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Questionário - Introdução ao Direito das Coisas e Posse

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Questionário de Revisão: Introdução ao Direito das Coisas e Posse 
1 - De que temas tratamos na disciplina Direito das Coisas?
	Trata-se das relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem. Seus temas são a Posse e os Direitos Reais (art. 1225, CC).
2 - Como as disciplinas Direito das Obrigações e das Coisas se relacionam?
	As duas disciplinas são dois os ramos do Direito Patrimonial, ou seja, direitos que envolvem valores econômicos. Sendo que o Direito das Obrigações trata do patrimônio em movimento entre as pessoas, já o Direito das Coisas discute o patrimônio estático, mostrando os direitos que as pessoas têm sobre ele.
3 - Diferencie Direitos Pessoais de Direitos Reais.
	Direitos Pessoais: versam sobre a relação entre duas pessoas, no qual o credor tem o direito de exigir que o devedor cumpra a prestação a qual se obrigou, sendo assim inter partes. São direitos transitórios, se extinguindo após seu adimplemento e são ilimitados pois resultam da vontade das partes (desde que a licitude do objeto seja observada) com o rol previsto no Código sendo meramente exemplicativo, ou seja, numerus apertus.
	Direitos Reais: incidem sobre uma coisa corpórea conferindo a seu titular o jus persequendi, podendo o titular reaver a coisa não importa com quem ou onde ela esteja. É o poder jurídico do titular diretamente sobre a coisa, sendo exercido de forma erga omnes e pelo princípio da aderência uma vez vinculado, acompanha a coisa independente de quem tenha a posse de fato. Tendem à perpetuidade, pois não se extinguem pelo seu desuso, e decorrem exclusivamente de previsão legal, descritos no artigo 1225 do Código Civil, sendo numerus clausus.
4 - Explique o que é obrigação propter rem. Dê exemplos.
	É uma figura de natureza híbrida, na qual uma obrigação (direito pessoal), adere à coisa (característica dos direitos reais) não importando quem seja o proprietário, este se torna devedor da obrigação. Ex: a obrigação imposta ao condômino de concorrer para as despesas de conservação da coisa comum (artigo 1.315); a do condômino, no condomínio em edificações, de não alterar a fachada do prédio (artigo 1.336, III); a obrigação que tem o dono da coisa perdida de recompensar e indenizar o descobridor (artigo 1.234).
5 - Explique por que se diz que a propriedade é uma situação jurídica, enquanto a posse é uma situação fática.
	Para descobrir quem tem a propriedade deve ser feita uma análise documental. E havendo um negócio jurídico em que há alienação da coisa e sua tradição foi realizada, sabe-se quem é o dono. Já para configurar a posse é necessário observar quem está no exercício de fato de algum dos poderes inerentes à propriedade, não precisando de nenhum documento para que a posse se efetive, sendo assim uma situação fática que traz consequências no mundo jurídico. 
6 - Diferencie as teorias subjetiva e objetiva da posse. Diga quem são seus autores.
São duas as principais teorias sobre a posse. A primeira é a teoria subjetiva de Savigny, ele diz que a posse é configurada quando há a presença de dois elementos: o subjetivo (corpus), que é o poder sobre o objeto, e o elemento subjetivo (animus domini), que é a intenção de ser dono. 
 Já Ihering faz uma crítica a Savigny, que não seria possível provar o elemento subjetivo em um tribunal. E cria a teoria objetiva, onde há apenas o elemento objetivo, o corpus, bastando somente o poder sobre o objeto para que posse se efetive.
7 - Diferencie a detenção aos olhos da teoria objetiva e subjetiva da posse.
	Para a teoria subjetiva de Savigny, a posse se caracteriza com corpus mais animus domini, mas se falta o elemento subjetivo, a intenção de ser dono, surge a figura da detenção. 
 No entanto de acordo com Ihering na teoria objetiva, basta o elemento objetivo para haver posse, mas se houver uma situação de subordinação jurídica é configurada a detenção. 
8 - Diga qual das teorias da posse foi adotada pelo Código Civil brasileiro. Fundamente sua resposta no texto da lei.
	Em nosso ordenamento jurídico foi adotada a teoria objetiva de Ihering, pois de acordo com a redação do artigo 1196 do Código Civil, o possuidor é aquele exerce algum poder sobre a coisa (corpus), mas em nenhum momento fala sobre a necessidade de haver animus domini. E quando trata da detenção o artigo 1198 do Código Civil, estabelece a necessidade de uma relação de subordinação para que se caracterize a figura da detenção.
9 - Diferencie jus possidendi e jus possessionis.
O jus possidendi é o direito à posse que deriva de um título, ou seja, o direito do proprietário de ter consigo o que é seu. A posse é causal e não tem qualquer autonomia, constituindo-se em conteúdo do direito real. Goza de proteções possessórias para evitar a violência e assegurar a paz social. 
 Já o jus possessionis é o direito de posse para quem tem a posse autônoma, ou seja, independente de qualquer título. E tem o direito fundado unicamente no fato da posse. Será protegida contra terceiros, uma vez que estes não têm título algum nem melhor posse, e do proprietário, e só perderá a posse para este futuramente com a conclusão dos trâmites legais, até lá a posse será mantida, ou seja, o jus possessionis se preserva até que o jus possidendi o extinga.
10 - Explique: um proprietário pode ter tanto jus possessionis como jus possidendi.
	Não, pois o jus possessionis se refere a uma posse autônoma, sem a existência de um título. E para que se torne proprietário deve-se possuir o título que lhe confira a propriedade da coisa, logo ele passa a ter o jus possidendi, a posse causal, não havendo de forma alguma uma posse autônoma, pois sua posse deriva de um título. 
11 - Explique a ideia contida na afirmação "a posse é a exteriorização do domínio (direito de propriedade)".
	Conforme com o previsto no artigo 1196 do Código Civil, é possuidor aquele que exerce algum dos poderes inerentes à propriedade, ou seja, para quem vê a situação a pessoa está agindo como se dono fosse seja usando ou fruindo da coisa, por exemplo. Existindo assim uma presunção de que o possuidor é o proprietário da coisa, embora possa não ser. 
12 - Diferencie posse direta de indireta. Cite o artigo de referência.
	O possuidor poderá, por força de um contrato, desdobrar a posse temporariamente para outra pessoa, que terá a posse direta, pois ele deterá materialmente a coisa. E aquele de qual a posse foi havida será possuidor indireto. De acordo com o artigo 1197 do Código Civil, a posse direta não anula a indireta, podendo o possuidor direto defender sua posse até do indireto. Ex.: locação: o inquilino ou locatário por força do contrato tem a posse direta, o proprietário ou o locador a indireta.
13 - Diga qual é a natureza jurídica da posse conforme doutrina majoritária.
	Segundo a doutrina majoritária, a posse não é um direito real, pois se fosse deveria estar expresso no rol do artigo 1225 do Código Civil. Portanto entende-se que a posse é uma situação fática, mas que gera desdobramentos com consequências jurídicas.
14 - Diferencie posse de boa-fé e posse de má-fé. Explique se o caso é de boa-fé objetiva ou subjetiva.
 	Posse de boa-fé é aquela na qual o possuidor ignora o vício que impede a aquisição da coisa com convicção inabalável de que sua situação é legítima, pensando assim que está no que é seu. Já a posse de má-fé é aquela na qual o possuidor conhece do vício existente e que seu direito é ilegítimo, sabendo que está no que não lhe pertence. A boa-fé a qual o Código se refere é a subjetiva, pois se considera as substâncias psicológicas internas do agente, levando em consideração o que a parte considera correto e o grau de conhecimento que essa pessoa tem; e não a boa-fé subjetiva na qual se faz uma análise de como seria o comportamento do homem médio, com base em determinados padrões sociais.
15 - Diferencie posse justa de posse injusta.
	Posse justa é aquela adquirida legitimamente sem qualquer vício jurídico externo, como violência, clandestinidade ou precariedade.Por sua vez a posse injusta é a que foi obtida viciosamente, com violência (se adquiriu pela força), clandestinidade (se estabeleceu às ocultas), ou precariedade (por abuso de confiança por parte de quem recebeu a coisa com a obrigação de restituí-la). 
16 - Diga o que é justo título. Dê exemplos. Diga o que o justo título faz presumir.
	Justo título é o documento que seria apto para transferência do domínio, se não fosse pela existência de algum vício. Não é apenas o instrumento, mas é também o estado aparência que leva a concluir estar o sujeito gozando de boa posse. O justo título gera presunção relativa (juris tantum) de boa-fé, ou seja, cabendo prova em contrário. Exemplos: herdeiro aparente, cujo título e ignorância de outros herdeiros faz presumir ser ele um justo possuidor; ou uma escritura de compra e venda, devidamente registrada, que é um título hábil para a transmissão de um imóvel, mas se o vendedor não era o verdadeiro dono a aquisição não se aperfeiçoa.
17 - Defina esbulho, turbação e ameaça à posse. Diga quais são as respectivas medidas processuais para responder a essas agressões.
	Esbulho é o ato que importa na impossibilidade do exercício da posse pelo possuidor. O possuidor fica injustamente privado da posse. Para recuperar a posse a ação é de reintegração de posse. Já a turbação é o ato que embaraça o exercício da posse, porém não o suprime. O possuidor permanece na posse da coisa, ficando apenas cerceado em seu exercício. Para ser mantido na posse a ação é de manutenção de posse. Por fim, a ameaça ocorre quando há uma intimidação mais distante de uma possível invasão, cabendo assim um interdito proibitório que é uma ação preventiva, buscando assegurar a posse.

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