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MCI Desmontes e Demolicoes

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Faculdade de Ciência e Tecnologia 
Curso de Engenharia Civil - 1.º Ano 
(texto provisório) 
Materiais de Construção I 
 
DESMONTES E DEMOLIÇÕES 
 Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
 1/146 
ÍNDICE 
 
CAPITULO I – DESMONTE .................................................................................................... 7 
1.  Metodologia de estudo de Maciços Rochosos ...................................................................... 8 
2.  Desmonte .......................................................................................................................... 12 
2.1. Desmonte a céu aberto ................................................................................................... 12 
2.1.2. Métodos de desmonte a céu aberto .............................................................................. 14 
2.1.3. Processos produtivos ................................................................................................... 17 
2.2. Desmonte subterrâneo .................................................................................................... 22 
2.2.1. Critérios de escavabilidade ............................................................................................ 22 
2.2.1.1. Método de Franklin et al ............................................................................................ 24 
2.2.1.2. Método de Kirsten .................................................................................................... 25 
2.2.2. Métodos de desmonte/escavação ................................................................................. 26 
2.3. Desmonte por explosivos ............................................................................................... 30 
2.3.1.Condições gerais ........................................................................................................... 30 
2.3.1.1.Explosivos, definições ................................................................................................ 32 
2.3.1.2. Termos legais ............................................................................................................ 38 
2.3.2. Utilização de explosivos no desmonte .......................................................................... 45 
2.3.2.1. Danos causados ao maciço ........................................................................................ 47 
2.3.3 - Segurança e Manuseamento de Explosivos ................................................................. 50 
2.4. Desmonte mecânico ....................................................................................................... 52 
CAPITULO II – DEMOLIÇÃO .............................................................................................. 56 
1.Motivos das demolições .......................................................................................................... 57 
2. A Escolha do Processo de demolição .................................................................................... 59 
3. Acções Preparatórias ............................................................................................................. 61 
3.1. Avaliação Estrutural ........................................................................................................ 61 
3.2. Inspecção do Meio Envolvente ....................................................................................... 62 
3.3. Meios e serviços a desactivar ........................................................................................... 63 
3.4. Condições de Segurança .................................................................................................. 64 
3.4.1. Antes da demolição ...................................................................................................... 65 
3.4.2. Durante a demolição .................................................................................................... 66 
3.4.3. Após a demolição ......................................................................................................... 66 
4. Prescrição Legais ................................................................................................................... 66 
5. Tipos de Demolição .............................................................................................................. 67 
5.1. Demolição manual .......................................................................................................... 67 
5.2. Demolição mecânica ....................................................................................................... 68 
5.2.1. Demolição por Tracção ................................................................................................ 68 
5.2.2. Demolição por Compressão ......................................................................................... 70 
5.2.3. Demolição mecânica por queda de massa metálica suspensa ........................................ 70 
5.3. Demolição com Máquinas Hidráulicas ............................................................................ 72 
5.4. Demolição de Estruturas com Explosivos ....................................................................... 73 
5.4.1. Mecanismo tipo telescópio ........................................................................................... 75 
5.4.2. Mecanismo tipo derrube ............................................................................................... 76 
5.4.3. Mecanismo tipo implosão............................................................................................. 77 
5.4.3. Mecanismo tipo colapso progressivo ............................................................................ 78 
6. Resíduos da Construção e Demolição – (RC &D) .................................................................. 79 
6.1. Obtenção dos Resíduos RC&D ...................................................................................... 81 
6.2. Processos de Recolha, Triagem e Britagem ..................................................................... 82 
6.2.1. A demolição / recolha .................................................................................................. 82 
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 2/146 
6.2.2. A triagem ..................................................................................................................... 83 
6.2.3. A britagem ................................................................................................................... 83 
6.3. Valorização dos Agregados ............................................................................................. 84 
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 86 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 88 
Anexos ……………………………………………………………………………………….92 
 Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
 3/146 
INTRODUÇÃO 
 
Optamos por subdividir o trabalho em dois capítulos. Assim sendo no capitulo I 
vamos tratar o tema de Desmonte e no capitulo II o tema de Demolições. 
 
Desmonte 
 
Um dos aspectos mais importantes ligados aos estudos de terrenos para fins de 
engenharia civil é o da respectiva classificação, nomeadamente no que se refere à 
definição dos parâmetros que melhor caracterizam uma formação do ponto de vista 
de Geologia de Engenharia. 
 
Uma primeira classificação dos materiais geológicos do ponto de vista da Geologia 
de Engenharia bem como da engenharia civilé em solos e em rochas. Às 
formações constituídas por solos é atribuída a designação genérica de maciços 
terrosos, enquanto as que são essencialmente constituídas por material rocha se 
designam por maciços rochosos (Figura 1). 
 
 
Fig.1 – Exemplo de um maciço rochoso. 
 
Quanto às rochas (sobretudo aos maciços rochosos, já que é o comportamento 
destes e não do material rocha que interessa na generalidade dos problemas do 
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 4/146 
âmbito da Geologia de Engenharia) não há ainda nenhuma classificação universal, 
embora existam propostas de vários autores com muitos pontos semelhantes. 
 
Uma adequada caracterização geotécnica dos maciços rochosos, habilita os 
responsáveis a definir os processos de construção mais económicos e mais seguros, 
e, também, tipologias de suporte provisório e definitivo, evitando-se, assim, gastos 
desnecessários. 
 
Demolições 
 
Ao longo dos séculos e no que respeita à indústria da construção, os tipos de 
materiais empregues, bem como os processos construtivos utilizados, foram-se 
modificando gradualmente, em face do objectivo que se pretendia alcançar, das 
contingências económicas do momento e também das disponibilidades 
tecnológicas existentes no mercado. 
 
Em meados deste século não existiam ainda processos de demolição específicos, 
visto que as necessidades e exigências de então eram consideradas nulas ou de 
somenos importância, recorrendo-se para o efeito e muito raramente, aos métodos 
simples existentes. 
 
A necessidade de se encontrarem novos métodos de demolição mais rápidos e 
eficientes, começou a delinear-se entretanto, como complemento indispensável à 
industria da construção. Esses métodos, tiveram na sua origem três necessidades 
que podemos considerar básicas: 
• a substituição parcial de peças componentes das estruturas dos edifícios, tais 
como lajes, vigas e pilares, para um novo arranjo dos volumes; 
• o desmantelamento puro e simples de um conjunto determinado de peças 
estruturais, para a criação de espaços livres, de maiores dimensões, ou diferente 
disposição; 
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 5/146 
• a necessidade da demolição completa dos edifícios, com a finalidade de criar um 
maior desafogo no tecido urbano, ou ainda para permitir a realização de novas 
obras com características mais actualizadas, ou com outra função especifica de 
carácter mais permanente. 
 
A arte de demolir, conforme se vai avançando no tempo, vai adquirindo um peso 
cada vez maior, por força de várias circunstâncias, dando origem a um tipo 
especifico de serviços altamente especializados, que hoje em dia e como foi já 
referido, dá pelo nome de Indústria da Demolição. 
 
À medida que as cidades se desenvolvem e amadurecem física e culturalmente, as 
construções antigas devem dar lugar a outras mais modernas. 
 
Da mesma forma, edifícios de grande valor histórico e patrimonial devem ser 
mantidos e reparados para evitar a sua irremediável perda. 
 
Em razão dessa demanda colectiva e da novidade tecnológica que às vezes 
representam essas obras, assim como as condições especiais de tempo e de espaço 
devem realizar-se em tais actividades obras demolitórias; como exemplos 
representativos encontram-se as demolições de infra-estruturas de grande altura 
e/ou volume, assim como a sua translação, ou os trabalhos subterrâneos em solos 
de grande resistência. 
 
A remodelação de edifícios ou plantas industriais aparece em todos os lugares e 
âmbitos do país como forma de proteger o património histórico, assim como de 
reutilizar de forma lógica instalações úteis para novos fins. 
 
Grande parte do parque habitacional Português, fruto da sua idade avançada, 
encontra-se bastante degradado. Desde o número de estruturas em betão cujo 
período de vida útil está a chegar ao fim é crescente. Tal facto constitui um 
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prenúncio de crescimento acentuado da indústria da demolição, a qual deverá 
necessariamente ser conhecedora de todos os mecanismos necessários para fazer 
frente aos desafios que o futuro lhe reserva [1]. 
 
 
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CAPITULO I – DESMONTE 
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1. Metodologia de estudo de Maciços Rochosos 
 
Qualquer que seja o tipo ou dimensão da obra interessada no estudo de um maciço 
rochoso, a preocupação geral que sempre deve existir é a de se escolher para cada 
fase do estudo os métodos que, e cada situação, poderão dar mais informação, com 
menor custo e em menos tempo. 
 
No caso de grandes obras de engenharia, é frequente que as fases de estudo 
geotécnico correspondam às fases de desenvolvimento do empreendimento, ou 
seja, de estudo de viabilidade (ou estudo prévio), de anteprojecto, de projecto, de 
construção e em muitos casos de operação ou de serviço. 
 
Estudo de viabilidade – é dominada pelas actividades de reconhecimento que em 
certos locais de alguns países são bastante facilitadas pela numerosa informação de 
natureza geológica e até geotécnica existente, relevante para o projecto. 
 
O estudo de fotografias aéreas (Figura 2) e de imagens de satélite é da maior 
importância para a caracterização tectónica da área interessada pelo 
empreendimento e também para a definição de áreas geomorfologicamente 
instáveis, quer uma, quer outra, podendo condicionar grandemente a localização de 
obras ou, até, inviabilizar a sua realização. 
 
O reconhecimento geológico de superfície completa as actividades que, no seu 
conjunto, constituem o reconhecimento. Em áreas de bons afloramentos e bons 
acessos, essa tarefa é de fácil realização e de baixíssimo custo. Quando tal não 
acontece, recorre-se à abertura de trincheiras por vezes profundas ou mesmo à 
remoção de depósitos e solos residuais em grandes áreas, a fim de permitir a 
observação directa do maciço rochoso e o registo das características geológicas 
relevantes para o projecto. 
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No caso de maciços rochosos é ainda mais frequente nesta fase recorrer-se a 
trabalhos expeditos de prospecção geofísica de superfície para ajudar à 
interpretação global da informação disponível. 
 
 
 
Fig. 2 – Fotografia aérea. 
 
As despesas com as actividades de reconhecimento são apenas uma pequena parte 
do custo total de qualquer estudo geotécnico, raramente atingindo 10% do seu 
valor. 
 
Contudo, em muitos casos, a quantidade de informação recolhida nesta fase excede 
significativamente 50% do conhecimento total que se virá a obter do maciço 
rochoso, após terminarem todas as actividades de estudo geotécnico anteriores à 
construção. 
 
Anteprojecto – Dominada pelas actividades de Prospecção Geotécnica incluindo a 
realização de ensaios in situ de carácter mais expedito e apoiadas pela realização de 
alguns ensaios de caracterização em laboratório, nomeadamente sobre tarolos de 
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 10/146 
sondagem. Porvezes esses trabalhos são realizados simultaneamente em locais ou 
traçados alternativos até a informação geotécnica ser suficiente por se optar por um 
deles. 
 
Nesta fase. Deve visar-se o zonamento geotécnico do maciço rochoso, isto é, a 
delimitação de volumes desse maciço cujos parâmetros relevantes (deformabilidade, 
resistência, permeabilidade, ou até estado de tensão) exibem variação dentro de 
limites bem definidos e aceitáveis. 
 
Na fase de anteprojecto, raramente se recorre à realização de ensaios com carácter 
mais pontual, de elevado custo e prazo mais dilatado. 
 
• Túneis em maciços litologicamente homogéneos: para o estudo do maciço, 
dispõe-se de um comprimento total de sondagens de rotação distribuídas ao 
longo do alinhamento do túnel, da ordem de grandeza do comprimento do 
próprio túnel, podendo este somatório reduzir-se a cerca de metade do 
comprimento do túnel no caso de obras muito extensas. 
 
 
Fig.4 – Abertura de túnel, maciço litologicamente homogéneo. 
 
• Túneis em maciços muito heterogéneos e tectonizados: mesmo sendo o 
túnel muito extenso, existem exemplos em que o comprimento total das 
sondagens realizadas excedeu largamente a extensão do túnel. 
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 11/146 
• Maciços rochosos de fundação e barragens de betão: a quantidade dos 
trabalhos de prospecção geotécnica é, como se sabe, função da 
complexidade geológica do local e das dimensões da própria obra. Mesmo 
nos casos de aparente simplicidade geotécnica e de dimensão média, 
facilmente se dispõe de centenas e até milhares de metros de sondagens, de 
muitas dezenas a centenas e até milhares de medições de parâmetros 
geofísicos (resistividades aparentes ou velocidade de propagação de ondas). 
 
As sondagens de rotação, no caso de barragens abóbada, pode dizer-se que o seu 
comprimento total será frequentemente da ordem de 10 vezes o da altura da 
barragem, podendo atingir valores muito superiores no caso de maciços de 
fundação geologicamente complicados. 
 
A planificação da campanha de trabalhos de prospecção é feita no pressuposto de 
que é viável uma solução em betão por ser, caso as condições geotécnicas da 
fundação o permitam, a solução mais adequada. Acontece que, após a realização 
dos primeiros trabalhos de prospecção e dos primeiros ensaios in situ e em 
laboratório, por vezes se conclui que não é possível considerar qualquer solução 
rígida e há que optar por soluções de aterro, para o projecto das quais a informação 
já existente e em certos aspectos muito superior à necessidade para a sua realização. 
 
Projecto – Pode-se melhorar o zonamento geotécnico anteriormente realizado à 
custa de novos resultados obtidos através da realização de mais trabalhos de 
prospecção idênticos aos executados na fase anterior (sondagens, galerias, 
prospecção geofísica, ensaios no interior de sondagens, etc.). 
 
O que domina nesta fase, em certos tipos de obra, com destaque para barragens, 
grandes centrais hidroeléctricas, térmicas ou nucleares e grandes cavidades 
subterrâneas, é a realização de ensaios mais sofisticados, quer no campo, quer em 
laboratório que, em virtude do seu custo e duração são necessariamente executados 
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em pequenas quantidades, nas zonas mais importantes para a estabilidade das 
obras. 
 
Fig.5 – Barragem em construção. 
2. Desmonte 
 
Na indústria da construção civil previamente à construção existe por vezes a 
necessidade de “destruir”, nomeadamente edificações ou obstáculos naturais 
(rochas) que existem em locais onde se pretende efectuar a construção. 
2.1. Desmonte a céu aberto 
 
A exploração a céu aberto pode ser feita por: 
• Degraus direitos; 
• Arranque de pequenas ou grandes massas; 
Nas explorações a céu aberto a dimensão dos degraus deve garantir a execução das 
manobras com segurança, obedecendo às seguintes condições: 
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• A altura dos degraus não deve ultrapassar 15 m, mas na configuração final, 
antes de se iniciarem os trabalhos de recuperação paisagística, esta não deve 
ultrapassar os 10 m; 
• Na base de cada degrau deve existir um patamar, com, pelo menos, 2 m de 
largura, para permitir, com segurança, a execução dos trabalhos e a 
circulação dos trabalhadores, não podendo na configuração final esta largura 
ser inferior a 3 m, tendo em vista os trabalhos de recuperação; 
• Os trabalhos de arranque num degrau só devem ser retomados depois de 
retirados os escombros provenientes do arranque anterior, de forma a deixar 
limpos os pisos que os servem; 
• Relação entre o porte da máquina de carregamento e a altura da frente não 
inferior a 1. 
Sendo a exploração a céu aberto feita, na sua grande maioria, por degraus, é 
necessário a existência, de acordo com a lei em vigor, de um plano de trabalhos 
contendo os seguintes elementos: 
• altura das frentes de desmonte (degraus); 
• largura das bases dos degraus; 
• diagramas de fogo, caso existam; 
• situação das máquinas de desmonte em relação à frente e as condições da 
sua deslocação; 
• condições de circulação das máquinas de carregamento, perfuração e 
transporte; 
• condições de circulação dos trabalhadores; 
• configuração da escavação durante os trabalhos e no final dos mesmos, 
devendo-se ter em conta a estabilidade das frentes e taludes; 
• e local de deposição de eventuais escombros e terras de cobertura, área e 
forma a ocupar por estes. 
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 14/146 
2.1.2. Métodos de desmonte a céu aberto 
 
Os métodos de desmonte a céu aberto podem ser: 
• Flanco de encosta; 
• Corta (abaixo da superfície). 
O método de desmonte está essencialmente dependente das características da 
exploração, pelo que o método usado para explorações de rocha ornamental será 
completamente diferente do usado em explorações de rochas industriais. 
 
 
Fig.6 – Desmonte a céu aberto, pedreira. 
Assim, dado o facto de as operações inerentes ao método de desmonte dos dois 
tipos de exploração serem diferentes, optou-se por tratá-los separadamente. 
 
Nas explorações de rocha ornamental programa-se o desmonte de blocos 
primários, blocos esses que são definidos consoante as características do maciço, as 
produções requeridas, mão-de-obra e equipamentos disponíveis. 
 
Entende-se por tempo de desmonte de um bloco primário o tempo necessário à 
exploração até à retirada completa do estéril e do minério gerado pelo mesmo. A 
exploração de um bloco primário faz-se em 6 operações fundamentais, as quais se 
dividem por sua vez em operações secundárias. 
As operações fundamentais após a limpeza da rocha útil são: 
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 15/146 
• Furação; 
• Corte; 
• Derrube; 
• Esquartejamento; 
• Extracção; 
• Acabamento. 
A definição de cada uma das operações deve constar no plano de lavra e tem por 
objectivo o aproveitamento máximo de blocos de dimensão comercial. 
O desmonte inicia-se com a operação de furação (Figura 3), sendo os furos 
realizados com o objectivo de definir materialmente a área do bloco primário e a 
largura das fatias, isto é a dimensão do bloco a desmontar. 
Após a execução dos referidos furos é introduzido o fio helicoidal diamantado, 
roçadoraou jacto hidráulico com vista à realização do corte de levante (corte de 
fundo). Em seguida, para individualização do bloco primário, são realizados os 
cortes laterais. 
Uma vez terminada a individualização do bloco primário, procede-se ao corte do 
bloco em fatias que definem o bloco maior transportável, com a operação de 
esquartejamento. 
Após as fatias se encontrarem plenamente individualizadas, são derrubadas sendo 
os blocos transportados por grua ou através de outro equipamento de transporte se 
a corta estiver ligada ao exterior por rampa. Se o material exceder em peso a 
capacidade da grua, as dimensões forem superiores ao arco máximo da 
monolâmina, ou apresentar irregularidades excessivas, serão esquartejados na 
pedreira. 
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 16/146 
 
Fig.7 – Desmonte a céu aberto, pedreira. 
O derrube de uma fatia é realizado com o auxílio de uma almofada ou macaco 
hidráulico, que originam o desequilíbrio da fatia até esta cair numa "cama" 
previamente realizada. A cama tem uma dupla função: amortecer o impacto da 
queda da fatia derrubada, minimizando a quantidade de fracturas induzidas pelo 
choque, e ajudar posteriormente a operação de esquartejamento, permitindo a 
passagem do fio diamantado, sem que seja necessário proceder a nova furação. A 
cama é normalmente construída com terra, fragmentos de rochas e pneus velhos. 
 
Fig.8 - Pormenor da operação de derrube de uma fatia. 
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 17/146 
 
O esquartejamento é sem dúvida a operação crítica no que diz respeito ao correcto 
planeamento das operações. Este é bastante influenciado pelas características de 
fracturação do bloco, operações anteriores e posteriores, e pelo mercado. 
O desmonte termina com a limpeza da frente retirando-se o estéril para a 
escombreira com o recurso à pá carregadora, e elevando o minério para o parque 
de blocos por grua ou dumper. 
Pelo facto de os blocos apresentarem dimensões e formas muito variadas, torna-se 
necessário efectuar uma operação de acabamento. Esta operação, realizada pela 
mono-lâmina, tem por objectivo a correcção total dos blocos transportados, com 
vista a posterior comercialização ou a serragem. 
Quer a corta quer a frente em flanco de encosta terão uma inclinação que está 
limitada pelas características geomecânicas do maciço, sendo esta inclinação função 
da relação altura/patamar (ver Figura 6). 
 
- Inclinação do talude 
2.1.3. Processos produtivos 
 
Uma jazida mineral lavrada a céu aberto, na área de lavra ocorre o desmonte de 
rochas, através de perfurações executadas por perfuratrizes pneumáticas, 
carregamento de explosivos e detonações das mesmas. 
 
Todas as operações da mina são totalmente mecanizadas, o transporte da rocha, da 
área de lavra até ao alimentador vibratório do britador, assim como todo o 
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 18/146 
transporte externo da produção, é realizado por intermédio de caminhões 
basculantes “fora de estrada”. 
 
 
Fig.9 -Jazida 
 
 
Fig.10 - Perfuratriz Pneumática 
 
 
Fig. 11- Alimentador Vibratório 
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 19/146 
Após este processo, a rocha desmontada com tamanhos acima do padrão para a 
britagem primária são reduzidos utilizando o sistema “Drop Ball”, substituindo 
assim o uso de explosivos gerando um significativo ganho ambiental. 
 
 
 
 Fig.11 - Drop Ball 
 
As rochas em tamanhos adequados são 
carregadas com escavadoras hidráulicas em 
caminhões basculantes “fora de estrada” 
conduzindo a matéria-prima até o alimentador 
vibratório do britador primário (britador de 
mandíbulas), iniciando o processo de britagem. 
 
Fig.12 - Escavadora Hidráulica 
 
 
a) b) 
Fig13 - a)-Escavadora Hidráulica carregando Caminhões Basculantes “Fora de 
Estrada; b) Britador de Mandíbulas 
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Após a britagem primária, as rochas são conduzidas por correia transportadora para 
a peneira primária. Esta peneira promove a classificação inicial do material, 
formando duas pilhas pulmão distintas. Uma de pedra marruada, e outra de limpeza 
composta de terra e rochas. 
 
Ciclo seco - a pedra marruada segue para os britadores secundários (britador 
cónico). Após a cominação, é transportada por correia para a peneira classificatória 
secundária, retirando os produtos desejados. Neste equipamento, as britas que 
apresentam granulometria fora de classificação e não passam pela primeira tela da 
peneira, são enviadas a um britador cónico, e após a britagem retornam novamente 
para a peneira secundária para a classificação final. 
 
 
 
Fig.14 - Correia Transportadora - Ciclo Seco / Correia Transportadora - Ciclo 
Lavado 
 
 
 
Fig.15 - Peneira Primária Britador Cónico 
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 21/146 
Sabendo que o processo de britagem é um dos factores que mais contribuem para a 
interferência ambiental, tornou-se necessário um acompanhamento mais detalhado 
do processo prático visando reduzir ao máximo tal interferência. Neste sentido 
foram testadas diversas alternativas visando diminuir os impactos ambientais e 
consequentemente melhorar o ambiente de trabalho e qualidade do produto final. 
Dentre todos os projectos o que mais se adequou foi o sistema de pulverização de 
água, acoplando bicos aspersores ao longo de toda linha de britagem, mantendo a 
matéria-prima sempre húmida eliminando quase por completo a poeira emitida 
pelos britadores e a agressão ao meio ambiente. 
 
Ciclo lavado - Já os materiais da pilha de limpeza seguem para uma peneira 
intermediária, a qual separa a brita da terra. A terra retirada é destinada à pilha de 
estéril, e a brita segue para britadores secundários e peneira classificatória. 
 
A brita na peneira classificatória é lavada através de esguichos contínuos, sendo em 
seguida classificada. A água, juntamente com os finos são enviados ao tanque com 
finalidade de decantação, após a decantação a água segue limpa pelo curso do rio e 
o fino gerado e retirado através de escavadeira hidráulica e colocado para o 
mercado como "filler". As britas que apresentam granulometria fora de 
classificação seguem para um britador cónico, retornando para a peneira, tendo em 
vista a classificação final. 
 
 
Fig.16 – a) Peneira Classificatória lavando a brita através de esguichos contínuos; b) 
Tanque Decantação 
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2.2. Desmonte subterrâneo 
 
O desmonte subterrâneo em maciços rochosos é uma actividade complexa e com 
enormes repercussões. 
 
Em termos geotécnicos esta actividade é, possivelmente, a que maiores implicações 
acarretam para a execução de uma obra subterrânea. 
 
As vertentes ligadas ao método de escavação, equipamentos utilizados e 
velocidades de avanço, afectam praticamente todas as operações que se realizam a 
jusante, nomeadamentea remoção de escombros, o dimensionamento e instalação 
de suportes (primários e secundários), as actividades acessórias (ventilação, 
drenagem, iluminação) e, em última análise, as condições globais de segurança. 
 
Consoante se pretenda realizar uma obra subterrânea em terrenos brandos ou em 
maciços rochosos competentes, com desenvolvimento horizontal ou vertical, com 
grande ou pequena secção, longe ou perto de zonas urbanas, assim se utilizam 
métodos de escavação e equipamentos significativamente distintos. 
 
Os métodos de escavação, nomeadamente o seu faseamento e as velocidades de 
avanço, estão intimamente ligados aos cálculos dos sistemas e tipos de suporte, 
existindo também reciprocidade no sentido inverso. 
2.2.1. Critérios de escavabilidade 
 
Entende-se por escavabilidade de um maciço rochoso, a sua capacidade de 
resistência à acção proporcionada pelos equipamentos de escavação, tanto os 
mecânicos como os explosivos. Esta apetência do maciço para ser desagregado, é 
um factor determinante nas fases de projecto e de execução. 
 
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 23/146 
Ao longo dos tempos, vários autores têm desenvolvido critérios de classificação 
dos maciços rochosos em função da sua escavabilidade. Estes critérios baseiam-se 
em diversos parâmetros de avaliação, existindo alguns de concepção simples e 
outros que incorporam um largo conjunto de características dos materiais e de 
equipamentos propostos. A escavação dos maciços rochosos depende 
maioritariamente de duas características principais do maciço: a capacidade de 
resistência da rocha e as características de fracturação existentes. 
 
Tabela 1 - Principais critérios de escavabilidade e parâmetros mecânicos associados 
 
 
CRITÉRIOS DE 
ESCAVABILIDADE 
 
 
PARÂMETROS 
 
Franklin (1971) Is50 (índice de resistência à carga pontual), 
espaçamento médio entre fracturas, resistência à 
compressão simples, 
número de Schmidt, RQD 
Franklin (1971) Velocidade sísmica, dureza, grau de alteração, e 
o espaçamento, continuidade, preenchimento e 
orientação 
de diaclases 
Atkinson (1977) Resistência à compressão simples 
Romana (1981) Resistência à compressão uniaxial, RQD, grau 
de abrasividade (equivalente de sílica) 
Kirsten (1982) Resistência à compressão uniaxial, RQD, Jn e Jr 
do sistema de classificação Q de Barton, 
posição relativa dos blocos, alteração de 
diaclases 
Abdullatif e Cruden (1983) RMR 
Scoble e Muftuoglu (1984) Grau de alteração, resistência à compressão 
uniaxial, resistência à carga pontual, 
espaçamento de diaclases, 
possança média da estratificação 
Hadjigiorgiou e Scoble (1988) Resistência à carga pontual, tamanho de blocos, 
grau de alteração, disposição estrutural relativa 
Singh (1989) Resistência à tracção, grau de alteração, grau de 
abrasividade, espaçamento de diaclases 
 
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 24/146 
Os parâmetros utilizados pelos diversos autores, tendem a reflectir estas duas 
características do maciço, incorporando factores como a resistência à compressão 
uniaxial, resistência à carga pontual, resistência à tracção, número de Schmidt, 
velocidade das ondas sísmicas, dureza, grau de alteração, grau de abrasividade, 
espaçamento de diaclases, RQD (Rock Quality Designation), RMR (Rock Mass Rating), 
parâmetros do sistema de classificação Q de Barton, continuidade, orientação e 
preenchimento de diaclases, possança média dos estratos, tamanho de blocos, etc. 
 
Existem ainda critérios de escavabilidade, desenvolvidos pelos vários fabricantes de 
equipamentos de escavação que, com base na experiência acumulada e para cada 
equipamento, identificam os tipos de rocha escaváveis consoante as respectivas 
velocidades das ondas sísmicas. 
2.2.1.1. Método de Franklin et al 
 
O método desenvolvido por Franklin e seus colaboradores (1971) classifica o 
maciço rochoso de acordo com dois parâmetros principais, obtidos sobre 
testemunhos de sondagem: Is50 (índice de resistência à carga pontual) e 
espaçamento médio entre fracturas. Estes parâmetros podem ainda ser 
correlacionáveis com outras grandezas: 
 
• o Is50 com a resistência à compressão simples e com o número de Schmidt 
e o espaçamento médio entre fracturas com o RQD. 
 
Assim, este método determina quatro regiões no gráfico exposto, a que 
correspondem diferentes métodos de desmonte da rocha, a escavação mecânica, a 
escarificação, a utilização de explosivos para desagregar e o desmonte com 
explosivos. 
 
Esta classificação, devido à data da sua concepção (1971), possui actualmente 
algumas imprecisões, porquanto as tecnologias e capacidades dos equipamentos 
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 25/146 
têm tido uma evolução constante, nomeadamente os modernos equipamentos 
hidráulicos, bastante potentes, que ampliam as áreas de escavação mecânica e 
escarificação para o interior das regiões de desmonte com explosivo 
 
 
Fig.17 - Classificação da escavabilidade de maciços rochosos, segundo Franklin et 
al. (adaptado de Franklin et al, 1971, in López Jimeno e Díaz Méndez [98], 1997). 
 
 
2.2.1.2. Método de Kirsten 
 
Kirsten (1982) propôs um método classificativo para a selecção de métodos de 
escavação, utilizando um conjunto de parâmetros que integram uma expressão 
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 26/146 
empírica, da qual resulta um índice de escavabilidade N (López Jimeno e Díaz 
Méndez [98], 1997). 
 
Assim a expressão vem: 
• N = Ms . (RQD/Jn) . Js . (Jr/Ja) com 
• Ms ≡ Resistência à compressão simples da rocha (MPa); 
• RQD ≡ Rock Quality Designation (%); 
• Jn, Jr ≡ Parâmetros do sistema de classificação Q de Barton; 
• Js ≡ Disposição relativa dos blocos inclinados segundo a direcção de 
extracção (Js=1, para material intacto); 
• Ja ≡ Grau de alteração das diaclases. 
Segundo o índice N calculado através da expressão anterior, este autor apresentou 
os intervalos e a respectiva facilidade de arranque: 
 
⇒ 1 < N < 10 . . . . . . . . . . . Facilmente ripável; 
⇒ 10 < N < 100 . . . . . . . . . . Ripagem difícil; 
⇒ 100 < N < 1000 . . . . . . . . Ripagem muito difícil; 
⇒ 1000 < N < 10000 . . . . . . . Ripagem extremamente difícil / explosivos; 
⇒ N > 10000 . . . . . . . . . . . Explosivos. 
2.2.2. Métodos de desmonte/escavação 
 
Os critérios de classificação do maciço rochoso de acordo com a respectiva 
escavabilidade, destinam-se a avaliar a capacidade da rocha de ser desagregada 
segundo um método e/ou equipamento. Estes critérios não contemplam os 
restantes factores que podem limitar o emprego das técnicas seleccionadas, como 
os factores ambientais, económicos, geográficos, estruturais, de risco, ou mesmo a 
geometria das cavidades. 
 
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 27/146 
Os maciços rochosos, como elementos geológicos complexos, só raramente 
possuem as 
características de homogeneidade, isotropia e continuidade que lhes são 
frequentemente atribuídos. Desta forma, poderá não ser suficiente a utilização de 
um único método ou técnica de desmonte de rocha, para a escavação integral de 
uma obra subterrânea. 
 
A escavabilidade dos maciços, classificada segundo qualquer dos critérios 
anteriormente expostos, baseia-se na capacidade e potência dos equipamentos 
existentes à datada elaboração do critério. Desta forma, a antiguidade do sistema 
classificativo pode tornar obsoleta a respectiva metodologia ao não contemplar as 
evoluções tecnológicas. 
 
Neste contexto, são de realçar as evoluções em termos mecânicos, designadamente 
dos equipamentos hidráulicos e tuneladoras, que aumentaram significativamente as 
suas potencialidades e também o desenvolvimento dos recentes tipos de 
explosivos, como as emulsões, e respectivos métodos de utilização. 
 
 
 
Fig.18 - a) Frente de uma tuneladora. b) Máquina de escavação hidráulica. 
 
Quanto às limitações associadas ao uso de explosivos, estas prendem-se, 
fundamentalmente, com as condições do meio onde se desenrolam as actividades. 
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 28/146 
Estas condicionantes podem estar relacionadas com a presença de estruturas civis 
ou com o ambiente natural existente, potencialmente afectados pelas vibrações, 
ruídos, poeiras e projecção de blocos. 
 
Entre as estruturas que podem limitar, ou mesmo inviabilizar, a utilização de 
explosivos, encontram-se os gasodutos, caminhos de ferro, estradas, pontes, 
viadutos, aglomerados populacionais, barragens e albufeiras, centrais energéticas, 
refinarias ou outras instalações industriais, hospitais e estruturas subterrâneas 
sensíveis como outros túneis, minas, instalações de armazenamento de produtos de 
risco e instalações militares. 
 
Relativamente às situações ambientais, a utilização de explosivos através da 
facturação que induz ao maciço, pode afectar cursos de água, bem como os 
aquíferos existentes, rebaixando-os ou ligando diferentes níveis. Estes efeitos 
podem limitar o uso do solo da 
região, tanto no que se refere a posteriores construções como as relativas ao uso 
agrícola, pecuária, fauna e flora (zonas protegidas), etc., além de acarretarem 
perigos e custos acrescidos para as actividades construtivas futuras. 
 
A selecção do tipo de sistema de desmonte a aplicar (mecânico ou com explosivos), 
deve ter em conta aspectos como a altura do nível freático acima da soleira do 
túnel, a profundidade de recobrimento, a distância do eixo do túnel às estruturas 
existentes (construções, rios, etc.), a sensibilidade das estruturas superficiais, bem 
como os parâmetros mecânicos característicos do maciço a escavar. 
 
Relativamente ao zonamento geotécnico do maciço, este possui propósitos 
essencialmente de estimativa do suporte a utilizar para cada zona não dispensando 
análises mais detalhadas quando se julgar necessário. Este zonamento deve ainda 
ser utilizado de forma mais abrangente no que respeita aos métodos de escavação, 
equipamentos a utilizar, tempos despendidos, entre outros. 
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 29/146 
 
Os métodos de escavação, tanto por explosivos como mecânicos, podem ser 
faseados de acordo com as características da obra e do maciço rochoso. Em túneis 
de grande secção, é geralmente utilizada a técnica de desmonte sucessivo de secções 
parciais, de forma a minorar a instabilidade das frentes, dos tectos e dos hasteais, 
bem como reduzir as convergências no túnel. Este método é preferencialmente 
utilizado em túneis em maciços rochosos muito brandos (ou maciços terrosos), 
com pequeno recobrimento. 
 
A escolha de um método de desmonte de rocha reflecte-se sempre na qualidade da 
obra e nos custos e prazos inerentes à sua realização. Neste contexto, existem 
alguns requisitos a ter em conta, nomeadamente o tipo e versatilidade dos 
equipamentos, podendo estes constituir um factor limitativo para os empreiteiros, 
em termos de concurso, influenciando directamente o custo da obra. 
 
Estabelecimento dos métodos de desmonte da rocha com base nos elementos 
disponíveis no zonamento e prospecção: 
 
• Utilização de explosivos: devem-se estabelecer cenários de utilização com 
base nos elementos existentes, no que respeita a diagramas de fogo, tipo de 
explosivo a utilizar, espaçamento entre furos, consumo específico de 
explosivo e tempos de retardo. Os referidos cenários devem cingir-se à 
adaptação às diversas litologias e resistências dos maciços rochosos 
envolvidos, bem como às situações peculiares que se verifiquem em termos 
das estruturas civis existentes e restrições ambientais. 
 
• Utilização de processos mecânicos: os métodos de desagregação mecânica 
do material rochoso, devido à sua diversidade, devem ser escolhidos 
essencialmente pela sua adequação, flexibilidade, disponibilidade e alargado 
campo de utilização, de forma a reduzir o número de equipamentos em obra. 
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 30/146 
Em alguns casos, podem-se utilizar sistemas mistos de explosivos e arranque 
mecânico. Assim, para a selecção de um método de escavação apropriado, 
não são suficientes os critérios de escavabilidade e o zonamento geotécnico 
usual, carecendo a sua escolha de estudos de pormenor que integrem as 
tecnologias existentes à data e as restrições específicas do meio e da obra, 
nomeadamente as condições geotécnicas. 
2.3. Desmonte por explosivos 
2.3.1.Condições gerais 
 
Todas as actividades industriais que, de alguma forma, envolvam a utilização de 
substâncias explosivas, como é o caso particular de minas, pedreiras e certas obras 
geotécnicas, são objecto de especial atenção por parte das populações, que 
dificilmente ficam tranquilas sabendo que existem trabalhos, nas suas imediações, 
fazendo uso dessas substâncias, obrigando a redobrar os cuidados, através de um 
conjunto de medidas e procedimentos técnicos, para reduzir ao mínimo a 
possibilidade de ocorrerem acidentes nessas actividades. 
 
 
 
Fig.19 – Uso de explosivos em desmonte a céu aberto. 
 
Acresce a esta circunstância uma outra causa de considerável influência, o medo, 
dadas as evidentes conotações destas substâncias com propósitos nefastos (como 
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 31/146 
guerra, terrorismo, etc.). Este receio pode aumentar muito a percepção do risco, 
levando as pessoas a confundir as noções de falha técnica devida a factores não 
controláveis (que é aceitável, dentro de determinados limites, em Engenharia) e de 
acidente, obrigando, por isso, os Engenheiros a trabalhar dentro de gamas 
excessivamente seguras, morosas e antieconómicas. A mediatização de certos 
incidentes, alguns bem recentes no nosso País, tem contribuído para aumentar 
ainda mais este problema. 
 
É fundamental reduzir os acidentes em Engenharia, para demonstrar, à custa da 
ausência prolongada de fatalidades, que o grau de conhecimento e os produtos 
actualmente disponíveis permitem a execução segura, de obras para as populações. 
O desmonte de rocha com explosivos motiva, invariavelmente, um conjunto de 
acções benéficas e um conjunto de acções prejudiciais. Entre as primeiras contam-
se como principais, o arranque da rocha do maciço e a sua cominação, facilitando 
assim a remoção e transporte. Englobados nas acções prejudiciais encontram-se as 
vibrações induzidas, os ruídos, os gases, as poeiras, a projecção de material 
(partículas e/ou blocos) e a deterioração do maciço remanescente, traduzido em 
fenómenos de sobrefracturação e sobreescavação. 
 
O desmonte com explosivos em áreas urbanas, reveste-se de grandes dificuldades e 
exige um apurado domínio por parte dos executantes. Atendendo a possíveis 
excepçõesque sempre ocorrem nestes projectos, pode-se dizer que os 
constrangimentos ambientais e técnicos associados à utilização de explosivos, 
tornam estas técnicas quase proibitivas em zonas habitadas, tanto mais que existem 
actualmente eficientes métodos de escavação mecânica, bastante versáteis e com 
provas dadas em todo o mundo. 
 
Pelo que atrás foi dito, a utilização dos explosivos pode, e deve, ser alvo de um 
estudo 
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 32/146 
preliminar com vista à determinação ou, no mínimo, à detalhada previsão dos 
objectivos a atingir e das causas resultantes, sustentado pelo conhecimento 
disponível sobre o meio, e sobre os materiais e técnicas de desmonte a utilizar. 
2.3.1.1.Explosivos, definições 
 
Substâncias explosivas - compostos químicos ou misturas de produtos químicos 
que podem produzir efeitos explosivos ou pirotécnicos. 
 
Efeitos explosivos - a libertação a grande velocidade de grandes quantidades de 
energia no ambiente, sob a forma de gases a alta temperatura e pressão elevada, em 
resultado de uma reacção química na ausência de oxigénio gasoso ou de ar. 
 
Pólvoras - misturas de substâncias explosivas que por acção de agente exterior 
podem deflagrar. 
Explosivos - substâncias explosivas que por acção de um agente exterior podem 
detonar. 
 
Detonador - cápsula contendo um explosivo capaz de ser iniciado pelo efeito do 
calor libertado por uma fonte de calor ou uma acção mecânica. 
 
Escorva/iniciador - detonador ou conjunto de detonador e reforçador e meio de 
iniciação, utilizado para provocar uma explosão. 
 
Mecha/rastilho - cordão constituído por um núcleo calibrado de pólvora 
envolvido por um tecido e coberto com camada impermeável. 
 
Cordão detonante - cordão com o núcleo de explosivo rápido envolvido por uma 
camada impermeável. 
 
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 33/146 
Pega de fogo - conjunto de tiros com uma sequência de rebentamento 
determinada para funcionar como um conjunto. 
 
Esquema de fogo - modo de implantação e ordenamento de uma pega de fogo. 
 
Os explosivos podem ser classificados em: 
 
⇒ Lentos ou propulsores - quando a sua velocidade de combustão é inferior a 
1000 m/Seg. 
 
⇒ Rápidos - quando a velocidade de combustão é superior a 1000 m/Seg. Mas 
inferior a 5000 m/Seg. 
 
⇒ Muito rápidos - quando a velocidade de combustão é superior a 5000 
m/Seg. 
 
Quanto aos efeitos classificam-se em: 
 
⇒ Fracturante - quando devido à velocidade da reacção o seu efeito é de 
destruição do meio que o envolve, fracturando-o em pequenos blocos 
 
⇒ Deflagrante - quando devido à lentidão da reacção o seu efeito é de rotura 
pelas fracturas existentes ou tombamento. 
 
Quanto à sensibilidade classificam-se em: 
 
⇒ Sensíveis - quando por efeito de choque ou calor moderado o explosivo é 
activado. 
 
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 34/146 
⇒ Pouco sensíveis - quando a iniciação só é possível com a utilização de um 
detonador 
 
Fabrico: 
 
A indústria de fabrico de explosivos dispõe de instalações adequadas e quadros 
técnicos qualificados. Pelas quantidades e altas potências dos produtos produzidas, 
os fabricantes de explosivos estão obrigados a dispor de áreas significativas para a 
produção e armazenamento dos seus produtos. As exigências técnicas com os 
equipamentos de fabrico e de controlo fazem com que os investimentos financeiros 
sejam bastante significativos. A implementação e manutenção das instalações fabris 
obrigam a contratar pessoal especializado. Os avanços científico-tecnológicos dos 
últimos anos permitiram a existência de unidades móveis de fabrico no local de 
aplicação. 
 
 
 
Fig.20 – Unidade móvel de fabrico de explosivos. 
 
Tabela 2 - Designação comercial dos explosivos produzidos em Portugal. 
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Tipo Composição base 
Empresas produtoras 
SPEL EEI SEC 
Moura, 
Silva & 
Filho 
Gelatinosos Nitroglicol ou Nitroglicerina 
Gelamonite 
33 
Gelatina 
Dynaroc 
7 
Dynaroc 
5 
Gelatine 
Donarit 
1 
Goma 
Pulverulentos Nitrato de amónio sensibilizado Amonite 
Granulados Nitrato de amónio e gasóleo Amonóleo
Amonitral
Amonitro Austinite Amonix
Emulsões 
Solução aquosa de 
Nitrato de amónio, 
óleos e emulsionantes
Spelite 85
Spelan 85
Sigmagel 
605 
Sigmagel 
6 
Emulex 
Austimix Jemulit
 
Detonadores: 
Os detonadores, conforme o modo de iniciação, dividem-se em: 
 
Pirotécnicos - iniciados por uma chama conduzida através de um rastilho 
 
Eléctricos - iniciados por uma corrente eléctrica. Consoante o tempo decorrido 
entre a iniciação e o rebentamento, dividem-se em: 
⇒ Instantâneos 
⇒ Retardados - com intervalo de 0,5 Seg 
⇒ Micro-retardados - com intervalo de 20 ou 30 milisegundos 
 
 
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 36/146 
 
Em função do uso os detonadores classificam-se em: 
Cápsula de alumínio - usados nos casos gerais 
Cápsula de cobre - usados em ambientes inflamáveis 
Sísmicos - com tempo de reacção inferior a um milisegundo 
 
Para trabalhos a grandes pressões de água - são herméticos até 100 Kg/cm2 
 
Conforme a intensidade de corrente necessária para iniciar um detonador, estes 
classificam-se em: 
⇒ Sensíveis - intensidade de corrente de segurança 0,18 Amp. 
⇒ Insensíveis - intensidade de corrente de segurança 0,45 Amp. 
⇒ Muito insensíveis - intensidade de corrente de segurança 3 Amp. 
⇒ Altamente insensíveis - intensidade de corrente de segurança 4 Amp. 
 
A identificação dos tipos de detonadores eléctricos em função da sensibilidade é 
feita pela cor dos fios, conforme os quadros seguintes: 
 
Tabela 3 - Detonadores eléctricos sensíveis 
Tipo de 
detonador 
Intervalo n.º de intervalos Cor 
Instantâneo 0 -- Vermelho-branco
Retardo 500 ms 500 1..12 Vermelho-azul 
Micro-retardo 30 
ms 
30 1..18 Vermelho-amarelo
Micro-retardo 20 
ms 
20 1..15 Vermelho-
vermelho 
 
 
 
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Tabela 4 - Detonadores eléctricos insensíveis 
Tipo de 
detonador 
Intervalo n.º de intervalos Cor 
Instantâneo 0 -- Rosa-branco 
Retardo 500 ms 500 1..12 Rosa-azul 
Micro-retardo 30 
ms 
30 1..18 Rosa-amarelo 
Micro-retardo 20 
ms 
20 1..15 Rosa-rosa 
 
Tabela 5 - Detonadores eléctricos Muito insensíveis 
Tipo de 
detonador 
Intervalo n.º de intervalos Cor 
Instantâneo 0 -- Cinzento-branco 
Retardo 500 ms 500 1..12 Cinzento-azul 
Micro-retardo 30 
ms 
30 1..18 Cinzento-amarelo
Micro-retardo 20 
ms 
20 1..15 Cinzento-cinzento
 
Tabela 6 - Detonadores eléctricos Altamente insensíveis 
Tipo de 
detonador 
Intervalo n.º de intervalos Cor 
Instantâneo 0 -- Verde-branco 
Retardo 500 ms 500 1..12 Verde-azul 
Micro-retardo 30 
ms 
30 1..18 Verde-amarelo 
Micro-retardo 20 
ms 
20 1..15 Verde-verde 
 
Sistema nonel - iniciado por onda de choque originada por um detonador 
eléctrico ou pirotécnico. 
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O sistemanonel, não tendo qualquer circuito eléctrico, tem a vantagem de não ser 
sensível a qualquer tipo de corrente eléctrica, sobretudo a correntes induzidas ou à 
electricidade estática. 
 
A carga de explosivo que transporta a onda de choque é muito reduzida não 
provocando qualquer efeito no exterior. A iniciação pode ser feita com detonador 
eléctrico ou pirotécnico. 
 
2.3.1.2. Termos legais 
 
Licenciamento: 
 
O Estado intervém no sector através dos ministérios da Administração Interna, 
Economia, Ambiente e Agricultura.O Ministério da Administração Interna, através 
do Departamento de Armas e Explosivos (DEPAEX) é a principal entidade na 
apreciação do processo de licenciamento de instalações de fabrico e na concessão 
de licenças para aplicação de explosivos. 
 
Os Ministérios da Economia e do Ambiente são envolvidos através das Delegações 
Regionais. As Câmaras Municipais intervêm no processo no que diz respeito à 
autorização para a localização das instalações de fabrico e das explorações onde são 
aplicados explosivos. O controlo dos riscos inerentes ao fabrico e aplicação de 
explosivos é exercido por parte do Estado pelo Ministério da Administração 
Interna (através do DEPAEX e da PSP), no que se relaciona com a Segurança 
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Pública, e pelo Ministério do Ambiente, em matéria de análise dos riscos de 
acidentes graves em determinadas actividades industriais. 
 
O Ministério da Agricultura é envolvido em matéria de localização caso haja lugar a 
alterações das áreas de reserva agrícola ou florestal. O Ministério da Economia 
intervém ainda ao nível do transporte de produtos explosivos, através da Direcção 
Geral dos Transportes Terrestres (DGTT) e ao nível da avaliação da conformidade 
dos produtos, na especificação e desenvolvimento de normas e na acreditação de 
laboratórios de ensaios acreditados, através do Instituto Português da Qualidade 
(IPQ). Há ainda a referir a participação do Estado ao nível da higiene e segurança 
do trabalho e ao nível das acções executadas pelos Bombeiros e Protecção Civil na 
avaliação dos riscos ou em intervenções de catástrofe decorrente de acidentes. 
 
Documentos legais: 
 
Em matéria de regulamentação legal foi publicado em 17 de Maio de 2002 o novo 
Regulamento de Segurança dos Estabelecimentos de Fabrico e de Armazenagem de 
Produtos Explosivos, com alteração ao art. 3, sobre a caducidade dos alvarás e 
licenças de fabrico e armazenagem de produtos explosivos, pelo Decreto-Lei n.º 
139/2003 de 2 de Julho. Em 2002 foi ainda publicado o Decreto-Lei n.º 136/2002, 
relativo a constituição e competências da Comissão de Explosivos. 
 
O art. 3.º do Decreto-Lei n.º 139/2003 e o art. 12.º do Regulamento, aprovado 
pelo Decreto-Lei n.º 139/2002, sobre a zona de segurança, têm suscitado a 
apreensão das empresas de fabrico e armazenagem pelas dificuldades em ajustarem-
se às novas exigências, até 17 de Maio de 2005, prazo fixado pelo Decreto-Lei n.º 
139/2003. Este facto faz com que o governo, numa tentativa de evitar o colapso 
das empresas, tenha em preparação um projecto de Decreto-Lei para introduzir 
brevemente alterações ao Decreto-Lei n.º 139/2002. Depois da AP3E ter dirigido 
ao Ministério da Administração Interna os comentários à proposta de Decreto-Lei, 
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 40/146 
o Conselho de Ministros aprovou, em 5 de Maio de 2005: o Decreto-Lei (em vigor 
no dia 17 de Maio de 2005) que define o regime aplicável por força da caducidade 
de alvarás e licenças dos estabelecimentos de fabrico e de armazenagem de 
produtos explosivos. 
 
Com este diploma pretende-se, em definitivo, levar as empresas de fabrico e de 
armazenagem a ajustarem-se às novas necessidades de salvaguardar a segurança dos 
que aí laboram e de todas as pessoas e bens que se encontram na sua envolvência 
geográfica. Recusando a reedição da política de moratórias levada a cabo pelo ante-
rior Governo, este diploma deixa operar a caducidade dos alvarás e das licenças, 
que já havia sido estipulada pelo Decreto-Lei n.º 139/2002, e cria um mecanismo 
que não leve ao colapso das empresas e pessoas titulares, permitindo a manutenção 
provisória da laboração até à renovação do licenciamento, em condições que refor-
çam os poderes da autoridade fiscalizadora e as colocam perante a opção inadiável 
de inovar em matéria de segurança. 
 
Do mesmo modo, institui-se a obrigatoriedade de apresentação de um plano de 
segurança e a existência de uma estrutura técnica responsável e aperfeiçoam-se 
alguns mecanismos, nomeadamente quanto ao controlo efectivo da guarda e 
armazenamento de produtos explosivos, detonadores e substâncias perigosas. À 
Comissão de Explosivos, empossada em Janeiro de 2003, compete apreciar os 
pedidos de dispensa de alguns requisitos sobre a zona de segurança, estabelecidos 
por lei, e a emissão de instruções técnicas complementares em matéria de 
segurança. 
 
Os regulamentos sobre o Licenciamento dos Estabelecimentos de Fabrico e de 
Armazenagem de Produtos Explosivos, sobre o Fabrico, Armazenagem, Comércio 
e Emprego de Produtos Explosivos, e sobre a Fiscalização de Produtos Explosivos 
encontram-se publicados no Decreto-Lei n.º 376/84 de 30 de Novembro. O 
Decreto-Lei n.º 265/94 transpôs para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 
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93/15/CEE, do Conselho, de 5 de Abril, relativa à harmonização das legislações 
dos Estados membros respeitantes à colocação no mercado e ao controlo dos 
explosivos para utilização civil. Este Decreto-Lei foi recentemente revisto pela 
Comissão de Explosivos, que apresentou uma proposta de republicação, tendo em 
conta as falhas e as omissões relativamente ao texto da Directiva. Este Decreto-Lei 
obriga os explosivos a satisfazer os requisitos essenciais de segurança, o que obriga 
aos procedimentos de certificação de conformidade. 
 
Os procedimentos de certificação de conformidade exigem que sejam realizados 
ensaios em laboratórios acreditados e que haja normas de ensaio, que permitam a 
marcação CE de conformidade. 
 
Transporte: 
 
O transporte de produtos explosivos encontra-se definido pelo Regulamento de 
Transporte de Mercadorias Perigosas por Estrada (RPE) publicado no Decreto-Lei 
n.º 267-A/2003 de 27 de Outubro, que estabelece a obrigatoriedade das escoltas 
para os produtos explosivos. 
 
Tabela 7 – Transporte de explosivos, carga/descarga. 
 A carga e descarga dos explosivos deve ser feita com cuidado. 
 A saída do paiol, transporte, distribuição e devolução dos produtos explosivos 
não utilizados deverão ser efectuados por pessoas especialmente instruídas para 
o efeito e devidamente autorizados pelo director técnico ou encarregado dos 
trabalhos. 
 O transporte de explosivos entre o paiol e o local de utilização ou de 
preparação das cargas deve ser feito em paióis móveis ou paiolins móveis, 
conforme a quantidade a transportar. 
 Para pequenas quantidades devem usar-se paiolins de madeira ou sacos de lona, 
couro maleável ou qualquer outro material resistente e impermeável, com 
capacidade inferior a 10Kg, não devendo a distância de transporte ser superior 
a 5 Km. 
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 Na construção das caixas e sacos será vedada a aplicação de qualquer material 
que possa produzir faísca.As caixas e sacos deverão estar munidos de fechos seguros e correias de 
suspensão. 
 Os detonadores e os explosivos não devem ser transportados na mesma 
viatura. Para pequenas quantidades devem ser transportados em caixas 
separadas, devendo os detonadores ser transportados na cabina da viatura. 
 Os explosivos e as pólvoras devem ser transportadas em paiolins separados. 
 As cápsulas detonadoras deverão ser transportadas em caixas ou estojos 
próprios. 
 Os explosivos devem ser transportados nas embalagens de origem até ao local 
de utilização salvo para quantidades inferiores ao peso da embalagem. 
 O escorvamento dos cartuchos deve ser feito no local de utilização. Havendo 
local próprio para a preparação das escorvas, estas devem ser transportadas em 
separado dos restantes explosivos. 
 O local de preparação das escorvas deve ter iluminação natural ou, se isso não 
for possível, iluminação eléctrica. Não será permitido o uso de iluminação de 
chama nua quando da preparação das escorvas. 
 Nos casos em que os produtos explosivos sejam transportados por 
locomotivas trolley deverão ser elaboradas prescrições especiais para o efeito, a 
aprovar pela Delegação Regional da Economia da área ou pela PSP. 
 
 
 
Aplicação de explosivos: 
 
A aplicação de substâncias explosivas encontra-se definida pelo Decreto-Lei n.º 
376/84, de 30 de Novembro, e pelo Decreto-Lei n.º 139/2002, de 17 de Maio. A 
formação dos operadores de fogo, num contexto da padronização e equivalência 
dos cursos ao nível europeu, vem sendo acompanhada pela AP3E, que integra a 
European Federation of Explosives Engineers (EFEE), que institui o Certificado 
Europeu de Operador de Fogo. 
 
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No passado, a escavação de rochas recorrendo a explosivos era considerada como 
uma arte, nascida a partir da experiência e perícia dos operadores. Este empirismo, 
por si só, não se compadece com as exigências actuais. Progressivamente, esta 
técnica tem-se apoiado em procedimentos científicos, nomeadamente nos 
conceitos da Dinâmica das Rochas, que têm permitido conhecer melhor a acção 
dos explosivos nos maciços rochosos, em função dos seus mecanismos de rotura e 
propriedades geomecânicas. 
 
 
 
Fig.21 – Preparação para desmonte de maciço por explosivos. 
 
 
 
Fig.22 – Desmonte de maciços por explosivos. 
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Impactes ambientais resultantes do uso de explosivos civis: 
 
Julga-se que apenas cerca de 5 a 15 % da energia libertada pelas detonações, de 
explosivos em rocha, são efectivamente usados a fragmentar a rocha, finalidade do 
seu emprego. Tal significa que a maior parcela da energia contida nos explosivos é 
transferida ao ambiente circundante sob a forma de efeitos colaterais, susceptíveis 
de causar impactes significativos. Desses efeitos, destacam-se cinco: vibrações 
transmitidas aos terrenos e estruturas adjacentes, onda aérea (ondas de choque que 
se propagam através da atmosfera, vulgarmente conhecidas por ruído), projecção 
de blocos de rocha, criação de poeiras e sobrefracturação do maciço rochoso 
remanescente, com a possibilidade de criar instabilidades futuras em terrenos 
contíguos. 
 
Os impactes ambientais resultantes do uso de explosivos civis, designadamente na 
escavação de maciços rochosos, face aos requisitos de protecção ambiental, cada 
vez mais restritivos, obrigaram as entidades envolvidas a abandonar as práticas 
empíricas e a fundamentar as suas opções (de dimensionamento e de aplicação) em 
procedimentos cientificamente justificáveis. Assim, projectistas e executantes têm 
melhorado gradualmente a qualidade das suas actividades, objectivando a 
minimização de danos em estruturas localizadas nas proximidades e reduzindo os 
níveis de incomodidade causados nas populações circundantes aos locais afectados 
pelas obras de escavação. 
 
Há a necessidade de avaliar a legitimidade de protestos, relativos a danos estruturais 
ou a incomodidade, quando ocorrem, através da aplicação de critérios técnicos de 
análise dos danos, o que, ao nível das empresas executantes, pode ser realizado por 
meio de auditorias especializadas, para as quais a Ordem dos Engenheiros pode 
contribuir através das suas carteiras de peritos. 
 
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Fig.23 – Impacte ambiental resultante do uso de explosivos. 
2.3.2. Utilização de explosivos no desmonte 
 
As técnicas de utilização de explosivos têm sido estudadas por numerosos autores, 
existindo actualmente diversos métodos de aplicação destes produtos. Os 
diagramas de fogo dependem, para a sua eficiência, de diferentes variáveis que 
incluem o número e orientação dos furos, tipos e quantidade de explosivos, 
número e sequência de retardos, etc. 
 
O processo de desmonte com explosivos inicia-se na actividade de perfuração da 
frente, que tem a finalidade de abrir os furos onde irão ser introduzidos os 
explosivos. Esta operação de perfuração, em subterrâneo, pode ser realizada por 
equipamentos hidráulicos automatizados (Jumbos), geralmente com múltiplos 
braços perfuradores ou manualmente, em casos excepcionais (pequeno espaço de 
operação ou poucos furos). 
 
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Fig.24 - Jumbo hidráulico de três braços para perfuração em subterrâneo. 
 
Num diagrama de fogo usual a sequência de rebentamento segue a seguinte ordem: 
caldeira, alargamento, soleira (sapateira) e contorno. Como é natural, utilizam-se 
maiores cargas nas zonas de mais difícil arranque, nomeadamente a caldeira onde 
existe maior confinamento e a soleira, onde se verifica maior influência da 
gravidade. 
 
A ordem de disparo referida pode ser alterada mediante os objectivos a atingir, 
existindo diagramas de fogo onde os primeiros furos a detonar são os de contorno. 
Esta técnica, denominada de pré-corte, tende a minorar os efeitos nefastos para o 
maciço, criando uma superfície de descontinuidade por onde não se transmitem as 
vibrações provenientes das outras sequências de disparo. 
 
O princípio que rege a aplicação de explosivos em subterrâneo, onde existe 
geralmente apenas uma face livre, é a sucessiva criação de vazios para onde a rocha 
possa ser desmontada. Para a obtenção deste efeito existem várias técnicas de 
disposição dos furos em retardos, das quais se apresentam três exemplos na Figura 
9, com a sequência de retardos numerada. 
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2.3.2.1. Danos causados ao maciço 
 
A utilização de explosivos tem a finalidade de fracturar a rocha e provocar o seu 
movimento em relação à face livre, de forma a promover a extracção (ou arranque). 
O maciço rochoso é, desta forma, desagregado pela energia do explosivo, 
resultando um conjunto de blocos (escombro), que é posteriormente removido. 
 
Nesta acção dos explosivos, existem inevitáveis efeitos secundários sobre o maciço 
remanescente, provocados pela energia libertada. Estes danos, na sua vertente 
nefasta, são traduzidos por fenómenos de sobreescavação e sobrefracturação, com 
o consequente aumento da permeabilidade do maciço. 
 
A sobreescavação é o efeito do arranque de rocha fora dos limites definidos para a 
abertura do túnel. Esta consequênciaacarreta elevados prejuízos económicos, uma 
vez que motiva a existência de mais escombros (maiores custos na remoção), 
implica maior quantidade de materiais de enchimento (maiores custos em betão) e 
acarreta a utilização de suportes mais competentes devido ao aumento do vão nos 
tectos e hasteais. 
 
Relativamente à sobrefracturação induzida à rocha que circunda a abertura (Figura 
10), trata-se de um aspecto que ocasiona igualmente vários transtornos económicos 
e operacionais, originando maior afluência de água ao túnel (maior dispêndio em 
bombagem) e uma acentuada deterioração do maciço (maiores custos com o 
sustimento). Em termos de segurança, este efeito é igualmente nefasto porquanto 
aumenta o perigo de queda de blocos, reduzindo também o factor de segurança e o 
tempo de auto-sustentação do maciço. 
 
 
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Segundo Dinis da Gama [43] (1998), as principais variáveis que determinam o dano 
ao maciço encontram-se representadas na expressão proposta por Johnson[86] 
(1971): 
 
v = a Qb Dc 
 
Onde: 
⇒ v ≡ velocidade de pico crítica de partícula [mm/s] ; 
⇒ Q ≡ quantidade de explosivo por retardo [kg] ; 
⇒ D ≡ distância entre a detonação e o local em estudo [m] ; 
⇒ a, b, c ≡ constantes que dependem das características da rocha, tipo de 
explosivo e técnica de desmonte. 
 
Os valores da velocidade de pico crítica v são correlacionados com a tensão 
dinâmica transmitida à rocha (σ), a massa específica da rocha (ρ) e a velocidade de 
propagação das ondas no meio (u), através da expressão: 
 
σ = ρ u v 
 
Conjugando as expressões acima apresentadas, é possível obter uma previsão da 
dimensão do dano (Dd) numa detonação subterrânea (Dinis da Gama[43], 1998): 
 
Dd = [(σt)/(ρ u a Qb)](1/c) 
 
Em que σt representa a resistência à tracção dinâmica da rocha. 
 
Este método, desde que baseado em dados precisos relativos à rocha e aos 
explosivos, pode ser um elemento de grande importância na definição de planos de 
fogo equilibrados, bem como na previsão da zona afectada por uma detonação. 
Para se dimensionar o dano admissível provocado à rocha, para que o conjunto de 
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detonações não ultrapassem um determinado perímetro aceite, devem-se estudar as 
consequências daquelas em todos os furos, para que a sobreposição dos seus 
efeitos se limite à zona referida. 
 
A técnica de pré-corte pode reduzir estes efeitos, criando uma superfície de 
descontinuidade que obsta à transmissão das vibrações provenientes das restantes 
sequências de disparo da pega de fogo. 
 
Os diferentes tipos de explosivos são também uma variável importante na 
dimensão do dano ao maciço, possuindo diversos graus de influência. Uma 
experiência realizada com quatro tipos de explosivo, carregados em furos com os 
diâmetros assinalados, tendo-se obtido distintos diâmetros de fracturação da rocha 
(Finnrock Ab[56], s.d.). 
 
 
Fig.25 - Magnitude na zona fracturada para diferentes tipos de explosivos 
(adaptado de Finnrock Ab, s.d.). 
 
 
Em síntese, o mau dimensionamento ou o deficiente estudo das implicações dos 
planos de fogo a utilizar nos desmontes subterrâneos, podem motivar perdas 
significativas em termos de segurança e de custos, geralmente recaindo as suas 
consequências sobre o Dono de Obra. 
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2.3.3 - Segurança e Manuseamento de Explosivos 
 
O manuseamento de explosivos para fins industriais acarreta perigos óbvios, uma 
vez que se tratam de produtos de risco, não tanto devido à sua instabilidade mas à 
gravidade das consequências que resultam da sua má utilização. 
 
Explosões prematuras, explosões retardadas, tiros falhados e restos de tiros com 
explosivos, bem como as acções tóxicas ou asfixiantes dos gases das explosões, 
manuseamento das cápsulas detonadoras e fenómenos relacionados com os 
disparos eléctricos. 
 
A manipulação de explosivos, desde o seu transporte e armazenamento até à sua 
correcta aplicação tem de observar rígidas normas de conduta por parte dos 
respectivos operadores, só possíveis em pessoas idóneas e de competência 
comprovada, formadas especificamente para o efeito, e perante um apertado 
sistema de controlo. 
 
Actualmente, o escorvamento dos explosivos é maioritariamente eléctrico, tendo-se 
vindo a abandonar o escorvamento pirotécnico. Este facto constitui um acréscimo 
acentuado de segurança, porquanto permite a interrupção da pega de fogo a 
qualquer momento, reduzindo igualmente o tempo de espera de acesso à frente no 
caso de uma detonação falhada. 
 
O escorvamento eléctrico possui, contudo, a desvantagem de poder ser accionado 
por correntes eléctricas não controladas, tanto de origem humana (cabos de 
electricidade, telemóveis, etc.) como correntes naturais existentes (electricidade 
estática). Assim, existem actualmente escorvamentos do tipo NONEL (non electric 
detonating cord), não eléctricos, que são compostos por cordões semelhantes a 
cordões detonantes, mais seguros e menos ruidosos. A utilização deste sistema é 
recomendada actualmente em alguns países. 
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As principais regras e cuidados a ter no armazenamento, transporte e emprego de 
explosivos em obra são: 
 
• Armazenamento em local apropriado, isolado (de populações, fontes 
combustíveis ou eléctricas) e guardado, acondicionando devidamente os 
explosivos longe de fontes de calor e de frio, de fogo, de energia eléctrica e 
de água ou humidade; 
• Armazenamento em locais diferentes e distantes, entre si, dos explosivos, 
dos iniciadores (detonadores) e dos explosores (disparadores); 
• Transporte de explosivos devidamente acondicionados, em veículo 
apropriado e sinalizado, e longe de fontes de calor e de frio, de fogo, de 
energia eléctrica e de água ou humidade; 
• Transporte selectivo por tipos de explosivo, evitando a mistura de diferentes 
tipos e jamais transportar simultaneamente no mesmo veículo explosivos e 
detonadores; 
• Desimpedir as vias de circulação e acessos de equipamentos e pessoas; 
• Carregamento e escorvamento das cargas explosivas apenas por pessoal 
formado para tal, na ausência de outros funcionários nas imediações, tendo o 
responsável de fogo a posse da chave do explosor; 
• Pemitir avisos sonoros e/ou luminosos antes da detonação, perceptíveis a 
distância apropriada; 
• Garantir a evacuação de toda a zona de rebentamento e área de influência 
(prevenir os efeitos da projecção de blocos); 
• Após a detonação, reforçar os sistemas de ventilação por tempo 
conveniente, para que se processe a remoção dos gases nocivos; 
• Após a detonação, proceder à verificação da frente de desmonte, por pessoal 
especializado, nomeadamente o responsável de fogo do Empreiteiro e os 
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elementos da Fiscalização, de forma a garantir a inexistência de explosivos 
não detonados. 
• Verificadas as condições de segurança, emitir um aviso sonoro diferente do 
primeiro, indicando que a frente se encontra desimpedida e segura, para 
prossecução dos trabalhos. 
 
As detonações acidentais constituem um elevado risco, podendo acarretar graves 
consequências para os intervenientes

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