d o v i a s Q u a d r i l á te r o F e r r í fe r o C o m p l e x o A l e g r i a I T A B I R A C o m p l e x o A l e g r ia B R A Z I L B E L O H O R I Z O N T E O U R O P R E T O R I O D E J A N E I R O V I T Ó R I A F e r t e c o M B R ( P i c o ) M B R L E G E N D A E s t r a d a s d e f e r r o R o d o v i a s Q u a d r i l á te r o F e r r í fe r o C o m p l e x o A l e g r i a I T A B I R A C o m p l e x o A l e g r ia 31 TORÍBIO (2004) realizou estudos relativos à influência da mineralogia do minério de ferro das reservas da Samarco em seu processo de beneficiamento. Os resultados desse estudo podem ser verificados através da figura 4.4. Figura 4.4 – Influência da mineralogia nas diversas etapas de tratamento 4.4 – Hematita, Martita, Magnetita, Goethita 4.4.1 Hematita e Martita (Fe2O3) Dados Gerais: Frequentemente muito pura. O conteúdo de FeO, sem exceção, parece ser devido à magnetita misturada. Sistema hexagonal, classe escalenoédricahexagonal. Os cristais são de morfologias muito diferentes, podendo estar sob a forma de placas delgadas agrupadas em forma de rosetas; mais raramente podem ser nitidamente romboédricos; usualmente terrosa, também aparece em configurações botrioidais a reniformes com estrutura radiada, minério em forma de rim; pode ser também micácea e laminada, minério especular. Chama-se martita quando em pseudomorfos octaédricos sobre a magnetita. Sua dureza varia de 5,5 a 6,5 e a densidade de 4,9 a 5,3 e é igual, em cristais puros, a 5,26. Sua cor varia de castanhoavermelhada a preta e seu traço é vermelho acastanhado. Brilho metálico azul do aço, comumente variando de embaçado, E S P E C U L A R I T I C O M A R T I T I C O G O E T H I T I C O M A G N E T I T I C O % H e m a t i t a P o r o s a 3 , 8 8 6 , 4 4 0 , 1 3 7 , 3 % H e m a t i t a E s p e c u l a r 9 3 , 7 4 , 1 1 4 , 2 1 2 , 3 % G o e t h i t a 2 , 5 7 , 4 4 2 , 2 2 3 , 9 % M a g n e t i t a 0 , 0 2 , 1 3 , 5 2 6 , 4 P r o d u t i v i d a d e R e c u p e r a ç ã o Q u a l i d a d e C o n c e n t r a d o R e c u p e r a ç ã o P r o d u t i v i d a d e B a s e a d a B S A P r o d u t i v i d a d e B a s e a d a < 3 2 5 # R a z ã o d e E s p e s s a m e n t o ( m 2 / t / d i a ) P r o d u t i v i d a d e U m i d a d e F i l t e r C a k e L E G E N D A : = B o m = R u i m E s p e s s a m e n t o d a L a m a F i l t r ag e m ( " L e a f - T e s t " ) I N F L U Ê N C I A D A M I N E R A L O G I A N O B E N E F I C I A M E N T O M I N E R A L O G I A T i p o l o g i a M o a g e m P r i m á r i a D e s l a m a g e m F l o t a ç ã o M o a g e m S e c u n d á r i a 32 nos cristais, a opaco nas variedades terrosas. Sua composição básica tem 70% de Fe e 30% de O, podendo também conter titânio. O seu nome deriva-se de uma palavra grega cujo significado é sangue, em alusão à cor do mineral pulverizado (DANA, 1976; RAMDOHR, 1980). Ocorrência: A hematita é um mineral amplamente distribuído em rochas de todas as idades e forma o minério de ferro mais abundante e importante. Pode ocorrer como produto de sublimação em conexão com as atividades vulcânicas. Ocorre nos depósitos metamórficos de contato e, como mineral acessório, nas rochas ígneas feldspáticas, tais como o granito. Substitui também em grande escala as rochas silícicas. Encontrada desde a forma de escamas microscópicas até a de massas enormes em relação com as rochas metamórficas regionais, onde pode ter se originado pela alteração da goethita, siderita ou magnetita. Tal como a goethita, pode ser formada em massas ou camadas irregulares como resultado da ação do tempo sobre as rochas contendo ferro. Os minérios oolíticos são de origem sedimentar e podem ocorrer em camadas de tamanho considerável. É encontrada nos arenitos vermelhos, como o material de cimentação, que liga entre si os grânulos de quartzo (DANA, 1976). Comportamento na microscopia de luz refletida: Muito brilhante e branca, pura quando não comparada a outros minerais. Em comparação com sulfetos amarelos, e especialmente com o ouro, a hematita aparece embaçada e muito mais azulacinzentada do que dá a impressão, quando em contrastes normais. Reflexões internas: vermelho intenso -no ar são visíveis ocasionalmente; no óleo e/ou com nicóis cruzados são abundantes (RAMDOHR, 1980). 4.4.2 Magnetita (Fe3O4) Dados Gerais: Sistema isométrico, classe hexaoctaédrica. Frequentemente ocorre em cristais de hábito octaédrico, geminados ocasionalmente. Os dodecaedros são mais raros, bem como outras formas. Os dodecaedros podem ser estriados paralelamente à interseção com as fases do octaedro. Usualmente é maciça granular, com granulação grossa ou fina. Apresenta dureza igual a 6 e densidade igual a 5,18. É fortemente magnética, comportando-se como um ímã natural. Tem cor e traço pretos, brilho metálico, com perceptíveis tons variados de marrom ou cinza, azul do aço em partes intemperizadas. Em sua composição básica temos 72,4% de Fe e 27,6% de O. A sua composição normalmente corresponde àquela mostrada pela fórmula, contudo, algumas análises mostram alguns traços de magnésio e manganês bivalente. No que concerne à 33 estrutura, parece que a fórmula da magnetita seria mais apropriadamente escrita como FeIII(FeII FeIII)O4 , uma vez que o maior FeII está situado nos pequenos espaços tetraédricos dos oxigênios densamente empacotados (“estrutura de espinélio invertida”). Nas formas de alta temperatura, FeII pode ser substituido por Mg, Mn, Zn, Ni, Ti; e FeIII por Al, Ti, V, Cr. O seu nome deriva-se, provavelmente, da localidade Magnesia, nos limites da Macedônia (DANA, 1976 ; RAMDOHR, 1980). Ocorrência: A magnetita é um mineral de ferro comum. Encontra-se distribuída, sob a forma de um mineral acessório, em muitas rochas magmáticas. Em certos tipos de rocha, através de segregação magmática, torna-se um dos principais constituintes e pode, assim, formar grandes corpos de minério. Esses corpos são, muitas vezes, altamente titaníferos. A magnetita está associada, mais comumente, com rochas metamórficas cristalinas; ocorre também, frequentemente, em rochas ricas de minerais ferro-magnesianos, a saber, dioritos, gabros e peridotitos. Ocorre também sob a forma de camadas ou lentes imensas incluídas em rochas metamórficas antigas. Encontra-se nas areias pretas das praias. Aparece em placas delgadas e sob a forma de crescimentos dendríticos entre as lâminas das micas. Associa-se intimamente, muitas vezes, com o coríndon, para formar o material conhecido como esmeril (DANA, 1976). Comportamento na microscopia de luz refletida: A reflectividade é moderada; a primeira impressão de cor é um cinza, com tonalidades variáveis de marrom claro (RAMDOHR, 1980). 4.4.3 Goethita (FeO.OH) Dados Gerais: A goethita é um mineral do sistema ortorrômbico, classe bipiramidal. Seus cristais apresentam habitus acicular e também agregados maciços, reniforme, estalactítico e agregados fibrosos radiais. O mineral, a que se dá o nome de minério do pântano, é geralmente de pouca consistência e de textura porosa. A sua dureza varia de 5 a 5,5 e sua densidade é 4,37, podendo chegar a 3,3 para material impuro. Apresenta brilho adamantino a opaco, podendo ser sedoso em algumas variedades finamente escamosas ou fibrosas. Sua cor varia de castanho-amarelada a castanho-escuro; amarelo a vermelho-alaranjada em seções delgadas. O seu traço é castanho- amarelado. Além da fórmula básica FeO.OH, pode conter quantidades variáveis de água adsorvida, bem como Al2O3 , CaO, BaO, SiO2 . Sua composição básica tem 62,9% de Fe, 27% de O e 10,1% de H2O. O manganês está muitas vezes presente em quantidade acima de 5%. As variedades maciças contêm, muitas vezes, água adsorvida ou água 34 capilar. O seu nome é uma homenagem a Goethe, o poeta alemão (DANA, 1976; DERR et al, 1977; RAMDOHR, 1980). Ocorrência: A goethita comumente ocorre, sob condições de oxidação, como um produto de intemperismo de minerais portadores de ferro, tais como siderita, magnetita, pirita e outros. Forma-se, também, como um precipitado direto, inorgânico ou biogênico, existente na água, sendo amplamente disseminado como depósito em pântanos e fontes. A goethita forma o “gossan” ou “chapéu de ferro”, sobre os filões ou vieiros metalíferos. Encontram-se grandes quantidades de goethita como mantos lateríticos residuais, resultantes da intemperização de serpentinas. Os depósitos, conhecidos pelo nome de minério de ferro do pântano, são formados por solução, transporte pela ação das águas superficiais e nova precipitação de minerais de ferro pré-existentes. A solução é realizada por pequenas quantidades de ácido carbônico existentes na água. O ferro é transportado como um carbonato até a superfície e depois levado pelas águas correntes para os brejos e depressões com água estagnada. Aí, o carbonato transforma- se em óxido pela evaporação da água e consequente perda do ácido carbônico e através dos agentes de ação redutora da matéria carbonosa. O óxido separa-se formando inicialmente uma espuma iridescente na superfície da água e depois vai para o fundo. Essa separação é também auxiliada pelas bactérias conhecidas como ferruginosas que absorvem o ferro da água e depois o depositam como hidróxido férrico. Nesse processo, sob condições favoráveis, as camadas de goethita impura podem ser formadas no fundo de brejos e pântanos. Tais depósitos são muito comuns, porém raramente são de suficiente pureza para serem explotados comercialmentes, dado os materiais estranhos associados. Os depósitos de goethita são também encontrados com calcários portadores de ferro. O conteúdo de ferro do calcário pode ser gradualmente dissolvido por águas circulantes e, sob condições favoráveis, vir a substituir por metassomatismo o carbonato de cálcio da rocha, como goethita. Localizadas na argila, acima da formação calcárea, podem ser encontradas massas residuais de hidróxido férrico, resultado do intemperismo gradual e da solução do calcário. Esses depósitos são frequentemente de dimensões consideráveis e, dadaa sua maior pureza, mais explotados que os depósitos de pântanos (DANA, 1976). Comportamento na microscopia de luz refletida: A cor e os valores da refletividade variam bastante, dependendo do polimento, porosidade, tamanho de grão, etc. Massas finamente granuladas têm, pela frequência de reflexões internas translúcidas, refletividade baixa. A birreflectância é pequena, mas sempre visível em grãos grossos. 35 De modo geral, apresenta-se cinza com anisotropismo moderado (DERR et al, 1977; RAMDOHR, 1980). 4.5 – Tratamento de minério O processamento mineral pode ser conceituado como o conjunto de operações básicas que são realizadas em uma matéria prima mineral (minério bruto) com o objetivo de obter-se sua adequação, ou seja, produtos comercializáveis. A terminologia técnica inclui diversos termos que podem ser empregados para conceituar esse conjunto de operações, tais como: tratamento mineral, beneficiamento mineral, mineralogia e preparação de minérios, sendo esses dois últimos menos utilizados no Brasil (de ARAUJO, 2004). Segundo (Cerveira, 1948 apud Araújo, 2007, p. 12) A preparação de minérios (...) tem sido posta em face de exigências várias: a de procurar solução para o tratamento de tonelagens diárias cada vez mais elevadas; a de concentrar, economicamente, minérios progressivamente mais pobres e que não comportam grandes despesas de preparação; a de aproveitar e separar minérios mais complexos(alguns tidos em épocas anteriores como intratáveis); a de descobrir processos de enriquecimento capazes de, com reduzidas despesas, permitirem recuperações sucessivamente mais altas e fornecerem concentrados cada vez mais puros. Os minérios de ferro ricos, que atendem naturalmente às especificações químicas do mercado consumidor, são tipicamente processados em circuitos de fragmentação, classificação por tamanho (processo a úmido) e desaguamento. As operações de classificação a úmido e desaguamento favorecem a remoção das lamas argilosas, onde se concentram as impurezas indesejáveis, principalmente fósforo e alumina. (COELHO, 1984; SILVA e VALADARES, 1988). Os minérios de baixos teores podem ser concentrados por métodos gravíticos quando a liberação dos minerais de ganga ocorre em faixas granulométricas mais grosseiras, características de produtos de circuitos de britagem e classificação. Os equipamentos mais utilizados, nesse caso, são os jigues, mesas, espirais e os cones Reichert. Exemplos de empresas de mineração no Brasil que utilizam métodos gravíticos no tratamento de minérios de ferro são: CVRD (jigues na Mina do Morro Agudo e espirais na Mina de Fábrica) e MBR (espirais na Usina de Vargem Grande). 36 Minérios itabiríticos, que requerem moagem fina para a liberação dos minerais de ganga, são concentrados, na maioria dos casos, por separação magnética de alta intensidade a úmido e flotação catiônica reversa, como é o caso da Samarco. Exemplos clássicos de aplicação de separação magnética de alta intensidade são as usinas de Cauê e Conceição (CVRD) (SANTIAGO et al, 1993). Segundo VIANA (2004), apesar da combinação de diferentes métodos ser cada vez mais empregada, a flotação vem ampliando aceleradamente sua participação como método de concentração, devido, principalmente, à sua comprovada seletividade para minérios de ferro, à ampla faixa de tamanho e teores de ROM em que ela se aplica e às altas taxas de alimentação permitidas. Flotação não apresenta restrições sérias ao fluxo do minério. Para que ocorra flotação é necessário moer o minério até que se atinja a granulometria de liberação ,sendo assim, segundo Beraldo (1987) , os equipamentos de cominuição são muito pouco eficientes para elevadas relaçoes de redução; por esta razão, para cada estágio de cominuição a relação de redução é limitada. Assim, para se obter a redução total de granulometria do minério é usual fazer-se a cominuição em estágios. A Fig. 4.4 mostra um circuito normal de cominuição de minério; as primeiras etapas da redução são feitas em britadores e as finais, em moinhos. Nota-se, nesse esquema, a remoagem de produtos do circuito de concentração. 37 Figura 4.5– Fluxograma típico de um circuito de cominuição de minério Uma vez que a fragmentação é estagiada, surgem os circuitos de cominuição, conjuntos de máquinas que efetuam a redução de tamanho até o nível final necessário. As máquinas de fragmentação podem operar em circuito aberto ou em circuito fechado com equipamento de controle de tamanho. Tem-se em regra geral operar o último estágio de cada etapa de cominuição em circuito fechado com peneiras e na moagem com classificadores, destacando-se os hidrociclones. O circuito clássico conforme figura 4.5 descrito por Beraldo (1987) cumpre bem seus objetivos. Apresenta entretanto , dificuldades operacionais associadas aos moinhos de barras. Esses moinhos geram menos finos que os moinhos de bolas,características importante para moagem em circuito aberto, porém são passíveis de paradas frequentes e prolongadas. O conjunto de operações realizadas no processamento de uma matéria prima mineral inclui, dentre outras: a fragmentação (redução do tamanho de blocos e/ou partículas), 38 separação por tamanho (colocação dos materiais dentro de uma faixa adequada de tamanho), concentração (separação de espécies minerais de valor econômico das demais), separação sólido/líquido (adequação da porcentagem de sólidos e/ou recuperação de água, em polpas minerais) e diversas outras operações auxiliares (manuseio, transporte, amostragem, estocagem). Deve-se ressaltar que, em quase a totalidade dos casos de aplicação industrial do processamento mineral, as diversas operações apresentam-se arranjadas sequencialmente, de forma a maximizar a recuperação dos minerais úteis contidos no minério e adequar os produtos obtidos aos seus usuários (de ARAUJO, 2004). 4.5.1– Requisitos fundamentais do tratamento de minérios É de extrema relevância para as operações de tratamento de minérios os aspectos que envolvem a concentração (seperação) de minerais, que constitui-se em um conjunto de três requisitos fundamentais segundo (GAUDIN, 1939; SILVA 1973, apud ARAUJO(2007): . Liberação das fases constituintes do minério. . Existência de propriedade diferenciadora dos minerais. . Separabilidade dinâmica. A liberação das fases constituintes dos minérios é essencial para que operações de concentração sejam aplicadas e precisa se alcançada, na grande maioria das vezes, através do emprego de operações de fragmentação. Após a obtenção de partículas monominerálicas é necessário explorar uma (ou mais) propriedade diferenciadora para efetivamente concentrar certos minerais (obtendo-se um concentrado). Para que isso possa ocorrer, a separação desses minerais deve ser efetiva quando o minério, contendo os minerais liberados, é submetido ao campo de separação (ARAUJO 2007, P. 16) . Segundo Araújo (2007), as respostas dos diferentes minerais, enquanto submetidos ao campo de forças de separação, devem permitir que trajetórias diferentes sejam percorridas por minerais diferentes, durante o tempo em que o campo de forças de separa atua, ou seja, de ser promovida a separabilidade dinâmica. Os fatores determinantes para a adoção dos fluxogramas de processamento dos minérios de ferro podem ser divididos, de uma maneira genérica, em fatores intrínsecos 39 e extrínsecos ao minério a ser processado. Como fatores intrínsecos ao minério, podem ser consideradas as características físico-químicas do ROM (run of mine): a distribuição granulométrica, a granulometria de liberação das partículas minerais, os teores químicos e
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