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PLANEJAMENTO

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PLANEJAMENTO: DESDOBRAMENTOS HISTÓRICOS-TEÓRICO-METODOLÓGICO 
( Rosângela Fritsch)
Disciplina de Planejamento em Serviço Social
PENSAMENTO
“O futuro em cuja direção navegamos é incerto. Nosso desafio não consiste em profetizar como será o futuro, ou tentar manter a mudança sob controle, mas sim responder criativamente ao imprevisto quando surgir. E isto exige um mente aberta.”
“A flexibilidade interior não é compatível com a necessidade de maior estabilidade: uma depende da outra. Se não conseguirmos mantes a tranquilidade interior, poderemos nos agarrar a padrões de comportamento rígidos, em busca de segurança. Por outro lado, quando existe paz interior, somos mais livres para reagir À mudança - e reagir de maneira mais apropriada. Assim, a flexibilidade não significa deixar-se levar para lá e para cá pelos ventos da mudança: quando somos flexíveis, assemelhamo-nos a árvores ao vento – firmemente ancoradas por suas raízes, contudo capazes de curvarem-se è tormenta.”
 
ROGER IVANS E PETER RUSSEL
... E para isto precisamos de criatividade e bússolas
Exercício: reflexão e debate – selecione e registre a mensagem que consideras mais importante. Qual a relação que podemos fazer com Planejamento?
Fundamentos histórico-teórico-metodológico do PLANEJAMENTO.
Desdobramentos Históricos
“Planejamento é uma forma de pensar (pensar no futuro, contrapondo-o ao presente)
Defender o planejamento é igual a defendendo pensar” (Ricardo Semler)
	Partimos da concepção de que todo homem é capaz de planejar, pois este é um ato inerente para a garantia da sobrevivência. 
	Desde a pré-história quando os homens eram caçadores e a sobrevivência dependia da cooperação e do planejamento. Com o evento da sociedade agrária surgem necessidades como armazenar comida e água, manter registros e outras, dando início a um processo mais formal do planejamento.
“Já no início dos tempos, o homem refletia sobre as questões que o desafiavam as diferentes alternativas para solucioná-las e organizava sua ação de maneira organizada sua ação de maneira lógica. Enquanto assim fazia, estava efetivando uma prática de planejamento. 
Da observação dessa prática, de sua análise e sistematização racional, do domínio de alguns princípios que regem os processos naturais e da incorporação dos conhecimentos desenvolvidos em diferentes áreas de pensamento, resultou o acervo de conhecimento e de práticas de planejamento, tal como encontramos hoje.” (BAPTISTA, 2000, p. 14)
	Referências pré-históricas indicam, que durante a Antiguidade no Egito, na Mesopotâmia e na Assíria, a existência de dirigentes capazes de planejar e guiar os esforços de milhares de trabalhadores na construção das obras monumentais que existem até nossos dias. 
	Evolui quando de torna necessária a criação de um sistema monetário substituindo o sistema de troca. Adam Smith (1723-1790), fundador da economia clássica chamava atenção para a importância do planejamento e da organização dentro das funções da Administração . No entanto, permaneceu como simples prática natural até o século XIX.
	Na realidade o Planejamento, como disciplina, é resultado de construção histórica e começa a ser instituído formalmente, a partir do século XX, com a 1ª Revolução Industrial (carvão e ferro). Fundamenta-se pela necessidade de dar respostas aos problemas empresariais. Neste momento, começa a ser utilizado para atender os interesses de produtividade das empresas e organizações. 
	É neste cenário que despontam os primeiros esforços realizados nas empresas capitalistas para a implantação de métodos e processos de racionalização do trabalho.
A partir da 2ª Revolução Industrial (aço e eletricidade) ocorre o crescimento acelerado e desorganizado das organizações implicando no aumento da dimensão e complexidade da empresas. Tal fato exige novas formas de administrar que substituam o empirismo e a improvisação até então dominantes. Com as grandes empresas surgem as condições iniciais de planejamento em longo prazo que garantam a eficiência das organizações.
	A partir deste momento desenvolve-se a Teoria Geral da Administração, com a chamada Abordagem Clássica que se desdobra na Administração Científica (Taylor, 1903) e Teoria Clássica (Fayol, 1916). 
	Construção teórica e metodológica do planejamento vincula-se organicamente a Teoria Geral da Administração que desde sua origem nas suas formulações apresenta o com uma função fundamental da administração. 
	O princípio orientador é a utilização do Planejamento com o objetivo de substituir a improvisação por procedimentos científicos.
	Nesta perspectiva, as teorias da administração reafirmam o planejamento como processo. Metodologia e instrumental vinculado aos processos de gestão das organizações. No decorrer do tempo vão se discutindo e agregando novos elementos. 
	 A Administração é entendida (Oliveira, 1995) como um sistema estruturado e intuitivo que consolida um conjunto de princípios, normas e funções para alavancar harmoniosamente o processo de planejamento de situações futuras desejadas e seu posterior controle de eficiência e produtividade, bem como a organização e direção dos recursos empresariais para os resultados esperados, com a minimização de conflitos interpessoais. 
Desta forma, ambos os conceitos, ou seja Administração e Planejamento se interligam e interagem nas suas construções histórica-teórica e metodológicas desde as suas origens até hoje. Poderíamos dizer que sustentam os modos de ser e agir – a Gestão – das organizações em geral.
A Administração Pública o Primeiro Plano Quinquental da União Soviética é considerado o primeiro registro de planejamento. Constata-se que o planejamento passou a ter maior aceitação após a Segunda Guerra Mundial, quando passa a ser utilizado como instrumento para o desenvolvimento econômico. 
	Consta-se que na medida que se consolidam os modelos reais da sociedade vai se verificando a centralização e concentração de capital, a diminuição da participação da sociedade, monopolização do poder social. 
	Em consequência, durante muito tempo o processo de planejamento ficou delegado a tecnocratas e políticos, dentro da visão de primazia dos problemas econômicos em relação aos sociais. Predominava, e para muitos ainda predomina, a ideia de que resolvidos os primeiros problemas naturalmente todos os outros estariam resolvidos. É neste contexto que surge o Estado de Bem-Esta Social.
	Neste sentido, o planejamento é tomado em duas perspectivas: a econômica e a social. O Planejamento Econômico é caracterizado pela relevância dos aspectos econômicos e o Planejamento Social pela relevância dos aspectos e fenômenos sociais.
 
	
	Hoje, verificamos que a concepção de planejamento varia de acordo com os interesses que estão em jogo e com o modelo de desenvolvimento como globalidade pensada e controlado por um planejamento socioeconômico, que vêem a necessidade de tratamentos diferenciados sem a perda da totalidade, que vêem como primordial a participação criativa do homem nos processos de desenvolvimento social e de planejamento,...
Desdobramentos Teóricos
 
“Planejamento é uma metodologia científica para construir a realidade.” (GANDIN, 1994, P. 39)
	A primeira premissa a ser considerada é a de que planejamento é um processo de racionalidade, ou seja, um ato de pensar logicamente adiante, de forma inteligente que se desdobra em ação (ões), num tempo e espaço determinados. Como um modo de pensar indagações e questionamentos sobre o que será feito, como, quando, quanto custará, para quem, por que, por quem, e onde será feito.
	“o termo “planejamento” na perspectiva lógico-racional, refere-se ao processo permanente e metódico de abordagem racional e científica de questões que se colocam no mundo social. Enquanto processo permanente, supõe ação contínua sobre um conjunto dinâmico de situações, em um determinado momento histórico. 
Como processo metódico de abordagem racional e científica, supõe uma sequência de atos decisórios,
ordenados em momentos definidos e baseados em conhecimentos teóricos, científicos e técnicos” (BAPTISTA, 2000, P13).
	Planejamento, fundamentalmente, é o contrário de improvisação. Uma ação efetiva sobre a realidade tende a ser mais eficaz quanto menos improvisada for. Não improvisar determinada ação equivale a pensa-la de forma permanente: antes, durante e depois. 
Enquanto processo, relaciona-se com o ato de ir para diante e enquanto método, com o caminho a ser seguido devendo estar a serviço da ação, pois tem como objetivo fazer bem o dia-a-dia, o tempo todo.

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