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Dificuldades de Aprendizagem e Dislexia

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1 Introdução
O aprendizado da leitura e escrita, de um modo geral, é uma das habilidades mais importantes para o bom desempenho escolar. Mas,apesar de toda sua importância, continua sendo um grande desafio, já que se precisam considerar aspectos cognitivos, psicossociais, pedagógicos do aprendente.
As dificuldades encontradas são inúmeras como a falta de oportunidades à aprendizagem, principalmente, de condições socioeconômicas desfavoráveis e de proposta de ensino. 
Os aspectos a serem considerados em relação às habilidades cognitivo-linguísticas do aprendente são:
	HABILIDADES
	ACESSO
	Leitura
	- Conhecimento do alfabeto;
-Leitura de palavras e pseudopalavras.
	Escrita
	- Escrita sob ditado de palavras e pseudopalavras.
	Habilidades Metalinguísticas
	- Identificação de rima
- Aliteração
-Segmentação silábica e fonêmica
Manipulação silábica e fonêmica.
	Processamento Auditivo
	-Discriminações de sons
-Aliteração
-Repetição de palavras epseudopalavras
- Memória Direta e Indireta
	Processamento Visual
	- Cópia de formas	
- Memória Visual
	Velocidade de Processamento
	- Nomeação automática rápida de figuras
- Nomeação automática rápida de dígitos 
Fonte: Capellini, 2003
Dessa forma, o processo de avaliação e diagnóstico escolares que apresentam queixa de dificuldades de aprendizagem deve necessariamente ocorrer a partir da análise das habilidades e dificuldades do escolar em relação às atividades de leitura e escrita, considerando sua experiência prévia e seu desempenho em relação ao seu grupo-classe.
No processo diagnóstico é relevante a observação de todos esses aspectos, pois problemas linguístico-cognitivos presentes na fase pré-escolar evidenciam sinais de dificuldade ou transtorno de aprendizagem.
Descrição dos sinais sugestivos de transtornos de aprendizagem, segundo a literatura:
	FONTE
	SINAIS SUGESTIVOS
	Denckla (1972)
Kahmi (1986)
	-Fala ininteligível
- Persistência do jargão;
- Redução do Léxico;
- Sintaxe desestruturada;
- Dificuldade em aprender o alfabeto;
- Dificuldade em recordar versos,sequência de números, cores, dias da semana.
	Adams (1990)
Scarborought (1990)
	- Dificuldade para entender instruções;
- Vocabulário reduzido para produção de frases;
- Dificuldade para lembrar sentenças ou histórias.
	ASHA (2003)
	- História familiar de problemas de fala, linguagem e desenvolvimento de leitura;
-Dificuldade em processar sons nas palavras;
- Dificuldade em recuperar palavras para utilizar em frases ou na expressão de fatos ou ideias;
-Vocabulário reduzido;
- Dificuldade em entender o uso gramatical;
- Dificuldade de lembrar números e letras em sequência;
- Dificuldade em organizar e planejar tarefas.
As dificuldades de aprendizagem podem estar associadas a diversos fatores, como emocionais, cognitivos, linguísticos e motores, pois, quando se trata da aquisição da linguagem escrita, habilidades cognitivas, linguísticas e motoras são necessárias, já que ler e escrever “exige dos escolares a capacidade de decodificação das palavras e a ação motora adequada para a execução do ato motor da escrita”. (CAPELLINI, S. , 2008).
Esses sinais, apesar de terem sido descritos desde década 70, são poucos conhecidos, explorados e discutidos no âmbito escolar ou no contexto de diagnóstico dos problemas de aprendizagem.
Os dados do quadro acima são consistentes com a teoria de que a dislexia é um déficit do processamento fonológico e consciência fonológica.As crianças disléxicas exibem déficits de linguagem precoce.
2 Dislexia : Conceito
Uma outra dificuldade importanteno diagnostico de dislexiaé a sua própria definição contestada. Em 1968, a Federação Mundial de Neurologia recomendou que fosse aplicado “Transtorno de Aprendizagem da leitura que ocorre apesar de inteligência normal, de ausência de problemas sensoriais ou neurológicos, de instrução escolar adequada, de oportunidades socioculturais suficientes, além disso, depende da existência de perturbações de aptidões cognitivas fundamentais de origem constitucional.” (Critchley, 1985 Simone). 
A partir dessa definição surgem as demais como a de Catts e Kahmi (1999) a dislexia como distúrbio de desenvolvimento da linguagem cuja característica principal é a dificuldade no processamento fonológico, que faz com que a criança portadora deste transtorno fracasse na aprendizagem da decodificação das palavras escritas.
Descrição das características linguístico-cognitivas da dislexia.
	FONTE
	DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
	Capellini e Ciasca (1999)
	 Dislexia: caracterizado quando o processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança aparece comprometendo em fase escolar.
	Giacheti e Capellini (2000)
Capellini e Salgado (2003)
	Dislexia: inteligência normal, transtorno fonológico e sintático, dificuldade na linguagem em sua modalidade escrita no período escolar, habilidade narrativa comprometida para recontagem de estórias, déficits na função expressiva e alteração do processamento de informações auditivas e visuais, dificuldade para realizar atividades matemáticas que envolvem leitura prévia.
	
A Associação Internacional de Dislexia (2000) define a dislexia como uma dificuldade de linguagem que uma pessoa possui em entender palavras, sentenças ou parágrafos, que afeta tanto a linguagem oral quanto escrita. As crianças disléxicas frequentementeapresentam várias dificuldades incluindo problemas de organização visuo-espacial, linguagem expressiva e receptiva, fonologia, atenção e alguns têm alterações auditivas centrais. (Interdys,2000).
Existem várias definições para Transtornos da Aprendizagem. A mais usada pelos médicos é aquela que foi estabelecida pela Associação Americana de Psiquiatria e que é descrita no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM IV publicado em 2002.
Nos Transtornos da Aprendizagem estão incluídos o Transtorno da Leitura, da Matemática, da Expressão Escrita e Transtorno da Aprendizagem Sem Outra Especificação.
Os transtornos da aprendizagem são diagnosticados quando os achados do indivíduo em testes padronizados e individualmente administrados de leitura, matemática ou expressão escrita estão substancialmente abaixo do esperado para sua idade, escolarização e nível de inteligência. Os problemas de aprendizagem interferem significativamente no rendimento escolar ou nas atividades da vida diária que exigem habilidades de leitura, matemática e escrita. 
As anormalidades subjcentes do processamento cognitivo (por exemplo: déficits na percepção visual, processos linguísticos, atenção, memória ou uma combinação destes) frequentemente precedem ou estão associadas com os Transtornos da Aprendizagem.
O CID-10 Código Internacional de Doenças classifica-se Transtornos do desenvolvimento psicológico (CID-10 F80 a 89) é a classificação médica e psicológica para os comprometimentos ou atrasos no desenvolvimento estreitamente ligadas à maturação biológica do sistema nervoso central na infância. São de evolução contínua, ou seja sem intervalos entre os sintomas.
(F81) Transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares
(F81.0) Transtorno específico de leitura
Dislexia de desenvolvimento
(F81.1) Transtorno específico da soletração
(F81.2) Transtorno específico da habilidade em aritmética
O DSM IV define a dislexia segundo esses critérios:TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM 
A seção sobre Transtornos da Aprendizagem inclui:
1 - Transtorno da Leitura,
2 - Transtorno da Matemática,
3 - Transtorno da Expressão Escrita e 
4 - Transtorno da Aprendizagem Sem Outra Especificação.
Os Transtornos da Aprendizagem são diagnosticados quando os resultados do indivíduo em testes padronizados e individualmente administrados de leitura, matemática ou expressão escrita estão substancialmente abaixo do esperado para sua idade, escolarização e nível de inteligência. 
Os problemas de aprendizagem interferem significativamenteno rendimento escolar ou nas atividades da vida diária que exigem habilidades de leitura, matemática ou escrita. Variados enfoques estatísticos podem ser usados para estabelecer que uma discrepância é significativa. 
Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades de aprendizagem podem exceder aquelas habitualmente associadas com o déficit. Os Transtornos da Aprendizagem podem persistir até a idade adulta.
Características e Transtornos Associados
Desmoralização, baixa auto-estima e déficits nas habilidades sociais podem estar associados com os transtornos da aprendizagem. A taxa de evasão escolar para crianças ou adolescentes com Transtornos da Aprendizagem é de aproximadamente 40% (cerca de 1,5 vezes a média). 
Os adultos com Transtornos da Aprendizagem podem ter dificuldades significativas no emprego ou no ajustamento social. Muitos indivíduos (10-25%) com Transtorno da Conduta, Transtorno Desafiador Opositivo, Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade, Transtorno Depressivo Maior ou Transtorno Distímico também têm Transtornos da Aprendizagem. 
Existem evidências de que atrasos no desenvolvimento da linguagem podem ocorrer em associação com os Transtornos da Aprendizagem (particularmente Transtorno da Leitura), embora esses atrasos possam não ser suficientemente severos para indicarem o diagnóstico adicional de Transtorno da Comunicação.
Os Transtornos da Aprendizagem também podem estar associados com uma taxa superior de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação. Anormalidades subjacentes do processamento cognitivo (por ex., déficits na percepção visual, processos lingüísticos, atenção, memória ou uma combinação destes) freqüentemente precedem ou estão associadas com os Transtornos da Aprendizagem. 
Os testes estandardizados para a medição desses processos em geral são menos confiáveis e válidos do que outros testes psicopedagógicos. Embora predisposição genética, danos perinatais e várias condições neurológicas ou outras condições médicas gerais possam estar associados com o desenvolvimento dos Transtornos da Aprendizagem, a presença dessas condições não o prediz, invariavelmente, e existem muitos indivíduos com Transtornos da Aprendizagem sem essa história.
Esses transtornos, entretanto, frequentemente, são encontrados em associação com uma variedade de condições médicas gerais (por ex., envenenamento por chumbo, síndrome alcoólica fetal ou síndrome do X frágil).
315.00 TRANSTORNO DA LEITURA - DSM.IV 
A característica essencial do Transtorno da Leitura consiste em um rendimento da leitura (isto é, correção, velocidade ou compreensão da leitura, medidas por testes padronizados administrados individualmente) substancialmente inferior ao esperado para a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade do indivíduo (Critério A). 
A perturbação da leitura interfere significativamente no rendimento escolar ou em atividades da vida cotidiana que exigem habilidades de leitura (Critério B). Na presença de um déficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem aquelas habitualmente a este associados.
Caso estejam presentes uma condição neurológica, outra condição médica geral ou outro déficit sensorial, estes devem ser codificados no Eixo III. Em indivíduos com Transtorno da Leitura (também chamado "dislexia"), a leitura oral caracteriza-se por distorções, substituições ou omissões; tanto a leitura em voz alta quanto a silenciosa caracteriza-se por lentidão e erros na compreensão.
Prevalência
A prevalência do Transtorno da Leitura é difícil de estabelecer, pois muitos estudos se concentram na prevalência dos Transtornos da Aprendizagem, sem uma cuidadosa separação em transtornos específicos da Leitura, Matemática ou Expressão Escrita. 
O Transtorno da Leitura, sozinho ou em combinação com o Transtorno da Matemática ou Transtorno da Expressão Escrita, responde por aproximadamente quatro em cada cinco casos de Transtorno da Aprendizagem. 
A prevalência do Transtorno da Leitura nos Estados Unidos encontra-se em torno de 4% entre as crianças em idade escolar, conforme estimativas. Estatísticas inferiores da incidência e prevalência do Transtorno da Leitura podem ser encontradas em outros países nos quais são usados critérios mais rígidos.
Critérios Diagnósticos para F81.0 - 315.00 Transtorno da Leitura
 
A. O rendimento da leitura, medido por testes padronizados, administrados individualmente, de correção ou compreensão da leitura, está acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do indivíduo. 
B. A perturbação no Critério A interfere significativamente no rendimento escolar ou atividades da vida diária que exigem habilidades de leitura. 
C. Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem aquelas geralmente a este associadas. 
Nota para a codificação: Se uma condição médica geral (por ex., neurológica) estiver presente, codificá-la no Eixo III.
Segundo os critérios do DSM-IV-TR (2002), o transtorno da leitura (dislexia) consiste em rendimento em leitura substancialmente inferior ao esperado para a idade cronológica, inteligência e escolaridade do indivíduo. De acordo com Nunes, Buarque e Bryant (2001), crianças com dislexia de desenvolvimento apresentam dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita consideradas muito maiores do que se esperaria a partir do seu nível intelectual.
A maioria das definições das dificuldades específicas de leitura estabelece critérios de comparação entre o nível de leitura e o Quociente Intelectual (QI). Porém, QI mais baixo pode ser conseqüência de uma menor exposição a materiais escritos (Morais, 1996; Nunes e cols, 2001). Além disso, não há instrumentos padronizados para avaliação da dislexia no Brasil que descrevam o nível de leitura esperado para a escolaridade e faixa etária. Em função disso, os processos de identificação dessas crianças diferem, tornando extremamente subjetiva a rotulação das crianças como tendo dificuldades de aprendizagem da leitura (Sternberg e Grigorenko, 2003).
3 ASPECTOS COGNITIVOS: DISLEXIA
Dislexia é uma dificuldade de aprendizagem caracterizada por problema na linguagem receptiva e expressiva, oral ou escrita. As dificuldades podem aparecer na leitura e na escrita, soletração e ortografia, fala e compreensão e em matemática. Problemas no processamento visual e auditivo podem aparecer, distinguindo os disléxicos como um grupo que apresenta dificuldade no processamento de linguagem. 
Isso significa que pessoas disléxicas têm dificuldade em traduzir a linguagem ouvida ou lida para o pensamento, ou o pensamento para a linguagem falada ou escrita. Dislexia não está associada a uma baixa de inteligência. Na verdade, há uma lacuna inesperada entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar. 
As alterações comportamentais e emocionais são consequências do problema, pois a dislexia não é uma doença e sim um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem.
Dislexia é uma dificuldade vitalícia e os sintomas que estão presentes em um ponto do desenvolvimento não estão necessariamente evidentes em outro. Também é importante salientar que alguns déficit podem ser compensados com o passar do tempo. O problema da leitura tende a ser a principal dificuldade nos primeiros anos escolar. Alguns disléxicos, adultos, têm dificuldade particular em decodificar palavras que não encontraram antes, em geral, têm dificuldade persistente com a consciência fonológica, nomeação rápida e tarefas verbais. ( Snowling e Stackhouse, 2004)
Características da Dislexia:
dificuldades com a linguagem e escrita;
dificuldades em escrever;
dificuldades com a ortografia;
lentidão na aprendizagem da leitura;
disgrafia (letra feia);
discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
dificuldades em seguir indicações de caminhose em executar sequências de tarefas complexas;
dificuldades para compreender textos escritos;
dificuldades em aprender uma segunda língua.
dificuldades com a linguagem falada;
dificuldade com a percepção espacial;
confusão entre direita e esquerda etc
confusão de letras, sílabas ou palavras que se parecem graficamente: a-o, e-c, f-t, m-n, v-u;
inversão de letras com grafia similar: b/p, d/p, d/q, b/q, b/d, n/u, a/e; 
 inversões de sílabas: em/me, sol/los, las/sal, par/pra; 
 adições ou omissões de sons: casa Lê casaco, prato lê pato;
ao ler pula linha ou volta para a anterior;
soletração defeituosa: lê palavra por palavra, sílaba por sílaba, ou reconhece letras isoladamente sem poder ler;
 leitura lenta para a idade; 
 usa dedos para contar.; 
possui dificuldades em lembrar se seqüências: letras do alfabeto, dias da semana, meses do ano, lê as horas; 
Não consegue lembrar-se de fatos passados como horários, datas, diário escolar. 
3.1 Distúrbios de Atenção e Memória
A memória e atenção formam uma via de mão dupla em que um depende do outro para seleção de estímulos. (Capellini, 2009)
O processo de aprendizagem envolve compreensão, assimilação (memória)atribuição de significado e estabelecimento de relações entre conteúdo a ser apreendido e os conteúdos a ele relacionados e já armazenados. Uma vez que a memória é um processo anterior aos de aprendizagem (Eysenck, 1994).
Nessa visão cognitiva, a aprendizagem é resultante de uns processos cognitivos: a sensação, percepção, atenção e memórias, linguagem, pensamento e raciocínio-lógico.
A atenção é um processo neural que se expressa no comportamento dos indivíduos (Kandel et al,2003). É a capacidade de filtrar informações em diferentes pontos do processo perceptivo. Nesse processo, há a negligência de alguns estímulos e outros no processamento cognitivo.
Assim, podem-se escolher os estímulos a receberem seleção atencional. De todos os estímulos perceptivos que são registrados no córtex, atenção atua como um mecanismo que seleciona os estímulos relevantes para serem registrados enquanto os demais não são processados (Bearet al, 2002; Pessoa et al, 2003)
Pode-se se classificar em Atenção: voluntária ou automática. A atenção automática não tem controle voluntário e é destinada a estímulos sensorialmente ou relevantes biologicamente. Ex: gritarem seu nome numa festa.
Já a atenção voluntária é dirigida às motivações fisiológicas como dor de dente, fome assim como motivações sociais. Ela pode ser:
Seletiva: privilegiar determinados estímulos em detrimento de outros;
Sustentada: manter atenção em um determinado estímulo durante um determinado tempo;
Alternada: alternar um foco atencional;
Dividida: desempenhar simultaneamente duas tarefas- um estímulo torna-se automático e o outro controlado.
A atenção está diretamente relacionada ao contexto em que o individuo está inserido, às características dos estímulos, expectativas individuais, motivação, relevância da tarefa desempenhada e experiências anteriores. (Davidoff, 1983; Cortese et al,199).
A maior parte das alterações de atenção é oriunda de lesões cerebrais ou disfunções neurobiológicas que alteram a capacidade de filtrar estímulos diversos.
Essas disfunções atencionais podem ser:
-Distração: é a dificuldade de se concentrar sobre um estimulo significativo.
-Hiperprosexia: refere-se ao aumento quantitativo da atenção, consequentemente, à diminuição dos aspectos qualitativos da mesma.
-Hiproprosexia: envolve o enfraquecimento acentuado da atenção tanto automática quanto voluntária.
-Aprosexia: ausência total de atenção. 
Memória
A memoria é uma atividade eletrofisiológica que possui a função de permitir o registro, manutenção e evocação de fatos já conhecidos (Kandel etal, 2003)
A memória armazena informações aleatórias, fatos isolados(informação de telefone), relacionados (uma relação entre objeto e pessoa) e de forma integrada (relacionados uma série de significados).
A memória possui fases: fixação, retenção e evocação dos estímulos. O processo de fixação depende de vários fatores como: nível de consciência, estado biológico, atenção global, capacidade da atenção sustentada, interesse e conteúdo emocional, conhecimento prévio e importância atribuída ao estímulo. 
A conservação depende da repetição e utilização dos estímulos e associação aos outros elementos, sendo um processo dinâmico e integrativo. Problemas, no resgate da informação, podem estar relacionados às falhas bioquímicas no processo de fixação e conservação que podem estar associados também a falta de interesse, questões emocionais ou lesões.
As memórias se classificam em: memoria visual, espacial, gustativa, olfativa, tátil, proprioceptiva, aritmética ou musical.
Segundo Capellini (2003), a memória, do ponto de vista fisiológico, pode ser dividida em operacional a qual funciona com estímulos bioquímicos, e,em longo prazo, se reorganiza para operacionalização.
A memória Operacional é um conjunto de habilidades cognitivas q permite que as informações novas e antigas sejam mantidas ativas, a fim de serem manipuladas com o objetivo de realizar determinada tarefa. (Baddeley,1986)
O material armazenado na memória operacional deve ser utilizado imediatamente para não ser descartado. Ela é uma das principais memórias relacionadas à produção e compreensão da linguagem, aprendizagem, funções executivas e raciocínio, envolvendo o córtex pré-frontal. Elas se dividem em implícitas e explicitas.
Nessa classificação de reorganização e brotamento neural, a memoria de longo prazo se divide em implícita e explicita. A primeira se refere à semântica, autobiográfica e episódica que são reproduzidas pela linguagem. A segunda é expressa pela forma não linguística, sendo as habilidades motoras, perceptivas, regras e procedimentos.
Memória de curta duração
A memória de curto prazo tem duas importantes características. Primeiro, a MCP contém um numero de elemento presente a reter limitado. Um exemplo: A sequência de letras p-q-r-st-u-v-a lidas sem diferença de entonação e de intervalo pode ser difícil para um ouvinte lembrar. 
Na memória de curto prazo, a informação será lembrada ou esquecida depende do evento antes e depois. Haverá uma seleção da utilidade da informação para o ser humana pra ver se deve ser armazenada ou não. O seu grau de importância definirá se ela será descartada ou encaminhada à memória de longo prazo.
As crianças disléxicas têm desempenho insuficiente nos testes de limiar de memória curto prazo, comprometendo a extensão da memória, a velocidade da fala e a consciência fonológica leitora.
3.2 Processamento Auditivo Central (PAC) 
O PAC refere-seao processamento perceptual da informação auditiva no SNAC a atividade neurobiológica subjacente ao processamento, que permitem os potenciais auditivos eletrofisiológicos, permitindo as seguintes funções: habilidades como de consciência fonológica, atenção, memória, compreensão e interpretação de informações apresentadas auditivamente depende do PAC.as m
Outras manifestações de desordem do Processamento Auditivo Central são:
- Problemas de produção de fala envolvendo os sons /r/ e /l/;
- Dificuldade em compreender o que lê;
- Indivíduos distraídos, agitados, hiperativos ou muito quietos;
- Atraso de Linguagem;
- Inversões ou trocas de letras e problemas de orientação direita e esquerda (escrevem em espelho);
- Atenção ao som prejudicada.anife
- Aprendizagem
- Dispersão,
- Comunicação Oral e/ou Escrita,
- Compreensão em Ambientes Ruidosos.
- Compreensão do que lê;
- Concentração nas atividades ou no trabalho;stações de desordem do Processamento Auditivo Central são:
A correlação entre o PAC e a dislexia é que em algumas crianças disléxicas estariam relacionadas à disfunção perceptual auditiva básica e afetariam a habilidade para aprender a usar habilidades de consciência fonológica adequadamente por um déficit no processamento temporal.
Processamento Temporal, esse mecanismoauditivo tem o papel decisivo na extração de aspectos como segmentação, ritmo, entonação. Essa habilidade permite a identificação de palavras-chave em uma frase, da sílaba tônica de uma palavra, permitido, por seguinte, a diferenciação de palavras se opõe pela tonicidade.
3.3 Déficit Fonológico
Durante o desenvolvimento da linguagem, as crianças ligam as falas que ouvem às expressões que produzem, sendo este um aspecto fundamental para formação lexical.
As representações fonológicas básicas das crianças determina a facilidade como elas aprendem a ler.
É provável que elas melhorem algumas habilidades cognitivas subjacentes ao desenvolvimento da leitura, como, por exemplo, as formas faladas das palavras, como é requerido nas tarefas de consciência fonológica, e aumento da capacidade da memória verbal de curto prazo, pois esta se baseia em códigos fonológicos. (Snowling e Hulme, 1994).
A capacidade de segmentar de modo consciente as palavras em suas menores unidades, em sílabas e em fonemas chama-se consciência Fonológica. Este processo, na relação entre fonema e grafema, é o caminho para levar à criança a construir habilidades de leitura e escrita competentes.
O processamento fonológico refere-se às habilidades de segmentação de sílabas ou fonemas; manipulação de fonemas que se refere à transposição, adição ou retirada de fonemas; combinação de sons, o examinador fornece as palavras e acriança é solicitada a juntá-la e a tarefa de rimar palavras fáceis e identificação de palavras estranhas.
As habilidades fonológicas deficientes têm efeito vitalício com várias manifestações ao longo do tempo. Em particular, crianças com desordem fonológica que afetem a linguagem falada parecem correr um risco maior de apresentar dificuldades disléxicas.
Desordens no processamento fonológico da informação, decorrentes de disfunções neuro-psicológicas, estão presentes no distúrbio específico de leitura, ocasionando transtornos para execução de atividades intraneurosensoriais (atividades que exigem o uso de um processamento apenas visual ou auditivo, como em atividades de repetição de palavras e cópia), e/ou atividades interneurosensoriais (que exigem o uso de dois ou mais processamentos, como o auditivo-visual, auditivo-visual e tátil, como em atividades de leitura oral ou escrita sob ditado).
As primeiras manifestações das dificuldades encontradas em crianças com dislexia do desenvolvimento aparecem na decodificação fonografêmica, quando a criança precisa entender e utilizar a associação dos sinais gráficos com as sequências fonológicas das palavras no início da alfabetização.
As crianças com distúrbio específico de leitura apresentam dificuldades na habilidade narrativa, que são detectadas, primeiramente, pelos professores em situação de sala de aula, e se manifestam quanto à capacidade de desenvolver a temática textual, manter a coerência em suas narrativas e utilizar as ligações coesivas para estabelecer conexões entre as frases que, geralmente, influenciam a contagem, a recontagem e a compreensão de estórias.
Os disléxicos com desordem do processamento fonológico (90% dos casos) necessitam de um tempo maior, aproximadamente 80 milésimos de segundo. Isto lhes acarreta um grave problema de leitura, uma vez que esta é aprendida pela combinação dos símbolos (letras) com os seus respectivos sons (fonemas). As dificuldades em superar o estágio fonológico da leitura também dificultam o progresso ao estágio ortográfico.
3.4 Processamento Visual
Sabemos que para o desenvolvimento da leitura e escrita convencional, é necessário o desenvolvimento de algumas habilidades visuais. Por mais que possa parecer que a visão é inata ao ser humano, não basta capturarmos a imagem, temos que ser capazes de integrar esta a sua representação e significação no campo simbólico e com todas as outras atividades sensoriais as quaisencontram-se ligadas (cheiro, tato, paladar, som). Desta forma, podemos dizer que aprendemos a ver com todos os nossos sentidos.
Quando falamos em dificuldades de aprendizagem, um dos fatores comumente associado, é a presença de falhas no desenvolvimento da visão. Esta pode ser decorrente de alterações periféricas, ou seja, relacionadas aos órgãos da visão. Neste sentido, enfatizamos a importância da avaliação oftalmológica em crianças que estão ingressando na vida escolar.
Mas, também podem ser decorrentes de alterações no sistema nervoso central, relacionados ao processamento visual, neste sentido, faz-se necessário a avaliação das funções visomotoras e visoespaciais, a qual pode ser realizada por profissionais que atuam com diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem.
Então, para que se dê início ao processo de aprendizado da leitura, será necessário que a criança tenha desenvolvido algumas habilidades visomotoras. Este desenvolvimento dependerá tanto da estimulação do meio ambiente, quanto da maturação neurológica.
 Para ler, a criança terá que fixar os dois olhos em um mesmo ponto, saltitar de um ponto para outro sem perda da orientação direcional, perseguir com os olhos um ponto em movimento (letra, palavra, frase ou linha) e rodar os olhos para qualquer direção.
A leitura envolve uma tarefa de processamento visual dinâmica que requer a análise e a integração de informações de padrões visuais, por meio de sequências de movimentos oculares sacádicos e de fixação, além de todas as informações que acontecem entre uma fixação e a outra seguinte.
Um número menos freqüentes de disléxicos (aproximadamente 10%) apresenta problemas de leitura porque tem dificuldade de manter a imagem da palavra em seu campo visual. Ao praticar o ato da leitura, “varrendo” a página da esquerda para direita, as letras parecem tremular, as palavras parecem mexer, às vezes, desaparecem do campo visual, tornando difícil o seu processo.
4 Referências Bibliográficas:
Smith, C. Strick, L. Dificuldades de Aprendizagem de A-Z. Trad. Magda França Lopes. Porto Alegre: Penso, 2012.
Silva EAM. 1º Caderno de projetos de pesquisa em Psicopedagogia. São Paulo:Faculdades Integradas Campos Salles;2003. Disponível em: <www.maurolaruccia.adm.br/materiais/cadernomtp.pdf>. Acesso em 18 de maio de 2008.
Jardini RSR. Distúrbios de leitura e da escrita. In: Métodos das boquinhas: alfabetização e reabilitação dos distúrbios da leitura e escrita. São Paulo:Casa do Psicólogo;2003. p.36.
Capellini SA, Salgado CA. Avaliação fonoaudiológica do distúrbio específico de leitura e distúrbio de aprendizagem: critérios diagnósticos, diagnóstico diferencial e manifestações clínicas. In: Ciasca SM, org. Distúrbio de aprendizagem: proposta de avaliação interdisciplinar. São Paulo:Casa do Psicólogo;2003.
Classificação de Transtornos mentais e de Comportamento da CID-10: Descrição Clínica e Diretrizes Diagnósticas- Coord. E Org. Mun. De Saúde. Trad. Dorgival Caetano- Porto Alegre:Artmed,1993.
http://www.dislexia.org.br/
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77-99671678

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