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Da função ético social do Direito Penal

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Da função ético social do Direito Penal
A missão do Direito Penal éa proteção aos bens jurídicos. Essa proteção não é exercida apenas pela prevenção geral (intimidação coletiva) e exercida pela difusão do temor à sanção penal, mas principalmente através do contrato ético celebrado entre o Estado e o indivíduo, o qual é convicto da necessidade da lei penal e crê na justiça desta.
A natureza do Direito Penal de uma sociedade pode ser verificado no momento da aferição da conduta típica. Aação humana pode ser valorada em face da lesividade da conduta (desvalor do resultado) e de acordo com a reprovabilidade social da conduta (desvalor da ação).
Não basta que o resultado seja lesivo, para que a conduta seja reprovável, pois há as situações de caso fortuito, força maior e as manifestações completamente involuntárias. Dessa forma, para a reprovação da conduta faz-se mister a existência de um comportamento consciente ou negligente do seu autor.
Ao não buscar a justa reprovação da conduta, o Direito Penal se torna um mero difusor do medo e da coerção. Dessa forma, a visão pretensamente utilitária do Direito Penal rompe com os compromissos éticos assumidos entre os cidadãos, tornando-os rivais e acarretando, com isso, a ineficácia do combate ao crime.
	Ao descrever e punir qualquer lesão aos deveres ético-sociais, o Direito Penal acaba por formar o juízo ético dos cidadãos, os quais passam a ter bem delineados os valores essenciais para a vida em sociedade.
Quando uma norma incriminadora é infringida, o Estado em o dever de acionar seus mecanismos legais a fim de impor a correta sanção penal ao caso concreto, demonstrando à coletividade o valor que dedica ao bem violado. Porém, na medida que o Estado se torna vagaroso, omisso ou injusto, acaba por incutir na consciência coletiva a pouca importância que dá aos valores éticos e sociais, afetando a crença na justiça penal e propiciando que a sociedade deixe de respeitar tais valores, seguindo o exemplo do Estado.
Nesse momento, de nada adiantará o enrijecimento das leis penais, pois o indivíduo tenderá sempre ao individualismo, descumprindo a norma e tentando se desviar da punição.
Assim, o principal objetivo do Direito Penal, não é a tutela atual e concreta dos bens jurídicos, mas sim a administração da natureza ético-social de suas leis, o permanente acatamento legal de suas normas.

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