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UNIVERSIDADE DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊ NCIAS RURAIS DEPARTAMENTO DE CIÊ NCIAS FLORESTAIS ECONOMIA FLORESTAL ECONOMIA FLORESTAL Gestã o empresarial Dra. Irene Seling Professora Visitante © Fevereiro de 2001 2 Índice analítico Índice analítico................................................................................................................ 2 Índice de figuras ............................................................................................................. 3 1 Introduçã o ............................................................................................................... 5 1.1 Classificaç ão das Ciências Econômicas................................ ................................ ........ 5 1.2 Fundamentos da economia: necessidades, bens, divisão do trabalho, transaç ões, fluxo de bens, fluxo de valores ................................ ................................ ..................... 6 2 Características de empresas .................................................................................. 9 3 O sistema dos objetivos ........................................................................................ 12 3.1 Relaç ões entre objetivos ................................ ................................ ............................ 12 3.2 Operacionalidade dos objetivos................................ ................................ .................. 12 3.3 Aná lise dos objetivos................................ ................................ ................................ . 13 3.4 Objetivos formais ................................ ................................ ................................ ...... 14 3.5 Objetivos reais................................ ................................ ................................ ........... 15 4 Contabilizaçã o....................................................................................................... 16 4.1 Conceitos ................................ ................................ ................................ .................. 16 4.2 Receita e despesa................................ ................................ ................................ ....... 17 4.3 Gasto e rendimento................................ ................................ ................................ .... 18 4.4 Produç ão e custo................................ ................................ ................................ ........ 18 4.5 Contabilidade por partidas dobradas ................................ ................................ .......... 21 5 Contabilidade de custos ....................................................................................... 29 5.1 Funç ões de contabilidade de custos ................................ ................................ ............ 29 5.2 Conceitos de custos – Custos fixos – Custos variá veis................................ ................ 30 5.3 Curvas de custos – Pontos importantes dos custos................................ ...................... 33 5.4 Causas de determinaç ão de custos................................ ................................ .............. 34 5.5 Tipos de custos ................................ ................................ ................................ .......... 35 6 Análise de empresa ............................................................................................... 39 6.1 Produtividade ................................ ................................ ................................ ............ 40 6.2 Rentabilidade................................ ................................ ................................ ............. 41 6.3 Economicidade ................................ ................................ ................................ .......... 42 7 Cálculo de investimento ....................................................................................... 43 7.1 Mé todos está ticos ................................ ................................ ................................ ...... 45 7.2 Mé todos dinâmicos................................ ................................ ................................ .... 46 8 Formaçã o do processo de produçã o na empresa florestal ................................ 48 8.1 Decisões silviculturais da produç ão................................ ................................ ............ 48 8.1.1 Escolha de espé cies florestais ................................ ................................ ............................. 48 8.1.2 Tratamentos na idade jovem ................................ ................................ ............................... 49 3 8.2 Decisões do aproveitamento ................................ ................................ ...................... 49 8.2.1 Desbastes ................................ ................................ ................................ ............................ 49 8.2.2 Aproveitamentos finais ................................ ................................ ................................ .......50 9 Avaliaçã o florestal ................................................................................................ 53 9.1 Fundamentos ................................ ................................ ................................ ............. 53 9.2 História da avaliaç ão florestal ................................ ................................ .................... 54 9.3 Avaliaç ão do solo florestal – Valor de produç ão do solo ................................ ............ 55 9.4 Avaliaç ão do povoamento................................ ................................ .......................... 55 9.4.1 Valor de exploraç ão................................ ................................ ................................ ............56 9.4.2 Valor do custo do povoamento ................................ ................................ ........................... 56 9.4.3 Valor da espectativa de produç ão ................................ ................................ .......................57 9.4.4 As relaç ões entre os valores do povoamento ................................ ................................ ......57 9.5 Valor da rentabilidade da floresta................................ ................................ ............... 58 9.5.1 O valor da rentabilidade da floresta com uma relaç ão das classes de idade moderadamente anormal ................................ ................................ ................................ .....60 9.5.2 O valor da rentabilidade da floresta com uma relaç ão das classes de idade fortemente anormal ................................ ................................ ................................ .............60 9.6 Taxa de juros ................................ ................................ ................................ ............. 61 9.7 Valor social da floresta – Benefícios indiretos................................ ............................ 62 10 Bibliografia............................................................................................................ 66 Índice de figuras FIGURA 1: Classificaç ão das ciências econômicas. ................................ ................................ ...................5 FIGURA 2: Classificaç ão das necessidades. ................................ ................................ ............................... 6 FIGURA 3: Classificaç ão dos bens................................. ................................ ................................ .............6 FIGURA 4: Vantagens e desvantagens da divisão de trabalho................................................................. ...6 FIGURA 5: Transaç ões econômicas. ................................ ................................ ................................ ...........7 FIGURA 6: Corrente monetá ria e corrente de bens. ................................ ................................ ...................7 FIGURA 7: Unidades econômicas. ................................ ................................ ................................ ..............8 FIGURA 8: Características de empresas. ................................ ................................ ................................ ....9 FIGURA 9: Particularidades de empresas florestais. ................................ ................................ ................10 FIGURA 10: Subsistemas empresariais. ................................ ................................ ................................ ....11 FIGURA 11: Tarefas dos subsistemas empresariais. ................................ ................................ .................11 FIGURA 12: Relaç ões entre os objetivos. ................................ ................................ ................................ ..12 FIGURA 13: Operacionalidade de objetivos. ................................ ................................ ............................ 12 FIGURA 14: Técnica da aná lise de objetivos. ................................ ................................ ........................... 13 FIGURA 15: Formaç ão de objetivos................................. ................................ ................................ .........13 FIGURA 16: Economicidade................................. ................................ ................................ .....................14 FIGURA 17: Objetivos formais típicos para empresas florestais. ................................ ............................. 14 FIGURA 18: Objetivos reais. ................................ ................................ ................................ .....................15 FIGURA 19: Contabilizaç ão. ................................ ................................ ................................ .....................16 FIGURA 20: Esfera de dinheiro, de valores e de mercadorias. ................................ ................................ .17 FIGURA 21: Receita/despesa................................. ................................ ................................ ....................17 FIGURA 22: Rendimento/gasto................................. ................................ ................................ .................18 FIGURA 23: Produç ão/custo. ................................ ................................ ................................ ....................18 FIGURA 24: Receita, rendimento e produç ão. ................................ ................................ .......................... 19 FIGURA 25: Despesa, gasto e custo. ................................ ................................ ................................ .........20 FIGURA 26: Alteraç ões do valor do estoque da empresa florestal. ................................ .......................... 21 FIGURA 27: Contabilidade................................. ................................ ................................ .......................22 FIGURA 28: Balanç o. ................................ ................................ ................................ ................................ 23 FIGURA 29: Do balanç o inicial ao balanç o final................................. ................................ .....................26 4 FIGURA 30: Tipos de alteraç ão de balanç o. ................................ ................................ ............................. 27 FIGURA 31: Princípios fundamentais de contabilidade................................. ................................ ...........28 FIGURA 32: Funç ões da contabilidade de custos. ................................ ................................ ....................29 FIGURA 33: Custos................................. ................................ ................................ ................................ ...30 FIGURA 34: Dependência de custos................................. ................................ ................................ .........30 FIGURA 35: Conceitos de custos................................. ................................ ................................ ..............31 FIGURA 36: Subdivisão da contabilidade de custos. ................................ ................................ ................32 FIGURA 37: Curvas de custos em razão da quantidade produzida................................. .......................... 33 FIGURA 38: Causas de determinaç ão de custos. ................................ ................................ ......................34 FIGURA 39: Custos de mão-de-obra. ................................ ................................ ................................ ........35 FIGURA 40: Custos de depreciaç ão. ................................ ................................ ................................ .........36 FIGURA 41: Custos de impostos................................. ................................ ................................ ...............37 FIGURA 42: Custos de material. ................................ ................................ ................................ ...............37 FIGURA 43: Custos de terceiros................................. ................................ ................................ ...............37 FIGURA 44: Custos de risco. ................................ ................................ ................................ .....................38 FIGURA 45: Custos de juros................................. ................................ ................................ .....................38 FIGURA 46: Aná lise de empresa. ................................ ................................ ................................ ..............39 FIGURA 47: Índices sinais/índices de performance. ................................ ................................ .................39 FIGURA 48: Produtividade................................ ................................ ................................ ........................40 FIGURA 49: Rentabilidade. ................................ ................................ ................................ .......................41 FIGURA 50: Investimento. ................................ ................................ ................................ .........................43 FIGURA 51: Graus de planejamento de investimento. ................................ ................................ ..............44 FIGURA 52: Métodos está ticos de cá lculo de investimento................................. ................................ ......45 FIGURA 53: Métodos dinâmicos de cá lculo de investimento. ................................ ................................ ...46 FIGURA 54: Fundamentos matemá ticos do cá lculo de investimento. ................................ .......................47 FIGURA 55: Decisões na produç ão florestal................................. ................................ ............................ 48 FIGURA 56: Escolha da espécies florestais................................ ................................ ............................... 48 FIGURA 57: Planejamento dos tratamentos na idade jovem................................. ................................ ....49 FIGURA 58: Aspectos de desbaste................................. ................................ ................................ ............49 FIGURA 59: Planejamento de aproveitamento final. ................................ ................................ ................50 FIGURA 60: Urgência de corte. ................................ ................................................................ ................50 FIGURA 61: Aná lise marginal. ................................ ................................ ................................ ..................51 FIGURA 62: Período de regeneraç ão................................. ................................ ................................ .......52 FIGURA 63: Motivos para a avaliaç ão florestal. ................................ ................................ ......................53 FIGURA 64: Teorias de avaliaç ão................................. ................................ ................................ ............54 FIGURA 65: Escolas do rendimento líquido................................. ................................ ............................. 54 FIGURA 66: Avaliaç ão do povoamento................................. ................................ ................................ ....55 FIGURA 67: As relaç ões entre os diferentes valores do povoamento................................. .......................57 FIGURA 68: Métodos de avaliaç ão dos benefícios indiretos................................. ................................ ....63 Agradecimentos A autora externa seus agradecimentos ao Professor Celso Edmundo Bochetti Foelkel pelas valiosas sugestões e comentá rios apresentados e deseja agradecer à Professora Catarina Bento da Costa pela revisão de português. 5 1 Introduç ã o Em geral, a economia é a totalidade de todos os processos e relaç ões econômicas. A tarefa das ciências econômicas é o conhecimento, a apresentaç ão e a explicaç ão desses processos e relaç ões. Além das disciplinas como Sociologia e Ciências Políticas, as Ciências Econômicas são agregadas às Ciências Sociais. 1.1 Classificaç ão das Ciências Econô micas ECONOMIA í î Economia nacional Ciê ncias econô micas empresariais O assunto da economia nacional é a vida econô - mica, ou seja as realidades econômicas e as aç ões orientadas à satisfaç ão das necessidades numa comunidade social. Nas ciências econômicas empresariais, a empresa, em sua totalidade como um elemento da economia total, fica no centro das consideraç ões. Os assuntos a considerar são as razões, as alternativas e os resultados das aç ões empresariais. í î í î Macroeconomia Microeconomia Ciências econômicas empresariais gerais Ciências econômicas empresariais especiais Ocupando-se com as grandezas globais de uma economia nacional, aná lise econômica completa, p. ex. aná lise do produto interno bruto (PIB), do em- prego, dos investimen- tos, etc. O centro das considera- ç ões fica na aná lise do comportamento econô - mico das instituiç ões econômicas em sepa- rado. Ao contrá rio das ciências econômicas empresariais, a empresa não é observada na sua totalidade, mas sua posi- ç ão a respeito de oferta e demanda/procura no mercado setorial, etc. P. ex. contabilidade, investimentos e financi- amento, produç ão, venda, organizaç ão, sistema de informaç ão. Emprego das ciências econômicas gerais às á reas especiais da eco- nomia, como seguros, bancos ou a produç ão florestal => Economia florestal FIGURA 1: Classificaç ão das ciências econômicas. A classificaç ão das ciências econômicas, nas disciplinas de economia nacional e de ciências econômicas empresariais, é corrente. Cada disciplina parcial precisa de conteú- dos de outras á reas e, sobretudo, das Ciências Sociais. Por isso, nos países de língua inglesa não há uma distinç ão lingüística: "economics" significa a totalidade das ciências econômicas. Economia Florestal como uma parte especial da economia geral se ocupa com todos os processos e relaç ões no aproveitamento direto (aproveitamento de madeira, caç a, etc.) e indireto (recreaç ão, proteç ão contra erosão) da floresta. O interesse na economia florestal é gerenciar unidades econômicas florestais. 6 "Gerenciar" pode ser definido como dispor metodicamente de meios escassos para uma satisfaç ão ótima das necessidades materiais e imateriais. Nesse sentido, resultam os se- guintes fundamentos da economia: 1.2 Fundamentos da economia: necessidades, bens, divisão do trabalho, transaç ões, fluxo de bens, fluxo de valores Gerenciar é dirigido à satisfaç ão das necessidades humanas: NECESSIDADES Sentimento de escassez; desejo de eliminar essa escassez. í ê ê î Necessidades existenciais Necessidades de bem-estar e de luxo Necessidades individuais Necessidades coletivas FIGURA 2: Classificaç ão das necessidades. Para satisfazer as necessidades, o emprego de bens é necessá rio. Normalmente, esses bens são escassos: BENS Tudo que pode servir para satisfazer as necessidades. í ê ê î Bens reais Serviços Bens produtivos Bens de consumo FIGURA 3: Classificaç ão dos bens. Divisão de trabalho e troca de bens (transaç ões econômicas) aumentam a eficiência dos bens escassos (recursos) na produç ão: DIVISÃ O DE TRABALHO í î Vantagens Desvantagens Possibilidade para especializar: · Produç ão de custos favorá veis; · emprego de má quinas e tecnologias especiais; · produç ão em massa; · exploraç ão de diferentes habilidades do fator "trabalho". Exigências de coordenaç ão aumentam: · Produç ão para um mercado anô nimo (risco de venda); · problemas de coordenaç ão entre demanda e oferta. FIGURA 4: Vantagens e desvantagens da divisão de trabalho. 7 Pressuposto para a divisão de trabalho é um sistema de transaç ões econômicas funcio- nando: TRANSAÇ Õ ES ECONÔ MICAS í ê ê ê î Troca real Compra/Venda Transferê ncia real Compra ou venda de dinheiro Transferê ncia de pagamento Bem contra bem Bem contra dinheiro Bem sem compensaç ão direta Dinheiro contra dinheiro Dinheiro sem compensaç ão direta FIGURA 5: Transaç ões econômicas. O caminho dos bens da produç ão até o consumo pode ser considerado como uma cor- rente de bens, vice-versa tem uma corrente monetá ria. Ambas as correntes podem ser representadas como uma circulaç ão. FIGURA 6: Corrente monetá ria e corrente de bens. Economias domésticas Empreendimentos Corrente monetária: renda/salário Corrente monetária: despesas de consumo Corrente de bens: bens de consumo Corrente de bens: trabalho 8 Unidades econômicas podem ser classificadas idealmente da seguinte maneira: UNIDADES ECONÔ MICAS Regularmente caracterizadas por: · Gerência única; · produç ão; · participaç ão no processo econômico da economia política como parceiros, segmentos ou competidores (no quadro da divisão de trabalho). í î Economias domésticas Empresas Se bens reais ou servi- ç os são produzidos, estes servem somente para o consumo próprio dos membros da eco- nomia domé stica. Bens reais e serviç os são produzidos ou postos à disposiç ão preponde- rante para a necessidade das outras unidades econômicas. ê í ê î Empreendimentos Empresas públicas Administraçõ es públicas · Satisfaç ão própria das necessidades; · objetivo predomi- nante: bem-estar individual; · entrega de produ- ç ão: normalmente não, somente pro- duç ões próprias; · obrigaç ão de pro- duç ão: não; · origem das recei- tas: não da produ- ç ão. · Satisfaç ão individual das necessidades de terceiros; · objetivo predomi- nante: geraç ão de lucro; · entrega de produ- ç ão: bens mercantis, venda contra di- nheiro; · obrigaç ão de produ- ç ão: não; · origem das receitas: de lucro de vendas. · Principalmente satisfaç ão individual das necessidades de terceiros; · objetivo predomi- nante:objetivos econômicos co- muns, mas também objetivos econô - mico-políticos; · entrega de produ- ç ão: normalmente "bens bá sicos" como energia, á gua; · obrigaç ão de produ- ç ão: principalmente sim; · origem das receitas: principalmente de lucro de vendas. · Preponderante- mente satisfaç ão coletiva de tercei- ros; · objetivos predomi- nante: maximiza- ç ão coletiva de bem-estar; · entrega de produ- ç ão: bens coletivos, principalmente venda de graç a (gratuita); · obrigaç ão de pro- duç ão: em geral sim; · origem de receitas: principalmente não de produç ão, p. ex. de impostos. FIGURA 7: Unidades econômicas. No centro da Economia Florestal fica a empresa florestal. O objeto de estudo, na eco- nomia florestal, é a unidade econômica organizacional "empresa florestal". A Economia Florestal compartilha esse objeto de estudo com diversas outras disciplinas parciais nas Ciências Florestais. P. ex. as ciências do trabalho (ergonomia) examinam o lado té cnico e organizacional da empresa florestal. 9 2 Características de empresas Empresas podem ser descritas por uma sé rie das características: CARACTERÍSTICAS DE EMPRESAS Produçã o de bens Empresas produzem bens, as produç ões da empresa. Satisfaçã o das necessidades de terceiros Preponderantemente, os bens são produzidos para as necessidades de tercei- ros. Sistema de objetivos Empresas perseguem objetivos determinados, os quais têm uma relaç ão uns com os outros. Emprego racional de recursos Empresas fazem esforç os a alcanç ar seus objetivos economicamente, otimi- zando o uso dos recursos. Sistemas sociotécnicos Por um lado, empresas mostram uma componente social por meio de seus membros e participantes (organizaç ões) e por outro lado são caracterizadas por importantes aspectos tecnológicos. "Constituiçã o" As organizaç ões mostram uma "constituiç ão", um conjunto de políticos for- mais e/ou informais. Resultados ecológicos da produçã o A natureza como sítio, recurso/bem produtivo, depósito/"lixeira" e bem de consumo: cada empresa, em razão do seu grau de sensibilizaç ão, atua sobre a natureza, respeitando-a ou agredindo-a. FIGURA 8: Características de empresas. 10 Ao contrá rio das demais empresas, empresas florestais mostram particularidades: PARTICULARIDADES DE EMPRESAS FLORESTAIS (Extremamente) longa duraçã o de produçã o Rotaç ões muito longas (rotaç ões na Europa central até 250 anos), por isso dificuldades de adaptar aos desenvolvimentos novos, problemas de taxa de juros e custos financeiros. Dependê ncia das condiçõ es naturais Dependência forte das fatores naturais por intermé dio da integraç ão da pro- duç ão na complexidade da natureza. Problema da determinaçã o do rendimento As á rvores são tanto produto como meio/fator de produç ão, a maturidade do produto não é inequivocamente determiná vel; possibilidade de produzir para o "armazém"/estoque vivo de produç ão. Benefícios indiretos Freqüentemente em co-produç ão; dificuldade de diferenciar entre efeitos da floresta e produç ões da atividade florestal. Problemas de avaliaçã o Grandes dificuldades para obter informaç ões; interligaç ão forte entre fatores. Rotaçã o do capital Rotaç ão muito pequena do capital, freqüentemente grande parte de capital próprio (pequena parte de capital alheio). Liquidez e patrimô nio A empresa pode ter liquidez por muito tempo, se teve muito estoque. No mesmo tempo, pode acontecer uma diminuiç ão do patrimô nio. Por isso, sem- pre a separaç ão entre apuraç ão de orç amento e apuraç ão de patrimô nio é ne- cessá ria. Extensã o de área Por isso, problemas de organizaç ão e comunicaç ão, princípio de "em obras". Variedade de tipos empresariais Em comparaç ão com outros setores econômicos, grande variedade de tipos empresariais florestais. FIGURA 9: Particularidades de empresas florestais. 11 Independentemente do tipo empresarial, uma empresa pode ser compreendida como um sistema classificado em diferentes subsistemas. Os diferentes ambientes sociais são o quadro para as atividades empresariais. FIGURA 10: Subsistemas empresariais. Especialmente os subsistemas empresariais ocupam-se com: SUBSISTEMAS EMPRESARIAIS í ê ê î Sistema de objetivo Sistema de direçã o Sistema de informaçã o Sistema de produçã o Aqui cabem todos os aspectos de busca de objetivos, via o orde- namento até a pondera- ç ão dos objetivos. Além disso, questões de cul- tura de organizaç ão, de idé ia fundamental da empresa e de é tica em- presarial. Nesse sistema cabem o planejamento, o con- trole, a organizaç ão e lideranç a de pessoal, ou seja, todo o gerencia- mento da empresa. Contabilizaç ão (contabi- lidade, contabilidade de custos), estatística em- presarial, mas também por exemplo relatórios sobre benefícios indire- tos de uma empresa florestal. Todas as á reas de pro- duç ão (insumo/ consumo de recursos), avaliaç ão florestal para determinar o valor de floresta. Além disso, as á reas de aquisiç ão, venda, marketing, fi- nanciamento e investi- mento. FIGURA 11: Tarefas dos subsistemas empresariais. Sistema de objetivo Sistema de direçã o Sistema de informaçã o Sistema de produçã o Empresa Ambiente 12 3 O sistema dos objetivos 3.1 Relaç ões entre objetivos O sistema dos objetivos abrange a totalidade e a hierarquia de todas as exigên- cias/reivindicaç ões, as quais a empresa florestal tem que cumprir para proprietá rios, colaboradores e a comunidade no presente e no futuro. Dentro do sistema dos objetivos, os objetivos particulares têm diferentes relaç ões uns aos outros. RELAÇ Õ ES ENTRE OS OBJETIVOS í î Relaçõ es verticais Relaçõ es horizontais í ê î neutro harmô nico concorrendo Distinç ão entre objetivos superio- res, principais, mé dios e inferio- res. Os objetivos não se influenciam mutu- amente; indiferente. Os objetivos apoiam-se mutuamente, comple- mentam-se. Os objetivos de- frontam-se. => Para determinar a hierarquia dos objetivos são necessá rias decisões/determinaç ões normativas! FIGURA 12: Relaç ões entre os objetivos. 3.2 Operacionalidade dos objetivos Um objetivo tem que ser formulado operacionalmente para ser uma diretriz concreta para planejamento, direç ão e controle. OPERACIONALIDADE DE OBJETIVOS í ê î Referê ncia ao tempo Realizável Mensurabilidade Para controlar o alcance dos objetivos; dos objetivos a longo prazo devem ser deduzidos os objeti- vos a mé dio prazo; a determina- ç ão dos objetivos pode ser limi- tada para um período. O conteúdo é inequívoco? onde, quando, como?? Pressupostos empresariais? Uma decisão determinada é pos- sível? Conflitos entre os objetivos? Hierarquia importante Para controlar o grau de cum- primento 4 escalas podem ser usadas: · Escala nominal; · escala ordinal; · escala intervala; · escala cardinal. Demais exigências à operacionalidade: · Aplicabilidade de cada elemento de objetivo; · clarificaç ão inequívoca das relaç ões entre os objetivos; · devem ficar claras a viabilidade, as metas e a aceitaç ão dos objetivos. FIGURA 13: Operacionalidade de objetivos. 13 3.3 Aná lise dos objetivos TÉCNICA DA ANÁ LISE DE OBJETIVOS As aná lises dos objetivos são o pressuposto para controles ou planejamento na em- presa florestal. Para essas aná lises, um procedimento metódico é necessá rio por causa da complexidade dos sistemas de objetivos. Passo 1: Busca de objetivos î Passo 2: Ordenamento dosobjetivos î Passo 3: Ponderaçã o dos objetivos · Coleta dos objetivos (por meio de aná lise de docu- mentos, inqué ritos, discus- sões); · formulaç ão dos objetivos; · catalogaç ão dos objetivos. · Classificaç ão em hierarquias de objetivos (objetivos supe- riores, principais, mé dios e inferiores); · examinando se os objetivos são compatíveis uns com os outros. · Indicaç ão de hierarquias; · ponderaç ão dos objetivos da mesma categoria. FIGURA 14: Té cnica da aná lise de objetivos. Na aná lise dos objetivos, deve ser considerado que estes podem ser expressos ou mani- festados diferentemente: FORMAÇ Ã O DE OBJETIVOS Processo de negociaç ão/discussão entre indivíduos e grupos. Na consideraç ão dos sistemas de objetivos devem ser diferenciados: í ê ê î Objetivos oficiais Objetivos realmente perseguidos Objetivos individuais para a organizaçã o Objetivos individuais dos membros de organizaçã o FIGURA 15: Formaç ão de objetivos. A base de cada sistema de objetivos é uma idé ia fundamental (expressa implícita ou explicitamente). Nessa idé ia fundamental, reúnem-se determinadas finalidades e con- cepç ões principais (por exemplo a é tica empresarial). Esses objetivos principais podem ser também denominados como objetivos formais. 14 Um objetivo formal geral e universal, que no mesmo tempo representa uma caracterís- tica de uma empresa, é a economicidade: ECONOMICIDADE Utilidade das decisões e aç ões econômicas. Não existe uma economicidade em si, so- mente com a referência a um objetivo. A revisão da economicidade realiza-se com base em dois pontos: í î Finalidade Princípio econô mico Princípio mínimo Princípio máximo Examinando a questão: A finalidade foi atingida? Um objetivo dado/determinado foi atingido com os poucos possí- veis recursos? Um objetivo má ximo foi atin- gido com os recursos dados? (Examinando a eficá cia) (Examinando a eficiência) FIGURA 16: Economicidade. 3.4 Objetivos formais OBJETIVOS FORMAIS TÍPICOS PARA EMPRESAS FLORESTAIS í ê î Sustentabilidade Compatibilidade social Compatibilidade ambiental A definiç ão de sustentabilidade é sempre a expressão de um sis- tema determinado de normas e crenç as em uma é poca. Esse sistema determina como a rela- ç ão entre floresta e homem deve ser formada mediante as aç ões florestais. Por isso, os conceitos de susten- tabilidade mudam no decorrer de tempo. Atualmente, bem abrangente é a definiç ão de SPEIDEL: "Sustentabilidade é a habilidade da empresa florestal de produzir permanentemente e otimamente rendimentos madeireiros, bene- fícios indiretos e demais bens para o benefício das geraç ões contemporâneas e futuras." Como conseqüência da confe- rência da ONU sobre Meio Am- biente e Desenvolvimento (UNCTAD) em 1992, no Rio de Janeiro, as definiç ões incluem também aspectos ecológicos. Os processos de trabalho devem ser formados tais, que as pessoas ao trabalhar: · Encontram condiç ões de trabalho dignas, realizá veis e suportá veis; · vêem cumpridos os padrões de conveniência social de conteúdo, de tarefa e de am- biente de trabalho bem como a remuneraç ão e a coopera- ç ão; · desenvolvem espaç os de aç ão e habilidades e podem manter e desenvolver a per- sonalidade individual e do grupo a que pertencem; · podem preservar importantes aspectos culturais regionais. Gerenciamento sensível aos problemas do meio ambiente significa, que em todas as deci- sões empresariais os efeitos ao meio ambiente devem ser consi- derados. O meio ambiente (ou a natureza) pode ser ao mesmo tempo: sítio, fator de produç ão, produto, bem de consumo e depósito para lixos da produç ão. FIGURA 17: Objetivos formais típicos para empresas florestais. 15 3.5 Objetivos reais Alem dos objetivos formais, o sistema dos objetivos é determinado pelos objetivos re- ais: OBJETIVOS REAIS í ê î Objetivos de produçã o Objetivos monetários Objetivos de segurança · Bens reais (espé cies ou sortimentos madeireiros, qualidade, aproveitamentos secundá - rios); · infra-estrutura (recreaç ão, á gua, proteç ão contra erosão, reserva de terreno); · outros (capacidades de trabalho, de má quinas e de transporte; formaç ão, instruç ão, aper- feiç oamento). São medidos em unidades mone- tá rias: · Rendimento líquido; · lucro; · vendas; · rentabilidade; · produtividade; · geraç ão de valores; · cobertura de custos. · Formaç ão de reservas mo- netá rias; · liquidez; · escolha de espé cies flores- tais; · ordem espacial; · seguros (distribuiç ão de risco, transferência de risco, limitaç ão de risco). FIGURA 18: Objetivos reais. 16 4 Contabilizaç ã o 4.1 Conceitos São importantes para as decisões empresariais as informaç ões numé ricas. CONTABILIZAÇ Ã O Recolha numé rica, clarificaç ão e formaç ão de todos os acontecimentos internos e externos a respeito de · estrutura empresarial (está tico); · decorrer empresarial (dinâmico). í í ê î î Contabilidade Cálculo de custos e de produçã o Estatística empresarial Cálculo de planejamento Levantamen- tos especiais Sempre se refere ao passado; nota- ç ão de todas as transaç ões na empresa (conteúdo e valor); refere-se à esfera de di- nheiro e de valores (escrituraç ão mer- cantil, inventá rio, cá lculo de caixa, de valores e de êxito, balanç o anual) A contabilidade é a "linguagem da empresa". Serve para o con- trole do processo de produç ão; re- fere-se à esfera de mercadorias (cá l- culo de tipos de custos, de centro de custos etc.). Documentaç ão corrente e combi- naç ão de contabili- dade e cá lculo de custos para re- ver/examinar a economicidade das decisões tomadas (comparaç ões em- presariais, compa- raç ões temporá - rias). Conduç ão do des- envolvimento eco- nômico futuro da empresa, utilizaç ão de prognósticos e cá lculos de otimi- zaç ão (p. ex. cá l- culo de custos planejados, cá lculo de produç ões pla- nejadas). P. ex. balanç os sociais, contabili- dade verde. As mais importantes funç ões da contabilizaç ão: · Funç ão interna: controle real e pessoal de todos os acontecimentos empresariais; base para decisões e planejamento (funç ão de conduç ão); · funç ão externa: prestar contas ao proprietá rio, empregados público; base para a tributaç ão. FIGURA 19: Contabilizaç ão. 17 Conceitos importantes da contabilizaç ão empresarial são: EMPRESA FLORESTAL divide-se em í ê î Esfera de dinheiro Esfera de valores Esfera de mercadorias í î í î í î Despesa Receita Gasto Rendimento Custo Produç ão As reais saídas e entradas de meios de pagamento Confrontaç ão de despesas e receitas: => Apuraç ão do orç amento = (R - D) O resultado é a existência de caixa. As perdas e os aumentos de valo- res ou de materiais => Apuraç ão do êxito = R - G O resultado e o rendimento lí- quido. Valor interno dos bens e serviç os con- sumidos para um fim empre- sarial = insumo/ input. Valor interno de toda a ativi- dade produtiva da empresa (bens e produ- ç ões) para um fim empresa- rial. = produç ão/ output. Somente para fins internos da empresa => Apuraç ão da produç ão = P - C FIGURA 20: Esfera de dinheiro, de valores e de mercadorias. 4.2 Receita e despesa RECEITA/DESPESA í î Receita/despesa causando ê xito Receita/despesa nã o causando ê xito Com referência direta aos objetivos empresariais (p. ex. salá rio aos trabalhadores florestais). í îNeutro a respeito do conteúdo Neutro a respeito do período Não imediatamente ligados aos objetivos empresariais (p. ex. donativos à Cruz Ver- melha). Pagamentos em um outro ano econômico. FIGURA 21: Receita/despesa. 18 4.3 Gasto e rendimento RENDIMENTO/GASTO í í î î Rendimento de objetivo Rendimento neutro Gasto de objetivo Gasto neutro Imediatamente ligado com os objetivos em- presariais, bem como renda de venda, ma- deira cortada e ainda não-vendida, produç ões próprias. Não para objetivos empresariais ou durante um outro período. Po- dem ser distinguidos: · Rendimento neutro a respeito do perí- odo (p. ex. pré -pa- gamentos); · rendimento neutro a respeito do con- teúdo (p. ex. arren- damento); · rendimento extra- ordiná rio (p. ex. aproveitamento de madeira depois de uma calamidade); · rendimento em conseqüência da avaliaç ão (p. ex. valor de venda mais alto de uma má quina depreci- ada). Imediatamente ligado com os objetivos da empresa Não são feitos para os objetivos empresariais ou são feitos durante de um outro período. Po- dem ser distinguidos: · Gasto fora da em- presa; · gasto extraordiná rio (p. ex. incêndio da floresta); · gasto por causa da avaliaç ão (p. ex. de- preciaç ões mais al- tas). FIGURA 22: Rendimento/gasto. 4.4 Produç ão e custo PRODUÇ Ã O/CUSTO í î í î Produçã o verdadeira Produçã o acessória Custos verdadeiros Custos acessórios Corresponde à finali- dade/ao objetivo da empresa. P. ex. produç ões feitas pelo proprietá rio. Ligados com a finali- dade ou com o objetivo da empresa. Podem ser diferencia- dos: · salá rio calculado de proprietá rio; · aumento calculado para custos de risco; · custos em conse- qüência da avalia- ç ão; · custos de juros para capital próprio. FIGURA 23: Produç ão/custo. 19 RECEITA Receita, nenhum rendimento (p. ex. tomando um cré dito, pa- gamentos para madeira forne- cida em um pe- ríodo anterior) Receita = Rendimento (p. ex. venda de madeira à vista no período) Rendimento = Receita (p. ex. venda à vista de madeira no período) Rendimento, nenhuma receita (p. ex. madeira cortada, mas não- -vendida) RENDIMENTO Rendimento neu- tro (p. ex. aprovei- tamento de cala- midade, reem- bolso de impostos) Rendimento da empresa = Rendimento de objetivo (p. ex. madeira cortada e vendida no mesmo período) Produç ão verdadeira (p. ex. madeira cortada e vendida no mesmo período) Produç ão aces- sória (p. ex. produç ões do proprietá rio da floresta) PRODUÇ Ã O FIGURA 24: Receita, rendimento e produç ão. 20 DESPESA Despesa, ne- nhum gasto (p. ex.. reem- bolso de um cré dito, paga- mento de mate- rial com uma reserva de di- nheiro formada anteriormente Despesa = Gasto (p. ex. compra de material, que será pago e consumido no mesmo perí- odo) Gasto = Despesa (p. ex. compra de material, que será pago e consumido no mesmo perí- odo) Gasto, nenhuma despesa (p. ex. consumo de material, que será pago so- mente no período seguinte) GASTO Gasto neutro (p. ex. donativo para um partido, pagamento do suplemento de impostos) Gasto da empresa = Gasto de obje- tivo (p. ex. remuneraç ão de trabalhadores florestais, consumo de material no período) Custos verdadeiros (p. ex. remuneraç ão de trabalhadores florestais, consumo de material no período) Custos acessó- rios (p. ex. salá rio calculado de proprietá rio, aluguel próprio calculado) CUSTOS FIGURA 25: Despesa, gasto e custo. 21 O maior problema, na apuraç ão de êxito na produç ão florestal, é a averiguaç ão das alte- raç ões do valor do estoque. ALTERAÇ Õ ES DO VALOR DO ESTOQUE DA EMPRESA FLORESTAL Problemá tica de avaliaç ão de incremento, taxa de corte e corte realizado por quantidade e valor. Quatro abordagens de soluç ão: í ê ê î Comparaçã o patrimonial Resultado de corte realizado Resultado de incremento Resultado de taxa de corte planejada Especialmente conveni- ente para empresas florestais com estoque total crescendo. Corte realizado = Ren- dimento Teoricamente errado, mas pragmaticamente fá cil para realizar. Ren- dimento = valor do corte realizado. Problema: flutuaç ões fortes do mercado (con- junturais), calamidades etc. podem influenciar a quantidade do corte realizado => impreciso demais. Incremento = Rendi- mento Teoricamente correto, mas praticamente im- possível determinar exatamente o incremento corrente anual Problema: alem disso, o incremento não tem uma relaç ão imediata às pos- sibilidades contemporâ- neas reais de aproveita- mento. Taxa de corte planejada = Rendimento Preç o de mercado da quantidade de madeira por espé cies madeirei- ras, sortimentos con- forme o plano de ma- nejo => soluç ão pragmá tica. FIGURA 26: Alteraç ões do valor do estoque da empresa florestal. 4.5 Contabilidade por partidas dobradas A contabilidade por partidas dobradas é um sistema de contabilidade que, além da re- colha de receitas e despesas, também permite reconhecer a alteraç ão de valor bem como os rendimentos e gastos. Cada conta possui um lado esquerdo e um lado direito: débito e crédito. Contabilidade por partidas dobradas porque: · Qualquer mudanç a em uma conta precisa ser acompanhada de uma mudanç a de sinal oposto em qualquer conta => a cada dé bito corresponde um cré dito; cada lanç amento precisa um contralanç amento; · apuraç ão de lucro em maneira dobra: resultado de lucros e perdas tem que ser sem- pre igual com o resultado de balanç o; · cada transaç ão é escrita em dois livros: cronologicamente no livro bá sico (diá rio) e no razão. Importante: A soma total dos dé bitos, em um sistema de escrituraç ão por partidas dobradas, precisa sempre ser igual ao total dos cré ditos. Regra: · Debitar a conta que recebe o valor; · creditar a conta que fornece o valor. 22 CONTABILIDADE Notaç ão completa, atual, cronológica e segundo o plano (sistemá tico) de todas as tran- saç ões na empresa por conteúdo e valor. Elementos característicos são: í ê î Escrituraçã o mercantil Inventariaçã o Balanço = Notaç ão de transaç ões contá - beis por uma ordem sistemá tica, ou seja os chamados livros: p. ex. · Escrituraç ão natural e mo- netá ria; · livros té cnicos; · livros periódicos. = Registro físico de todos os bens por qualidade, quantidade e valor, que existem na empresa a uma data determinada (dia marcado); inventariaç ão no sentido mais amplo inclui as dívidas. O resultado do inventariaç ão é o inventá rio, uma lista detalhada de todos os bens e dívidas de uma empresa em uma ordem sistemá - tica. O inventá rio é classificado por: A: Bens · Bens fixos; · bens correntes; · contas a receber oriundas de serviç os e fornecimentos aos terceiros (cré ditos dados). B: Dívidas (capital externo) · Dívidas a longo prazo; · dívidas a curto prazo. C: Averiguaç ão do patrimô nio líquido, como diferenç a entre A e B. = Confrontaç ão resumida dos bens por um lado e das dívidas e do patrimô nio líquido por outro lado Na maior parte das vezes, o balanç o é feito como um balanç o anual. Neste contexto também confrontaç ão de: · Receitas e despesas (apura- ç ão do orç amento); · rendimento e gasto (apura- ç ão do êxito/lucro). FIGURA 27: Contabilidade. 23 A finalidade do balanç o é a descriç ão de uma situação econômica em forma padroni- zada e sistemá tica. O balanç o constitui o relatório fundamental da contabilidade. Para a corrente escrituraç ão das transaç ões contá beis o balanç o é subdividido em contas: BALANÇ O = Confrontaç ão resumida dos bens (= ativo) por um lado e das dívidas e do patrimô nio líquido (= passivo) por outro lado í î Contas de balanço Contas demonstrativas (Contas de resultado/ê xito) Contêm os bens e o capital da empresa O contabilista tem a possibilidade de criar para cada posiç ão de balanç o uma conta: a variedade das transaç ões exige uma variedade das contas => plano de contas para clareza. Para as diferentes á reas da economia existem recomendaç ões para a subdivisão do balanç o em contas (não há padrão fixo!). Cada conta possui uma seç ão de dé bito e de cré - dito. Normalmente, a conta de fundo "patrimô nio lí- quido" é subdividida em outras contas, porque todas as transaç ões, quais afetam a conta de "pa- trimô nio líquido", têm efeito a respeito de êxito da empresa e, por isso, o proprietá rio tem interesse para essas transaç ões. Todas as contas de ê xito sã o contas inferiores da conta de patrimô nio líquido. í î í î Contas ativas =Ativo Contas passivas = Passivo Contas de gasto Contas de rendimento Ativos são bens e di- reitos que uma empresa possui e que foram adquiridos a um custo monetá rio mensurá vel. Subdivisão em: · Ativos imobiliza- dos terrenos, edifícios, equipamento, di- reitos para apro- veitar; · ativos circulantes caixa, estoques de material, madeira ainda não-vendida, contas a receber (de clientes), conta cor- rente, etc. Contêm o capital da empresa, subdivisão em: · Patrimô nio líquido patrimô nio líquido e reservas neutras (sem finalidade de- finida, p. ex. para a seguranç a de liqui- dez, reservas "ocultas" não apa- recem no balanç o, elas surgem pela subavaliaç ão dos bens); · capital externo (de terceiros) reservas de objetivo (com finalidade de- finida, são definidas por valor e venci- mento, p. ex. apo- sentadorias ), obri- gaç ões a longo e curto prazo (contas a pagar). Somente calculam com gastos e rendimentos, sem alteraç ões diretas em uma conta de fundo (conta ativa), sem causar imediatamente êxito. A equaç ão do balanç o é sempre: Soma de ativo = Soma de passivo =>enfim, confronto dessas contas no balanç o, que mostra o êxito (lucro) como uma soma (apuraçã o indireta do ê xito) Enfim, confronto dessas contas no cá lculo, que elucida a realizaç ão dos lucros e das perdas (apuraçã o direta do ê xito) FIGURA 28: Balanç o. 24 Passos do balanço inicial até o balanço final: 1 Soluç ão do balanç o em contas *Fundo inicial do balanç o anterior 2 Lanç amento das transaç ões contá beis nas contas balanç o D Ativo C D Passivo C Fundo inicial Fundo inicial Saídas (= diminuiç ões) Saídas (= diminuiç ões) Entradas (= aumentos) Fundo final (saldo) Fundo final (saldo) Entradas (= aumentos) D Conta equipamento C Fundo inicial D Conta Mercadorias C Fundo inicial D Conta Caixa C Fundo inicial D Conta Patr. líquido C Fundo inicial D Conta Obrigaç ões C Fundo inicial CONTAS DE ATIVO CONTAS DE PASSIVO A BALANÇ O P Equipamento Patr. líquido Mercadorias Obrigaç ões Caixa 25 3 Escrituraç ão de transaç ões causando êxito nas contas de êxito e na conta de lucros e perdas CASO DE LUCRO CASO DE PERDA/PREJUÍZO 4. Inter-relaç ão entre as contas e fechamento das contas Contas do ativo Contas do passivo Contas de gastos Contas de rendi- mentos Contas de balanç o Contas de resultado Conta particular do proprietá rio Conta de lucros e perdas Balanço Conta de patrimô nio líquido D Várias contas de gasto C Gastos Saldo D Várias contas de rendimento C Saldo Rendim. D Várias contas de gasto C Gastos Saldo D Várias contas de rendimento C Saldo Rendim. D Conta de lucros e perdas C Soma gastos Soma rendimentos Lucro D Conta de patr. líquido C Fundo inicial Fundo final Lucro D Conta de lucros e perdas C Soma gastos Soma rendimentos Perda D Conta de patr. líquido C Perda Saldo inicial Saldo final 26 5 De balanç o até balanç o 6 Inter-relaç ão entre os cá lculos finais Caso de lucro D Balanço final C D Conta de lucros e perdas C Patrimô nio líquido inicial Obrigaç ões Gastos Existências patrimoniais Lucro Lucro Rendimentos = Caso de perda D Balanço final C D Conta de lucros e perdas C Patrimô nio líquido inicial Existências patrimoniais Rendimentos Perda Obrigaç ões Gastos Perda = FIGURA 29: Do balanç o inicial ao balanç o final. Balanç o de encerramento do ano passado Balanç o de abertura Contas de balanç o Contas do ativo Contas do passivo Balanç o de encerramento Conta de patrimô nio líquido Conta particular Conta de lucros e perdas Contas de resultado Gastos/rendimentos Inventá rio Inventariaç ão idêntico no caso de diferenç as no caso de diferenç as 27 A apuraçã o do lucros ou das perdas no balanç o anual é possível em duas maneiras: 1. Apuraç ão indireta do lucro por meio da comparaç ão entre balanç o inicial e final ou seja: lucro = patrimô nio líquido do balanç o final - patrimô nio líquido do balanç o inicial - depósitos da empresa + retiradas da empresa. 2. Apuraç ão direta do lucro por meio do saldo da conta de lucros e perdas Cada transaç ão contá bil leva, pela respectivo lanç amento, a uma alteraç ão do balanç o: TIPOS DE ALTERAÇ Ã O DE BALANÇ O Cada transaç ão contá bil leva a uma alteraç ão de balanç o. Em cada lanç amento sempre, pelo menos uma conta é alterada no débito e uma conta é alterada no crédito. Indiferentemente quão complicada uma transaç ão seja, somente um dos quatro possíveis tipos de alteraç ão de balanç o tem que ser o resultado. í ê ê î Troca de ativo Troca de passivo Prolongamento do balanço Reduçã o do balanço Uma (ou mais) posiç ão de ativo aumenta, no mesmo tempo uma outra (ou mais) posiç ão de ativo diminui. P. ex.: saque de di- nheiro à vista da conta bancá ria e depósito na caixa da empresa. Uma (ou mais) posiç ão de passivo aumenta, no mesmo tempo uma outra (ou mais) posiç ão de passivo diminui. P. ex.: um credor é inte- grado na empresa como sócio, para que o capital externo se torne patri- mô nio líquido. (chamado aumento passivo-ativo) Tanto uma (ou mais) posiç ão de ativo como uma (ou mais) posiç ão de passivo está aumen- tando. P. ex.: compra de mer- cadorias a cré dito. (chamada diminuiç ão passiva-ativa) Tanto na seç ão de ati- vos como de passivos uma (ou mais) posiç ão está diminuindo. P. ex.: reembolso à vista de uma dívida. Cada transaç ão é documentada por um termo de lançamento. Princípio: Primeiramente é nomeada a conta que será alterada no dé bito; depois a conta que será alterada no cré dito. As duas serão ligadas por meio da palavrinha "a", finalmente a importância em dinheiro do lanç amento seránomeada: Conta de débito a conta de crédito, importância. FIGURA 30: Tipos de alteraç ão de balanç o. 28 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE í í ê î î Princípio da clareza do balanço Princípio da integridade Princípio da verdade de balanço Princípio da continuidade de balanço Princípio da prudê ncia Classificaç ão e definiç ão clara das posiç ões singula- res no balanç o. Além disso vale o princípio bruto: Ativos e passivos não devem ser compensados um com o outro ( p. ex. contas a rece- ber e obrigaç ões a pagar com a mesmo empresa não devem ser compensadas uma com a outra). Todos as posiç ões de bens e do capital devem ser conside- radas em sua inte- gridade. Todas as informaç ões têm que ser considera- das. As notaç ões têm que ser completas e corretas e devem responder às de- terminaç ões legais. Identidade = o balanç o final deve corresponder ao balanç o inicial no ano seguinte. Continuidade for- mal = classificaç ão idêntica dos ativos e passivos (consis- tência). Continuidade mate- rial = os princípios de avaliaç ão devem ser os mesmos no decorrer do tempo. Consideraç ão dos riscos na contabi- lidade e no balan- ceamento. Princípio de reali- zaç ão = lucros e aumentos de bens devem ser regis- trados somente se realizados. Princípio de dispa- ridade = lanç a- mento de perdas ou diminuiç ões de bens quando elas são possíveis e não depois que elas já foram rea- lizadas. Princípio do valor mais baixo = para os bens do ativo deve ser empre- gado sempre o valor mais baixo Princípio do valor mais alto = para as dívidas deve ser empregado sempre o valor mais alto. FIGURA 31: Princípios fundamentais de contabilidade. 29 5 Contabilidade de custos 5.1 Funç ões de contabilidade de custos FUNÇ Õ ES DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Tarefa: Coleta completa e cá lculo de todos os custos oriundos do processo de produç ão bem como ave- riguaç ão do resultado empresarial por meio da confrontaç ão de custos e vendas respectivas com a fina- lidade de tirar conclusões para a formaç ão da empresa. Se pode diferenciar trê s funçõ es básicas: í ê î Averiguaçã o Prognose Controle (Cálculo para representaçã o) · Averiguaç ão de resultado (custos totais, custos por unidade, centro de custos, etc.); · formaç ão de preç o; · colocar os fundamentos à disposiç ão para: formaç ão de decisão, controle, escolha de processo de produç ão, decisão entre produç ão pró- pria ou por meio de tercei- ros, comparaç ões internas e externas entre empresas ("benchmarking"). (Cálculo para planejamento) Disposiç ão e política da empresa: · Planejamento otimizado dos programas de produç ão, dos processos, procedimentos e capacidades; · formaç ão de custos padrões para o controle de custos; · formaç ão de decisão, p. ex. efeito da aceitaç ão de mais uma ordem de compra; · política de investimentos (projetos, programas). (Cálculo para controle) Os objetivos do planejamento foram atingidos? · Aná lise de custos, controle de economicidade; · comparaç ão entre custos realizados e custos padrões, controle de custos; · achar pontos de fra- queza/pontos de partida para a racionalizaç ão; · controle de preç o; · revisão de projetos de in- vestimento. FIGURA 32: Funç ões da contabilidade de custos. 30 CUSTOS Custos são a soma dos valores monetá rios consumidos para a produç ão tendo e vista a finalidade da empresa í ê ê î Bens de custos Tipos de custos Centro de custos Objetos de custos = potencial de forç as e materiais, que estão à disposiç ão para a pro- duç ão na empresa flo- restal (mais ou menos fatores de produç ão): · Mão-de-obra; · bens imobilizados (terreno, má quinas etc.); · material; · serviç os de tercei- ros; · capital. = o consumo de um bem de custos avaliado em dinheiro: · Custos de mão-de- -obra; · depreciaç ões; · custos dos materiais · Custos para os serviç os de terceiros; · custos de juro (custos de cré dito); · custos de impostos; · custos de risco. = lugar/local onde os custos se realizam: · Centro principal de custos (as mais importantes á reas de trabalho); · centro auxiliar de custos (subá reas dos centros de custos principais, p. ex. viveiro, má quinas); · centro adicional de custos (fora da produç ão flo- restal, p. ex. uma pe- dreira na empresa flo- restal). = Bens ou serviç os, que uma empresa florestal produz em conseqüên- cia de sua finalidade: · Pré -objetos de cus- tos Produç ões inteiras na empresa, que serão utilizadas na parte se- guinte do processo de produç ão; · objetos compostos de custos Grau intermediá rio da produç ão no caminho para a maturidade do produto (p. ex. povoa- mentos em cresci- mento); · objetos finais de custos Produç ões e bens, que serão vendidos no mer- cado (p. ex. madeira cortada. FIGURA 33: Custos. 5.2 Conceitos de custos – Custos fixos – Custos variá veis DEPENDÊNCIA DE CUSTOS í î Custos fixos Custos variáveis = Estão reagindo às alteraç ões de volume do trabalho na empresa í í ê î î Custos propor- cionais Custos super-pro- porcionais Custos subpro- porcionais Custos com variaç ão em degraus Custos rema- nescentes Com uma mudanç a de volume de trabalho eles ficam cons- tantes para um período deter- minado (es- trutura bá sica da empresa como pré dios, terreno etc.) O aumento do volume da produç ão causa um crescimento sempre igual dos custos variá veis Aumentam progressiva- mente com o volume de trabalho O aumento de custos diminui com o volume de trabalho crescendo Para aumentar a produç ão, são necessá rios incrementos em degraus nos fatores de pro- duç ão, o que eleva os custos também em degraus. Os custos diminuem mais lenta- mente do que o volume de trabalho FIGURA 34: Dependência de custos. 31 Demais importantes conceitos de custos na contabilidade de custos são: CONCEITOS DE CUSTOS í í ê ê î î Custos efetivos Custos médios Custos marginais Custos de oportuni- dade Custos pla- nificados Margem de contribui- çã o Custos efeti- vos, reais. Os custos reais dos períodos passados ou das vá rias empre- sas. Custos adicio- nais para a produç ão de mais uma uni- dade de produ- ç ão. Lucro perdido da segunda melhor alterna- tiva. Diminui- ç ão do lucro mediante a escassez de um fator de produ- ç ão. Se não existe escassez, os custos de oportunidade são igual zero. Custos calcula- dos antecipada- mente analiti- camente, como grandezas teó- ricas prescritas. Diferenç a entre receita e custos (Receita – custos variá - veis = Margem de contribui- ç ão – custos fixos = resul- tado bruto empresarial). FIGURA 35: Conceitos de custos. 32 A contabilidade de custos pode ser subdividida da seguinte maneira: CONTABILIDADE DE CUSTOS Cá lculo completo conforme a causa de todos os custos com a finalidade de se tirar conclusões para o processo de produç ão na empresa è Cálculo por tipos de custos Quais custos resultaram? è Cálculo por centro de custos Onde os custos resultaram? · Sobretudo para tarefa de controle, além disso também base para o cá lculo por objetos de custos. · Custos diretos: diretamente associados com os produtos feitos. · Custos indiretos: não-associados diretamente com os produtos feitos (Quanto da depreci- aç ão de um edifício pertence a cadaunidade de produto feita?); distribuiç ão de custos indiretos somente com uma taxa de distribuiç ão possível. è Cálculo por objetos de custos Para o que os custos resultaram? è Custeio total (Sistema de custos completos) Os produtos assumem uma parte determinada de todos os custos envolvidos em sua fabricaç ão. è Cá lculo por divisão (custos unitá rios ou específicos) · Com um grau. Custos totais divididos por quantidade total produzida. · Com vá rios graus. Para graus de produç ão ficando temporariamente um atrá s do outro. Bom para a melhoria da formaç ão do procedimento. · Ponderado. (Cá lculo por equivalentes), se são produzidos diferentes objetos de custos; custos indiretos são distribuídos com base em equivalentes proporcionais. è Cá lculo por imputaç ão Adiç ão percentual dos custos indiretos para os custos diretos è Custeio direto (Cá lculo de margem de contribuiç ão) Somente os custos variá veis são debitados dos produtos. Separaç ão entre custos fixos e custos vará veis (os custos fixos são debitados como um bloco ou gradualmente), averiguaç ão gradual de vá rias margens de cobertura I, II, III, IV etc. FIGURA 36: Subdivisão da contabilidade de custos. 33 5.3 Curvas de custos – Pontos importantes dos custos FIGURA 37: Curvas de custos em razão da quantidade produzida. = O mínimo dos custos totais mé dios = começ ando e estendendo a produç ão, os custos totais mé dios decrescem, por causa da diminuiç ão dos custos fixos, até a um mínimo e depois começ am a crescer porque os custos variá veis crescem su- per-proporcionalmente. = O melhor nível da produç ão = Sendo uma das finalidades econômicas um ren- dimento líquido má ximo, a produç ão deve chegar a um nível que dê esse má - ximo. = Limiar da utilidade = Daqui para frente, a empresa entra em uma produç ão de resultado positivo (primeiro cruzamento da curva dos custos totais mé dios com a linha reta do preç o) = Limite da utilidade = Aqui, a empresa sai de uma produç ão de rendimento lí- quido positivo (segundo cruzamento da curva dos custos totais mé dios com a li- nha reta do preç o) = O mínimo da empresa = Daqui para o ponto , a empresa tem um resultado negativo, mas pela produç ão crescente ela pode, ao menos, diminuir o rendi- mento negativo pela cobertura parcial dos custos fixos. Cessando a produç ão, a empresa tem que pagar a importância completa dos custos fixos que surgem pela mera existência dela. = O má ximo da empresa = Entre os pontos e , a empresa tem novamente um resultado negativo. Custo e preç o Quantidade Preç o Custos totais médios Custos variáveis médios Custos marginais 34 5.4 Causas de determinaç ão de custos CAUSAS DE DETERMINAÇ Ã O DE CUSTOS í î Causas primárias Causas secundárias São vá lidas em qualquer empresa, a longo prazo í î Grau de ocupaç ão Número de tiragem (Escala de produç ão) Causadas pelas ca- racterísticas de uma empresa especifica; a curto e mé dio prazo Termo para o desenvolvimento dos custos com aproveitamento da capacidade: Produç ão efetiva * 100 Capacidade nominal de trabalho Um grau menor ou maior do que 100% causa custos mais altos. => exigência de um bom plane- jamento de produç ão e de inves- timento partindo da á rea de pro- duç ão com a menor capacidade (planejamento partindo de aperto). Produzindo mais, os custos fixos distribuem- -se por um maior número de produtos, os custos fixos por unidade diminuem com o número das unidades produzidas (termo vem da tipografia). Grande número dos fatores de influência, p. ex.: · Procedimentos e organizaç ão de trabalho; · condiç ões ex- ternas de traba- lho (p. ex. tempo); · condiç ões inter- nas de trabalho (relaç ões soci- ais, satisfaç ão dos colaborado- res); · qualidade de material (p. ex. agroquímico vencido); · qualidade da manutenç ão (p. ex. motoserra com corrente cega). FIGURA 38: Causas de determinaç ão de custos. 35 5.5 Tipos de custos CUSTOS DE MÃ O-DE-OBRA Custos que surgem pelas produç ões empresariais dos empregados ou mesmo do proprietá rio í ê î Custos salariais Encargos sociais Salário calculado do proprietário Salá rio mínimo é fixado por lei. Diferencia entre salá rio nominal e salá rio real (comparaç ão com os preç os) Pagamento ou desembolso do valor para o melhoramento da situaç ão social dos trabalhadores e dos empregados (seguro contra acidente, morte, doenç as; melho- ramento das moradias; melhora- mento das condiç ões de trabalho) Podem ser encargos sociais obri- gatórios ou encargos sociais vo- luntá rios (planos de saúde, den- tista, etc.) Calculado: como substituiç ão para um outro emprego não- -aproveitado; depende do tempo de trabalho e das qualidades do proprietá rio. Entra no cá lculo de custos, mas não no cá lculo de gasto. FIGURA 39: Custos de mão-de-obra. 36 CUSTOS DE DEPRECIAÇ Ã O Depreciaç ão = quantia estimativa da diminuiç ão do valor de um ativo fixo (não é uma despesa atual da caixa); reduç ão do valor mediante: · Uso/desgaste té cnico; · decorrer de tempo e influências do tempo; · desatualizaç ão. O objetivo é uma depreciaç ão perto da realidade de cada tipo de material (caminhão e software devem ser depreciados diferentemente). è Depreciaçã o segundo o tempo è Depreciaç ão linear Depreciaç ão de uma quantia anualmente igual durante a duraç ão calculada da vida do bem Especialmente conveniente, se a capacidade de uso permanece a mesma durante a duraç ão e os custos de manutenç ão não crescem com a duraç ão de vida. n RAd -= è Depreciaç ão degressiva Depreciaç ão com quantias anualmente diminuídas è Depreciaç ão geomé trico-degressiva (com quotas constantes) Anualmente uma percentagem constante é depreciada, p. ex. sempre 20%, refere-se, no primeiro ano, ao valor de aquisiç ão e nos anos seguintes ao valor atual; especialmente conveniente, se a capacidade de uso diminui muito com a duraç ão de vida e os custos de manutenç ão aumentam muito. ÷÷ ø ö çç è æ -= n A Rq 1*100 à qVd x *= è Depreciaç ão aritmé tico-degressiva (com quotas diminuídas) As quantias de depreciaç ão diminuem anualmente por uma importância cons- tante. n RAq +++ - = ...21 à xqd *= è Depreciaçã o segundo o uso As depreciaç ões por unidade de produç ão resultam do valor de aquisiç ão divido pela soma das unidades estimativas de produç ão. Especialmente para a agregaç ão dos custos por causa da produç ão (os outros mé todos são fixados ao tempo). A desvantagem é que a diminuiç ão de valor por meio do nenhum uso (p. ex. mês de parada de manutenç ão) não é considerada. FIGURA 40: Custos de depreciaç ão. Sendo: d = depreciaç ão A = valor de aquisiç ão R = valor residual do bem após o uso q = quota de depreciaç ão Vx = valor no ano x n = duraç ão de vida em anos x = ano 1 a ano n 37 CUSTOS DE IMPOSTOS Impostos são pagamentos ao Estado sem uma compensaç ão especifica deste, para o financiamento das tarefas sociais comunitá rias. P. ex.: · Impostos sobre veículos (automóveis, caminhões); · imposto do consumo (pesa sobre o valor das mercadorias vendidas). FIGURA 41: Custos de impostos. CUSTOS DO MATERIAL Custos para bens e insumo que são consumidos no momento da sua utilizaç ão. í ê î Custos de material no sentido estrito Custos de combustíveis Custos de energia Plantas, fio para cercas, adubo, papel para o escritório, etc. Gasolina, óleo, etc.Energia elé trica ou gá s FIGURA 42: Custos de material. CUSTOS DE TERCEIROS = produç ões que são feitas por mão-de-obra de outras empresas para a empresa florestal í ê î Serviços de terceiros Custos de seguros Serviços especiais P. ex. empresas de terceiros realizam a baldeaç ão, constru- ç ões de estradas etc. Prêmios para seguros de pré dios, de veículos, de acidentes, etc. P. ex. taxa para o levantamento topográ fico, etc. FIGURA 43: Custos de terceiros. 38 CUSTOS DE RISCO Custos de risco são custos causados sem querer, mas realizam-se automaticamente. Es- pecialmente a empresa florestal é submetida às influências da natureza. Essas influên- cias interrompem os processos planejados e exigem um planejamento flexível. Custos de risco são calculados, os anos são carregados de um valor mé dio. Riscos na empresa florestal são p. ex.: · Geadas e inundaç ões; · fogos florestais; · pragas e doenç as; · quebras de á rvores, causadas por tempestades; · desabamento de terra, destruindo estradas; · acidentes de má quinas; · falência de um devedor e a empresa perde o pagamento; · inadimplência. Existem três diferentes normas de reaç ão para segurar o processo de produç ão: · Limitaç ão do risco: p. ex. por meio da ordem espacial (tarefa de planejamento a longo prazo), controles, exames, etc.; · distribuiç ão ou compensaç ão do risco: p. ex. mudanç a de mistura de espé cies flo- restais, isso significa, na verdade, uma produç ão menor, embora aumente a segu- ranç a de produç ão; · transferência do risco: transferir o risco a terceiros, p. ex. pelo seguro (=> custos de terceiros). FIGURA 44: Custos de risco. CUSTOS DE JUROS í î Juros reais Juros calculados = O preç o que a empresa paga pela cessão do capi- tal emprestado de terceiros (banco) P. ex. tomando um cré dito bancá rio e pagamento de 12% de juros anualmente (p. ex. compra de uma má quina) Juros reais são despesas, custos e gastos. = Juros do capital próprio que é usado na própria empresa. Juros calculados são somente custos e gastos, mas nenhuma despesa (por isso "calculado") Basicamente, a taxa de juros calculada pode ser escolhida livremente, mas em regra o proprietá rio escolha a taxa interna de juros, ou seja, a rentabili- dade que surge da confrontaç ão de gastos reais com os rendimentos reais. Distinç ão entre: · Investimentos com duraç ão limitada (simplifi- caç ão) juros anuais = (Valor/2) * (p/100); · investimentos com duraç ão ilimitada (terrenos) juros anuais = Valor * (p/100). FIGURA 45: Custos de juros. 39 6 Análise de empresa ANÁ LISE DE EMPRESA = Todos os procedimentos que podem explicar as causas de êxito e de insucesso (perda) da empresa. Procedimentos de comparaç ão são: í ê ê î Comparaçã o de empresas Comparaçã o de números reais e padrõ es Comparaçã o temporal Comparaçã o de procedimentos Comparaç ão entre dife- rentes empresas. Evidentemente só se aplica, se as empresas forem compará veis (Benchmarking). Comparaç ão dos núme- ros/grandezas da em- presa com núme- ros/grandezas planificados ou de pa- drões para custos e pro- duç ões. Comparaç ão dos resul- tados e coeficientes econômicos de uma empresa no decorrer do tempo; pressuposto: precisa preç os/custos constantes durante um período Comparaç ão de dife- rentes procedimentos de produç ão ou mesmo administrativos FIGURA 46: Aná lise de empresa. ÍNDICES SINAIS/ÍNDICES DE PERFORMANCE (NÚMEROS PARA A CARACTERIZAÇ Ã O DA EMPRESA) í ê î Setor de venda Setor da produçã o Setor do trabalho dos funcionários · Corte em m³ por ha; · preç o mé dio da madeira vendida; · preç o mé dio para sortimen- tos importantes; · rendimento por ha. · Custo de corte por m³; · custo mé dio por plantaç ão por ha; · custo das construç ões e ma- nutenç ões de estradas por quilômetro ou por ha; · gastos por ha; => coeficiente da empresa = (gastos por ha * 100)/ rendimento por ha. · Número dos dias de trabalho anual por operá rio; · número dos dias de trabalho anual por ha; · salá rio, inclusive encargos sociais; · produtividade por ha e por hora de trabalho. Além disso, é possível distinguir entre: · Números de classificaç ão (hectares totais da empresa, hectares para cada espé cie florestal, números dos operá rios, etc.); · números de relaç ão: relaç ões entre valores diferentes ou referindo-se às unidades determinadas (p. ex. gastos por ha); · números de índice: representam o desenvolvimento temporal de um valor em relaç ão a um ano de base; são indicados como porcentagens. Problemas dos índices sinais: · Definiç ão exata é necessá ria; · problema de mediç ão (objetividade, confianç a, precisão); · verdade. E mais, grande problemá tica das características não-quantificá veis ou somente com grandes dificulda- des quantificá veis (p. ex. satisfaç ão de trabalho) FIGURA 47: Índices sinais/índices de performance. 40 6.1 Produtividade PRODUTIVIDADE = Relaç ão entre o resultado da produç ão e os fatores de produç ão empregados, ou seja, output/input (Produtividade = Resultado da produç ão/fatores de produç ão) è Produtividade completa = O resultado da produç ão é a geraç ão de valor* ou o valor líquido da produç ão em R$ è Produtividade completa de á rea Fator de produç ão = á rea de produç ão (ha) è Produtividade completa de trabalho Fator de produç ão = trabalho Informaç ão boa sobre o desenvolvimento da empresa inteira, um dos mais importantes números econômicos para decisões empresariais è Produtividade completa de capital Fator de produç ão = capital è Produtividade parcial também chamada produtividade té cnica; resultados de produç ão são quantidades produzidas em est., m³, quilômetros, unidades è Produtividade de á rea/terra Está sujeito à lei do rendimento decrescente, ou seja, o rendimento cresce, mas não proporcionalmente com os custos investidos. Metros cúbicos de madeira produzidos por hectare, mas tem informaç ão sobre a qualidade de madeira. è Produtividade de trabalho Se não tem modificaç ão entre trabalho manual e trabalho mecanizado, essa cifra é um bom crité rio para o desenvolvimento té cnico e/ou organizacional. (Produtividade de trabalho = Resultado de produç ão/S t (soma do tempo de trabalho efetivo) è Produtividade de capital Somente tem importância em relaç ão com alguns planos de investimento. FIGURA 48: Produtividade Objetivo do gerenciamento: Aumentar a produtividade, mas partindo do mesmo volume de produç ão com produtivi- dade de trabalho mais alta, temos excesso de mão-de-obra. * Geraçã o de valor: Resultado da produç ão menos – custo de mão-de-obra – custo de material – custo de terceiros – depreciaç ões – impostos Þ Contribuiç ão da empresa para a produto social da economia nacional Distribuiç ão dessa geraç ão de valor: · Salá rio para os funcioná rios/trabalhadores; · impostos para o Estado/Governo; · lucro para o proprietá rio. 41 6.2 Rentabilidade RENTABILIDADE = Renda; a renda significa o rendimento do capital investido. Uma empresa é rentá vel se gera sempre um excesso monetá rio. è Rentabilidade absoluta Lucro líquido = faturamento total - gastos totais è Rentabilidade relativa Relaç ão entre lucro líquido ou rendimento líquido e outras grandezas empresariais è Grau de rendimento = rendimento líquido/gasto (ou seja, quanto rendimento surge por meio do emprego de R$ 1 de gasto) è Grau de dispêndio = gasto/rendimento líquido (ou seja, quanto gasto em R$ é necessá rio para
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