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Cap_01

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Introdução à 
Fisiopatologia
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 1. Definir e utilizar os termos-chave abordados neste capítulo.
 2. Observar a importância dos conhecimentos obtidos em cursos científi-
cos como pré-requisito básico para o aprendizado da fisiopatologia.
 3. Comparar os termos “saúde” e “mal-estar” com o termo “doença” e 
discuti-los.
 4. Estabelecer os três níveis de prevenção sobre os quais as intervenções 
estão baseadas.
 5. Aprender a comunicar-se efetivamente com outros profissionais, utili-
zando a terminologia fisiopatológica adequada.
 6. Diferenciar as perspectivas fisiopatológicas nos contextos individual e 
populacional.
 7. Descrever a importância das diferenças individuais de sexo, idade, raça, 
etnia, local e status socioeconômico na fisiopatologia.
 8. Explicar a abordagem conceitual necessária para aprender as alterações 
gerais na saúde e aplicá-la para a compreensão de patologias específicas.
1
CARIE A. BRAUN & CINDY M. ANDERSON28
 Fundamentos da fisiopatologia
Muitos cursos proporcionam ao estudante o conhecimento 
básico necessário para entender a fisiopatologia. São cursos 
que, muitas vezes, incluem biologia, microbiologia, quími-
ca e, até mesmo, física em seu currículo. A fundamentação 
desse conhecimento está direcionada ao estudo das células 
humanas, consequentemente, da estrutura e da função do 
corpo humano. O termo estrutura refere-se às partes que 
constituem o corpo humano, isto é, a como o corpo está or-
ganizado.1 Função refere-se à ação ou ao trabalho das vá-
rias estruturas do corpo.1 O que acontece quando a estrutura 
ou a função estão alteradas? O estudo da fisiopatologia está 
focado nessa questão, que é o próximo passo no estudo da 
saúde humana.
DEFINIÇÃO DE FISIOPATOLOGIA
A fisiopatologia é formalmente definida como a fisiologia 
de um estado de saúde alterado, mais especificamente, como 
as mudanças funcionais que acompanham lesões, síndro-
mes ou doenças.1 Essa definição tem dois componentes crí-
ticos. Primeiro, está baseada no conhecimento da fisiologia 
humana. Antes de mais nada, é preciso saber como alguma 
coisa funciona para depois tentar entender o que acontece-
rá quando algo der errado. Assim, cada capítulo deste livro 
inclui uma revisão da fisiologia humana básica. Segundo, o 
ponto central da fisiopatologia são as mudanças funcionais 
do corpo. Isso está relacionado à forma como este reage a 
mudanças inesperadas e indesejadas. Cada capítulo destaca 
mudanças funcionais que podem ocorrer no corpo ao en-
frentar alterações no estado de saúde.
CIÊNCIAS RELACIONADAS
A fisiopatologia não deve ser confundida com outras ciên-
cias que também estudam as doenças. A patologia é o estu-
do das mudanças estruturais e funcionais nas células e nos 
tecidos causadas por lesões.1 A fisiopatologia é basicamen-
te uma combinação entre a patologia e a fisiologia, ou seja, 
refere-se ao estudo de mudanças estruturais e funcionais em 
nível celular e tecidual que podem causar impacto ao corpo 
inteiro. A histologia é um ramo da anatomia que estuda as 
características das células e dos tecidos que são discerníveis 
apenas por microscópio.1 A fisiopatologia é construída com 
base na compreensão da estrutura básica das células e dos 
tecidos. A morfologia é um ramo da biologia que lida com 
a forma e a estrutura de animais e plantas. Esta olha mais 
detalhadamente para como as células e os tecidos modifi-
cam sua forma devido a uma doença.1 Frequentemente, os 
profissionais da área da saúde mostram-se preocupados com 
mudanças nas células e nos tecidos, pois precisam dessas in-
formações para diagnosticar certas patologias. A microbio-
logia é a seção da biologia que lida especificamente com o 
estudo das formas microscópicas de vida.1 O Capítulo 5 é 
dedicado às infecções humanas e a como certos microrga-
nismos, chamados patógenos, entram no corpo, bem como 
às consequências dessas invasões. Essas e outras ciências es-
tão integradas no estudo da fisiopatologia (Fig. 1.1).
Pare e pense
Você está saudável ou doente? Como você sabe? Quais caracterís-
ticas descrevem alguém saudável? Quando uma pessoa pode ser 
considerada doente?
 O continuum saúde-doença
Este livro está baseado em três princípios relacionados à saú-
de e à doença:
 1. Os termos saúde e doença estão em um continuum. 
Isso significa que saúde e doença não são duas 
categorias exclusivas. As pessoas se percebem em 
algum lugar ao longo de uma linha imaginária, na 
qual em um extremo está a saúde perfeita e no ou-
tro a doença grave.
 2. O continuum saúde-doença é uma entidade dinâ-
mica, ou seja, as percepções individuais de saúde e 
de doença podem modificar-se dia a dia, mês a mês 
ou, até mesmo, ano a ano.
 3. A saúde humana pode ser analisada não somente 
pela dimensão física, mas também pelo bem-estar 
espiritual, emocional e psicológico.
Embora este livro esteja concentrado quase que exclu-
sivamente na dimensão da saúde física, as outras dimensões 
também são importantes. Nesse sentido, o reconhecimento 
de que é necessário dar atenção a todas essas dimensões é o 
epítome de um cuidado de saúde holístico.
SAÚDE
Nenhum curso de fisiopatologia estaria completo sem uma 
discussão dos fatores que levam à compreensão da saúde e 
da doença. Saúde é a condição de sentir-se bem do corpo, 
da mente e do espírito.1 A saúde é geralmente medida pelo 
nível de ausência de doença ou dor física. É uma questão 
de percepção e medida; cada pessoa é capaz de julgar o seu 
estado de saúde e bem-estar. Mesmo quando doente, uma 
pessoa pode sentir-se “saudável” se os sintomas estiverem 
bem administrados e não ocorrerem complicações.
Saúde pode referir-se ao equilíbrio da vida, também co-
nhecido como homeostasia. A homeostasia é um estado de 
Fisiopatologia
Biologia
Histologia Anatomia
Química Fisiologia
Patologia
Morfologia Microbiologia
FIGURA 1.1 Ciências que apoiam a compreensão da fisiopatologia.
FISIOPATOLOGIA 29
equilíbrio dinâmico mantido pelos mecanismos de regulação 
do organismo. A homeostasia representa o balanço constan-
te, que depende da comunicação entre as células, os tecidos, 
os hormônios, os agentes químicos e os sistemas de órgãos 
do corpo. Cada um dos capítulos deste livro descreve de-
talhadamente os mecanismos desenvolvidos pelos diversos 
sistemas para manter a homeostasia quando as variações 
aparecem.
ENFERMIDADE
Enfermidade é um estado resultante do sofrimento ou 
distresse.1 A enfermidade é geralmente julgada pela presen-
ça de sintomas físicos, tais como a dor, embora a doença 
também possa representar distresse∗ emocional, psicoló-
gico ou espiritual. Assim como a saúde, a doença é uma 
questão de percepção e medida, pois, mesmo na ausência 
de alguma doença fisicamente identificável, um indivíduo 
pode sentir-se mal, doente.
DOENÇA
O termo doença é empregado para descrever um defeito 
no funcionamento de algum tipo de célula, tecido, órgão ou 
sistema do corpo.1 Expressões como moléstia, enfermida-
de, mal-estar e/ou síndrome também podem ser utilizadas 
como sinônimos de doença. Trata-se do resultado de uma 
alteração no funcionamento do corpo e representa um de-
safio ao equilíbrio da homeostasia. O estudo das doenças é, 
obviamente, o foco principal deste texto. Em cada capítu-
lo são apresentados os mecanismos pelos quais elas podem 
modificar o funcionamento de células, tecidos, órgãos ou 
sistemas, alterando o estado de saúde. As lesões, tais como o 
traumatismo craniano ou as fraturas ósseas, geralmente não 
são consideradas doenças, embora causem danos às funções 
celulares, de tecidos e de órgãos. Nesses casos, a doença si-
ginifica o impacto resultante em tais funções. O impacto de 
uma doença pode oscilar entre levemente irritante até total-
mente debilitante. A presença ou a ausência de uma doença é 
sempre definida por sinais e sintomas.Esses e outros termos 
relacionados às doenças serão discutidos mais adiante neste 
capítulo. As doenças geralmente podem ser identificadas por 
meio de uma série de testes laboratoriais e diagnósticos.
Aprender sobre as doenças pode ser estimulante e, 
sem dúvida, é algo importante. Lembre-se de que o obje-
tivo principal em entender as alterações no funcionamento 
corporal deve ser proporcionar um atendimento de melhor 
qualidade. Os profissionais da saúde devem preocupar-se 
com a pessoa, e não com a doença (Fig. 1.2). Ao conside-
rar o paciente como uma pessoa, evita-se rotulá-lo como “o 
diabético” ou “o lesionado cerebral do quarto 202”. Em vez 
disso, os profissionais da saúde devem referir-se aos pacien-
tes como “a pessoa que está com diabete” ou “o paciente 
com uma lesão craniana”.
Tipos de prevenção às doenças
O conhecimento sobre a doença é uma ferramenta útil para 
determinar os mecanismos de prevenção contra seu desen-
volvimento. Quando o surgimento da doença não puder 
ser evitado, o foco deve ser direcionado para a prevenção 
das complicações e a promoção de uma boa saúde. Três 
níveis de prevenção são essenciais à função do profissional 
da saúde:
 1. Prevenção primária. A prevenção primária im-
pede a ocorrência de doenças. Um exemplo é usar 
capacete quando se anda de bicicleta para evitar 
lesões cerebrais.
 2. Prevenção secundária. A prevenção secundária 
é a detecção, por meio de exames, e o tratamento 
logo no início da doença. Por exemplo, fazer o au-
toexame mensal de mamas ou testículos para evitar 
o câncer (ver Cap. 7).
 3. Prevenção terciária. A prevenção terciária con-
siste na reabilitação do paciente após a detecção 
da doença. O foco principal é a prevenção das 
complicações ou da progressão da doença; por 
exemplo, fazer fisioterapia e terapia ocupacional 
para recuperar as funções motoras de pacien-
tes que sofreram um acidente vascular cerebral 
(AVC) (ver Cap. 13).
Pare e pense
Quais são as atividades de prevenção primária que você normalmen-
te realiza?
 Usando a terminologia 
fisiopatológica para comunicar-se
A habilidade de comunicar-se adequadamente com os de-
mais profissionais da área da saúde utilizando a terminolo-
FIGURA 1.2 Em primeiro lugar, as pessoas. Um cuidador ouve seu pa-
ciente. O foco deve ser o paciente, o problema de saúde é sempre secun-
dário. (Adaptada de Carter PJ, Lewsen S Lippincottís Textook for Nursing 
Assistants: A Humanistic Approach to Caregiving. Philladelphia; Lippin-
cott Williams & Wilkins, 2005.)
∗N. de T.: O termo estresse pode ser subdividido em dois tipos: 
eustresse e distresse. O eustresse é considerado bom, é aquele que 
motiva, que desafia as pessoas. Já o distresse refere-se a um tipo de 
estresse capaz de causar sofrimento e doença ao organismo.
CARIE A. BRAUN & CINDY M. ANDERSON30
gia fisiopatológica é essencial para o estudo da fisiopatolo-
gia. Os termos básicos são definidos nesta seção e servem 
como guia para todo o texto. A habilidade de utilizar ade-
quadamente a terminologia da fisiopatologia pode facili-
tar muito a comunicação com os profissionais das demais 
disciplinas da área da saúde. Por exemplo, uma atividade 
em comum entre vários profissionais da área é a documen-
tação ou o registro dos dados dos pacientes. O prontuário 
médico normalmente contém o histórico detalhado desde o 
exame físico, as ordens médicas, os objetivos específicos e o 
plano de tratamento, as notas narrativas, os diários médicos 
e os resultados dos testes laboratoriais e de diagnóstico. O 
estudante das profissões da área da saúde deve ser capaz 
de examinar e compreender cada uma dessas seções a fim 
de conduzir suas atividades de forma adequada. Embora os 
detalhes específicos dependam do tipo de formação do es-
tudante, a linguagem fisiopatológica não se modifica. Esses 
termos, discutidos adiante neste capítulo, serão utilizados 
durante toda a carreira do profissional da saúde. A Figura 
1.3. ilustra as inter-relações entre eles.
Quando se considera a alteração na saúde, a patogê-
nese refere-se à origem e ao desenvolvimento da doença ou 
enfermidade. Em outras palavras, descreve como a doença 
começa, como prossegue e como se resolve. A patogênese 
explora os fatores relacionados à condição humana que pos-
sibilitam o desenvolvimento da doença. Questões que ilus-
tram a patogênese incluem: quais são os fatores de risco, 
ou vulnerabilidades, que aumentam as chances de desen-
volvimento da doença? Exemplos de fatores de risco para 
doença coronariana (ver Cap. 13) são citados no Quadro 
1.1. Quais são os fatores precipitantes, ou desencadean-
tes, do início da doença? Exemplos de fatores que precipi-
tam as crises de asma (ver Cap. 12) são citados no Quadro 
1.2. Qual é a etiologia, ou causa, da doença? O que facili-
tou a progressão da doença? Como ela se resolveu? O obje-
tivo do estudo da patogênese das enfermidades geralmente 
é a prevenção da ocorrência de doenças ou enfermidades. 
Quando não for possível prevenir, a compreensão da pato-
gênese de qualquer doença pode facilitar o diagnóstico rápi-
do e a intervenção, a fim de evitar complicações e melhorar 
a qualidade de vida.
Conforme já citado, a etiologia está focada na causa da 
doença. Patogênese é um termo mais amplo, relacionado ao 
Fisiopatologia
Diagnóstico
Tratamento/
Cuidados
Patogênese Manifestações
clínicas
Mecanismos
das doenças Sintomas
Etiologia Sinais
FIGURA 1.3 Mapa conceitual. Termos da fisiopatologia.
QUADRO 1.1 Exemplos de fatores de risco
A presença de um ou mais destes fatores de risco aumenta as chances 
de a pessoa desenvolver doença coronariana arterial:
Níveis elevados de colesterol sanguíneo •
Pressão arterial elevada •
Tabagismo •
História familiar/predisposição genética •
Obesidade •
Sedentarismo •
QUADRO 1.2 Exemplos de fatores precipitantes 
de doenças
Indivíduos com asma costumam mencionar que um ou mais dos fato-
res a seguir precipitam ou aumentam a crise asmática:
Exercícios •
Tempo frio •
Infecção nas vias aéreas superiores •
Estresse •
Poeira •
Pólen •
Escamas e pele descamada de animais •
Mofo •
FISIOPATOLOGIA 31
início e ao desenvolvimento da doença, enquanto a etiolo-
gia é apenas um aspecto da patogênese. A etiologia pode ser 
caracterizada de diversas formas. Por exemplo, a etiologia 
de uma infecção geralmente pode ser atribuída a um pató-
geno, ou organismo causador de doença, tal como o vírus. 
A etiologia do câncer pode ser a exposição a fatores am-
bientais tais como radiações ionizantes, exposição excessiva 
ao sol ou tabagismo. Quando uma condição de saúde não 
tem etiologia clara, é denominada idiopática. Em muitos 
casos, a etiologia de uma alteração de saúde pode não ser 
bem compreendida ou ser multifatorial, isto é, quando vá-
rios eventos contribuem para seu desenvolvimento. Doenças 
multifatoriais geralmente envolvem tanto fatores genéticos 
quanto ambientais.
Algumas vezes a etiologia da doença pode ser um 
procedimento ambulatorial ou hospitalar. As doenças hos-
pitalares ou nosocomiais são causadas pelo ambiente 
hospitalar. Por exemplo: uma criança é hospitalizada de-
vido a uma fratura e contrai catapora enquanto está sendo 
tratada na unidade de terapia. Quando a criança entrou 
na instituição, não apresentava catapora, mas essa infecção 
respiratória foi transmitida a ela enquanto estava hospita-
lizada. A infecção hospitalar ocorreu pelo infortúnio de se 
estar no lugar errado, na hora errada. Os profissionais da 
área da saúde têm a obrigação de prevenir a transmissão 
de doenças de um paciente para o outro. As enfermidades 
iatrogênicas são um resultado inadvertido do tratamento 
médico. Por exemplo: um paciente está com uma sonda 
uretral para prevenir a retenção urinária e desenvolve in-
fecção urinária. A intenção foi boa, mas o resultado, ainda 
assim, foi umainfecção.
Pare e pense
As doenças hospitalares e as enfermidades iatrogênicas podem ser 
consideradas erros médicos?
As manifestações clínicas são os sinais e sintomas 
apresentados pelo paciente que indicam a doença. Mais es-
pecificamente, os sinais de uma doença são as manifesta-
ções observáveis ou mensuráveis de uma condição alterada 
de saúde. Por exemplo, a presença de vesículas altas, claras 
e preenchidas por líquido nos lábios ou temperatura oral de 
37,6˚C são os sinais de herpes simples (herpes labial). Os 
sinais geralmente são as manifestações que objetivamente 
podem ser vistas ou medidas pelo profissional da saúde. Os 
sintomas são indicações relatadas pela pessoa enferma que, 
muitas vezes, são consideradas manifestações subjetivas. Os 
sintomas de herpes podem incluir o formigamento ou des-
conforto no local das vesículas ou uma sensação de cansaço 
ou letargia. Esses sintomas são difíceis de ser mensurados ou 
observados pelo profissional da saúde.
As manifestações clínicas da doença podem ser previs-
tas se o estudante entender claramente o processo fisiopa-
tológico. Por exemplo, se um indivíduo está queimado pelo 
sol, a área afetada torna-se vermelha, edemaciada, quente e 
dolorida. A queimadura solar dispara uma reação inflama-
tória (ver Cap. 3) que causa grande aumento no fluxo san-
guíneo e movimento de líquidos para o local afetado. O au-
mento no fluxo sanguíneo e o acúmulo de líquido causam 
a vermelhidão, o edema, o calor e a dor. O profissional da 
saúde tem a obrigação de se perguntar, continuamente: por 
que essa manifestação clínica está ocorrendo? O que está 
acontecendo no corpo que causa tal manifestação? É lógico 
que os procedimentos de tratamento devem ter como obje-
tivo reduzir a alteração de saúde e aliviar as manifestações 
clínicas. No exemplo anterior, o tratamento deve ter como 
objetivo reduzir o fluxo sanguíneo e o acúmulo de líqui-
do no local da queimadura, o que pode ser alcançado com 
a aplicação de gelo no local (o frio causa vasoconstrição); 
com a elevação da parte afetada do corpo (a gravidade irá 
reduzir o fluxo sanguíneo naquele local); e com compressão 
(a redução da área diminui o fluxo sanguíneo e o acúmulo 
de líquido no local).
Algumas condições são completamente assintomá-
ticas, ou seja, o indivíduo não apresenta nenhum sintoma 
mesmo que os testes laboratoriais ou outros tipos de tes-
tes diagnósticos indiquem que a doença está presente. Por 
exemplo, uma mulher jovem se apresenta em uma clínica 
para um exame físico de rotina. Ela relata que não apresenta 
nenhum sinal ou sintoma de doença. Entretanto, seu esfre-
gaço vaginal revela a presença de células anormais na cérvi-
ce, sugerindo câncer cervical. Embora esteja assintomática, 
ela é diagnosticada com a doença. Testes de varredura, ou 
screening, tais como o Papanicolaou, a mamografia e a aferi-
ção da pressão arterial, são procedimentos importantes para 
a detecção de doenças assintomáticas.
Sinais e sintomas também podem ser diferenciados por 
serem locais ou sistêmicos. O termo local se refere a mani-
festações no local exato da enfermidade, lesão ou infecção. 
Os exemplos são as manifestações de vermelhidão, edema, 
calor, contusões ou dor. Manifestações sistêmicas ocorrem 
por todo o corpo e não se restringem a determinadas regiões. 
Exemplos de manifestações sistêmicas são febre, letargia ou 
dor generalizada pelo corpo.
As manifestações clínicas e as diversas condições de 
doenças podem ser categorizadas como agudas ou crôni-
cas. Esses termos são definidos de acordo com o aspecto 
temporal. As manifestações ou enfermidades agudas ge-
ralmente surgem de forma abrupta e duram por alguns 
dias ou meses. A gripe comum é um exemplo de enfermi-
dade aguda. Ela apresenta um início claro e uma duração 
de cerca de 10 a 14 dias, seguida pela cura. Manifestações 
ou enfermidades crônicas geralmente são mais insidio-
sas, com um início gradual, e com um período de dura-
ção mais longo (geralmente seis meses ou mais). Muitas 
vezes, o indivíduo que apresenta uma doença crônica não 
apresenta sintomas. Muitas condições crônicas são carac-
terizadas por remissões e exacerbações. As remissões são 
períodos livres de sintomas. As exacerbações são perío-
dos em que os sintomas reaparecem e podem ser graves. 
Algumas condições são consideradas subagudas, ou seja, 
apresentam duração e gravidade intermediárias entre as 
agudas e as crônicas.
CARIE A. BRAUN & CINDY M. ANDERSON32
Os provedores de cuidados de saúde geralmente agru-
pam as manifestações clínicas apresentadas pelo paciente 
com resultados laboratoriais e outros testes para determinar 
o diagnóstico e, assim, dar um nome à condição alterada 
de saúde. Os diagnósticos estão muito frequentemente asso-
ciados a diagnósticos médicos, como a pneumonia, o diabete 
ou a doença arterial coronariana. Porém, algumas categorias 
de profissionais da saúde, tais como os enfermeiros possuem 
seus próprios critérios de diagnóstico. Os diagnósticos de 
enfermagem, são diferenciados, pois estão baseados na 
reação do indivíduo à doença. Exemplos de diagnósticos de 
enfermagem incluem dor, alteração no equilíbrio hídrico e 
obstrução das vias aéreas2.
Quando o conjunto de manifestações clínicas, testes 
laboratoriais e outros testes diagnósticos encaixa-se em um 
padrão previsto e reconhecível, o diagnóstico médico co-
mumente pode referir-se a uma síndrome. A síndrome 
de Down, uma condição caracterizada por uma alteração 
cromossômica previsível (ver Cap. 6), características fa-
ciais especiais, retardo mental e risco aumentado de doen-
ças cardíacas e leucemia, é um exemplo de síndrome. O 
diagnóstico geralmente está associado a um prognóstico. 
O prognóstico consiste em uma previsão de como o indi-
víduo prosseguirá durante a alteração de saúde. Um prog-
nóstico excelente significa que as chances de o indivíduo 
superar a crise de saúde são grandes, e que ele reassumirá 
uma vida normal depois. Um prognóstico ruim prevê uma 
alta morbidade ou mortalidade (veja mais adiante no tex-
to). O prognóstico está, com frequência, baseado em es-
tatísticas, pois as taxas de sobrevivência de outras pessoas 
nas mesmas condições influenciam o desfecho previsto. 
Aqueles com um prognóstico menos favorável provavel-
mente desenvolverão complicações, ou sequelas negati-
vas, da doença.
 Saúde global
As alterações de saúde são estudadas tanto no contexto in-
dividual quanto na comunidade ou população em geral. A 
terminologia definida nas seções anteriores refere-se a como 
a doença é identificada e a como ela afeta o indivíduo. A 
epidemiologia é o estudo da doença nas populações.1 Esse 
método de estudo das doenças é importante por várias ra-
zões, incluindo:
 1. O reconhecimento de onde o problema de saúde é 
mais comum.
 2. O reconhecimento de quem é mais afetado pelo 
problema de saúde.
 3. A detecção do motivo pelo qual o problema de saú-
de é tão prevalente naquela população.
 4. A descoberta de uma forma de erradicação do pro-
blema de saúde de determinada população.
 5. A determinação de mecanismos para a redução da 
morbidade ou da baixa qualidade de vida nessa 
população.
 6. A determinação da mortalidade, ou da taxa de 
mortalidade.
 7. A orientação de intervenções de saúde pública para 
prevenir que o problema se espalhe ou se torne 
mais grave.
O cuidado de saúde voltado para a população depen-
de de referências estatísticas que guiem e direcionem as 
intervenções. A incidência refere-se à taxa de ocorrência 
de uma determinada condição de saúde em um determi-
nado período de tempo. É, basicamente, a probabilidade 
de uma condição ocorrer em uma população. Por exem-
plo, a incidência da síndrome de Down, ou seja, a chance 
de um indivíduo nascer com síndrome de Down, é de, 
aproximadamente, 1 em cada 800 a 1.000 nascidos vi-
vos.2,3 A prevalênciaé a porcentagem da população que 
é afetada por uma determinada doença em um certo pe-
ríodo de tempo. Por exemplo, a prevalência da síndrome 
de Down no Canadá é de 14,4 por 10 mil nascidos vivos. 
Nos Estados Unidos, a prevalência é de 12,2 por 10 mil 
nascidos vivos. Isso significa que aproximadamente 487 
crianças nascem com essa síndrome no Canadá em um 
ano e que existem 350 mil pessoas vivendo com ela nos 
Estados Unidos.
Uma condição é considerada endêmica quando sua 
incidência e prevalência são previsíveis e estáveis. Um 
aumento súbito na incidência de uma condição de saú-
de em uma população é chamado epidemia, ou seja, sua 
incidência está acima da condição endêmica. Quando a 
epidemia se espalha pelos continentes, é considerada uma 
pandemia. Dados estatísticos serão fornecidos ao longo 
deste livro a fim de colocar em perspectiva a quantida-
de e as características dos indivíduos mais afetados pelas 
condições de doença. Por exemplo, considere os dados es-
TENDÊNCIAS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) produz um guia anual 
de estatísticas em saúde para os seus 192 Estados afiliados. Os Centers 
for Disease Control and Prevention (Centros de Prevenção e Controle 
de Doenças), ou CDC, trazem informações específicas sobre doenças 
nos Estados Unidos. A lista de recursos no final deste capítulo apre-
senta links para os sites da OMS e do CDC. No relatório da OMS de 
2004, as principais causas de morte de crianças e adultos ao redor do 
mundo foram doenças cardiovasculares (29,3%), infecções (19,1%), 
câncer (12,5%) e lesões (9,1%). Encabeçando a lista de causas de mor-
te em crianças com menos de 5 anos ao redor do mundo estão diar-
reia, infecções respiratórias agudas, malária, sarampo, lesões e AIDS, 
nessa ordem. No mesmo relatório, verificou-se que, no Canadá e nos 
Estados Unidos, a taxa de mortalidade de crianças com menos de 5 
anos é significativamente menor que no resto do mundo. As principais 
causas de morte infantil, nesses países, são diarreia, lesões e infecções 
respiratórias agudas.9
FISIOPATOLOGIA 33
tatísticos de um comunicado à imprensa da Organização 
Mundial da Saúde (OMS) de 2005: a presença do câncer 
é alta e está aumentando ao redor do mundo. É a segun-
da maior causa de morte. Provavelmente o câncer causará 
mais mortes ao redor do mundo do que as infecções (veja 
Tendências). Mais de 20 milhões de pessoas estão vivendo 
com câncer e 7 milhões morrem de câncer a cada ano. A 
incidência do câncer está aumentando tanto nos países de-
senvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento, como 
resultado do aumento da exposição a fatores de risco, tais 
como cigarro, inatividade física, alimentação inadequada, 
algumas infecções e demais agentes causadores. O enve-
lhecimento rápido da população também é um fator que 
contribui para esse quadro. O câncer é descrito pela OMS 
como uma condição pandêmica.
Pare e pense
Procure em um jornal notícias locais e mundiais sobre epidemias e 
pandemias. Que condição epidêmica está presente atualmente em 
sua região? Quais condições epidêmicas estão se manifestando ao 
redor do mundo? Existe alguma condição pandêmica?
 Diversidade humana 
e doenças
Os profissionais da saúde devem estar preparados para tra-
balhar de forma efetiva com os mais diversos indivíduos. 
Isso requer um respeito consciente pelas variações na saúde 
humana. A epidemiologia promove a compreensão de quais 
pessoas têm mais chances de serem afetadas por certas doen-
ças, baseando-se em sexo, idade, raça, fatores locais, status 
socioeconômico e etnia. Essas diferenças serão apontadas ao 
longo deste livro no item “Tendências”. Reconhecer as dife-
renças na incidência e prevalência de doenças, conforme os 
fatores citados, possibilita identificar quais pessoas apresen-
tam maior risco de desenvolver determinada doença. Dessa 
forma, medidas de prevenção primária e secundária podem 
ser providenciadas.
O respeito pela diversidade permite que o profissio-
nal da saúde evite fazer comparações com o considerado 
homem-modelo normal, isto é, o homem branco com peso 
médio de 70 kg.4 Por exemplo, muitos estudos de caso sobre 
doença cardíaca e desenvolvimento de infarto do miocárdio 
(ataque cardíaco) descrevem um indivíduo do tipo A, obeso, 
empresário norte-americano de ascendência européia, com 
forte dor irradiando no peito e suor. Essa descrição repre-
senta o homem branco comum, entretanto, a descrição de 
uma mulher seria muito diferente. Em geral, as mulheres 
descrevem náusea, dor aguda ao redor do peito e até mesmo 
dor abdominal.7 A variação de sexo muitas vezes causa atra-
so no tratamento das mulheres, pois elas tendem a pensar 
que somente uma dor arrasadora, irradiando do peito é que 
constitui infarto do miocárdio. O conceito das diferenças hu-
manas conforme sexo, raça ou etnia é relativamente novo, no 
entanto, a pesquisa nessa área vem crescendo exponencial-
mente. O profissional da saúde deve manter-se a par dessas 
pesquisas e ficar atento às potenciais variações nas manifes-
tações das patologias.
Respeitar a diversidade também implica reconhecer 
as diferentes crenças em relação aos cuidados de saúde. 
Nem todos os pacientes acreditam nas mesmas coisas que 
os profissionais da saúde. Este livro possui sólidas raízes na 
biomedicina, o estudo científico e sistematizado dos pro-
cessos biológicos, bem como na medicina ocidental.1 Vários 
pressupostos estão baseados na biomedicina, incluindo os 
seguintes:
As doenças têm causas identificáveis, se a etiologia é •
desconhecida é porque ainda não foi descoberta.
A estrutura e a função do corpo estão baseadas em •
estudos científicos sobre a biologia humana (p. ex., as 
células são os tijolos que formam os tecidos, órgãos 
e sistemas do corpo; o sangue viaja dentro dos vasos 
sanguíneos; o ar é transportado para os pulmões; e 
assim por diante).
Se a causa puder ser resolvida, os sintomas desapare- •
cerão e o indivíduo estará curado.
Os pressupostos recém-descritos nem sempre são os 
predominantes. Muitas pessoas acreditam que campos de 
energia humana, espíritos, ancestrais e ícones religiosos de-
sempenham um papel importante na saúde e na doença. 
Embora uma descrição completa de outras crenças de saúde 
não faça parte do objetivo deste livro, é importante ressaltar 
que indivíduos com outras visões de mundo têm diferentes 
crenças sobre o corpo humano e a fisiopatologia.
 Conceitos funcionais 
de saúde alterada
A informação contida neste livro pode ser comparada a uma 
viagem. Como em toda viagem, há um mapa e um destino. A 
organização deste texto é como um mapa especial, baseado 
em conceitos funcionais de saúde alterada. Um conceito é 
definido como uma ideia abstrata generalizada a partir de 
um exemplo particular.1 Em outras palavras, o estudo con-
ceitual de fisiopatologia agrupa os conhecimentos atuais so-
bre saúde humana e doenças e os organiza em ideias úteis e 
significativas. Estas sempre representam alterações funcio-
O projeto genoma humano foi fun-
damental para o estímulo ao interesse pela pesquisa nas áreas da 
diversidade humana e das doenças. Pesquisas em andamento têm 
por objetivo determinar a variabilidade nas sequências-padrão de 
DNA entre as populações humanas da África, da Ásia e dos Estados 
Unidos.5 Esses estudos pretendem identificar regiões do DNA res-
ponsáveis por doenças complexas, tais como câncer, diabete, doen-
ças cardíacas e certos tipos de doenças mentais. As regiões do DNA 
permitirão a identificação das pessoas com mais probabilidade de 
desenvolver doenças complexas, com base na estrutura genética. 
Essas informações fornecerão novas pistas sobre os fatores huma-
nos que aumentam o risco de desenvolvimento de doenças.
NOTAS CIENTÍFICAS
CARIE A. BRAUN & CINDY M. ANDERSON34
nais na saúde. O Quadro 1.3 lista as alterações funcionais 
nas quais este livro está baseado.A abordagem conceitual preconiza que, inicialmente, 
devem ser estudados os mecanismos gerais dos processos e, 
depois, sua aplicação a condições específicas. É impossível 
detalhar todas as patologias. A abordagem conceitual forne-
ce ao aluno as ferramentas necessárias para compreender o 
que já é conhecido e para aplicar os conceitos ao que é des-
conhecido. A aplicação do conhecimento é a meta a ser atin-
gida. Ao aprender algo novo, o aluno deve, continuamente, 
descobrir como a fisiopatologia aplica-se a sua área específi-
ca de cuidado de saúde.
 Resumo
 A fisiopatologia é o estudo dos mecanismos das doenças, 
com foco na fisiologia dos estados de saúde alterados, espe-
cificamente as mudanças funcionais que acompanham uma 
lesão, síndrome ou doença.
 Aqueles que estudam fisiopatologia preocupam-se com 
a etiologia, a patogênese e as manifestações clínicas das 
doenças. Isso envolve a análise das mudanças em nível ce-
lular, tecidual, de órgão e de sistemas corporais durante um 
estado alterado de saúde.
 Os profissionais da saúde agrupam sinais e sintomas 
(também chamados de manifestações clínicas) a fim de for-
mular um diagnóstico ou dar um nome à doença. A partir 
disso, intervenções adequadas podem ser feitas, respeitando 
a diversidade humana, para que seja promovido um cuidado 
de saúde de alta qualidade e para que seja favorecida a otimi-
zação das condições de saúde.
 A epidemiologia é a ciência que lida com o estudo das 
doenças em populações; os epidemiologistas identificam a 
incidência e a prevalência das doenças ao redor do mundo, 
incluindo a presença de condições endêmicas, epidêmicas e 
pandêmicas.
 O objetivo principal da compreensão das doenças é, efe-
tivamente, a aplicação dos três níveis de prevenção, sempre 
que possível.
Estudo de caso
Kim é uma garota de 10 anos de idade que 
chegou à clínica de atendimento de urgência com 
uma história de 14 dias de nariz entupido, abundância 
de secreção nasal verde, febre, dor de cabeça genera-
lizada (“toda a minha cabeça dói”), dor facial acima 
e abaixo dos olhos e fadiga. Ela relatou que sua irmã 
mais jovem recentemente havia tido uma gripe “feia”, 
mas que ninguém mais da família estava doente. Seu 
histórico médico descrevia sensibilidade a alergias 
sazonais, Kim vinha utilizando sua medicação anti-
histamínica, o que não foi suficiente para bloquear a 
alergia sazonal. A mãe de Kim relatou que a menina 
era muito estressada e exigente consigo mesma. Kim 
disse que sua grande preocupação era perder o mu-
sical da escola, no qual teria o papel principal, e que 
a estréia seria em dois dias. O exame físico revelou 
temperatura oral de 37,8oC. O clínico percutiu gen-
tilmente acima e abaixo dos olhos dela e constatou 
que os seios nasais estavam inchados. As glândulas 
linfáticas ao redor do pescoço haviam aumentado e 
estavam inchadas. Kim foi submetida a uma radio-
grafia para exame dos seios nasais. As radiografias 
revelaram acúmulo de líquido nos seios frontal e ma-
xilar. Ela foi diagnosticada com sinusite relacionada a 
uma infecção persistente nas vias aéreas superiores. 
O tratamento prescrito consistiu em três semanas de 
antibióticos para infecção sinoidal.
 1. Você descreveria Kim como saudável ou doente? Ex-
plique.
 2. Que fatores de risco contribuíram para o desenvolvi-
mento da sinusite?
 3. Qual a etiologia da sinusite de Kim? Poderia ser 
considerada uma condição hospitalar ou iatrogênica? 
Explique.
 4. Identifique os sintomas relatados por Kim.
 5. Identifique os sinais que conduziram ao diagnóstico de 
sinusite.
 6. Você classificaria essa doença como aguda ou crônica? 
Explique.
 7. Quais manifestações são locais e quais são sistêmicas?
 8. Qual é o prognóstico de Kim?
 9. Quais aspectos relacionados à diversidade humana e 
às doenças devem ser considerados em relação a Kim?
 10. De quais dimensões adicionais do histórico de saúde 
você irá precisar para providenciar um tratamento de 
saúde holístico?
QUADRO 1.3 Conceitos funcionais de saúde alterada
Alterações básicas em células e tecidos
Inflamação
Imunidade
Infecção
Distúrbios genéticos e de desenvolvimento
Alterações na proliferação e diferenciação celular
Alterações nos equilíbrios líquido, eletrolítico e ácido-básico
Alterações na transmissão neuronal
Alterações nas funções sensoriais e na percepção da dor
Alterações nos processos hormonais/metabólicos
Alterações na ventilação e na difusão
Alterações na perfusão tecidual
Alterações na nutrição
Alterações na eliminação
Mudanças degenerativas/efeitos da idade/mobilidade prejudicada
Processos patológicos complexos ou combinados
FISIOPATOLOGIA 35
Teste prático
 1. Você está esperando seu primeiro bebê e é informada 
de que a chance de ele nascer com uma anormalidade 
congênita é de 1 em 800. Essa estatística se refere a:
 a. Incidência
 b. Prevalência
 c. Epidemia
 d. Diagnóstico
 2. Você percebe que há muito tempo não faz uma con-
sulta médica e marca um exame de saúde de rotina. 
Ao dosar-se o colesterol sanguíneo, verifica-se que está 
dentro dos limites normais. Que nível de prevenção esse 
procedimento representa?
 a. Prevenção primária
 b. Prevenção secundária
 c. Prevenção terciária
 d. Nenhuma das alternativas está correta
 3. Em seu exame de saúde, você descreve o seguinte: dor, 
letargia e desconforto abdominal vago. Tais elementos 
são considerados:
 a. Manifestações locais
 b. Manifestações sistêmicas
 c. Sinais
 d. Sintomas
 4. O estudo das alterações de saúde causadas por lesões, 
doenças ou síndromes descreve qual das seguintes 
ciências?
 a. Patologia
 b. Fisiopatologia
 c. Fisiologia
 d. Morfologia
 5. Um paciente quer saber o que causou sua doença. Essa 
informação é chamada de:
 a. Etiologia
 b. Patogênese
 c. Epidemiologia
 d. Infecção hospitalar
DISCUSSÃO E APLICAÇÃO
1 O que eu sabia sobre fisiopatologia antes da leitura des-
te capítulo?
2 Que conteúdos foram importantes em cursos anterio-
res para a construção do meu conhecimento de fisiopa-
tologia?
3 Como posso utilizar o que aprendi?
RECURSOS
World Health Organization Health Statistics.
http://www.who.int
Healthy People 2010, metas de saúde para os Estados Unidos.
http://web.health.gov/healthypeople/
United States National Health Statistics.
http://www.cdc.gov/nchs/
Canadian Health Statistics.
http://www.statcan.ca/english/Pgdb/health.htm
Informações específicas sobre saúde da mulher podem ser 
encontradas no site da Women’s Health Initiative:
http://www.nhlbi.nih.gov/whi/
REFERÊNCIAS
 1. Dirckx J, ed. Stedman’s Concise Medical Dictionary for the 
Health Professions. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins, 
2001.
 2. North American Nursing Diagnosis Association. Nursing diag-
noses: definition and classification 2003–2004. Philadelphia, 
PA: NANDA International, 2003.
 3. National Down Syndrome Society. Incidence of Down syndrome. 
Available at: http://www.ndss.org/content.cfm?fuseaction5InfoRes.
Generalarticle&article527. Accessed August 10, 2004.
 4. Health Canada. Congenital anomalies in Canada—a perinatal 
health report, 2002. Ottawa: Minister of Public Works and Go-
vernment Services Canada, 2002.
 5. Smith A, Winfrey M. (1998). Teaching pathophysiology from a 
multicultural perspective. Nurse Educ 1998;23(3):19–21.
 6. Human Genome Program, US Department of Energy. Geno-
mics and its impact on science and society: a 2003 primer; 2003.
 7. Endoy M. CVD in women: risk factors and clinical presenta-
tion. Am J Nurse Pract 2004;8(2):33–40.
 8. World Health Organization. The 58th World Health Assembly 
adapts resolution on cancer prevention and control. Availa-
ble at: http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2005/
pr_wha05/en/index.html. Accessed May 31, 2005.
 9. World Health Organization. World Health Report: 2004. Chan-
ging history. Geneva,Switzerland: WHO, 2004.

Outros materiais