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Módulo - OAB 2 fase

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Página 1 de 40 
OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
OAB 2ª FASE 
Direito Penal e Processo Penal 
 
 
- Peças Processuais - 
 
 
QUEIXA-CRIME 
 
 
 
§ Artigos relevantes para leitura: 
 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identi-
ficá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. 
 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo cons-
tar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, sal-
vo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente 
requeridas no juízo criminal. 
 
§ Modelo de Peça Profissional 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca __ (juízo competente) 
 
(Espaço de 5 linhas) 
 
CLIENTE, qualificação, ora denominado Querelante, vem, por conduto de seu advogado, constituído atra-
vés de instrumento procuratório nos termos do art. 44 CPP (ou com poderes especiais), propor QUEIXA-
CRIME em desfavor de NOME DA PARTE, qualificação, ora denominado Querelado. 
1. Dos fatos 
(Narrativa fática do caso segundo dados presentes na questão) 
2. Dos direitos 
(Indicação de artigos e teses de defesa) 
3. Dos pedidos 
 
Diante dos fatos acima apontados, estando o Querelado incurso nas penas do art. ____ (depende do caso 
concreto), observando-se o procedimento previsto nos artigos ____ (depende do caso concreto) do CPP, 
requer-se que seja esta Queixa autuada e recebida, o Querelado citado, a vítima e as testemunhas abaixo 
arroladas notificadas para serem ouvidas e, por fim, o Querelado CONDENADO ao cumprimento das penas 
capituladas no mencionado tipo penal. 
 
Local, data (atentar se houver prazo estabelecido na questão para que não haja a decadência do direito de 
queixa). 
Advogado 
OAB n°___ 
 
Testemunhas (Apresentação do rol de testemunhas fornecido na questão) 
 
 
§ Questões 
 
 
PEÇA 01. (OAB/BA 2009.3 – CESPE) 
 
 
 
Página 2 de 40 
OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
Em 17/1/2010, Rodolfo T., brasileiro, divorciado, com 57 anos de idade, administrador de empre-
sas, importante dirigente do clube esportivo LX F.C., contratou profissional da advocacia para que adotasse 
as providências judiciais em face de conhecido jornalista e comentarista esportivo, Clóvis V., brasileiro, sol-
teiro, com 38 anos de idade, que, a pretexto de criticar o fraco desempenho do time de futebol do LX F.C. 
no campeonato nacional em matéria esportiva divulgada por meio impresso e apresentada em programa 
televisivo, bem como no próprio blog pessoal do jornalista na Internet, passou, em diversas ocasiões, jun-
tamente com Teodoro S., brasileiro, de 60 anos de idade, casado, jornalista, desafeto de Rodolfo T., a prati-
car reiteradas condutas com o firme propósito de ofender a honra do dirigente do clube. 
 
Foram ambos interpelados judicialmente e se recusaram a dar explicações acerca das ofensas, man-
tendo-se inertes. Por três vezes afirmou, em meios de comunicação distintos, o comentarista Clóvis V., sa-
bendo não serem verdadeiras as afirmações, que o dirigente "havia 'roubado' o clube LX F.C. e os torcedo-
res, pois tinha se apropriado, indevidamente, de R$ 5 milhões pertencentes ao LX F.C., na condição de seu 
diretor-geral, quando da venda do jogador Y, ocorrida em 20/12/2008" e que "já teria gasto parte da fortu-
na 'roubada', com festas, bebidas, drogas e prostitutas". Tal afirmação foi proferida durante o programa de 
televisão Futebol da Hora, em 7/1/2010, às 21 h 30m, no canal de televisão VX e publicado no blog do co-
mentarista esportivo, na Internet, em 8/1/2010, no endereço eletrônico www.clovisv.futebol.xx. Tais decla-
rações foram igualmente publicadas no jornal impresso Notícias do Futebol, de circulação nacional, na edi-
ção de 8/1/2010. 
 
Destaque-se que o canal de televisão VX e o jornal Notícias do Futebol pertencem ao mesmo grupo 
econômico e têm como diretor-geral e redator-chefe Teodoro S., desafeto do dirigente Rodolfo T. Sabe-se 
que todas as notícias foram veiculadas por ordem direta e expressa de Teodoro S. Prosseguindo a empreita-
da ofensiva, o jornalista Clóvis V. disse, em 13/1/2010, em seu blog pessoal na Internet, que o dirigente 
não teria condições de gerir o clube porque seria "um burro, de capacidade intelectual inferior à de uma 
barata" e, por isso, "tinha levado o clube à falência", porém estava "com os bolsos cheios de dinheiro do 
clube e dos torcedores". Como se não bastasse, na última edição do blog, em 15/1/2010, afirmou que "o 
dirigente do clube está tão decadente que passou a sair com homens", por isso "a mulher o deixou". Entre 
os documentos coletados pelo cliente e pelo escritório encontram-se a gravação, em DVD, do programa de 
televisão, com o dia e horário em que foi veiculado, bem como a edição do jornal impresso em que foi di-
fundida a matéria sobre o assunto, além de cópias de páginas e registros extraídos da Internet, com as 
ofensas perpetradas pelo jornalista Clóvis V. Rodolfo T. tomou conhecimento da autoria e dos fatos no dia 
15/1/2010, tendo todos eles ocorrido na cidade de São Paulo – SP, sede da emissora e da editora, além de 
domicílio de todos os envolvidos. 
 
Em face dessa situação hipotética, na condição de advogado(a) contratado(a) por Rodolfo 
T., redija a peça processual que atenda aos interesses de seu cliente, considerando recebida a 
pasta de atendimento do cliente devidamente instruída, com todos os documentos pertinentes, 
suficientes e necessários, procuração com poderes especiais e testemunhas. 
 
 
 
RESPOSTA A ACUSAÇÃO 
 
 
§ Artigos relevantes para leitura: 
 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se 
não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à 
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
 
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse 
à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arro-
lar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. 
 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396 A, e parágrafos, deste Código, o juiz 
deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: 
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputa-
bilidade; 
III - que o fato narrado evidentemente não constituir crime; ou 
IV - extinta a punibilidade do agente. 
 
§ Modelo de Peça Profissional 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca __ (juízo competente) 
 
 
Página 3 de 40 
OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
 
(espaço de 5 linhas) 
 
CLIENTE, qualificação, vem, por conduto de seu advogado constituído através de procuração em anexo, 
oferecer RESPOSTA À ACUSAÇÃO, nos termos do art. 396 e seguintes do CPP. 
1. Dos fatos 
(Narrativa fática do caso segundo dados presentes na questão) 
2. Dos direitos 
(Indicação de artigos e teses de defesa) 
3. Dos pedidos 
Desta maneira é que, ante a ausência de tipicidade na conduta do denunciado (variação na questão, se-
gundo dados indicados pela Banca Examinadora), requer a este Juízo a sua absolvição sumária, de acordo 
com o disposto no art. 397-III do CPP, in verbis (opcional a citação do texto da lei): 
 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396 A, e parágrafos, deste Código, o 
juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: 
 III - que o fato narrado evidentementenão constituir crime; 
 
Apenas por eventualidade, caso não se entenda pela atipicidade do fato, requer a produção de todas as 
provas admitidas em direito, bem como a oitiva das testemunhas abaixo arroladas, presentes no local e 
data da suposta atividade delitiva. 
 
Pede deferimento. 
 
Local, data (atentar se houver prazo estabelecido na questão). 
Advogado 
OAB nº___ 
 
Testemunhas (Apresentação do rol de testemunhas fornecido na questão) 
 
 
§ Questões 
 
PEÇA 01. (OAB/BA 2008.3 – CESPE) 
 
Alessandro, de 22 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas 
previstas no art. 213, c/c art. 224, alínea b, do Código Penal, por crime praticado contra Geisa, de 20 anos 
de idade. Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos: "No 
mês de agosto de 2000, em dia não determinado, Alessandro dirigiu-se à residência de Geisa, ora vítima, 
para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós 
com Geisa, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez 
da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de 
violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção carnal, o denunci-
ando aproveitou-se do fato de Geisa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos as-
sim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si 
mesma." Nos autos, havia somente a peça inicial acusatória, os depoimentos prestados na fase do inquérito 
e a folha de antecedentes penais do acusado. O juiz da 2.ª Vara Criminal do Estado XX recebeu a denúncia 
e determinou a citação do réu para se defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em 
18/11/2008. Alessandro procurou, no mesmo dia, a ajuda de um profissional e outorgou-lhe procuração ad 
juditia com a finalidade específica de ver-se defendido na ação penal em apreço. Disse, então, a seu advo-
gado que não sabia que a vítima era deficiente mental, que já a namorava havia algum tempo, que sua avó 
materna, Romilda, e sua mãe, Geralda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que 
manteve com a vítima eram consentidas. Disse, ainda, que nem a vítima nem a família dela quiseram dar 
ensejo à ação penal, tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Alessandro infor-
mou que não havia qualquer prova da debilidade mental da vítima. 
 
Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) consti-
tuído(a) pelo acusado, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa de seu cli-
ente. Em seu texto, não crie fatos novos, inclua a fundamentação legal e jurídica, explore as te-
ses defensivas e date o documento no último dia do prazo para protocolo. 
 
PEÇA 02. (OAB/BA 2010.2 – FGV) 
 
A Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul recebe notícia crime identificada, imputando a Maria 
Campos a prática de crime, eis que mandaria crianças brasileiras para o estrangeiro com documentos falsos. 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
Diante da notícia crime, a autoridade policial instaura inquérito policial e, como primeira providência, repre-
senta pela decretação da interceptação das comunicações telefônicas de Maria Campos, “dada a gravidade 
dos fatos noticiados e a notória dificuldade de apurar crime de tráfico de menores para o exterior por outros 
meios, pois o ‘modus operandi’ envolve sempre atos ocultos e exige estrutura organizacional sofisticada, o 
que indica a existência de uma organização criminosa integrada pela investigada Maria”. O Ministério Público 
opina favoravelmente e o juiz defere a medida, limitando-se a adotar, como razão de decidir, “os fundamen-
tos explicitados na representação policial”. 
 
No curso do monitoramento, foram identificadas pessoas que contratavam os serviços de Maria 
Campos para providenciar expedição de passaporte para viabilizar viagens de crianças para o exterior. Foi 
gravada conversa telefônica de Maria com um funcionário do setor de passaportes da Polícia Federal, Antô-
nio Lopes, em que Maria consultava Antônio sobre os passaportes que ela havia solicitado, se já estavam 
prontos, e se poderiam ser enviados a ela. 
 
A pedido da autoridade policial, o juiz deferiu a interceptação das linhas telefônicas utilizadas por 
Antônio Lopes, mas nenhum diálogo relevante foi interceptado. O juiz, também com prévia representação 
da autoridade policial e manifestação favorável do Ministério Público, deferiu a quebra de sigilo bancário e 
fiscal dos investi gados, tendo sido identificado um depósito de dinheiro em espécie na conta de Antônio, 
efetuado naquele mesmo ano, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). O monitoramento telefônico foi 
mantido pelo período de quinze dias, após o que foi deferida medida de busca e apreensão nos endereços de 
Maria e Antônio. 
 
 A decisão foi proferida nos seguintes termos: “diante da gravidade dos fatos e da real possibilidade 
de serem encontrados objetos relevantes para investigação, defiro requerimento de busca e apreensão nos 
endereços de Maria (Rua dos Casais, 213) e de Antonio (Rua Castro, 170, apartamento 201)”. No endereço 
de Maria Campos, foi encontrada apenas uma relação de nomes que, na visão da autoridade policial, seriam 
clientes que teriam requerido a expedição de passaportes com os nomes de crianças que teriam viajado 
para o exterior. No endereço indicado no mandado de Antônio Lopes, nada foi encontrado. Entretanto, os 
policiais que cumpriram a ordem judicial perceberam que o apartamento 202 do mesmo prédio também 
pertencia ao investi gado, motivo pelo qual nele ingressaram, encontrando e apreendendo a quantia de 
cinquenta mil dólares em espécie. Nenhuma outra diligência foi realizada. Relatado o inquérito policial, os 
autos foram remeti dos ao Ministério Público, que ofereceu a denúncia nos seguintes termos: “o Ministério 
Público vem oferecer denúncia contra Maria Campos e Antônio Lopes, pelos fatos a seguir descritos: Mar 
Campos, com o auxílio do agente da polícia federal Antônio Lopes, expediu diversos passaportes para crian-
ças e adolescentes, sem observância das formalidades legais. Maria tinha a finalidade de viabilizar a saída 
dos menores do país. A partir da quantia de dinheiro apreendida na casa de Antônio Lopes, bem como o 
depósito identificado em sua conta bancária, evidente que ele recebia vantagem indevida para efetuar a 
liberação dos passaportes. Assim agindo, a denunciada Maria Campos está incursa nas penas do artigo 239, 
parágrafo único, da Lei n. 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), e nas penas do artigo 333, pa-
rágrafo único, c/c o artigo 69, ambos do Código Penal. Já o denunciado Antônio Lopes está incurso nas pe-
nas do artigo 239, parágrafo único, da Lei n. 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e nas penas 
do artigo 317, § 1º, c/c artigo 69, ambos do Código Penal”. O juiz da 15ª Vara Criminal de Porto Alegre, RS, 
recebeu a denúncia, nos seguintes termos: “compulsando os autos, verifico que há prova indiciária suficien-
te da ocorrência dos fatos descritos na denúncia e do envolvimento dos denunciados. Há justa causa para a 
ação penal, pelo que recebo a denúncia. Citem-se os réus, na forma da lei”. 
 
 Antonio foi citado pessoalmente em 27.10.2010 (quarta-feira) e o respectivo mandado foi acostado 
aos autos dia 01.11.2010 (segunda-feira). Antonio contratou você como Advogado, repassando-lhe nomes 
de pessoas (Carlos de Tal, residente na Rua 1, n. 10, nesta capital; João de Tal, residente na Rua 4, n. 310, 
nesta capital; Roberta de Tal, residente na Rua 4, n. 310, nesta capital) que prestariam relevantes informa-
ções para corroborar com suaversão. 
 
Nessa condição, redija a peça processual cabível desenvolvendo TODAS AS TESES DEFEN-
SIVAS que podem ser extraídas do enunciado com indicação de respectivos dispositivos legais. 
Apresente a peça no último dia do prazo. 
 
 
 
MEMORIAIS 
(ALEGAÇÕES ESCRITAS) 
 
 
§ Artigos relevantes para leitura: 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas 
alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, 
prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. 
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será indivi-
dual. 
§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 
(dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. 
§ 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder 
às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nes-
se caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. 
 
§ Modelo de Peça Profissional 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da comarca de __ (juízo competente) 
 
Autos nº ___ (por já estar o processo em tramitação, deve ser feita referência à sua numeração) 
 
(Espaço de 5 linhas) 
 
CLIENTE, qualificação (ou já qualificado nos autos da ação em epígrafe), vem, por conduto de seu advoga-
do, oferecer ALEGAÇÕES FINAIS em forma de memoriais, no prazo de cinco dias, de acordo com o art. 403 
§3º do Código Penal 
OBS: pode-se iniciar a peça com a narrativa dos fatos ou com nulidades (arts. 563 e seguintes do CPP). 
Dependerá da questão. 
1. Dos Fatos 
2. Dos Direitos 
Expor os fundamentos legais na ordem de importância. Exemplo: primeiro uma excludente de ilicitude, que 
exclui o crime; em seguida, a presença de uma causa de aumento. 
Utiliza-se sempre o princípio da eventualidade. 
3. Dos pedidos 
 
Diante de tudo quanto exposto, requer-se: (pode ser feito pedido em tópicos) 
I. reconhecimento da nulidade apontada, vício insanável que torna os autos nulos desde ... 
II. reconhecimento da causa excludente da tipicidade/ilicitude (depende da questão; sempre pedir a 
absolvição primeiro, pois é mais benéfico ao réu) 
III. aplicação da pena no mínimo legal, por conta da presença de ... 
 
Local, data. 
Advogado 
OAB ___ 
 
 
§ Questões 
 
PEÇA 01. (OAB/BA 2009.2 – CESPE) 
 
José de Tal, brasileiro, divorciado, primário e portador de bons antecedentes, ajudante de pedreiro, 
nascido em Juazeiro – BA, em 7/9/1938, residente e domiciliado em Planaltina – DF, foi denunciado pelo 
Ministério Público como incurso nas penas previstas no art. 244, caput, c/c art. 61, inciso II, "e", ambos do 
Código Penal. Na exordial acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes ter-
mos: 
 
Desde janeiro de 2005 até, pelo menos, 4/4/2008, em Planaltina – DF, o denunciado José de Tal, li-
vre e conscientemente, deixou, em diversas ocasiões e por períodos prolongados, sem justa causa, de pro-
ver a subsistência de seu filho Jorge de Tal, menor de 18 anos, não lhe proporcionando os recursos necessá-
rios para sua subsistência e faltando ao pagamento de pensão alimentícia fixada nos autos n.º 001/2005 – 
5.ª Vara de Família de Planaltina – DF (ação de alimentos) e executada nos autos do processo n.º 002/2006 
do mesmo juízo. Arrola como testemunha Maria de Tal, genitora e representante legal da vítima. 
 
A denúncia foi recebida em 3/11/2008, tendo o réu sido citado e apresentado, no prazo legal, de 
próprio punho — visto que não tinha condições de contratar advogado sem prejuízo de seu sustento próprio 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
e do de sua família — resposta à acusação, arrolando as testemunhas Margarida e Clodoaldo. A audiência de 
instrução e julgamento foi designada e José compareceu desacompanhado de advogado. Na oportunidade, o 
juiz não nomeou defensor ao réu, aduzindo que o Ministério Público estaria presente e que isso seria sufici-
ente. No curso da instrução criminal, presidida pelo juiz de direito da 9.ª Vara Criminal de Planaltina – DF, 
Maria de Tal confirmou que José atrasava o pagamento da pensão alimentícia, mas que sempre efetuava o 
depósito parcelado dos valores devidos. Disse que estava aborrecida porque José constituíra nova família e, 
atualmente, morava com outra mulher, desempregada, e seus 6 outros filhos menores de idade. As teste-
munhas Margarida e Clodoaldo, conhecidos de José há mais de 30 anos, afirmaram que ele é ajudante de 
pedreiro e ganha 1 salário mínimo por mês, quantia que é utilizada para manter seus outros filhos menores 
e sua mulher, desempregada, e para pagar pensão alimentícia a Jorge, filho que teve com Maria de Tal. 
Disseram, ainda, que, todas as vezes que conversam com José, ele sempre diz que está tentando encontrar 
mais um emprego, pois não consegue sustentar a si próprio nem a seus filhos, bem como que está atrasan-
do os pagamentos da pensão alimentícia, o que o preocupa muito, visto que deseja contribuir com a subsis-
tência, também, desse filho, mas não consegue. Informaram que José sofre de problemas cardíacos e gasta 
boa parte de seu salário na compra de remédios indispensáveis à sua sobrevivência. Após a oitiva das tes-
temunhas, José disse que gostaria de ser ouvido para contar sua versão dos fatos, mas o juiz recusou-se a 
interrogá-lo, sob o argumento de que as provas produzidas eram suficientes ao julgamento da causa. Na 
fase processual prevista no art. 402 do Código de Processo Penal, as partes nada requereram. Em manifes-
tação escrita, o Ministério Público pugnou pela condenação do réu nos exatos termos da denúncia, tendo o 
réu, então, constituído advogado, o qual foi intimado, em 15/6/2009, segunda-feira, para apresentação da 
peça processual cabível. 
 
Considerando a situação hipotética acima apresentada, redija, na qualidade de advoga-
do(a) constituído(a) por José, a peça processual pertinente, privativa de advogado, adequada à 
defesa de seu cliente. Em seu texto, não crie fatos novos, inclua a fundamentação que embase 
seu(s) pedido(s) e explore as teses jurídicas cabíveis, endereçando o documento à autoridade 
competente e datando-o no último dia do prazo para protocolo. 
 
PEÇA 02. (OAB/BA 2010.1 – CESPE) 
 
Leila, de quatorze anos de idade, inconformada com o fato de ter engravidado de seu namorado, 
Joel, de vinte e oito anos de idade, resolveu procurar sua amiga Fátima, de vinte anos de idade, para que 
esta lhe provocasse um aborto. Utilizando seus conhecimentos de estudante de enfermagem, Fátima fez que 
Leila ingerisse um remédio para úlcera. Após alguns dias, na véspera da comemoração da entrada do ano 
de 2005, Leila abortou e disse ao namorado que havia menstruado, alegando que não estivera, de fato, 
grávida. Desconfiado, Joel vasculhou as gavetas da namorada e encontrou, além de um envelope com o 
resultado positivo do exame de gravidez de Leila, o frasco de remédio para úlcera embrulhado em um papel 
com um bilhete de Fátima a Leila, no qual ela prescrevia as doses do remédio. Munido do resultado do exa-
me e do bilhete escrito por Fátima, Joel narrou o fato à autoridade policial, razão pela qual Fátima foi indici-
ada por aborto. 
 
Tanto na delegacia quanto em juízo, Fátima negou a prática do aborto, tendo confirmado que forne-
cera o remédio a Leila, acreditando que a amiga sofria de úlcera. Leila foi encaminhada para perícia no Insti-
tuto Médico Legal de São Paulo, onde se confirmou a existência de resquícios de saco gestacional, compatí-
vel com gravidez, mas sem elementos suficientes para a confirmaçãode aborto espontâneo ou provocado. 
 
Leila não foi ouvida durante o inquérito policial porque, após o exame, mudou-se para Brasília e, 
apesar dos esforços da autoridade policial, não foi localizada. Em 30/1/2010, Fátima foi denunciada pela 
prática de aborto. Regularmente processada a ação penal, o juiz, no momento dos debates orais da audiên-
cia de instrução, permitiu, com a anuência das partes, a manifestação por escrito, no prazo sucessivo de 
cinco dias. A acusação sustentou a comprovação da autoria, tanto pelo depoimento de Joel na fase policial e 
ratificação em juízo, quanto pela confirmação da ré de que teria fornecido remédio abortivo. Sustentou, 
ainda, a materialidade do fato, por meio do exame de laboratório e da conclusão da perícia pela existência 
da gravidez. A defesa teve vista dos autos em 12/7/2010. 
 
Em face dessa situação hipotética, na condição de advogado(a) constituído(a) por Fátima, 
redija a peça processual adequada à defesa de sua cliente, alegando toda a matéria de direito 
processual e material aplicável ao caso. Date o documento no último dia do prazo 
para protocolo. 
 
 
 
HABEAS CORPUS – HC 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
§ Artigos relevantes para leitura: 
 
Art. 648 CPP. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de 
outrem, bem como pelo Ministério Público. 
§ 1o A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem 
exercer a violência, coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, 
as razões em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder 
escrever, e a designação das respectivas residências. 
§ 2o Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas cor-
pus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de so-
frer coação ilegal. 
 
§ Modelo de petição 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado __ (A COMPE-
TÊNCIA DEPENDERÁ DA AUTORIDADE COATORA) 
 
 Advogado, regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o número ... , com fun-
damento no art. 5º, LXVIII, da Constituição da República e artigos. 647 e seguintes do Código de Processo 
Penal, vem impetrar ordem de HABEAS CORPUS em favor de CLIENTE, (qualificação), em função de ato 
praticado pelo Juízo de primeiro grau, ora denominado autoridade coatora, por ter este... explicar a coação 
ilegal. 
1. dos fatos 
Sempre atentar para dados fornecidos na questão. Indicar em que consiste a coação ilegal. 
2. do direito 
Fundamento legal do HC será o art. 648 do CPP, indicando o (s) inciso (s) 
3. dos pedidos 
Diante da patente ilegalidade, com base nos arts. 5º, LXVIII, CF e 648 ___ (indicar inciso) do Código de 
Processo Penal, requer o impetrante que, seja concedida em favor do paciente ordem de HABEAS COR-
PUS, com a ____ (expedição de alvará de soltura, trancamento da ação ou IP, expedição de salvo condu-
to) 
 
Local, data. 
Advogado 
OAB nº ___ 
 
 
§ Questões 
 
PEÇA 01. (OAB/SP 133º 2007) 
 
Maria, saindo de uma escola, em horário noturno, no dia 25 de agosto de 2007, dirigia-se a sua ca-
sa quando foi agarrada por Mário, que a levou para um matagal e, com uma faca, obrigou-a a ter com ele 
conjunção carnal. Após, a vítima foi até a sua casa e contou para os seus pais o que havia sucedido. Estes 
entraram em contato com a polícia, que se dirigiu ao local do fato e, nas proximidades, depois de cerca de 
quatro horas de sua ocorrência, encontraram uma pessoa com as características semelhantes às descritas 
pela vítima e com uma faca. Foi elaborado auto de prisão em flagrante. A vítima, ao ser ouvida, disse que a 
pessoa presa era muito parecida com a que a atacou, mas, como era noite, não tinha certeza. Afirmou ainda 
que ela e seus pais preferiam que aquela pessoa não fosse processada, pois temiam que pudesse ser nova-
mente atacada. Foram ouvidos os policiais que confirmaram a prisão. Mário preferiu o silêncio, asseverando 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
que somente prestaria declarações em juízo. Encaminhado o auto de prisão em flagrante ao Ministério Públi-
co, este, no dia 3 de setembro de 2007, ofereceu denúncia contra Mário pela prática do crime de estupro 
(art. 213, caput, do CP). O Juiz recebeu a denúncia. Promotor e Juiz entenderam que a prisão era regular. 
 
QUESTÃO: Como Advogado de Mário, apresente a peça mais adequada para defendê-lo, 
com todos os argumentos e pedidos cabíveis. 
 
 
 
RELAXAMENTO DE PRISÃO 
 
§ Questões 
 
PEÇA 01. (OAB/NE 2006.3) 
 
Maria José, indiciada por tráfico de drogas, apontou, em seu interrogatório extrajudicial, realizado 
em 3/11/2006, Thiago, seu ex-namorado, brasileiro, solteiro, bancário, residente na Rua Machado de Assis, 
n.º 167, no Rio de Janeiro/RJ, como a pessoa que lhe fornecia entorpecentes. 
 
No dia 4/11/2006, cientes da assertiva de Maria José, policiais foram ao local em que Thiago traba-
lhava e o prenderam, por suposta prática do crime de tráfico de drogas. Nessa oportunidade, não foi encon-
trado com Thiago qualquer objeto ou substância que o ligasse ao tráfico de entorpecentes, mas a autoridade 
policial entendeu que, na hipótese, haveria flagrante impróprio, ou quase-flagrante, porquanto se tratava de 
crime permanente. Apresentado à autoridade competente, Thiago afirmou que nunca teve qualquer envol-
vimento com drogas e muito menos passagem pela polícia. Disse, ainda, que sempre trabalhou em toda a 
sua vida, apresentou a sua carteira de trabalho e declarou possuir residência fixa. Mesmo assim, lavrou-se o 
auto de prisão em flagrante, sendo dada a Thiago a nota de culpa, e, em seguida, fizeram-se as comunica-
ções de praxe. 
 
Com base na situação hipotética descrita acima, e considerando que Thiago está sob cus-
tódia decorrente de prisão em flagrante, redija a peça processual, privativa de advogado, perti-
nente à defesa de Thiago. 
 
PEÇA 02. (OAB/SP 136º 2008) 
 
Pedro Paulo e Marconi estavam sendo investigados pela autoridade policial de distrito policial da 
comarca de São Paulo em razão da prática do delito de tentativa de furto qualificado pelo concurso de pes-
soas, ocorrido no dia 9/6/2008, por volta das 22h. O inquérito policial foi autuado e tramitava perante a 2.a 
vara criminal da capital. Ao registrar ocorrência policial, a vítima, Maria Helena, narrou ter visto dois indiví-
duos de estatura mediana, com cabelos escuros e utilizando bonés, no estacionamento do shopping Iguate-
mi, tentando subtrair o veículo Corsa/GM, de cor verde, placa IFU 6643/SP, que lhe pertencia. Disse, ainda, 
que eles só não alcançaram êxito na empreitada criminosa por motivos alheios às suas vontades, visto que 
foram impedidos de concluí-la pelos policiais militares que estavam em patrulhamento na região. No dia 
30/6/2008, Pedro Paulo foi convidado para que se fizesse presente naquela delegacia de polícia e assim o 
fez, imediata e espontaneamente, a fim de se submeter a reconhecimento formal. Na ocasião, negou a au-
toria do delito, relatando que, no horário do crime, estava em casa, dormindo. A vítima Maria Helena,e a 
testemunha Agnes, que, no dia do crime, iria pegar uma carona com a vítima não reconheceram, inicial-
mente, Pedro Paulo como autor do delito. Em seguida, Pedro Paulo foi posto em uma sala, junto com Mar-
coni, para reconhecimento, havendo insistência, por parte dos policiais, para que a vítima confirmasse que 
os indiciados eram os autores do crime. Então, a vítima assinou o auto de reconhecimento, declarando que 
Pedro Paulo era a pessoa que, no dia 9/6/2008, havia tentado furtar o seu veículo, conforme orientação dos 
agentes de polícia. Diante disso, o delegado autuou Pedro Paulo em flagrante delito e recolheu-o à prisão. 
Foi entregue a Pedro Paulo a nota de culpa, e, em seguida, foram feitas as comunicações de praxe. Pedro 
Paulo não é primário, porém possui residência e emprego fixos. 
 
Considerando a situação hipotética apresentada, redija, em favor de Pedro Paulo, a peça 
jurídica, diversa de habeas corpus, cabível à espécie. 
 
 
PEÇA 3. (OAB/BA VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO - FGV) 
 
 
No dia 10 de março de 2011, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves pe-
gou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade rural. Após 
percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves foi surpreendido por uma 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo foragido do presídio da localidade. 
Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunida-
de em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho 
de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligra-
ma por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia 
Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 
9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão 
em Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares. 
Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter permanecido 
encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob protestos de que não con-
seguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo competente, tampouco à Defensoria 
Pública. 
Com base SOMENTE nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo 
caso concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de 
advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais ilegalida-
des praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito pertinente 
ao caso. 
 
 
GABARITO COMENTADO OFICIAL – SEGUNDO A FVG 
 
O examinando deverá redigir uma petição de relaxamento de prisão, fundamentado no art. 5º, LXV, 
da CRFB/88, ou art. 310, I, do CPP (embora os fatos narrados na questão sejam anteriores à vigên-
cia da Lei 12.403/11, a Banca atribuirá a pontuação relativa ao item também ao examinando que 
indicar o art. 310, I, do CPP como dispositivo legal ensejador ao pedido de relaxamento de prisão. 
Isso porque estará demonstrada a atualização jurídica acerca do tema), a ser endereçada ao Juiz de 
Direito da Vara Criminal. 
Na petição, deverá argumentar que: 
1. O auto de prisão em flagrante é nulo por violação ao direito à não autoincriminação compulsória 
(princípio do nemo tenetur se detegere) , previsto no art. 5º, LXIII, da CRFB/88 ou art. 8º, 2, “g” do 
Decreto 678/92. 
2. A prova é ilícita em razão da colheita forçada do exame de teor alcoólico, por força do art. 5º, 
LVI, da CRFB/88 ou art. 157 do CPP. 
3. O auto de prisão em flagrante é nulo pela violação à exigência de comunicação da medida à Auto-
ridade Judiciária, ao Ministério Público e à Defensoria Pública dentro de 24 horas, nos termos do art. 
306, §1º, do CPP ou art. 5º, LXII, da CRFB/88, ou art. 6º, inciso V, c/c. artigo 185, ambos do CPP 
(a banca também convencionou aceitar como fundamento o artigo 306, caput, do CPP, consideran-
do-se a legislação da época dos fatos). 
4. O auto de prisão é nulo por violação ao direito à comunicação entre o preso e o advogado, bem 
com familiares, nos termos do art. 5º, LXIII, da CRFB ou art. 7º, III, do Estatuto da Ordem dos 
Advogados do Brasil ou art. 8º, 2, “d” do Decreto 678/92; 
Ao final, o examinando deverá formular pedido de relaxamento de prisão em razão da nulidade do 
auto de prisão em flagrante, com a consequente expedição de alvará de soltura.. 
 
 
 
REVOGAÇÃO DE PRISÃO TEMPORÁRIA 
 
 
§ Questões 
 
PEÇA 01. (OAB/SP 127º 2005) 
 
O Delegado de Polícia representou ao Juiz de Direito a fim de que fosse decretada a prisão temporá-
ria de João, alegando que ele estava sendo investigado por crimes de estelionato e furto e se tratava de 
pessoa sem residência fixa, sendo a sua prisão imprescindível para as investigações. O juiz, após ouvir o 
Ministério Público, decretou a prisão temporária por 5 (cinco) dias, autorizando, desde logo, a prorrogação 
da prisão por mais 5 (cinco) dias, se persistissem os motivos que levaram à sua decretação. Foi expedido 
mandado de prisão. Sem ser preso, João soube da decisão e procurou um advogado para defendê-lo. 
 
QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa. 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
 
REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA 
 
 
§ Questões 
 
PEÇA 1. (OAB/SP 137º 2008) 
 
Foi instaurado contra Mariano, brasileiro, solteiro, nascido em 23/1/1960, em Pra-
do/CE,comerciante, residente na rua Monsenhor Andrade, n.º 12, Itaim, São Paulo/SP, inquérito policial a 
fim de apurar a prática do delito de fabricação de moeda falsa. Intimado a comparecer à delegacia, Mariano, 
acompanhado de advogado, confessou o crime, inclusive, indicando o local onde falsificava as moedas. Ale-
gou, porém, que não as havia colocado em circulação. As testemunhas foram ouvidas e declararam que não 
sofreram qualquer ameaça da parte do indiciado. O delegado relatou o inquérito e requisitou a decretação 
da prisão preventiva de Mariano, fundamentando o pedido na garantia da instrução criminal. Foi oferecida 
denúncia contra o acusado pelo crime de fabricação de moeda falsa. O juiz competente para julgamento do 
feito decretou a custódia cautelar do réu, a fim de garantir a instrução criminal. 
 
Em face dessa situação hipotética e considerando que as cédulas falsificadas eram quase 
idênticas às cédulas autênticas e, ainda, que Mariano é residente na cidade de São Paulo há mais 
de 20 anos, não tem antecedentes criminais e possui ocupação lícita, redija, em favor do réu, 
peça privativa de advogado e diversa de habeas corpus, para tentar reverter a decisão judicial. 
 
 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA 
 
 
§ Questões 
 
PEÇA 1. (OAB/BA 2003.2) 
 
Mélvio e Tício, o primeiro desocupado e o segundo operário (carteira assinada pela Metalúrgica 
M&M), ambos primários e com 25 anos de idade, residentes fixamente com seus genitores, decidem assal-
tar, em comum acordo, a Agência “X” da Caixa Econômica Federal sita na Av. “Y”, n.o 13, na Capital de 
nosso Estado. Assim, após algumas reuniões, projetaram a maneira com que iriam atuar. Na manhã do dia 
20 de agosto deste ano de 2003, investem no interior da referida agência bancária (cujo dispositivo eletrô-
nico – detector de armas ou objetos similares – estava em reparo), portando, cada qual, dois revólveres. 
Mélvio, sorrateiramente, rende o único vigilante que havia no local, desarmando-o,enquanto Tício bradava 
a todos os presentes que entregassem seus objetos pessoais (relógios, carteiras, bolsas, celulares, dinhei-
ro...), tendo se dirigido aos caixas, ainda com arma em punho, exigindo o recolhimento do dinheiro existen-
te. Numa ação rápida, sem que fosse preciso disparar as suas armas, ambos deixaram o local em desabala-
da corrida, cabendo a Tício a condução dos objetos subtraídos. Na saída, depararam-se com uma patrulha 
policial que transitava na artéria pública e que passou a persegui-los, diante da suspeitíssima conduta (am-
bos tentavam camuflar as armas nas próprias vestes). Tício disparou contra a viatura, na tentativa de obs-
tacular a ação policial. Os três policiais militares ocupantes do citado veículo revidaram aos tiros, atingindo 
Tício na perna direita, que tombou metros depois. Mélvio conseguiu evadir-se. Preso em flagrante com a 
arma (com três cartuchos deflagrados) e os objetos da subtração, Tício foi conduzido à Delegacia Especiali-
zada de Furtos e Roubos, onde foi lavrado o Auto de Prisão em Flagrante. O referido auto foi remetido ao 
Poder Judiciário competente na tarde daquele mesmo dia, tendo a autoridade policial indiciado Tício nas 
tenazes do artigo 157, parágrafo 2.º, incisos I e II do Código Penal Brasileiro, relatando, ainda, que a peri-
culosidade e a ousadia do indiciado são reveladas de modo induvidoso, por presentes a grave ameaça e a 
intensidade da violência, além dele, apesar de primário, já responder a outros 02 inquéritos policiais, inau-
gurados por Portaria desta mesma Especializada, por delito contra o patrimônio ainda não capitulado e a um 
processo criminal em trâmite perante a 4ª. Vara Criminal desta Comarca, no qual já fora denunciado pelo 
Representante do Ministério Público como incurso em crime tipificado no artigo 155, caput, do Código Penal 
Brasileiro. 
 
Considerando que os dados acerca dos antecedentes de Tício, pesquisados pela autorida-
de policial, correspondem à realidade e que o inquérito policial ainda não sofrera qualquer distri-
buição em juízo, na qualidade de advogado(a) constituído(a) por Tício, adote a providência jurí-
dica adequada ao fato e que seja diversa da impetração de Hábeas Corpus. É terminantemente 
vedada a criação de fatos não expressos no enunciado da questão. 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - RESE 
 
 
§ Artigos relevantes para leitura: 
 
art. 581 CPP 
I - que não receber a denúncia ou a queixa; 
II - que concluir pela incompetência do juízo; 
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; 
IV - que pronunciar o réu; 
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento 
de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em fla-
grante; 
VI - revogado 
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; 
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; 
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da 
punibilidade; 
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; 
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; 
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; 
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; 
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; 
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; 
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; 
XVII - que decidir sobre a unificação de penas; 
XVIII - que decidir o incidente de falsidade; 
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; 
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; 
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do Art. 774; 
XXII - que revogar a medida de segurança; 
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a re-
vogação; 
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples. 
 
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o es-
crivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em 
seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo. 
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do defensor. 
 
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, 
dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso 
com os traslados que lhe parecerem necessários. 
 Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples pe-
tição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz mo-
dificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos pró-
prios autos ou em traslado. 
 
§ Modelo de petição 
Excelentíssimo Senhor Doutor Senhor Juiz de Direito da … Vara do Crime da comarca de … 
 
(Espaço de 5 linhas) 
 
Processo nº.__ (por já estar o processo em tramitação, deve ser feita referência à sua numeração) 
 
CLIENTE, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, por conduto de seu advogado infrafirma-
do, irresignado com a decisão _________ (ESPECIFICAR A DECISÃO), tempestivamente, com base no art. 
581 inciso ___ do CPP, interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. 
Nesta oportunidade, requer que Vossa Excelência se digne a reformar a decisão guerreada, ou ordene a 
remessa dos autos para o Egrégio Tribunal de Justiça, para o devido processamento, conhecimento e pro-
vimento, juntamente com as razões que lhe dão suporte. 
Nestes termos. 
Pede deferimento. 
Local, data. 
Advogado, OAB n. 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
 
(Espaço de três linhas) 
 
Autos nº ... 
Recorrente: 
Recorrido: Justiça Pública 
Razões de Recurso em Sentido Estrito 
Meritíssimo Juiz 
Egrégio Tribunal de Justiça 
Colenda Turma 
Douta Procuradoria de Justiça 
 
1. Dos fatos 
Explicar o motivo do recurso. Exemplo: Luiz foi denunciado por homicídio doloso na modalidade de dolo 
eventual, sob a alegação de que ele, por não ter carteira de habilitação, assumiu o risco de atropelar e 
matar alguém. 
2. Dos direitos 
Explicar os fundamentos legais. No exemplo, diferenciar dolo e culpa. 
3. Dos Pedidos 
Ante o exposto, requer-se o provimento deste recurso, por exemplo: desclassificando-se este delito para o 
homicídio culposo, remetendo-se os autos à Vara criminal competente. 
 
Local, data. 
Advogado, 
OAB n. 
 
 
§ Questões 
 
PEÇA 1. (OAB/SP 127º_2005) 
 
João, em 5.1.2005, foi denunciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado: por motivo fútil 
(discussão anterior por dívida de jogo) e por uso de recurso que impossibilitou a defesa (a surpresa com que 
agiu). Procurado para ser citado, João não foi encontrado, realizando-se a sua citação por edital e sendo 
declarada a sua revelia. Foi-lhe nomeado Defensor Dativo, que apresentou a defesa prévia. Durante a ins-
trução foram ouvidas duas testemunhas. A primeira, arrolada pela acusação, afirmou ter visto quando João, 
por ela reconhecido fotograficamente na audiência, surgiu de repente e logo desferiu disparos em direção à 
vitima Antonio, causando-lhe a morte, tendo sabido pela esposa da vítima que o motivo era discussão ante-
rior em virtude de dívida. A segunda testemunha, arrolada pela defesa, afirmou que conhecia João há muito 
tempo, sabendo que, na data do fato, ele não estava no Brasil e, por isso, não podia ser o autor dos dispa-
ros. Oferecidas as alegações pelas partes, João foi pronunciado por homicídio duplamente qualificado, nos 
termos da denúncia, sob o fundamento de que o depoimentoda testemunha da acusação, por ser ela pre-
sencial, merece crédito, além do que, em caso de dúvida, deve o acusado ser pronunciado, já que, nessa 
fase processual, vigora o princípio in dubio pro societate. João, intimado da decisão no dia 15.09.95, no 
mesmo dia deu ciência ao seu advogado. 
 
QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa. 
 
PEÇA 2. (OAB/SP 137º - 2008) 
 
Cristiano foi denunciado pela prática do crime previsto no art. 121, § 2.º, incisos III e IV, do Código 
Penal, nos seguintes termos: No dia 8/5/2008, no período compreendido entre 19 h e 19 h 30 min, nas 
proximidades da rua Paulo Chaves, casa 32, no bairro Aricanduva, São Paulo/SP, o denunciado, Cristiano, 
brasileiro, solteiro, ajudante de pintor, residente na rua Paulo Chaves, casa 32, no bairro Aricanduva, São 
Paulo/SP, imbuído de inequívoco animus necandi, utilizando-se de um facão, golpeou João cinco vezes, cau-
sando-lhe a lesão descrita no laudo de exame de corpo de delito, a qual foi a causa eficiente de sua morte. 
O delito foi cometido mediante meio cruel, causando intenso e desnecessário sofrimento à vitima. O crime 
foi, ainda, praticado de surpresa, recurso que dificultou a defesa da vítima. A denúncia foi recebida, em 
20/8/2008, pelo juiz da primeira vara do júri da capital, que ordenou a citação do acusado para responder à 
acusação, por escrito, no prazo de 10 dias. Na resposta, o acusado alegou que havia agido para se defen-
der, juntou comprovante de residência e sua folha penal bem como arrolou uma testemunha, qualificando-a 
e requerendo sua intimação. O Ministério Público não se opôs à juntada dos documentos e, no dia e hora 
marcados, procedeu-se à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem. A 
acusação arrolou Pedro, que informou que conhecia Cristiano havia 5 anos e que o acusado tinha o hábito 
de beber, comumente se embriagando e causando confusão nos bares da cidade. A defesa arrolou Francis-
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
co, irmão do réu e único a presenciar o fato, o qual foi ouvido com a concordância da acusação e sem o 
compromisso legal, tendo afirmado em juízo: que presenciou o fato ocorrido no dia 8/5/2008, aproximada-
mente às 19 h, no interior da casa; que avisou Cristiano de que havia uma pessoa subtraindo madeira e 
telhas de sua residência. Diante disso, Cristiano dirigiu-se ao local onde o larápio estava. Chegando lá, Cris-
tiano, de posse de um facão, mandou que o ladrão parasse com o que estava fazendo, tendo o ladrão o 
desafiado e, de posse de um pé-de-cabra, caminhado em sua direção. Imediatamente, Cristiano tentou 
desferir alguns golpes no ladrão, que, ao ser atingido, tombou ao solo. Por fim, Cristiano, ao ser interrogado 
em juízo, disse que a acusação não era verdadeira, porque havia atuado para se defender da iminente a-
gressão por parte da vítima. Disse, ainda, que, apesar de ter tentado desferir cinco golpes na vítima, so-
mente a atingiu no quinto golpe, momento em que a vítima caiu. Ressalta-se que o laudo cadavérico indicou 
a existência de apenas uma lesão no corpo da vítima, na altura do peito, e apontou como causa mortis he-
morragia no pulmão, em consequência de ação perfurocortante. Apresentadas as alegações finais orais, o 
juiz entendeu que o feito havia tramitado regularmente, sem nulidades. Outrossim, entendeu haver indícios 
de autoria e estar configurada a materialidade do crime, comprovada por meio do laudo de exame de corpo 
de delito (cadavérico), bem como pelos depoimentos colhidos no curso da instrução, e pronunciou o acusa-
do, na própria audiência, pelo crime previsto no art. 121, § 2.º, incisos III e IV, do Código Penal, a fim de 
que fosse submetido a julgamento pelo júri popular. Por fim, determinou o magistrado que o réu deveria 
permanecer em liberdade, já que esteve solto durante toda a instrução, haja vista a ausência dos requisitos 
para a prisão preventiva, além de ser primário e possuir bons antecedentes. 
 
Considerando a situação hipotética apresentada, redija, em favor de Cristiano, a peça pro-
fissional, diversa de habeas corpus, cabível à espécie. 
 
PEÇA 3. (OAB/SP 138º - 2009) 
 
Agnaldo, que reside com sua esposa, Ângela, e seus dois filhos na cidade de Porto Alegre/RS, pre-
tendendo fazer uma reforma na casa onde mora com a família, dirigiu-se a uma loja de material de constru-
ção para verificar as opções de crédito existentes. Entre as opções que o vendedor da loja apresentou, a 
mais adequada ao seu orçamento familiar era a emissão de cheques pré-datados como garantia da dívida. 
 
Como não possui conta-corrente em agência bancária, Agnaldo pediu a seu cunhado e vizinho, Fir-
mino, que lhe emprestasse seis cheques para a aquisição do referido material, pedido prontamente atendi-
do. Com o empréstimo, retornou ao estabelecimento comercial e realizou a compra, deixando como garantia 
da dívida os seis cheques assinados pelo cunhado. 
 
Dias depois, Firmino, que tivera seu talonário de cheques furtado, sustou todos os cheques que ha-
via emitido, entre eles, os emprestados a Agnaldo. Diante da sustação, o empresário, na delegacia de polícia 
mais próxima, alegou que havia sido fraudado em uma transação comercial, uma vez que Firmino frustrara 
o pagamento dos cheques pré-datados. 
 
Diante das alegações, o delegado de polícia instaurou inquérito policial para apurar o caso, indician-
do Firmino, por entender que havia indícios de ele ter cometido o crime previsto no inciso VI do § 2.º do art. 
171 do Código Penal. Inconformado, Firmino impetrou habeas corpus perante a 1.ª Vara Criminal da Comar-
ca de Porto Alegre, tendo o juiz denegado a ordem. 
 
Considerando essa situação hipotética, na condição de advogado (a) contratado(a) por 
Firmino, interponha a peça judicial cabível, privativa de advogado, em favor de seu cliente. 
 
PEÇA 4. (OAB/BA 2010.3 - FGV) 
 
No dia 17 de junho de 2010, uma criança recém-nascida é vista boiando em um córrego e, ao ser 
resgatada, não possuía mais vida. Helena, a mãe da criança, foi localizada e negou que houvesse jogado a 
vítima no córrego. Sua filha teria sido, segundo ela, sequestrada por um desconhecido. Durante a fase de 
inquérito, testemunhas afirmaram que a mãe apresentava quadro de profunda depressão no momento e 
logo após o parto. Além disso, foi realizado exame médico legal, o qual constatou que Helena, quando do 
fato, estava sob influência de estado puerperal. À míngua de provas que confirmassem a autoria, mas des-
confiado de que a mãe da criança pudesse estar envolvida no fato, a autoridade policial representou pela 
decretação de interceptação telefônica da linha de telefone móvel usado pela mãe, medida que foi decretada 
pelo juiz competente. A prova constatou que a mãe efetivamente praticara o fato, pois, em conversa telefô-
nica com uma conhecida, de nome Lia, ela afirmara ter atirado a criança ao córrego, por desespero, mas 
que estava arrependida. O delegado intimou Lia para ser ouvida, tendo ela confirmado, em sede policial, 
que Helena de fato havia atirado a criança, logo após o parto, no córrego. Em razão das aludidas provas, a 
mãe da criança foi então denunciada pela prática do crime descrito no art. 123 do Código Penal perante a 1ª 
Vara Criminal (Tribunal do Júri). Durante a ação penal, é juntado aos autos o laudo de necropsia realizada 
no corpo da criança. A prova técnica concluiu que a criança já nascera morta. Na audiência de instrução, 
realizada no dia 12 de agosto de 2010, Lia é novamente inquirida, ocasião em que confirmou ter a denunci-
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
ada, em conversa telefônica, admitido ter jogado o corpo da criança no córrego. A mesma testemunha, no 
entanto, trouxe nova informação, que não mencionaraquando ouvida na fase inquisitorial. Disse que, em 
outras conversas que tivera com a mãe da criança, Helena contara que tomara substância abortiva, pois não 
poderia, de jeito nenhum, criar o filho. Interrogada, a denunciada negou todos os fatos. Finda a instrução, o 
Ministério Público manifestou-se pela pronúncia, nos termos da denúncia, e a defesa, pela impronúncia, com 
base no interrogatório da acusada, que negara todos os fatos. O magistrado, na mesma audiência, prolatou 
sentença de pronúncia, não nos termos da denúncia, e sim pela prática do crime descrito no art. 124 do 
Código Penal, punido menos severamente do que aquele previsto no art. 123 do mesmo código, intimando 
as partes no referido ato. 
 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo ca-
so concreto acima, na condição de advogado(a) de Helena, redija a peça cabível à impugnação da 
mencionada decisão, acompanhada das razões pertinentes, as quais devem apontar os argumen-
tos para o provimento do recurso, mesmo que em caráter sucessivo. 
 
 
APELAÇÃO 
 
 
§ Artigos relevantes para leitura: 
 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; 
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos ca-
sos não previstos no Capítulo anterior; 
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
 
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo 
de oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o 
prazo será de três dias. 
§ 1o Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o Ministério Público. 
 
§ Modelo de petição 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da comarca de ___ 
 
Autos nº ___ 
 
(Espaço 5 linhas) 
 
CLIENTE, qualificação (ou já qualificado nos autos da ação em epígrafe), vem, por conduto de seu advoga-
do, não se conformando com a decisão condenatória (A TÍTULO DE EXEMPLO) de fls. …, vem, tempestiva-
mente, com fundamento no art. 593 I do CPP, interpor RECURSO DE APELAÇÃO. 
Requer o recebimento e processamento do presente Recurso, juntamente com as razões que lhe dão su-
porte, remetendo-se os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça deste Estado. 
Nestes termos. 
Pede deferimento. 
Local, data. 
Advogado, OAB n … 
 
(Espaço 3 linhas) 
 
Razões da Apelação 
Apelante: João 
Apelada: Justiça Pública 
Processo n° ... 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
Egrégio Tribunal de Justiça 
Colenda Câmara 
Douta Procuradoria de Justiça 
 
1. dos fatos 
Narrativa segundo dados da questão. 
2. do direito 
Análise do mérito: questões de processo penal (ex. faltou ouvir uma testemunha) e de direito material (ex. 
crime tentado e não consumado) devem ser abordadas. 
3. dos pedidos 
Desta forma, requer o conhecimento e provimento deste recurso, com a consequente ... (depende do caso, 
por exemplo, absolvição do condenado), com base no art. 386 ... (indicar inciso). 
Também é possível pedido eventual. Exemplo: em não sendo absolvido o apelante, que seja reconhecida a 
atenuante prevista, ... 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
Advogado, OAB nº ___ 
 
 
§ Questões 
 
PEÇA 1. (OAB/BA 2007.2 – CESPE) 
 
O Ministério Público ofereceu denúncia contra Pedro Antunes Rodrigues, por infração prevista no art. 
121, caput, c/c o art. 14, inciso II, e art. 61, inciso II, alínea e, todos do Código Penal. Conforme a inicial 
acusatória, no dia 2 de novembro de 2006, por volta das 15 horas, na quadra 5, em via pública, na localida-
de de Planaltina – DF, o denunciado, fazendo uso de uma pistola, da marca Taurus, calibre 380, semi-
automática, com capacidade para doze cartuchos, conforme laudo de exame em arma de fogo, efetuou um 
disparo contra seu irmão Alberto Antunes Rodrigues, na tentativa de matá-lo, causando-lhe lesões no peito, 
do lado esquerdo. O delito de homicídio não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, sendo 
evitado porque a vítima recebeu pronto atendimento médico. O que motivou o fato, conforme a exordial, foi 
a divisão de uma área de terras oriunda de herança. Narra a denúncia que Pedro Antunes Rodrigues disse à 
vítima, na véspera dos fatos, que “a fazenda seria sua de qualquer jeito, nem que, para isso, tivesse que 
matar o próprio irmão”. Ao ser interrogado, o réu admitiu que teria dito ao seu irmão, um dia antes do cri-
me, exatamente as palavras narradas na denúncia. Durante a instrução do feito, a acusação apresentou 
testemunhas não-presenciais. A defesa, por seu turno, arrolou Catarina Andrade, que informou que, depois 
de efetuar um único disparo de arma de fogo contra a vítima, Pedro Antunes Rodrigues absteve-se, volunta-
riamente, de reiterar atos agressivos à integridade física da vítima e, ato contínuo, retirou-se, caminhando, 
do local onde ocorreram os fatos. Consta nos autos informação da polícia técnica de que na arma, apreendi-
da imediatamente após o crime, havia 7 cartuchos intactos. E, ainda, que Pedro não possui antecedentes 
penais. Conforme o laudo de exame de corpo de delito (lesões corporais), a vítima foi atingida no lado es-
querdo do peito, tendo o projétil transfixado o coração, do que resultou perigo de vida. Em razão da lesão 
sofrida, Alberto ficou 40 dias sem exercer suas atividades normais. Sobreveio, então, sentença que pronun-
ciou o réu nos termos da denúncia. Submetido a julgamento pelo tribunal do júri, o réu foi condenado a 5 
anos de reclusão, em regime semi-aberto, conforme o disposto no art. 121, caput, c/c o art. 14, inciso II, e 
art. 61, inciso II, alínea e, todos do Código Penal. 
 
Considerando essa situação hipotética, redija, na qualidade de advogado de Pedro Antu-
nes Rodrigues, a peça processual que não seja o habeas corpus, privativa de advogado, pertinen-
te à sua defesa, incluindo a fundamentação legal. 
 
PEÇA 2. (OAB/SP 136º_2008) 
 
No dia 30 de agosto de 2007, Vânia Pereira, brasileira, casada, residente na Rua José Portela nº 67, 
em Franco da Rocha/SP, foi presa, em flagrante, na posse de 11,5g da substância entorpecente causadora 
de dependência química e física, conhecida como cocaína, na forma de uma única porção, trazida consigo, 
no interior de estabelecimento prisional. Vânia foi denunciada por tráfico de drogas, de acordo com o art. 
33, c/c art. 40, III, ambos da Lei n.º 11.343/2006. As testemunhas de acusação, agentes penitenciários, 
confirmaram que, na data dos fatos, a ré fora surpreendida, dentro da Penitenciária III de Franco da Rocha, 
na posse da substância entorpecente - escondida no interior do solado de um tênis -, destinada à entrega e 
consumo do preso José Pereira da Silva, seu marido. Relataram, também, que somente após a perfuração 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
da sola do tênis, com um facão, puderam verificar a existência da droga. Informaram, por fim, que a abor-
dagem da ré ocorrera de modo aleatório, tendo ela passado calmamente pela guarita policial, sem demons-
trar nervosismo ou medo. As testemunhas de defesa disseram que a ré fora instigada por um tal de João a 
levar o par de tênis, de modo que ela não tinha como saber que estava levando drogas para o seu marido. 
Ademais, Vânia levava-lhe, semanalmente, mantimentos e roupas. Em seu interrogatório em juízo, Vânia 
refutou a imputação, contando a mesma versão dos fatos quenarrara na delegacia. Afirmou que, na noite 
anterior aos fatos, um indivíduo de prenome João fora até sua residência e pedira-lhe que entregasse um 
par de tênis a seu marido, preso na Penitenciária III de Franco da Rocha, o que foi aceito. Declarou, ainda, 
que “não sabia que havia droga dentro da sola do tênis” e que, por isso, decidira levar o calçado para seu 
marido, ocasião em que foi detida. Há, nos autos, os laudos de constatação prévia e de exame químico-
toxicológico, que confirmam não apenas a quantidade da droga apreendida, mas também a forma de acon-
dicionamento apresentada, típica da atividade de tráfico. Constam, ainda, nos autos, documentos que com-
provam que Vânia é primária, tem bons antecedentes, não se dedica a atividades criminosas nem integra 
organização criminosa. Ao final, Vânia foi condenada pelo juiz da 1.a vara criminal da comarca de Franco da 
Rocha nas penas de seis anos de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de sessenta e seis dias-
multa, no valor unitário mínimo, como incursa no art. 33, c/c art. 40, III, ambos da Lei n.º 11.343/2006. A 
defesa tomou ciência da decisão. 
 
Considerando a situação hipotética apresentada, redija, em favor de Vânia Pereira, a peça 
jurídica, diversa de habeas corpus, cabível à espécie. 
 
 
PEÇA 3. (OAB/BA 2011.1 IV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – FGV) 
 
Tício foi denunciado e processado, na 1ª Vara Criminal da Comarca do Município X, pela prática de 
roubo qualificado em decorrência do emprego de arma de fogo. Ainda durante a fase de inquérito policial, 
Tício foi reconhecido pela vítima. Tal reconhecimento se deu quando a referida vítima olhou através de pe-
queno orifício da porta de uma sala onde se encontrava apenas o réu. Já em sede de instrução criminal, 
nem vítima nem testemunhas afirmaram ter escutado qualquer disparo de arma de fogo, mas foram unísso-
nas no sentido de assegurar que o assaltante portava uma. Não houve perícia, pois os policiais que prende-
ram o réu em flagrante não lograram êxito em apreender a arma. Tais policiais afirmaram em juízo que, 
após escutarem gritos de “pega ladrão!”, viram o réu correndo e foram em seu encalço. Afirmaram que, 
durante a perseguição, os passantes apontavam para o réu, bem como que este jogou um objeto no córrego 
que passava próximo ao local dos fatos, que acreditavam ser a arma de fogo utilizada. O réu, em seu inter-
rogatório, exerceu o direito ao silêncio. Ao cabo da instrução criminal, Tício foi condenado a oito anos e seis 
meses de reclusão, por roubo com emprego de arma de fogo, tendo sido fixado o regime inicial fechado 
para cumprimento de pena. O magistrado, para fins de condenação e fixação da pena, levou em conta os 
depoimentos testemunhais colhidos em juízo e o reconhecimento feito pela vítima em sede policial, bem 
como o fato de o réu ser reincidente e portador de maus antecedentes, circunstâncias comprovadas no cur-
so do processo. 
 
Você, na condição de advogado(a) de Tício, é intimado(a) da decisão. Com base somente 
nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a 
peça cabível, apresentando as razões e sustentando as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0) 
 
GABARITO COMENTADO OFICIAL – SEGUNDO A FVG 
 
O examinando deve redigir uma apelação, com fundamento no artigo 593, I, do Código de Processo 
Penal. A petição de interposição deve ser endereçada ao juiz de direito da 1ª vara criminal da co-
marca do município X. Nas razões de apelação o candidato deverá dirigir-se ao Tribunal de Justiça 
do Estado do Rio de Janeiro, argumentando que o reconhecimento feito não deve ser considerado 
para fins de condenação, pois houve desrespeito à formalidade legal prevista no art. 226, II, do 
Código de Processo Penal. Dessa forma, inexistiria prova suficiente para a condenação do réu, haja 
vista ter sido feito somente um único reconhecimento, em sede de inquérito policial e sem a obser-
vância das exigências legais, o que levaria à absolvição com fulcro no art. 386, VII, do mesmo di-
ploma (também aceita-se como fundamento do pedido de absolvição o art. 386, V do CPP). Outros-
sim, de maneira alternativa, deverá postular o afastamento da causa especial de aumento de pena 
decorrente do emprego de arma de fogo, pois esta deveria ter sido submetida à perícia, nos termos 
do art. 158 do Código de Processo Penal, o que não foi feito, de modo que não há como ser com-
provada a potencialidade lesiva da arma. Ademais, sequer foi possível a perícia indireta (art. 167 
CPP), pois nenhuma das testemunhas disse ter escutado a arma disparar, de modo que o emprego 
de arma somente poderia servir para configurar a grave ameaça, elementar do crime de roubo. 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
PEÇA 4. (OAB/BA 2011.2 VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO – FGV) 
 
Em 10 de janeiro de 2007, Eliete foi denunciada pelo Ministério Público pela prática do crime de fur-
to qualificado por abuso de confiança, haja vista ter alegado o Parquet que a denunciada havia se valido da 
qualidade de empregada doméstica para subtrair, em 20 de dezembro de 2006, a quantia de R$ 50,00 de 
seu patrão Cláudio, presidente da maior empresa do Brasil no segmento de venda de alimentos no varejo. A 
denúncia foi recebida em 12 de janeiro de 2007, e, após a instrução criminal, foi proferida, em 10 de de-
zembro de 2009, sentença penal julgando procedente a pretensão acusatória para condenar Eliete à pena 
final de dois anos de reclusão, em razão da prática do crime previsto no artigo 155, §2º, inciso IV, do Códi-
go Penal. Após a interposição de recurso de apelação exclusivo da defesa, o Tribunal de Justiça entendeu 
por bem anular toda a instrução criminal, ante a ocorrência de cerceamento de defesa em razão do indefe-
rimento injustificado de uma pergunta formulada a uma testemunha. Novamente realizada a instrução cri-
minal, ficou comprovado que, à época dos fatos, Eliete havia sido contratada por Cláudio havia uma semana 
e só tinha a obrigação de trabalhar às segundas, quartas e sextas-feiras, de modo que o suposto fato crimi-
noso teria ocorrido no terceiro dia de trabalho da doméstica. Ademais, foi juntada aos autos a comprovação 
dos rendimentos da vítima, que giravam em torno de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) mensais. Após a 
apresentação de memoriais pelas partes, em 9 de fevereiro de 2011, foi proferida nova sentença penal con-
denando Eliete à pena final de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão. Em suas razões de decidir, assen-
tou o magistrado que a ré possuía circunstâncias judiciais desfavoráveis, uma vez que se reveste de enorme 
gravidade a prática de crimes em que se abusa da confiança depositada no agente, motivo pelo qual a pena 
deveria ser distanciada do mínimo. Ao final, converteu a pena privativa de liberdade em restritiva de direi-
tos, consubstanciada na prestação de 8 (oito) horas semanais de serviços comunitários, durante o período 
de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses em instituição a ser definida pelo juízo de execuções penais. Novamente 
não houve recurso do Ministério Público, e a sentença foi publicada no Diário Eletrônico em 16 de fevereiro 
de 2011. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo ca-
so concreto acima, redija, na qualidade de advogado de Eliete, com data para o último dia do 
prazo legal, o recurso cabível à hipótese, invocando todas as questões de direito pertinentes, 
mesmo que em caráter eventual. 
 
GABARITO COMENTADO OFICIAL – SEGUNDO A FVG 
 
 O candidato deverá redigir uma apelação, com fundamento no artigo 593, I, do CPP, a ser endere-
çada ao juiz de direito, com razões inclusas endereçadas ao Tribunal de Justiça. Nas razões recur-
sais, o candidato deverá argumentar que a segunda sentença violou a proibição à reformatio in 
pejus – configurando-se caso de reformatioin pejus indireta –, contida no artigo 617 do CPP, de 
modo que, em razão do trânsito em julgado para a acusação, a pena não poderia exceder dois anos 
de reclusão, estando prescrita a pretensão punitiva estatal, na forma do artigo 109, V, do Código 
Penal, uma vez que, entre o recebimento da denúncia (12/01/2007) e a prolação de sentença válida 
(09/02/2011), transcorreu lapso superior a quatro anos. 
Superada a questão, o candidato deverá argumentar que inexistia relação de confiança a justificar a 
incidência da qualificadora (Eliete trabalhava para Cláudio fazia uma semana) e que a quantia sub-
traída era insignificante, sobretudo tomando-se como referência o patrimônio concreto da vítima. 
Em razão disso, o candidato deverá requerer a reforma da sentença, de modo a se absolver a ré por 
atipicidade material de sua conduta, ante a incidência do princípio da insignificância/bagatela. 
O candidato deve argumentar, ainda, que, na hipótese de não se reformar a sentença para se ab-
solver a ré, ao menos deveria ser reduzida a pena em razão do furto privilegiado, substituindo-se a 
sanção por multa. 
Em razão de tais pedidos, considerando-se a redução de pena, o candidato deveria requerer a subs-
tituição da pena privativa de liberdade por multa, bem como a aplicação da suspensão condicional 
da pena e/ou suspensão condicional do processo. 
Deveria ainda o candidato argumentar sobre a impossibilidade do aumento da pena base realizado 
pelo magistrado sob o fundamento da enorme gravidade nos crimes em que se abusa da confiança 
depositada, pois tal motivo já foi levado em consideração para qualificar o delito, não podendo a 
apelante sofrer dupla punição pelo mesmo fato – bis in idem. 
Por fim, o candidato deveria requerer um dos pedidos possíveis para a questão apresentada, tais 
como: 
1- absolvição; 
2- reconhecimento da reformatio in pejus, com a aplicação da pena em no máximo 2 anos e a con-
sequente prescrição; 
3- atipicidade da conduta, tendo em vista a aplicação do princípio da bagatela; 
4- não incidência da qualificadora do abuso da confiança, com a consequente desclassificação para 
furto simples; 
 
 
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OAB 2ª FASE - Prova Prático-Profissional 
Direito Penal e Processo Penal 
5- aplicação da Suspensão Condicional do Processo; 
6- não sendo afastada a qualificadora, a incidência do parágrafo 2º do artigo 155 do CP; 
7- a redução da pena pelo reconhecimento do bis in idem e a consequente prescrição; 
8- aplicação de sursis; 
9- inadequação da pena restritiva aplicada, tendo em vista o que dispõe o artigo 46, §3º, do CP. 
 
Alternativamente, o candidato poderá elaborar embargos de declaração, abordando os pontos indi-
cados no gabarito 2. 
 
 
PEÇA 5. (OAB/BA 2012.1 VII EXAME DE ORDEM UNIFICADO- FGV) 
 
Grávida de nove meses, Ana entra em trabalho de parto, vindo dar à luz um menino saudável, o 
qual é imediatamente colocado em seu colo. Ao ter o recém-nascido em suas mãos, Ana é tomada por ex-
tremo furor, bradando aos gritos que seu filho era um “monstro horrível que não saiu de mim” e bate por 
seguidas vezes a cabeça da criança na parede do quarto do hospital, vitimando-a fatalmente. Após ser do-
minada pelos funcionários do hospital, Ana é presa em flagrante delito. 
Durante a fase de inquérito policial, foi realizado exame médico-legal, o qual atestou que Ana agira 
sob influência de estado puerperal. Posteriormente, foi denunciada, com base nas provas colhidas na fase 
inquisitorial, sobretudo o laudo do expert, perante a 1ª Vara Criminal/Tribunal do Júri pela prática do crime 
de homicídio triplamente qualificado, haja vista ter sustentado o Parquet que Ana fora movida por motivo 
fútil, empregara meio cruel para a consecução do ato criminoso, além de se utilizar de recurso que tornou 
impossível a defesa da vítima. Em sede de Alegações Finais Orais, o Promotor de Justiça reiterou os argu-
mentos da denúncia, sustentando que Ana teria agido impelida por motivo fútil ao decidir matar seu filho em 
razão de tê-lo achado feio e teria empregado meio cruel ao bater a cabeça do bebê repetidas vezes contra a 
parede, além de impossibilitar a defesa da vítima, incapaz, em razão da idade, de defender-se. 
A Defensoria Pública, por sua vez, alegou que a ré não teria praticado o fato e, alternativamente, se 
o tivesse feito, não possuiria plena capacidade de autodeterminação, sendo inimputável. Ao proferir a sen-
tença, o magistrado competente entendeu por bem absolver sumariamente a ré em razão de inimputabili-
dade, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se autodeterminar em consequência da 
influência do estado puerperal. Tendo sido intimado o Ministério Público da decisão, em 11 de janeiro de 
2011, o prazo recursal transcorreu in albis sem manifestação do Parquet. 
Em relação ao caso narrado, você, na condição de advogado(a), é procurado pelo pai da vítima, em 
20 de janeiro de 2011, para habilitar-se como assistente da acusação e impugnar a decisão. 
 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo ca-
so concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes, 
datando do último dia do prazo. 
 
 
GABARITO COMENTADO OFICIAL – SEGUNDO A FVG 
 
O candidato deve redigir uma apelação, com fundamento no artigo 593, I CPP (OU art. 416 CPP) c/c 
598 do CPP. 
A petição de interposição deve ser endereçada ao Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal/Tribunal do 
Júri. 
Na petição de interposição da apelação, o candidato deverá requerer a habilitação do pai da criança 
como assistente de acusação. 
Acerca desse item, cumpre salientar que será atribuída a pontuação respectiva se o pedido de habi-
litação tiver sido feito em peça apartada. 
Todavia, também resta decidido que não será pontuado o item relativo à estrutura se o indivíduo 
que solicitar a habilitação como assistente de acusação não possuir legitimidade para tanto. 
Por fim, a petição de interposição deverá ser datada de 31/01/2011 OU 01/02/2011. 
No tocante às razões recursais, as mesmas deverão ser dirigidas ao Tribunal de Justiça. 
Nelas, o examinando deve argumentar que o juiz não poderia ter absolvido sumariamente a ré em 
razão da inimputabilidade, porque o Código de Processo Penal, em seu artigo 415, parágrafo único, 
veda expressamente tal providência, salvo quando for a única tese defensiva, o que não é o caso, 
haja vista que a defesa também apresentou outra tese, qual seja, a de negativa de autoria. 
Também deverá argumentar que a incidência do estado puerperal não é considerada causa exclu-
dente de culpabilidade fundada na ausência de capacidade de autodeterminação. O estado puerperal 
configura elementar do tipo de infanticídio e não causa excludente de imputabilidade/culpabilidade. 
As duas teses principais da peça, acima citadas, somente serão passíveis de pontuação integral se 
preenchidas em sua totalidade, descabendo falar-se em respostas implícitas. 
 
 
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Direito Penal e Processo Penal 
Do mesmo modo, deverá o examinando, em seus pedidos, requerer a reforma da decisão com o fim 
de se pronunciar a ré pela prática do delito de infanticídio, de modo que seja ela levada a julgamen-
to pelo Tribunal do Júri. 
Ao final, também deverá datar corretamente as razões recursais. 
Acerca desse ponto, tendo em vista o prazo de três dias disposto no art. 600, § 1º, do CPP, serão 
aceitas as seguintes datas nas razões: 31/01/2011; 01/02/2011; 02/02/2011; 03/02/2011 e 
04/02/2011 (essa última data só será aceita se a petição de interposição tiver sido datada de 
01/02/2011). 
Cumpre salientar que tais datas justificam-se pelo seguinte: o dia 16 de janeiro de 2011 (termo 
final do prazo recursal para o Ministério Público) foi domingo e por isso o termo inicial do assistente 
de acusação será dia 18 de janeiro de 2011 (terça-feira),

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