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CUSTÓDIA DE PRESOS EM DELEGACIAS E UM RAIO x DO SISTEMA CARCERÁRIO ATUAL

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“CUSTÓDIAS DE PRESOS EM DELEGACIAS E UM RAIO-X DO 
SISTEMA CARCERÁRIO ATUAL” 
 
Marcio Santana dos Santos 
Graduando de Direito do Centro Universitário Ages (UniAGES) 
E-mail – marciosantana2016@uol.com.br 
Currículo Lattes link: http://lattes.cnpq.br/5790937502232831 
 
 
 
RESUMO 
Trata-se de uma reflexão a respeito do sistema de custódia em Delegacias, o acesso à justiça para os 
hipossuficientes, e um raio-X do sistemas carcerário atual, mostrando as mazelas que é os presídios brasileiros, 
utilizando método quantitativo de pesquisa afim de entender até que ponto pode chegar com essa política de 
encarceramento, mostrando variados dados recentes e atualizados, do mesmo modo, os resultados futuros dessas 
práticas poderão chegar, nosso objetivo visa o conhecimento do direito de forma que venha contribuir para nossa 
comunidade acadêmica, expondo a violação de direitos fundamentais como a dignidade da pessoa humana 
elencado em nossa Carta Maior, como garantias da pessoa do preso, as medidas adotadas, a exemplo das 
“Audiências de Custodia” que promete desafogar a cadeias de todo Brasil, a discussão sobre a sumula 
vinculante nº 57, que visa efetivar a progressão de regime mais benéfico, e o posicionamento da Suprema Corte 
no que diz respeito à construção de mais instalações prisionais, como no caso do RE 592581, onde se discute 
suposta violação de separação de poderes, e também por meio de ajuizamento de ações de controle concentrado, 
como: ADPF 347, ADI 5170, essas representam uma parte das medidas adotadas para minimizar os problemas 
enfrentados. 
 
PALAVRAS CHAVE: Presos, Delegacias, Presídios, Acesso à Justiça, Direitos 
Fundamentais. 
 
ABSTRACT 
It is a reflection on the ward system in police stations, access to justice for hyposufficient, and an X-ray of the 
current prison systems, showing the ills that are the Brazilian prisons, using quantitative research method in 
order to understand how far you can get with this incarceration policy, showing various recent and updated data 
in the same way, the future results of these practices can reach our goal seeks the right knowledge so that will 
contribute to our academic community, exposing the violation of fundamental rights such as human dignity part 
listed in our Carta Maior, as guarantees the person arrested, the measures taken, like the "Audience Custodia" 
that promises to unburden the chains throughout Brazil, the discussion on the score sheet binding No. 57, which 
aims to accomplish the progression most beneficial scheme, and the position of the Supreme Court as regards the 
construction of prison facilities, such as RE 592,581, which is discussed alleged violation of separation of power, 
and also by of filing of concentrated control actions, such as: ADPF 347, ADI 5170, these represent some of the 
measures taken to minimize the problems faced. 
 
 
KEY WORDS: Prisoners , Police , Prisons , Access to Justice , Fundamental Rights. 
 
 
 
INTRODUÇÃO: 
 
 O presente trabalho através do cenário atual que enfrenta o sistema carcerário brasileiro 
visa mostrar a atual realidade nas delegacias e presídios, no que se refere à situação dos 
presos, (superlotação), e que, corriqueiramente acabam interditando as cadeias indevidamente, 
assim, traçamos uma busca de decisões do judiciário e de entidades interessadas, para 
acompanhar o que está sendo feito para a solução desses problemas. 
 Mostraremos inicialmente a realidade de nossa região, através dos dados encontrados no 
Projeto Integrador 2015-1, onde o campo de atuação é (Delegacias), realizados pelos alunos 
de graduação da Faculdade Ages, agora então Centro Universitário, (UniAGES), que 
aposteriori estendeu-se para uma radiografia de todo o sistema carcerário, em todo o Brasil. 
 Utilizamos como parâmetro para o estudo o nosso sistema normativo vigente, a exemplo 
os direitos fundamentais, o princípio da dignidade da pessoa humana, calcado em nossa Carta 
Maior, usando método de interpretação extensiva e teleológica, e fundamentação teórica de 
diversos autores no sentido de ampliar o sentido da norma, tal qual o seu alcance, o que se 
discute diante tais dispositivos a eventual responsabilidade objetiva do Estado na violação 
desses princípios, como a obrigação de fazer, e prestação de assistência judiciária aos 
hipossuficientes. 
 Nosso objetivo ao final é, não só mostrar essas mazelas, mais também apontar as medidas 
adotadas no sentido proteger direitos individuais e difusos, minimizando os problemas 
enfrentados, e reforçando que o trabalho terá grande relevância, tendo em vista o conteúdo 
dialogado, que servirá de estudo para nossa comunidade acadêmica, e contribuindo para o 
preenchimento de lacunas do conhecimento. 
 
1. DA REALIDADE ATUAL: 
 Comecemos pala situação local, que é o caso que nos inspirou nessa pesquisa, a Delegacia 
da cidade de Paripiranga, cidade com aproximadamente 30,000 habitantes no estado da Bahia, 
mais uma cidadezinha do interior como várias outras nesse extenso País, na Delegacia de 
Paripiranga, citada pela aluna pesquisadora Ana Mozzer, se referindo aos detentos que lá se 
encontram sob custódia, afirma ela que, “sabendo que alguns direitos aqui estão sendo 
violados, não pereciam sofrer maus tratos”, porém, a situação que lhe chamou atenção foi o 
caso “Maicon” indivíduo preso à três anos e um meses, e que segundo Mozzer, torna-se 
inconstitucional a existência de presos em delegacias, condição que viola a dignidade da 
pessoal humana, presente no artigo 1º da CRFB/88, no aguardo para ser assistidos pela 
justiça, pois, afirma ela, que não só o preso Maicon, mais outros não dispõem de defesa 
pública e nem privada,o que fere princípios constitucionais do direito do acesso à justiça, da 
razoável duração do processo e da isonomia prevista no caput do art 5º de nossa Carta Maior. 
 Casos como na Delegacia de Paripiranga-Ba se repetem em todo Brasil, Delegacias 
Sergipanas também sofrem com essa situação, com um grau de nocividade até maior,como 
ocorrido em Aracaju-SE, os presos ficaram sem comida, pela manhã, porque os policiais, 
quando se aproximavam para entregar a refeição eram recepcionados com fezes e lixo, O 
chefe de custódia da Delegacia, Virgílio José Dantas, ficou apavorado com a situação na 
Delegacia e decidiu pedir socorro à OAB-SE, que buscou a solução no Poder Judiciário, 
vejamos a narrativa de um jornalista sergipano Diógenes Brayner. 
"Um amaranhado de homens quase nus, com até cinco dias sem tomar banho, com 
as mãos à mostra entre as grades das celas, fazendo gestos de superlotação nos 
cubículos, parecem animais famintos. Suados, barba por fazer, defecando e urinando 
em cinco metros quadrados, esses restos de gente precisam de solução já. Não tem 
espaço nem para dormir em pé, pendurados como morcegos. Junte-se a toda essa 
sujeira os flatos, arrotos, vômitos, feridas mal curadas e as brigas internas. Um 
horror! Um verdadeiro inferno". 
 Dessa forma, fica notório o sistema nefasto que se encontram as Delegacias, onde a 
situação é de flagrante inconstitucionalidade, esses presos que se encontram encarcerados em 
Delegacias e, muitas vezes, vinculados a decisões judiciais, simplesmente formais, que são 
responsáveis por interditar as cadeias, apenas no “papel”, sem efetividade alguma, outros 
casos similares se repetem em todo Brasil, Delegacias superlotadas vivem a tensão das 
ameaças de rebeliões de presos em situação desumana e degradante, logo, vemos que não se 
tratam de casos isolados, mas sim, de uma realidade sobre a precariedade do sistema de 
custódia nas delegacias e penitenciárias brasileiras, superpopulação, condições precárias de 
infraestrutura e saúde, alta taxa de reincidência e violência, é o retrato dos presídiosbrasileiros. 
Se a prisão é apenas um meio de deter um cidadão até que ele seja julgado culpado, 
como esse meio é aflitivo e cruel, deve-se, tanto quanto possível, suavizar-lhe o 
rigor e a duração. Um cidadão detido só deve ficar na prisão o tempo necessário para 
a instrução do processo; e os mais antigos detidos têm direito de ser julgados em 
primeiro lugar. (BECCARIA, 2002,p. 39) 
 
 Essa situação é presente em todos os Estados Brasileiros, e os dados são preocupantes, 
segundo a Revista “Isto é” exemplar de 1 julho de 2015, a população prisional no Brasil está 
em 607.731, sendo que as vagas existentes são de 376.669, um déficit de 231.062, onde 
encontramos os estados de Pernambuco 31.510, Minas Gerais 61.286, Rio de Janeiro 39.321, 
Paraná 28.702, e São Paulo 219.053, com maior população prisional, um levantamento 
realizado pelo Departamento Penitenciário Nacional, órgão ligado ao Ministério da Justiça, 
revelou que o Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo, o Brasil está atrás 
apenas de Estados Unidos, China e Rússia, toda via, não podemos esquecer que existe um 
componente racista nesses índices, conforme Barcellos (2003) em sua obra “Rota 66” onde 
ele sinaliza o perfis dos indiciados, como sendo negros e pardos, alvos das ações policiais, ou 
seja, população miserável das periferias, índice que expõe as mazelas de seus presídios.“No 
Brasil existe a cultura do encarceramento, embora existam medidas cautelares, os juízes 
sempre preferem as prisões”, é o que disse à “Istoé” o ministro da Justiça, José Eduardo 
Cardozo, “Além do problema da superlotação, as penitenciarias são escolas de criminalidade 
em que pequenos delinqüentes são cooptados por chefes de grandes organizações”. Entre 
2000 e 2014, a taxa de encarceramento aumentou 119%, a projeção para os próximos anos é 
preocupante, caso mantenha esse ritmo, em 2022 a população de encarcerado no Brasil 
ultrapassará a marca de um milhão de indivíduos, dados exposto em matéria da revista “Isto 
é” edição de julho de 2015, ainda, Juristas afirmam que cerca de 70% das pessoas que passam 
pelo sistema prisional reincidem, enquanto dados divulgados pela fundação Casa apontam que 
o índice de reincidência de jovens infratores é de 15%, portanto, um número menor que os 
adultos, mais, a reincidência é uma realidade a ser encarada. 
 
 Um dos maiores problemas do sistema prisional é o elevado número de pessoas privadas de 
liberdade em regime provisório, a pesquisa revelou que quatro entre dez presos ainda não 
foram julgados, segundo a Advogada da Comissão de Política Criminal e Penitenciária da 
Ordem dos Advogados de São Paulo, Adriana de Melo Nunes Martorelli, a emissão da pena 
é morosa, “A Justiça lança no cárcere pessoas que cumprem pena sem terem sido julgadas e 
ficam na prisão um tempo maior do que deveriam” afirma como fatores que contribuem para 
a superlotação. Para a coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da 
Universidade Cândido Mendes e ex-diretora do sistema penitenciário do Rio de Janeiro, Julia 
Lemgruber, o aumento da população carcerária está relacionado ao mau funcionamento da 
justiça criminal, diz, “fizemos pesquisas mostrando que dois em cada três presos não recebem 
pena privativa de liberdade ao final do processo, ou seja, muitos foram mantidos 
ilegalmente.” Nesse sentido, ao invés de combater a criminalidade, o uso excessivo da prisão 
provisória pode endossar o aumento da violência, e essa realidade é presente no cotidiano dos 
brasileiros, os jornais anunciam, como o caso do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em 
São Luís, que chocou o país com cenas de barbárie medieval, como: decapitações, detentos 
esfolados vivos e cadáveres empilhados após brigas de facções criminosas, será que nesse 
caso há omissão do estado? 
 Será essa a postura do poder publico? Sem dizer que, quando não ocorrem essas barbáries, 
de toda forma o sujeito que passa pela detenção pela primeira vez será estigmatizado, e terá de 
dificuldades para arrumar emprego e de se reintegrar à sociedade, Renato de Vitto, diretor do 
Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça, afirma, “ É um remédio que 
está matando pacientes”, No País, faltam políticas que enxerguem as punições além do 
sistema prisional, segundo dados do (DEPEN), Departamento Penitenciário Nacional, em 
2012 foram investidos R$11 milhões em penas alternativas, enquanto que para a área de 
engenharia e arquitetura de presídios foram destinados R$361 milhões, “As penas alternativas 
são negligenciadas no Brasil”, afirma Ivan Marques, diretor executivo do Instituto Sou da 
Paz. Conforme matéria da Revista “Istoé” 1 de junho de 2015. 
Fonte: “Istoé” 1/7/2015 
 Discutida na obra de Foucault, também como as disciplinas que garantiram a articulação 
harmoniosa da sociedade, desse modo, passou a controlar os indivíduos estabelecendo 
relações de poder reguladas pelas normas, a disciplina executou a distribuição dos indivíduos 
no espaço, para isso, utilizou-se de técnicas como, por exemplo, o grande encarceramento dos 
considerados vagabundos e dos miseráveis, essa sujeição é obtida através de um saber e de 
um controle que constituem o que Foucault chamou de uma tecnologia política do corpo. 
[...] O poder disciplinar é [...] um poder que, em vez de se apropriar e de retirar, tem 
como função maior “adestrar”: ou sem dúvida adestrar para retirar e se apropriar 
ainda mais e melhor. Ele não amarra as forças para reduzi-las; procura ligá-las para 
multiplicá-las e utilizá-las num todo. [...] “Adestra” as multidões confusas [...] 
(FOUCAULT, 2005, p.143). 
 
 Atualmente é representado esse poder de punir do Estado, e tem como objetivo moldar o 
indivíduo para viver em sociedade, e é o que acontece a todo o momento em nossas vidas, é 
um poder controlador da sociedade, e que não percebemos, por outro lado no que se refere ao 
sistema prisional não está tendo uma efetividade, como, vimos nos relatos dos especialistas, 
supracitados, pois, acaba por aumentar ainda mais a criminalidade. 
 
 
2.DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: 
 
 
 Não podemos esquecer que o Brasil é signatário de um tratado internacional, e tem que 
honrar esse sob pena de responder por ilícitos, a Confederação Mundial dos Direitos 
Humanos, de 25 de junho de 1993, onde o Brasil teve uma destacada participação, 
consideramos que esta normatização constitucional e a adesão a tratados internacionais de 
direitos humanos são essenciais contra os desrespeitos desses mandamentos. 
 Imaginemos um preso provisório, presumidamente inocente, submetido a uma custódia nas 
condições supracitadas, que ao final venha a ser absolvido, teria ele direito a indenização? 
Seja a prisão definitiva ou provisória, na delegacia ou na penitenciária, uma certeza existe, a 
de que aos presos devem ser assegurados seus direitos fundamentais, ao cumprimento das 
normas legais e a observação de um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, qual 
seja a dignidade da pessoa humana. 
 
 Consideramos que as prisões aproximam a masmorra dos tempos medievais! Sistema 
prisional atual, a Constituição Federal prever em seu art, 5° LXXV que, o Estado indenizará o 
condenado por erro judiciário, assim como o que fica preso além do tempo fixado na 
sentença, e como ocorre no sistema, não há como negar o dano moral, a ofensa, a integridade, 
dignidade e incolumidade do ser humano neste caso, e a responsabilidade do Estado é 
legalmente inerte ao seu dever, art, 37, § 6° CF/88, contudo, ainda que haja a indenização, 
esta será em caráter compensatório, ou seja, jamais será restabelecido o statu quo ante, e 
nesse seguimento vejamos trecho do livro “Rota 66’” , onde o presoprovisório Zezinho foi 
torturado e que no dia seguinte veio à óbito. “[...] Todos tinham ouvido os gritos que vinham 
da sala do pau. Durante a madrugada, sem conseguir dormir, Zezinho comentou que tinha 
sido torturado por ordens do delegado de plantão, Apolônio Júnior.” (BARCELOS, 2003, p, 
252). 
 
 Muitas injustiças são cometidas pela falta de conhecimento mínimo de seus direitos, assim 
como a situação econômica do agente que não pode contratar um bom advogado, pois, nem 
todas as cidades dispõem de defensores público, como no caso de Paripiranga. 
[...] Na maior parte das modernas sociedades, o auxílio de um advogado é essencial, 
senão indispensável para decifrar leis cada vez mais complexas e procedimentos 
misteriosos, necessários para ajuizar uma causa. Os métodos para proporcionar 
assistência judiciária aqueles que não podem custear são, por isso mesmo, vitais. 
[...](CAPPELLETTI, 1998, p. 12). 
 
 Vejamos esse julgado em 28/01/2015 pela 13ª Câmara de Direito Público, Processo: 
APL00132777020138260053SP001377-70.2013.8.260053; da Relatora: Borelli Thomaz, 
Publicado em 13/04/2015. Responsabilidade civil. Reparação de dano moral. Prisão indevida. 
Mandado de prisão expedido contra homônimo. Falta de diligência administrativa para 
identificar a situação. Cabimento do pleito autoral. Valor para a indenização. Processual civil. 
Honorários advocatícios. Fixação em 15% sobre a condenação. Causa que não exigiu a mais 
do advogado a justificar elevação do mínimo, malgrado seu bom desempenho profissional. 
Recurso do autor provido, provido em parte o da ré. 
É necessário à acessibilidade para os hipossuficiente, que significa a garantia constitucional 
sendo auto aplicável, com o objetivo de minimizar injustiças, da mesma forma é necessário 
para os que já estão cumprindo pena privativa de liberdade que sejam adotadas medidas de 
proteção e a promoção da dignidade do ser humano que norteiam todo ordenamento 
constitucional, e o estado tem obrigação de conferir eficácia e efetividade, para dar condições 
minimamente dignas a quem se encontra encarcerado, ”É lícito ao Judiciário impor à 
Administração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas ou na 
execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao 
postulado da dignidade da pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua 
integridade física e moral, nos termos do que preceitua o artigo 5º (inciso XLIX) da 
Constituição Federal, não sendo oponível à decisão o argumento da reserva do possível nem o 
princípio da separação dos Poderes” 
 
3. DAS MEDIDAS ADOTADAS 
 Temos belas iniciativas, e que para os operadores do direito em geral afirmam ser a 
solução no processo criminal, trata-se das “Audiências de Custódia”, iniciativa do então 
ministro Ricardo Lewandowski Presidente (STF) Supremo Tribunal Federal, e do (CNJ) 
Conselho Nacional de Justiça, o projeto representa um avanço civilizatório, que resgata a 
“dignidade humana do cidadão preso” O programa prevê que, no caso de prisão em flagrante, 
o preso deverá ser apresentado em juízo em até 24 horas após o ato, representa uma grande 
conquista não só pelo víeis processual, mais também pelo caráter social, é dar mais inclusão 
social para o público mais vulnerável, é um exemplo de humanização do processo criminal, 
permitindo uma individualização da decisão e diminuição do tempo de resposta judicial após 
a prisão em flagrante, o que antes era moroso, esse tempo foi consideravelmente reduzido. 
 Essa foi à primeira “Audiência de Custódia” no Distrito Federal, onde os demais Estados 
adotaram essa medida por decisão do (STF) , sendo Sergipe o último Estado à implantar 
recentemente o projeto. 
 
Fonte : site CNJ08/11/2015 
 
 A presente medida visa não só desafogar as Delegacias e Presídios, mais reduzir custos, 
pois, cada preso gera uma despesa de R$3000,00 para os cofres públicos, e quando se refere a 
uma população prisional em 607.731, conforme vimos anteriormente. 
 
Fonte: site CNJ 08/11/2015 
 A Central de Alternativas à Prisão (CAP) do Governo de Goiás, inaugurada em 10 de 
agosto de 2015, executa rigoroso controle sobre pessoas que foram autorizadas, em audiências 
de custódia, a responder a processo em liberdade, o projeto do CNJ começou a ser executado 
em Goiânia, até 30 de setembro, a unidade monitorou 173 pessoas que, após audiências de 
custódia, passaram a usar tornozeleiras eletrônicas como medida cautelar diversa da prisão, 
Elas foram autorizadas a aguardar o julgamento em liberdade após o juiz avaliar fatores como 
a gravidade do crime imputado, a existência de endereço fixo e antecedentes criminais. 
 Outra medida importante nesse contexto é tema de discutição no Supremo Tribunal 
Federal, a proposta da Súmula vinculante nº 57, que é mais uma medida para minimizar se 
não resolver o problema carcerário em nosso país! Em 2010, A Pastoral Carcerária e a 
(ANADEF) Associação Nacionais dos Defensores Públicos Federais, articularam a 
apresentação no STF pelo Defensor Público Geral da União, proposta de Súmula vinculante 
para garantir à pessoa do preso progressão de regime mais benéfico, possibilitando para 
aquele que conquistou a progressão de regime, o cumprimento da pena em unidade adequada, 
a proposta pode beneficiar até 24 mil presos que atualmente deveriam progredir para um 
regime mais benéfico, mais tem seus direitos desrespeitados em razão da ausência de vagas no 
regime “semi-aberto”, uma verdadeira afronta à Constituição Federal e da Lei de Execução 
Penal. 
 O Público vulnerável não assistido que, sem dúvida, vive uma realidade de não ter seus 
direitos tutelados por nossos representantes, essa referência é para os encarcerados, partindo 
da premissa de que se trata de uma população que não exerce o voto, sendo assim, seja esse 
talvez o motivo da inobservância do executivo em não fazer melhorias nos presídios, que 
acaba por ferir a dignidade dos presos, sem dizer que é um mandamento constitucional, e para 
garantir esses direitos exposto em nossa Carta Maior, o (PSOL), Partido Socialismo e 
Liberdade ajuizou uma (ADPF) Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamenta 
perante o (STF), Tribunal 
Supremo Tribunal Federal, iniciou
qual o (PSOL) pede que se reconheça a violação de direitos fundamentais da população 
carcerária e seja determinada a adoção de diversas providências no tratamen
prisional do país, nesse sentido
várias ações, como a (ADI) 
indenização de presos por danos morais, o 
a possibilidade de o Judiciário obrigar os E
 Fonte: site STF 08/112015
 Foi seguido por todos os ministros, que fizeram menções à péssima situação dos presídios 
brasileiros e concordaram que o Ministério Público detém legitimidade para requerer em juízo 
a implementação de políticas públicas pelo Poder Executivo para concretizar
direitos fundamentais coletivos. 
garantir aos presos tratamento penitenciário digno, como forma de prese
fundamentais. 
 
 
 
, Tribunal competente para o julgamento da presente ação, o
Supremo Tribunal Federal, iniciou em 27/08/2015 o julgamento de cautelar (ADPF) 347, na 
(PSOL) pede que se reconheça a violação de direitos fundamentais da população 
erminada a adoção de diversas providências no tratamen
sentido na busca de soluções esse problema já
(ADI) 5170, Ação Direta de Inconstitucionalidade, que discute direito de 
enização de presos por danos morais, o (RE) 592581, Recurso Extraordinário, 
ade de o Judiciário obrigar os Estados e a União a realizar obras em presídios.
Fonte: site STF 08/112015 
oi seguido por todos os ministros, que fizeram menções à péssima situação dos presídios 
brasileirose concordaram que o Ministério Público detém legitimidade para requerer em juízo 
a implementação de políticas públicas pelo Poder Executivo para concretizar
reitos fundamentais coletivos. Todos salientaram, ainda, que compete ao Judiciário agir para 
garantir aos presos tratamento penitenciário digno, como forma de prese
a o julgamento da presente ação, o Plenário do 
o julgamento de cautelar (ADPF) 347, na 
(PSOL) pede que se reconheça a violação de direitos fundamentais da população 
erminada a adoção de diversas providências no tratamento da questão 
na busca de soluções esse problema já tem sido matéria de 
Ação Direta de Inconstitucionalidade, que discute direito de 
Recurso Extraordinário, que discute 
o a realizar obras em presídios. 
 
oi seguido por todos os ministros, que fizeram menções à péssima situação dos presídios 
brasileiros e concordaram que o Ministério Público detém legitimidade para requerer em juízo 
a implementação de políticas públicas pelo Poder Executivo para concretizar a garantia de 
salientaram, ainda, que compete ao Judiciário agir para 
garantir aos presos tratamento penitenciário digno, como forma de preservar seus direitos 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
 Diante violação generalizada de direitos fundamentais dos presos no tocante à dignidade, 
devemos reconhecer o descaso do poder público, como foi exposto a maior parte desses 
detentos estão sujeitos as condições como superlotação, torturas, homicídios, violência sexual, 
celas imundas e insalubres, proliferação de doenças infectocontagiosas, comida imprestável, 
falta de água potável, de produtos higiênicos básicos, de acesso à assistência judiciária, à 
educação, sem dizer as facções que exerce domínio nos presídios, assim é a situação 
carcerária brasileira que fere igualmente normas reconhecedoras dos direitos dos presos, 
como o Pacto Internacional dos Direitos Humanos, além da própria Lei de Execução Penal, a 
violação aos direitos fundamentais nas prisões tem reflexos também na sociedade, uma vez 
que tem impacto direto na ressocialização de um indivíduo que foi submetido ao sistema. 
 Entendemos, que o ativismo judicial com sua atuação enérgica como é mostrado, utilizando-
se do controle constitucional que é um poder conferido através das ações de controle 
concentrado, proporcionou as garantias de direitos, contribuição significativa do poder 
judiciário provocado para decidir, e se posicionar exigindo do Executivo providências 
urgentes nesse sentido. 
 A situação é, em síntese, assustadora: dentro dos presídios, violações sistemáticas de 
direitos humanos; fora deles, o aumento da criminalidade e da insegurança social, na questão 
de segurança pública, devem ser estabelecidos prioridades, aprovada para crimes graves na 
Câmara dos Deputados, a proposta de Emenda Constitucional deliberada na legislatura 
anterior, essa com indícios de inconstitucionalidade formal, mais que deve ser discutida em 
outro momento, o fato é que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, podendo sem 
dúvida elevar os indicadores já negativos, não cabe mais abrir a porta do sistema prisional e 
jogar a população jovens num ambiente caótico, essa trará consequências que se estenderão 
por décadas , será o maior caos no sistema prisional que já tivemos na nossa história. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: 
BARCELOS, Caco. Rota 66: a história da policia que mata. São Paulo; Record, 2003. 
 
BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas. São Paulo: Wvc Editora, 2002. 
 
CAPPELLETTI, Mauro. Acesso à Justiça. Porto Alegre: safe, 1998. 
.Disponivel:http://jurisway.jusbrasil.com.br/noticias/225145676/stf-inicia-julgamento-de-
acao-que-pede-providencias-para-crise-prisional, acesso em, 04/11/2015 
 
Disponivel: http://www.jusbrasil.com.br/busca?q=APL00132777020138260053, acesso em, 
03/11/2015 
Disponivel: http://www.cnj.jus.br/sistema-carcerario-e-execucao-penal/audiencia-de-
custodia/noticias, acesso em, 08/11/2015 
 
Disponivel:http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=297592&caix
aBusca=N, acesso em, 08/11/2015 
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 30 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 
2005 
 
PEREZ, Fabíola, BRANDALISE, Camila. Vexame Mundial. Revista Istoé , São Paulo, 
Edição 2378, p, 60-61, JUL.2015.

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