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A influência do Renascentismo na história dos surdos

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FACULDADE UNIME
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ALESSANDRO DE JESUS
ALEXANDRE CARVALHO
ANDERSON PERUNA
GUSTAVO BRONZE
MARIA NELZA
SUELLEN
SAMIR
A INFLUÊNCIA DO RENASCIMENTO NA HISTÓRIA DOS SURDOS
Atividade apresentada à Docente Alessandra Oliveira, como parte avaliativa da Disciplina LIBRAS, do Curso de Licenciatura em Educação Física na Instituição Faculdade Unime.
Itabuna – BA
Março/2016
A influência do Renascimento na história dos surdos
A história dos surdos e os acontecimentos históricos decorrentes ao longo do tempo, leva-nos a refletir sobre as batalhas que eles tiveram que enfrentar para se tornarem um grupo com uma língua, uma identidade e uma cultura própria. Com base neste contexto, abordaremos a importância do Renascimento na luta dos surdos, até alcançarem o reconhecimento que têm hoje, na era moderna.
A educação do surdo foi constituída historicamente por teorias filosóficas, políticas e ideológicas, onde diversos personagens fizeram parte dessa história que até hoje traz consequências para a vida do surdo. Para compreender melhor como o Renascimento influenciou diretamente nessa conquista, é preciso nos remeter ao passado.
Histórico
Na Antiguidade, no período da (Escrita à 476 d. C), os surdos sofreram perseguições, eram escravizados e muitas vezes eram excluídos e eliminados da sociedade. Na Roma antiga por exemplo, não perdoavam os surdos porque achavam que eram pessoas castigadas ou enfeitiçadas e os jogavam no rio Tiger. Na Grécia eram considerados inválidos, pois para os gregos, o pensamento não podia se desenvolver sem linguagem, com isso, os surdos eram marginalizados e condenados a morte.
A Filosofia através de Aristóteles, também contribuiu para a exclusão dos surdos da sociedade pois, ele considerava os surdos também mudos, e acreditava que a linguagem dava condição de humano para o indivíduo, sendo o surdo considerado não-humano se não tivesse a linguagem. 
Um pouco depois na Idade Média (476 – 1453), dominada pela hegemonia da Igreja Católica, os cristãos influenciados pela igreja, acreditavam que os surdos, pelo fato de não poder ouvir, não possuíam alma, uma vez que eram incapazes de proferir os sacramentos e de confessar os seus pecados. Também haviam decretos bíblicos contra o casamento de duas pessoas surdas só sendo permitido aqueles que recebiam favor do Papa.
Outro fator que marcou esta época foi a lei criada pelo imperador Justiniano, em 529 a.C., que impossibilitava os Surdos de celebrar contratos, elaborar testamentos e até de possuir propriedades ou reclamar heranças (com exceção dos surdos que falavam).
Influência Renascentista
Somente no fim da Idade Média e inicio do Renascimento, que saímos da perspectiva religiosa para a perspectiva da razão, em que a deficiência passa a ser analisada sob a óptica médica e científica.
O Renascimento surgiu no início da Idade Moderna (1453 – 1789) e durou aproximadamente entre fins do século XIV e o fim do século XV. Foi um período da História marcado por transformações em muitas áreas da vida humana (cultura, política, social, econômica e religiosa). Este período é caracterizado pela transição do feudalismo para o capitalismo, significando uma ruptura com as estruturas medievais, e seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências. 
O termo "Renascimento" é em virtude da redescoberta e ressignificação das referências culturais da antiguidade clássica e filosófica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista. O termo Renascimento como hoje o entendemos surgiu a partir da publicação do livro de Jacob Burckhardt “A Cultura do Renascimento na Itália” (1867), onde ele definia o período como uma época de "descoberta do mundo e do homem".
O Humanismo pode ser apontado como o principal valor cultivado no Renascimento, sendo considerado um método de aprendizado que busca valorizar o uso da razão individual e à análise das evidências empíricas, rompendo com os métodos da escolástica medieval, que se limitava apenas à consulta às autoridades do passado, principalmente Aristóteles e os primeiros Padres da Igreja. Com isso, o Humanismo afirma a dignidade do homem e o torna investigador por excelência da natureza. 
Na perspectiva Renascentista sobre a influência do Humanismo, o homem começa a ter uma compreensão antropocêntrica e racionalista do mundo. Isso leva o homem a criar sentimentos de otimismo, levando-o na busca pelo “novo”, incentivando seu espírito de pesquisa. Dessa forma, o indivíduo passa a ver o mundo com suas belezas naturais e culturais, como um local a ser desfrutado, através da experiência individual e das possibilidades desconhecidas. Muitos autores do Humanismo buscavam uma harmonização entre o conhecimento antigo e as novas descobertas.
No Renascimento com o advento da “razão”, os deficientes conquistam alguns direitos. (CARVALHO, 2007). As transformações socioculturais, econômicas e religiosas que permearam o período Renascentista, desdobraram-se em novas perspectivas das formas de se olhar a surdez em relação aos “surdos-mudos. 
Dessa forma, é através do Renascimento com a visão humanista que os surdos passam a serem compreendidos de outra forma. Antes os surdos não eram considerados pessoas por não poder ouvir, eram vistos como seres castigados pelos deuses, viviam restritos à sociedade e muitas vezes eram exilados, presos e até condenados à morte. Entretanto, através do Renascentismo, se distinguiu pela primeira vez a surdez de mudez, extinguindo a designação da expressão surdo-mudo para o surdo.
Com isso, os surdos agora são pessoas que passam a ter direitos a uma cidadania através da educação e socialização. Antes o surdo não era considerado uma pessoa por não poder ouvir, e com a óptica do Renascimento, quebram-se esses paradigmas dando ao surdo, a possibilidade de mostrar que é uma pessoa, desde o momento em que se transforme em um ouvinte seja através de sua linguagem gestual (sinais) ou não. Em contrapartida não se pode esquecer que o surdo ainda continuava a sofrer por causa de sua cultura que não foi aceita de forma integral pelos teóricos dessa época.
Influência de pensadores
Antes desse período, não há relato de alguém que tenha se interessado pela causa dos surdos o que comprova a importância do Renascentismo na mudança desse contexto histórico. Algo importante que também precisa frisar é a relação existente entre a educação que está vinculada à história dos surdos, onde a maioria dos livros sobre a história dos surdos segue a linha da pedagogia de ação educacional realizada com essas pessoas durante esse período.
Na Idade Moderna, houve indícios de experiências educacionais com crianças surdas motivadas por alguns pensadores e lideranças religiosas da época. Dentre esses pensadores, podemos citar: 
Girolano Cardano (1501-1576), médico filósofo, contradiz o sábio Aristóteles teorizando “...a surdez e mudez não é o impedimento para desenvolver a aprendizagem e o meio melhor dos surdos de aprender é através da escrita... e que era um crime não instruir um surdo-mudo. ” Ele utilizava a língua de sinais e escrita com os surdos. 
Figura 1 - Girolano Cardano
Pedro Ponce de León (1520-1584), monge beneditino, dedicou-se à educação de crianças surdas da nobreza castelhana. Nesta época, só os surdos que conseguiam falar tinham direito à herança. O seu método incluía a datilologia, a escrita e a fala. Entretanto, seus métodos eram restritos ao Monasticismo, que era uma forma de martírio e devoção cristã praticados pelos noviços que tinham que zelar pelo voto de silêncio. Figura 2 - Pedro Ponce de León
Aos alunos falava-se por meio de gestos e escrita e pedia-se que respondessem de forma oral. Podiam também participar na missa e confessar-se, falavam grego, latim e italiano e discutiam física e astronomia. Isto é, estavam aptos a conservar a herança paterna. Por estes feitos, Pedro Ponce de León é considerado o primeiro professor de surdos na história.
Juan Pablo Bonet (1579-1633),que também se ocupou da educação de surdos da corte espanhola, é considerado o “inventor da arte de ensinar o surdo a falar”. Bonet, utilizando-se do trabalho de Leon, escreveu sobre as maneiras de ensinar os surdos por meio do alfabeto manual, ensinando-os a ler e a falar. Porém, em seu método, ele não permitia o uso da língua gestual, utilizando o método oral. (JANNUZZI, 2004), relata acerca do trabalho de Bonet:Figura 3 - Juan Pablo Bonet
O trabalho com os sinais teve início apenas no século XVIII com Charles Michel de L’Epée. Ele foi Abade e o fundador da primeira escola pública para os surdos, o Instituto Nacional para Surdos-Mudos em Paris. Seu método de ensino era um sistema baseado na língua de sinais, método que deu origem ao “gestualismo”.
Segundo Lacerda (1998, p.7), para L’Epée, a linguagem de sinais é concebida como a língua natural dos surdos e como veículo adequado para desenvolver o pensamento e sua comunicação.Figura 4 - Charles Michel de L’Epée
L’Epée reconheceu que a língua gestual fazia parte da vida dos surdos, o que contribui gradativamente para a comunidade surda. Ele ensinava os surdos a ler e a escrever qualquer texto de forma gramaticalmente correta, levando L’Epée a ser considerado o “Pai dos Surdos”. Segundo GREMION (1998, p.47), esta seria a primeira vez na história, onde a comunidade surda adquiriu o direito de se comunicarem na língua de sinais. 
Diante dos fatos relatados no decorrer da história perpassados pelos surdos, é notório destacar que essa foi uma época significativa para os surdos. Através do apoio desses pensadores, motivados pelo Renascentismo, os surdos puderam demonstrar suas habilidades em diversos campos, antes dominado apenas por ouvintes. Contudo, pode-se notar o grande desafio em que a comunidade dos surdos, teve que enfrentar para conquistar o direito de ser reconhecido como ser humano, expressando-se e comunicando-se da melhor forma que lhe convém, tendo o gestualismo como sua língua natural para desenvolver seus pensamentos e sua comunicação. 
Referências: 
https://culturasurda.net/idade-media-moderna/ - Data de Acesso: 25/03/2016.
http://mirandalibrassemfronteiras.weebly.com/-histoacuteria-dos-surdos.html - Data de Acesso: 26/03/2016.
http://surdoseinterpretesibacen.blogspot.com.br/2009/09/historia-dos-surdos-atraves-dos-tempos.html - Data de Acesso: 26/03/2016.
http://surdezelinguagem.blogspot.com.br/2010/11/um-breve-historico-da-educacao-de.html - Data de Acesso: 26/03/2016.
STROBEL, Karin; História da Educação de Surdos. 2009. Disponível em: http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/historiaDaEducacaoDeSurdos/assets/258/TextoBase_HistoriaEducacaoSurdos.pdf - Data de Acesso: 26/03/2016.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_dos_surdos – Data de Acesso: 26/03/2016.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento - Data de Acesso: 26/03/2016.

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