Buscar

Crimes Cometidos por Particular Contra a Administração Pública - Art. 335 ao 337-A

Prévia do material em texto

NOTAS REFERENTES AOS 334 E 334-A DO CÓDIGO PENAL
Pena antes da Lei 13.008/2014 era a mesma para ambos os delitos. De 1 a 4 anos;
O artigo 318 do CP – facilitação ao contrabando ou descaminho – permaneceu com a mesma pena para os dois delitos;
Descaminho: iludir o fisco;
Contrabando: mercadoria proibida; cabe Prisão Preventiva; não cabe sursis processual; prazo prescricional ficou maior;
CIGARROS:
Exportação goza de imunidade tributária: artigo 153, § 3º, inciso III da C.F. Por tal motivo, não podem ser reimportados. A “reimportação” é considerada contrabando.
Cigarro estrangeiro: duas posições. Primeira: descaminho pois o cigarro não é proibido no Brasil. Pode ingressar, desde que pague o tributo; Segunda: Contrabando pois deve ser dispensado o mesmo tratamento aos cigarros que saem do país e reingressam.
Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concorrência publica ou venda em hasta publica, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: 
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. 							Artigo Prejudicado pelo disposto nos arts. 93 e 95 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993 (licitações e contratos da Administração Pública).
Inutilização de edital ou de sinal
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
1. Bem jurídico tutelado:
2. Sujeitos do crime Sujeito ativo /. Sujeito passivo.
3. Tipo objetivo: O art. 336 descreve duas condutas típicas: 
4. Objeto material: selo ou sinal (assinatura, carimbo ou sinete) 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa
6. Questões especais: 
Inutilidade do edital?
Concurso material com crimes de furto (art. 155 do CP), violação de domicílio (art. 150 do CP)? 
7. Pena e ação penal 
8. Julgados
“O rompimento do lacre posto pela Anatel, em aparelho que estava operando sem autorização, é conduta que se amolda ao delito previsto no artigo 336 do CP (TRF, 4ª R., Acr 2004.71.07.007282-4/RS)”
“O rompimento do lacre e a retirada da placa de identificação de veículo automotor não caracterizam o delito do artigo 311 do Código Penal, mas, sim, aquele definido no art. 336 do aludido diploma. (TJMG, Processo 1.0000.00.277236-6/000)”
Subtração ou inutilização de livro ou documento
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.
1. Bem jurídico tutelado
2. Sujeitos do crime Sujeito ativo / Sujeito passivo.
3. Tipo objetivo: 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Questões especiais 
Diferenciação:
Art. 337 do CP. Sujeito ativo = qualquer pessoa.
art. 314 do CP. Sujeito ativo = funcionário público.
art. 356 do CP. Sujeito ativo = advogado;
7. Pena e ação penal 
8. Julgados:
"Não se tranca Ação penal por falta de justa causa se a denúncia indica objetivamente materialidade e autoria do fato definido como crime. A imunidade conferida pelo Estatuto da OAB não acoberta advogado para desacatar servidor no Fórum e rasgar atirando ao lixo documento público assinado por Juiz" (STJ, RHC 4.007-6/SP, Rei. Edson Vidigal, DJU, 15-5-1995). 
"Inutilização de documento público. Acusada que rasga mandado judicial de notificação e intimação de seu marido — Reconstituição do mesmo — Ausência de dolo — Artigo 337 do CP — Delito não caracterizado — Absolvição" (TJSC, AC 29.031, Rei. Genésio Nolli, j. 5-4-1994). 
Sonegação de contribuição previdenciária
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
1. Bem jurídico tutelado. Art. 194 da CF (a seguridade social).
2. Sujeitos do crime 
2.1. Sujeito ativo: titulares, sócios, gerentes. Deve constar no Contrato Social?
2.2. Sujeito passivo: estado
3. Tipo objetivo: suprimir = deixar de pagar / recolher
3.1. Omissão em folha de pagamento (I)
3.2. Deixar de contabilizar mensalmente (II) 
3.3. Omissão de receitas ou lucros (III) 
4. Tipo subjetivo: fim especial : fraldar a previdência social.
6. Consumação e Tentativa 
7. Pena, ação penal e competência.
8 Julgados
TRF-1 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO RSE 1261 MG 0001261-80.2011.4.01.3805 (TRF-1)
Data de publicação: 19/04/2013
Ementa: PENAL. PROCESSO PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. REJEIÇÃO DA DENÚNCIA. ARTIGO 297 , § 4º , DO CÓDIGO PENAL . ABSORÇÃO DO DELITO DE FALSO PELO CRIME DESONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ART. 337-A DO CP . OCORRÊNCIA. CONCLUSÃO DO PROCEDIMENTO ADMINSTRATIVO FISCAL. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE RECURSO DESPROVIDO. 1. Aplica-se o princípio da consunção na hipótese quanto ao crime do artigo 297 , § 4º do CP , uma vez que o delito de falso imputado foi praticado em momento anterior à suposta prática do crime de sonegação decontribuição previdenciária, qualificando-se, portanto, como meio necessário para a realização do acima mencionado delito de sonegação fiscal. Precedentes desta Corte. 2. Por seu turno, quanto ao crime previsto no art. 337-A, do Código Penal , a conclusão do procedimento administrativo fiscal configura uma condição de procedibilidade, razão pela qual a ausência de constituição definitiva do crédito tributário pela autoridade administrativa se apresenta como óbiceao prosseguimento da ação penal. 3. Recurso em sentido estrito desprovido.
PGR questiona no Supremo norma que revoga punição do crime de sonegação previdenciária
Para a PGR, a norma que afasta a pretensão punitiva do Estado pela mera declaração e confissão formal de prática fraudulenta é constitucionalmente ilegítima, além de afrontar a isonomia em seus desdobramentos penais e desestimular a lisura no comportamento do contribuinte em suas relações com o Fisco.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes