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Bertrand Russel vida e obra

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Bertrand Russel (*1872 + 1970)
Por que repetir erros antigos, se há tantos erros novos a escolher? A provocação espirituosa de Bertrand Russell bem demonstra seu interesse pela vida, pela liberdade e pelo conhecimento. De família aristocrática, Bertrand Russell cedo perdeu seus pais. Foi criado pelo avô, Lord John Russell e, com a morte deste, pela avó, Lady Russell. Educado em casa, por tutores, Bertrand Russell ingressou em 1890 na universidade de Cambridge, para estudar filosofia e lógica.
Em 1894 casou-se com Alys Pearsall Smith, uma americana seguidora da seita quacre, de quem viria a se separar em 1911. Dedicando-se ao estudo da lógica e da matemática, Russel passou a publicar seus ensaios em revistas especializadas. Em 1901 descobriu o famoso "paradoxo de Russell", com grande repercussão no campo da lógica.
Em 1908, tornou-se membro do "Trinity College", em Cambridge. Dois anos depois publicou o primeiro volume de sua obra "Principia Matemática", que se tornou célebre. Bertrand Russell ganhou reputação como um dos maiores lógicos do século 20 e um dos fundadores da filosofia analítica. Durante a Primeira Guerra Mundial, Russell dedicou-se ao ativismo político. Em consequência de seus protestos contra a guerra, foi expulso, em 1916, do Trinity College. Dois anos depois, foi condenado a cinco meses de prisão, onde escreveu "Introdução à Filosofia Matemática".
Em 1920 Russell viajou para a Rússia e a seguir foi para Pequim (China), onde viveu durante um ano como professor de filosofia. No ano seguinte casou-se com Dora Black, com quem teve dois filhos. Nessa época ganhou a vida escrevendo livros populares de ética, física e filosofia. Seus escritos para o grande público despertaram grande interesse.
Em 1927 fundou a escola experimental "Beacon Hill", junto com sua esposa. Com a morte de seu irmão, em 1931, Bertrand Russell tornou-se o terceiro Conde Russell, título que pouco usou. Tendo-se divorciado de Dora em 1935, casou-se no ano seguinte com uma estudante da Universidade de Oxford chamada Patrícia Spence, com quem teve um filho.
Mudou-se para os Estados Unidos em 1939, para lecionar na Universidade da Califórnia. Logo em seguida foi convidado a atuar como professor no City College de Nova York. Sua nomeação, no entanto, acabou sendo anulada, sob a alegação de improbidade moral, por suas opiniões radicais.
Em 1944 Russell retornou à Inglaterra, integrando novamente os quadros do Trinity College. No ano seguinte publicou sua extensa "História da Filosofia Ocidental". Cinco anos mais tarde, foi agraciado com a Ordem do Mérito e, em 1950, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura.
Em 1952 casou-se com Edith Finch, a quem conhecia desde 1925. Sua participação política tornou-se cada vez maior. Em 1958, iniciou uma campanha pelo desarmamento nuclear e, em 1962, atuou como mediador na crise dos mísseis, em Cuba, impedindo a deflagração de um conflito atômico. Com Albert Einstein e outros cientistas organizou o movimento "Pugwash", contra a proliferação de armas nucleares.
Bertrand Russell e o rigor lógico
A Guerra Civil Americana mal terminara e Nietzsche estava no auge de sua produção intelectual quando Bertrand Russell nasceu em 18 de maio de 1872 em Trelleck, na fronteira do País de Gales. Era uma época de apogeu do Império Britânico e Russell pertencia a uma família aristocrática da Inglaterra Vitoriana. Mas sua primeira infância foi marcada por tragédias. Antes dos cinco anos de idade já tinha perdido a mãe, o pai e a irmã. Ele e seu irmão mais velho foram criados pelos avós paternos. Lord Russell, o avô deles, havia sido primeiro-ministro britânico em duas ocasiões e a chegada dos irmãos Russell mereceu até uma carta da Rainha Vitória parabenizando Lady Russell.
Bertrand recebeu sua educação em casa por meio de tutores e isolado de outras crianças enquanto seu irmão mais velho foi enviado ao colégio. A solidão de Bertrand começou a ser quebrada quando ele tinha 11 anos de idade e seu irmão Frank decidiu lhe ensinar geometria. A beleza abstrata da matemática o encantou e o ajudou a afastar a ideia do suicídio que frequentemente lhe vinha à cabeça. Russell acreditava que o mundo abstrato da matemática lhe daria a certeza que lhe faltara nos primeiros anos de vida. Aos 16 anos Russell foi para um internato em Londres fazer um curso preparatório onde passou dois anos. Em 1890, ganhou uma bolsa de estudos para o Trinity College, em Cambridge, onde Isaac Newton havia estudado e dado aulas.
No período em Cambridge mergulhou nos estudos da matemática, mas o nível do ensino o decepcionara e no quarto ano voltou-se para a filosofia. Suas primeiras influências foram a metafísica e o idealismo de Hegel. Pouco antes de ir para Cambridge, Russell havia se enamorado por Alys Pearsall Smith, uma quacre americana cinco anos mais velha, e quando ele completou 21 anos se casaram contrariando a opinião de Lady Russell. Ao se formar em filosofia, Russell foi eleito fellow do Trinity College, um cargo que lhe deixava como obrigação apenas pesquisar. Nesse período, Russell e Alys viajaram pela Europa e passaram um longo período na Alemanha, onde Russell escreveu o livro “Socialdemocracia Alemã”, revelando seu novo interesse: a política.
Na volta a Cambridge, Russell percebeu que o idealismo de Hegel não dava conta da realidade da experiência física e adotou uma visão empírico-materialista do mundo. Ele decidiu também enfrentar uma questão que lhe incomodava desde que seu irmão o apresentou à geometria euclidiana e seus axiomas: como se poderiam descobrir os princípios fundamentais sobre os quais se erguia a matemática? Após conhecer o matemático italiano Giuseppe Peano e sua proposta de trabalhar os fundamentos do número, Russell ficou entusiasmado pelo rigor lógico e acreditou que aquilo o ajudaria a desenredar os princípios básicos da matemática. Em 1903, ele publicou a obra “Os Princípios da Matemática” que o consagrou como um pensador de primeira grandeza, notadamente na Europa. Mas Russell não estava contente. Pretendia escrever um segundo volume no qual firmaria sua argumentação na forma mais precisa dos símbolos lógicos.
Durante dez anos, Russell e seu professor de matemática em Cambridge, Alfred North Whitehead, desenvolveram o projeto que pretendia mostrar que a lógica é a juventude da matemática e a matemática é a maturidade da lógica. No meio desse caminho, encontraram uma falha que atingia o núcleo da argumentação lógica deles, que ficou conhecida como paradoxo de Russell. Levaram anos para superá-lo e não o conseguiram fazer completa e satisfatoriamente. Ainda assim, a obra “Principia Matemática”, que foi o resultado desse esforço hercúleo publicado em três volumes a partir de 1909, foi recebida como um marco na história do pensamento e influenciou profundamente a investigação matemática, científica e filosófica por toda a Europa.
Bertrand Russell e a filosofia política
Enquanto se dedicava à obra “Principia Matemática”, o que lhe foi mentalmente desgastante, Bertrand Russell enfrentava também uma crise em seu casamento com Alys. Ao se dar conta de que não amava mais a esposa, ele se sentiu no dever moral de informá-la disso. O casal passou quase uma década de tormento na relação até que se separaram definitivamente em 1911. Durante esse período, Russell se apaixonou e desapaixonou-se diversas vezes. Uma de suas mais duradouras amantes foi Lady Ottoline Morrell, a exótica esposa de um amável e liberal membro do Parlamento britânico.
Em 1911, além da separação de Alys, outro acontecimento teria forte impacto sobre Russell. Um jovem herdeiro da mais poderosa família industrial do Império Austro-Húngaro apareceu nos aposentos de Russell em Cambridge disposto a discutir suas ideias lógicas sobre os fundamentos da matemática. Seu nome era Ludwig Wittgenstein e Russell ficou impressionado com aquele impetuoso jovem de empertigadas maneiras vienenses. Wittgenstein passou a visitar Russell e bombardeá-lo com questões desde se devia cometer suicídio ou tornar-se umfilósofo. Russell havia decidido guiá-lo pacientemente em sua busca da lógica como se fosse o Santo Graal. Ele foi o mentor do jovem filósofo que fundou seus pensamentos na lógica e na linguagem e que, anos à frente, discordaria radicalmente de Russell.
Desde o início de sua busca pelo conhecimento, Russell almejava reunir filosofia e ciência, como havia sido feito na Grécia antiga. Mas ao passar dos 40 anos e devido aos ataques de Wittgenstein, Russell decidiu que a filosofia se tornara difícil demais para ele. Abandonou a ideia de construir uma filosofia original abrangente e procurou desenvolver uma filosofia popular. A primeira obra dessa nova fase foi “Os Problemas da Filosofia”, publicada em 1912. Passou também a ser um ativista político o que lhe custou o emprego em Cambridge, após se envolver em protestos pacifistas. Em 1918, passou seis meses preso em Brixton e nesse período de solidão escreveu o livro “Análise da Mente”. Ao sair da prisão manteve seu ativismo, seus princípios liberais e seus casos amorosos, entre eles um com Vivien Eliot, a mentalmente instável esposa do poeta T.S.Eliot. Em 1919, conheceu e casou-se com a jovem e independente Dora Black, de 25 anos. Viajaram para a União Soviética para verem de perto o resultado da revolução bolchevique. Russell não só não se impressionou com Lênin, com quem teve uma audiência particular, como também ficou horrorizado com os efeitos da revolução, o que resultou na obra “Teoria e Prática do Bolchevismo”, uma crítica contundente ao que vira. 
Em 1933 Russell, com 63 anos de idade, já separado de Dora e recém-casado com sua assistente de pesquisa de 25 anos, mudou-se para os Estados Unidos. Lá escreveu “História da Filosofia Ocidental”, livro que se tornou um best-seller e é até hoje considerada uma das melhores obras sobre o assunto. Em 1944, ao retornar a Grã-Bretanha foi reconduzido à condição de fellow do Trinity College e considerado um “sábio nacional”. Em 1950 recebeu o Prêmio Nobel de literatura, por ser um “apóstolo da humanidade e da livre expressão”, segundo a BBC. Em 1961 voltou a ser preso, com 89 anos de idade, em um protesto contra as armas nucleares. À medida que ficou mais velho sua militância se intensificou. Nos anos 60 foi um dos principais opositores à Guerra do Vietnã e um atuante pacifista. 
http://hid0141.blogspot.com.br/2010/08/biografia-de-bertrand-russell.html

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