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1 DIREITO IMOBILIÁRIO DIREITOS REAIS E PESSOAIS DIREITO REAL Prerrogativa conferida pelo direito ao titular da coisa, para que exerça sobre ela, direta e imediatamente, poder exclusivo e contra todos (“erga omnes”). Componentes: 1 - sujeito ativo (titular) 2 - objeto (coisa) 3 - sujeito passivo (coletividade – num primeiro momento indeterminado) DIREITO PESSOAL Constitui, simplesmente, relação de pessoa a pessoa. Componentes: 1 - sujeito ativo (credor) 2 - sujeito passivo (devedor) 3 – prestação (dar, fazer, não fazer) DA POSSE LIVRO III – TÍTULO I CONCEITO (art. 1.196) Há posse quando a pessoa exercita sobre a coisa um ou alguns dos poderes do domínio, usando-a, auferindo dela frutos, dispondo dela (promovendo a sua alienação ou cedendo-a em empréstimo), e, ainda, reivindicando-a do poder de quem quer que injustamente a possua. Constatada uma ou algumas dessas situações, pode-se dizer que existirá relação possessória. COMPOSSE (art. 1.199) Hipótese em que há duas ou mais pessoas exercendo posse sobre uma mesma coisa (co- possuidores). EFEITOS DA POSSE (ARTIGOS 1.210 A 1.222) Os doutrinadores não são unânimes em atribuir efeitos à posse. Alguns, partidários da pluralidade, prevêem até setenta e dois efeitos da posse, outros, partidário da unicidade, prevêem apenas um único efeito - induzir a presunção de propriedade. Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Ficamos com os efeitos explorados por Clóvis Bevilaqua no código anterior. 1) Direito ao uso dos interditos Interditos são as ações possessórias e podem ser levadas a termo em qualquer tipo de posse, até mesmo a violenta (artigo 1.210). 2) Direito a percepção dos frutos A posse induz necessariamente a colher os frutos derivados da coisa em razão da posse (artigo 1.214). 3) Responsabilidade pelas deteriorações As deteriorações resultantes da posse são tratadas nos artigos 1.217 e 1.218 do Código Civil e diferenciam-se no caso de posse de boa-fé e má-fé. 4) Indenização e direito de retenção por benfeitorias As indenizações, por sua vez, são tratadas no artigo 1.219 do Código Civil e igualmente diferenciam- se no caso de posse de boa-fé e má-fé. A retenção está estreitamente ligada com a boa-fé e permite ao possuidor manter a posse até que as benfeitorias necessárias e úteis tenham sido indenizadas. 2 5) Quando o direito do possuidor é contestado o ônus da prova compete ao adversário Assim como na relação consumerista, na posse ocorre a inversão do ônus da prova, que passa a caber ao adversário do possuidor. 6) Possuidor goza de posição mais favorável Esse tópico remete ao princípio latino “beati possidentis” (bem aventurados os que se acham na posse da coisa acerca da qual se litiga). O possuidor ocupa posição avantajada quando se discute a relação possessória. 7) Condução à usucapião pela posse Tido por alguns autores como o mais importante efeito da posse, pois é por ela que o possuidor pode tornar-se proprietário por intermédio da ação de usucapião. CLASSIFICAÇÃO/ ESPÉCIES DE POSSE (arts. 1.200 a 1.203) I - Posse direta e indireta POSSE DIRETA – Relacionada à posse física da coisa. O possuidor direto é aquele que está exercendo efetivamente um ou alguns dos poderes inerentes ao domínio (usar, gozar, dispor e reaver de quem quer que injustamente a possua). POSSE INDIRETA – Relacionada à situação daquele que, sendo proprietário, transfere a posse da coisa a outrem, mantendo consigo uma posse ficta, dita indireta. O direito procura acomodar a situação do proprietário, mantendo entre ele e a coisa um vínculo de proteção jurídica. Alguns autores desconsideram este tipo de posse. II - Posse justa e injusta (art. 1.200) POSSE JUSTA – Quando ela não estiver impregnada de violência, clandestinidade ou precariedade. POSSE INJUSTA – Quando ela estiver impregnada de violência, clandestinidade ou precariedade. a) Posse violenta “vi” – obtida com o emprego de qualquer tipo de violência (física, psicológica etc.); b) Posse clandestina “clam” – obtida sorrateiramente, às escuras, de forma escamoteada, sem o conhecimento do proprietário; c) Posse precária “precário” – obtida nos casos em que o possuidor direto (ou seu representante) solicita a devolução da posse da coisa, e o possuidor direto não atende o requerimento. III - Posse de boa-fé e de má-fé (arts. 1.201 e 1.202) POSSE DE BOA-FÉ – Neste caso o possuidor desconhece que existe entre ele e a coisa um vício (erro, dolo, coação, simulação, fraude contra credores, lesão e estado de perigo), ou mesmo um obstáculo jurídico qualquer (violência, clandestinidade ou precariedade), que o impeça de adquiri-la, no presente ou no futuro. POSSE DE MÁ-FÉ – Quando o possuidor passa a ter conhecimento dos vícios ou obstáculos que o impedem de adquirir a coisa. FUNDAMENTOS LEGAIS LIVRO III Do Direito das Coisas TÍTULO I Da posse CAPÍTULO I Da Posse e sua Classificação Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. 3 Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente. Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. CAPÍTULO II Da Aquisição da Posse Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem. CAPÍTULO III Dos Efeitos da Posse Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força,contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. § 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso. Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era. Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes, salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve. Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. 4 Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. CAPÍTULO IV Da Perda da Posse Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. DA PROPRIEDADE LIVRO III – TÍTULO III CONCEITO (1.228) Conjunto de condições conferidas ao possuidor de poder usar, gozar e dispor da coisa, e ter o direito de reavê-la de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Quando reunidas todas essas condições em alguém em face de determinada coisa, dizemos que ele é proprietário ou senhor “dominus”. A lei pressupõe que a propriedade seja plena (quando reunidas as condições sob exame) e exclusiva (somente um proprietário), até prova em contrário, nos termos do artigo 1.231 do código civil. CARACTERES 1 – caráter absoluto: o proprietário é livre para dispor da coisa, como melhor lhe convier, com as exceções previstas em lei ou, eventualmente, contrato. 2 – caráter exclusivo – presunção, oriunda da lei, que a mesma coisa pertence exclusivamente a uma pessoa. (art. 1.231). 3 – caráter irrevogável – para existir a propriedade independente de exercício, salvo quando não sobrevier causa legal extintiva. 4 – caráter perpétuo – pois possibilita a transmissão “post mortem”. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS a) Direito de usar (ius utendi) Direito de obter do bem aquilo que ele pode lhe dar. Hodiernamente o direito tem limitado esse elemento constitutivo da propriedade, em especial no âmbito ambiental. b) Direito de gozar (ius fruendi) Direito de fazer o bem dar frutos e auferi-los, se o senhor assim desejar. c) Direito de dispor (ius abutendi) O mais importante dos três, traduz a verdadeira face da propriedade, quando dá ao senhor o direito de consumir a coisa, aliená-la, gravá-la de ônus e de submetê-la a serviço de outros. 5 d) Reaver a coisa (rei vindicatio) Direito de sequela, neste caso o dono pode reaver a coisa do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA COMO CLÁSULA PÉTREA Orlando Gomes, em obra competentemente atualizada por Humberto Theodoro Junior, destaca que no regime capitalista, o conceito unitário da propriedade é restaurado e os poderes que ela confere são exagerados, a princípio, exaltando-se a concepção individualista. Ao seu exercício não se antepõem restrições, senão raras, e o direito do proprietário é elevado à condição de direito natural, em pé de igualdade com as liberdades fundamentais.1 (g.n.) Deve-se concordar completamente com tal posicionamento porquanto é deste modo que o constituinte de 1988, pretendeu elevar a figura da propriedade, inserindo-a no caput do artigo 5º da Constituição Federal, cujos precisos contornos de tão valorados, nem mesmo podem ser alterados, transformando o instituto da propriedade em cláusula pétrea. O interesse parece mesmo fundar- se no profundo receio de a figura dorsal do direito econômico perder força diante de outros institutos jurídicos, expondo o regime capitalista a uma fragilidade inimaginável pelo legislador. Mencionada inserção não foi ostensiva, posto que o instituto da propriedade parece ter sido colocado discretamente, mas de forma estratégica, como último dos direitos fundamentais dispostos no artigo quinto da Magna Carta: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:”. Essa configuração foi sedimentada nos incisos seguintes do artigo 5.º, garantindo-se o direito de propriedade (inciso XXII), o direito de herança (inciso XXX), a impossibilidade de privação da liberdade ou dos bens sem o devido processo legal (inciso LIV). O inciso LIV, talvez encerre grande parte do alcance pretendido neste item, isto é, demonstrar de forma indiscutível a importância que o direito brasileiro deu aos bens e à propriedade, à medida que juntos caminham com a liberdade, como não passíveis de restrições, senão após regular processo judicial. Tais informações foram repisadas no artigo 170, inciso II, da Constituição Federal. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE Talvez seja essa a função mais importante da propriedade, pois permite ao Estado promover o bem estar dos cidadãos, e realizar a verdadeira distribuição da riqueza. Nesse particular, busca-se a preciosa lição de Caio Mário da Silva Pereira, cuja transcrição merece lida em sua integralidade, como forma a preservar a idéia central do texto: “A Constituição de 1988 insere entre os princípios gerais da atividade econômica, ao lado da propriedade privada, a sua ‘função social’ (artigo 170), que se considera cumprida quando a propriedade rural atende aos diversos critérios mencionados no art. 186: aproveitamento racional, utilização adequada, observância da legislação sobre relações de trabalho, bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para cumprimento da função social (art. 185, parágrafo único). 1 GOMES, Orlando. Op. cit. p. 102. 6 Não tem faltado mesmo hostilidade franca à propriedade, e certa posição de inimizade aos abastados, terreno em que somam esforços os marxistas e os católicos sociais. Dentro da variedade de explicações, com vocabulário mais ou menos rico, uma observação ressalta com a força de uma constante: reconhecendo embora o direito de propriedade, a ordem jurídica abandonou a passividade que guardava ante os conflitos de interesses, e passou a intervir, séria e severamente, no propósito de promover o bem comum que é uma das finalidades da lei, e ainda de assegurar a justa distribuição da propriedade com igual oportunidade para todos (Constituição de 1946, art. 147)”. Posição importante a de Carlos Ari Sundfeld, sobre o assunto em matéria publicada pela Revista dos Tribunais (Temas de Direito Urbanístico - Função social da propriedade. p.1-22): “Em suma, se o Constituinte não tivesse criado uma função social, fabricando uma noção nova, isto não impediria que, sempre dentro da antiga concepção de direito de propriedade, se procurasse atingir os objetivos da Ordem Econômica e Social. O problema seria outro: o da eficácia dos meios à mão do legislador. Portanto, só se pode concluir que o princípio da função social é um novo instrumento que, conjugado aos normalmente admitidos (as limitações, as desapropriações, as servidões etc.), possibilitam a obtenção de uma ordem econômica e social que realize o desenvolvimento com justiça social”. 2 João Mendes da Costa Filho (Propriedade, desapropriação, inquilinato. p. 14) propõe com propriedade impar: “A nova doutrina social do direito se refletiu de maneira fecunda na conceituação do direito de propriedade. Do jus utendi, fruendi et abutendi, dos romanos, evolui para o plano de um serviço social. Perante o Estado e o direito novo, a propriedade serve ao homem, mas serve também à comunhão; e quando os interesses da comunhão reclamam satisfação preferencial cede o proprietário em favor da sociedade. É nessa submissão ao bem geral, ao interesse do grupo, às necessidades da coexistência coletiva, que se encontra o traço característica da evolução assinalada. O indivíduo deixou de ser o senhor absoluto de bens e direitos, para se tornar uma espécie de preposto da sociedade, a cujos altos interesses deve servir contribuindo, com as renúncias que o limitaram para a integração do bem geral”. A função social da propriedade tem pelo menos procurado promover a verdadeira e importante justiça econômica, utilizando-se, dentre outros instrumentos jurídicos constitucionais, da desapropriação e da reforma agrária. FUNDAMENTOS LEGAIS TÍTULO III Da Propriedade CAPÍTULO I Da Propriedade em Geral Seção I Disposições Preliminares Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. § 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. § 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. § 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. § 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. 2 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Op. cit. p. 68. 7 Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las. Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais. Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial. Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário. Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, couberem a outrem. AÇÕES POSSESSÓRIAS (INTERDITOS) A posse sempre foi alvo de medidas defensivas as mais diversas, posto que durante muito tempo (até a criação da propriedade) ela reinou absoluta como relação natural do homem com as coisas. Essa defesa possessória recebe o nome de interditos. LEGITIMA DEFESA DA POSSE – Permite-se excepcionalmente que a posse seja defendida até de forma violenta, sem ensejar ilicitude, desde que o possuidor faça logo e de maneira moderada (ARTIGO 1210, § 1º). CLÁSSICAS MANUTENÇÃO DE POSSE A turbação é o incomodo do possuidor que sofre com a possibilidade iminente de ver perdida sua posse para terceiros ou tem a posse, por fato ou ato de terceiro, embaraçada. A ação de manutenção de posse tem por finalidade cessar a causa do incomodo, pleitear indenização e pedir condenar o turbador pela reincidência (art. 928 do CPC). REINTEGRAÇÃO DE POSSE Neste caso estamos diante do denominado esbulho, sendo esse a perda efetiva da posse para terceiro. A ação pertinente é a reintegração de posse, que visa recuperar a posse da coisa. A doutrina costuma chamar a reintegração de ação de força nova espoliativa. Tal providência judicial tem por finalidade a restituição da coisa e a reparação dos prejuízos sofridos com o esbulho. Os procedimentos são os mesmos utilizados para a ação de manutenção de posse. INTERDITO PROIBITÓRIO Ação que precede a manutenção de posse, hipótese que o possuidor está apenas sob ameaça ou na iminência de sofrer uma turbação ou de um esbulho. Pelo artigo 932 do CPC, referida providência possessória pode ser transformada em ação de manutenção ou de reintegração, caso venha o autor sofrer turbação ou esbulho, conforme o caso. PETITÓRIAS NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA Ação que tem por finalidade impedir obra prejudicial em vias de conclusão no prédio vizinho. O exemplo clássico pode ser encontrado no conflito de vizinhança, quando o vizinho abre janela a menos de metro e meio do prédio confinante (artigo 1.302 CC). Essa ação deve ser proposta até o término da obra “nunciatio novi operis” - CPC 934 I a III; 936; 937 e 879 II. AÇÃO DE DANO INFECTO Ação que tem por fundamente o justo receio do possuidor de que a ruína de imóvel vizinho, ou defeito na sua construção, possa de algum modo vir a causar-lhe prejuízo. Asentença contempla caução que assegure o possuidor contra o dano futuro “cautio damni infecti” (artigos 1.277/1.281) 8 EMBARGO DE TERCEIRO SENHOR E POSSUIDOR Ação que compete ao terceiro que não é parte no processo, que sofre turbação ou esbulho devido à penhora, depósito, arresto, seqüestro, venda judicial e outro meio de apreensão judicial, de forma a preservar a sua posse. (CPC artigos 1.046 e seguintes). AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE Interdito não tratado no código atual, mas tratado no anterior, vale como referência histórica posto que confere àquele que não possuía anteriormente a coisa, promover o ingresso dela em sua esfera possessória (podemos citar como exemplo o caso do adquirente de imóvel em hasta pública que não era possuidor e promove a ação para retirada do morador). OSCAR VON BULOW FUNDAMENTOS LEGAIS CAPÍTULO III Dos Efeitos da Posse Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. § 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso. Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era. Código de Processo Civil Art. 173. Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos processuais. Excetuam-se: I - a produção antecipada de provas (art. 846); II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o seqüestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciação de obra nova e outros atos análogos. CAPÍTULO V DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS Seção I Das Disposições Gerais Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam provados. Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e danos; Il - cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho; III - desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse. Art. 922. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. Art. 923. Na pendência do processo possessório, é defeso, assim ao autor como ao réu, intentar a ação de reconhecimento do domínio. (Redação dada pela Lei nº 6.820, de 16.9.1980) Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório. Art. 925. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de decair da ação, responder por perdas e danos, o juiz assinar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução sob pena de ser depositada a coisa litigiosa. Seção II Da Manutenção e da Reintegração de Posse Art. 926. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado no de esbulho. Art. 927. Incumbe ao autor provar: I - a sua posse; 9 Il - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da posse, na ação de reintegração. Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. Art. 929. Julgada procedente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração. Art. 930. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subseqüentes, a citação do réu para contestar a ação. Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia (art. 928), o prazo para contestar contar- se-á da intimação do despacho que deferir ou não a medida liminar. Art. 931. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento ordinário. Seção III Do Interdito Proibitório Art. 932. O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado na posse, poderá impetrar ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório, em que se comine ao réu determinada pena pecuniária, caso transgrida o preceito. Art. 933. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na seção anterior. CAPÍTULO VI DA AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA Art. 934. Compete esta ação: I - ao proprietário ou possuidor, a fim de impedir que a edificação de obra nova em imóvel vizinho Ihe prejudique o prédio, suas servidões ou fins a que é destinado; II - ao condômino, para impedir que o co-proprietário execute alguma obra com prejuízo ou alteração da coisa comum; III - ao Município, a fim de impedir que o particular construa em contravenção da lei, do regulamento ou de postura. Art. 935. Ao prejudicado também é lícito, se o caso for urgente, fazer o embargo extrajudicial, notificando verbalmente, perante duas testemunhas, o proprietário ou, em sua falta, o construtor, para não continuar a obra. Parágrafo único. Dentro de 3 (três) dias requererá o nunciante a ratificação em juízo, sob pena de cessar o efeito do embargo. Art. 936. Na petição inicial, elaborada com observância dos requisitos do art. 282, requererá o nunciante: I - o embargo para que fique suspensa a obra e se mande afinal reconstituir, modificar ou demolir o que estiver feito em seu detrimento; II - a cominação de pena para o caso de inobservância do preceito; III - a condenação em perdas e danos. Parágrafo único. Tratando-se de demolição, colheita, corte de madeiras, extração de minérios e obras semelhantes, pode incluir-se o pedido de apreensão e depósito dos materiais e produtos já retirados. Art. 937. É lícito ao juiz conceder o embargo liminarmente ou após justificação prévia. Art. 938. Deferido o embargo, o oficial de justiça, encarregado de seu cumprimento, lavrará auto circunstanciado, descrevendo o estado em que se encontra a obra; e, ato contínuo, intimará o construtor e os operários a que não continuem a obra sob pena de desobediência e citará o proprietário a contestar em 5 (cinco) dias a ação. Art. 939. Aplica-se a esta ação o disposto no art. 803. Art. 940. O nunciado poderá, a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, requerer o prosseguimento da obra, desde que preste caução e demonstre prejuízo resultante da suspensão dela. § 1o A caução será prestada no juízo de origem, embora a causa se encontre no tribunal. § 2o Em nenhuma hipótese terá lugar o prosseguimento, tratando-se de obra nova levantada contra determinação de regulamentos administrativos.CAPÍTULO X DOS EMBARGOS DE TERCEIRO Art. 1.046. Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer Ihe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos. § 1o Os embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor. 10 § 2o Equipara-se a terceiro a parte que, posto figure no processo, defende bens que, pelo título de sua aquisição ou pela qualidade em que os possuir, não podem ser atingidos pela apreensão judicial. § 3o Considera-se também terceiro o cônjuge quando defende a posse de bens dotais, próprios, reservados ou de sua meação. Art. 1.047. Admitem-se ainda embargos de terceiro: I - para a defesa da posse, quando, nas ações de divisão ou de demarcação, for o imóvel sujeito a atos materiais, preparatórios ou definitivos, da partilha ou da fixação de rumos; II - para o credor com garantia real obstar alienação judicial do objeto da hipoteca, penhor ou anticrese. Art. 1.048. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença, e, no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. Art. 1.049. Os embargos serão distribuídos por dependência e correrão em autos distintos perante o mesmo juiz que ordenou a apreensão. Art. 1.050. O embargante, em petição elaborada com observância do disposto no art. 282, fará a prova sumária de sua posse e a qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. § 1o É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz. § 2o O possuidor direto pode alegar, com a sua posse, domínio alheio. Art. 1.051. Julgando suficientemente provada a posse, o juiz deferirá liminarmente os embargos e ordenará a expedição de mandado de manutenção ou de restituição em favor do embargante, que só receberá os bens depois de prestar caução de os devolver com seus rendimentos, caso sejam afinal declarados improcedentes. Art. 1.052. Quando os embargos versarem sobre todos os bens, determinará o juiz a suspensão do curso do processo principal; versando sobre alguns deles, prosseguirá o processo principal somente quanto aos bens não embargados. Art. 1.053. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 10 (dez) dias, findo o qual proceder-se- á de acordo com o disposto no art. 803. Art. 1.054. Contra os embargos do credor com garantia real, somente poderá o embargado alegar que: I - o devedor comum é insolvente; II - o título é nulo ou não obriga a terceiro; III - outra é a coisa dada em garantia. 11 DIREITO IMOBILIÁRIO MATERIAL DE APOIO - SEGUNDA PARTE USUCAPIÃO Conceito: Meio de aquisição da propriedade por intermédio da posse continuada e demais requisitos estabelecidos em lei. Fundamento: Provém da antiga posição romana de privilegiar a posse, por ser direito natural. Pela consequência de seus efeitos, a lei exige que sejam cumpridos todos os requisitos e fundamentos, sob pena de improcedência do pedido. Existem duas correntes sobre o tema: a) corrente subjetiva: há ânimo da renúncia ao direito por parte do proprietário que não o exerce. b) corrente objetiva: utilidade social, pois é necessário dar segurança e estabilidade à proteção (moderna). Requisitos: a) pessoais: que o adquirente tenha capacidade civil e, ainda, qualidade para adquiri-la deste modo. b) formais: posse e tempo c) reais: que a coisa possa ser adquirida por usucapião. Pressupostos I – coisa suscetível de apropriação II – posse III – decurso de tempo IV – justo título V – boa-fé I – coisa suscetível de apropriação: O estiver dentro do comércio * coisas não suscetíveis de apropriação: a) coisas que se acham em abundância no universo (ar, mar, praças) b) bens públicos: art. 2º Decreto 22 785/33; art 200 Decreto-lei 9760/46, súmula 340 do STF; parágrafo único do art 13 da CF. II – posse: pressuposto fundamental, deste modo a lei exige certas características: a) ânimo de possuir como sua: o usucapiente deve ter no seu íntimo o desejo de ser proprietário (assim ficam impedidos o comodatário, o locador etc.). b) posse mansa e pacífica: exercida sem oposição direta e indireta, sem que o possuidor seja molestado. c) contínua: posse sem intervalos, exige conservação durante todo o tempo e até o ajuizamento da ação de usucapião. III - decurso de tempo: a contagem dos anos é realizada segundo o código civil, isto é, começa a fluir no dia seguinte ao da posse, contando-se o último (dies ad quem). IV - justo título: O possuidor tem a crença que esta em poder de título que seria hábil ao domínio. V – boa-fé: O possuidor ignora o vício ou obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa ou do direito possuído. Efeitos: Operam-se de forma retroativa. 1º - todos os atos praticados pelo possuidor são válidos 2º - Mesmo que fosse possuidor de má-fé, não estará obrigado a restituir os frutos da coisa. 12 Espécies de Usucapião: 1) Extraordinário (1238) 15 anos 2) Ordinário (1238) 10 anos 3) Especial ou constitucional: a) rural (pro labore) 1239 b) urbano (pro moradia ou pro-misero) 1240 c) especial de imóvel urbano (10.257/2001) 4) Usucapião Coletiva Social: As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. 5) Administrativa – Lei 11.977/2009. Dicas: Ação de Usucapião: artigo 541 e seguintes do CPC Nome: “ação de usucapião de terras particulares” Foro: situação do imóvel MP: deve intervir em todas as ações (944) Sentença: 945 CPC Exceções - imagens (religiosas ou de valor artístico) - templos (destinados a liturgias religiosas) - cemitérios (terreno destinado a abrigar os sepultamentos) FUNDAMENTOS LEGAIS CAPÍTULO II Da Aquisição da Propriedade Imóvel Seção I Da Usucapião Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir- lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidosao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, mediante usucapião, a propriedade imóvel. 13 Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá título hábil para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé. Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à usucapião. Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. CAPÍTULO III Da Aquisição da Propriedade Móvel Seção I Da Usucapião Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé. Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos arts. 1.243 e 1.244. LEI 11.977/2009 Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas; altera o Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941, as Leis nos 4.380, de 21 de agosto de 1964, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Medida Provisória no 2.197-43, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Art. 60. Sem prejuízo dos direitos decorrentes da posse exercida anteriormente, o detentor do título de legitimação de posse, após 5 (cinco) anos de seu registro, poderá requerer ao oficial de registro de imóveis a conversão desse título em registro de propriedade, tendo em vista sua aquisição por usucapião, nos termos do art. 183 da Constituição Federal. § 1o Para requerer a conversão prevista no caput, o adquirente deverá apresentar: I – certidões do cartório distribuidor demonstrando a inexistência de ações em andamento que versem sobre a posse ou a propriedade do imóvel; II – declaração de que não possui outro imóvel urbano ou rural; 14 III – declaração de que o imóvel é utilizado para sua moradia ou de sua família; e IV – declaração de que não teve reconhecido anteriormente o direito à usucapião de imóveis em áreas urbanas. § 2o As certidões previstas no inciso I do § 1o serão relativas à totalidade da área e serão fornecidas pelo poder público. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL CAPÍTULO VII DA AÇÃO DE USUCAPIÃO DE TERRAS PARTICULARES Art. 941. Compete a ação de usucapião ao possuidor para que se Ihe declare, nos termos da lei, o domínio do imóvel ou a servidão predial. Art. 942. O autor, expondo na petição inicial o fundamento do pedido e juntando planta do imóvel, requererá a citação daquele em cujo nome estiver registrado o imóvel usucapiendo, bem como dos confinantes e, por edital, dos réus em lugar incerto e dos eventuais interessados, observado quanto ao prazo o disposto no inciso IV do art. 232. Art. 943. Serão intimados por via postal, para que manifestem interesse na causa, os representantes da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios. Art. 944. Intervirá obrigatoriamente em todos os atos do processo o Ministério Público. Art. 945. A sentença, que julgar procedente a ação, será transcrita, mediante mandado, no registro de imóveis, satisfeitas as obrigações fiscais. LEI DE REGISTROS PÚBLICOS (6.015/1974) Art. 167 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos. 28) das sentenças declaratórias de usucapião. Art. 226 - Tratando-se de usucapião, os requisitos da matrícula devem constar do mandado judicial. ESTATUTO DA CIDADE (10.257/2001) Seção V Da usucapião especial de imóvel urbano Art. 9o Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1o O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão. 15 Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. § 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. § 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. § 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas. § 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio. § 5o As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes. Art. 11. Na pendência da ação de usucapião especial urbana, ficarão sobrestadas quaisquer outras ações, petitórias ou possessórias, que venham a ser propostas relativamente ao imóvel usucapiendo. Art. 12. São partes legítimas para a propositura da ação de usucapião especial urbana: I – o possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou superveniente; II – os possuidores, em estado de composse; III – como substituto processual, a associação de moradores da comunidade, regularmente constituída, com personalidade jurídica, desde que explicitamente autorizada pelos representados.§ 1o Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do Ministério Público. § 2o O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis. Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no cartório de registro de imóveis. Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial de imóvel urbano, o rito processual a ser observado é o sumário. 16 Anexo para apoio do curso de Direito Imobiliário – Segunda parte ENDEREÇAMENTO AAÇÇÃÃOO DDEE UUSSUUCCAAPPIIÃÃOO DDEE TTEERRRRAASS PPAARRTTIICCUULLAARREESS PEDRO ORGULHO, brasileiro, solteiro, aposentado, inscrito no CPF/MF sob n.º ..............., portador da CI/RG n.º ..................., residente e domiciliado na Rua .................................. representado neste ato por seu advogado “in fine” assinado, vem pprrooppoorr,, aa pprreesseennttee AAÇÇÃÃOO DDEE UUSSUUCCAAPPIIÃÃOO DDEE TTEERRRRAASS PPAARRTTIICCUULLAARREESS,, oo qquuee ffaazz ccoomm ffuullccrroo nnaa lleeggiissllaaççããoo aapplliiccaaddaa aa eessppéécciiee,, ppaarraa,, aaoo ffiinnaall,, rreeqquueerreerr oo qquuee sseegguuee.. PRELIMINAR Requer V.Exa. se digne conceder o benefício da JUSTIÇA GRATUITA, inclusive, perante o cartório de registro de imóveis, juntando, para tanto, os documentos comprobatórios de pobreza. DOS FATOS 17 O requerente informa esse D. Juízo que exerce posse mansa, pacífica, ininterrupta, com ânimo de dono a mais de ...... aannooss sobre o imóvel que tem, no seu todo, as seguintes características: O requerente faz prova com os documentos ora juntados: memorial descritivo, pagamento de contas, protocolos de documentos na prefeitura etc. Em suma, o fato é que, atendidos todos os requisitos de lei requer a declaração, por sentença, reconhecendo e convertendo o legítimo e inquestionável direito possessório em propriedade com a expedição do competente mandado a ser registrado no livro próprio de Registro de Imóveis. DO DIREITO Inicialmente o requerente traz a baila os artigos 941 a 945 do CPC: Art. 941 – Compete a ação de usucapião ao possuidor para que se lhe declare, nos termos da lei, o domínio do imóvel ou a servidão predial ". Art. 942 – O autor, expondo na petição inicial o fundamento do pedido e juntando planta do imóvel, requererá a citação daquele em cujo nome estiver registrado o imóvel usucapiendo, bem como dos confinantes e, por edital, dos réus em lugar incertos e dos eventuais interessados, observado quanto ao prazo o disposto no inciso IV do art.232”. Art. 943 – “Serão intimados por via postal, para que manifestem interesse na causa, os representantes da Fazenda da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios”. Art. 944 – “Intervirá obrigatoriamente em todos os atos do processo o Ministério Público”. Art. 945 – “A sentença, que julgar procedente a ação, será transcrita, mediante mandado, no registro de imóveis, satisfeitas as obrigações fiscais”. Outros ... USUCAPIÃO E A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE Vide tópico específico DAS PROVAS Protesta provar o alegado, por todos os meios de prova admitidos em juízo, não só pelos documentos acostados aos autos, como por outras provas que se façam necessárias, notadamente a pericial, a cargo do perito engenheiro do Juízo. DOS PEDIDOS POSTO ISTO, respeitosamente requer-se à V.Exa.: 1) Concessão do benefício da justiça gratuita, conforme preconiza a lei. 2) Ciittaaççããoo ppoorr mmaannddaaddoo ddoo((ss)) ccoonnffiinnaannttee((ss)) ....................... 3) CCiittaaççããoo ppoorr EEddiittaall dos réus e/ou herdeiros, ausentes, incertos e desconhecidos, eventuais interessados, para, querendo, virem a se manifestarem dentro do prazo previsto em lei. 4) IInnttiimmaaççããoo vviiaa ppoossttaall ddooss representantes da Fazenda Pública da União, dos Estados e do Município. 18 5) A intervenção do RReepprreesseennttaannttee ddoo MMiinniissttéérriioo PPúúbblliiccoo em todos os atos do processo. 6) A procedência da demanda, para o fim de serem declarados, por sentença, os domínios do requerente sobre a área usucapienda e na forma requerida, mediante expedição do Mandado de Transcrição. 7) A condenação da parte que vier a contestar a ação no pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios Dar-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). P. deferimento. 19 DIREITO IMOBILIÁRIO MATERIAL DE APOIO - TERCEIRA PARTE DIREITO REGISTRAL Conceito: Campo do direito voltado ao estudo dos diversos procedimentos dos cartórios extrajudiciais registrais, lastreados em legislação especializada (Lei. 6.015, de 31.12.1973). Fundamento: No campo imobiliário o Cartório de Registro de Imóveis assume importante papel, tendo em vista o disposto no artigo 1.245 do Código Civil que expõe: “Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.” Cartório de Registro Imóveis: Neste cartório serão feitos o registro e a averbação dos títulos ou atos constitutivos, declaratórios, translativos e extintivos de direitos reais sobre imóveis reconhecidos em lei, " inter vivos" ou " mortis causa" quer para sua constituição, transferência e extinção, quer para sua validade em relação a terceiros, quer para a sua disponibilidade. Livros do CRI: Haverá, no Registro de Imóveis, os seguintes livros: Livro nº 1 – Protocolo - servirá para apontamento de todos os títulos apresentados diariamente. Livro nº 2 - Registro Geral - Será destinado, à matrícula dos imóveis e ao registro ou averbação dos atos relacionados no art. 167, da LRP. Livro nº 3 - Registro Auxiliar - Será destinado ao registro dos atos que, sendo atribuídos ao Registro de Imóveis por disposição legal, não digam respeito diretamente a imóvel matriculado (convenção de condomínio). Livro nº 4 - Indicador Real - Será o repositório de todos os imóveis que figurarem nos demais livros, devendo conter sua identificação, referência aos números de ordem dos outros livros e anotações necessárias. Funciona como índice, na verdade. Livro nº 5 - Indicador Pessoal - Dividido alfabeticamente, será o repositório dos nomes de todas as pessoas que, individual ou coletivamente, ativa ou passivamente, direta ou indiretamente, figurarem nos demais livros, fazendo-se referência aos respectivos números de ordem. Funciona como índice, na verdade. PRINCÍPIOS GERAIS DO REGISTRO IMOBILIÁRIO A doutrina alemã agrupa os princípios e normas do registro imobiliário em duas classes: 1 - aspecto material da transcrição: o registro se subordina a alguns princípios, vejamos: I – OBRIGATORIEDADE – o registro é indispensável à aquisição de propriedade imobiliária entre vivos. II – FÉ PÚBLICA – se traduz no valor da prova. III – RETIFICAÇÃO - faz-se possível quando há inexatidão de registro, pode ser extrajudicial (solteiro, nome de rua) ou judicial (descrição dedivisas). 2 – Aspecto formal da transcrição – verifica-se no momento em que o título translativo é registrado e traduz- se no processo cartorário interno. Procedimentos gerais do registro: Após protocolo do título translativo e estando o imóvel matriculado, procede-se ao registro nos 30 dias seguintes, assentando-se no livro 2, registro, que descreverá: nome do oficial, a data, o nome, domicílio e nacionalidade do transmitente e do adquirente, o título de transcrição, sua forma, procedência, caracterização e valor do contrato. Todos os títulos tomarão, no Protocolo, o número de ordem (vide abaixo) que lhes competir em razão da seqüência rigorosa de sua apresentação. A escrituração do protocolo incumbirá tanto ao oficial titular como ao seu substituto legal, podendo, ser feita, ainda, por escrevente auxiliar expressamente designado pelo 20 oficial titular ou pelo seu substituto legal mediante autorização do juiz competente, ainda que os primeiros não estejam nem afastados nem impedidos. O número de ordem determinará a prioridade do título, e esta a preferência dos direitos reais, ainda que apresentados pela mesma pessoa mais de um título simultaneamente. Prevalecerão, para efeito de prioridade de registro, quando apresentados no mesmo dia, os títulos prenotados no Protocolo sob número de ordem mais baixo. Se o imóvel não estiver matriculado ou registrado em nome do outorgante, o oficial exigirá a prévia matrícula e o registro do título anterior, qualquer que seja a sua natureza, para manter a continuidade do registro. Quando o título anterior estiver registrado em outro cartório, o novo título será apresentado juntamente com certidão atualizada, comprobatória do registro anterior, e da existência ou inexistência de ônus. Responsabilidade civil e penal dos oficiais: Os oficiais são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que, pessoalmente, ou pelos prepostos ou substitutos que indicarem, causarem, por culpa ou dolo, aos interessados no registro. A responsabilidade civil independe da criminal pelos delitos que cometerem. PERMUTA DE IMÓVEL Na troca, um dos contratantes promete uma coisa em troca de outra (Orlando Gomes). – ARTIGO 533 Se a prestação de um dos contratantes consiste em parte em dinheiro e parte em outra coisa, há duvidas sobre a qualidade do contrato, tanto pode ser de troca como de compra e venda. 1 - Pelo critério objetivo será de compra e venda se o valor maior for dinheiro, será troca se verificar o oposto. 2 - Pelo critério subjetivo, o que conta é a intenção das partes, sendo que Orlando Gomes aconselha sempre a adoção do critério objetivo. DISPOSIÇÕES COMUNS À TROCA E À COMPRA E VENDA Em virtude da analogia entre a compra e venda e a troca, a legislação prescreve que se apliquem as mesmas regras (533). Assim, cabe evicção, aplicação dos riscos (até a tradição e transcrição), proibições (pode haver troca de valores iguais entre ascendentes e descendentes). DISPOSIÇÕES PRÓPRIAS DA TROCA As despesas na troca passam pelo pagamento da metade das despesas, salvo estipulação em contrário. Possibilidade que existe entre ascendente e descendente (valores iguais), se desigual dependerá dos outros e do cônjuge do alienante autorizarem (É ANULÁVEL). Procedimentos da permuta no CRI: Em caso de permuta, e pertencendo os imóveis à mesma circunscrição, serão feitos os registros nas matrículas correspondentes, sob um único número de ordem no Protocolo (Art. 187). RETIFICAÇÃO DE REGISTRO Se o registro ou a averbação for omissa, imprecisa ou não exprimir a verdade, a retificação será feita pelo Oficial do CRI competente, a requerimento do interessado, por meio do procedimento administrativo previsto no art. 213 da Lei 6.015/73, facultado ao interessado requerer a retificação por meio de procedimento judicial. Alguns casos de retificação: a) omissão ou erro cometido na transposição de qualquer elemento do título; b) indicação ou atualização de confrontação; c) alteração de denominação de logradouro público, comprovada por documento oficial; d) retificação que vise à indicação de rumos, ângulos de deflexão ou 21 inserção de coordenadas georeferenciadas, em que não haja alteração das medidas perimetrais; e) alteração ou inserção que resulte de mero cálculo matemático feito a partir das medidas perimetrais constantes do registro; f) reprodução de descrição de linha divisória de imóvel confrontante que já tenha sido objeto de retificação; g) inserção ou modificação dos dados de qualificação pessoal das partes, comprovada por documentos oficiais, ou mediante despacho judicial quando houver necessidade de produção de outras provas. Independe de retificação: a) a regularização fundiária de interesse social realizada em Zonas Especiais de Interesse Social, nos termos da Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, promovida por Município ou pelo Distrito Federal, quando os lotes já estiverem cadastrados individualmente ou com lançamento fiscal há mais de vinte anos; b) a adequação da descrição de imóvel rural às exigências dos arts. 176, §§ 3o e 4o, e 225, § 3o, desta Lei. SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA Havendo exigência a ser satisfeita, o oficial indicá-la-á por escrito. Não se conformando o apresentante com a exigência do oficial, ou não a podendo satisfazer, será o título, a seu requerimento e com a declaração de dúvida, remetido ao juízo competente para dirimí-la. Procedimentos da suscitação de dúvida: I - no Protocolo, anotará o oficial, à margem da prenotação, a ocorrência da dúvida; Il - após certificar, no título, a prenotação e a suscitação da dúvida, rubricará o oficial todas as suas folhas; III - em seguida, o oficial dará ciência dos termos da dúvida ao apresentante, fornecendo-lhe cópia da suscitação e notificando-o para impugná-la, perante o juízo competente, no prazo de 15 (quinze) dias; IV - certificado o cumprimento do disposto no item anterior, remeter-se-ão ao juízo competente, mediante carga, as razões da dúvida, acompanhadas do título. Impugnada a dúvida com os documentos que o interessado apresentar, será ouvido o Ministério Público, no prazo de dez dias. Se não forem requeridas diligências, o juiz proferirá decisão no prazo de quinze dias, com base nos elementos constantes dos autos. Da sentença, poderão interpor apelação, com os efeitos devolutivo e suspensivo, o interessado, o Ministério Público e o terceiro prejudicado. No processo, de dúvida, somente serão devidas custas, a serem pagas pelo interessado, quando a dúvida for julgada procedente. MODELO DE SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA Ilustríssimo Senhor Oficial do Registro de Títulos e Documentos do 4º Cartório da Comarca de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará. David Alencar Ribeiro, brasileiro, solteiro, estudante, portador da carteira de identidade no. 026867900002 SSP CE, inscrito no CPF/MF no. 024.222.333-92, residente e domiciliado na Rua Todos os Santos, 233, bairro centro, Juazeiro do Norte, Ceará, vem perante esse ilustre Oficial do 4º Cartório desta Comarca, expor e requerer o seguinte: O requerente apresentou a essa Serventia Extrajudicial, para registro no livro B, um contrato de Alienação fiduciária. Após exame por esse Oficial, foi o mesmo devolvido com as seguintes exigências: Que o contrato de alienação fiduciária de veículo por se tratar de contrato particular, assinados pelas partes e testemunhas, deve trazer as firmas devidamente reconhecidas. De acordo com o que determina o art.221 da Lei 6.015/73. Este requerente não se conformando com as exigências feitas por esse Serventuário, vem, reiterar o pedido de efetivação do registro, pelos seguintes motivos: A Lei 6.015/73 22 em nenhum momento torna obrigatório o reconhecimento de firmas das partes etestemunhas, apenas faculta, inclusive é o melhor entendimento da jurisprudência dominante. Diante do exposto, caso Vossa Senhoria venha manter o mesmo entendimento, requer este peticionante seja SUSCITADA A DÚVIDA ao Juiz competente, de acordo com o que preceitua o Artigo 198 da Lei de Registros Públicos. Termos que pede deferimento. Juazeiro do Norte, Ceará, 10 de fevereiro de 2009. Disponível em http://www.anoregpi.org.br/Noticias.aspx?id=3, em 23.4.2009 FUNDAMENTOS LEGAIS TÍTULO V Do Registro de Imóveis CAPÍTULO I Das Atribuições Art. 167 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos. (Renumerado do art. 168 com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975). I - o registro: (Redação dada pela Lei nº 6.216, de 1975). 1) da instituição de bem de família; 2) das hipotecas legais, judiciais e convencionais; 3) dos contratos de locação de prédios, nos quais tenha sido consignada cláusula de vigência no caso de alienação da coisa locada; 4) do penhor de máquinas e de aparelhos utilizados na indústria, instalados e em funcionamento, com os respectivos pertences ou sem eles; 5) das penhoras, arrestos e seqüestros de imóveis; 6) das servidões em geral; 7) do usufruto e do uso sobre imóveis e da habitação, quando não resultarem do direito de família; 8) das rendas constituídas sobre imóveis ou a eles vinculadas por disposição de última vontade; 9) dos contratos de compromisso de compra e venda de cessão deste e de promessa de cessão, com ou sem cláusula de arrependimento, que tenham por objeto imóveis não loteados e cujo preço tenha sido pago no ato de sua celebração, ou deva sê-lo a prazo, de uma só vez ou em prestações; 10) da enfiteuse; 11) da anticrese; 12) das convenções antenupciais; 13) das cédulas de crédito rural; 14) das cédulas de crédito, industrial; 15) dos contratos de penhor rural; 16) dos empréstimos por obrigações ao portador ou debêntures, inclusive as conversíveis em ações; 17) das incorporações, instituições e convenções de condomínio; 18) dos contratos de promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de unidades autônomas condominiais a que alude a Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, quando a incorporação ou a instituição de condomínio se formalizar na vigência desta Lei; 19) dos loteamentos urbanos e rurais; 20) dos contratos de promessa de compra e venda de terrenos loteados em conformidade com o Decreto-lei nº 58, de 10 de dezembro de 1937, e respectiva cessão e promessa de cessão, quando o loteamento se formalizar na vigência desta Lei; 21) das citações de ações reais ou pessoais reipersecutórias, relativas a imóveis; 22) (Revogado pela Lei nº 6.850, de 1980) 23) dos julgados e atos jurídicos entre vivos que dividirem imóveis ou os demarcarem inclusive nos casos de incorporação que resultarem em constituição de condomínio e atribuírem uma ou mais unidades aos incorporadores; 24) das sentenças que nos inventários, arrolamentos e partilhas, adjudicarem bens de raiz em pagamento das dívidas da herança; 25) dos atos de entrega de legados de imóveis, dos formais de partilha e das sentenças de adjudicação em inventário ou arrolamento quando não houver partilha; 26) da arrematação e da adjudicação em hasta pública; 27) do dote; 28) das sentenças declaratórias de usucapião; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.220, de 2001) 23 29) da compra e venda pura e da condicional; 30) da permuta; 31) da dação em pagamento; 32) da transferência, de imóvel a sociedade, quando integrar quota social; 33) da doação entre vivos; 34) da desapropriação amigável e das sentenças que, em processo de desapropriação, fixarem o valor da indenização; 35) da alienação fiduciária em garantia de coisa imóvel. (Incluído pela Lei nº 9.514, de 1997) 36) da imissão provisória na posse, e respectiva cessão e promessa de cessão, quando concedido à União, Estados, Distrito Federal, Municípios ou suas entidades delegadas, para a execução de parcelamento popular, com finalidade urbana, destinado às classes de menor renda. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) 37) dos termos administrativos ou das sentenças declaratórias da concessão de uso especial para fins de moradia; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.220, de 2001) 38) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.257, de 2001) 39) da constituição do direito de superfície de imóvel urbano; (Incluído pela Lei nº 10.257, de 2001) 40) do contrato de concessão de direito real de uso de imóvel público. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.220, de 2001) II - a averbação: (Redação dada pela Lei nº 6.216, de 1975). 1) das convenções antenupciais e do regime de bens diversos do legal, nos registros referentes a imóveis ou a direitos reais pertencentes a qualquer dos cônjuges, inclusive os adquiridos posteriormente ao casamento; 2) por cancelamento, da extinção dos ônus e direitos reais; 3) dos contratos de promessa de compra e venda, das cessões e das promessas de cessão a que alude o Decreto-lei nº 58, de 10 de dezembro de 1937, quando o loteamento se tiver formalizado anteriormente à vigência desta Lei; 4) da mudança de denominação e de numeração dos prédios, da edificação, da reconstrução, da demolição, do desmembramento e do loteamento de imóveis; 5) da alteração do nome por casamento ou por desquite, ou, ainda, de outras circunstâncias que, de qualquer modo, tenham influência no registro ou nas pessoas nele interessadas; 6) dos atos pertinentes a unidades autônomas condominiais a que alude a Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, quando a incorporação tiver sido formalizada anteriormente à vigência desta Lei; 7) das cédulas hipotecárias; 8) da caução e da cessão fiduciária de direitos relativos a imóveis; 9) das sentenças de separação de dote; 10) do restabelecimento da sociedade conjugal; 11) das cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade impostas a imóveis, bem como da constituição de fideicomisso; 12) das decisões, recursos e seus efeitos, que tenham por objeto atos ou títulos registrados ou averbados; 13) " ex offício ", dos nomes dos logradouros, decretados pelo poder público. 14) das sentenças de separação judicial, de divórcio e de nulidade ou anulação de casamento, quando nas respectivas partilhas existirem imóveis ou direitos reais sujeitos a registro.(Incluído pela Lei nº 6.850, de 1980) 15 - da re-ratificação do contrato de mútuo com pacto adjeto de hipoteca em favor de entidade integrante do Sistema Financeiro da Habitação, ainda que importando elevação da dívida, desde que mantidas as mesmas partes e que inexista outra hipoteca registrada em favor de terceiros. (Incluído pela Lei nº 6.941, de 1981) 16) do contrato de locação, para os fins de exercício de direito de preferência. (Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991) 17) do Termo de Securitização de créditos imobiliários, quando submetidos a regime fiduciário.(Incluído pela Lei nº 9.514, de 1997) 18) da notificação para parcelamento, edificação ou utilização compulsórios de imóvel urbano;(Incluído pela Lei nº 10.257, de 2001) 19) da extinção da concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 10.257, de 2001) 20) da extinção do direito de superfície do imóvel urbano. (Incluído pela Lei nº 10.257, de 2001) 21) da cessão de créditoimobiliário. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004) 22. da reserva legal; (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 23. da servidão ambiental. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 26. do auto de demarcação urbanística; (Incluído pela Medida Provisória nº 459, de 2009) 27. da legitimação de posse. (Incluído pela Medida Provisória nº 459, de 2009) 24 Art. 168 - Na designação genérica de registro, consideram-se englobadas a inscrição e a transcrição a que se referem as leis civis. (Renumerado do art. 168 § 2º para artigo autônomo pela Lei nº 6.216, de 1975). Art. 169 - Todos os atos enumerados no art. 167 são obrigatórios e efetuar-se-ão no Cartório da situação do imóvel, salvo: (Redação dada pela Lei nº 6.216, de 1975). I - as averbações, que serão efetuadas na matrícula ou à margem do registro a que se referirem, ainda que o imóvel tenha passado a pertencer a outra circunscrição; (Incluído pela Lei nº 6.216, de 1975). II – os registros relativos a imóveis situados em comarcas ou circunscrições limítrofes, que serão feitos em todas elas, devendo os Registros de Imóveis fazer constar dos registros tal ocorrência. (Redação dada pela Lei nº 10.267, de 2001) III - o registro previsto no n° 3 do inciso I do art. 167, e a averbação prevista no n° 16 do inciso II do art. 167 serão efetuados no cartório onde o imóvel esteja matriculado mediante apresentação de qualquer das vias do contrato, assinado pelas partes e subscrito por duas testemunhas, bastando a coincidência entre o nome de um dos proprietários e o locador.(Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991) Art. 170 - O desmembramento territorial posterior ao registro não exige sua repetição no novo cartório. (Incluído pela Lei nº 6.216, de 1975). Art. 171. Os atos relativos, a vias férreas serão registrados no cartório correspondente à estação inicial da respectiva linha. (Renumerado do art. 170 com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975). CAPÍTULO II Da Escrituração Art. 172 - No Registro de Imóveis serão feitos, nos termos desta Lei, o registro e a averbação dos títulos ou atos constitutivos, declaratórios, translativos e extintos de direitos reais sobre imóveis reconhecidos em lei, " inter vivos" ou " mortis causa" quer para sua constituição, transferência e extinção, quer para sua validade em relação a terceiros, quer para a sua disponibilidade. (Renumerado do art. 168 § 1º para artigo autônomo com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975). Art. 173 - Haverá, no Registro de Imóveis, os seguintes livros: (Renumerado do art. 171 com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975). I - Livro nº 1 - Protocolo; II - Livro nº 2 - Registro Geral; III - Livro nº 3 - Registro Auxiliar; IV - Livro nº 4 - Indicador Real; V - Livro nº 5 - Indicador Pessoal. Parágrafo único. Observado o disposto no § 2º do art. 3º, desta Lei, os livros nºs 2, 3, 4 e 5 poderão ser substituídos por fichas. Art. 174 - O livro nº 1 - Protocolo - servirá para apontamento de todos os títulos apresentados diariamente, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 12 desta Lei. (Renumerado do art. 172 com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975). Art. 175 - São requisitos da escrituração do Livro nº 1 - Protocolo: (Renumerado do art. 172 parágrafo único para artigo autônomo com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975). I - o número de ordem, que seguirá indefinidamente nos livros da mesma espécie; II - a data da apresentação; III - o nome do apresentante; IV - a natureza formal do título; V - os atos que formalizar, resumidamente mencionados. Art. 176 - O Livro nº 2 - Registro Geral - será destinado, à matrícula dos imóveis e ao registro ou averbação dos atos relacionados no art. 167 e não atribuídos ao Livro nº 3. (Renumerado do art. 173 com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975). § 1º A escrituração do Livro nº 2 obedecerá às seguintes normas: (Renumerado do parágrafo único, pela Lei nº 6.688, de 1979) I - cada imóvel terá matrícula própria, que será aberta por ocasião do primeiro registro a ser feito na vigência desta Lei; II - são requisitos da matrícula: 1) o número de ordem, que seguirá ao infinito; 2) a data; 3) a identificação do imóvel, que será feita com indicação: (Redação dada pela Lei nº 10.267, de 2001) a - se rural, do código do imóvel, dos dados constantes do CCIR, da denominação e de suas características, confrontações, localização e área; (Incluída pela Lei nº 10.267, de 2001) b - se urbano, de suas características e confrontações, localização, área, logradouro, número e de sua designação cadastral, se houver. (Incluída pela Lei nº 10.267, de 2001) 4) o nome, domicílio e nacionalidade do proprietário, bem como: a) tratando-se de pessoa física, o estado civil, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda ou do Registro Geral da cédula de identidade, ou à falta deste, sua filiação; 25 b) tratando-se de pessoa jurídica, a sede social e o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda; 5) o número do registro anterior; III - são requisitos do registro no Livro nº 2: 1) a data; 2) o nome, domicílio e nacionalidade do transmitente, ou do devedor, e do adquirente, ou credor, bem como: a) tratando-se de pessoa física, o estado civil, a profissão e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda ou do Registro Geral da cédula de identidade, ou, à falta deste, sua filiação; b) tratando-se de pessoa jurídica, a sede social e o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda; 3) o título da transmissão ou do ônus; 4) a forma do título, sua procedência e caracterização; 5) o valor do contrato, da coisa ou da dívida, prazo desta, condições e mais especificações, inclusive os juros, se houver. § 2º Para a matrícula e registro das escrituras e partilhas, lavradas ou homologadas na vigência do Decreto nº 4.857, de 9 de novembro de 1939, não serão observadas as exigências deste artigo, devendo tais atos obedecer ao disposto na legislação anterior . (Incluído pela Lei nº 6.688, de 1979) § 3o Nos casos de desmembramento, parcelamento ou remembramento de imóveis rurais, a identificação prevista na alínea a do item 3 do inciso II do § 1o será obtida a partir de memorial descritivo, assinado por profissional habilitado e com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais, geo-referenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA, garantida a isenção de custos financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja somatória da área não exceda a quatro módulos fiscais. (Incluído pela Lei nº 10.267, de 2001) § 4o A identificação de que trata o § 3o tornar-se-á obrigatória para efetivação de registro, em qualquer situação de transferência de imóvel rural, nos prazos fixados por ato do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 10.267, de 2001) § 5o Nas hipóteses do § 3o, caberá ao INCRA certificar que a poligonal objeto do memorial descritivo não se sobrepõe a nenhuma outra constante de seu cadastro georreferenciado e que o memorial atende às exigências técnicas, conforme ato normativo próprio. (Incluído pela Medida Provisória nº 458, de 2009) § 6o A certificação do memorial descritivo de glebas públicas será referente apenas ao seu perímetro originário. (Incluído pela Medida Provisória
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