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05/03/2012 1 Introdução à Farmacologia VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 1. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. Goodman & Gilman, 11a edição, 2006. 2. Farmacologia Básica e Clínica. Katzung, 10a edição, 2007. 3. Farmacologia. Penildon Silva. 7ª edição, 2006. 4. Farmacologia. Rang, Dale, Ritter e Moore, 6ª edição, 2007. 05/03/2012 2 Prof. Anicet Okinga3 Fármaco : (pharmacon) É toda substância de estrutura química bem definida e conhecida, utilizada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos, para o benefício do organismo receptor. Não cria função. Droga: É toda substância capaz de modificar sistemas fisiológicos ou estados patológicos, utilizada com ou sem intenção benéfica para o organismo receptor ou apenas como instrumento auxiliar em investigação científica (p.ex. no transporte por proteínas plasmáticas) Medicamento: Fármaco com propriedades benéficas comprovadas cientificamente. É toda substância ou associação de substâncias utilizada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos, para o benefício do organismo receptor. É o fármaco tecnicamente elaborado. Remédio: (re = novamente; medior = curar) Substância animal, vegetal, mineral ou sintética; procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, banhos); fé ou crença; influência: usados com intenção benéfica. É um termo com conceito amplo, significando tudo aquilo que é aplicado com a intenção de combater a dor, a doença ou o que possa prejudicar o organismo receptor. Inclui, além do medicamento, outros processos e recursos, como tratamentos diabéticos, cirúrgicos, dietoterapia etc. 05/03/2012 3 Prof. Anicet Okinga Placebo: (= agradar) Tudo que é feito com intenção benéfica para aliviar o sofrimento: fármaco/medicamento/droga/remédio (em concentração pequena ou mesmo na ausência). Nocebo: Efeito placebo negativo. O “medicamento” piora a saúde. Forma farmacêutica: medicamentos dispostos para o uso imediato, resultante da mistura de substâncias adequadas para determinadas finalidades terapêutica (Substância ativa e excipientes). Maneira como os Fármacos se apresentam para o uso. De acordo com a forma farmacêutica, têm-se a via de administração. Prof. Anicet Okinga Formas Farmacêuticas Magistrais são aquelas cuja fórmula é de autoria do clínico. Formas Farmacêuticas Oficinais são aquelas cuja fórmula e técnica encontram- se inscritas e descristas nas Farmacopéias, em Formulários. Formas Farmacêuticas de Especialidades encontram-se preparadas e embaladas, apresentam nome fantasia ou DCB da substância ativa de sua formulação. 05/03/2012 4 Conceito em Farmacologia Substância Química Sistema Biológico+ EFEITO BENÉFICO Droga = Fármaco Fármaco = medicamento EFEITO MALÉFICO Droga = tóxico (veneno) Tratamento da doença Diagnóstico Profilaxia (Prevenção) Para evitar a gravidez Toxicologia O que é a Farmacologia e Qual a sua importância? SUBDIVISÃO DA FARMACOLOGIA Farmacologia Geral – Conceitos básicos Farmacoterapia Farmacocinética Farmacodinâmica Cronofarmacologia Toxicologia Imunofarmacologia Farmacogenética Farmacologia Clínica e Experimental Farmacognosia 05/03/2012 5 Objetivo Terapêutico Obter a resposta terapêutica Minimizar os efeitos adversos Melhorar a qualidade de vida Evitar a progressão da doença Fármaco Anti- hipertensivo Paciente A Hipertensão Pressão arterial Efeito Observável Monitorar a pressão durante o ajuste da dose Por Exemplo: MARGEM DE SEGURANÇA TERAPÊUTICA Definição: é o intervalo de dose de um fármaco dentro do qual existe uma alta probabilidade de conseguir a eficácia terapêutica com toxicidade mínima na maioria dos pacientes. AMPLA X ESTREITA 05/03/2012 6 ÍNDICE TERAPÊUTICO Definição: é a relação entre a dose tóxica (DT50) e a Dose efetiva (DE50) N úm er o de p ac ie nt es ( % ) Cplasmática Efeitos Tóxicos Efeitos Terapêuticos MARGEM TERAPÊUTICA IT = DT50 DE50 DT50DE50 IT • Dose Efetiva média (DE50) A quantidade que produzirá a intensidade de efeito desejada em 50% dos indivíduos avaliados • Dose Letal média (DL50) ou Dose Tóxica média (DT50) A quantidade que produzirá efeito tóxico definido em 50% dos indivíduos avaliados 05/03/2012 7 PARA ATINGIR O OBJETIVO TERAPÊUTICO - DETERMINAR A POSOLOGIA: Dose – Intervalo – Duração do tratamento - ESCOLHER A VIA DE ADMINISTRAÇÃO - ATINGIR CONCENTRAÇÕES PLASMÁTICAS EFETIVAS NO SÍTIO DE AÇÃO - INTERAÇÃO DO FÁRMACO COM SÍTIOS ALVOS (RECEPTORES) Farmaco- cinética Farmaco- dinâmica Relação Dose-Efeito Dose do fármaco administrado Cp do Fármaco Concentração no sítio de ação EFEITO FARMACOLÓGICO: Fármaco + Receptor Fármaco-Receptor Resposta Clínica Eficácia Toxicidade ABSORÇÃO DISTRIBUIÇAO METABOLISMO - ELIMINAÇÃO FAR M AC O C IN ÉTIC A FAR M AC O D IN ÂM IC A 05/03/2012 8 Relação entre Farmacocinética e Farmacodinâmica FÁRMACO ORGANISMO FARMACOCINÉTICA: -Via de Administração -- Absorção -Distribuição -Metabolismo -Eliminação FARMACODINÂMICA: -Local de Ação - Mecanismo de Ação CONCENTRAÇÃO NO LOCAL DE AÇÃO Destino do Fármaco no organismo Fígado: Biotransformação - metabolismo Sítio-Alvo Fármaco + Receptores Fármaco-Receptores Rins: Excreção ou Eliminação V. Oral V. sublingual V. Subcutânea V. Intramuscular Absorção Farmacocinética: Fármaco Distribuição Farmacodinâmica: Metabólitos Circulação Intravenosa 05/03/2012 9 FORMAS FARMACÊUTICAS Forma como os fármacos se apresentam para o uso imediato, resultante da mistura de substâncias adequadas (excipientes + princípio ativo) para determinadas finalidades terapêuticas. Creme, Pomada, Gel Líquidas Sólidas Semi-sólidas Principais Vias de Administração 05/03/2012 10 Vias de Administração Principais vias de administração de fármacos: ENTERAIS: -Oral -Sublingual -Retal PARENTERAIS: -Endovenosa -Intramuscular -Subcutânea -Intra-articular -Intraperitonial -Intratecal ou Subaracnóide -Peridural ou Epidural OUTRAS VIAS: -Tópica -Inalatória -Intranasal -Intravaginal -Oftálmica Via Oral: Vantagens VANTAGENS Fácil administração (auto-administração) Indolor – conveniente (confortável) Menor custo - econômica Segura (Fácil reversão na intoxicação aguda) Formas Farmacêuticas: comprimidos, cápsulas, drágeas, soluções, suspensão, emulsão, elixir e xaropes Efeitos Sistêmicos ou Efeitos Locais (ex. antiparasitários) 05/03/2012 11 Via Oral: Desvantagens DESVANTAGENS Absorção lenta – lento início de ação Absorção limitada pelas características físico- químicas do fármaco (hidrossolubilidade), êmese, inativação por enzimas digestivas ou pH ácido gástrico e irregularidades na absorção (interação com alimentos) ou na propulsão (diarréia). Cooperação do paciente (Impraticável em pacientes em coma ou com êmese) Pode sofrer metabolismo hepático de 1a passagem reduzindo a sua biodisponibilidade. Metabolismo hepático de 1a Passagem Veia porta Plexo mesentérico Circulação Sistêmica Veia hepática Exemplos de Fármacos com alta taxa de metabolismo hepático: PROPRANOLOL – MORFINA - LIDOCAÍNA Metabolismo 05/03/2012 12 BIODISPONIBILIDADE Velocidade e extensão em que um fármaco é absorvido, e se torna disponível no local de ação. Extensão da entrada do fármaco no organismo Fração ou o percentual da dose administrada que foi absorvida intacta de forma sistêmica Fatores que modificam a absorção oral pH do meio Área de superfície Esvaziamentogástrico Tempo de trânsito intestinal Fluxo sanguíneo mesentérico Interação com alimentos Tempo de desintegração e dissolução 05/03/2012 13 A Absorção do Fármaco no TGI Depende: - Formulação farmacêutica -Características físico-químicas– Lipossolubilidade -Estabilidade em pH ácido. -Não ser degradado por enzimas digestivas ou enzimas da parede intestinal. -Área de superfície disponível para a absorção - Tempo de esvaziamento gástrico -Tempo de contato com a superfície absortiva -Metabolismo hepático de primeira passagem Processos Envolvidos na Biodisponibilidade de um Fármaco Formulação Farmacêutica Partículas do Fármaco Fármaco em solução Fármaco no sangue DESINTEGRAÇÃO LIBERAÇÃO DISSOLUÇÃO ABSORÇÃO 05/03/2012 14 Fragmentação Dissolução Dissolução Dissolução Dissolução Formulações Farmacêuticas Outras vias Enterais: Sublingual e Retal Plexo mesentérico Veia porta Veia hepática Veia cava Fígado Sublingual Bucal (bucal/sub-lingual) Vantagens Fácil acesso e aplicação Circulação sistêmica Latência curta Emergência Formas farmacêuticas: comprimidos, pastilhas, soluções, aerossois, etc... Desvantagens Drogas muito lipossolúveis Pacientes inconscientes Irritação da mucosa Dificuldade em pediatria (Retal)) Vantagens Praticável em comatosos, paciente com vômitos e incapacidade de deglutir. Menor efeito de 1ª passagem Desvantagens Absorção irregular e incompleta Irritação da mucosa retal Expulsão Incômodo Retal 05/03/2012 15 INJEÇÕES PARENTERAIS • ENDOVENOSA • INTRAMUSCULAR • SUBCUTÂNEA ENDOVENOSA Dose única Infusão contínua (Medicação de Urgência) 05/03/2012 16 ENDOVENOSA Vantagens: Efeito imediato Biodisponibilidade 100% Possibilita a administristração de grandes volumes. Possibilita a administração de substâncias irritantes por outras vias. ENDOVENOSA Desvantagens: Material estéril pessoa capacitada Incômoda para o paciente Menor segurança – riscos elevados de efeitos adversos (injeção lenta de solução). Imprópria para substâncias insolúveis ou oleosas (suspensões). Riscos de flebite, infecção e trombose 05/03/2012 17 INTRAMUSCULAR VANTAGENS Início mais rápido que a oral Possibilita a administração em pacientes incapacitados de deglutir, com vômitos e diarréia. Mais segura que a endovenosa. Não sofre efeito de primeira passagem INTRAMUSCULAR DESVANTAGENS Efeitos adversos locais: dor, desconforto, hematoma e lesão muscular. Impossibilita a administração de substâncias muito irritantes,com pH fora da neutralidade. 05/03/2012 18 Absorção depende: Fluxo sanguíneo local. Deltóide>glúteo -Aumentado:calor, massagem, exercícios. -Reduzido: compressas frias. Tipo de preparação: Solução aquosa versus Suspensão INTRAMUSCULAR Solução vs Suspensão 05/03/2012 19 SUBCUTÂNEA Características: Substâncias não irritantes – pequeno volume Efeitos adversos locais: dor, abscesso, fibrose e infecção. Absorção é lenta, mas constante provocando efeito duradouro. A agulha encontra-se abaixo da pele Insulina subcutânea Vias Parenterais Especiais Vias Formas Farmacêuticas Intra-arterial Utilizada para exames de diagnósticos Intra-cardíaca Reanimação cardiovascular Intraperitonial Não utilizada clinicamente Intratecal Peridural Técnica especializada – Anestesiologistas Técnica especializada - Anestesiologistas 05/03/2012 20 VIA INALATÓRIA GASES AEROSSOL INALATÓRIA • Gases • Aerossóis OXIGÊNIO Anestésicos Gerais Efeito Sistêmico 10 % 90 % Efeito Local Gás Fármaco Broncodilatadores Glicocorticóides Características: Gases e pequenas partículas Absorção rápida Não sofre metab. 1a passagem Efeito sistêmico ou local 05/03/2012 21 VIA TÓPICA: Aplicação cutânea EFEITO TERAPÊUTICO LOCAL Absorção pela pele ou mucosas Pomadas Cremes Loções Pastas Características: Área de superfície lipossolubilidade Integridade da derme OUTRAS APLICAÇÕES TÓPICAS Vias Formas Farmacêuticas Conjuntival Gotas oculares Rinofaríngea Solução (gotas nasais) ou aerossóis Intravaginal Óvulos vaginais, cremes e pomadas Ouvido externo Gotas auriculares, cremes e pomadas 05/03/2012 22 VIA TRANSDÉRMICA Patches Exemplos: Nicotina Escopolamina Nitroglicerina Testosterona Estrogênio Absorção depende: lipossolubilidade e integridade da derme Vias e Concentração Plasmática Tempo após a administração C on ce nt ra çã o P la sm át ic a endovenosa intramuscular Oral Concentração terapêutica 05/03/2012 23 Fatores que interferem na escolha da via de administração • Efeito local ou sistêmico. • Propriedades fisico-químicas do fármaco ou da forma farmacêutica administrada. • Tempo necessário para o início do efeito. • Duração do tratamento. • Conveniência. • Obediência do paciente ao regime terapêutico. • Estado patológico que impossibilita a via.
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