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APOSTILA (CRC) - PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO – CONCEITO E PRÁTICA

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1 
 
 
 
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
 
Câmara de Pesquisa e Desenvolvimento Profissional 
Home Page: www.crc.org.br - E-mail: curos@crcrj.org.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO – CONCEITO E PRÁTICA 
 
 
LUIZ ALVES 
 
lalves01@Gmail.com.br 
Telefone – (021) 9343-7301 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Rio de janeiro) 
atualização: 09/08/2012 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
Planejamento Tributário – Conceitos e Práticas 
 
 
 
Programa: 
1 –Informações Iniciais Básicas 
1.1 -Objetivos e Conceitos 
1.2 -Elisão e Evasão Fiscal 
1.3 -Norma Anti-Elisão 
 
2 - Lucro Presumido – Apuração IRPJ e CSSL 
2.1 – Objetivos do Lucro Presumido 
2.2 – Pessoas Jurídicas autorizadas a optar 
2.3 – Deduções Permitidas na Formação da Base de Cálculo 
2.4 -Percentuais de Presunção 
 
3 - Lucro Real – IRPJ e CSSL 
3.1 -Adições e Exclusões ao Lucro Real 
3.2 -Adições e Exclusões Temporárias e Permanentes 
3.3 – Prejuízo Fiscal e Base Negativa de Contribuição Social 
3.4 – Lalur – Livro de Apuração do Lucro Real 
 
4- Aplicações Práticas de Planejamento Tributário 
4.1 -Outras Modalidades de Tributação – Lucro Arbitrado e Simples Nacional 
4.2 -Escolha da Melhor Opção (Real x Presumido) 
4.3 -Planejamento no Lucro Presumido 
4.4 -Distribuição de Lucro no Lucro Presumido 
4.5 -Compensação de Prejuízos Fiscais na Reorganização Societária 
4.6 -Perdas no recebimento de Créditos 
4.7 -Participação do Trabalhadores nos Lucros 
4.8 -Contratos com Entidades Governamentais 
4.9 – Venda a Prazo de Ativo Imobilizado 
4.10 – Variação Cambial 
4.11 - Juros sobre Capital Próprio 
4.12 -Planejamento na Compra de Equipamentos 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
Planejamento Tributário – Conceitos e Práticas 
 
Conceito de Planejamento Tributário 
A despeito da grande importância de todo o seu conjunto de atribuições, o contador tem 
principalmente nas atividades de planejamento tributário a grande oportunidade de dar enormes 
contribuições à alta direção da empresa. 
 
Discute-se a urgente mudança de nosso sistema tributário e a adoção de novos mecanismos para 
simplificaçãodas rotinas tributárias. Enquanto isso não ocorre, as empresasnecessitam, cada vez 
mais, de um planejamento tributário criterioso e criativo, que possa resguardar seus direitos de 
contribuinte e, ao mesmo tempo, proteger seu patrimônio. 
Redução de custos é a estratégia que mais se ouve ser empregada nos dias atuais, em todo o 
mundo globalizado. Sem dúvida, para obter o melhor resultado numa economia já não tão instável 
como a brasileira, um dos mais significativos instrumentos de que dispõe as empresas, para que 
possam racionalizar seus custos tributários, sem afrontar as diversas legislações que regem os mais 
diversos tributos, é o planejamento tributário, em todas as fases da cadeia de valores do ciclo 
produtivo e comercial. 
 
Entende-se por planejamento tributário uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta 
dose de conhecimento técnico e bom – senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no 
ambiente corporativo. Trata-se do estudo prévio à concretização dos fatos administrativos, dos 
efeitos jurídicos, fiscais e econômicos de determinada decisão gerencial, com o objetivo de 
encontrar alternativa legal menos onerosa para o contribuinte. 
 
Segundo Nilton Latorraca: 
“O Planejamento tributário é a atividade empresarial que, desenvolvendo-se 
de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos administrativos 
com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada uma das 
opções legais disponíveis. O Objeto do planejamento tributário é, em última 
análise, a economia tributária. Cotejando as várias opções legais, o 
administrador, obviamente procura orientar os seus passos de forma a 
evitar, sempre que possível, o procedimento mais oneroso do ponto de vista 
fiscal”. 
Também, na opinião de Humberto Bonavides: 
“anatureza ou essência do Planejamento Fiscal – ou Tributário – consiste em 
organizar os empreendimentos econômico-mercantis da empresa, mediante 
o emprego de estruturas e formas jurídicas capazes de bloquear a 
concretização da hipótese de incidência tributária ou, então, de fazer com 
que sua materialidade ocorra na medida ou no ponto que lhe sejam mais 
propícios. Trata-se, assim, de um comportamento técnico-funcional, adotado 
no universo dos negócios, que visa excluir, reduzir ou adiar os respectivos 
encargos tributários”. 
Dessa maneira, torna-se claro o entendimento de que o planejamento tributário é o estudo das 
alternativas lícitas de formalização jurídica de determinada operação, antes da ocorrência do fator 
gerador, para que o contribuinte possa optar pela que apresente o menor ônus tributário. 
 
4 
 
Planejamento tributário não se confunde com sonegação fiscal. Planejar é escolher, entre duas ou 
mais opções lícitas, a que resulte no menor imposto a pagar. Sonegar, por sua vez, é utilizar meios 
ilegais, como fraude,simulação, dissimulação etc., para deixar de recolher o tributo devido. 
Entende-se ainda por sonegação,toda a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou a retardar, 
total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridadefazendária da ocorrência do fato 
gerador da obrigação principal. 
 
 
 
 
Condições necessárias para o Planejamento Tributário Legal 
Qualquer que seja a forma de tributação escolhida pela empresa, pode-se verificar que a falta de 
planejamento estratégico tributário pode deixar a empresa mal preparada para investimentos 
futuros, devido a uma possível insuficiência de caixa, gerando um desgaste desnecessário de 
investimentos forçado para cobertura de gastos que não estavam previstos. 
Para a correta execução das tarefas inerentes ao planejamento tributário, o contador precisa aplicar 
todos os seus conhecimentos sobre a legislação do tributo a ser reduzido, para que, a partir desses 
cenários, possa planejar com bastante antecedência a melhor alternativa para a empresa executar 
suas operações comerciais. 
A finalidade principal de um bom planejamento tributário é, sem dúvida, a economia de impostos, 
sem infringir a legislação. Trata-se do conceito de taxsaving, bastante praticado pelos norte-
americanos. Para alcançar êxito nessa atividade, o contador precisa, com profundidade: 
• Conhecer todas as situações em que é possível o crédito tributário, principalmente com 
relação aos chamados impostos não cumulativos – ICMS e IPI; 
• Conhecer todas as situações em que é possível o diferimento (postergação) dos 
recolhimentos dos impostos, permitindo melhor gerenciamento do fluxo de caixa; 
• Conhecer todas as despesas e provisões permitidas pelo fisco como dedução de receita; 
• Ser oportuno e aproveitar as lacunas deixadas pela legislação, para tanto ficando atento às 
mudanças nas normas e aos impactos nos resultados da empresa. 
 
 
Legislação Tributária e Planejamento Tributário Legal 
De acordo com os preceitos tributários, a vontade das partes não pode ser alterada ou modificada, 
após o fato gerador ter ocorrido. Contudo, nada impede que o contribuinte antecipe a ocorrência 
do fato gerador e comece a projetá-lo e a dimensiona-lo, objetivando aeconomia de impostos. Com 
esse procedimento, o contribuinte tem a vantagem de adotar, entre as opções legais disponíveis, as 
que com certeza lhe forem mais satisfatórias. 
Fato gerador é a obrigação tributária principal, que tem como objetivo o pagamentotributo; é a 
situação descrita em lei que, uma vez ocorrida, concretamente localizada no tempo e no espaço, 
determina a transferência jurídica, em favor do Estado, da titularidade de certa quantia. Nesse 
mesmo momento, deixa de ser titular dessa mesma quantia. 
 
Num planejamento tributário estratégico, a empresapassa a desenvolver suas atividades de forma 
estritamente preventiva. Também procura projetar de forma clara os atos e fatos administrativos, 
de modo a deixar transparentes para todos os envolvidos, as informações sobre os ônus tributários 
em cada uma das opções legais disponíveis. 
O planejamento tributário estratégico tem como objetivo fundamental a economia tributária de 
impostos, procurando atender às possíveis formas da legislação fiscal, evitando perdas 
desnecessárias para a organização. Para poder usufruir em toda a sua plenitude de todas as formas 
 
5 
 
legais de planejamento tributário, é necessário que o contribuinte esteja bem assessorado por uma 
equipe especializada que saiba realizar o planejamento de tributos sem distorcer, alterar ou 
esconder as obrigações quando o fato gerador assim o exigir. 
De uma forma geral o Planejamento Tributário concentra-se na apuração do Imposto de Renda e 
Contribuição Social da Pessoa Jurídica. É ai, nessa o esforço de redução da carga tributária tem se 
concentrado nas modalidades que apuração esses tipos de tributos. Em particular, as modalidades 
do Lucro Presumido e do Lucro Real costumamser o alvo do esforço para aredução desses tributos. 
 
 
Conceito de Elisão Fiscal 
A economia tributária resultante da adoção de alternativas legais menos onerosas ou de lacunas da 
lei denomina-se Elisão Fiscal. Portanto, a elisão fiscal é legitima e lícita, pois é alcançada por 
escolha feita de acordo com o ordenamento jurídico, adotando-se a alternativa legal menos 
onerosa ou utilizando-se de lacunas da lei. 
 
É dever de todo administrador maximizar os lucros e minimizar as perdas. Por essa razão, o 
planejamento tributário é um instrumento tão necessário para ele quanto qualquer outro 
planejamento, seja de marketing, de vendas, de qualificação de pessoal, de comércio exterior e etc. 
 
A legislação tributária sofre quase que semanalmente, alterações torrenciais, usando e abusando da 
edição e reedição de medidas provisórias, uso e abuso que vem sendo tolerados, de forma 
inexplicável, pelo Legislativo e pelo Judiciário. Essas constantes alterações geram confusão e 
insegurança jurídica. Além disso, essa legislação se contradiz, com frequência, em muitos pontos, 
produzindo diversas alternativas e abrindo lacunas da lei. 
 
Se o agente econômico não for bem assessorado na parte jurídica e contábil, ele não conseguirá 
cumprir infindáveis exigências detalhadas da lei. Sem um bom planejamento tributário, será muito 
difícil competir num mercado globalizado e garantir um bom retorno para o capital investido. 
 
Conceito de Evasão Fiscal 
A evasão fiscal, ao contrário da elisão, consiste em prática contrária à lei. Geralmente, é cometida 
após a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, objetivando reduzi-la ou oculta-la. A 
evasão fiscal está prevista a capitulada na Lei dos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e 
Contra as Relações de Consumo (Lei no. 8.137/90). 
 
A citada lei define que constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo 
mediante as condutas discriminadas no seu texto, das quais ressaltam-se as seguintes: 
 
• Omitir informação ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; 
• Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operações de 
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; 
• Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda ou qualquer outro 
documento relativo a operação tributável; 
• Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documentos que saída ou deva saber falso ou 
inexato; 
• Utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da 
obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à 
Fazenda Pública; e 
 
6 
 
• Fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra 
fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento de tributo. 
 
 
 
Alterações do CTN - A Lei Anti-elisão 
A lei Complementarno. 104, de 10-01-2001, alterou vários dispositivos do CTN, com a finalidade de 
combater a elisão fiscal.Por meio dessa lei complementar, foi acrescentado ao art. 116 do CTN, que 
dispõe sobre a ocorrência do fato gerador, desconsiderando atos e negócios jurídicos. A esse artigo 
foi acrescentado o seguinte parágrafo único: 
 
 
“A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a 
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei 
ordinária.” 
 
As disposições contidas nesse novo parágrafoúnico atribuem, à primeira vista, enorme poder à 
autoridade administrativa. 
 
As discussões no meio jurídico tributário, não destaque a expressão dissimular utilizada no novo 
artigo, que na verdade, já se encontram capituladas na legislação tributária. O Verdadeiro objetivo 
foi de questionar os procedimentos , mesmo que legais, utilizados na redução de tributo, ou seja, 
evitar a Elisão Fiscal. 
 
 
Lucro Presumido 
O Lucro Presumido é a forma de tributação simplificada do Imposto de Renda (IRPJ) e da 
Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL). A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano 
calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a 48.000.000,00 ( quarenta e oito milhões de reais), 
ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicados pelo numero de meses de atividade 
do ano calendário anterior, quando inferior a 12 meses poderá optar pelo regime de tributação com 
base no lucro presumido. 
O Lucro Presumido é um regime tributário das pessoas jurídicas em que o objetivo principal, como o 
próprio nome diz, se trata de uma presunção do lucro para se apurar o tributo devido (IRPJ e CSLL). 
A presunção citada é estabelecida pela Receita Federal do Brasil de acordo com cada ramo de 
atividade do contribuinte. 
As pessoas jurídicas só poderão optar pelo Lucro Presumido se não estiverem obrigadas ao Lucro 
Real, conforme definido pelo art. 14da Lei no. 9.718/99, a seguir: 
 
Artigo 14 – Estão obrigadas à apuração do Lucro Real as pessoas jurídicas: 
 
I – cuja receita bruta total, no ano calendário anterior seja superior ao limite de R$ 48.000.000,00 
(quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao numero de meses do período, quando 
inferior a 12 meses, redação dada pela Lei no. 10.637/2002. 
 
II – cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de 
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamentos e investimentos, 
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, 
 
7 
 
distribuidoras de tiotulos e valores imobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativa 
de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdências privada 
aberta; 
 
III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; 
 
IV – que autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou 
redução do imposto; 
 
V – que no decorrer do ano calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de 
estimativa, na forma do art. 2º. Da Lei no. 9.430/96. 
 
 
 
VI – que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria 
creditícia, mercadologia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a 
receber, compras de direitos creditórios resultantes de venda mercantis a prazo ou de prestação de 
serviços (factoring). 
 
Momento de opção pelo Lucro Presumido 
Quando a empresa opta pelo Lucro Presumido, essa decisão é definitiva para todo o ano calendário. 
O art. 26 da Lei no. 9.430/96 defineque a adesão ao Lucro Presumido dar-se-á com o pagamento da 
primeira o única quota do imposto devido, correspondente ao primeiro período de apuração de 
cada ano-calendário. 
 
Base de Cálculo para Apuração dos Tributos no Lucro Presumido 
Para identificar a base de cálculo do IRPJ das empresas tributadas pelo Lucro Presumido deve-se 
aplicar ao valor considerado como receita bruta os percentuais divulgados em lei de acordo com 
cada ramo de atividade da empresa. 
 
O art. 15 da Lei no. 9.249/95 e art. 25º. Da Lei 9.430/96 determinam os percentuais a serem 
aplicados: 
Percentual - % Tipo de Receita 
1,6 Na revendade combustíveis derivado de petróleo, álcool etílico e gás natural; 
8 Na venda de mercadorias e produtos; 
8 Na prestação de serviços de transporte e cargas; 
8 Na prestação de serviços hospitalares; 
8 Na venda de imóveis das empresas com esse objeto social; 
8 Nas industrias gráficas; 
8 Na construção civil por empreitada com emprego de materiais 
16 Na prestação de serviços de transporte, exceto de cargas; 
16 Na prestação de serviços em geral pelas pessoas jurídicas com receita bruta anual 
de até R% 120.000,00, exceto de serviços hospitalares, transporte e prof. 
Regulamentadas. 
32 Na prestação de demais serviços não incluídos nos incisos anteriores 
Fonte: HiromiHiguchi, 2009. 
 
 
8 
 
O Lucro Presumido é determinado, ainda, pela adição em 100% de outras parcelas, além do valor 
resultante da aplicação desses percentuais mencionados, conforme o inciso II do art. 25 da Lei no. 
9.430/96, abaixo descrito: 
 
Os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as 
demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo inciso 
anterior e demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele mesmo período. 
 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL 
No caso da CSLL, conforme o art. 29 da Lei no. 9.430/96, o percentual de presunção do lucro (base 
positiva), corresponde a 12%, para as empresas comerciais e industriais, da receita bruta, e como no 
IRPJ, o resultado da presunção será acrescido de ganhos de capital, de rendimentos de aplicações 
financeiras e de demais receitas e resultados auferidos no trimestre. Já para as empresas 
prestadoras de serviços de um modo geral, o percentual a ser aplicado será de 32%. Tanto na 
apuração do IRPJ quanto da CSLL, quando uma empresa possui vários tipos de atividades, as bases 
deverão ser montada separando-se as diversas atividades. 
 
 
 
 
 
Alíquota do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ 
Determinada a base de cálculo de acordo com o tópico anterior, deve-se aplicar as alíquotas fixadas 
na legislação vigente. No caso do IRPJ, o art. 3º. Da Lei no 9.245/95 dispõe que o valor do imposto a 
recolher será mediante a aplicação, sobre a base de cálculo, da alíquota de 15%. 
 
Adicional do IRPJ 
No caso de o montante identificado como o lucro presumido ultrapassar o limite fixado pelo art. 3º. 
& 1º. Da Lei no. 9.249/95 de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) multiplicados pelo número de meses do 
respectivo período de apuração há incidência do adicional do Imposto de Renda à alíquota de 10%, 
sobre o valor excedente. 
 
Alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL 
Já na CSLL a alíquota será de 9% aplicada ao montante da base positiva (lucro) presumida conforme 
redação do art. 37 da Lei no. 10.637/02. É importante ressaltar que não há adicional para essa 
contribuição. 
 
Remuneração dos Sócios no Lucro Presumido 
Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do Mês de janeiro de 
1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou 
arbitrado, não estão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de 
cálculo do imposto de renda do beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliado no país ou no 
exterior. 
No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, poderá ser 
distribuído, a título de lucros, sem incidência de imposto: 
I) O valor da base de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a 
que estiver sujeita a pessoa jurídica; 
II) A parcela dos lucros ou dividendos excedentes ao valor determinado no item I, desde 
que a empresa demonstre, através de escrituração contábil feita com observância das 
 
9 
 
leicomercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas para 
apuração da base de cálculo do imposto pela qual houver optado, ou seja, o lucro 
presumido ou arbitrado. 
 
 
Exemplo: 
Valor da base de cálculo do imposto de renda: $ 50.000,00. 
Caso a empresa, tributada pelo Lucro Presumido, não tenha escrituração contábil, poderá 
distribuir o seguinte valor, por exemplo: 
Lucro Presumido= 50.000,00 
(-) Irpj do trimestre (7.500,00) 
(-)Cssl do trimestre (6.750,00) 
(-) Pis/Cifins do trimestre (18.500,00) 
= Valor que pode ser distribuído sem Imposto de Renda na Fonte =13.250,00 
 
Pelo exemplo acima, observa-se que, para fins de planejamento tributário, é interessante 
manter a escrituração completa, até para fins de avaliação dos resultados e acompanhamento 
da vantagem de optar-se pelo Lucro Presumido. Se por exemplo, o Lucro apurado 
contabilmente, no trimestre, fosse r$ 60.000,00, então, além do R$ 13.250,00 citados no 
exemplo, poderiam ser distribuídos, sem Imposto de Renda na Fonte, o valor de excedesse, ou 
seja (R$ 60.000,00 – R$ 13.250,00) = r$ 46.750,00. 
 
Aspectos a considerar no Planejamento Tributário no Lucro Presumido 
O lucro presumido pode permitir planejamento fiscal, desde que se considere suas limitações e 
restrições específicas, advindas da legislação: 
 
 
Como o percentual do lucro é fixo, o planejamento deve levar em conta: 
1- Se o percentual de cada atividade pode ser reduzido, dentro da tabela, que vai de 1,6 a 32% 
de presunção de lucro; 
2- Se os balanços/balancetes demonstram que esta sistemática é vantajosa ou não; 
3- A nova alíquota do Pis (1,65%) e da Cofins (7,6%), para os optantes pelo Lucro Real ; e 
4- Se há como reduzir o adicional de 10% do IRPJ, para o lucro presumido trimestral acima de 
R$ 60.000,00, mediante desmembramento em nova empresa. 
 
Sobre esse item, uma Reflexão: 
Se um negócio tiver 2(duas) ou mais atividades, e uma delas puder ser submetida ao Simples 
Federal, interessante criar uma nova empresa com a participação societária exclusiva das pessoas 
físicas. Neste tipo de planejamento, deve-se levar em conta, a limitação relativa á receita bruta 
anual, conjunta para as 2 empresas, de r$ 3.600.000,00 por ano, a partir de 2012. 
 
Então, 
Cálculo Presumido Simples 
Receita Bruta Anual 480.000,00 480.000,00 
Simples Federal (não 
contribuinte do IPI) alíquota 
média= 8,7% 
 41.760,00 
INSS (valor folha/ano = 
120.000,00 
34.560,00 - 
 
10 
 
PIS e COFINS 17.520,00 - 
IRPJ= base 32% 23.040,00 - 
CSSL = base 32% 13.824,00 - 
Total da Tributação 88.944,00 41.760,00 
Diferença / ano até R$ 47.184,00 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação de opção tributária quando houver atividades distintas 
As empresas que têm diversas atividades precisam estar atentas á possibilidade de economia 
tributária, especialmente com a elevação da carga fiscal da CSLL no Lucro Presumido, que passou de 
1,08% para 2,88% sobre o faturamento das empresas prestadoras de serviços. 
Uma das circunstâncias que pode ocorrer é que os resultados, sendo tributado peloLucro 
Presumido, estejam onerando os custos do IRPJ e CSLL, sob este regime: 
Imagine-se uma empresa com 2 (duas) atividades: uma, de serviços advocatícios (lucrativa) e, outra, 
de serviços de cobrança (pequeno lucro, mas faturamento alto). 
Admitindo-se que a atividade de serviços advocatícios gere 35% de lucro sobre as receitas, e que a 
receita de cobrança gere um lucro de apenas 5%. 
Se a atividade de cobrança fatura R$ 480.000,00 por ano, o desdobramento da atividade em 2(duas) 
empresas, uma tributada pelo lucro presumido(serviços advocatícios) e outra tributada pelo lucro 
real (cobrança) poderá representar até R$ 31.104,00 por ano de economia fiscal. 
 
 
 
Cálculos: 
1) Custo IRPJ e CSLL das receitas de cobrança pela modalidade do Lucro Presumido: 
R$ 480.000,00 x 32% = R$ 153.600,00 
IRPJ �R$ 153.600,00 x 15% = R$ 23.040,00 
 
CSLL � R$ 153.600,00 x 9% =R$13.824,00 
 
Custo Total pela modalidade do Lucro Presumido= r$ 23.040,00 + r$ 13.824,00 = r$ 
36.864,00 
 
2) Custo IRPJ e CSLL pela modalidade do Lucro Real: 
Base para o Lucro Real - R$ 480.000,00 x 5% (média do lucro) = r$ 24.000,00 
� R$ 24.000,00 x 24% (15% de IRPJ + 9% CSLL) = R$ 5.760,00 
Diferença entre as modalidades Presumido e Real= R$ 36.864,00 – R$ 5.760,00 = 31.104,00 
 
 
Lucro Real 
A Legislação, para disciplinar a sistemática de apuração dos lucro tributáveis ou prejuízos 
posteriormente compensáveis, impõe algumas regras para harmonizar o resultado societário ao 
resultado fiscal. 
Desta forma, por exemplo, algumas despesas, custos, receitas e ganhos embora sejam 
contabilizados para fins societários devem ter os seus efeitos anulados para a apuração do 
 
11 
 
resultado fiscal, originando assim ajustes ao lucro contábil, mediante exclusões e adições previstas 
na legislação, para fins de determinar o chamado “Lucro Real”. 
Lucro Real é o lucro líquido do período de apuração (apurado contabilmente) ajustado pelas 
adições, exclusõese compensações, quando houver, prescritas na legislação, para fins de 
determinar o chamado “Lucro Real”. 
 
Exemplo de Prejuízo Fiscal, apurado a partir do lucro contábil: 
1 – Prejuízo Contábil apurado na escrituração (50.000,00) 
2- Adições - Despesas não dedutíveis 80.000,00 
3- Exclusões – Receita de Dividendos 10.000,00 
4 – Lucro Real (1 + 2 + 3) 20.000,00 
 
Utilização do Lucro Real 
A apuração doIRPJ pelo lucro real é mais comumente feita por médios e grandes contribuintes, 
dado sua relativa onerosidade, pois os controles contábeis exigidos são mais amplos que os demais 
sistemas de tributação (lucro presumido, arbitrado ou Simples). 
 
À opção do contribuinte, a adoção do lucro real pode ser mediante estimativa (recolhimento 
mensal) ou por trimestre. 
 
Pessoas Jurídicas obrigadas ao Lucro Real 
A partir de 1999 estão abrigadas à apuração do lucro real, e , portanto, não podem optar pelo Lucro 
Presumido, as pessoas jurídicas ( Lei no. 9.718/98, art. 14); 
 
I – cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, seja superior a r$ 48.000.000,00 (quarenta e 
oito milhões de reais), ou a r$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicados pelo numero de 
meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses (limite fixado 
pela Lei 10.637/2002). 
 
 
 
II – cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de 
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedade de crédito, financiamento e investimento, 
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, 
distribuidora de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de 
crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; 
 
III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundo do exterior; 
 
 
Notas: com base no Ato Declaratório Interpretativo 5/2001 SRF: 
1) Não confundir rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, com receitas de 
exportação. As exportadoras podem optar pelo Lucro Presumido, desde que não estejam nas 
hipóteses de vedação. A restrição deste item alcança aquelas empresas que tenham lucros gerados 
no exterior (como empresas offshore, filiais controladas e coligadas no exterior, etc...). 
2) A prestação direta de serviços no exterior (sem a utilização de filiais, sucursais, agências, 
representações, coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica que 
lhes sejam assemelhadas) não obriga á tributação do lucro real. 
 
12 
 
IV – que, autorizadaspela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou 
redução do imposto; 
 
Nota: como exemplo de benefícios fiscais: o programaBEFIEX (isenção do lucro de exportação), 
projetos incentivados pela SUDENE e SUDAM, etc... 
 
V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de 
estimativa, na forma do art. 2 da Lei 9.430/1996; 
 
Nota: O regime de estimativas é a opção de pagamento mensal, estimado, do Imposto de Renda e 
da contribuição social,de apuração com base no Balanço Anual. 
 
VI – que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria 
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e risco, administração de contas a pagar e a 
receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de 
serviços (factoring). 
Também estão obrigadas ao Lucro Real as empresas imobiliárias, enquanto não concluídas as 
operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF 25/1999). O custo orçado 
é a modalidade de tratamento contábil dos custos futuros de conclusão de obras. 
As Sociedades de Propósitos Específicos (SPE), constituídas por Micro Empresas e Empresas de 
Pequeno Porte, optantes pelo Simples, deverão apurar o imposto de renda das pessoas jurídicas 
com base no lucro real, conforme estipulado no art. 56 &2, IV da Lei Complementar 123/2006. 
 
Lucro Real Trimestral 
A maioria das empresas brasileiras tem fraco movimento comercial nos meses de janeiro e 
fevereiro de cada ano. Isto provoca distorções tributárias, que devem ser levadas em conta na hora 
de optar pelas modalidades oferecidas pelo Regulamento do Imposto de Renda. 
Na opção pelo Lucro Real Trimestral, há limitações específicas e a empresa pode acabar pagando 
mais IR e CSLL. Isto porque, se no 1º. Trimestre do ano houver prejuízo fiscal, o mesmo só poderá 
ser compensado em até 30% do Lucro Real dos trimestres seguintes. Então, para este caso, 
utilizando-se da forma de estimativa mensal (balancetes de suspensão), paga-se menor imposto. 
 
 
Reflexão: 
1ª. Opção – Lucro Real Trimestral 
Prejuízo Fiscal no 1º. Trimestre – 20x1= R$ 500.000,00 
Lucro Real no 2º. Trimestre20x1 = R$ 100.000,00 
Prejuízo Compensável – 30% de r$ 100.000,00 = R$ 30.000,00 
Lucro Real após a compensação de prejuízo do 1º. Trimestre = r$ 70.000,00 
IRPJ = R$ 70.000,00 x 15% =R$ 10.500,00 
ADC. IRPJ = R$ 70.000,00 – R$ 60.000,00 = R$ 10.000,00 x 10% = 1.000,00 
 IRPJ + Adicional = r$ 10.500,00 + r$ 1.000,00 = r$ 11.500,00 
CSLL =R$ 70.000,00 x 9% = R$ 6.300,00 
Carga Tributária Total = (IRPJ + CSLL) = R$ 11.500.00 + r$ 6.300,00 = R$ 17.800,00 
2ª. Opção – Lucro Real Anual (com balancete de suspensão mensal) 
Se a empresa optasse pelo Lucro Real Anual, poderia levantar balancetes mensais, suspendendo o 
IRPJ e a CSLL. Neste caso, o prejuízo em 30.06.20x1 seria de: 
R% 500.000,00 ( 01.01.20x1 à 31.03.20x1) menos R$ 100.000,00 ( de 01.04.20x1 à 30.06.20x1) = R$ 
400.000,00 de prejuízo. 
 
13 
 
Carga TributáriaTotal = ZERO 
 
 
 
Reflexão: 
Considere os resultados fiscais abaixo apurados no 1º. Semestre de 20x1, e apure a carga tributária 
(Irpj e Csll) equivalente a 34%, tanto pelo Lucro Real Trimestral, quanto pelo Lucro Real Anual 
identifique a melhor opção e faça comentários: 
 
Janeiro = Prejuízo de $ 50.000,00 
Fevereiro =Prejuízo de $ 40.000,00 
Março=Lucro de $ 60.000,00 
Abril= Lucro de $ 40.000,00 
Maio= Lucro de $ 30.000,00 
Junho= Prejuízo de $ 20.000,00 
Julho= Lucro de $ 25.000,00 
Agôsto = Lucro de $ 30.000,00 
Setembro =Lucro de 35.000,00 
Outubro = Prejuízo de $ 15.000,00 
Novembro = Lucro de $ 20.000,00 
Dezembro =Lucro de $ 35.000,00 
 
 
Apuração da Base de Calculo do Lucro Real 
De acordo com o que já estudamos, a base de cálculo doLucro Real é encontrada a partir do 
Resultado Contábil, que deve ser apurado de acordo com a aplicação irrestrita das regras 
contábeis. Então, esse Resultado Contábil, que pode ser lucro ou prejuízo, deverá sofrer alterações 
(adições e exclusões), as quais deverão estar sempre, referendadas na legislação fiscal:. 
 
Valores que deverão ser adicionados: 
Depreciação – O fisco limita os índices de depreciação do imobilizado das empresas, impondo uma 
determinada vida útil para os itens do imobilizado. A seguir alguns exemplos, detaxas de 
depreciação admitidas pela Receita Federal, de acordo com o Regulamento do Imposto de renda 
(RIR): 
 
 
• Máquinas e Equipamentos – Vida útil de 10 anos – correspondendo a 10% de depreciação ao 
ano; 
• Veículos – Vida útil de 5 anos – correspondendo a 20% de depreciação ao ano; 
 
• Móveis e Utensílios – Vida útil de 10 anos – correspondendo a 10% de depreciação ao ano; 
• Computadores e Periféricos – Vida útil de 5 anos – correspondendo a 20% de depreciação ao 
ano; 
• Edifícios e Benfeitorias – Vida útil de 25 anos – correspondente a 4% de depreciação ao ano; 
• Motociclos – Vida útil de 4 anos – correspondente a 25% de depreciação ao ano. 
 
 
 
 
 
14 
 
 
Provisões de Despesas- No que diz respeito a provisões de despesas, as únicas que a Receita 
Federal reconhece com dedutíveis são: Férias e encargos, 13º. Salário e encargos e as provisões 
técnicas das empresas de capitalização e seguros. 
Despesas de Brindes – Esse tipo de despesa, efetuado pelas empresas, não é admitida pela Receita 
Federal. Ela entende que esse tipo de gasto não é uma despesa necessária para a execução da 
atividade da empresa. 
Documentos Irregulares – Referem-se a documentação comprobatória de despesas que não são 
admitidas pela Receita Federal, tendo em vista que as mesmas não incorporam a condição de 
documento hábil. Entre documentos não hábeis, podemos citar: ticket de máquina registradora, 
notas de balcão que não identifiquem o beneficiário e recibos que venham a substituir notas fiscais 
regulares. 
 
Multas por Infração Fiscal – Esse tipo de multa, também não é considerado pela Receita Federal 
como um gasto identificado com a operação da empresa. Exemplos: Multa de Transito, Multas 
Trabalhistas aplicadas em função do descumprimento de normas emanadas pelo MTB. 
Portanto, todas as despesas que não atenderem aos limites estabelecidos ou se enquadrarem como 
não admitidas deverão ser ADICIONADAS para a formação da base de cálculo Lucro Real. 
Por outro lado, existem algumas receitas que a Receita Federal admite sua exclusão da apuraçãoda 
base de cálculo do Lucro Real, tendo em vista basicamente, que essas já foram tributadas em algum 
outro momento. Seguem alguns exemplos:Dividendos Recebidos e Ganho de Equivalência 
Patrimonial. 
 
Calculo do IR e da CSLL na Sistemática do Lucro Real: 
Apuração do Imposto de Renda - Ao Lucro Real apurado, aplica-se o 15%. Se esse Lucro Real 
anualultrapassar o valor de $ 240.000,00, aplica-se ao valor excedente mais 10%. A soma dessas 
duas parcelas será o Imposto de Renda. 
Apuração da Contribuição Social – A base encontrada aplica-se 9%. 
Reflexão: 
A Empresa Só Real Ltda., enquadra-se na obrigatoriedade de apura o IRPJ e a CSLL, com base no 
Lucro Real. Ao final do exercício de Xo., apresentou as seguintes saldos em suas conta de resultado: 
A partir dessas informações, apure o lucro contábil e logo após a base de cálculo do IR/CSLL. 
 
 Itens $ 
Receita de Vendas de Mercadorias 3.200.000,00 
Receita de Prestação de Serviços 2.500.000,00 
Dividendos Recebidos 70.000,00 
Perda de Equivalência Patrimonial 180.000,00 
Custo das Mercadorias Vendidas e dos Serviços Prestados 1.950.000,00 
Impostos Indiretos 997.000,00 
Despesas Administrativas 340.000,00 
Despesas Comerciais e de Marketing 480.000,00 
 
 
As despesas administrativas incluem um montante de $ 120.000,00 de depreciação de veículos, 
para os quais é adotada uma vida útil de (2) dois anos. Ainda nas despesas administrativas, estão 
incluídos $ 5.000,00 de despesas diversas comprovadas através de ticket de caixa e uma despesa no 
valor de $ 8.000,00 de compra de suprimentos de informática, comprovadas através de recibo 
emitido pela empresa vendedora. 
 
15 
 
 
As despesas comerciais incorporam um valor de $ 25.000,00, registrados como brindes e $ 
35.000,00 como despesas promocionais. Ainda no grupo de despesas comerciais encontra-se uma 
provisão para devedores duvidoso no valor de $ 65.000,00 e um registro de perdas em clientes, no 
valor de $ 15.000,00 contabilizadas de acordo com a (Lei 9.430/96, art. 9º.,& 1º. – art. 340 do 
Decreto 3.000/1999 - RIR). 
 
Outras informações: O Lalur registra o valor de $ 250.000,00, como Prejuízo Fiscal Acumulado de 
exercícios anteriores e o mesmo valor para aBase Negativa da Contribuição Social também de 
exercícios anteriores. 
 
 
Outra Reflexão: 
Considere os seguintes dados: 
• Receita de vendas de mercadorias 9.200.000,00 
• Receita de prestação de serviços 3.500.000,00 
• Devolução de venda de mercadorias 300.000,00 
• Adições ao Lair 800.000,00 
• Receita financeira, líquida de $ 50.000,00 
De despesas financeiras 70.000,00 
• Lair 1.570.000,00 
• Outras receitas 100.000,00 
• Exclusões ao Lair 350.000,00 
• Saldo de Prejuízo Fiscal 550.000,00 
• Ganho de Mep 250.000,00 
 
 
Sob uma perspectiva anual, apure: 
 
a) O imposto de renda com base no lucro real; 
b) A contribuição social com base no lucro real; 
c) O imposto de renda com base lucro presumido; e 
d) A contribuição social com base no lucro presumido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
Adições e Exclusões Temporárias e Permanentes 
É comum uma empresa apurar lucro contábil diferente do lucro tributável (lucro real e base de 
calculo da CSSL). As diferenças são facilmente explicadas quando nos lembramos que na apuração 
do resultado contábil, as receitas e despesas são reconhecidas, obrigatoriamente, segundo os 
princípios fundamentais de contabilidade, os quais representam a essência das doutrinas e teoria 
relativas a Ciênciada Contabilidade, enquanto para a apuração do resultado tributável devem ser 
observadas as regras trazidas pela legislação fiscal. 
 
As diferenças entre o lucro contábil e o lucro tributável podem ser temporárias ou permanentes. A 
diferença é que as temporárias afetarão a apuração do lucro tributável em período futuro, 
enquanto que as permanentes não. 
 
Como exemplo de diferença temporária, podemos citar contingências decorrentes de expectativa 
de perda futura sobre processo trabalhista, a qual deve ser adicionada quando da apuração do 
resultado tributável, conforme determinam as regras fiscais. Quando essa provisão se realizar, quer 
por pagamento do processo trabalhista ou por reversão contábil em virtude de alguma alteração na 
expectativa de perda do processo, é necessário efetuar o ajuste (exclusão) na apuração do 
resultado tributável. 
 
Uma das origens do IRPJ e CSLL diferidos e sua consequente contabilização é exatamente estas 
diferenças temporárias. Vejamos então o cálculo do IRPJ e CSLL diferidos sobre uma provisão para 
contingências no valor de $ 20.000,00. 
 
Provisão para Contingências =$ 20.000,00; 
IRPJ e CSLL Diferidos = 34% =>$ 6.800,00; 
 
Registro Contábil: 
Débito : Ativo Fiscal Diferido ( Conta de Ativo) 
Crédito: Provisão para IRPJ e CSLL ( Conta de Resultado) $ 6.800,00 
 
A contabilização do IRPJ e da CSLL proporcionará uma diminuição no valor dessa despesa. Na 
verdade, não se trata de uma simples diminuição no resultado contábil do período, e sim, do 
registro de um crédito fiscal oriundo de uma diferença temporária gerada na apuração dos tributos 
incidentes sobre o lucro. 
 
Agora vamos supor que no período seguinte, o valor de $ 20.000,00 relativo à provisão para 
contingência seja totalmente realizada pelo seu pagamento. Assim, temos o seguinte reflexo 
contábil. 
 
Débito : Provisão para IRPJ e CSLL (Resultado) 
Crédito : Ativo Fiscal Diferido (Ativo) $ 6.800,00 
 
 
 
 
17 
 
 
 
Reflexão: 
Vamos considerar que a empresa se utilizou de um incentivo fiscal baseado na exclusão de base para 
o calculo do lucro real. Supondo que esse incentivo consistisse em dobrar a depreciaçãodesse item 
incentivado. Considere que o valor de depreciação é de R$ 20.000,00, demonstre como essa exclusão 
afetará a apuração do IR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perdas no Recebimento de Créditos: 
As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídicapoderão ser 
deduzidas como despesas, para determinação do lucro rel. Poderão ser registrados como perdas os 
créditos ( Lei 9.430/96, art. 9º., & 1º.). 
a) Em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença 
emanadado Poder Judiciário: 
b) Sem garantia de valor: 
1- Até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos a mais de 6 (seis) 
recebimento; 
2- Acima de R$ 5.000,00 ( cinco mil reais) até R$ 30.000,00 ( trinta mil reais), por 
operação, vencidos a mais de (1) ano, independentemente de iniciados os 
procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém, mantida a cobrança 
administrativa; 
3- Superior a R$ 30.000,00 ( trinta mil reais), vencidos há mais de 1 (um) ano, desde que 
iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para seu recebimento; 
c) Com garantia, vencidos há mais de 2 (dois) anos, desde que iniciados e mantidos os 
procedimentos judiciais para seu recebimento ou o arresto das garantias; 
d) Contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária, relativamente à 
parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar. 
 
Identifique no relatório abaixo, as contas a receber passiveis de serem reconhecidas em perdas, 
utilize a data de 31/05/X1, como base para o reconhecimento de perdas. 
Valor- $ Vencimento 180 Dias 360 dias 
Cliente A 4.500,00 31/10/x0 
Cliente A 4.900,00 31/09/x0 
Cliente A 6.000,00 31/12/x0 
Cliente B 10.000,00 28/02/x0 
Cliente B 15.000,00 31/05/x0 
Cliente C 10.000,00 31/01/x0 
Cliente C 12.000,00 30/06/x0 
 
 
 
 
18 
 
 
Participação dos Trabalhadores nos Lucros 
A pessoa jurídica poderá deduzir como despesa operacional as participações atribuídas aos 
empregados nos lucros ou resultados, dentro do próprio exercício de sua constituição. Assim, não 
há necessidade que a participação esteja “paga” para que seja dedutível, podendo ser contabilizada 
nos balancetes ou balanço, segundo o regime de competência. 
 
 
 
Exemplo: 
Balancete de Suspensão de 30 de junho: 
Lucro Líquido do Período: R$ 1.000.000,00 
Participação dos Trabalhadores no Lucro Líquido: 10% 
Valor contabilizável como despesa operacional: R$ 100.000,00 
 
Lançamento: 
Débito: Participações dos Trabalhadores no Lucro Líquido (Conta de Resultado) 
Crédito: Participações a Pagar (Passivo Circulante ) 100.000,00 
 
Contratos com Entidades Governamentais: 
Nos contratos de prazo de vigência superior a 12 (doze) meses, qualquer que seja o prazo de 
execução de cada unidade, em empreitada ou fornecimento contratado com pessoa jurídica de 
direito público, ou empresa sob seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua 
subsidiária, o contribuinte poderá diferir a tributação do lucro até sua realização, observadas as 
seguintes normas ( Decreto Lei 1.598/77, art. 10, & 3º., e Decreto Lei 1.648/78, art. 1º. Inciso I). 
 
I – Poderá ser excluída do lucro líquido do período de apuração, para efeito de determinar o lucro 
real, parcela do lucro da empreitada ou fornecimento computado no resultado do período de 
apuração, proporcional à receita dessas operações consideradas nesse resultado e não recebidas 
até a data do balanço de encerramento do mesmo período de apuração; e 
II – A parcela excluída nos termos do inciso I deverá ser computada na determinação do lucro real 
do período de apuração em que a receita for recebida. 
Em síntese, a aplicação desta legislação permite o diferimento do lucro, via LALUR, até o 
recebimento da correspondente receita (tributação pelo( “regime de caixa”). 
 
 
 
 
Exemplo: 
Valores a receber em 31/12 de entidades governamentais: R$ 950.000,00; 
Custo e despesas correspondentes às parcelas de valores a receber em 31/12 das respectivas 
entidades governamentais: R$ 450.000,00; 
Parcela do lucro a diferir de valores a receber em 31/12: r$ 950.000,00 – r$ 450.000,00 = r$ 
500.000,00; 
Lucro líquido apurado no Exercício: R$ 1.200.000,00 
Resultado tributável pelo IRPJ: R$ 1.200.000,00 -R$ 500.000,00 = r$ 700.000,00. 
O valor de R$ 500.000,00, excluídos da tributação, deverá ser adicionada,via LALUR, no período em 
que a receita for recebida, proporcionalmente à mesma. 
 
 
19 
 
 
Venda a prazo de Ativo Imobilizado 
Nas vendas de bens do Ativo Imobilizado para recebimento do preço, no todo ou em parte, após o 
término do ano-calendário seguinte ao da contratação, o contribuinte poderá, para efeito de 
determinar o lucro real, reconhecer o lucro na proporção da parcela do preço recebida em cada 
período de apuração. Caso o contribuinte tenha reconhecido o lucro na escrituração comercial no 
período de apuração em que ocorreu a venda, os ajustes e o controle decorrentes da aplicação do 
disposto serão efetuados no Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR. 
 
 É importante ressaltar que as vendas em longo prazo devem ter As datas recebimento pactuadas 
em contrato, não se beneficiando do diferimento da tributação aquela venda cujo recebimento se 
verifica após o término do ano-calendário seguinte ao da contratação em virtude de atraso no 
pagamento do todo ou das prestações. 
 
 
Exemplo: 
Uma empresa tributada pelo lucroreal alienou um terreno em 29.11.2010, pelo valor de R$ 
200.000,00, constante de seu ativo imobilizado, registrado na contabilidade por r$ 110.000,00. 
As condições de pagamento contratadas foram: no ato da venda o valor de r$ 50.000,00; em 
29.11.2011, R$ 50.000,00 e em 29.11.2012 o valor de r$ 100.000,00. 
 
Contabilização: Pela Venda 
Débito:Caixa 50.000,00 
Débito:Contas a Receber 150.000,00 
Crédito: Receita de Venda de Imobilizado 200.000,00 
 
Contabilização: Pela Baixa 
Débito:Baixa de Imobilizado 
Crédito:Terrenos 110.000,00 
 
O Lucro Contábil decorrente da venda do terreno é de r$ 90.000,00 ( 200.000,00 – 110.000,00): 
 
Porém, em vista da possibilidade do diferimento do lucro concedido pela legislação, e considerando 
que no ano base de 2010 foi recebida o valor de equivalente a 25% do preço de venda, para fins 
fiscais é possível excluir 75% do lucro da operação, ou seja, r$ 90.000,00 x75% = R$ 67.500,00 
 
Portanto, será excluído do lucro líquidoo valor de R$ 67.500,00 para fins de determinação do Lucro 
Real, no ano de 2010. Tal valor serácontrolado na parte B do LALUR e será feita uma adição quando 
do recebimento das outras parcelas. 
 
Custo de aquisição de bens do ativo imobilizado até R$ 326,61 
Poderá ser deduzido como despesa operacional, o custo de aquisição de bens do ativo imobilizado, 
cujo prazo de vida útil não ultrapasse um ano ou de valor unitário não superior a R$ 326,61, desde 
que atinja a utilidade funcional individualmente, isto é, não seja empregado em conjunto. Base art. 
301 do Decreto no. 3.000/1999 – RIR. 
 
 
 
 
 
20 
 
 
Depreciação de bens usados 
A taxa de depreciação de bens adquiridos usados poderá ser calculada considerando como prazo de 
vida útil o maior dentre: 
1- Metade do prazo de vida útil admissível para o bem adquirido novo; e 
2- Restante da vida útil do bem, considerada esta em relação à primeira instalação para 
utilização. 
 
 
Variação Cambial 
O reconhecimento das variações cambiais ativas e passivas na determinação da base de cálculo do 
IRPJ e CSLL, é pelo regime de caixa, ou seja, na liquidação da operação. A pessoa jurídica poderá 
optar pelo regime de competência para esses tributos, desde que a opção seja exercida no mês de 
janeiro, com comunicação nesse mês para a Receita Federal. 
 
A pessoa jurídica que permanecer no regime de caixa não precisa fazer comunicação,mas não pode 
alterar para o regime de competência. A empresa que optar, no mês de janeiro, pelo regime de 
competência somente pode alterar para regime de caixa no decorrer do ano se ocorrer elevada 
oscilação da taxa de câmbio fixada pelo Poder Executivo. A alteração deverá ser comunicada para a 
Receita Federal. 
 
A IN no. 1.079 de 03/11/2010, disciplinou a matéria. A empresa que adotar o regime de caixa, nada 
impede que a variação cambial passiva seja contabilizada pelo regime de competência com adição 
no Lalur. A variação cambial ativa não pode ser contabilizada pelo regime de competência com 
exclusão no Lalur, por falta de autorização em lei ou ato administrativo na forma do art. 250 RIR/99. 
(Lei no. 12.249/2010). 
 
Reflexão: 
Empresa Alfa tem Contas a receber em US$ no inicio de determinadoexercício, no valor de R$ 
100.000,00, equivalentes a US$ 50.000,00, ou seja, R$ 2,00 / US$ 1,00. Também tem contas a pagar 
em US$ no valor de R$ 120.000,00, equivalente a U$ 60.000,00, também a razão de 2/1. Ao final do 
exercício o US$ foi cotado a R$ 2,50. Apure a variação cambial e de tratamento contábil e fiscal 
para a variação identificada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Simples Nacional - Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte 
A Constituição Federal de 1988 definiu em seu artigo 179 que “a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim 
definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas 
obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução 
destas por meio de lei”. 
Por sua vez, o assunto foi regulamentado na Lei 9.841/99, que instituiu o estatuto da microempresa 
e da empresa de pequeno porte, que assegurava a elas tratamento jurídico diferenciado e 
simplificado noscampos administrativo, tributário, previdenciário, trabalhista, creditício e de 
desenvolvimento empresarial. 
O Estatuto, contudo, não tinha aplicação prática no campo tributário, que era regido pela Lei 
9.317/96, com suas alterações posteriores. No final de 2006 foi publicada a Lei Complementar no. 
123, que REVOGOU as Leis no. 9.317/96 e 9.841/99 a partir de julho de 2007. O problema é que 
uma parte significativa da LC 123/2006 dependia de regulamentação, que foi transferida para o 
COMITÊ GESTOR DE TRIBUTAÇÃO DAS MICROEMPRESASE EMPRESAS DE PEQUEN O PORTE – CGSN, 
criado pelo Decreto no. 6.038, publicado no D.O.U. em 07/02/2007 e que publicou seu primeiro 
normativo efetivo apenas no dia 30 de maio de 2007, ou seja, praticamente 30 dias antes do 
SIMPLES NACIONAL, entrar em funcionamento. Esse fato causou muita indignação na classe 
Contábil tendo em vista o pequeno espaço de tempo para conhecer uma nova legislação 
extremamente complexa. 
 
Justificativas para criação do SIMPLES 
As justificativas apresentadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB, para a instituição 
do regime simplificado para as ME´s e as EPP´s, são as seguintes: 
a) Estas empresas possuem baixo potencial arrecadatório; 
b) O regime simplificado destina-se a buscar um ambiente mais competitivo entre grandes e 
pequenas empresas e não conceder privilégios; 
c) Minimização dos custos tributários, dessas empresas, em função da sua importância para a 
economia (geração de empregos, inovação tecnológica, competição no mercado e etc...). 
d) A relação entre o contribuinte e o Estado, sempre que possível, deve ser única, a despeito da 
existência de distintos níveis de governo e administração tributária envolvidos. 
A legislação do SIMPLES teve como grande diferenciala inclusão ao recolhimento único dos 
encargos previdenciários, reduzindo o custo de pessoal e incentivando a contratação de mão –de-
obra. Além disso, a ideia original era estender o SIMPLES para os tributos estaduais e municipais, 
notadamente ICMS e ISS. Todavia, os estados e os principais municípios do país não aderiramao 
modelo federal. Já no SIMPLES NACIONAL, o ISS e o ICMS são incluídos obrigatoriamente, 
facilitando consideravelmente o controle e a parte burocrática das empresas. 
 
Redução da Burocracia 
Os artigos 4º. E 11 da LC no. 123/96, com alterações da LC 128/2008, tratam dos aspectos legais 
envolvendo a abertura e o fechamento de empresas, embora os dispositivos precisem de novos 
atos para facilitar efetivamente o processo que envolve o inicio de atividade desse tipo de 
empresas. Está prevista a utilização de princípios expressos, oriundos do projeto do REDESIM (Rede 
Nacional para a Simplificação do Registro e da Legislação de Empresas e Negócios), que definam 
diretrizes objetivas para a implantação do cadastro unificado, entrada única de documentos, na 
exigência de vistorias prévias para atividades sem risco, dentre outros aspectos burocráticos. 
 
Formalização da Opção pelo Simples Nacional 
 
22 
 
A formalização da opção pelo SIMPLES NACIONAL permanece sendo feita pela internet, sendo 
irretratável para todo o ano-calendário. O prazo para inscrição de empresas no SIMPLES NACIONAL 
permanece sendo o último dia útil do mês de janeiro, valendo a inscrição já para o próprio ano-
calendário. Quem se inscrever em janeiro de 2011 será enquadrado no regime simplificado em todo 
o ano de 2011. No momentoda opção, o contribuinte deverá prestar declaração de que sua 
atividade não é proibida de optar pelo SIMPLES NACIONAL. A SRFB disponibilizará aos Estados, 
Distrito Federal e Municípios relaçãodos contribuintes que fizeram opção para verificação quanto à 
regularidade para a opção pelo Sistema, e, posteriormente, a relação dos contribuintes que tiveram 
a sua opção deferida. 
 
Livro Caixa e Escrituração Contábil 
O contribuinte fica desobrigado, para fins fiscais, da escrituração contábil, bastando escriturar o 
livro caixa e o livro registro de inventário, no qual deverão constar os estoques existentes no final 
de cada ano. É importante frisar que, embora a legislação fiscal permita a não escrituração contábil 
das empresas tributadas pelo SIMPLES NACIONAL e pelo LUCRO PRESUNMIDO, toda e qualquer 
empresa deve manter escrituração contábil por vários motivos, dentre os quais: 
a) O Código Comercial Brasileiro exige escrituração contábil completa para servir de 
instrumento de prova em juízo e em eventuais acertos de direitos dos sócios, acionistas, 
seus herdeiros ou sucessores; 
b) No Livro Caixa somente poderá ser contabilizada a movimentação financeira, não se 
registrando as compras e vendas a prazo, os empréstimos e demais valores a pagar e a 
receber; 
c) O levantamento de balancetes e balanços de forma adequada, reduzindo a insegurança e os 
prejuízos que podem ser acarretados pela falta de registro de seus direitos e suas 
obrigações. 
 
Novos limites da Receita Bruta Anual a partir de janeiro de 2012 
a) Microempresas - r$ 360.000,00 por ano; 
b) Empresa de Pequeno Porte – r$ 3.600.000,00 por ano e também foi criado um Limite Extra 
para exportaçãode mercadorias de r$ 3.600.000,00 por ano. 
Obs: O limite extra não se aplica para as receitas advindas da exportação de serviços. 
 
Reflexões: 
 A EPP que auferiu receita bruta anual em 2011 superior a R$ 2.400.000,00 mas não ultrapassou de 
R$ 3.600.000,00. De acordo com o artigo 79-E da Lei Complementar no. 123 de 2006 (alterada pela 
Lei Complementar no. 139 de 2011), continuará no Simples Nacional. 
a) Empresa antiga que ultrapassou o limite de r$ 2.400.000,00, mas não ultrapassou o o novo 
limite de R$ 3.600.000,00. 
 
Empresa Alfa, aberta em 2004, e optante pelo Simples Nacional desde 01/01/2009, auferiu 
receita bruta anual total no ano de 2011 de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais). Por ter 
 
 
ultrapassado em 2011 o limite de receita bruta de R$ 2.400.000,00, estaria excluída a partir 
de 01/01/2012. Contudo, considerando o novo limite de receita bruta estabelecida a partir 
de 01/01/2012 e a previsão legal antes citada, a empresa Alfa permanece no Simples, 
ressalvado o direito de exclusão por comunicação do optante. 
b) Empresa em inicio de atividade que ultrapassou em menos de 20% o limite proporcional de 2011. 
 
23 
 
Empresa Delta, aberta em 15/11/2011, e optante pelo Simples desde então, auferiu receita bruta 
total no ano de 2011 de r$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais). Em 2011, por estar no 
ano de inicio de atividade, sujeita-se ao limite proporcional de R$ 400.000,00 ( R$ 200.000,00 x 
numero de meses em funcionamento no período). Como a empresa Delta não ultrapassou o limite 
proporcional em mais de 20%, ela estará excluída somente a partir de 01/01/2012 (&& 10 e 12 do 
artigo 3º. Da LC 123 de 2006, na sua redação original). Contudo, considerando o novo limite 
proporcional de receita bruta estabelecido a partir de 01/01/2012, a empresa Delta permanece no 
Simples. 
 
c) Empresa em inicio de atividade que ultrapassou em mais de 20% o limite proporcional de 2011. 
Empresa Gama, aberta em 15/11/2011, e optante pelo Simples desde então, auferiu receita bruta 
total no ano de 2011 de r$ 500.000,00 (Quinhentos mil reais). Em 2011, por estar no ano de incio 
 
de atividade, sujeita-se ao limite proporcional de R$ 400.000,00 (Quatrocentos mil reais) ou ( R$ 
200.000,00 x numero de meses em funcionamento no período. Como a empresa Gama ultrapassou 
o limite proporcional em mais de 20%, os efeitos da exclusão retroagem ao inicio da atividade, 
15/11/2011 (&& 10 e 12 do artigo 3º. Da Lei Complementar 123, de 2006, na sua redação original. 
Neste caso, a empresa deverá efetuar a comunicação obrigatória de exclusão com efeitos a partir 
de 15/11/2011. 
 
 
Limite extra para exportação de mercadorias (art. 2º. &1º. E art. 3º.) 
A partir de 01/01/2012 foi criado um limite adicional para as empresas que obtém receitas com 
exportação de mercadorias. 
Para fins de opção e permanência do Simples Nacional poderão ser auferidos em cada ano-
calendário receitas no mercado interno até o limite de R$ 3.600.000,00 ou até o limite proporcional 
(R$ 300.000,00 x o numero de meses em funcionamento). Adicionalmente, receitas decorrentes da 
exportação de mercadorias, desde que as receitas de exportação também não excedam os referidos 
limites. 
Empresa Alfa, aberta em 15/11/2011, auferiu, em 2011, receita bruta no mercado interno de R$ 
ultrapassou nenhum limite (no mercado interno e externo), poderá optar pelo Simples em 2012. 
Observações: 
* Para fins de determinação da alíquota, inclusive sua majoração, e da base de cálculo será 
considerada a receita bruta total da empresa nos mercados interno e externo; 
* A partir de janeiro de 2012, todas as faixas de receitas dos Anexos I a V da LC 123/06 foram 
reajustadas em 50%; 
* As alíquotas das diversas faixas não sofreram alterações. 
 
Receitas alcançadas pelo SIMPLES NACIONAL 
O SIMPLES NACIONAL tributa apenas a receita bruta da pessoa jurídica, não alcançando as demais 
receitas eventualmente obtidas. Podem ser excluídas da receita bruta: 
• As devoluções de vendas e as vendas canceladas; 
• Os desco9ntos incondicionais (comerciais,concedidos na nota fiscal); e 
• IPI e ICMS ST, quando registrado em receita bruta. 
Não são incluídas no SIMPLES NACIONAL as receitas financeiras. Contudo, o imposto de renda 
retido na fonte sobre receitas será considerada como tributação definitiva, sendo tratado como 
despesa. 
No caso do Ganho de Capital, esse será terá tributação definitiva a razão de 15%. A ME e EPP deverá 
provar na contabilidade ou em planilhas esse ganho de capital. 
 
24 
 
 
 
 
Distribuição do Lucro 
Os rendimentos distribuídos aos sócios ou ao titular das empresas inscritas no SIMPLES NACIONAL, 
são considerados isentos do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual do 
beneficiário. Contudo, o artigo 14 da LC 123/06 diz que a distribuição somente será isenta com 
escrituração contábil caixa, a distribuição com isenção de IR será limitada ao lucro presumido para 
fins de IR (percentual de presunção sobre a receita bruta) menos o valor do imposto de renda 
incluído no SIMPLES NACIONAL pago, de acordo com a regulamentação dada pela Resolução no. 14 
do Comitê Gestor do Simples Nacional). 
Reflexão: 
Uma Microempresa comercial, com faturamento mensal de R$ 25.000,00, pagará de SIMPLES em 
agosto de 2007 o valor de R$ 1.710,00 ( alíquota de 6,84%). Caso não tenha escrituração contábil 
regular (livro diário e razão), poderá distribuir apenas R$ 1.922,50 de lucro para seus sócios, sem 
tributação, conforme quadro a seguir: 
 
Faturamento do Mês: r$ 25.000,00 
Lucro Presumido – 8% r$ 2.000,00 
(-) SIMPLES – 0,31% IR r$ 77,50 
Distribuição Vl. Máximo r$ 1.922,50 
 
Tributos Unificados no Simples Nacional 
O SIMPLES NACIONAL consiste em fazer um único recolhimento mensal, aplicando-se um 
percentual estabelecido na Lei, abrangendo os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, INSS, além 
de IPI para as empresas industriais ou equiparadas, ICMS e ISS para empresas contribuintes destes 
impostos. 
 
Cálculo do Simples Nacional 
O SIMPLES NACIONAL tem o cálculo regulamentado na Lei Complementar no. 123/2006 e pela 
Resolução no.51/2008 do CGSN (com alterações de outras resoluções) e de simples esse cálculo não 
tem nada, pois a interpretação é bastante complexa. Como a legislação separou o cálculo em diversas 
atividades, a opção será apresenta-lo por segmento, para tornar a leitura menos árida. 
 
Empresas Comerciais 
Uma empresa comercial enquadrada no SIMPLES como ME ou como EPP e que apresente apenas 
receita com revenda de mercadorias, seguirá a tabela constante do anexo I da LC 128/08 e que 
apresentamos a seguir, inclusive com a destinação dos tributos, que é feita pela Receita Federal do 
Brasil. 
 
Alíquota e partilha do Simples – Comércio 
RB – 12 meses – R$ Alq. Irpj Csll Cofins Pis Inss Icms 
Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,21% 0,74% 0,00% 1,80% 1,25% 
De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,36% 1,08% 0,00% 2,17% 1,86% 
De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,31% 0,31% 0,95% 0,23% 2,71% 2,33% 
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxx Xxxxx Xxxxx Xxxxx Xxxxx Xxxxx Xxxxx 
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 
De 3,420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 
 
25 
 
 
 
 
 
 
Obs: O cálculo mensal do Simples Nacional é diferente do modelo anterior, pois será utilizada a 
receita bruta dos doze meses anteriores ao mês de apuração. Com isso, a tendência é queME ou EPP 
com faturamento constante paguem a mesma alíquota durante todo o ano. 
 
Empresas Industriais 
As empresas industriais que podem optar pelo SIMPLES seguem, basicamente, as mesmas regras 
utilizadas para as empresas comerciais, apenas com acréscimo na alíquota de 0,5% em cada uma das 
faixas previstas na tabela aplicada às empresas comerciais. As tabelas encontram-se no Anexo II da 
Resolução no. 51/2008 do CGSN. 
 
Empresas Prestadoras de Serviços 
Para esse tipo de empresa a opção pelo SIMPLES NACIONAL dependerá de algumas variáveis, tais 
como: 
a) Prestadores com INSS incluso no SIMPLES; 
b) Prestadores com INSS pago em função da Folha de Pagamento; 
c) Prestadores com Alíquota dependendo da Folha de Salários. 
Enfim, dependendo dessas variáveis, a opção pelo SIMPLES tomará um contorno diferenciado. 
 
Planejamento Fiscal nas Empresas Comerciais e Industriais 
A questão que sempre é colocada por pequenos empresários, resume-se no seguinte: A empresa 
pagará menos tributos no modelo simplificado em relação a outras opções de tributação? Em regra 
geral,sim. A comparação com o Lucro Presumido ou o lucro real depende fundamentalmente de dois 
fatores: os encargos com o INSS que a empresa deve pagar e as alíquotas do ICMS. 
 
 
Planejamento Fiscal nas Empresas de Serviço 
Nas empresas prestadoras de serviços, com INSS incluso, o Simples Nacional deve ser a melhor 
alternativa em quase todos os casos. Deve-se ter atenção em relação a folha de pagamento e ao 
recolhimento do Pis e Cofins 
 
Microempreendedor Individual 
A Lei Complementar no. 128/08 definiu que o Microempreendedor Individual (MEI) poderá optar 
pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidas pelo SIMPLES NACIONAL em valores fixos 
mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês. 
 
Será o Microempreendedor Individual (MEI), o empresário individual que tenha auferido receita 
bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00, optante pelo SIMPLES NACIONAL e que não 
esteja impedido de optar pela sistemática. 
 
A Lei Complementar no. 128/08 também estabeleceu outras regras com relação aos MEI, dentre as 
quais destacam-se: processo de registro; redução a zero dos valores referentes à taxas, emolumentos 
e demais custos relativos à abertura, à inscrição, ao registro, ao alvará, à licença, ao cadastro e aos 
demais itens relativos ao seu registro; concessão de Alvará de Funcionamento Provisório. 
 
 
26 
 
O Microempreendedor Individual recolherá, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, valor fixo 
mensal correspondente à soma das seguintes parcelas: 
 
a) R$ 45,65 de contribuição para o INSS (*) 
b) R$ 1,00, caso seja contribuinte do ICMS; e 
c) R$ 5,00, caso seja contribuinte do ISS. 
 
(*) Esse valor foi reduzido para R$ 27,25 conforme Medida Provisória 529/2011. 
 
 
Lucro Arbitrado 
É basicamente, uma faculdade exercida pelo fisco, prevista para os casos em que a pessoa jurídica 
não mantém escrituração na forma das leis comerciais e fiscais: 
a) deixa de elaborar as respectivas demonstrações financeiras; 
b) tem sua escrituração desclassificada pelo fisco; 
c) optou indevidamente pela tributação com base no lucro presumido e 
d) se não mantém arquivo de documentos. 
Em qualquer das hipóteses acima, o fisco poderá arbitrar o lucro, cujas regras de arbitramento 
estão tornando-se cada vez mais severas. A autoridade fiscal poderá fixar o lucro arbitrado por um 
percentual da receitabruta, quando conhecida, ou com base: no valor do ativo, do capital social, do 
patrimônio liquido, da folha de pagamento de empregados, das compras, do aluguel das instalações 
ou do lucro liquido auferido em anos calendários anteriores. 
 
Formas de Arbitramento 
Existem duas formas para arbitramento do lucro: quando conhecida a receita brutae quando esta 
não for conhecida. 
Quando a receita bruta for conhecida, o lucro arbitrado, para fins de IR, será determinado mediante 
a aplicação dos percentuais utilizadosno lucro presumido, no lucro presumido, acrescido de 20%. 
Assim, uma empresa comercial que tenha seu lucro arbitrado, deverá chegar à base de calculo do 
IR, aplicando sobre a receita bruta o percentual de 9,6%, que se refere aos 8% da atividade mais 
20% sobre 8% que dá 1,6%. As empresas de serviços utilizam 38,4% (32% mais 20% sobre 32%, que 
dá 6,4%). As demais receitas devem ser acrescidas à base. 
A base da CSLseria a mesma utilizada no lucro presumido, aplicando os mesmos percentuais. 
 
 
 
 
27 
 
 
Reflexão: 
Suponha que no 1º trimestre de 2007 ocorra o arbitramento do lucro do Posto Oriental Ltda., com 
suas receitas brutas conhecidas. 
Receitas Valor % IR % CSL 
Revenda de Mercadorias 100.000,00 9,6% 9.600,0012% 12.000,00 
Serviços de Lavagem 10.000,00 38,4% 3.840,00 32% 3.200,00 
14.440,00 15.200,00 
 IR devido– 15% 2.166,00 - 
 CSL devida – 9% - 1.368,00 
 
 
Obs:Para o caso de instituições financeiras, seguradoras, empresas de capitalização e previdência 
privada utilizam o percentual de 45% sobre suas receitas, caso tenham o lucro arbitrado. 
 
Quando a receita bruta não for conhecida, o Fisco admite utilização de uma entre oito alternativas 
fornecidas: 
1- 1,5 do lucro real relativo ao último período em que a pessoa jurídica manteve escrituração, 
atualizado monetariamente. Se o lucro real for decorrente do perídoo base anual, o valor 
queserá a base para o arbitramento será proporcional ao número de meses do período base 
considerado; 
2- 0,04 da soma dos valores do ativo circulante, realizável em longo prazo e permanente, existente 
no último balanço patrimonial conhecido; 
3- 0,07 do valor do capital, incluindo aí a correção monetária do balanço que era contabilizada 
como reserva de capital, constante do último balanço patrimonial conhecido ou registrado nos 
atos de constituição ou de alteração da sociedade, atualizado monetariamente; 
4- 0,05 do valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial conhecido, 
atualizado monetariamente; 
5- 0,40 do valor das compras de mercadoriasefetuadas no mês; 
6- 0,40 da soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos empregados e das compras 
de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem; 
7- 0,80 da soma dos valores devidos no mês aos empregados; ou 
8- 0,90 do valor mensal do aluguel devido. 
 
28 
 
 
Conforme o artigo 535 do RIR, a partir de 1º de janeiro de 1997, os índices devem ser multiplicados 
pelo número de meses do período de apuração. A receita não-operacional, se possível sua 
comprovação, deverá ser acrescida a estes cálculos. Os valores não-operacionais, que devem ser 
acrescidos na base do lucro arbitrado, são os seguintes: 
 
a) ganhos de capital (se não for possível comprovar o custo de aquisição do bem sobre o qual recai 
o ganho de capital, o valor total da venda deverá ser somado); 
b) receitas e resultados positivos; 
c) saldo de lucro inflacionário a tributar; e 
d) parcelas controladas no LALUR que devem ser adicionados ao lucro real. 
 
Se a fiscalização constatar omissão de receita pela pessoa jurídica, ou seja, entrada de dinheiro não 
declarada, 50% do valor apurado será considerado lucro e integralmente tributado. Todavia, é 
importante destacar que a omissão de receitas não pode ser confundida com o seu 
desconhecimento, que pode acontecer quando a escrituração da pessoa jurídica está prejudicada 
de tal forma que não é possível ao Fisco apurar os resultados que foram gerados pela empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO 
O capital investido em uma entidade gera perspectivas ao investidor, quer ele seja em forma de 
aquisições de ações em companhias e/ou em participações societárias como cotista. 
A entidade tem obrigações com os sócios cotistas e/ou acionistas. Até 31/12/1995 existiu a 
correção monetária de balanço, em que corrigia os direitos de sócios. Com a extinção desta 
correção a partir de 1996, através da edição da Lei 9.249/95 em seu artigo 9o., concedeu 
novamente o direito de remunerar o capital investido pelos sócios e/ou acionistas, a título de 
remuneração do capital próprio. 
As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real, observado o regime de competência, que 
remunerarem pessoas físicas ou jurídicas a título de juros sobre o capital próprio, podem considerar 
tais valores como dedutíveis, desde que observem as condições fixadas na legislação vigente. Tais 
juros, pagos ou creditados individualmente serão calculados sobre as contas de patrimônio líquido e 
limitados à variação, pró-rata dia, da taxa de juros de longo prazo – TJLP, ficando condicionado à 
existência de lucros, limitando-se ao maior valor ente: 
a) 50% do lucro do período de apuração antes da dedução dos juros e da provisão para o 
imposto de renda – IRPJ; 
b) 50% do somatório dos lucros acumulados e reservas de lucros. 
 
O patrimônio Líquido que servirá de base de cálculo para os juros é o existente no encerramento do 
período de apuração definitiva do imposto imediatamente anterior àquele da remuneração. 
A variação da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP deve corresponder ao tempo decorrido, desde o 
inicio do período de apuração até a data do pagamento ou crédito dos juros, a ser aplicada sobre o 
Patrimônio Líquido no inicio desse período, com as alterações para mais ou para menos ocorridas 
no seu curso. 
 
O Lucro do período base, não deve ser computado com integrante do patrimônio líquido desse 
período, pois o objetivo dos juros sobre o capital próprio é remunerar o capital pelo tempo em que 
ficou à disposição da empresa. 
Havendo opção pelo regime de lucro real mensal, o resultado de cada mês já pode ser computado 
no Patrimônio Líquido inicial dos meses seguintes do mesmo ano, e, havendo opção pelo regime de 
lucro real trimestral, o resultado da cada trimestrejá pode ser computado no Patrimônio Líquido 
 
30 
 
inicial dos trimestres seguintes do mesmo ano, mas se o regime for de lucro real anual, o resultado 
do ano só poderá ser computado no Patrimônio Liquido inicial do ano seguinte. 
 
No cálculo da remuneração sobre o patrimônio líquido não serão considerados, salvo se 
adicionados para efeito de determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social 
sobre o lucro, os seguintes valores: 
a) da reserva de reavaliação de bens e direitos da pessoa jurídica; 
b) da reserva especial ( diferença IPC x BTNF ). 
c) Ajuste de Avaliação Patrimonial 
 
Tributação dos Juros Sobre o Capital Próprio: 
Os juros sobre o capital próprio estão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, à alíquota 
de 15%, na data do pagamento ou crédito, os quais terão o seguinte tratamento: 
a) No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro real, o valor dos juros deverá ser 
considerado como antecipação do devido no encerramento do período de apuração ou, 
ainda poderá ser compensado com aquele que houver retido, por ocasião do pagamento ou 
crédito de juros a título de remuneração do capital próprio, ao seu titular, sócio ou acionista; 
b) Tratando-se de pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido ou lucro arbitrado, os juros 
recebidos integram a base de calculo do imposto de renda e o valor do imposto retido na 
fonte será considerado antecipação do devido no período de apuração. 
c) No caso de pessoas jurídicas não tributadas com base no lucro real, lucro presumido, 
arbitrado, isentas e de pessoas físicas, os juros são considerados como rendimento de 
tributação definitiva. 
 
Em relação à base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a partir de 01/01/1997, 
os juros passaram a ser dedutíveis para efeito de sua apuração. 
 
Forma de Registro Contábil: 
Segundo a Legislação do Imposto de Renda, a empresa que receber ou (pagar/ creditar) juros sobre 
o capital próprio deverá registra-lo em conta de resultado, segundo o regime de competência. 
A CVM, através da deliberação 207/96, estabeleceu normas específicas para a contabilização dos 
juros sobre capital próprio, tipo: 
 
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quando pagos ou creditadospelas companhias abertas devem ser contabilizados diretamente à 
conta de Lucros Acumulados, sem afetar o resultado do exercício: 
a) quando recebidos pelas companhias abertas,como crédito da conta de investimentos, 
quando avaliados pela equivalência patrimonial e desde que os juros sobre o capital próprio 
estejam ainda integrando o Patrimônio Líquido da empresa investida ou nos casos em que 
os juros recebidos já estiverem compreendidos no valor pago pela aquisição de 
investimento; e como receita nos demais casos. 
 
 
Reflexão: 
Substituição Simples de Dividendos por JCP: 
A Cia Erexim está encerrando seu balanço referente ao ano de 2003 , o qual tem as seguintes : 
 
a) O patrimônio Líquido no inicio de 2003: 
 Capital Social - $1.500.000,00 
 Reservas de Capital - $ 700.000,00 
 Reserva de Reavaliação - $ 300.000,00 
 Ajuste Avaliação Patrimonial- $ 400.000,00 
 Reservas de Lucros - $ 400.000,00 
$ 3.300.000,00 
 
b) O Lucro Contábil nesse ano foi de $ 500.000,00; 
c) Todas as despesas e receitas são tributáveis tanto para o IRPJ, quantopara CSLL; 
d) A TJLP no ano foi de 10%; 
e) A empresa tem dois sócios: Joaquim e Manoel, ambos dividem a participação na Cia; 
f) Cada acionista que receber $ 85.000,00 líquidos, como remuneração pelo investimento 
deles. Qual a melhor forma de pagar o valor solicitado: 
g) Fazer um quadro demonstrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Planejamento na Aquisição de Maquinas e Equipamentos

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