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Aula de Filosofia 12 -02-16 Thales Lopes

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Aula 2 
12/02
- Vocês viram á na Filosofia do Direito 1 toda um debate acerca de qual era a essência das coisas. 
- Se formos percebem bem, essas são inquietações tanto de Platão, como de Aristóteles quanto de Sócrates que é saber efetivamente quais são as essências das coisas, por exemplo, qual a essência do Direito, Justiça, Verdade, etc. 
- Isso de uma certa forma colaborou ou deu bases para o surgimento de toda uma forma de pensar, uma forma de filosofar e isso passa a ter grandes transformações drásticas nesse período que é chamado de modernidade. 
- Bom, mas o que caracteriza a modernidade? Bem, antes de falar na modernidade eu sempre costumo dizer que muito dos nossos institutos, nas instituições aos quais nós estamos vinculados elas se devem exatamente à essa nova forma de pensar, a essa ideia de modernidade. 
- Se vocês lerem o texto do Habermas, esse autor vai identificar muitos sujeitos específicos: ele começa falando do Weber, sobre os conceitos de modernidade do Weber, mas ele na verdade diz que o grande “culpado” pela existência da concepção da modernidade que nós temos hoje é um filosofo do século XIX se chama Hegel.
- Hegel sem sombra de dúvidas foi um dos grandes responsável, que de certa forma fundou a opinião do Habermas, quando diz que ele foi, através de sua teoria, concepções um dos primeiros sujeitos a utilizar esse termo moderno. 
- lá na fenomelogia do espírito, a fenomenologia da história, que são livros do Hegel. Hegel, conforme falei para a turma da tarde, é um dos filósofos ditos modernos como Kant (que por sua vez é um nome batido aí na modernidade), Hobbes, Locke, e infelizmente agente pouco fala a respeito de Hegel, talvez seja por conta da complexidade de sua teoria pois não é uma teoria fácil de se entender. Mas Hegel é, efetivamente, um dos grandes responsáveis pela forma como nós pensamos, pela forma como a Europa pensou no século XIX, pela forma como a Europa estava lidando, porque, se na Inglaterra do Século XIX tínhamos uma Inglaterra da revolução industrial, se na Europa do século XIX temos uma França marcada pelas revoluções sociais, nós tínhamos a Alemanha que na verdade nem era Alemanha ainda começa a se destacar pela forma de pensar.
- Basta lembrar que diversos filósofos surgiram da Alemanha: Hegel, Kant, Marx, Engels toda a galera hegeliana, a galera dos hegelianos de direita e enfim, pelo próprio nome falado, “Hegelianos de direita e esquerda”, o que já é um apontamento da importância que Hegel teve para a constituição do pensamento. 
- Se a discursão sobre real e racional surge com Kant, nós vamos encontrar em Hegel efetivamente a sua continuação, a famosa frase da introdução à filosofia do direito, à introdução aos princípios da filosofia do direito, Hegel diz que o Real é racional e que o racional é real, superando a concepção que vamos encontrar em Kant sobre o que é possível conhecer e o que é possível fazer. 
- Estou falando aqui de Hegel pois no nosso cronograma não temos um capítulo destinado à Hegel e desde tempos é possível se eleger Hegel como um grande nome da modernidade. 
- A dialética marxista começa sendo hegeliana, o próprio Marx no inicio da sua vida, por volta de 1841 vamos encontrar um Marx hegeliano que bebe da filosofia de Hegel. Isso serve para nós, ao menos perceber a importância de Hegel na questão do pensamento e eu vou mais além, a própria importância de Hegel na questão do pensamento. 
- Vamos encontrar muitas bases do positivismo jurídico na filosofia Hegeliana. 
- Vocês devem se lembrar, por exemplo, daquele livro do Bobbio chamado “O positivismo”, que acaba identificando três formas de se conceber o juspositivismo: O juspositivismo vai ser encarado enquanto método, enquanto teoria enquanto ideologia. Particularmente tratando do juspositivismo enquanto ideologia a base de fundamento é Hegeliana. E isso porque Hegel concebe o Estado como momento último do desenvolvimento humano. 
- Aquele sujeito que era sozinho, forma uma família, forma uma sociedade até formar o Estado. É claro que a questão não é tão simples assim, existem diversas considerações a serem feitas, mas por hora vamos pensar de que Hegel também trouxe contribuições para a questão do Juspositivismo ao falar sobre o fortalecimento do Estado. 
- O Habermas diz: Olha, Hegel é um dos grandes nomes pois ele foi um dos primeiros sujeitos a falar já no século XIX do Espirito dos novos reinos, do Espirito do novo que está começando. 
- O Habermas também vai dizer o seguinte: Nós podemos perceber duas perspectivas em relação a modernidade: uma perspectiva que seria mais temporal ou seja nós identificarmos no tempo onde se encontra a modernidade e outra perspectiva que seria a de nós enumerarmos, ou entendermos quais são as características dessa modernidade, o que ela traz de novo em relação à dita antiguidade. 
- Em relação à questão temporal, poderíamos identificar em um bom lapso temporal de mais ou menos 4 séculos que seria do século XVI, por volta de 1500 ao século XIV no final de 1800, ou seja, no temos aí quatro séculos característicos que marcam no tempo este período denominado modernidade. 
- Nesses quatros séculos acontecerem várias coisas, temos muita coisa para ser debatida: Vejam por exemplo os filósofos, os pensadores: Quem podemos dizer que nasce nesse contexto da modernidade? Temos uma gama de pensadores, temos desde Maquiavel, Hobbes, Locke, Rousseau, passando aí pelo próprio Kant, Hegel, chegando no Marx, ou seja, uma grande variedade de autores sendo que cada um se propõe a construir um conhecimento próprio, cada um cria um meio de se conceber a realidade que já era complexa e que esta sendo transformada à seus modos. 
- Quais são as características da modernidade? Então, como estávamos falando agora pouco, a modernidade é uma das grandes responsáveis por isso tudo que estamos vivendo. É certa que a partir do inicio do século XX, ou mais especificamente da primeira metade do século XX, nós temos toda um discursão acerca da pós-modernidade ou seja, a defasagem ou a superação dos conceitos considerados modernos. 
- Apesar de tudo, a forma como nós encaramos determinadas instituições continuam com raízes com força da modernidade e aí eu poderia dizer: a forma como nós concebemos o Estado, a forma como a própria sociedade se organiza, a imagem que a sociedade tem dela própria e a relação dessa sociedade com o Estado e com as instituições, a forma como nós concebemos o Direito e as concepções relacionadas à Justiça ou Direitos humanos constatamos a presença da modernidade de modo muito forte, a presença dos chamados filósofos modernos ainda é bem presente. 
- Essa modernidade em um dos autores que vamos estudar, apesar desse grande lapso temporal que eu falei para vocês poderíamos perceber alguns traços em comum, poderíamos perceber algumas características próprias que a diferenciam por exemplo da antiguidade. 
- A primeira delas, que o Habermas vai até falar no inicio do texto, seria a existência, o destaque, da denominada cultura profana. O que vem a ser essa cultura profana? Essa cultura seria uma espécie de consequência daqueles movimentos iluministas que nós tivemos no inicio do século XVI. Essas ideias iluministas influenciaram pensadores como Rousseau que efetivamente representou essas “luzes” lá na França, nós temos essa questão de questionamento, por assim dizer, esse questionamento sobre o divino, sobre o sagrado e aqui tem uma característica interessante: Se agente pegar o programa de filosofia do direito I, se nós pegarmos os filósofos 	que estudamos em filosofia do Direito I, todos eles são marcados por aquilo que o Kaufmann diz de ontologia, todos eles são marcados pela ontologia: Platão, Sócrates, Aristóteles, Pensamento Cristão e que seria a busca da essência das coisas, aquela história de que a verdade está contida no objeto que é pesquisado, a verdade está em Deus e não no homem, a verdade está no mundo da essência e não no homem, a verdade pode ser encontrada na natureza das coisas de acordo com o pensamentode Aristóteles que é que dá o direcionamento para a existência das cidades Estados. 
- De uma forma ou de outra, mais ou menos, nós vamos ver a ontologia, muito presente nesses pensadores, nesse pensamentos que nós vimos lá em filosofia do Direito I, mas porque que eu trouxe isso agora? Olha, é que na modernidade nós vamos ver características dessa dúvida que foi, de uma certa forma, alcançada, de uma certa forma, conquistada lá na antiguidade e isso passa exatamente pela questão do divino, isso passa exatamente pela questão do sagrado. 
- Vou citar um exemplo: É certo que nós conhecemos Thomas Hobbes pela ciência politica. É engraçado que no fim da vida, Thomas Hobbes escreveu o seguinte: Quem criou a teoria política foi eu. Eu sou o criador da Teoria Política. É claro que ele não escreveu nessas palavras. Mas porque Thomas Hobbes fala isso? Bem, temos muitos exemplos de pensadores na antiguidade que trabalham com assuntos políticos, Platão trabalha com a República, Sócrates trabalha com um modelo ideal de cidade, Aristóteles fala sobre um livro chamado Política, mas enfim, a ideia de Thomas Hobbes era romper com esse pensamento puramente teórico em outras palavras: Para Thomas Hobbes e para toda uma geração, essa questão era puramente teórica, e o conhecimento científico devia ter uma questão mais prática, mais palpável, mais visível. 
- Bem os pensadores dessa modernidade se baseiam muito mais em outras formas de pensamento do que propriamente essas teorias que nós estudamos em Filosofia do Direito I. 
- Eu sempre costumo dizer que Hobbes tem muito mais influencia da mecânica, da física, da matemática, da astronomia do que Aristóteles. 
- O próprio Hobbes é um Anti-Aristotélico de carteirinha. 
- Porque que o conhecimento cientifico e porque que as teorias da modernidade elas tem essa característica de ter esse tom mais prático, mais palpável? Em decorrência exatamente dessas transformações que esta sendo presenciada na realidade, porque veja, aqui na modernidade, a partir do século XVI nós temos transformações drásticas a começar pelo modo de produção. A humanidade passa de um modo de produção escravagista (feudal) para um modo de produção capitalista. 
- O capitalismo vem a ser um dos grandes responsáveis por essa nova concepção, por essa nova forma de pensar. 
- Qual a palavra que resume toda a teoria política de Locke? Propriedade. – Porque que o homem pactua em Locke? Para preservar a propriedade. Vejam, Locke está falando da preservação da propriedade exatamente no momento de fortalecimento do capitalismo, exatamente no momento que nós temos a transição entre o sistema de produção feudal para o sistema de produção capitalista. 
- Então vejam que o pensamento ele de bobo não tem nada e o outra não podemos entender esses conhecimentos de forma dissociada e nós somos levados a isso. por exemplo: Somos levados a crer que ciência política não tem nada haver com introdução ao estudo do Direito, que não tem nada haver com história do Direito, quando na verdade está tudo ligado. Isso também é válido para as formas econômicas, politicas e sociais. Uma influencia a outra. 
- Quando Locke fala de propriedade ele não está simplesmente dizendo que o governo deve respeitar os direitos do ser humano, não é bem por aí. 
- Chegamos em Hobbes, O que motiva o Hobbes escrever aquilo que ele escreveu? Por quê que o Hobbes escreveu sobre o contrato social? Por que ele diz que o homem é o lobo do próprio homem e ele pactua? Porque ele fala de um poder que emana do povo (é claro que ele não fala nessas palavras, mas isso vamos encontrar em outros autores)? Por quê que ele diz que o poder político surge dos indivíduos que se reúnem e transferem suas liberdades a algo chamado leviatã? 
– Disso eu posso identificar duas motivações em Hobbes; A primeira era a sua própria vida. Hobbes era aquele sujeito que foi muito sortudo, filho de dois sujeitos que não tinham muita posse, e ele acabam sendo agraciado por uma família nobre e essa família dá do bom e do melhor para ele. E por conta dos seus estudos, dedicação por conta da sua educação ele passa a ter contato com vários nobres, ou seja, pessoas diretamente ligadas ao exercício do poder político. 
- Outro motivo, que está ligado à esse primeiro motivo, é que ele tenta destituir o poder da Igreja. Um dos principais objetivos de Hobbes é o enfraquecimento do poder da Igreja. É o enfraquecimento desse Deus imortal e do fortalecimento do Deus mortal, do que ele denomina de poder mortal que é o poder político. 
- Ele vai dizer: Se o poder soberano, que é o poder politico é o poder supremo, como é que ele vai ser supremo se existe um poder que controla ele? ... Vamos então criar uma tese, criar algo para destituir o poder da Igreja aí esse momento da cultura profana contra a sacralização, que o Habermas estava falando aí como uma característica da modernidade. Isso vamos perceber em diversos outros pensadores e aí o próprio Direito, a própria filosofia e a própria filosofia do Direito que lá na antiguidade eram mais ligados a uma questão maior como o mundo das Ideias, como a questão de Deus para o Cristianismo, esse Direito natural acaba transmudando e o próprio Direito natural encontra as suas bases racionais. 
- Kant vai ser um dos grandes pensadores que vai representar isso: O direito natural de Kant surge de onde? De Deus? Da Felicidade? Do mundo das Ideias? Da Natureza das coisas? De nada disso. É um direito que surge exclusivamente da boa vontade, sendo que essa boa vontade é aptidão da razão em querer fazer algo. A razão humana. 
- Para entender melhor, Kaufmann vai dizer o seguinte: Lá na teoria aristotélica nos temos três instâncias de conhecimento: Nós temos a Theoria, temos a Poíesis e nós temos a práxis. Basicamente seria: Theoria fica relegada ao campo especulativo; a Poíesis fica relegada ao campo do instrumental (ato de fazer) e a Práxis seria uma prática mais crítica e transformadora. 
- Kaufmann vai dizer que dentre os pensadores da modernidade quem vai mais trabalhar com esse conceito de práxis é o Hegel e mais tarde o Marx, tanto é que Marx era identificado como o filósofo da Práxis. 
- A questão da Poíesis ela é muito característica e verificada nesses atos instrumentais que por exemplo o capitalismo trouxe. Enquanto a teoria fica relegada aos filósofos. 
- E quando eu digo: Que o conhecimento da modernidade é uma tentativa de conhecimento mais palpável, ao menos nessa primeira faze da modernidade, ao qual o Hobbes está inserido, é exatamente o pensamento deve ter um fim especifico, ele não deve ficar exclusivamente ao campo da teoria da especulação. 
- Só fazendo um parêntese: No finalzinho do século XIX Marx também identifica isso. Vocês já devem ter ouvido falar nas teses sobre Feuerbach. 
- Feuerbach foi um pensador hegeliano chamado hegeliano de direita ou hegeliano tradicional, que trabalhou muito com o conceito de cristianismo enquanto alienação. Agente diz que foi Marx mas quem trabalhou muito com esse conceito de alienação foi Feuerbach. Marx tem 11 teses contra o pensamento de Feuerbach e na ultima tese ele diz a célebre frase: “Os filósofos apenas interpretaram o mundo de maneiras diferentes (veja, Marx, lá em1845, ele também identifica esse papel teórico que a filosofia teve até então, até o seu pensamento e o conhecimento ele tende ter um fim mais instrumental, por isso que nós temos no inicio dessa modernidade o fortalecimento das denominadas ciências naturais: matemática, física. É por isso que o próprio Hobbes tem influencia desses pensadores, é isso que eu falei – Hobbes tem muito mais influencia de matemática, de física, do que de uma teoria política lá de Aristóteles)”.
- Se vocês pegarem o terceiro texto, vocês vão ver a seguinte afirmação: O homem hobbesiano é entendido sob o ponto de vista mecânico (não nesses termos). Vejam bem, todos os primeiros capítulos do leviatã se assemelha muito à matemática é o Hobbes tentando descrever como é que o homem se movimenta, movimento mesmo mecânico, físico. 
- Antesdo Hobbes escrever o leviatã, ele tinha em sua cabeça a proposta de escrever uma trilogia, na qual ele ia falar sobre o homem em um aspecto político, sob o aspecto religioso e sob o aspecto psicológico das relações humanas, que é: Do corpo, da Alma e do Cidadão. 
- Então, a teoria de Thomas Hobbes se assemelha muito a um manual de instruções é um “como fazer” e isso é uma das características que nós vamos perceber lá do pensamento hobbesiano. 
- Vamos falar agora especificamente sobre Hobbes agora. 
- Eu sempre gosto de falar de Thomas Hobbes a partir de uma mentira: “Nós aprendemos que para Rousseau o homem é bom por natureza e para Hobbes o homem é mau por natureza”. 
- Bem, lamento dizer que Hobbes nunca disse isso. E na verdade se formos pegar o Leviatã ele desmente essa suposta informação: O que nós podemos no pensamento Hobbesiano que são importantes para a filosofia e filosofia do Direito? Por que que nós estudamos Thomas Hobbes? 
- lá em filosofia do Direito I eu talvez tenha perguntado para vocês o seguinte: Sócrates pode ser considerado um dos precursores do positivismo jurídico? A resposta é não. É claro que a resposta se justifica pelo fato de ele ter um outro pensamento, dele questionar a validade das leis positivas mas também, a resposta se justifica pelo contexto histórico, entre o juspositivismo e Sócrates existe um lapso temporal enorme. Sócrates lá no século VI antes de Cristo e o positivismo lá no Século XVIII da nossa época. 
- Será que podemos fazer essa relação com Hobbes? Hobbes talvez tenha uma maior proximidade com o positivismo jurídico. 
- Thomas Hobbes não teve a intensão de criar/falar sobre o juspositivismo mas sem sombra de dúvidas o que ele fala é importante para essa teoria, é importante para o positivismo. 
- Mas o que o Hobbes fala sobre o positivismo jurídico? Conforme eu já falei um pouco antes o Hobbes vai dar uma racionalidade no poder político, poderíamos forcar a barra e dizer que em Thomas Hobbes nós vamos encontrar os fundamentos da legitimidade racional. Em Thomas Hobbes vamos encontrar a passagem da legitimidade carismática que ainda é relegada ao divino para a legitimidade tradicional, onde nós vamos encontrar isso justamente em Thomas Hobbes. 
- Ele vai falar que o poder político não vem de Deus, que o poder Politico não vem da natureza e que o poder político não vem de nenhuma inteligência a não ser do próprio homem. 
- Mas como é que surge, qual é o momento, qual seria o ponto de partida para a existência desse poder político? Bom, para falarmos de poder político temos que falar de Estado então este poder político é característico do Estado. Este conceito de Estado nasce na modernidade também. O que nós tínhamos antes da modernidade, antes do século XVI eram formas pré-estatais. 
- Existe um pensador russo chamado Pachucante que vai dizer que nós só vamos conseguir entender o Estado e o Direito a partir da modernidade, especificamente, a partir do modo de produção capitalista, antes do fortalecimento do modo de produção capitalista o que eu tínhamos eram formas pré-estatais e formas pré-jurídicas ou seja, o Direito nem sempre existiu da forma que nós pensamos. 
- O que esse autor ta dizendo é que a forma Direito só surgiu na modernidade, e isso tende a por em cheque a disciplina história do Direito. E aí historia do Direito, parte exatamente desse pressuposto, de que existe uma forma Direito cujo conteúdo vai sendo modificado ao longo do Tempo, ou seja, nós teríamos um direito medieval, romano, mesopotâmico, grego, moderno, etc. O que esse autor vai dizer é o seguinte: Não. Nós temos somente formas pré-jurídicas que tendem a existência dessa forma jurídica própria da modernidade.
- O que eu quero que vocês percebam é que a noção de Estado, a forma política decorre da modernidade. E quando agente fala do poder politico, falamos também de Estado, esse Estado . 
- Hobbes está falando justamente desse poder político, mas antes disso, ele precisa falar na verdade quais seriam os fundamentos para a existência disso. Qual o inicio disso tudo? Para explicar, Hobbes se utiliza de um artificio que é comum a todos os contemporâneos modernos que é o Estado de natureza. 
- O Estado de natureza é um Estado negativo, é um não-Estado, é algo que veio antes do Estado, e o que caracteriza esse Estado de natureza, para Thomas Hobbes?
- É melhor falarmos que características tem o homem nesse Estado de Natureza: Em primeiro lugar a racionalidade, diferentemente de Rousseau, onde o Estado de Natureza ele se assemelha aos outros animais sendo que ele não tem uma racionalidade. E além de ser um sujeito racional, Hobbes vai dizer que o Homem no Estado de Natureza é de que este homem é dotado do que agente chama de conatus. 
- O que vem a ser esse conatus? O conatus ele seria na verdade uma atribuição natural e que fique claro, não dá para nós nos desvincularmos do conatus ou seja ele vai nos acompanhar até o tumulo; Voltando o Conatus é responsável pelas movimentações físicas. Seria responsável pelas movimentações físicas do homem, o homem no Estado de natureza ele é entendido enquanto sujeito que é dotado de determinados movimentos, ele é voltado para determinados de movimentos;
- Que movimentos são esses? O Hobbes vai falar que são dois: o movimento de atração e o movimento de repulsa; 
- Vejam que, nós poderíamos até falar em uma racionalidade, mas o homem também é dotado desse conatus, ele é dotado desses movimentos de atração e de repulsa.
- [No estado de natureza de Hobbes já existe essa concepção de Justiça?]: Então, se vocês pegarem o texto do Bobbio que está disponível para vocês, o Bobbio fala uma coisa que não se adequa muito bem ao pensamento de Hobbes, ele diz o seguinte: Para Hobbes no Estado de natureza existe uma moralidade. O que não é verdade. Tanto a questão da moral quanto a questão do Direito elas surgem depois do pacto, ou seja, elas surgem com o surgimento do Estado. Se não existe moralidade também não se pode falar em Justiça ou de outra forma, as bases da Justiça, para Thomas Hobbes no Estado de Natureza são outras bases chamadas de bases individuais. 
- Vamos ver em ouro texto que o homem no Estado de natureza, para Thomas Hobbes ele até procura o que é bem e se distancia do que é mal mas existe uma grande diferença em afirmar que isso é moralidade, por que a moralidade é um conceito coletivo e vejam, o homem hobbesiano no estado de natureza ele procura o que é bem e se afasta do que é mal para a sua concepção, então, o que é bem para mim e mal para ti pouco importa, se for para suprir meus desejos, se eu estiver atração por alguma coisa que seja tua e tu resiste tu pode inclusive perecer. 
- O Hobbes diz o seguinte, o sujeito detém direitos sobrea vida do outro.

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