Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

�
�
Processo Civil
Prof. Marcio Zago
CONTEÚDO:
1. Do processo e do procedimento
1.1 Processo e procedimento
1.2 Processo de conhecimento ou cognição: procedimento comum ordinário e procedimento comum sumário; procedimentos especiais de jurisdição contenciosa e procedimentos especiais de jurisdição voluntária
1.3 Fases do procedimento comum ordinário e sua estrutura legal
1.4 Procedimento perante os juizados especiais cíveis
2. Procedimento ordinário
2.1 Petição inicial
2.2 Conceito
2.3 Requisitos da petição inicial
2.4 Documentos e instrumento de mandato
2.5 Emenda e complementação da petição inicial
2.6 Deferimento da petição inicial
2.7 Indeferimento da petição inicial e suas conseqüência
2.8 Rejeição liminar da petição e casos idênticos
3. Do pedido
3.1 Conceito
3.2 Requisitos do pedido
3.3 Espécies de pedido
3.4 Aditamento e alteração do pedido
3.5 Cumulação de pedidos
3.6 Interpretação do pedido
4. Citações e intimações
4.1 Conceito de citação
4.2 Efeitos da citação
4.3 Declaração de ofício da citação
4.4 Modalidades de citação
4.5 Falta e nulidade da citação
4.6 Das intimações
5. Da resposta do réu
5.1 Conceito e modalidades
5.2 Contestação: conceito; defesa processual; defesa de mérito direta e indireta; forma e conteúdo; princípio da eventualidade; defesas suscitáveis após a contestação
5.3 Exceções: conceito de exceção processual ou de rito; exceção de incompetência; exceção de impedimento; exceção de suspeição
5.4 Reconvenção: conceito e finalidade; natureza jurídica; reconvenção e defesa; reconvenção e compensação; pressupostos; procedimento; exclusão
5.5 Outros comportamentos do réu: revelia, reconhecimento jurídico do pedido; impugnação ao valor da causa
6. Da revelia
6.1 Conceito: revelia e contumácia
6.2 Efeitos da revelia
6.3 Inocorrência dos efeitos da revelia
7. Das providências preliminares
7.1 Conceito: função saneadora do juiz
7.2 Manifestação do autor: réplica; especificação de provas em falta de contestação, mas inocorrentes os efeitos da revelia; propositura de ação declaratória incidental 
7.3 Suprimento de irregularidades ou nulidades sanáveis
7.4 Julgamento conforme o estado do processo: extinção do processo, julgamento antecipado da lide
7.5 Despacho saneador: conceito, natureza, conteúdo, objeto, eficácia preclusiva e demais efeitos
7.6 Audiência preliminar: momento e objetivo
08/02/12
PROCESSO DE CONHECIMENTO
Introdução
Fenômeno jurídico: toda ciência, para ser assim considerada, tem que preencher diversas características:
- fenômeno próprio: o direito é uma ciência social (existente no mundo ideal, no mundo das idéias – mundo do dever ser), em contraposição à ciência natural (existente no mundo real – do ser).
O fenômeno jurídico pode ser dividido em duas partes:
Plano do direito material
Plano do direito processual
As normas do plano do DIREITO MATERIAL são suficientes para regular as relações intersubjetivas, mantém-se a ordem social. As normas do direito material são obedecidas espontaneamente pela maioria das pessoas, em razão de sua força de coerção. Porém, quando uma das partes resiste a pretensão da outra sobre o mesmo objeto, surge um conflito intersubjetivo, denominado LIDE, situação que o direito material não será suficiente para pacificar, surgindo a necessidade da intervenção do Estado para solucionar de forma imparcial aquele conflito, por meio do processo, que atua em razão das normas processuais.
Estabelecida a lide (litígio), vamos para a segunda parte do fenômeno jurídico. O ordenamento jurídico não permite, raras exceções previstas em lei, a autodefesa, ou seja, fazer justiça pelas próprias mãos. Portanto, o Estado avocou para si o poder-dever de solucionar os conflitos, buscando a pacificação social. Trata-se do poder jurisdicional do Estado, exercido pelo Poder Judiciário.
DIREITO DE AÇÃO: é o poder de exigir do Estado uma atuação pacificadora para resolução do conflito de interesse (art. 5º, XXXV, CF/88). É um instrumento que garante o acesso à jurisdição. É o mecanismo que tira o Estado de inércia típica do Judiciário. 
O DIREITO DE AÇÃO É EXERCIDO CONTRA O ESTADO (E NÃO CONTRA O INDIVÍDUO).
O direito de ação é garantia constitucional, em razão da qual permite-se que o sujeito busque, por meio do processo, a tutela jurisdicional (proteção do direito material).
O processo é um instrumento que permite às pessoas ter acesso à jurisdição. Não pode ser um fim em si mesmo. Para tanto, é preciso que seja utilizada a ação correta para a solução daquela lide específica. Para cada tipo de lide, há uma tutela jurisdicional específica.
- tutela de conhecimento: predominância da atividade cognitiva. Os atos processuais são preparados para permitir que o juiz conheça a situação fática, para, posteriormente, decidir o litígio. Pressupõe uma discussão, uma incerteza sob o panorama jurídico, levada a juízo para que o juiz conheça do litígio e julgue o mérito, afastando a incerteza. O convencimento do juiz se forma com as provas trazidas ao processo pelas partes. O juiz atua no plano abstrato do direito. As ações de conhecimento se dividem em:
- condenatórias (pressupõe uma lesão e almeja repará-la);
- declaratória (faz sentido em relação a determinadas situações em que paire dúvida sobre relações jurídicas. O juiz apenas declara uma situação);
- constitutiva (o que se busca é a criação, a modificação ou a extinção de relações ou situações jurídicas). Ex. interdição, divórcio, etc. Tem duas faces: constitutiva (para criar situação jurídica) ou desconstitutiva (para extinguir relações ou situações jurídicas). Para a tutela de conhecimento, utiliza-se o processo de conhecimento.
- ação mandamental: o juiz ordena que se faça e a efetivação dessa ordem ocorre no mesmo processo, isto é, sem a necessidade de posterior execução. Não pressupõe a lesão (também a distingue da condenatória). Não é necessária ação executiva posterior, a efetivação do que se reconheceu na ação se dá no mesmo processo. Não se objetiva ressarcir um direito ofendido. Não se almeja um substitutivo, mas a fruição in natura, ou fruição específica.
- ação executiva: Não se objetiva ressarcir um direito ofendido. Não se almeja um substitutivo, mas a fruição in natura, ou fruição específica. Embora tenha a denominação executiva, não é ação de execução, mas uma ação de conhecimento com preponderante carga executiva. A efetivação do direito se dá no próprio processo, sem necessidade de execução posterior. Distingue-se da mandamental em razão da possibilidade de a atividade esperada pelo destinatário da ordem ser substituída por alguma atividade de terceiro. Aquela atividade que se espera do destinatário é possível que seja substituída pela atividade de terceiro. Ex. ação possessória e ação de despejo.
- tutela executiva: predominância da atividade executiva. O direito já é reconhecido, porém uma das partes resiste a sua obediência. Há situações que já estão consolidadas porque já há uma sentença ou título executivo extra-judicial que diz como a realidade deve ser. Toda execução deve estar embasa em um título executivo judicial (sentença) ou extra-judicial (ex. cheque, contrato de locação, etc). A execução é uma atividade jurisdicional tendente a transformar a realidade. Utiliza-se do processo de execução. 
- tutela cautelar: há uma insegurança e a parte precisa se acautelar, através de uma medida conservativa, ou seja, conservar o estado de coisa, para que consiga, no futuro, usufruir do direito que alega ter. Utiliza-se do processo cautelar.
PROCESSO DE CONHECIMENTO (art. 1 a 565 CPC)
Processo é o instrumento por meio do qual a jurisdição atua. É o conjunto de atos coordenados segundo a lei e destinados ao exercício da jurisdição.
O processo de conhecimento é composto por três elementos:
1 - pressupostos processuais: na ausência de pressuposto processual, o processo pode ser nulo ou anulável. Assim, se não estiverempresentes certos pressupostos processuais (art. 267, IV, CPC) de constituição e desenvolvimento válido e regular desse instrumento, extingue-se a ação sem julgamento do mérito.
	a) Pressupostos processuais positivos:
* Pressupostos de existência: jurisdição, petição inicial, citação e capacidade postulatória.
* Pressupostos de validade: juízo competente e juiz imparcial; petição inicial apta, citação válida e capacidade processual (capacidade de ser parte e capacidade de estar em juízo)
b) Pressupostos processuais negativos: coisa julgada, litispendência e perempção (é a perda do direito de ação, imposta a quem por 3 vezes anteriores, deu causa à extinção do processo por abandono – art. 268, § único, CPC). 
2 - condições da ação: legitimidade das partes, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido. Se faltar algumas das condições da ação, falta-lhe o direito de ação.
As condições da ação e os pressupostos processuais levam ao raciocínio do juiz se vai ou não julgar o mérito daquela ação. São os requisitos de admissibilidade de julgamento do mérito.
3 - mérito: é o objeto de discussão do processo.
PROCESSO – PROCEDIMENTO
Processo: é conjunto de atos concatenados com uma finalidade. “é o complexo de atividades que se desenvolvem tendo por finalidade a provisão jurisdicional.” Equivale à junção do procedimento e relação jurídica processual (força invisível que vincula as partes ao redor do processo, impulsionando-o até o julgamento). 
Mas o processo não se move do mesmo modo e com as mesmas formas em todos os casos. Portanto, uma coisa é o processo e outra é o procedimento.
Procedimento: é o modo e a forma por que se movem os atos do processo.
 
O processo é composto por 2 tipos de procedimentos:
		
	
						 - ORDINÁRIO 
 		- COMUM
 	 PROCEDIMENTOS				 - SUMÁRIO
 DO PROCESSO					
 DE CONHECIMENTO
 		- ESPECIAL
A diversidade das atividades jurisdicionais que se desenvolvem com vistas à prestação da tutela jurisdicional não tem o condão de alterar o que, por definição, não aceita variação: o processo. Ela, contudo, é suficiente para variar o procedimento, isto é, a forma de organização dos atos processuais.
Há casos mais comuns, que devem ser tratados em procedimentos comuns. Porém, há casos especiais que devem ter respostas mais céleres em razão do direito material discutido, portanto, devem receber atenção especial, em procedimentos especiais.
 O processo é autônomo, mas é influenciado pelo direito material (fase intrumentalista do direito processual – evolução: imamentista, a...., instrumentalista)
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
Tem duas características peculiares e muito importantes que justificam estudar esse procedimento antes dos demais:
- RESIDUAL: tudo aquilo que exigir uma tutela de conhecimento, deve-se observar se a matéria de direito material exige uma procedimento especial. Em caso negativo, será procedimento comum. Verifica-se no artigo 275 CPC se é caso de procedimento sumário (rol exaustivo). Não sendo, é caso de procedimento comum ordinário. Portanto, é residual. Se não for especial ou comum sumário, será comum ordinário. É o procedimento mais utilizado.
- é SUBSIDIÁRIO aos demais procedimentos: mesmo nos casos que se utiliza o procedimento especial ou sumário, quando suas normas não regularem determinadas situações, busca-se a solução no procedimento ordinário. Art. 272, § único CPC: “O procedimento especial e o procedimento sumário regem-se pelas disposições que lhes são próprias, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, as disposições gerais do procedimento ordinário.”
O procedimento comum é composto por FASES LÓGICAS.
Fase processual é um momento dentro do procedimento, no qual consegue-se agrupar atos processuais da mesma natureza. As fases do procedimento devem ser entendidas como agrupamentos de determinadas atividades a serem desenvolvidas pelos sujeitos do processo ao longo do tempo e que permitem, pela sua semelhança e objetivos comuns, serem agrupados e estudados lado a lado. Portanto, o que distingue uma fase da outra é a preponderância da atividade jurisdicional a ser desempenhada em cada qual.
As fases são lógicas porque se sucedem, cronologicamente falando, de forma lógica.
Fases do processo: 
- postulatória: começa com a iniciativa das partes, através de seu requerimento, suas pretensões (petição inicial). Preponderam os atos em que as partes (e eventuais terceiros) apresentam ao Estado-juiz o material sobre o qual discutem as razões de seu conflito e a tutela jurisdicional que se aguarda;
- ordinatória ou saneadora: o juiz fica encarregado de sanar irregularidades existentes na fase anterior, para que o processo caminhe com regularidade, rumo à sentença de mérito e definir quais os próximos atos do procedimento que devem ser praticados;
- instrutória: é a fase probatória, de produção de provas para formação do convencimento do juiz sobre os fatos relevantes e pertinentes para o julgamento;
- decisória: o juiz profere sentença. Ele decide reconhecendo ou não a existência do direito reclamado pelo autor.
- recursal: não é uma fase obrigatória, pois nem sempre as partes recorrem da decisão judicial.
- executiva ou da efetivação: cumprimento da sentença (nas ações condenatórias). 
Cada fase constitui um conjunto de atos inseparáveis, formando uma unidade processual autônoma.
15/02/12
FASE POSTULATÓRIA
Petição inicial -> despacho inicial/ liminar -> citação ->Revelia
 ->Reconhecimento do pedido
 			 ->Respostas (oferecer resistência)
PETIÇÃO INICIAL: É o ato processual pelo qual a parte autora, exercendo o direito de ação (demanda), deduz pretensão em juízo, buscando obter tutela jurisdicional através da instauração do processo.
 
A petição inicial e os princípios processuais:
	A petição inicial MATERIALIZA alguns princípios processuais, com os quais está intimamente relacionada:
Princípio da Demanda- art. 2º e 262 do CPC:
Art. 2º - Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. Para o autor poder provocar o Judiciário terá que utilizar meio próprio, chamado petição inicial.
Art. 262 - O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial.
Princípio da congruência- art. 128 e 460 do CPC:
Art. 128 - O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
Art. 460 - É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que Ihe foi demandado.
Parágrafo único - A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação jurídica condicional.
	O pedido, no processo, fica na petição inicial. Ao decidir, o juiz está vinculado ao pedido e à causa de pedir, não podendo o juiz prolatar sentença citra, extra ou ultra petita.
 
A petição Inicial e a Teoria dos Atos Jurídicos:
- Fatos e atos jurídicos
- Elementos dos Atos Jurídicos (requisitos de existência, validade e eficácia).
- Atos jurídicos processuais – Petição Inicial
É ato jurídico processual: a petição inicial é um ato jurídico especial que deve estar inserido no processo, caso contrário não possui validade, não gera efeitos. 
Como é ato jurídico, a petição inicial deve preencher alguns REQUISITOS para ter existência, validade e eficácia, divididos em genéricos e específicos:
 - vernáculo
 Extrínsecos - escrita
 Genéricos - assinatura
 Intrínsecos (art.282 CPC)
 
 Específicos
- EXTRÍNSECOS: vistos a “olho nu”, estão bem claros na petição.
- Escrita - deve ser escrita. Pois se trata de procedimento comum ordinário.
- Vernáculo - precisa fazer uso da língua portuguesa.
E o uso de expressões em latim consagradas no direito? Podem ser utilizadas, assim como as em inglês. Entretanto, essa permissão é para expressões e não para fazer uma petição inteira em outra língua. 
- Assinatura- a petição inicial deve ter a assinatura do advogado, pois é dele a capacidade postulatória, exigida em razão de ser um ato jurídico processual. Nem tudo que ocorre no processo é ato processual, por ex. no reconhecimento de paternidade não é necessária a capacidade postulatória, é de direito material. 
- INTRÍNSECOS: Requisitos internos da petição. Requer olhar mais técnico para verificá-los. Estão elencados no artigo 282 CPC. Devem estar presentes para que aquele ato esteja constituído como petição inicial.
Art. 282 - A petição inicial indicará:
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida (ENDEREÇAMENTO);
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu (PREÂMBULO);
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido (CAUSA DE PEDIR);
IV - o pedido, com as suas especificações (PEDIDO);
V - o VALOR DA CAUSA;
VI - as PROVAS com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - o REQUERIMENTO PARA A CITAÇÃO do réu.
Organização judiciária – art. 92, CF;
Capacidade Processual – art. 7,8,9 do CPC;
Competência: art. 86 a 124, CPC;
Instrumento de mandato (procuração) art. 36,37, 39,I do CPC;
Valor da causa: art. 258 do CPC;
Pedido: art. 286 CPC;
Citação- art. 213 CPC;
ENDEREÇAMENTO (art. 282, I do CPC)
	O endereçamento é direcionado para o cargo e não para a pessoa do juiz que está investida naquele cargo. O nome do cargo muda de acordo com a Justiça e o grau de jurisdição.
	É preciso saber também qual é o limite territorial que estabelece a competência do órgão jurisdicional: comarca; sessão judiciária (justiça federal)
Normas de organização judiciária –art. 92 da CF/88
STF
 
 STJ
Just. do Trab- Militar- Eleitoral just. federal – just. estadual
Ex. Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _ Vara Cível da Comarca de Presidente Prudente.
 Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador-Presidente do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (2º grau de jurisdição)
 Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro-Presidente do Superior Tribunal de Justiça. (Tribunal Superior) 
29/02/12
PREÂMBULO (art. 282, II do CPC)
	Escopo do inciso II: o preâmbulo qualifica as partes e ajuda a identificar, distinguir, especificar a pessoa que será parte no processo. Quanto mais especificações pessoais melhor para evitar confundir com homônimos, por isso é possível colocar mais informações do que aquelas exigidas no artigo. É importante individualizar as partes para que somente elas sejam atingidas pela coisa julgada.
CAUSA DE PEDIR (art. 282, III do CPC)
	Fatos e fundamentos jurídicos do pedido = compõem a causa de pedir da petição inicial.
Causa de Pedir: motivo pelo qual o autor vai a juízo pedir o que pede. São MOTIVOS DE FATO E DE DIREITO (fundamentos de fato e fundamentos jurídicos).
A causa de pedir divide-se em REMOTA (fatos) e PRÓXIMA (fundamentos jurídicos).
 “Dos fatos origina-se o direito.” Há um raciocínio de silogismo. A lei estabelece X que confere resultado Y. No plano concreto, o fato amolda-se à regra prevista no ordenamento. Logo, o autor quer o resultado Y. (art. 282, III, CPC). É exigência jurídica, para que possibilite à parte contrária a defesa (princípios do contraditório e ampla defesa), para que possa discutir os fatos e/ou direito. Essa exigência é reflexo da própria democracia, pois o poder de decisão é acatado pelas partes porque é legítimo, e só é assim considerado em razão da possibilidade de participação das partes.
Obs. Fundamento jurídico consiste na qualificação jurídica daqueles fatos. Não é igual a fundamento legal. O que se exige é o fundamento jurídico e não o fundamento legal. Gravita em torno de institutos jurídicos e não de leis. Obviamente, para reforçar a existência daquele direito invocado, menciona-se também a lei.
Existem algumas teorias que tentam explicar o conteúdo da causa de pedir.
TEORIA DE INDIVIDUAÇÃO: (ou teoria da individualização), segundo a qual basta a afirmação dos fundamentos jurídicos na ação. Na causa de pedir, o autor não precisa narrar os fatos que deu origem a seu direito, basta narrar a existência do direito.
TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO: exige a apresentação dos fatos e fundamentos jurídicos. Essa é a teoria adotada pelo CPC brasileiro (art. 282, III CPC). Não basta afirmar a existência do direito; é preciso narrar os fatos que originaram aquele direito.
Isso gera vários efeitos na prática, pois a ausência da descrição dos fatos faz com que a petição inicial seja considerada inepta, acarretando a extinção do processo sem julgamento do mérito – art. 267 CPC. (art. 295, I CPC). O art. 295, § único CPC determina o indeferimento da petição inicial quando a petição for inepta. A petição inepta é aquela que não tem causa de pedir ou tem causa de pedir mal feita (“Quando dos fatos não decorrerem logicamente o pedido”). Portanto, além de ter a causa de pedir, ela deve ser bem feita. Da narração dos fatos decorre, naturalmente, o pedido. (teoria da substanciação)
Importância da causa de pedir: 
- causa de pedir e a identidade da ação: a causa de pedir tem intima relação com a identidade da ação. A causa de pedir é um dos elementos identificadores da ação (parte, causa de pedir e pedido). É por meio desses elementos que é possível identificar a ação e reconhecer possível litispendência. É por isso a necessidade da formalidade, rigorismo legal, padrão exigido na composição da causa de pedir. 
- causa de pedir e as condições da ação: há uma relação muito próxima da causa de pedir e as condições da ação. É analisando a causa de pedir que o juiz verifica uma condição da ação (interesse de agir). Para agir é preciso ter interesse juridicamente relevante que faça o sujeito ter direito ao acesso ao Judiciário. O interesse de agir é composto por 3 aspectos: NECESSIDADE, UTILIDADE e ADEQUAÇÃO. A resistência do outro só pode ser superada pela atividade substitutiva do juiz. Assim, há interesse de agir. Ou seja, há necessidade. Não há necessidade de recorrer ao judiciário, por ex, para receber uma dívida não vencida – não há interesse de agir. É da causa de pedir que o juiz tirará a conclusão se há ou não interesse de agir.
- causa de pedir e a inépcia da inicial (art. 295, parágrafo único, CPC): daí decorre a importância da causa de pedir. Será considerada inepta a petição se da narração dos fatos não decorrer logicamente o pedido.
Compondo a Causa de Pedir:
A causa de pedir é composta pela causa de pedir:
- próxima: fundamento jurídico;
- remota: fatos. Remota porque os fatos estão distante do pedido (justificativa da nomenclatura).
1º Passo: NARRAR OS FATOS
- quais fatos? Fatos simples/fatos jurídicos
Fatos são todos acontecimentos da vida real. Alguns fatos da vida real importam para o Direito, por isso ele tenta regular esses fatos, gerando a classificação fatos simples (não importam pra o Direito) e fatos jurídicos (fatos da vida real que importam para o Direito). Para compor a causa de pedir remota é preciso narrar fatos jurídicos. A narração dos fatos simples se torna importante somente quando reforçarem a prova dos fatos jurídicos.
- como fazer? Por meio de técnica da narração. 
- o que narrar e como narrar? Primeiro narra os fatos constitutivos do direito do autor e depois fatoslesivos ao direito do autor (interesse de agir). Deve ser respeitada uma ordem cronológica dos fatos. É analisando os dois fatos que o juiz chegará a conclusão se há ou não interesse de agir.
- indicação das provas documentais – art. 396. A prova NÃO serve para demonstrar direito, mas para demonstrar fatos. Somente os fatos determinados, controvertidos e pertinentes. Normalmente, as provas devem ser produzidas na fase instrutória, com exceção da prova documental que, em regra, deve ser produzida na fase postulatória. 
Art. 396 CPC. “Compete à parte instruir a petição inicial (283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar-lhe as alegações.”
07/03/12
PROCESSO DE CONHECIMENTO
O que foi estudado até o momento:
01. Procedimentos: processo comum ordinário – fases lógicas – fase postulatória
02. Petição inicial (1º ato) 
– requisitos
			 - endereçamento (inciso I)
	Art. 282 CPC - preâmbulo (inciso II)
			 - causa de pedir (inciso III) - causa de pedir próxima
						 - causa de pedir remota
2º Passo: DO DIREITO (fundamentos jurídicos)
- o que é? Reação do ordenamento jurídico frente aos fatos jurídicos narrados. Lançar mão de argumentos jurídicos para buscar convencer o juiz de que, diante dos fatos narrados, o ordenamento jurídico reage daquela forma. É dar tratamento jurídico aos fatos narrados.
- como fazer? Argumentos jurídicos reforçados pela citação de lei, doutrina e jurisprudência. FUNDAMENTO JURÍDICO NÃO É FUNDAMENTO LEGAL.
	- técnica: dissertação = argumentação
	- utilização de citações da doutrina/jurisprudência
	Quanto à máxima “dai-me o fato, que lhe dou o direito.”: SE APLICA. O juiz não está atrelado ao fundamento jurídico apresentado na petição inicial. Mas a importância e necessidade do fundamento jurídico é a possibilidade de tentar convencer o juiz a decidir daquela forma que o autor entende juridicamente os fatos. É tentar convencê-lo que é desta forma que o ordenamento jurídico reage àquele fato.
	Nem sempre o fundamento jurídico está na lei. É possível situações juridicamente respaldadas somente em princípios ou jurisprudência. Daí decorre a necessidade e importância da argumentação.
Petição inicial: endereçamento, preâmbulo, causa de pedir, pedido.
PARTE PETITÓRIA DA PETIÇÃO (art. 282, IV e VII do CPC)
	Na petição deve constar a parte petitória, na qual constará, obrigatoriamente, o 	requerimento de citação (VII) e o pedido principal (IV). 
	1 - REQUERIMENTO DE CITAÇÃO:
	Porque iniciar pelo requerimento de citação? Antes da citação do réu a relação jurídica é linear (autor e juiz). Somente com a citação é que se torna angular (autor, juiz e réu). A citação não é pressuposto de existência do processo, mas de validade. Numa ordem lógica, a primeira coisa que deve ocorrer é a citação, para depois o deferimento do pedido principal. É questão de lógica processual começar a parte petitória com o pedido de citação.
- O requerimento de citação, a regra do artigo 222 do CPC e as modalidades de citação.
- O CPC prevê várias modalidades de citação (correio, oficial de justiça, precatória, eletrônica, edital). Se o autor não pedir a modalidade o juiz aplicará a lei (art. 222 CPC). A regra é a citação pelo correio. Na omissão do autor quanto à modalidade, o juiz aplica a regra, ou seja, por carta. 
2 - PEDIDO PRINCIPAL: 
	a) pedido = objeto imediato e mediato
		- OBJETO IMEDIATO: tutela jurisdicional desejada e admitida no tipo de processo escolhido. O processo de conhecimento autoriza 5 tipos de tutela: sentença declaratória, condenatória, constitutiva ou descontitutiva, mandamental ou executiva lato senso. Por isso, é importante escolher corretamente a ação, para fazer o pedido correto. A tutela deve ser declarada pelo autor.
	
- OBJETO MEDIATO: bem da vida.
	b) pedido certo e determinado – interpretação restritiva – artigos 286 e 293 CPC.
	Interpretação restritiva - O pedido do autor é que fixa a atividade do juiz, especificamente no que diz respeito ao objeto de decisão, de julgamento. Os limites do pedido, tal qual formulado pelo autor, refletem-se nos limites da sentença a ser proferida. Ou seja, busca afastar da consideração do juiz aquilo que não foi pedido, embora pudesse ter sido. 
 
Art. 293. “Os pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no principal os juros legais.”
14/03/12
PROTESTO POR PROVAS (art. 282, VI do CPC)
As provas servem para demonstrar fatos, e não direito. 
Esses fatos precisam ser controvertidos. O art. 334 CPC arrola os fatos que não precisam ser provados. Um fato é controvertido quando paire dúvida sobre ele. O fato é afirmado por uma parte e impugnado pela outra. O réu, na contestação, irá tornar os fatos controvertidos.
Não são todos os fatos que terão que ser provados na petição inicial. Somente os fatos controvertidos. Somente depois da contestação é possível saber quais são os fatos controvertidos, por isso é possível fazer na petição inicial um PROTESTO POR PROVAS GENÉRICO: protestar por todos os meios de provas admitidos. Depois que os fatos ficarem controvertidos o autor especificará as provas que pretende produzir.
VALOR DA CAUSA (art. 282, V do CPC)
O artigo 258 CPC determina que “a toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato.” 
O legislador exige esse valor da causa por que tem algumas utilidades, desempenha algumas funções no processo:
- serve de critério para fixação de competência;
- baseia-se nesse valor o recolhimento de custas processuais;
- serve de base para fixação do valor de honorários;
- fixação de procedimentos.
O valor da causa não se confunde com o mérito da ação (pedido mediato). As vezes, os números coincidem, mas os dois devem estar presentes na petição inicial, pois cada um deles tem uma função no processo.
Ex. acidente de trânsito que causa danos no automóvel: pedido – que seja condenado a pagar R$ 5.000,00 (valor do conserto). Numericamente, o valor da causa coincide com o pedido mediato. 
Ex. num divórcio em que a mãe fica com a guarda do filho, que freqüenta escola cuja mensalidade é R$ 400,00; R$ 100,00 de natação e R$ 500,00 de...... Gastos mensais de R$ 1.000,00. O pedido de alimentos (obrigação vincenda) é de R$ 1.000,00. Porém, o artigo 260 CPC dispõe que “quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, ...........................”. Assim, o valor dessa causa será de R$ 12.000,00, ou seja, correspondente ao pagamento das prestações equivalente a um ano. Portanto, nesse caso, o valor do pedido mediato não corresponde ao valor da causa (pedido: R$ 1.000,00 por mês; valor da causa: R$ 12.000,00).
Critérios de fixação:
- legal: devo procurar na lei a fórmula que eu vou aplicar para fixar o valor da causa. Normalmente está nos artigos 258, 259 e 260 CPC. 
Art. 259. O valor da causa constará sempre da petição inicial e será:
I – na ação de cobrança de dívida, a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até a propositura da ação;
II- havendo cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;
III – sendo alternativos os pedidos, o de maior valor;
IV – se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal;
V – quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou rescisão de negócio jurídico, o valor do contrato;
VI – na ação de alimentos, a soma de 12 prestações mensais, pedidas pelo autor;
VII – na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, a estimativa oficial para lançamento de imposto.
- por estimativa: Se não estiver entre essas hipóteses, o autor fixará o valor da causa por estimativa. 
Fluxograma da fase postulatória:
Petição inicial 	 	distribuição (art. 252) 		 autuação (art. 166)
As petições iniciais serão distribuídas de forma alternada entre as Varas (juízes). Depois de distribuída a ação,será autuada pelo escrivão, onde constará: juízo, natureza do feito, n º de registro, nomes das partes e a data de seu início.
O juiz, por impulso oficial, dará continuidade a esse procedimento.
MODIFICAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL
Após proposta a ação é possível alterar a petição inicial. São duas situações: modificação e aditamento. 
Modificação: (Art. 264) 
Ex. o autor ajuíza uma ação com pedido declaratório e, posteriormente, substitui por pedido condenatório. Alteração do pedido imediato. 
O art. 264 dispõe que “feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei.”
Aditamento: (art. 294)
Ex. o autor ajuíza uma ação de investigação de paternidade, com pedido declaratório (declarar que é o pai). Posteriormente, acrescenta um pedido condenatório de pagamento de alimentos. Não há modificação de pedido, mas um acréscimo.
O artigo 294 determina que “antes da citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo a sua conta as custas acrescidas em razão dessa iniciativa.”
21/03/12
MODIFIÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL
Art. 264 CC “Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir	, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei.
Parágrafo único: A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo.”
Antes da citação, o autor está autorizado modificar o pedido ou a causa de pedir sem a necessidade do consentimento do réu. Após a citação, exige-se consentimento do réu. Mantendo-se as mesmas partes.
	
	ANTES DA CITAÇÃO
	APÓS A CITAÇÃO E
ANTES DO SANEAMENTO
	APÓS O
SANEAMENTO
	PARTES
	Nunca
	Nunca
	Nunca
	CAUSA DE PEDIR
	Pode
	Pode com o consentimento
 do réu
	Nunca
	PEDIDO
	Pode
	Pode com o consentimento
 do réu
	Nunca
As partes não podem ser modificadas nunca, salvo os casos permitidos por lei (ex. parte não personalíssima morre e é substituída por seus herdeiros). Se for parte ilegítima, o processo será extinto sem julgamento do mérito. Posteriormente, poderá ajuizar nova ação contra a pessoa certa.
E o juiz, pode, ao se deparar com a petição inicial, mandar emendar a petição inicial para corrigir o pólo passivo da ação? NÃO. Se a parte for manifestamente ilegítima, deve indeferir a petição, pois se trata de norma cogente.
O consentimento do réu tem de ser expresso ou o silêncio deve ser interpretado como consentimento? No processo civil, as partes não têm dever, tem ônus (quando deixa de cumprir o ônus, quem sofre a conseqüência é a própria pessoa). Portanto, se foi dada oportunidade de o réu manifestar-se, e quedar-se inerte, considera-se o silêncio como consentimento, porque é ônus, não é dever.
E se o réu for revel, como irá consentir? 
Pode, mas é preciso nova citação. 
Art. 321 CPC. “Ainda que ocorra revelia, o autor não poderá alterar o pedido, ou a causa de pedir, nem demandar declaração incidente, salvo promovendo nova citação do réu, a quem será assegurado o direito de responder no prazo de 15 dias.”
Se o réu continuar revel após a nova citação, pressupõem-se verdadeiros os fatos alegados na inicial e na modificação. 
Após o saneamento do processo, ainda que o réu consinta (em nenhuma hipótese), NÃO será permitida a modificação do pedido ou causa de pedir. O legislador proíbe as modificações após o saneamento porque quer que a lide fique estável, se estabilize, dando condições para o juiz julgar.
ADITAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
Art. 294 CC “Antes da citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo á sua conta as custas acrescidas em razão dessa iniciativa.”
	
	ANTES DA CITAÇÃO
	APÓS A CITAÇÃO E
ANTES DO SANEAMENTO
	APÓS O
SANEAMENTO
	PEDIDO
	
Pode
	Pode com o consentimento
 do réu (c.c. 264 CC – se pode o mais, pode o menos)
	
Nunca
O que faz o réu a consentir com o pedido de aditamento do autor? 
Porque é vantagem para o réu também que os dois pedidos sejam julgados numa mesma lide, afinal nada impede que o autor ajuíze nova ação para o novo pedido.
Após o saneamento do processo, o autor não poderá aditar a petição inicial, por analogia à modificação (art. 264, § único), para que a lide fique estável.
Fase Postulatória : esse momento do procedimento é tratada como fase postulatória, pois é composta de atos de natureza postulatória (postular = pedir). Isso não quer dizer que será constituído de atos exclusivamente postulatórios, mas há predominância de atos daquela natureza. Assim, o despacho inicial não é ato postulatório (tem natureza decisória), mas faz parte de uma fase em que a maioria dos atos é de natureza postulatória.
Fase processual: conjunto de atos de mesma natureza. Grupo de atos processuais de mesma natureza. 
1 - Petição inicial (distribuição – art. 252 e autuação – art. 166) A distribuição introduz a petição inicial no mundo processual.
2 - Despacho inicial ou liminar
Efeitos da distribuição da petição inicial:
- deflagra o procedimento (efeito processual);
- interrompe a prescrição (efeito material).
DESPACHO INICIAL OU DESPACHO LIMINAR
Ato exclusivo do juiz. É o primeiro contato que o juiz tem com a petição inicial. Ele irá realizar uma ATIVIDADE SANEADORA (não é o mesmo que despacho saneador, que ocorre na fase saneadora). Estamos ainda na fase postulatória. 
Nessa atividade saneadora o juiz analisa a presença dos requisitos internos da petição inicial, dos pressupostos processuais e das condições da ação. É despacho liminar com função saneadora, para “limpar” o processo de eventuais imperfeições.
Dessa análise (juízo de admissibilidade) da petição inicial podem ocorrer duas situações:
- proferir despacho inicial com CONTEÚDO POSITIVO: (art. 285, 1ª parte, CPC) estando tudo a contendo na petição inicial, o juiz ordenará que seja citado o réu. 
Art. 285 CPC. “Estando em termos a petição inicial, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu, para responder...”
- proferir despacho inicial com CONTEÚDO NEGATIVO: (art. art. 284, 295) o juiz pode encontrar problemas de duas ordens:
- que podem ser sanados (sanáveis): art. 284 CPC – quando não há os requisitos exigidos nos artigos 282 e 283, o juiz determina que o autor corrija os erros, por meio de emenda ou complementação. Emenda é correção de requisitos; completar é juntar documentos indispensáveis à propositura da ação. Após a emenda ou complementação no prazo legal, volta para o juiz, que verificará se foram atendidas.
	
- que não podem ser sanados (insanáveis): art. 295 CPC – no caso das hipóteses trazidas pelo artigo 295, os vícios são mais sérios que, se presentes na petição inicial levam ao seu indeferimento, acarretando a extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267, I CPC), com exceção do inciso IV que julga o mérito (decadência ou prescrição). 
	I – quando for inepta a petição inicial (§ único do 295) só é inepta a inicial quando apresentar as situações trazidas no § único do 295. Os demais incisos do 295 não tratam de inépcia da inicial, embora causem o indeferimento da inicial e, conseqüente, a extinção sem julgamento do mérito.
	Essa norma visa impedir que petições iniciais ineptas possam ensejar prática de atos processuais inúteis e desnecessários.
	II – parte for manifestamente ilegítima: leva ao indeferimento da petição inicial. O artigo 267 CPC, I, diz que extingue-se o processo sem resolução do mérito quando o juiz indeferir a petição inicial (refere-se ao art. 295). Portanto, quando a parte for manifestamente ilegítima será indeferida e o processo será extinto sem julgamento de mérito. 
	O inciso VI do artigo 267 diz que quando não concorrer qualquer das condições da ação (possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade das parte) o processo se extinguirá sem resolução do mérito. 
	Qual será o fundamento do juiz para extinçãodo processo: em razão do art. 295, II ou art. 267, VI? Há diferença.
	- Art. 295, II: parte manifestamente ilegítima. Explicito. Identifica-se a ilegitimidade de plano. Essa ilegitimidade leva ao indeferimento e, consequentemente, à extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267, I). 
Ex. sogra que propõem ação de divórcio de sua filha com seu genro. É parte manifestamente ilegítima, porque é ação personalíssima. Fundamento da extinção: art. 267, I CPC (art. 295, II).
	- Art. 267, VI: ilegitimidade de parte. 
28/03/12
III – quando o autor carecer de interesse processual: 
IV – quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição: art. 219, § 5º - o juiz pode pronunciar, de ofício, a prescrição. Se reconhecer a prescrição de ofício, o processo será extinto com resolução do mérito (269, IV). A decadência também. 
Quando o juiz extingue o processo sem resolução do mérito, a sentença só faz coisa julgada formal. Portanto, é possível propor ação novamente.
No caso de extinguir com resolução do mérito, a sentença transitada em julgado faz coisa julgada material, portanto, não é possível propor ação novamente.
V – quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal:
VI – quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, § único, primeira parte, e 284: inserir o local para intimação e atender ao prazo para emendar a petição inicial.
Todos os incisos do artigo 295 levam ao indeferimento da petição inicial e consequentemente à extinção sem julgamento do mérito, com exceção do inciso IV (que leva à extinção com resolução do mérito).
É possível haver sentença ainda na fase postulatória?
SENTENÇA TERMINATIVA – sem resolução do mérito.
SENTENÇA DEFINITIVA – com resolução do mérito.
É possível qualquer uma dessas sentenças, ainda na fase postulatória. Será definitiva no caso do inciso IV do art. 295 e terminativa nos demais incisos.
	O art. 285-A do CPC também leva a um despacho inicial de conteúdo negativo. (modificação inserida no CPC em 2006 – para torná-lo mais rápido e eficiente para atender aos anseios modernos: respostas rápidas, celeridade, sem perder a qualidade.)
	Dispõe que “Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.
	§ 1º. Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação.
	§ 2º. Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder ao recurso.”
	O juiz poderá, ainda no despacho liminar, julgar improcedentes os PROCESSOS REPETITIVOS. São processos com teses jurídicas que atendem aos anseios de milhares de pessoas. É a mesma tese para diversas pessoas. O juiz não precisa citar o réu e instruir o processo (ou seja, praticar atos desnecessários, afinal já sabe qual será sua decisão naquele caso) se, desde o início, já sabe como irá julgá-la. Ex. ações previdenciárias e tributárias. 
	Para aplicação do artigo 285-A, tem de preencher certos requisitos:
	- matéria unicamente de direito: há matéria de fato e de direito; e matéria exclusivamente de direito. Na primeira, há dúvidas quanto à ocorrência dos fatos e quanto à tese jurídica que o autor alega existir. A questão unicamente de direito não significa que não tenha fatos, mas que são incontroversos, o que é controvertido é a tese jurídica. Ex. cobrança pela telefônica de assinatura e pulsos gerou uma infinidade de ações. Há divergência somente quando ao direito. Só pode ser aplicada nas teses de massa. Não poderia ser aplicado, por exemplo, num caso de acidente de trânsito.
	- juízo onde o juiz atua: naquele juízo houve sentenças que julgaram caso idêntico, com decisão pela improcedência.
 
	- sentença de total IMPROCEDÊNCIA: 
	- casos idênticos: Serão casos idênticos (mesma tese jurídica) e não ações idênticas (mesmas partes, pedidos e causas de pedir).
	Assim, presentes os requisitos, não precisará citar o réu e o juiz proferirá sentença liminar (utilizando-se de SENTENÇA PARADIGMA ou SENTENÇA MODELO, ou seja, reproduzirá o teor da anteriormente prolatada), julgando improcedente a pretensão autoral de plano. Trata-se de julgamento imediato do mérito, com prolação de sentença com resolução do mérito.
	
	O Conselho Federal da OAB ingressou com ADIn (n. 3.695/06), alegando que o artigo 285-A era inconstitucional porque feria princípios constitucionais do contraditório, direito de ação do autor e devido processo legal. A doutrina defende que não é inconstitucional, pois mesmo que dispensada a citação, o juiz está dando ao autor o máximo que poderia dele obter: uma sentença totalmente improcedente.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (Med. Liminar) 3695-5
	Origem:
	DISTRITO FEDERAL
	Entrada no STF:
	29/03/2006
	Relator:
	MINISTRO CEZAR PELUSO
	Distribuído:
	29/03/2006
	Partes:
	Requerente: CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (CF 103, VII)
Requerido :PRESIDENTE DA REPÚBLICA CONGRESSO NACIONAL
Resultado: AGUARDANDO JULGAMENTO.
	
	
	
	
O direito processual civil também enfrenta um novo desafio de superação das formas clássicas e rígidas tendentes a buscar a salvaguarda aos princípios da efetividade e da celeridade mediante conceito que a doutrina tem denominado “processo civil de resultados”.
É salutar, portanto, que o exame de compatibilidade das normas em face da Constituição Federal deve estar pautado nessa nova visão de interpretar o direito. É neste contexto que o art. 285-A do CPC precisa ser estudado, pois tal dispositivo foi criado em prol da jurisdição e do jurisdicionado, com a finalidade de conferir maior eficácia e celeridade ao andamento dos processos.
Conforme já abordado, além de não contrariar os princípios do direito de ação, do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, o art. 285-A do CPC também assegura observância e aplicação ao princípio da razoável duração do processo, inserido no art. 5º da CF pela Emenda Constitucional n. 45.
Importante lembrar que a alteração do CPC ora estudada não confere poderes arbitrários ou absolutos à autoridade judiciária porque a regra do art. 285-A demonstra que a sentença liminar de improcedência não se aplica a matérias de fato ou que dependam de dilação probatória. A impressão que se tem é que alguns doutrinadores não entenderam o espírito do art. 285-A do CPC porque o interpretam como ato abusivo aquele que julga o pedido improcedente sem a citação do réu. É claro que o juiz não pode invocar o novo dispositivo ilimitadamente, pois deve observar os requisitos fixados na lei (que seja matéria de direito e que o tema já tenha sido objeto de decisão anterior do Juízo).
É regra básica para quem atua no foro que a processos distintos, com matérias diferentes, devem-se aplicar regras igualmente distintas. Vale dizer que a postura procedimental de quem preside o processo não pode ser a mesma para casos diferentes. E isso pode ser facilmente constatado por quem exerce a jurisdição. Por exemplo, se o processo não contém discussão acerca de valor e não exige apresentação de cálculo é totalmente desnecessária a determinação de encaminhamento dos autos ao setor de contadoria do Juízo. Outra regra que não deve ser adotada, pois somente tumultua o processo, é intimar o autor para apresentar réplica nos casos em que na defesa o réu não juntou nenhum documento, não opôs nenhum fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito do autor e não argüiu como preliminar nenhuma das matérias enumeradas no art. 301 do CPC (arts. 326 e 327 do CPC).
Quem atua no foro sabe da importância da correta ordenação dos atos do processo. Existe um postulado universal vivenciado porquem preside o processo segundo o qual no controle do feito não se pode praticar atos sem utilidade. E a regra do art. 285-A do CPC observa atentamente essa máxima, porque “nada impede que se julgue o mérito liminarmente, quando se evidenciar a inexistência de direito ao autor, mesmo sem lei expressa, em respeito ao princípio de que não se devem praticar atos inúteis no processo”.
Por outras palavras, Gelson Amaro de Souza assim enuncia:
“Ora, se o autor não tem direito e isso já se ressalta logo de início não há razão para prosseguir em procedimento inútil e que não poderá produzir os efeitos pretendidos pelo autor. O bom senso indica que, nesses casos, o melhor é julgar o mérito e declarar a inexistência desse direito quanto antes possível. [...] Se já se percebe que o autor não tem direito a nada, não se vê razão para prosseguir em processo e procedimento inútil.”
O que se quer dizer é que é totalmente desnecessário percorrer todas as etapas que os processualistas clássicos mencionam (fases postulatória, instrutória, decisória, recursal), tornando-se possível, diante do preenchimento dos requisitos do art. 285-A do CPC, a prolatação de sentença de improcedência logo após o exame de recebimento da petição inicial.
Na verdade, o imediato julgamento de improcedência do pedido, sem a citação do réu, nos termos do art. 285-A do CPC, trouxe sensível economia de tempo, de dinheiro – para o autor que não precisará pagar honorários ao patrono da parte contrária e para o demandado que seria obrigado a contratar advogado para promover a defesa em caso de citação – e de trabalho para o Judiciário, pois tanto o magistrado quanto a secretaria do Juízo ficam dispensados de praticar outros atos no processo, tal como despachos, intimações, etc.
A sociedade em geral também ganha, porquanto a prolatação imediata da sentença de improcedência, sem a movimentação desnecessária do processo, conferirá maior disponibilidade de tempo para análise e estudo de outros feitos que exijam a estrita observância de todas as fases do rito ordinário.
Koehler ressalta ainda que:
“O art. 285-A, ao fim e ao cabo, é bom não só para o réu, mas também para o autor, o qual não será punido com gastos inúteis na produção de provas desnecessárias, não será alimentado com falsas esperanças de um julgamento favorável que não virá no juízo de primeiro grau, e terá a via recursal aberta de forma bem mais célere, ocasião em que poderá buscar o acolhimento de sua pretensão.”
Assim, o novo direito constitucional e os novos elementos de interpretação das normas constitucionais devem servir para conferir ao processo o resultado prático mais célere possível, principalmente quando não houver ofensa a nenhum princípio previsto na Carta Magna, tal qual a regra do art. 285-A do CPC, conforme já mencionado.
Importante mencionar que a otimização de atos do processo não veio somente com a Lei 11.277/06. Existem vários dispositivos que contribuem para a economia e a celeridade no andamento dos processos, podendo-se destacar aqueles que autorizam o relator a julgar o recurso monocraticamente, sem a manifestação do órgão colegiado, quando a matéria nele veiculada já for objeto de súmula ou jurisprudência dominante de tribunal superior (art. 557 do CPC, art. 38 da Lei 8.038/90, entre outros).
Conclusões
1) Desde 1973 o Código de Processo Civil autoriza o juiz a julgar improcedente de plano o pedido – indeferindo a petição inicial – nas hipóteses de reconhecimento da prescrição e da decadência (art. 269, IV, e art. 295, IV). A Lei 11.277/06 introduziu o art. 285-A no CPC ampliando ainda mais o poder do juiz para julgar improcedente o pedido sem a citação do réu quando a matéria for unicamente de direito e o Juízo já houver apreciado e julgado caso semelhante.
2) O art. 285-A do CPC não viola o direito de ação porquanto tal princípio não garante que o juiz profira decisão favorável ao autor, que diante da sentença liminar de improcedência, prolatada sem a citação do réu, poderá manejar o recurso adequado para o órgão ad quem (art. 285-A, § 2º, do CPC). Também não há violação ao direito de o réu reconvir, a despeito de não ter sido citado, deixando de integrar a relação processual, pois poderá deduzir separadamente, na via própria, a sua pretensão contra o autor que obteve a sentença de improcedência.
3) O devido processo legal não é afrontado pelo art. 285-A do CPC, já que o aludido princípio constitucional não garante ao autor o direito a participar de uma relação jurídica triangular. Além disso, a decisão proferida nos moldes do art. 285-A não priva o autor ou o réu da “liberdade ou de seus bens” (art. 5º, LIV, da CF), porque ao primeiro fica assegurado o direito de interpor recurso ao órgão ad quem e o segundo não chega a ser afetado negativamente pela sentença, já que o pedido foi julgado improcedente.
4) O contraditório e a ampla defesa também são preservados nos casos de aplicação do art. 285-A do CPC ante a ausência de prejuízo às partes. Ao autor fica reconhecida a possibilidade de recorrer e o réu também não sofre nenhuma restrição, pois foi vencedor e, em caso de recurso, será citado, podendo apresentar todas as alegações e provas para a defesa do seu interesse.
5) O art. 285-A do CPC homenageia o princípio da razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF), pois confere maior celeridade ao feito evitando uma tramitação por longo período para encontrar, ao final, o resultado já previsível desde o início, com o recebimento da petição inicial.
6) A interpretação das normas constitucionais exige a observância de novos princípios, tais como o da supremacia da Constituição, da presunção de constitucionalidade das normas e atos do poder público, da interpretação conforme a Constituição, da unidade, da razoabilidade e da efetividade. E tais preceitos devem permitir que o processo alcance um resultado prático, interferindo na vida do cidadão o mais rápido possível. E a regra do art. 285-A do CPC, sem violar a Constituição Federal, autoriza a entrega da prestação jurisdicional sem a prática de atos inúteis.
7) A experiência demonstra que o art. 285-A do CPC confere maior importância e credibilidade ao magistrado de primeiro grau e que atua mais próximo da sociedade.
Autor: Clenio Jair Schulze
Juiz Federal
PUBLICADO NA EDIÇÃO 20 - 29.10.2007
30/06/2011- 11h06
DECISÃO
Artigo 285-A do CPC não deve ser aplicado em decisões contrárias à jurisprudência
A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que magistrado não pode julgar ação improcedente utilizando a regra do artigo 285-A do Código de Processo Civil (CPC) quando a sentença diverge de jurisprudência consolidada nos tribunais. 
O artigo 285-A do CPC estabelece que “quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada”. Esse dispositivo foi inserido no CPC pela Lei n. 11.277/06. 
Segundo o ministro Luis Felipe Salomão, o referido artigo criou método de trabalho voltado para a celeridade e racionalidade processuais, permitindo que o juiz, ainda na primeira instância, ponha um fim a demandas repetitivas. “A bem da verdade, permitir que se profiram decisões contrárias a entendimentos consolidados, ao invés de racionalizar o processo, seguramente acaba por fomentar o inconformismo da parte vencida e contribui com o patológico estado de litigiosidade verificado atualmente”, entende o ministro. 
Salomão explicou que essa interpretação do artigo 285-A do CPC não viola a independência da magistratura. “Ser independente não significa uma garantia conferida exatamente à pessoa do juiz, às cegas, sem nenhuma teleologia”, afirmou. Para o ministro, essa garantia não pode ser acionada para prejudicar a prestação jurisdicional, com o fim de distribuir “diferentes ‘justiças’ a iguais jurisdicionados, ou transformar-se em assegurador de vaidadesou, ainda, quando for fonte de viciosa duração desarrazoada do processo”. 
A tese foi debatida no julgamento de um recurso especial do Banco Itaú S/A. O autor da ação original pediu a revisão de contrato bancário que previa a cobrança de juros superiores a 12% ao ano, capitalização mensal de juros e comissão de permanência. O juízo da 2ª Vara Cível de Dourados (MS) utilizou o artigo 285-A do CPC para, liminarmente, julgar os pedidos improcedentes. 
A sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Segundo os desembargadores, o referido artigo não deveria ser aplicado nas ações judiciais sobre revisão de contratos bancários. Primeiro porque a sentença de improcedência diverge da jurisprudência dominante no tribunal. Segundo porque o caso não trata apenas de matéria de direito, mas de questão de fato que é a interpretação de cláusulas contratuais para verificar se há alguma ilegalidade ou abusividade. 
O recurso analisado pelo STJ foi contra essa decisão. O ministro Luis Felipe Salomão, relator do caso, entendeu que a aplicação do artigo 285-A do CPC da forma como foi feita pelo juízo de primeiro grau provocou o efeito contrário ao da celeridade e racionalidade desejadas e ainda prorrogou desnecessariamente o processo em mais de quatro anos. Seguindo as considerações do relator, a Turma negou provimento ao recurso, em decisão unânime. 
PROVA DE 3 PONTOS – 04/04/12	
11/04/2012
Fase Postulatória:
Petição inicial		despacho inicial (de conteúdo positivo)	 citação
CITAÇÃO
	Protocolada e distribuída a petição inicial, o juiz realiza juízo de admissibilidade e, estando tudo em ordem, em seu despacho inicial (com conteúdo positivo) ordenará a citação do réu.
	A citação é um ato processual que leva ao conhecimento do réu de que há um processo instaurado contra ele. É um ato de comunicação. Se houver vício neste ato não convalesce nunca (não sofre o efeito preclusivo da coisa julgada), porque a citação é um ato intimamente ligado ao princípio do contraditório. Ainda após o transito em julgado é possível, através da ação querela nulitatis, anular todo o processo, em razão de vício na citação.
01. Atos de Comunicação
- contraditório/publicidade: para que o princípio do contraditório seja plenamente aplicado, precisa apoiar-se no binômio: comunicação e oportunidade de manifestação. É preciso que a parte seja comunicada da instauração do processo e seja dada a ela a oportunidade de defender-se. Portanto, a citação é um ato de comunicação, com intima vinculação com o princípio do contraditório que, se houver vício, macula todo o processo, implicando em sua nulidade. Não convalesce nunca. 
- órgãos envolvidos: existem vários órgãos envolvidos na prática desse ato:
	- juiz: determina a citação;
	- oficial de justiça: que cumpre o mandado de citação;
	- correio: faz a citação por carta.
- espécies: há duas espécies de atos de comunicação processual:
 a) citação: para informar o réu da instauração do processo contra ele.
	
 b) intimação: para as demais comunicações processuais.
- forma: tanto a citação, quanto a intimação podem acontecer no processo de duas formas:
 a) real: o réu é citado/intimado pessoalmente. Ex. citação por oficial de justiça.
	 
 b) ficta: é uma presunção legal de que ocorreu, mas não ocorreu no mundo fático. Ex. citação por edital e citação por hora certa.
02. Citação
- Conceito (art. 213 CPC): “Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o RÉU ou o INTERESSADO a fim de se defender.”
	A citação tem dois objetivos:
	- levar ao conhecimento do réu de que está sendo processado;
	- dar oportunidade de que o réu participe do processo e se defenda das acusações.
	Críticas: Existem casos excepcionais, o autor pode ser citado (art. 47 CPC – litisconsórcio necessário), por isso é possível dizer que a citação é um ato segundo o qual se chamam as partes a comparecer a juízo para se manifestarem, abrangendo não só o réu, mas também o autor, e não só para apresentar defesa, mas também para manifestar-se. Portanto, a definição trazida pelo CPC disse menos do que deveria dizer (é um conceito incompleto).
	Assim, seria mais coerente a definição de citação como ato de comunicação processual pelo qual se comunica a instauração do processo e chamam as partes para se manifestarem no processo.
- Pressuposto processual de validade ou existência?
	O processo, como qualquer instituto jurídico, pode ser analisado pelo prisma do plano da existência, da validade ou da eficácia.
	Para o processo poder existir juridicamente precisa preencher certos pressupostos, sem os quais não é possível dizer que existe: são pressupostos de existência. Depois que passa a existir no mundo jurídico, é preciso verificar se tem aptidão para gerar efeitos jurídicos: pressupostos de validade. 	
	Para alguns doutrinadores, a citação é pressuposto de existência, por estar intimamente ligada ao contraditório. Portanto, sem citação o processo não existe (Prof. Cassio Scarpinella). Entretanto, essa corrente não tem argumentos satisfatórios quando questionados acerca da possibilidade de aplicação dos artigos 295 e 285-A no despacho inicial.
	Outros, porém, defendem que a citação é PRESSUPOSTO DE VALIDADE. O processo existe, mas somente será apto a gerar os efeitos para o qual foi criado, se houver citação. (Fred Diddie, Marinoni, etc)
	
- Comparecimento Espontâneo – art. 214 CPC:
	“Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu.
	§ 1º. O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citação.
	§ 2º. Comparecendo o réu apenas para arguir a nulidade e sendo esta decretada, considerar-se-á feita a citação na data em que ele ou seu advogado for intimado da decisão.”
É possível que a parte compareça espontaneamente no processo, dispensando-se, nesse caso, a necessidade da citação. 
Assim, se o réu contestar é considerado citado no dia que compareceu. Se alegar a nulidade e, sendo decretada a nulidade, o réu é considerado citado na data em que foi intimado da decisão de nulidade. 
Os advogados utilizam essa estratégia de comparecer para alegar nulidade da primeira citação, pois aumenta a possibilidade de prescrição da pretensão do autor ao prorrogar a interrupção da prescrição (um dos efeitos materiais da citação). 
	
18/04/2012
- Pessoalidade da Citação (art. 215 CPC):
A citação é, em regra, sempre pessoal. Determina o artigo 215 do CPC que “ Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado.” Na verdade, citação da parte, seja o réu, seja a parte chamada ao processo como litisconsorte. 
É claro que essa regra sofre algumas exceções. A situação fática impõe situações que não possibilitam a citação pessoal do réu. É possível citar o representante legal (citação de absolutamente incapaz) e procurador legalmente autorizado. 
Exceções: 
- Se for relativamente incapaz ele é citado e o oficial de justiça deve dar ciência ao representante legal (assistência do representante legal).
- citação de pessoa jurídica: cita representante legal.
- a citação pelo correio também não tem que obedecer à pessoalidade.
- Repetição e Renovação da Citação: a citação ocorre apenas uma vez no processo. As próximas comunicações processuais são feitas por intimação. Isso porque, o objetivo da citação é dar conhecimento da instauração do processo e possibilitar manifestação. 
	A citação serve exclusivamente para as partes no processo. Não se cita testemunhas ou advogados. Atingidos seus objetivos, não se faz mais necessária e as demais comunicações são feitas por meio de intimação.
	Entretanto, há situações excepcionais que autorizam a repetição ou renovação da citação.
	É possível que se repita a citação. Quando o juiz, de ofício, percebe que a citação foi feita com algum vício, ele determina que o ato se repita. Fora dessa situação, a citação pode ser renovada (feita novamente, aindaque tenha sido válida na primeira vez) quando for alterado o pedido ou a causa de pedir – modificação ou aditamento da causa de pedir (art. 321 CPC).
	
- Local da Citação – art. 216 CPC
Art. 216. “A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu.”
	A regra, é de que o réu pode ser citado em qualquer lugar. Porém, o próprio código traz exceções nos artigos 217 e 218.
- Impedimentos – art. 217/218 CPC
	Não se pode fazer a citação de pessoa que (art. 217):
	- estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;
	- ao cônjuge ou a qualquer parente do morte, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 dias seguintes;
	- aos noivos, nos 3 primeiros dias de bodas;
	- aos doentes, enquanto grave o seu estado.
	Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de recebê-la. (art. 218)
- Efeitos da Citação 
	Quando feita de maneira válida, a citação gera efeitos dentro e fora do processo. E mais, ela atinge as partes do processo e terceiros que não fazem parte da relação jurídico-processual.
	a) EFEITOS PROCESSUAIS:
- angularização da relação jurídico-processual: até a citação, a relação jurídico-processual é linear (liame que ligava somente autor ao juiz). A partir do momento em que ocorre a citação válida, a relação se torna angular (autor – juiz – réu). 
- estabilidade da lide: porque com a citação, a modificação da lide exige a anuência do réu. 
- induz litispendência: a citação induz litispendência (ações idênticas: mesmas partes, mesma causa de pedir, mesmo pedido). A ação em que houve citação válida primeiro continuará existindo, a outra deve ser extinta sem julgamento do mérito, por ausência de pressuposto processual (a litispendência é pressuposto processual negativo) - art. 267, V, CPC.
- torna o juízo prevento: a citação válida gera a prevenção do juízo, ou seja, será aquele o juiz competente para julgar a lide.
	b) EFEITOS MATERIAIS: são efeitos de direito material que atingem as partes, mas podem atingir terceiros que não estão envolvidos no processo.
- torna litigiosa a coisa: a coisa se torna objeto de litígio (de disputa judicial) e isso gera consequências. Ex. art. 457 CC – esta regra determina que se uma pessoa adquire bem que sabe ser objeto de litígio, não terá direito à evicção (direito de ser indenizado diante da perda do bem para terceiro em razão do litígio).
- constitui devedor em mora: nos casos em que o credor tem de agir para constituir o devedor em mora (não cumprir a obrigação no tempo, local e do modo ajustado. É inadimplemento relativo, uma vez que continua a ser útil ao credor). A constituição em mora pode ser através de notificação extra-judicial ou judicialmente, neste caso, com a citação válida. (art. 397, § único CC)
Obs. Se a notificação for extra-judicial, a constituição em mora será anterior à citação, caso o credor posteriormente ajuíze uma ação, pois a notificação extra-judicial também constitui em mora o devedor.
- interrompe prazo prescricional: 
* art. 219, CPC: a citação válida interrompe a prescrição. O art. 202 CC traz as hipóteses de interrupção da prescrição. O inciso I diz que é o despacho (inicial) do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, interrompe a citação. Há um aparente conflito de normas (antinomia). Nesse caso, não é possível aplicar o critério da hierarquia (são leis de mesma hierarquia), mas o critério da temporalidade (a lei mais nova – CC), portanto, deve ser aplicado o artigo 202. Ou seja, o despacho interrompe a citação. 
Mas, existe uma hipótese em que a citação válida interrompe a prescrição e não o despacho.
* art. 219, § 4º CPC: não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-se-á por não interrompida a prescrição. O autor tem de oferecer as condições para que a citação ocorra (recolher as custas, indicar a localização do réu). Se o autor não oferecer essas condições mínimas, sendo portanto, renitente, relapso. Assim, será aplicada a regra do artigo 219, caput, CPC. É uma forma de sanção, pois a prescrição beneficia o devedor e se não for interrompida o credor pode perder o direito de cobrar a dívida em juízo.
Súmula 106 STJ retira das costas do autor a culpa da demora da citação, quando esta demora for decorrente das mazelas, das deficiências do Judiciário.
02/05/2012
- Modalidades – art. 221 CPC
	“A citação far-se-á:
	I – pelo correio;
	II – por oficial de justiça;
	III – por edital;
	IV – por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria.”
 
	É a própria lei que diz que modalidade de citação será empregada no caso concreto (art. 222CPC). 	
	a) pelo correio: a regra, é que a citação seja feita pelo correio. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, com as exceções trazidas pelo próprio artigo 222 CPC. Foi inserido como regra no CPC como uma das formas de garantir a celeridade do processo. 
	Muitas vezes essa modalidade de citação é eivada de nulidades, pois o carteiro não tem conhecimento jurídico, e não é obrigado a saber as formalidades do ato citatório. Ademais, se o destinatário nega-se a assinar o AR, o carteiro não tem fé pública para certificar. O Carteiro, por fim, não pode fazer citação por hora certa. Portanto, a citação pelo correio soluciona o problema da celeridade, porém tem limitações. 
	A citação NÃO poderá ser feita pelo correio:
	- nas ações de estado: ações que versem sobre o estado da pessoa. Ex. guarda, interdição, filiação.
- quando for ré pessoa incapaz: um menor impúbere ou púbere ou pessoa maior, porém interditada. Busca evitar a nulidade descrita no artigo 218 CPC.
- quando for ré pessoa de direito público: em qualquer uma das esferas (União, Estado ou Município).
	- nos processos de execução;
	- quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
	- quando o autor a requerer de outra forma: basta requerer, não precisa justificar.
	
b) por oficial de justiça: (224 CPC) far-se-á a citação por meio de oficial de justiça nos casos ressalvados no artigo 222, ou quando frustrada a citação pelo correio. 
Embora seja mais lenta que a citação pelo correio, apresenta algumas vantagens:
	- segurança quanto a não ocorrência de eventuais nulidades do ato citatório;
- o oficial de justiça é dotado de fé pública e sua certidão tem presunção (relativa) de veracidade; se o réu negar-se a assinar o recebimento, a citação está feita e o oficial certificará a negativa do réu. 
	- o oficial de justiça pode fazer a citação por hora certa, modalidade de citação ficta. Essa modalidade tem dois tipos de requisitos cumulativos (art. 227 CPC):
a) subjetivo: o oficial tem de suspeitar que o réu está tentando se furtar da citação. É requisito subjetivo, pois depende de análise e interpretação do oficial;
b) objetivo: tem de ser feito pelo oficial de justiça e o oficial tem de ter tentado citar o réu três vezes consecutivas, sem ter conseguido citá-lo.
c) por edital: quando for desconhecido o paradeiro do réu ou quando desconhecido ou incerto o réu. (art. 231 CPC).	Deve ser requerida ao juiz.
O edital será fixado no fórum e terá um prazo de 20 a 60 dias. Decorrido o prazo, começa a correr o prazo de 15 dias (art. 297 CPC) para o réu apresentar contestação. (art. 232 CPC)
Não sendo contestada a ação, o juiz nomeará um curador especial ao réu. A contestação será por negativa geral. Pode alegar preliminares, mas não pode fazer defesa de mérito, pois não conversou com o réu e, portanto, não tem conhecimento dos fatos.
d) citação eletrônica: demanda uma ampla adesão ao sistema eletrônico, pois tem de ter e-mail cadastrado. Portanto, embora haja a modalidade, é pouquíssimo utilizada. A intimação do advogado, recurso, já são realidade. A citação não é. 
COMPORTAMENTOS ADOTADOS PELO RÉU, APÓS SER VALIDAMENTE CITADO
Diante de uma ação, após validamentecitado, o réu pode, no prazo de 15 dias, se abster da prática de qualquer ato (revelia). O réu pode, ainda, comparecer e reconhecer o pedido feito pelo autor. Finalmente, o réu pode responder, contestar. É impor resistência à pretensão do autor.
Respostas do réu: é um instrumento ou vários, que o CPC disponibiliza ao réu para exercer o direito de defesa. 
O direito de defesa do réu surge do próprio direito de ação conferido ao autor. É a antítese do direito da ação. Nasce do exercício do direito de ação. Traz dentro de si o direito de defesa do réu. É a BILATERALIDADE DO DIREITO DE AÇÃO. O direito de ação confere ao autor o direito de provocar o judiciário em busca de uma tutela jurisdicional. Ao declarar um direito ao autor, paralela e implicitamente declara que o réu não tem aquele direito. Todo réu que se defende, busca uma tutela jurisdicional de conteúdo negativo (ao autor). Portanto, é preciso conferir ao réu a oportunidade de defender-se. A defesa se dá, ainda, na fase postulatória.
Quando o réu for oferecer sua resposta, sua defesa deverá atacar:
- o processo: atacando os pressupostos processuais. Devem existir antes do processo. Se convencer o juiz que falta um dos pressupostos processuais, o processo será extinto sem resolução de mérito (art. 267, IV CPC).
- a ação: atacando as condições da ação. O autor deve preencher as condições da ações. Se não estiverem presentes, o processo será extinto sem julgamento do mérito (art. 267, VI CPC);
- o próprio mérito: atacar o direito material pretendido pelo autor. 
O direito de defesa precisa ser instrumentalizado. Portanto, o CPC disponibiliza ao réu os seguintes meios de defesa (instrumentos):
- contestação;
- reconvenção;
- exceção;
- intervenção de terceiros;
- ação declaratória incidental;
- impugnação ao valor da causa.
DEFESA DILATÓRIA: não são capazes de destruir o processo, mas são capazes de alongar a marcha processual. ex. exceção.
DEFESA PEREMPTÓRIA: podem destruir o processo. ex. contestação.
16/05/12
DA CONTESTAÇÃO (art. 300 a 303 CPC)
Procedimento comum ordinário:
- petição inicial (distribuição art. 251/autuação art. 166) – despacho inicial – citação – contestação.
 
	Após a citação haverá um prazo para que o réu exerça o direito de resposta. Será de 15 dias (art. 297 CPC) a contar (art. 241 CPC): 
- da juntada aos autos do AR – citação pelo correio;
- da juntada aos autos do mandato cumprido – citação por oficial de justiça;
O prazo processual começa excluindo o dia do começo (TERMO INICIAL) e incluindo o do final (TERMO FINAL) (art. 184 CPC).
Se o dia do começo cair em sábado, domingo ou feriado, começa a contar do dia útil subsequente (§ 2º). Se o dia do final cair em sábado, domingo ou feriado, prorroga-se até o primeiro dia útil seguinte (§ 1º).
TÉCNICA DA CONTESTAÇÃO
Exige técnica apurada. É um ato processual que exige técnica apurada de quem irá praticar esse ato processual. 
 “Contestação é a defesa por excelência.” (Prof. Arruda Alvim) é através da contestação que se pode fazer os dois tipos de defesa: tanto a defesa processual (condições da ação e pressupostos processuais), quanto a defesa de mérito. 
Através da contestação se faz:
- DEFESA PROCESSUAL: permite atacar tanto o alvo ação (condições da ação), quanto o alvo processual (pressupostos processuais). A defesa processual surge antes de fazer a defesa de mérito. Por razão dessa localização topográfica, essa defesa processual é chamada de PRELIMINAR (devem ser discutidas, alegadas pelo réu, antes de fazer a defesa de mérito) (são matérias elencadas no art. 301 CPC).
Preliminares elencadas nos incisos do artigo 301: (esses incisos tratam ora de condição da ação, ora de pressupostos processuais)
	I – inexistência ou nulidade de citação;
	II – incompetência ABSOLUTA (a relativa é alegada na exceção de incompetência);
	III – inépcia da petição inicial: na verdade, qualquer modalidade de indeferimento da petição inicial pode ser invocada na contestação (art. 295 CPC);
	IV – perempção;
	V – litispendência (pressuposto processual negativo);
	VI – coisa julgada (pressuposto processual negativo);
	VII – conexão;
	VIII – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização (condição da ação);
	IX – convenção de arbitragem;
	X – carência de ação (falta de condição da ação);
	XI – falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar.
- DEFESA DE MÉRITO: pode ser feita de forma (art. 302, 1ª parte CPC):
- DIRETA: ataca fatos (causa de pedir remota) ou fundamentos jurídicos (causa de pedir próxima), ou seja, nega os fatos ou teses jurídicas alegadas na petição inicial; ou 
- INDIRETA: inova a lide, trazendo aos autos fatos novos. São fatos extintivos, modificativos ou impeditivos do direito do autor. 
Acolhida a defesa direta ou indireta, julga-se improcedente o pedido do autor. 
Essa classificação, entretanto, é muito importante em razão do ÔNUS DA PROVA, disposto no art. 333 CPC.
- o ônus da prova incumbe ao autor quanto aos fatos constitutivos de seus direitos: se ele não se desincumbir do ônus de provar, será julgado improcedente o pedido. A DEFESA DIRETA feita pelo réu (não apresenta fato novo – somente nega os alegados pelo autor ou os fundamentos jurídicos) deve ser provada pelo autor;
- o ônus da prova incumbe ao réu quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Se o réu, na contestação, introduzir fatos novos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor (DEFESA INDIRETA), compete a ele provar o alegado. 
Existem duas regras que devem reger o réu quando da elaboração da contestação: ônus da impugnação especificada e o princípio da eventualidade. 
ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA (art. 302 CPC) 
Função do réu, segundo a qual cabe a ele manifestar-se (impugnar) PRECISAMENTE (de forma especificada) a respeito dos fatos articulados na inicial, sob pena de serem presumidos verdadeiros. Essa regra impõe ao réu, na contestação, agir de maneira adequada para não sofrer consequências de ação displicente.
Trata-se de ônus (e não obrigação) porque quando descumprido um ônus somente a parte que descumpriu sofre consequências. Portanto, só o réu sofrerá consequências se não observar essa regra.
Se não impugnar os fatos alegados na inicial, presumem-se verdadeiros (PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DOS FATOS NÃO IMPUGNADOS). IMPUGNAR significa contrariar, refutar, rechaçar, se contrapor aos fatos da inicial. 
Não basta somente impugnar. Tem que dizer porque não é, tem de justificar, fundamentar. Tem que ser impugnação PRECISA. O réu tem que impugnar precisamente cada um dos argumentos apresentados pelo autor na petição inicial. 
Essa regra tem exceções.
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE (art. 300 CPC)
Estabelece que o réu deve, na contestação, alegar toda a matéria de defesa possível, sob pena de, não o fazendo, ter o seu direito de defesa findado pelo instituto da preclusão. Em outras palavras, se o réu deixar de invocar alguma matéria de defesa, está precluso o direito de o réu fazê-lo. Deve alegar toda a matéria de defesa possível porque se, eventualmente, o juiz não acatar uma matéria poderá acatar a outra.
Isso serve tanto para a defesa processual, quanto para a defesa de mérito (direta e indireta).
Tendo em vista essa necessidade de apresentar toda matéria de defesa possível na contestação, o réu pode apresentar, inclusive, defesas antagônicas. Ex. alegar que houve prescrição e também pagamento. Não significa que o juiz acolherá todas, mas pode acolher uma delas.
Oferecida a contestação, haverá preclusão consumativa. Ou seja, é momento único em que tem que ser alegada toda a matéria de defesa. Não pode ser feito em mais de um ato, ainda que no prazo de 15 dias.
Existem exceções a esse princípio, como por exemplo, matéria de ordem pública. 
6º TERMO
CONTEÚDO:
1. Teoria geral da prova1.1 Conceito de prova e de prova judiciária
1.2 Objeto da prova e sua finalidade
1.3 A prova e os princípios dispositivos da oralidade, da identidade física do juiz, da concentração dos atos processuais e da imediatidade 
1.4 Ônus da prova
1.5 Momentos da prova: proposição, admissão e produção da prova; provas determinadas de ofício; antecipação da prova; prova emprestada
1.6 Classificação das provas
1.7 Meios legais de prova 
1.8 A prova ilegítima
1.9 Sistemas de apreciação das provas
2. Da confissão e do depoimento pessoal
2.1 Conceito de confissão
2.2 Elementos da confissão
2.3 Espécies de confissão
2.4 Divisibilidade e indivisibilidade da confissão
2.5 Revogação da confissão
2.6 Conceito de depoimento pessoal
2.7 Depoimento pessoal e interrogatório livre
2.8 Escusa de depor
2.9 Aplicação da pena de confesso
2.10 Procedimento do depoimento pessoal
3. Da exibição de documento ou coisa
3.1 Noções introdutórias
3.2 Ação de exibição e suas espécies
3.3 Direito à exibição; obrigação de exibir
3.4 Procedimento da ação de exibição contra a parte e contra terceiro
3.5 Escusas de exibição
4. Da prova documental
4.1 Conceito e elementos do documento
4.2 Conteúdo e eficácia dos documentos
4.3 Subscrição e autenticidade dos documentos
4.4 Classificação dos documentos
4.5 Documento e instrumento
4.6 Força probante dos documentos públicos e dos documentos particulares assinados
4.7 Força probante dos instrumentos particulares
4.8 Força probante de telegramas, radiogramas, outros meios de transmissão, cartas missivas, 
4.9 Reproduções mecânicas e documentos não assinados
4.10 Exibição de livros e documentos 
4.11 Momentos da prova documental
4.12 Vícios dos documentos e argüição de falsidade
5. Da prova testemunhal
5.1 Conceito de testemunha
5.2 Admissibilidade da prova testemunhal
5.3 Obrigação de testemunhar
5.4 Quem pode e quem não pode depor como testemunha
5.5 Obrigações e direitos da testemunha
5.6 Momentos da prova testemunhal
5.7 Procedimento da prova testemunhal: número de testemunhas, ordem dos depoimentos, contradita e acareação
6. Da prova pericial
6.1 Conceito de perícia
6.2 Espécies e classificação das perícias
6.3 Admissibilidade da perícia
6.4 Momentos da prova pericial
6.5 O perito e o assistente técnico
6.6 Procedimento da prova pericial
7. Da inspeção judicial
7.1 Conceito
7.2 Objeto e finalidade 
7.3 As partes e o perito na inspeção judicial
7.4 Procedimento da inspeção judicial
8. Indícios e presunções
8.1 Prova direta e prova indireta
8.2 Presunções e indícios
8.3 Presunções: presunções legais e presunções do homem
9. Da audiência de instrução e julgamento
9.1 Audiência 
9.2 Características e estrutura da audiência de instrução e julgamento
9.3 Atos que antecedem a audiência
9.4 Adiamento e antecipação da audiência
9.5 Conciliação
9.6 Atos de instrução probatória
9.7 Debates orais e memoriais
9.8 Julgamento da causa em primeiro grau de jurisdição
10. Do procedimento sumário
10.1 Noções introdutórias 
10.2 Causas sujeitas ao procedimento sumário
10.3 Indisponibilidade do procedimento sumário
10.4 Estrutura do procedimento sumário
10.5 Ação declaratória incidental e intervenção de terceiros
01/08/12
FASE POSTULATÓRIA: 	 petição inicial 
despacho liminar/inicial
 citação 
- revelia (ausência de defesa)
						- reconhecimento do pedido							 - RESPOSTAS (resistência à pretensão do autor) – art. 297	 
RESPOSTAS:
O direito de defesa precisa ser instrumentalizado. Portanto, o CPC disponibiliza ao réu os seguintes meios de defesa (instrumentos):
- contestação;
- reconvenção; art. 297 CPC
- exceção;
- intervenção de terceiros;
- ação declaratória incidental;
- impugnação ao valor da causa.
RECONVENÇÃO
	Art. 297 traz também a possibilidade de o réu apresentar, em petição escrita, a reconvenção no prazo de 15 dias após a citação (contados da juntada do mandado cumprido aos autos).
	Os 15 dias é prazo comum para o réu apresentar qualquer uma das espécies de defesa: contestação, reconvenção, exceção, etc. 
	Ademais, todas devem ser apresentadas por escrito, dirigida ao juízo da causa.
	A reconvenção não é necessariamente uma defesa utilizada pelo réu, mas um contra-ataque ao autor. 
Trata de matéria que o réu poderia discutir em ação autônoma, porém ele se utiliza do mesmo processo, pois se trata de matéria conexa.
	A reconvenção é tratada nos artigos 315 a 318 CPC. 
	A reconvenção é utilizada no procedimento comum ordinário.
	Na contestação o único pedido que pode ser feito pelo réu é que seja julgado improcedente o pedido do autor. Porém, na reconvenção o réu pode fazer pedido diverso.
	“Reconvenção é modalidade de resposta que permite ao réu, num mesmo processo, deduzir pretensão em face do autor, distinta da declaratória negativa (pois esta se alcança com a contestação), desde que conexa com a ação principal OU com os fundamentos da defesa.”
	
Finalidades da reconvenção: 
- economia e celeridade processual (aproveita a mesma relação jurídica processual). 
- evitar decisões contraditórias: em uma única sentença o juiz julga a ação principal e a reconvenção (pretensões diversas), evitando sentenças antagônicas proferidas por juízes diferentes.
Natureza jurídica da reconvenção:
Embora seja chamada de resposta, trata-se em verdade de AÇÃO, porque se busca uma tutela jurisdicional de um direito lesado ou ameaçado de lesão. E, portanto, como qualquer ação, tem que preencher pressupostos processuais (positivos e negativos), condições da ação (possibilidade jurídica do pedido e interesse de agir) e mérito (conexão com a ação principal e conexão com os argumentos da defesa).
Pressupostos Processuais:
a) competência: o juízo da reconvenção deve ser o mesmo da ação principal. Se houver incompatibilidade entre os juízos, a reconvenção será extinta sem julgamento de mérito. Trata-se da competência absoluta (em razão da pessoa e em razão da matéria). O art. 109 CPC possibilita que a competência territorial (relativa) para apreciar a reconvenção é a mesma da ação principal. 
b) pressupostos processuais negativos: litispendência e coisa julgada
Se o réu já tiver proposto outra ação para discutir a mesma matéria da reconvenção, não poderá promover a reconvenção. Em outras palavras, se já tiver ação autônoma com mesmas partes, causa de pedir e pedido, não há possibilidade de reconvenção na ação onde agora é réu.
c) capacidade de ser parte e de estar em juízo
d) capacidade postulatória
Condições da ação:
a) Possibilidade jurídica do pedido: se o réu quiser buscar na reconvenção um pedido que não foi agasalhado pelo ordenamento jurídico, são juridicamente impossíveis. 
b) legitimidade de parte: somente o réu é parte legítima para figurar no polo ativo da reconvenção; assim como somente o autor da ação principal pode figurar no polo passivo da reconvenção (art. 315 CPC). O autor da reconvenção é chamado “réu reconvinte” e o réu da reconvenção é chamado “autor reconvindo”. Se houver várias partes, pode apenas um dos réus reconvir contra apenas um dos autores.
c) interesse de agir: a reconvenção tem de ser útil e necessária. Faltará ao réu reconvinte interesse de agir quando aquilo que ele pretende na reconvenção ele já obterá com a contestação. Ou seja, se apresentar uma simples pretensão declaratória negativa não terá interesse de agir. 
	Mérito: há duas condições para compor o mérito da reconvenção: conexão com a ação principal OU conexão com os argumentos da defesa.
	a) conexão com a ação principal: 
	b) conexão com os argumentos da defesa: significa dizer que o réu fez defesa indireta no processo (inova a lide, trazendo aos autos fatos novos. São fatos extintivos, modificativos ou impeditivos do direito do autor). Ex. A ajuíza ação de cobrançacontra B. B na contestação diz que realmente deve, porém A deve mais a B. portanto, pede a compensação das dívidas. Em reconvenção, pede o pagamento do valor restante.
Procedimento – fluxograma
Sem reconvenção:
PI – DL – citação – contestação – réplica – fase saneadora – instrução – julgamento
Com reconvenção:
PI – DL – citação – contestação e reconvenção
 
				 DL - Citação – Impugnação à Reconvenção *
							Réplica – fase saneadora – instrução - julgamento 
	* Tudo que cabe ao réu na resposta, cabe ao autor reconvindo na impugnação à reconvenção (contestação, intervenção de terceiros, etc)
	Apresentada a reconvenção, o juiz determinará a citação do autor reconvindo para apresentar a impugnação da reconvenção.
	 
	No juízo de admissibilidade da reconvenção, se o juiz não aceitar a reconvenção e extingui-la sem julgamento de mérito, caberá agravo de instrumento.
	Porém, se na sentença, o juiz julgar improcedente a reconvenção, caberá recurso de apelação.
09/08/12
EXCEÇÃO
	As exceções são formas de resposta do réu que atingem tão-somente o processo (não atinge a ação ou o mérito). Ademais, NÃO têm capacidade de extinguir o processo. Quando admitida, a exceção tem força somente dilatória, um atraso na marcha processual.
	O art. 304 traz as modalidades de exceções:
- incompetência (art. 112 e 307/311 CPC)
- impedimento ( art. 134 e 312/314 CPC)
- suspeição (art. 135 e 312/314 CPC)
	A incompetência e o impedimento referem-se ao juízo. A Suspeição refere-se ao juiz.
O autor NÃO pode arguir exceção de incompetência. Trata-se de incompetência relativa, que só pode ser arguida pelo réu, através da exceção.
1. Exceção de Incompetência
	A jurisdição é una, porém seu exercício se distribui entre os diversos órgãos judiciários, organizados de acordo com a estrutura judiciária. Distribui-se a atividade jurisdicional, não a jurisdição em si mesma.
Os órgãos de jurisdição irão desempenhar suas funções nos limites de sua competência. É possível o órgão ter jurisdição, mas não ter competência para aquele caso concreto. Entretanto, o inverso não ocorre: ter competência sem ter jurisdição. No sistema do CPC a incompetência jamais determina a extinção do processo, mas seu envio ao órgão competente, aproveitando-se os atos não-decisórios realizados pelo juiz incompetente, porque jurisdição não lhe faltava. 
Competência é a medida da jurisdição. O juiz só pode exercer o poder de jurisdição que lhe é dado, em determinadas situações limitadas pela lei (critérios de limitação da competência: matéria, hierarquia, território, valor da causa).
	A competência pode ser relativa (art. 112) ou absoluta (art. 113).
	A competência absoluta deve ser arguida em preliminar pelo réu e pode ser reconhecida de ofício pelo juiz. Já a competência relativa deve ser arguida em exceção de incompetência e, não o sendo no prazo legal, prorrogará a competência.
	Competência mista: tem competência relativa que pode ser reconhecida de ofício pelo juiz (art. 112, parágrafo único).
	A exceção de incompetência deve ser apresentada por escrito (art. 297 e 307). 
	A petição deve ser fundamentada e deve indicar qual é o juiz competente.
	A petição será levada ao juiz, que fará um juízo de admissibilidade para verificar se essa exceção é tempestiva e se está tratando de matéria correta. Se o juiz encontrar qualquer problema nessa petição, o juiz indeferirá a exceção de plano (art. 310). 
	Se não houver problema, o juiz suspende o processo principal para decidir esse incidente (art. 306). Portanto, a exceção de incompetência tem poder de suspender o processo principal. Isso é importante porque, se apresentar somente a exceção, o processo principal fica suspenso e, depois de julgada a exceção, retoma o prazo no qual o réu poderá apresentar sua resposta (ex. contestação).
	A exceção é analisada em autos apartados, que serão apensados aos autos principais.
	As partes, nesse incidente são denominados excipiente (quem alega a incompetência) e excepto (quem ).
	Após a suspensão dos autos principais, o juiz determinará a intimação da parte contrária, que terá o prazo de 10 dias para se manifestar. (art. 308)
	Se houver necessidade, pode abrir a fase instrutória na exceção de incompetência. (art. 309)
	Terminada eventual instrução, o juiz julgará a exceção. Se o juiz acolhe a exceção de incompetência, determina a remessa dos autos ao juiz que o réu indicou. (art. 311)
	Se ele deixa de acolher a exceção, os autos continuam no juízo inicial, do momento que parou em razão da exceção de incompetência.
	A incompetência mista é uma incompetência relativa (porque em razão do território) que pode ser declarada de ofício pelo juiz (art. 112, § único). 
	“A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicilio do réu.”
	Sendo declarada nula a cláusula, cai na regra geral de competência, ou seja, a ação será proposta no domicilio do réu.
	Se o juiz não declarar de ofício a nulidade dessa cláusula, o réu pode, através da exceção de incompetência, provocar o juiz (art. 305, § único). A petição da exceção pode ser protocolizada no juízo do domicílio do réu, com requerimento de sua imediata remessa ao juízo que determinou a citação. 
		
15/08/12
DA CONTUMÁCIA
- Espécie de Contumácia - REVELIA
	Dentro do processo, toda vez que as partes, que tinham que agir, deixam de agir, isso é chamado de contumácia. Portanto, tanto o réu quanto o autor podem ser contumazes. 
	No procedimento comum ordinário, na fase postulatória, quando o réu é validamente citado e, no prazo de 15 dias ele é contumaz (não age), chama-se REVELIA. Portanto, revelia é espécie do gênero contumácia. A revelia é ausência de resposta do réu.
- Conceito: art. 319 CPC
	“Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor.”
	Revelia é uma das modalidades de contumácia do réu, no momento processual de oferecimento de resposta (fase postulatória), especificada pela ausência de contestação.
- Efeitos da revelia:
	a) Materiais: atingem o próprio direito material que está sendo discutido na ação. É o principal efeito gerado pela revelia: presumem-se verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. 
Essa presunção não é absoluta, mas RELATIVA. É uma presunção de verdade. Ainda que o réu seja revel e, portanto, haja presunção de veracidade das alegações do autor, não há obrigatoriedade de que o juiz julgue a ação procedente. 
O réu revel pode, a qualquer momento, entrar no processo, no estado em que se encontra, obedecendo a fase processual em que se encontra. 
 
	b) Processuais: atingem o próprio processo. São três efeitos:
- o réu revel deixará de ser intimado dos demais atos do processo. 
Exceção: art. 322 CPC – o réu só vai deixar de ser intimado dos demais atos processuais se, ao ser revel, NÃO tinha advogado constituído nos autos. Se tinha advogado, ainda que seja revel, continuará a ser intimado dos atos processuais na pessoa de seu advogado. Ele será revel quando, tendo advogado constituído, apresentar contestação intempestiva ou ainda quando perder o prazo para apresentar contestação. 
- julgamento antecipado da lide (art. 330, II, CPC): normalmente a sentença de mérito é produzida na fase decisória. Porém, em alguns casos é possível que a sentença de mérito seja proferida na fase saneadora. Esse julgamento antecipado não significa que a ação deverá ser julgada procedente. Há grande presunção de que ocorre, mas não é regra.
- o réu, ao ingressar no processo, receberá os autos na fase em que se encontra, podendo participar daquele momento para frente.
- Exceções: art. 320 CPC
	Mesmo sendo revel, o réu NÃO sofrerá os efeitos da revelia se:
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação. Entretanto, o artigo 48 do CPC dispõe que “salvo disposição em contrário, os litisconsortesserão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos; os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros.”
Esses dispositivos são aparentemente conflitantes. Entretanto, a jurisprudência tem dois entendimentos:
- a exceção do artigo 320 só se aplicaria ao litisconsórcio unitário (a sentença atinge a esfera de direito de todos os litisconsortes – ex. ação de anulação de casamento), mas isso não aconteceria no litisconsórcio facultativo, no qual se aplicaria o artigo 48. Corrente majoritária.
- não importa a modalidade de litisconsórcio. O artigo 320, I, CPC vai ser aplicado em qualquer caso de litisconsórcio quando o argumento da contestação for comum a todos os litisconsortes, ou seja, a todos se aplicar. Se as defesas forem conflitantes (antagônicas) dos litisconsortes aplica-se a regra do artigo 48 CPC (ex. acidente de trânsito, ação de reparação em que o réu denuncia à lide a seguradora. A seguradora apresentará defesa diversa daquela apresentada pelo réu). Essa corrente é minoritária, mas vem ganhando força nos tribunais.
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis: são direitos da personalidade (ex. estado de filiação; direito de ordem pública);
III – se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato.
22/08/12
FASE SANEADORA 7 PONTOS
FASE POSTULATÓRIA 	 	 FASE SANEADORA (ou ordinatória)
 - petição inicial				 1ª Etapa: Providências preliminares (art. 323)
 - despacho liminar				
 - citação					 2ª Etapa: Julgamento conforme 
 - comportamento do réu:		 o estado do processo (art. 328)
	a) revelia
	b) reconhecimento do pedido
c) respostas: 
- contestação;
- reconvenção; 
- exceção;
- intervenção de terceiros;
- ação declaratória incidental;
- impugnação ao valor da causa.
1ª ETAPA: Providências Preliminares (art. 323 CPC)
	Ao final do prazo para resposta do réu, inicia-se a 1ª etapa para as providências preliminares.
	“Findo o prazo para a resposta do réu, o escrivão fará a conclusão dos autos. O juiz, no prazo de 10 dias, determinará, conforme o caso, as providências preliminares que constam das seções deste capitulo.”
Do efeito da revelia (art. 324 CPC)
	“Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando que NÃO ocorreu o efeito da revelia, mandará que o autor especifique as provas que pretenda produzir na audiência.”
	
	Embora revel, o réu não sofrerá os efeitos da revelia, portanto continua sobre as costas do autor o dever de provas os fatos que alegou. 	
	Para os fatos serem provados devem ser controvertidos, pertinentes e determinados. Embora o réu não tenha controvertido os fatos, caberá ao autor provar os fatos que alegou. Portanto, o juiz determinará que ele especifique as provas que pretende produzir.
Da Declaração Incidente (art. 325 CPC)	
	“Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer, no prazo de 10 dias, que sobre ele o juiz profira SENTENÇA INCIDENTE, se da declaração da existência ou da inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide (art. 5º).”
	Toda sentença deve ser constituída de 3 partes: relatório, fundamentação e dispositivo.
	A coisa julgada atinge somente a parte dispositiva. As partes da fundamentação e relatório podem ser modificadas. Porém, às vezes, para que o juiz chegue ao dispositivo, é preciso julgar questões prejudiciais de mérito. São questões que precisam ser decididas, por uma questão de lógica, para chegar à parte dispositiva. 
As questões prejudiciais de mérito podem ser reapreciadas em outras ações, por outro juiz de forma diferente. Assim, a AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL tem a função de fazer coisa julgada também em relação à questão prejudicial de mérito apresentada na fundamentação que, portanto, não será mais possível ser discutida em outra ação. 
 Portanto, se o AUTOR quiser ter segurança, na ação principal se vale da ação declaratória incidental, que tem o condão de estender o manto da coisa julgada também para a fundamentação da sentença. Isso pode se dar em relação a apenas uma questão prejudicial ou todas; depende da vontade do autor. 
A questão prejudicial seria, de qualquer forma, julgada. A função da ação declaratória é tal somente estender os efeitos da coisa julgada àquela matéria.
Na sentença, assim como na reconvenção, o juiz julgará a ação principal e a ação incidental.
Fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do pedido (art. 326 e 327 CPC)
O réu apresentou, necessariamente, contestação.
326. “Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro lhe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 10 dias, facultando-lhe o juiz a produção de prova documental.”
É a chamada réplica. Toda vez que o réu se valer de defesa de mérito indireta, o juiz abrirá a possibilidade de o autor apresentar réplica. Isso porque, o réu inova no processo, portanto, em respeito ao princípio do contraditório o autor deve ter a possibilidade de se manifestar acerca dos novos fatos trazidos ao processo. Se o réu apresentar defesa de mérito direta, não haverá possibilidade de réplica, pois o autor não inova no processo, apenas nega os fatos ou o direito do autor. 
Art. 327. “Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 301, o juiz mandará ouvir o autor no prazo de 10 dias, permitindo-lhe a produção de prova documental. Verificando a existência de irregularidades ou de nulidades sanáveis, o juiz mandará supri-las, fixando à parte prazo nunca superior a 30 dias.”
Se o réu invocar preliminares (defesa processual), o juiz também abrirá a possibilidade do autor apresentar réplica.
12/09/12
2ª ETAPA: Do Julgamento conforme o estado do Processo (art. 329 CPC)
	O juiz, nesta fase saneadora ou ordinatória, poderá julgar o processo no estado em que se encontrar. Poderá proferir uma sentença terminativa, ou seja, são as hipóteses de extinção do processo sem resolução do mérito (art. 267 CPC) OU ainda uma sentença definitiva, com resolução do mérito (art. 269 CPC). Ocorrerá o julgamento antecipado da lide, que veremos mais a frente, e a ocorrência da audiência preliminar.
Art. 329. “Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 267 e 269, II a V, o juiz declarará extinto o processo.”
Assim, relembrando: ocorre na fase saneadora as providências preliminares, que por sua vez poderá dar origem ao julgamento conforme o estado do processo.
Como elucidado pelo artigo 329 CPC, ocorrendo as hipóteses dos arts. 267 e 269, II a V, o juiz extingue o processo.
Porém, pode acontecer neste julgamento conforme o estado do processo o JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE.
JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE:
Art. 330. O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença: 
 I - quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência;
 II - quando ocorrer a revelia (art. 319). 
Este julgamento antecipado da lide é excepcional. Para ocorrer este julgamento antecipado da lide, devem ser claras as situações expostas pelos incisos I ou II do citado artigo. Isto porque, se o Juiz proferir sentença sem estar de acordo com o art. 330, esta sentença será anulada pelo Tribunal, pois ferirá o Direito de Produção de Provas.
Inciso I: A primeira hipótese em que pode ocorrer o julgamento antecipado da lide, é quando a questão de mérito for unicamente de direito. 
Questão Unicamente de Direito X Questão de Direito e de Fato:
	Uma questão se baseia na alegação de uma parte e na contradição da outra. Essa contrariedade poderá ser apenas do direito que está sendo alegado, ou do fato que está sendo alegado. 
	Também, no caso do julgamento antecipado porser a questão unicamente de direito, as provas já foram produzidas, não precisando de mais provas para o convencimento do juiz: este já consegue julgar com base no que há nos autos (petição inicial e contestação, que já possuem documentos).
	Inciso II: quando ocorrerem os EFEITOS da revelia, o juiz poderá julgar antecipadamente a lide. 
CONCLUINDO: O juiz poderá julgar o processo no estado em que se encontra pelas situações previstas no art. 329 ou 330 do CPC, sendo situações excepcionais, em que há a sentença já na fase saneadora.
AUDIÊNCIA PRELIMINAR
No caso de não ocorrerem as hipóteses previstas no art. 329 e 330, em que o juiz julgará ou extinguirá o processo, será designada audiência preliminar, como previsto no art. 331 CPC.
Art. 331. Se não ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes, e versar a causa sobre direitos que admitam transação, o juiz designará audiência preliminar, a realizar-se no prazo de 30 (trinta) dias, para a qual serão as partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou preposto, com poderes para transigir. 
 § 1o Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença. 
 § 2o Se, por qualquer motivo, não for obtida a conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos, decidirá as questões processuais pendentes e determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário. 
 § 3o Se o direito em litígio não admitir transação, ou se as circunstâncias da causa evidenciarem ser improvável sua obtenção, o juiz poderá, desde logo, SANEAR o processo e ordenar a produção da prova, nos termos do § 2o.
Existem várias modalidades de audiência: momento conciliatório, justificação prévia, instrução e julgamento e a preliminar.
Audiência do art. 331 – Ato complexo
1º - Tentativa de Conciliação
2º - Saneador
3º - Pontos Controvertidos
4º - Admissão de Provas
5º - Designação da Audiência e Instrução
- Conciliação: no caso de haver a conciliação, aplica-se o §1º do art. 331, sendo proferida sentença e extinto o processo.
- Saneador: caso não houver conciliação, o juiz fará o saneamento do processo, analisando o que já se tem no processo. Se pelo saneamento não houver como extinguir o processo, analisará os pontos controvertidos, admite as provas e designa audiência de instrução, debate e julgamento. É o que prevê o §2º do referido artigo.
	No caso de o direito litigado não admitir transação, o juiz desde logo saneará o processo, ordenará a produção de provas e será posteriormente marcada audiência de instrução e julgamento. 
19/09/12
PROCESSO DE CONHECIMENTO
Procedimento Comum Ordinário
Fases lógicas:
Fase Postulatória Fase Saneadora	 Fase Instrutória	 Fase Decisória Fase Cumprimento 
											 de Sentença
Análise de processo:
1. FASE POSTULATÓRIA:
- petição inicial (distribuída e autuada);
- acompanham a petição inicial os documentos que comprovam o que o autor alega na inicial;
- DESPACHO INICIAL OU LIMINAR (análise da presença das condições da ação e pressupostos processuais);
- mandado de citação (conta-se o prazo para resposta do réu a partir da juntada do mandado cumprido);
- defesa – contestação (trouxe defesa processual e defesa de mérito) – juntou documentos;
2. FASE SANEADORA (fase ordinatória):
- 1ª etapa: Providências preliminares:
- o juiz abriu prazo para o autor oferecer réplica porque o autor apresentou preliminar;
- neste caso: RÉPLICA do autor (no prazo de 10 dias);
- autos voltam conclusos ao juiz;
- 2ª etapa: Julgamento conforme o estado do processo
	- se tivesse ocorrido um dos casos do artigo 267 ou 269 do CPC seria julgado extinto o caso;
	- não sendo o caso, passou a analisar se houve alguma das modalidades do artigo 330 CPC. É o julgamento antecipado da lide, quando versar: 
* apenas matéria de direito; 
* quando a matéria de fato e de direito já estiver provada nos autos, ou 
* ocorrer revelia;
- designada audiência preliminar (art. 331 CPC). Requisitos:
		* não tenham sido aplicados os artigos 329 e 330 CPC;
		* a matéria tem de ser passível de transação;
	- partes são intimadas;
	- Audiência:
		* tentativa de conciliação; se houvesse acordo seria homologado e extinguiria o processo.
		* não havendo acordo: o juiz profere o DESPACHO SANEADOR. O juiz:
- decide as questões processuais pendentes, 
- fixa os pontos controvertidos, 
- determina produção de provas, e 
- designa audiência de instrução e julgamento.
3. FASE INSTRUTÓRIA
	Permite ao juiz conhecer a situação fática para saber qual é a norma a ser aplicada ao caso concreto e decidir a lide. 
	Os fatos que foram alegados na fase postulatória serão devidamente demonstrados, ou provados.
	É nessa fase que a maioria dos meios de provas será produzida, com a finalidade de preparar a sentença de mérito que será proferida na fase decisória.
	A matéria prima da fase instrutória chama-se PROVA. A maioria dos atos praticados nessa fase é de natureza probatória.
	
Origem constitucional do Direito de Prova
	O direito de produzir prova é direito fundamental. É, portanto, uma garantia que não pode ser restringida, seja por lei, seja por atitude do juiz. Quando for limitado tem remédios constitucionais que garantem a efetivação desse direito. Ex. impetrar mandado de segurança.
	Surgindo uma lide, a forma correta de resolver o conflito é através da Jurisdição, por meio de processo de conhecimento. Ao exercer o direito de ação (legitimidade de parte, possibilidade jurídica do pedido e interesse de agir) surge o direito de defesa. Em outras palavras: da bilateralidade do direito de ação surge o direito de defesa. De nada adiantaria às partes conceder-lhes o direito de ação e de defesa se não fosse possibilitada a apresentação de provas para confirmar o que estão afirmando. É através da prova que será demonstrada a veracidade dos fatos alegados ao ser exercido o direito de ação ou de defesa das partes envolvidas na lide.
	Portanto, o direito de produzir provas é corolário lógico dos direitos de ação e de defesa, direitos fundamentais, portanto, por consequência, o direito de prova é também direito fundamental. 
	
TEORIA GERAL DA PROVA
	A fase instrutória tem a função de preparar o processo para entrar na fase decisória, na qual o juiz adequará a norma abstrata ao caso concreto, criando a norma jurídica concreta.	
1. Conceito de prova:
 	Humberto Teodoro Júnior diz que para conceituar prova adequadamente é preciso analisar dois aspectos:
- Objetivo: é preciso que a parte se utilize dos meios legalmente disponibilizados para que comprove suas alegações, ou seja, que exerça seu direito fundamental de prova. Ou seja, tem que ser meio legítimo de produção de provas. O Código elenca os meios legais, ex. testemunhal, pericial, documental, etc.
O fato de ter produzido prova, não é suficiente para dizer que houve produção probatória no processo, pois deve ser analisado ainda o aspecto subjetivo.
- Subjetivo: além de produzir prova por meio legítimo, é necessário que o destinatário da prova fique convencido de que o fato aconteceu como foi alegado pela parte. Ou seja, é preciso que o meio de prova tenha sido suficiente de provocar no magistrado o estado de consciência de crença (certeza, convencimento) no fato alegado pela parte. Se não despertar no juiz essa consciência, a parte não conseguiu provar o alegado.
2. Objeto da prova
	A causa de pedir é composta por fundamentos fáticos e fundamentos jurídicos. Na fase instrutória é preciso que o juiz fique convencido dos FATOS e não do direito, porque o juiz conhece o direito (iura novit curia). Portanto, o objeto da prova são os fatos.
	O direito não se prova, em regra. Com exceção ao previsto no artigo 337 do CPC. “A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-áo teor e a vigência, se assim o determinar o juiz.” Quando for direito federal, por sua vez, não precisa ser provado.
	 Não é qualquer fato que tem que ser provado. Somente os FATOS ALEGADOS pelas partes precisam ser provados. São os fatos alegados pelo autor na inicial ou na contestação pelo réu que impeça, modifique ou extinga o direito do autor.
	Ainda sim, nem todos os fatos alegados precisam ser provados. O artigo 334 CPC dispõe que “NÃO DEPENDEM DE PROVAS OS FATOS, ou seja, os fatos que não precisam ser provados:
	I - notórios: é evidente a sua veracidade; é de conhecimento de todos;
	II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - incontroversos: são os fatos não impugnados pela parte contrária;
	IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
	Assim, os fatos a serem provados são aqueles alegados pela parte e devem ser (características):
	- controvertidos: alegado por uma parte e impugnado pela outra; 
	- pertinente: tem de ser relacionado com a essência da causa que está sendo discutida;
	- determinado: não pode ser fato vago, genérico. 
	
26/09/12
3. . Ônus da alegação . Ônus da prova. Princípio da comunhão das provas (art. 333 CPC – inversão do ônus da prova)
Ônus: é a atividade que a pessoa desempenha em favor de si mesma. Quando se deixa de cumprir o ônus, a própria pessoa sofre as consequências. Ex. deixar de contestar – sofre as consequências da revelia. 
Obrigação: é a atividade que uma pessoa faz em benefício da outra. O devedor tem a obrigação de pagar ao credor. 
	O ônus da prova é corolário do ônus da alegação. Incumbe à parte alegar os fatos que vão constituir a matéria da ação ou a matéria de defesa. Esse ônus da alegação dos fatos advém do princípio dispositivo, que obriga a parte a agir para trazer para dentro do processo os fatos a serem conhecidos pelo juiz e que deverão ser provados.
	Uma vez introduzidos esses fatos no processo, na fase instrutória esses fatos deverão ser provados. O ônus de provar os fatos alegados continua recaindo nos ombros das partes, pois o juiz não pode agir de ofício, buscar por si provas, pois quebraria o princípio da imparcialidade.
	As regras do ônus da prova tem como função indicar qual dos litigantes sofrerá as consequências negativas advindas da falta de comprovação dos fatos alegados. Quem tem o ônus da prova é aquele que sofrerá, suportará as consequências negativas que advirão da ausência daquela prova no processo. 
O juiz não pode eximir-se de julgar, aduzindo que não conseguiu formar a sua convicção. Há casos em que, esgotadas as provas possíveis, os fatos não ficaram suficientemente esclarecidos. Porém, o juiz precisa decidir. Assim, as regras do ônus da prova são muito importantes no momento de auxiliar o juiz a julgar, caso não tenham sido produzidas provas suficientes para formação de seu convencimento. São elas que indicarão qual dos litigantes sofrerá as consequências negativas advindas da falta de comprovação. Se não houver provas suficientes para chegar à verdade dos fatos, o juiz decidirá contra aquele que não se desincumbiu do ônus da prova.
	Uma vez produzida a prova no processo, deixa de pertencer à parte que a produziu e passa a pertencer ao destinatário da prova. Trata-se do princípio da COMUNHÃO DAS PROVAS. É dever tanto das partes quanto de terceiros contribuir para chegar à verdade dos fatos.
	Concluindo: o ônus da alegação impõe às partes alegar fatos nos processos e, a partir desse momento, o ônus da prova impõe que esses fatos alegados devem ser provados. Entretanto, o principio da comunhão das provas faz com que a prova produzida deixe de pertencer à parte e passe a pertencer ao juiz (destinatário da prova).
	O ônus da prova está previsto no artigo 333 do CPC.
	Cumpre ao autor provar os fatos constitutivos do seu direito. 
	Cumpre ao réu a prova da existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Se o réu limitar-se a negar os fatos alegados pelo autor, continua com o autor o ônus de provar os fatos alegados na inicial. Se não provar, a sua pretensão será julgada improcedente.
	Essas duas regras podem ser condensadas em uma única, assim resumida: o ônus da prova, em regra, cabe a quem alega determinado fato.
	Essa regra pode ser modificada. Chama-se inversão do ônus da prova.
 	Essa inversão pode se dar de forma:
	- convencional: as partes podem alterar as regras naturais de distribuição do ônus da prova.
	- legal: a lei. 
	Convencional: o parágrafo único do artigo 333 CPC traz regras para convencionar a inversão do ônus da prova. Assim, as partes NÃO podem convencionar (inverter o ônus da prova) quando tratar de direitos indisponíveis ou ainda quando tornar-se excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito (ex. contrato de adesão).
	Portanto, se o dispositivo acima impede a inversão nos dois casos que menciona, por exclusão, autoriza nos demais casos, através de acordo (convenção) entre as partes.
	Legal: as vezes a lei faz algumas presunções e, agindo assim, inverte o ônus da prova, ou seja, torna dispensável a prova do fato alegado, que se presume verdadeiro, podendo ou não se admitir prova contrária, conforme o grau de intensidade da presunção. 
	Há aquelas presunções que admitem prova contrária (são as presunções relativas) e as que não a admitem (presunções absolutas).
	Então, na presunção relativa (juris tantum), o fato é alegado pelo autor, e por ele não precisa ser provado, porém pode o réu produzir prova contrária. Já na presunção absoluta (juris et de jure) nenhum prova se admitirá que seja contrária ao fato alegado.
 
5. Sistema de apreciação de provas
	Quais os critérios que o juiz deve utilizar para avaliar as provas. São 3 critérios:
	
	- legal ou tarifado: nesse sistema cada meio de prova tem determinado valor. Os ordenamentos jurídicos que adotam esse sistema informam que cada meio de prova tem um valor previamente fixado em lei, cabendo ao juiz decidir de acordo com esses critérios, sem sopesá-las. Implica em restrição completa ao livre convencimento, uma vez que o juiz não teria possibilidade de avaliar as provas colhidas, que são previamente ponderadas pelo legislador.
	- livre convicção: o juiz é livre para apreciar o conjunto probatório e decidir conforme seu livre convencimento. O juiz aprecia livremente a prova, não precisando apresentar os motivos que o levaram à decisão. Favorece a arbitrariedade, fato este que não promove, muitas vezes, a Justiça.
	- livre convencimento motivado (ou persuasão racional): o juiz tem liberdade absoluta para apreciar e avaliar as provas e decidir da forma que entender melhor, porém deve motivar sua decisão, ou seja, fundamentar sua decisão e expor os fundamentos e provas que sustentam seu convencimento. Está consagrado no artigo 131 do CPC.
6. Procedimento de produção de prova
	A prova é destinada a convencer o juiz, a respeito dos fatos controvertidos. A produção de provas passa por 3 momentos distintos:
	- Proposição: é o momento em que as partes propõem as provas que produzirão. Acontece para o autor na petição inicial (art. 282, VI CPC) e para o réu na contestação (art. 300 CPC).
	Quando apresentada a petição inicial ainda não tem fatos controvertidos, o autor pode fazer uma proposição genérica “protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova permitidos por lei.”
	- Especificação/Admissão: após a réplica, as partes poderão especificar as provas que pretendem produzir. Pois, é após a réplica, que todos os fatos se tornam controvertidos. Portanto, é possível indicar com certeza quais serão as provas a serem produzidas.
Especificados os meios de provas, no despacho saneador, se não for caso de julgamento antecipado ou extinção do processo sem julgamento da lide, vem a fase de admissão das provas, ou seja, é o momento que ele deferirá ou não os meios de provas propostos e especificados pelas partes. cabe ao juiz decidirquais as necessárias ou úteis para esclarecer os fatos obscuros. O juiz pode, ainda, determinar prova que não tenha sido requerida, pois o artigo 130 CPC atribui ao juiz poderes para, de ofício, determinar as provas necessárias.
	
- Produção: admitido o meio de prova, vem a fase de produção de provas. Normalmente, as provas são produzidas na audiência de instrução, debates e julgamento. Portanto, se dá na fase instrutória.
Vários PRINCÍPIOS norteiam esse momento de produção das provas:
Oralidade: a maioria dos meios de prova pode ser produzida oralmente. Não é absoluto, pois tem meios de provas que não são produzidos oralmente (ex. documental).
Concentração: se a maioria das provas é produzida oralmente, é possível concentrá-los na audiência de instrução, debates e julgamentos. Portanto, o princípio da oralidade possibilita o princípio da concentração.
O artigo 452 CPC estabelece ordem de produção de meios de provas: 
- são ouvidos os peritos e assistentes técnicos; (Prova pericial)
- são tomados os depoimentos das partes (autor e depois o réu); (Depoimento pessoal)
- serão inquiridas as testemunhas. (Prova testemunhal)
Imediatidade: está estampado no artigo 446, II CPC. “Compete ao juiz em especial: ...proceder direta e pessoalmente a colheita das provas...” Isso porque, o juiz pode extrair outras informações quando colhe diretamente a prova. Esse princípio é importante, porém pouco observado e valorizado no processo. Também não é absoluto, comportando exceções. Ex. colheita de prova testemunhal por precatória. Ferindo esse princípio, a prova não vale. (ex. prova testemunhal por escritura pública ou colheita de prova testemunhal pelo escrevente de sala)
Identidade física do juiz: é o juiz que colhe a prova que deve julgar a ação. Art. 132 CPC: “O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgar a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, caso em que passará os autos ao seu sucessor.” 
	
03/10/12
MEIOS DE PROVA
01. Conceito
	Humberto Teodoro Júnior diz que para conceituar prova adequadamente é preciso analisar dois aspectos:
- Objetivo: é preciso que a parte se utilize dos meios legalmente disponibilizados para que comprove suas alegações, ou seja, que exerça seu direito fundamental de prova. Ou seja, tem que ser meio legítimo de produção de provas. O Código elenca os meios legais, ex. testemunhal, pericial, documental, etc.
O fato de ter produzido prova, não é suficiente para dizer que houve produção probatória no processo, pois deve ser analisado ainda o aspecto subjetivo.
- Subjetivo: além de produzir prova por meio legítimo, é necessário que o destinatário da prova fique convencido de que o fato aconteceu como foi alegado pela parte. Ou seja, é preciso que o meio de prova tenha sido suficiente de provocar no magistrado o estado de consciência de crença (certeza, convencimento) no fato alegado pela parte. Se não despertar no juiz essa consciência, a parte não conseguiu provar o alegado.
	Meios de provas são os métodos gerais usados nos processos para a investigação e demonstração dos fatos. Os meios de provas são internos ao processo e genéricos. Os meios de provas são o aspecto objetivo do conceito de prova. 
	Deve ser introduzido no processo de forma adequada e busca-se convencer o juiz dos fatos alegados. Atingindo esses dois aspectos, pode-se dizer que o fato foi provado.
02. Meios de prova típicos e atípicos (art. 332 CPC)
	“Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa.”
	O interesse do legislador é ampliar os meios de provas, além daqueles que conseguiu prever, desde que sejam moralmente legítimos. 
	Portanto, há duas modalidades de meios de provas: 
	- Típicos: previstos pelo legislador. Ex. prova documental, testemunhal.
- Atípicos: não são previstos pelo ordenamento jurídico, mas podem ser utilizados pelas partes para demonstrar os fatos alegados, desde que sejam moralmente legítimos. Ex. depoimento pessoal da própria parte; prova emprestada. 
	
03. Meios de Prova Típicos
	- depoimento pessoal (art. 342/354 CPC)
	- documental (art. 355/399 CPC)
	- testemunhal (art. 400/419 CPC)
	- pericial (420/439 CPC)
	- inspeção judicial (art. 440/443 CPC)
	Essa ordem foi estabelecida pelo legislador em razão de sua preferência pela prova documental, em razão de sua confiabilidade e durabilidade, seja quando regulamenta este meio de prova em segundo lugar (logo após o depoimento pessoal), seja quando, nos artigos 400 e 401, dispõe que o fato provado por documento não precisa ser provado por testemunha. 
Não há nada mais confiável que a própria confissão, que se busca com o depoimento pessoal. O documento, por sua vez, fica representado no meio físico duradouro. A testemunhal é menos confiável, porém vem à frente da pericial e da inspeção judicial, pois é mais barata e célere. 
A preferência do legislador pela prova documental não se justifica, pois também está sujeita a falhas, falsidades e também pode ser dispendiosa. Prova disso, é a previsão legal de incidente de falsidade documental. Por sorte, o ordenamento jurídico, não obstante a preferência do legislador por alguns meios de provas em detrimento de outros, não adotou o sistema tarifado de provas e sim o livre convencimento motivado.
10/10/12
04. PROVA DOCUMENTAL (art. 355/399 CPC)
4.1. Generalidades
A prova documental é a única que tem como regra começar primeiro pela produção, para depois passar para a admissão. Há uma inversão no procedimento probatório. O momento da produção da prova documental é fora da fase instrutória, mas dentro da fase postulatória (acompanham a petição inicial e a contestação).
4.2. Conceito
Documento é qualquer meio físico no qual se consegue fixar uma informação (ocorrência de fato ou declaração de vontade) de maneira idônea e duradoura. Portanto, além dos escritos, são documentos outras formas de representação material, como a fotográfica, cinematográfica, fonográfica, eletrônicos, etc. (383 CPC)
4.3. Elementos do documento: 
Conteúdo/suporte (art. 383 CPC): todo documento tem dois elementos: conteúdo (aquilo que quero registrar) e suporte (onde o conteúdo foi registrado).
Art. 383. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, cinematográfica, fonográfica ou de outra espécie, faz prova dos fatos ou das coisas representadas, SE aquele contra quem foi produzida Ihe admitir a conformidade.
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da reprodução mecânica, o juiz ordenará a realização de exame pericial.
No seu CONTEÚDO, o documento pode registrar:
- fato: qualquer acontecimento da vida real. Só é possível chamar o meio físico de prova documental se for possível registrar acontecimento que está ocorrendo no momento do registro, da produção daquele meio físico. O fato documentado transforma aquele meio físico numa prova documental. Ex. tirar uma foto (suporte). Portanto, não será considerada prova o meio físico que buscar registrar fato pretérito ou futuro (ex. escritura pública onde consta declaração de pessoa fazendo declarações sobre fatos pretéritos).
- declaração de vontade: ex. contrato. Registra a vontade de quem está produzindo o documento.
	Quanto ao SUPORTE, não é apenas o papel que pode registrar os fatos e as declarações de vontade. Há outros meios: eletrônicos, mecânicos, fotográfica, etc. Há vários meios físicos onde podem ser registrados o conteúdo do documento.
Diferença entre Prova documental e prova documentada 
	Prova documental: é o meio de prova por meio do qual é possível introduzir um documento no processo. E para tanto, é preciso ter conteúdo registrado em meio físico idôneo e duradouro (suporte).
	Prova documentada: nem tudo que está escrito no papel pode ser tido como prova documental. Ao registrar, por exemplo,a prova oral no processo reduzida a Termo, não transforma em prova documental. Portanto, as declarações estão registradas, documentadas no processo, mas não se transformam, por isso, em prova documental.
	Esta distinção é pertinente, pois a arguição de falsidade documental se faz de uma forma; enquanto que a falsidade da prova documentada é arguida de outra forma.
4.4. Força probante do documento: a força probante do documento decorre da:
Autoria do documento: quem pode ser o autor, o criador desse documento. Fazer o documento pode ter dois significados: 
- autoria mediata: assiste os fatos ou é detentor da vontade.
- autoria imediata: confecciona o meio físico. 
Às vezes, a autoria mediata e imediata recai sobre a mesma pessoa. Ex. pessoa que bate a foto. Entretanto, às vezes recai sobre pessoas diferentes. Ex. escritura pública de compra e venda de imóvel (redigida pelo tabelião – Cartório de Notas)
A força probante aumenta na mesma proporção em que é possível provar a autoria do documento. Pois, quanto mais certeza tiver da autoria, mais autenticidade ele terá.
Autenticidade decorrente da subscrição: a principal forma de se dar autenticidade ao documento é por meio da assinatura (subscrição), pois por meio dela é possível identificar seu criador. Dando autenticidade, aumenta-se a força probatória do documento. Por isso, a dificuldade de se provar a autenticidade de documentos eletrônicos.
Classificação dos documentos
Quanto à autoria:
- públicos/privados: será público quando confeccionado por alguém investido de fé pública. Será feito por funcionário público no exercício e limites de suas funções. O privado, por sua vez, não tem fé pública no sentido de documentador.
- autógrafos/heterógrafos: o documento será autógrafo quando as funções de autoria mediata e imediata recaem sobre a mesma pessoa; quando recai em pessoas diversas trata-se de documento heterógrafo. Ex. documento heterógrafo: documento público.
- autênticos/autenticados: será autêntico o documento quando, bastando olhar para ele, é possível verificar que quem assinou é exatamente quem fez o documento. O autenticado, por sua vez, .........
Quanto ao meio:
- diretos/indiretos: será direto o documento, quando o fato for registrado no meio físico sem necessidade de passar por atividade intelectual humana, ex. fotografia. Por sua vez, o indireto teve que passar por atividade intelectual humano, ex. croqui de região ou imóvel.
- escritos/gráficos: o documento será escrito quando for materializado por palavras; entretanto, será gráfico quando o fato for materializado por gráficos, símbolos.
Quanto à finalidade:
- pré-constituídos: quando for elaborado para produzir prova no futuro. São chamados instrumentos. Ex. contrato de locação escrito.
- casuais: o registro é feito no meio físico sem que haja a intenção precípua pelo autor de servir futuramente de prova. Ex. fotografia ocasional.
Produção da Prova Documental
Momento: há 3 momentos do procedimento probatório:
	- Proposição: momento de indicação das provas que pretende produzir.
	- Admissão: é o momento em que o juiz admite que as partes produzam as provas que indicaram como aquelas que produziriam para provar os fatos alegados.
	
 - Produção: momento de produzir a prova. Geralmente ocorre na fase instrutória. Mas a prova documental é produzida, em regra, na fase postulatória.
	
	A prova documental, como já dito, tem ordem invertida. Ela é produzida na fase postulatória (acompanha petição e contestação) e será admitida na fase saneadora. Exceção: estabelecida no artigo 397 CPC, que permite à parte juntar em qualquer tempo no processo prova documental, desde que seja documento novo (as partes não conseguiriam obter na época da inicial pelo autor ou da contestação pelo réu).
b) Diferença entre Prova Documental e Documentos indispensáveis à propositura da ação (Art. 283 CPC)
	Prova documental: meio de prova que será utilizado pela parte se lhe convier.
Documentos indispensáveis à propositura da ação (art. 283 CPC): por outro lado, é preciso instruir a ação com os documentos indispensáveis. São documentos indispensáveis à condição de procedibilidade da ação. Ex. numa ação de divórcio é preciso juntar a certidão de casamento, pois o casamento é condição sine qua non para o divórcio.
17/10/12
AUDIENCIA DE INTRUÇÃO, DEBATES E JULGAMENTO
01. Introdução
	Toda prova deve respeitar o procedimento probatório: proposição, admissão e produção. 
02. Procedimento Probatório
	- proposição
	- admissão (art. 331, § 2º CPC)
	- produção (art. 336 cc. 452 CPC)
	A maioria dos meios de prova é produzida e concentrada na audiência de instrução, debates e julgamento; ato produzido na fase instrutória. (art. 336 CPC c.c. 452 CPC)
	O art. 452 CPC está inserido na parte de “Instrução e julgamento”. Portanto, é fundamento legal para afirmar que a maioria das provas é produzida na audiência de instrução, debates e julgamento.
	
03. Modalidades de Audiência
	Há várias modalidades de audiência, cada qual tem finalidade distinta.
- Meramente Conciliatórias: (art. 125, IV, CPC) confere poderes ao juiz para que ele possa designar, em qualquer processo e em qualquer fase do processo, esse tipo de audiência, com uma única finalidade: buscar conciliar as partes. Se elas não chegarem num acordo, não há consequências; o processo prossegue. Se uma das partes não comparecer não sofre qualquer sanção, não há presunção de veracidade de fatos ou qualquer ônus. Presume-se apenas que não está interessada em fazer acordo.
- Meramente Instrutórias: tem exclusiva finalidade de instruir o processo. Não há debates, nem julgamento. Ex. audiência marcada pelo juízo deprecado.
- Justificação Prévia: o juiz designa e ouve partes e testemunhas, mas o objetivo não é a instrução do mérito da ação, mas apenas para apurar os requisitos para concessão de liminar. Muitas vezes a parte contrária nem participa desta audiência, pois o pedido de liminar tem essa característica: o juiz concede antes mesmo de citar a parte.
- Preliminares: (ex. art. 331 CPC) recebem essa denominação, pois têm uma série de finalidades, pois preparam a eventual audiência de instrução, debates e julgamento.
- instrução/debates/julgamento: na qual é produzida a maioria dos meios de provas.
04. Conceito
“Ato processual solene e complexo, produzido na sede do juízo, perante a indispensável presença do magistrado e sob sua direção, destinada à tentativa de conciliação das partes, esclarecimento de peritos e assistentes técnicos, depoimento pessoal das partes, oitiva de testemunhas, culminando nos debates das partes e julgamento da lide.”
	É ato processual, portanto, as partes, para poderem participar, precisa ter capacidade postulatória. 
É solene, assim há uma série de comportamentos que precisam ser observados para ser considerado válido. Ex. para que a audiência ocorra tem de haver determinação judicial, intimação das partes e testemunha, pregão pelo oficial de justiça (torna a audiência pública), etc. Portanto, esse ato processual é cercado de solenidades que, se não forem respeitadas, podem até gerar a nulidade do ato.
É complexa porque dentro dela muitas coisas acontecem. É possível a produção de mais de um meio de prova. Há debates entre as parte e se finda com o julgamento.
	O princípio da imediatidade determina que o juiz deve colher diretamente a prova. Portanto, a audiência de instrução, debate e julgamento deve ser feita na indispensável presença do juiz.
	Haverá nova tentativa de conciliação. Dispõe o artigo 447 CPC que o juiz tentará nova conciliação, antes de começar colher as provas. O artigo 331 CPC não revogou o 447, ou seja, continua sendo possível, no começo da audiência de instrução, debates e julgamento, quando a lide versar sobre direitos patrimoniais de caráter privado, deverá tentar a conciliação. Se houver conciliação, o juiz homologa e extingue o processo. Se não seconciliarem, prossegue a audiência, colhendo-se as provas, ocorrendo debates e finalizando com o julgamento.
4.1. Análise conceitual
MEIOS DE PROVA: serão produzidas na audiência de I.D.J.:
- depoimento pessoal;
- testemunhal;
- pericial.
4. 2. DEPOIMENTO PESSOAL DAS PARTES (art. 332 a 354 CPC)
	É um dos meios de provas que deve ser produzido na audiência de I.D.J.
nomenclatura “Depoimento da parte em juízo”
A doutrina faz severa crítica à nomenclatura “depoimento pessoal das partes”, pois quando o CPC trata das previsões desse meio de prova, vislumbra mais de uma espécie de depoimento: depoimento pessoal (da parte propriamente dito) e interrogatório. Portanto, a doutrina sugere uma nomenclatura mais abrangente, mais genérica: e sugere “depoimento das partes em juízo”, que abrange as espécies: depoimento pessoal, interrogatório e depoimento da própria parte.
 a.1. Espécies:
	 - depoimento pessoal da parte (art. 343 CPC): pode ser determinado de ofício pelo juiz. Mas quando este não o fizer, compete à parte requerer o depoimento da outra parte em juízo. 
	 - interrogatório (art. 342 CPC): é determinado de ofício pelo juiz, determinando que autor ou réu compareçam em juízo para depor. 
	 - depoimento da própria parte: meio atípico, pois não está previsto no CPC. É criação doutrinária e jurisprudencial.
 a. 2. Fundamento (art. 339 e 340 CPC)
	O fundamento jurídico para os depoimentos das partes em juízo está previsto nos artigos 339 e 340 CPC. 
b) DEPOIMENTO PESSOAL (art. 343 CPC)
b.1. Conceito: “Manifestação da parte em juízo, requerida pelo adversário com intuito de obter confissão.”
O que diferencia o depoimento pessoal do depoimento testemunhal é a qualidade da pessoa. Se quiser que uma das partes do processo venha depor em juízo, o veículo é o depoimento pessoal. Para trazer terceiros para depor no processo, o veículo utilizado é o depoimento testemunhal.
Parte, no processo, são aquelas que integram o polo ativo ou passivo no processo, definidos como tal na petição inicial. Entretanto, as modalidades de intervenção de terceiros determinam partes do processo, ou seja, são pessoas que ingressaram no processo posteriormente por meio do instituto de intervenção de terceiros, portanto, também podem ser levadas a juízo para deporem por meio do veículo depoimento pessoal.
Não é possível requerer, ainda, o depoimento pessoal de representante legal de incapazes ou de pessoas jurídicas.
Esse meio de prova é requerido pela parte adversária, pois o objetivo é obter a confissão. 
CONFISSÃO: “Admissão da verdade de um fato contrário a seu direito e favorável ao direito de outra parte.” 
Dispõe o artigo 334 do CPC que não dependem de prova os fatos afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária (II). Portanto, a partir da confissão, não precisa mais de outros meios para provar a verdade do fato. Portanto, a confissão é considerada um dos meios de provas mais importantes.
Para obter a confissão alguns requisitos precisam estar presentes. São de 3 ordens: objetivos, subjetivos e volitivos.
Requisitos da Confissão: ausente um dos requisitos, impede a produção do efeito da confissão (admissão como verdadeiro um FATO contrário ao seu direito e favorável ao direito à parte contrária).
a) Objetivos:
- fato favorável à parte contrária: deve admitir como verdadeiro o fato alegado pela parte contrária. Importante observar que não é admissão de direito, mas de fato. Reconhecer o direito é reconhecer o pedido, e tem outro efeito: extinção do processo. reconhecer como verdadeiro um fato alegado pela outra parte não significa que o juiz julgará em favor da parte contrária; isso dependerá da prova dos demais fatos alegados. Talvez o fato admitido seja fato secundário, portanto, incapaz de trazer um julgamento desfavorável ao confitente. 
- direito disponível: se o fato admitido como verdadeiro versar sobre direito indisponível não gera o efeito da confissão, ou seja, precisa ser provado. Para haver confissão, o fato admitido como verdadeiro, contrário ao confitente e favorável à parte contrária, tem que versar sobre direito disponível.
- inexigência de forma especial: se a lei exigir forma específica para prova de fato, não pode haver confissão, ou seja, tem de provar o fato conforme prescreve a lei. Ex. comprovar propriedade de bem imóvel – escritura pública.
b) Subjetivos: capacidade do depoente (confitente). A pessoa que está confessando precisa ser capaz, porque o incapaz não tem presente o requisito volitivo (vontade livre e consciente). A confissão de um incapaz não é válida.
c) Volitivo: manifestação livre e consciente do confitente. Se ficar demonstrado que a vontade está viciada, pode-se anular a confissão. 
24/10/12
b.2) Partes
Não só as pessoas físicas e jurídicas que estão indicadas na petição inicial, mas também aquelas que ingressam posteriormente ao processo, na forma de intervenção de terceiros (oposição, nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo – art. 56 a 80).
A parte pode ser pessoa física ou pessoa jurídica. 
O representante legal do incapaz (pessoa física) pode ir a juízo depor pelo meio de depoimento pessoal e, se o fizer, pode confessar um fato no lugar de um incapaz? Alguns doutrinadores admitem essa possibilidade, desde que com poderes expressos para tal ato, mas essa corrente doutrinária é minoritária. A outra parte da doutrina que não admite essa possibilidade entende que a confissão é ato que restringe direitos, por isso não é permitida uma interpretação extensiva do artigo 343 CPC, que dispõe que só as partes podem vir a juízo depor. 
Por seu turno, a pessoa jurídica se faz representar por seu representante legal previsto em estatuto, pois ela é uma ficção legal. Assim, quando a pessoa jurídica é demandada e, requerido seu depoimento pessoal, é possível que seu representante legal compareça em juízo e realize a confissão. 
b.3) Finalidades
Ainda que não se obtenha confissão com o depoimento pessoal, ocorre o meio de prova, porque a confissão não é sua única finalidade. O depoimento pessoal é meio de prova e tem finalidade ainda de “esclarecimento de fatos”. Portanto, são duas as finalidades do depoimento pessoal: obter a confissão (finalidade principal) e esclarecimento de fatos (finalidade secundária).
A confissão pode ser espontânea, voluntária ou provocada. 
b.4) Procedimento
	O depoimento pessoal é produzido da seguinte forma:
- proposição - requerimento: no momento da proposição, a parte deverá apresentar requerimento expresso de que a parte contrária venha a juízo depor. O juiz pode, entretanto, de ofício, chamar a parte a depor. 
	- admissão: 
- produção: será produzida na audiência de instrução, debates e julgamento. Para tanto, é preciso que:
- intimação pessoal da parte: no mandado deverá estar expresso de que a parte deverá comparecer para prestar depoimento pessoal.
		
- ordem dos depoimentos: há uma ordem prevista no artigo 452, II, CPC: depois de ouvidos os peritos e assistentes técnicos, se houver, o juiz tomará os depoimentos pessoais das partes eventualmente requeridos e deferidos, sendo ouvido primeiro o autor e depois o réu. O réu não pode ouvir o depoimento do autor para que não interfira em seu depoimento pessoal.
- reperguntas: quando o autor estiver sendo ouvido, o juiz faz diretamente perguntas e posteriormente franqueia as perguntas ao advogado da parte contrária, porque o objetivo é obter a confissão. Isso denomina reperguntas porque o advogado não faz perguntas diretamente à parte; é dirigida ao juiz que pode ou não deferir a pergunta e, ele repergunta à parte (dirige a pergunta ao depoente). Não pode fazer pergunta vexatória, capciosa.
- não comparecimento: do comparecimento injustificado decorre a CONFISSÃO FICTA, ou seja, os fatos que se pretendiam provar com seu depoimento são admitidos como verdadeiro. Evidente, devem estar presentes os requisitos objetivos e subjetivosda confissão. 
Entretanto, o comparecimento pode ser justificado, motivo pelo qual não ocorrerá o efeito da confissão ficta.
5. INTERROGATÓRIO (art. 342 CPC)
	É o juiz que, de ofício, determina que a parte compareça para prestar depoimento. Diferente do depoimento pessoal que é requerido pela parte contrária.
a) finalidade: o interrogatório tem como finalidade o esclarecimento dos fatos. Obviamente que desse interrogatório pode ocorrer uma confissão, mas não é esse o objetivo do juiz, pois este é imparcial.
b) momento: o interrogatório pode ocorrer ao longo do processo, em qualquer momento. O juiz pode designar uma audiência só para ouvir a parte e pode ocorrer mais de uma vez (diferente do depoimento pessoal que ocorre somente uma vez).
6. DEPOIMENTO DA PRÓPRIA PARTE – Prova atípica
	Neste caso, a própria parte quer comparecer em juízo para prestar esclarecimentos ao juiz. Deve ser requerido pela própria parte e tem fundamento no próprio artigo 342, pois se o juiz pode determinar de ofício, porque a própria parte não pode requerê-la, de forma fundamentada.
 
a) finalidade: tem como finalidade esclarecimento de fatos.
b) momento: pode ser requerido e produzido a qualquer momento do processo. 
Diferenças:
	DEPOIMENTO PESSOAL
	INTERROGATÓRIO
	DEPOIMENTO DA PRÓPRIA PARTE
	Requerido pela parte contrária
	Determinado de ofício pelo juiz
	Requerido pela própria parte
	Finalidade: obter a confissão
	Finalidade: esclarecimento de fatos.
	Finalidade: esclarecimento de fatos.
	Momento: audiência de instrução, debates e julgamento.
	Momento: a qualquer momento do processo, podendo ter audiência especialmente designada para o ato processual.
	Momento: a qualquer momento do processo, podendo ter audiência especialmente designada para o ato processual.
� PAGE �34� Maysa de Mello Souza 
Direito Civil – 5º C/2012 � PAGE �35�

Mais conteúdos dessa disciplina