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Crimes Cometidos Contra a Administração da Justiça

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DIREITO PENAL IVPágina41
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
Capitulo III
Reingresso de estrangeiro expulso
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo 
Sujeito passivo
3. Tipo objetivo:
Foi expulso mas não saiu?
Se foi deportado?
Se foi extraditado?
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Erro de proibição Art. 21 CP. 
7. Questões especiais 
Admite-se a suspensão condicional do processo em razão da pena mínima abstratamente cominada — igual a um ano. 
9. Pena, ação penal e competência. Nova expulsão após cumprimento da pena?
10. Julgados
"Por tratar-se de delito unissubsistente, perfaz-se com o simples retorno do estrangeiro, após ter sido expulso por meio de Decreto (não ignorando isto), se inexistir autorização consular para o seu reingresso e antes de revogada a expulsão. A alegação de ausência de intenção de permanência, além de incomprovada, não é causa de exclusão de tipicidade. Apesar de admitida, a tentativa não se verifica se o lugar em que foi flagrado o réu é bem distante da divisa deste País com o seu de origem" (TRF-4â Reg., AC 970409021-8/SC, Rei. Gilson Dipp, j. 19-8-1997). 
"Penal — Processo penal — Habeas corpus — Inexistência de constrangimento ilegal para concessão da liberdade provisória — O delito de reingresso ilegal de estrangeiro, art. 338 do CP reveste-se de caráter permanente o que rebate a assertiva do impetrante de que a guerreada prisão não se justificaria" (TRF-2â Reg., HC 99.02.14136-6/RJ, Rei. Raldênio Costa, DJU, 8-6-1999).
Denunciação caluniosa
        Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
        Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
        § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
        § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo
Sujeitos passivos 
3. Tipo objetivo: 
São três, portanto, os requisitos necessários para a caracterização do delito: 
a) sujeito passivo determinado; 
b) imputação de crime (caput)
c) conhecimento da inocência do acusado. 
4. Tipo subjetivo: 
Impossibilidade de dolo eventual.
5. Consumação e tentativa 
6. Figura majorada (§ 1º) 
7. Forma privilegiada ou minorada (§ 2°) 
Art. 16 do CP). 
Questões especiais 
Absorção da calúnia.
Comunicação falsa de crime / autoacusação falsa: distinção.
Retratação: inadmissibilidade
Falsa acusação em Juízo: Art. 342 do CP.
Cometido por Promotor
Cometido por Advogado
Cometido por Delegado de Polícia
Lei 12.850/13 – organizações criminosas.
Art. 19.  Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
13. Pena e ação penal 
14- Julgados
"A autoridade policial, escudada em suas prerrogativas de responsável pela condução do inquérito policial, deve buscar elementos que sirvam de base à instauração da ação penal, podendo juntar, de consequência, os documentos que entenda pertinentes aos fatos em investigação, não se podendo falar, nessa hipótese, de prática do crime de prevaricação. Para configurar o crime de denunciação caluniosa é necessário que o agente saiba da inocência de seu desafeto, de modo a demonstrar a vontade livre e consciente de provocar a instauração de investigação policial ou de processo judicial. É desprovida de justa causa a ação penal proposta contra delegado que, no estrito cumprimento de suas atribuições funcionais, sabendo do envolvimento de delegado no retardamento da conclusão de investigação que se encontrava sob a sua condução, já que afastado por determinação do Delegado Chefe da Polícia Civil, atribui-lhe a participação no fato delituoso apurado" (STJ, RHC 9.677/ES, Rei. Vicente Leal, j. 13-6-2000). 
"Para configurar o crime de denunciação caluniosa é necessário que o fato descrito na falsa denunciação constitua típico ilícito penal. Mera querela desenvolvida nos autos de processo entre Juiz e advogado, da qual resultou pedido de investigação para apurar fatos atípicos não autoriza a promoção de ação penal por denunciação caluniosa" (STJ, HC 8.341/SP, Rei. Vicente Leal, DJ, j. 19-4-1999). 
"O crime de denunciação caluniosa consiste em dar causa a instauração de investigação policial ou processo judicial contra pessoa a quem é imputada falsamente a prática de infração penal. Pressupõe a acusação contra alguém, mas sabendo o denunciante que aquele é inocente. A figura típica carrega, portanto, elemento de natureza subjetiva — 'de que o sabe inocente' —, exigindo que o acusador esteja imbuído de má-fé, consciente de que o fato não existiu. Em suma, é necessária a certeza moral da inocência do imputado, de modo que o simples estado de dúvida já afasta a tipicidade do delito" (TRF-4a Reg., AC 1999.04.01.055947-0/ RS, Rei. Eloy Bernst Júnior, j. 8-8-2000).
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
        Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
1. Bem jurídico tutelado: 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo 
Sujeito passivo 
3. Tipo objetivo: 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Pena e ação penal 
7. Julgados:
"Denunciação caluniosa. Distinção de falsa comunicação de crime. A denunciação caluniosa distingue-se da falsa comunicação de crime porque, naquela, o agente aponta determinada pessoa como autora de um crime que pode ter existido ou não, ao passo que nesta, não se cogita de autoria, mas sim da inexistência do delito denunciado" (TJRS, AC 699226718, Rei. Walter Jobim Neto, j. 10-6-1999).
"Crime de ação penal pública. Inviabilidade da ação penal de iniciativa privada, por falta de legitimação ativa. Ordem de habeas corpus deferida para trancar a ação penal" (STJ, HC 9551 191-6/RJ, Rei. Edson Vidigal, DJU, 12-2-1996).
Autoacusação falsa
        Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:
        Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
1. Bem jurídico tutelado: 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo 
Sujeito passivo 
3. Tipo objetivo: 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Questões especiais 
Motivação altruística? Grau de parentesco? 
Acusar a si próprio + acusação falsa a terceiros?
Retratação? Artigo 65, III, ‘d’ ou 66 ambos do CP.
7. Pena e ação penal 
Falso testemunho ou falsa perícia
        Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.     (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)     (Vigência)
        § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
        § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
1. Bem jurídico tutelado: 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativoSujeitos passivos 
3. Tipo objetivo: 
Testemunha: art. 202 do CPP; 
Art. 206 do CPP. 
Art. 207
Falsidade de fato relevante!!! 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Causa especial de aumento: (1º) 
7. Retratação (2º) Art. 107, VI, do CP;
10. Questões especiais 
Coautoria? 
Prisão em Flagrante? 
Falso irrelevante: atipicidade da conduta.
11. Pena e ação penal 
12. Julgados
"Simples divergência entre depoimentos prestados por testemunhas a respeito de determinado fato dificilmente justifica atribuir-se a uma delas, sem provas concretas, que esteja, livre e conscientemente, falseando a verdade. A caracterização do falso testemunho, em regra geral, não depende da conclusão do processo em que foram efetuadas as declarações acoimadas de falsas. Todavia, havendo decisão definitiva na esfera em que os depoimentos foram prestados, esta deve ser levada em consideração na instância penal, a fim de evitar decisões contraditórias sobre o mesmo fato. O que não se mostra razoável é o prosseguimento da ação penal buscando eventual ofensa à administração da justiça quando o próprio tribunal especializado reconheceu não terem as pacientes faltado com a verdade" (TRF-4â Reg., HC 1999.04.01.132880-7/PR, Rei. Élcio Pinheiro de Castro, DJ, 5-4-2000).
"Falso testemunho. Não o comete pessoa que nega fatos que possam incriminá-la" (TJRS, AC 70001350040, Rei. Ranolfo Vieira, j. 13-9-2000). 
        Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
        Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
        Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
“SUBORNO”
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo 
Sujeito passivo 
3. Tipo objetivo: 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Figura majorada 
7. Questões especiais 
Se a oferta ou promessa é aceita: Art. 342, § 1º, do CP. 
8. Pena e ação penal 
Pena de 3 a 4 anos X individualização penal?
9. Julgados
"Penal. Recurso especial. Falso testemunho. Advogado. Participação (induzimento ou instigação). Relevância penal (precedentes do STJ e do STF). Os crimes de mão própria não admitem a autoria mediata. A participação, via induzimento ou instigação, no entanto, é, ressalvadas exceções, plenamente admissível. — A comparação entre os conteúdos dos injustos previstos nos arts. 342 e 343 do C. Penal não conduz a uma lacuna intencional quanto à participação no delito de falso testemunho. O delito de suborno (art. 343 do C. Penal) tem momento consumativo diverso, anterior, quando, então, a eventual instigação, sem maiores conseqüências, se mostra, aí, inócua e penalmente destituída de relevante desvalor de ação." (STJ, REsp 200.785/SP, Rei. Félix Fischer, DJ, 21-8-2000). 
"Na espécie, a conduta da recorrida (advogada) é atípica, porquanto limitou-se a instruir a testemunha a dizer isso ou aquilo em juízo trabalhista sem, frise-se, conforme restou consignado pelo acórdão recorrido, dar, oferecer ou prometer qualquer vantagem" (STJ, REsp 169.212/PE, Rei. Fernando Gonçalves, DJ, 23-8-1999). 
Coação no curso do processo
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo 
Sujeito passivo 
3. Tipo objetivo: 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Concurso de crimes 
Lesões corporais?
 7. Questões especiais 
Art. 69 do CP com lesão corporal ou homicídio.
8. Pena e ação penal 
9. Julgados:
“RECURSO EM SENTIDO ESTRITO CONTRA DECISÃO QUE CONCLUIU PELA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO. COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. PEDIDO DE FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO ESPECIALIZADO. PROCEDÊNCIA. AMEAÇA PRONUNCIADA CONTRA EX-COMPANHEIRA. INCIDÊNCIA DA LEI MARIA DA PENHA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 
1. O réu, ao pronunciar ameaça contra a ex-companheira para que desista de prosseguir em Juízo incide na prática do delito de coação no curso do processo, no qual figuram como sujeitos passivos tanto o Estado quanto a vítima da ameaça, de forma que a posição de vulnerabilidade desta exige a incidência de especial proteção proporcionada pela Lei Maria da Penha, devendo, portanto, a causa ser processada e julgada perante o Juízo de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. 
2. Recurso conhecido e provido para cassar a decisão que declinou da competência do Juízo, para que o feito seja regularmente processado e julgado perante o Juízo do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Circunscrição Judiciária de Sobradinho - DF.
(Acórdão n.774360, 20140610001098RSE, Relator: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 27/03/2014, Publicado no DJE: 01/04/2014. Pág.: 505)
“APELAÇÃO CRIMINAL. PORTE ILEGAL DE MUNIÇÃO DE USO RESTRITO E COAÇÃO DURANTE O CURSO DO PROCESSO. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. IMPOSSIBILIDADE DE ABSOLVIÇÃO POR ATIPICIDADE DA CONDUTA E POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. COMPETÊNCIA PARA JULGAR O PEDIDO DE ISENÇÃO DE CUSTAS É DO JUÍZO DE EXECUÇÕES. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 
I - As condutas de portar munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, e de usar de violência, qual seja, encostar uma arma na nuca de pessoa que é chamada a intervir em processo judicial, com o fim de favorecer interesse próprio, são fatos que se amoldam aos artigos 14 da Lei nº 10.826/03 e 344 do Código Penal. 
II - É assente, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, que, ao se tratar de coação no curso do processo, deve-se agregar especial relevo à palavra da vítima, principalmente quando resta corroborada pelo conjunto probatório, no caso em apreço, pelo depoimento da testemunha ocular e do policial militar que conduziu o acusado. 
III - O crime de porte ilegal de munição de uso restrito é delito de mera conduta e de perigo abstrato, bastando que o acusado aja em desconformidade com a determinação legal, não havendo, portanto, que se falar em absolvição por atipicidade da conduta, pois o bem tutelado é a incolumidade pública. 
IV - A competência para análise do pedido de isenção do pagamento de custas processuais é do Juízo da Execução Penal, o qual manterá a assistência judiciária quando comprovada materialmente a hipossuficiência econômica do réu. 
V - Recurso CONHECIDO e NÃO PROVIDO. 
(Acórdão n.770788, 20120610159873APR, Relator: JOSÉ GUILHERME, Revisor: HUMBERTO ADJUTO ULHÔA, 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 20/03/2014, Publicado no DJE: 26/03/2014. Pág.: 352)
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
1. Bem jurídico tutelado: 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo 
Sujeito passivo 
3. Tipo objetivo: 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Questões especiais:
Artigo 345 x artigo 161, § 1º, II, do CP.
 7. Pena e ação penal 
A ação penal privada? 
8. Julgados
PENAL. PROCESSO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. APROPRIAÇÃO INDÉBITA CIRCUNSTANCIADA.ART. 168, § 1º, III, CP. RECURSOS DEFENSIVO E MINISTERIAL. DESCLASSIFICAÇÃO. DELITO DE EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES. IMPOSSIBILIDADE. DOSIMETRIA. PENA-BASE. PLEITO DE AUMENTO. BIS IN IDEM. NÃO ACOLHIMENTO. QUANTUM DE AUMENTO. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. JÁ RECONHECIDA NA SENTENÇA. CRIME CONTINUADO. NÚMERO DE CRIMES. MOMENTO CONSUMATIVO. 
1. Inviável operar-se a desclassificação do crime de apropriação indébita para exercício arbitrário das próprias razões se o réu não comprovou que teria agido com a intenção de ressarcir-se de supostos indevidos descontos em seu salário. 
Recurso da defesa conhecido e parcialmente provido. (Acórdão n.778089, 20100710303823APR, Relator: CESAR LABOISSIERE LOYOLA, Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 27/03/2014, Publicado no DJE: 14/04/2014. Pág.: 181)
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Modalidade de exercício arbitrário das próprias razões 
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo 
Sujeito passivo 
3. Tipo objetivo: 
4. Tipo subjetivo:
5. Consumação e tentativa 
6. Questões especiais 
Coisa alheia = art. 155.
Objeto material comum = Art. 156 
7. Pena e ação penal 
“Para a configuração do tipo pretendido, imprescindível que a coisa arrebatada fosse de propriedade do inculpado, o que não ocorre na espécie, porquanto, ao emitir os títulos, a propriedade destes passa a ser do portador ou do beneficiário. No momento em que repassada a cártula para terceiro, opera-se a tradição, com o que o subscritor deixa de ser proprietário dela. (TJRS, ACR 70029603396/2010)
Fraude processual
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo 
Sujeito passivo 
3. Tipo objetivo: 
Inovar (mudar, alterar);
Artificiosamente (mediante artifício ou ardil);
O estado de lugar, de coisa ou de pessoa.
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Figura majorada 
7. Pena e ação penal 
9. Julgados
PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO E FRAUDE PROCESSUAL. DESPRONÚNCIA. INVIABILIDADE. PROVA DA MATERIALIDADE E INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. 
1. O juízo de pronúncia restringe-se à admissibilidade da acusação, perquirindo-se apenas se há prova da materialidade do delito e indícios suficientes de autoria, não sendo necessário o juízo de certeza que se exige para a condenação. 
2. Prescindível a existência de processo penal em curso ou até mesmo de inquérito policial para a configuração do crime de fraude processual penal, conforme indica o parágrafo único do artigo 347 do CP. 
3. Caracterizado o crime de fraude processual, havendo provas nos autos da existência do delito e indícios de autoria e inexistindo excludente de ilicitude ou de culpabilidade, não há como admitir o pedido de absolvição sumária. 
4. Recurso conhecido e desprovido. 
(Acórdão n.737739, 20091210019637RSE, Relator: JESUINO RISSATO, 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 21/11/2013, Publicado no DJE: 26/11/2013. Pág.: 255)
“Conforme narra a denúncia, o acusado teria modificado a posição do corpo da vítima e colocado uma faca sob sua mão, com a finalidade de induzir a erro os peritos criminais que examinariam o local, conduta que configura o delito de fraude no processo penal.”
S.T.J. Por falta de teses jurídicas antagônicas, a ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça, rejeitou Embargos de Divergência interpostos pela defesa do empresário e ex-senador pelo Distrito Federal Luiz Estevão. Com isso, foi mantida sua condenação a três anos e seis meses de prisão por ter apresentado documentos falsos para a liberação de bens indisponibilizados por decisão judicial.
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. 
1. Bem jurídico tutelado: 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo: o advogado? A vítima? O Auxílio anterior ou durante a ação criminosa?
Sujeito passivo 
3. Tipo objetivo: 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa: 
6. Forma privilegiada § 1º.
7. Questões especiais 
Se o auxílio é prestado antes da consumação do delito.
Artigo 352 do CP. Fuga!!!
Escusa absolutória do § 2º do artigo 346 (226, § 3º da CF)
Auxílio ao Contraventor?
Auxílio do menor infrator?
Início da ação penal pelo crime de favorecimento somente após o julgamento do crime anterior? Conexão probatória. Apuração dos dois crimes em mesmo processo. 
8. Pena e ação penal 
9. Julgado
“RECURSOS DE APELAÇÃO CRIMINAL. FAVORECIMENTO PESSOAL E ROUBO IMPRÓPRIO. CONDENAÇÃO. RECURSOS DA DEFESA DOS RÉUS. PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO. INVIABILIDADE. PROVAS SUFICIENTES DE AUTORIA E MATERIALIDADE. DESCLASSIFICAÇÃO PARA FURTO. IMPOSSIBILIDADE. ROUBO IMPRÓPRIO DEVIDAMENTE CONFIGURADO. REDUÇÃO DAS PENAS. AFASTAMENTO DA ANÁLISE DESFAVORÁVEL DA PERSONALIDADE. COMPENSAÇÃO DA ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA COM A AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA. POSSIBILIDADE. PEDIDO DE RECORRER EM LIBERDADE. NÃO DEFERIMENTO. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. COMPETÊNCIA DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS. RECURSOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS. 
1. Inviável atender ao pleito absolutório pela conduta descrita no artigo 348, caput, do Código Penal (favorecimento pessoal), se comprovado que o primeiro apelante, ciente que a acusada havia acabado de promover a subtração de mercadorias, prestou auxílio a esta visando propiciar que ela não sofresse a ação da autoridade pública, tendo a transportado para local afastado onde, contudo, foi localizada e presa. (Acórdão n.681157, 20120310252567APR, Relator: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, Revisor: JOÃO TIMÓTEO DE OLIVEIRA, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 28/05/2013, Publicado no DJE: 04/06/2013. Pág.: 251)
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo 
Sujeito passivo 
3. Tipo objetivo: 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Questões especiais:
Favorecimento real X pessoal. 
Artigo 349 X Artigo 180 do CP. 
8. Pena e ação penal 
9. Julgado
PENAL E PROCESSO PENAL. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE FAVORECIMENTO REAL. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO DOLO ESPECÍFICO. SENTENÇA CONDENATÓRIA MANTIDA. 
1. Se a defesa não comprovou que o réu, no momento em que guardou a arma em sua residência, tinha conhecimento prévio do crime de tentativa de homicídio cometido, bem como sua intenção de prestar auxílio ao criminoso com a vontade de tornar seguro o proveito do crime, não restando provada a conexão entre os crimes, não há falar em crime de favorecimento real, sobretudo quando a materialidade e a autoria do crime de posse irregular de arma de fogo encontram-se demonstradas pelas provas dos autos e pelo depoimento das testemunhas. 
2. Recurso conhecido e desprovido. 
(Acórdão n.766431, 20131210018512APR, Relator: JOÃO BATISTA TEIXEIRA, 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 06/03/2014, Publicado no DJE: 12/03/2014. Pág.: 247)
Art. 349-AIngressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009).
Objetividade jurídica:
Sujeitos do delito 
Sujeito ativo: 
Sujeito passivo: 
3. Tipo objetivo 
Tipo subjetivo 
4. Consumação 
7. Crime de menor potencial ofensivo 
 8. Julgado
1 - Correta a decisão que fixou a pena base pouco acima do mínimo legal, diante da gravidade do delito e dos maus antecedentes. 
[...] 
4 - É inviável deferir o pedido de restituição do celular que foi utilizado para a prática de ato ilícito, devendo ser mantida a pena de perdimento. 
5 - Recurso conhecido e parcialmente provido.
(Acórdão n.735117, 20120110868500APJ, Relator: LEANDRO BORGES DE FIGUEIREDO, 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, Data de Julgamento: 12/11/2013, Publicado no DJE: 19/11/2013. Pág.: 267)
Exercício arbitrário ou abuso de poder
Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que:
I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento destinado a execução de pena privativa de liberdade ou de medida de segurança;
II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem de liberdade;
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.
Este artigo foi revogado pela Lei n. 4.898/65 (regulamenta o direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade).
"Abuso de autoridade. Restando demonstrado nos autos prova da materialidade e autoria, é de ser mantida a condenação. Com efeito, o ato de policiais, ainda que com mandado judicial, algemarem a vítima e ofenderem sua integridade física, que disse nada saber a respeito de pessoas procuradas pelos policiais, configura o abuso de poder. Assim, não podem os agentes públicos, sob pena de violarem os princípios e direitos fundamentais, pretender forçar alguém, mediante ameaças e violência, a dizer algo sobre supostos criminosos. Palavra da vítima que, sendo coerente, ganha especial relevo nesses delitos, mormente, porque o são praticados às escondidas. Condenação mantida. Apelação desprovida" (TJRS, AC 70000785733, Rei. José Eugênio Tedesco, j. 29-6-2000). 
HABEAS-CORPUS Nº 2006.01.00.012791-1/BA
Processo na Origem: 200633030006696
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ACESSO DO ADVOGADO AOS AUTOS DO INQUÉRITO OU DO PROCESSO.
1. É direito do advogado examinar, em qualquer repartição dos Poderes da República, autos de inquérito ou de processo, findos ou não, ainda que sem procuração, e deles tirar cópias, em face do que dispõem o art. 7º da Lei 8.906, de 04.07.1994, e o inciso LXIII do art. 5º da Constituição Federal, sob pena de o indeferimento do pedido, caracterizar crime de abuso de autoridade.
2. Os atos que ainda estão sendo processados sob segredo de justiça, como quebra de sigilos fiscal e telefônico, não poderão ser dado conhecimento à defesa, sob pena de serem prejudicadas as investigações. Mas os atos já realizados, estes o advogado tem o direito de ler e tirar cópia. 
A C Ó R D Ã O
Decide a Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, por unanimidade, conceder a ordem de habeas corpus impetrada em favor de EDNA DA SILVA PIAU.
Brasília, 23 de maio de 2006.
Juiz TOURINHO NETO
Relator
NOMEN IURIS 
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente à violência.
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo 
Sujeito passivo
3. Tipo objetivo: 
5. Consumação e tentativa: 
6. Formas qualificadas 
7. Forma culposa 
8. Questões especiais 
317 X 351 (tipo especial)
Inimputáveis?
9. Pena e ação penal 
10. Julgados
"Por 'pessoa legalmente presa' (CP, art. 351), devem ser entendidos também os menores inimputáveis, privados de sua liberdade ambulatorial, por força de ordem judicial. Não se tranca a Ação Penal quando a denúncia descreve fatos configuradores de crime em tese, possibilitando ao acusado o exercício pleno de seu direito de defesa. Havendo controvérsia de fatos e provas, o trancamento prematuro da Ação Penal seria o mesmo que cercear a pretensão acusatória do Estado" (STJ, RO-HC 9.374/MG, Rei. Edson Vidigal, j. 15-2-2000). 
"Deve ser reconhecida a falta de justa causa para a ação penal, instaurada para a apuração do delito de facilitação da fuga de preso, se evidenciado que o acusado, carcereiro policial, agiu em obediência a uma ordem judicial, ainda que não se conduzindo com a cautela necessária, pois deixou de verificar se o custodiado estaria também recolhido devido a outra prisão cautelar — ressaltando-se que tal atribuição não seria de sua alçada, mas, sim, de responsabilidade do administrador do estabelecimento prisional, e que o réu efetivamente não fugiu, mas, na realidade, foi posto em liberdade” (STJ, RHC 9.770/SP, Rei. Gilson Dipp, DJ, 11-12-2000, p. 217).
EMENTA:
1. A expressão "pessoa legalmente presa" contida no tipo penal previsto no artigo 351 do Código Penal deve ser interpretada em sentido amplo, de modo a englobar a situação de todo aquele que se encontra privado de sua liberdade decorrente de prisão em flagrante ou por força de ordem escrita e fundamentada de autoridade judicial. Assim, a expressão "pessoa legalmente presa" também inclui os menores inimputáveis, desde que apreendidos por força de ordem judicial. Precedente do Superior Tribunal de Justiça. [...]
 (Acórdão n.582283, 20110910094130APR, Relator: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, Revisor: SILVÂNIO BARBOSA DOS SANTOS, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 26/04/2012, Publicado no DJE: 02/05/2012. Pág.: 185)
Evasão mediante violência contra a pessoa
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo 
Sujeitos passivos 
3. Tipo objetivo: 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Questões especiais 
Concurso material. 
7. Pena e ação penal 
8. Julgados
"Fuga de presos — Evasão mediante violência à pessoa — Detento que imobiliza o policial de guarda com areia nos olhos para, em seguida, trancafiá-lo numa cela — Violência caracterizada — Responde pelo crime previsto no art. 352 do Código Penal quem, legalmente preso, consegue evadir-se do presídio, trancafiando o policial de guarda numa cela depois de imobilizá-lo com areia nos olhos e arrebatar-lhe o revólver da Corporação" (TJMG, Apelação Criminal n. 93.340-8 — Comarca de Elói Mendes; Apelante(s) — Ministério Público do Estado de Minas Gerais, PJ Comarca Elói Mendes — Apelado(a)(s) — Jair Marcos da Silva, José Lino Neto, Sebastião Pedreira — Rei. Des. Gudesteu Biber).
PENAL. ROUBO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA FURTO. SIMULAÇÃO DE ARMA DE FOGO. PALAVRA DA VÍTIMA. EVASÃOMEDIANTE VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA. TESTEMUNHA POLICIAL. PENA 
O emprego de violência, consistente no empurrão aplicado no agente de polícia, com o fim de evadir-se da Delegacia, é suficiente para caracterizar o crime de evasão mediante violência contra a pessoa. Não é necessário que tenha ocorrido lesão, mas sim a violência, como no caso. 
O testemunho prestado por agente policial, quando em harmonia com as provas dos autos, não contraditado ou desqualificado, resta merecedor de fé na medida em que provém de agente público no exercício de sua função. Conjunto probatório, que ampara a condenação. Penas bem dosadas. Apelo improvido. 
(Acórdão n.430113, 20090310052615APR, Relator: MARIO MACHADO, Revisor: GEORGE LOPES LEITE, 1ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 17/06/2010, Publicado no DJE: 01/07/2010. Pág.: 170)
Arrebatamento de preso
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo. 
Sujeito passivo 
3. Tipo objetivo:
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
7. Questões especiais 
Cabe para medida de segurança? 
Concurso material? 
Legalidade ou ilegalidade da prisão?
8. Pena e ação penal 
Motim de presos
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeitos ativos. 
Sujeito passivo. 
3. Tipo objetivo: 
Motim?
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Questões especiais 
Mera desobediência? 
Cúmulo material?
 7. Pena e ação penal 
8. Julgado
"Incabível a condenação de todos os denunciados por crime de motim simplesmente por estarem nas mesmas celas dos que de fato praticaram o delito, uma vez que a culpa penal não se presume, sendo necessária, sempre e incondicionalmente, sua concreta demonstração. Da mesma forma, imperativa a absolvição dos acusados pelos crimes de incêndio, dano e lesões corporais, se duvidosas suas autorias, embora inconteste a materialidade dos mesmos" (TJDFT, AC APR1794597/ DF (102255), Rei. Aparecida Fernandes, DJU, 18-3-1998, p. 30). 
"Motim de presos. Atipicidade. Presos em xadrez de Delegacia Policial condenados por sentença transitada em julgado, que se amotinam, dominando um carcereiro, reivindicando a transferência para estabelecimento adequado à execução da pena: a conduta é atípica, pois a sua finalidade não era 'perturbar a ordem ou disciplina da prisão' (art. 354, C. P), mas, ao contrário, os presos buscavam o cumprimento da ordem jurídica, a eles negada, face a ilegalidade na execução da pena privativa de liberdade imposta em condições carcerárias violadoras da Constituição Federal, do Código Penal e da Lei de Execução Penal" (TJRJ, AC 62.545/ 97, Rei. Sérgio Verani J. 2-6-1998, v. u.). 
Patrocínio infiel
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Patrocínio simultâneo ou tergiversação
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
1. Bem jurídico tutelado: 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo. 
Sujeitos passivos 
3. Tipo objetivo:
3.1. Patrocínio infiel: 
3.2. Defesa de partes contrárias 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa
6. Questões especiais 
Interesse legítimo?
Atividade extrajudicial?
Orientação equivocada?
Abandono do processo? Art. 265 do CPP!
Acordo entre as partes? 
A incompatibilidade em causas diversas?
Tergiversação e juntada de procuração?
7. Pena e ação penal 
8. Julgados
"Advogada que requer modificação de guarda de menor em nome dos avós e contra os pais da criança e que, posteriormente, passa a representar também o pai citado para concordar com o pedido — Hipótese de convergência de interesses entre autor e réu — Ausência de antijuridicidade em sua conduta — falta de justa causa para a ação penal" (TACrimSP, HC 322.288/3, Rei. Érix Ferreira, j. 28-5-1998). 
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo:
Sujeitos passivos 
3. Tipo objetivo: 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Questões especiais 
Art. 356 X 305 do CP. 
Intimação prévia do advogado?
7. Pena e ação penal 
8. Julgados
"Paciente denunciado como incurso nas sanções do art. 356 do CP — sonegação de papel ou objeto de valor probatório. Devolução, após cobrança tardia dos autos, mas antes do recebimento da denúncia. Ausente a intenção de reter o feito, resultando em fato atípico" (TARS, HC 297042434, Rei. Alfredo Foerster, j. 28-1-1998). 
"Para a caracterização do crime de sonegação de papel ou objeto de valor probatório, no caso retenção de autos de processo por advogado, faz-se necessária a prévia intimação para devolução em cartório" (TJSC, HC 98.013475-7, Rei. Paulo GallottiJ. 10-11-1998). 
Exploração de prestígio
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo.
Sujeito passivo. 
3. Tipo objetivo: 
A fraude!!!
 4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Figura majorada 
7. Questões especiais 
Art. 332 do CP. 
Arts. 333 e 317 do CP). 
8. Pena e ação penal 
9. Julgados
"O crime de exploração de prestígio exige, à sua configuração, apenas a obtenção de vantagem, ou promessa desta, junto a funcionário público no exercício da função. Dispensável a identificação expressa do servidor" (STJ, REsp 76.211/ PE, Rei. Edson Vidigal, DJU, 6-9-1999).
Violência ou fraude em arrematação judicial
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente à violência.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo. 
Sujeito passivo: 
3. Tipo objetivo: Art. 335 do CP 
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Pena e ação penal 
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito 
Art. 359. Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena — detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. ou muita.
1. Bem jurídico tutelado 
2. Sujeitos do crime 
Sujeito ativo
Sujeito passivo.
Tipo objetivo: 
Art. 92 do CP. 
Art. 307 do C.T.B.?
4. Tipo subjetivo: 
5. Consumação e tentativa 
6. Questões especiais 
Art. 47 do CP configura o delito? V. Art. 44§ 4º, do CP.
7. Pena e ação penal 
8. Julgado
PENAL. DESOBEDIÊNCIA A DECISÃO JUDICIAL SOBRE SUSPENSÃO DE DIREITO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INCABÍVEL. ANTECEDENTES PENAIS. PERSONALIDADE DO RÉU. AUMENTO DA PENA BASE. 
O acusado confessou que exercera direito de que fora suspenso por decisão judicial, ao se aproximar da vítima e perturbar lhe a tranquilidade. Assim, a conduta do réu amoldou-se perfeitamente ao tipo previsto pelo art. 359 do Código Penal, sendo correta a aplicação da pena de detenção ao acusado. Súmula nº 444 do STJ: "é vedadaa utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena base".  Apelo desprovido. (Acórdão n.434740, 20080310333849APR, Relator: MARIO MACHADO, 1ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 15/07/2010, Publicado no DJE: 16/08/2010. Pág.: 303)

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