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Seguro Desemprego e FGTS

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1 
 
DIREITO DO TRABALHO II – 2º BIMESTRE/2016.1 
SEGURO DESEMPREGO E FGTS 
Nota de Aula 04 - 26 de setembro de 2015 
 
SUMÁRIO 
 
1. SEGURO DESEMPREGO 
2. FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO - FGTS 
 
1. SEGURO-DESEMPREGO 
O programa do seguro-desemprego visa prover assistência financeira 
temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa 
causa, inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente resgatado de regime 
de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo. 
Tal benefício foi instituído pela Lei 7.998/90 e constará de um pagamento realizado 
pela Previdência Social, proporcional à média dos últimos três salários que o trabalhador re-
cebia de seu empregador, sendo pago em no mínimo três e no máximo cinco parcelas. 
 SALÁRIO MÉDIO VALOR DA PARCELA 
Até R$ R$ 1.360,70 Multiplica-se salário médio dos últimos três meses por 0.8 (80%) 
De R$ 1.360,71 até 
R$ 2.268,05 
O excedente a R$ 1.360,70 multiplica-se por 0.5 (50%) e soma-se a R$ 1.088,56 
Acima de R$ 2.268,05 O valor da parcela será de R$ 1.542,24 invariavelmente 
De acordo com os seguintes requisitos do art. 3º da Lei 7.998/90, que foi alterada pe-
la Lei 13.134, de 16 de junho de 2015, fará jus ao benefício do seguro-desemprego o traba-
lhador que for dispensado sem justa causa (ou rescisão indireta) que comprove ter recebido 
salários de pessoa jurídica ou física: 
a) por pelo menos 12 meses, nos últimos 18 meses, imediatamente anteriores à data 
da dispensa, quando da primeira solicitação; 
b) por pelo menos 9 meses, nos últimos 12 meses, imediatamente anteriores à data 
da dispensa, quando da segunda solicitação; 
c) cada um dos 6 meses, imediatamente anteriores à data da dispensa, quando das 
demais solicitações; 
O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador desempregado 
por um período variável de 3 a 5 meses, de forma contínua ou alternada, a cada período 
aquisitivo, cuja duração, a partir da terceira solicitação, será definida pelo Conselho Delibera-
tivo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT). 
 
 2 
O período máximo a ser concedido observará a seguinte relação entre o número de 
parcelas mensais do benefício do seguro-desemprego e o tempo de serviço do trabalhador 
nos trinta e seis meses que antecederem a data de dispensa que originou o requerimento 
do seguro-desemprego, vedado o cômputo de vínculos empregatícios utilizados em períodos 
aquisitivos anteriores: 
I - para a primeira solicitação: 
a) quatro parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa ju-
rídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo 12 e no máximo 23 meses, no período 
de referência (últimos 36 meses); ou 
b) cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa ju-
rídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo 24 meses, no período de referência 
(últimos 36 meses); 
II - para a segunda solicitação: 
a) três parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurí-
dica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo 9 meses e no máximo 11 meses, no pe-
ríodo de referência (últimos 36 meses); ou 
b) quatro parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa ju-
rídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo 12 meses e no máximo 23 meses, no 
período de referência(últimos 36 meses) ; ou 
b) cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa ju-
rídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo 24 meses, no período de referên-
cia(últimos 36 meses) ; e 
III - a partir da terceira solicitação: 
a) três parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurí-
dica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo 6 meses e no máximo 11 meses, no pe-
ríodo de referência (últimos 36 meses); 
b) quatro parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa ju-
rídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo 12 meses e no máximo 23 meses, no 
período de referência (últimos 36 meses); ou 
c) cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa ju-
rídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo 24 meses, no período de referência (úl-
timos 36 meses). 
Fração igual ou superior a 15 dias deverá ser considerada como um mês integral. A 
Lei nº 7.998/90 determina a suspensão do pagamento do benefício do seguro-desemprego 
caso o trabalhador obtenha novo emprego; esteja recebendo benefício de prestação continuada 
da Previdência Social (exceto auxílio-acidente e pensão por morte) ou possua outra renda. 
 3 
A legislação também estabelece o cancelamento do benefício caso o trabalhador re-
cuse outro emprego condizente com seu perfil profissional; pela comprovação de falsidade na 
prestação das informações necessárias à habilitação; na comprovação de fraude visando à per-
cepção indevida do benefício do seguro-desemprego; ou ainda, por morte do segurado. 
 
5. FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO 
Instituído em nosso ordenamento jurídico por força da Lei 5.107/66, posteriormente 
revogada pela Lei 7.839/89 e, sendo atualmente regido pela Lei 8.036/90, o Fundo de Garan-
tia por Tempo de Serviço consiste em recolhimentos pecuniários mensais (até o dia 7 de ca-
da mês) e obrigatórios, por parte do empregador, em conta vinculada administrada pela Caixa 
Econômica Federal, no montante correspondente a 8% da remuneração do empregado (ex-
ceto para o aprendiz, que é de 2%) inclui-se as parcelas de salário in natura e gratificação 
natalina), bem como sobre horas extras, e outros adicionais (Súmula 63/TST), cujo saque po-
derá ser efetivado pelo empregado em situações estabelecidas em lei. 
O FGTS também deverá incidir sobre o período de aviso prévio, trabalhado ou 
não, por força da Súmula 305/TST. Entretanto, não será devido sobre as férias indeniza-
das, por força da OJ 195, da SDI-1/TST. Também será devido nos casos de interrupção dos 
contratos de trabalho e, até mesmo, em alguns casos de suspensão, como a prestação do ser-
viço militar e no caso de licença por acidente de trabalho. 
A CF/88 tornou o regime do FGTS universal, passando a ser único e obrigatório a 
todos os empregados regidos pela CLT, substituindo a estabilidade do regime decenal do art. 
492 da CLT, aplicando-se a todos os empregados urbanos e rurais e também aos domésticos, 
por força da EC 72/2013. 
É devido uma multa de 40%, por parte do empregador, sobre o montante de todos 
os depósitos realizados na conta vinculada do FGTS, durante a vigência do contrato de traba-
lho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros (3% ao ano) nos ca-
sos de dispensa sem justa causa do empregado e por cometimento de falta grave por par-
te do empregador. Nos casos de culpa recíproca, ou de força maior, reconhecida pela 
Justiça do Trabalho, a indenização será de 20% dos depósitos atualizados. 
A Lei Complementar 110/2001 instituiu contribuição social (natureza de tributo) 
devida pelos empregadores, em caso de despedida de seu empregado sem justa causa, no 
valor de 10% sobre o montante de todos os depósitos devidos, referentes ao FGTS, du-
rante a vigência do contrato de trabalho 
Toda vez que o empregado der causa a cessação do contrato de trabalho, não poderá 
sacar o montante depositado no FGTS, ou seja, nos casos de pedido de demissão e justa causa. 
 4 
A Lei 8.036/90 estabelece algumas hipóteses de saques do FGTS, tais como: 
I – Nos casos de extinção do contrato de trabalho 
(a) extinção do contrato de trabalho por dispensa sem justa causa, dispensa indire-
ta, culpa recíproca, força maior, ou extinção total do estabelecimento ou da empresa; 
(b) falecimento do empregador individual, não havendo continuidadeda relação de 
emprego; 
(c) aposentadoria; 
(d) falecimento do trabalhador; 
(e) extinção natural do contrato a termo e dos contratos de trabalho temporários; 
(f) três anos de contas inativas, fora do regime do FGTS, com saque a partir do mês 
de aniversário. 
II – Na vigência do contrato de trabalho 
(a) pagamento de parcelas referentes a financiamento imobiliário e aquisição de 
moradia, tendo o mutuário no mínimo três anos sob regime do FGTS; 
(b) nos casos de acometimento do trabalhador, ou de seus dependentes, de qual-
quer caso de neoplasia maligna (câncer), ou for portador do vírus HIV, ou estiver em es-
tágio terminal de doença grave; 
(c) aos trabalhadores com idade igual ou superior a 70 anos; 
(d) em caso de necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre 
natural. 
De acordo com o que prescreve o art. 23, § 5º, da Lei 8.036/90, o prazo prescricio-
nal para cobrança dos depósitos não realizados seria de 30 anos. Entretanto, em 13 de no-
vembro de 2014, o STF, por oito votos a dois, nos autos do Recurso Extraordinário com 
Agravo (ARE) 709.212/DF, mudou essa orientação ao declarar, por controle difuso, a in-
constitucionalidade do referido artigo, sob o argumento de se violar o disposto no art. 7º, 
XXIX da CF/88, que estabelece a prescrição quinquenal nas ações trabalhistas. 
Cabe destacar que a referida decisão do STF, contraria o princípio da norma mais fa-
vorável ao empregado, ressalte-se que o conteúdo do caput do art. 7º da CF estabelece que os 
direitos ali elencados não excluem outros que visem à melhoria da condição social dos traba-
lhadores. Entretanto o STF modulou os efeitos de sua decisão ao dispor que os mesmos de-
vem ser prospectivos (ex nunc), considerando o princípio da segurança jurídica e a necessi-
dade de resguardar as legítimas expectativas dos trabalhadores brasileiros. 
 
REFERÊNCIAS 
 
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. São Paulo: Método, 8ª ed., 2013. 
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTR, 12ª ed., 2013. 
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de Direito do Trabalho. Rio de Janeiro: Forense, 8ª ed., 2014 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. São Paulo: Atlas, 2014. 
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 6ª ed. 2015. 
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2012. 
Professor JOÃO LUÍS PRIÁTICO SAPUCA

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