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APOSTILA 01 DE DIREITO TRIBUTÁRIO I Prof. Fabrizio Cândia dos Santos

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Direito Tributário – Prof. Fabrizio 
Quod non capit Christus rapit fiscus
1 Email: fcsantos31@hotmail.com
Direito Tributário – Prof. Fabrizio 
SUMÁRIO
AULA 1 AULA 2 AULA 3
1. CONCEITO DE ESTADO p. 7
2. FINALIDADES ESTATAIS p. 7
3. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO (AFE) p. 7
3.1. RECEITA, CRÉDITO PÚBLICO, ORÇAMENTO PÚBLICO E 
DESPESA p. 8
4. CONDICIONAMENTOS DA AFE p. 8
4.1. SISTEMA ECONÔMICO p. 8
4.1.1. TIPOS DE SISTEMA ECONÔMICO p. 9
a) Sistema Liberal p. 9
b) Sistema Socialista p. 9
c) Sistema Social-Democrata p. 9
4.2. TIPOS DE ESTADO p. 11
4.2.1. FEDERALISMO FISCAL p. 11
5. FUNÇÕES FINANCEIRAS p. 11
6. FUNÇÃO ALOCATIVA p. 11
6.1. TIPOS DE NECESSIDADES p. 12
a) necessidades privadas p. 12
b) necessidades públicas p. 12
6.2. NECESSIDADE PÚBLICAS p. 12
6.2.1. TIPOS DE NECESSIDADE PÚBLICAS p. 13
a) necessidades sociais p. 13
b) necessidades meritórias p. 14
7. FUNÇÃO DISTRIBUTIVA p. 14
7.1. FUNÇÃO ALOCATIVA x DISTRIBUTIVA p. 15
7.2. OUTRAS FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO p. 15
8. FUNÇÃO ESTABILIADORA p. 15
8.1. EXEMPLOS DE ESTABILIZAÇÃO PELA POLÍTICA FISCAL p. 
16
8.2. OUTROS MECANISMOS DE ESTABILIZAÇÃO p. 16
1. RECEITA PÚBLICA p. 18
2. CLASSIFICAÇÃO p. 18 
2.1. CLASSIFICAÇÃO “ALEMÔ p. 18
2.1.1.ORIGINÁRIA p. 18 
2.1.2.DERIVADAS p. 19 
2.2. CLASSIFICAÇÃO DA LEI 4.320/64 p. 19
3. FINALIDADES DA TRIBUTAÇÃO p. 20 
3.1. FISCALIDADE p. 20 
3.2. EXTRAFISCALIDADE p. 21 
3.3. PARAFISCALIDADE p. 22
3.3.1. CARACTERÍSTICAS DA 
PARAFISCALIDADE p. 23
3.3.2. EXEMPLOS DE PARAFISCALIDADE p. 23
4. FUNÇÕES DA TRIBUTAÇÃO p. 24
4.1. FINANCEIRAS p. 24
4.2. NORMATIVA p. 24 
4.3. ADMINISTRATIVA p. 24
4.4. O TRIBUTO PODE EXERCER MAIS DE 
UMA FUNÇÃO? p. 24
5. RESUMO p. 25
6. EXERCÍCIOS p. 25
1. DIREITO TRIBUTÁRIO p. 28
1.1. FONTE x DOUTRINA p. 28
2. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (STN) p. 30
3. STN NA CF/88 p. 30
3.1. CARACTERÍSTICAS DO STN NA CF/88 p. 31
3.2. FUNÇÕES DA CONSTITUIÇÃO p. 33
3.2.1. CRIAÇÃO DE TRIBUTOS PELA CF p. 38
4. O CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – CTN (Lei 
5.172/1966) p. 38
4.1. LEI ORDINÁRIA COM FORÇA DE LEI 
COMPLEMENTAR p. 39
4.1.1. MODIFICAÇÃO SOMENTE POR LEI 
COMPLEMENTAR p. 40
4.2. FUNÇÕES DO CTN p. 41
4.2.1. NORMAS GERAIS p. 43
4.2.2. CRIAÇÃO DE TRIBUTOS PELO CTN p. 44 
5. O PAPEL DAS NORMAS DOS ENTES FEDERADOS 
p. 44
5.1. INSTITUIÇÃO (CRIAÇÃO) DOS TRIBUTOS p. 45 
5.2. REGULAMENTAÇÃO DOS DEMAIS ASPECTOS 
DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA p. 46
6. RESUMO p. 47
7. EXERCÍCIOS p. 48
AULA 4 AULA 5 AULA 6
1. TRIBUTO p.51
2. RELAÇÃO TRIBUTÁRIA p.51 
2.1. RELAÇÃO MATERIAL TRIBUTÁRIA p.52
2.1.1. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL p.52
2.1.1.1. ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL p.52
2.1.1.1.1. elementos subjetivos p.53
2.1.1.1.2. elemento objetivo p.53
2.1.1.1.3. vínculo jurídico p.53
2.1.2. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA p.60
2.2. RELAÇÃO PROCESSUAL TRIBUTÁRIA p.61
2.2.1. RELAÇÃO PROCESSUAL ADMINISTRATIVA TRIBUTÁRIA
p.61
2.2.2. RELAÇÃO PROCESSUAL JUDICIAL TRIBUTÁRIA p.62
3. RESUMO p.63
4. EXERCÍCIOS p.63
1. GÊNERO E ESPÉCIES p. 66
2. TEORIA TRIPARTITE x TEORIA 
QUINQUIPARTITE p. 66
2.1. STF E TEORIA QUINQUIPARTITE p. 66
2.2. NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO p. 67
3. CLASSIFICAÇÕES DE TRIBUTOS p. 69
3.1. TRIBUTOS VINCULADOS E TRIBUTOS NÃO
VINCULADOS p. 69
3.1.1. TRIBUTOS VINCULADOS E TRIBUTOS 
NÃO VINCULADOS ≠ VINCULAÇÃO DE 
RECEITA p. 70
3.2. TRIBUTOS PESSOAIS E TRIBUTOS REAIS p. 
72
3.3. TRIBUTOS DIRETOS E TRIBUTOS 
INDIRETOS p. 74
3.4. TRIBUTOS UNIVERSAIS E SELETIVOS p. 76 
3.5. TRIBUTOS MONOFÁSICOS E 
PLURIFÁSICOS p. 79
3.6. TRIBUTOS CUMULATIVOS E TRIBUTOS 
NÃO CUMULATIVOS p. 80
3.7. FIXOS, PROPORCIONAIS, PROGRESSIVOS 
E REGRESSIVOS p. 81
3.8. CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA p. 85
4. RESUMO p. 85
5. EXERCÍCIOS p. 87
1. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA p.91
1.1. A CRIAÇÃO DE TRIBUTOS PELA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL p.91
1.2. SOMENTE ENTES POLÍTICOS DETÊM 
COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS p.91
2. CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA 
TRIBUTÁRIA p.92
3. CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS 
TRIBUTÁRIAS p.99
4. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA x CAPACIDADE 
TRIBUTÁRIA ATIVA p.100
4.1. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA p.101 
4.1.1. CONTEÚDO DA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA 
ATIVA p.101
4.1.2 GARANTIAS E PRIVILÉGIOS PROCESSUAIS 
p.101
4.1.3. REVOGAÇÃO DA DELEGAÇÃO A QUALQUER 
TEMPO p.103
4.1.4. COMETIMENTO A PESSOAS JURÍDICAS DE 
DIREITO PRIVADO DO ENCARGO DE ARRECADAR 
TRIBUTOS p.103
5. CONFLITOS DE COMPETÊNCIA p.104
5.1. BITRIBUTAÇÃO p.104
5.2. BIS IN IDEM p.105
5.3. INVASÃO DE COMPETÊNCIA p.106
5.4. SITUAÇÕES VEDADAS PELA CF/88 p.107
5.5 SITUAÇÕES PERMITIDAS PELA CF/88 p.108 
5.6. REMÉDIO PROCESSUAL p.108
6. RESUMO p.109
7. EXERCÍCIOS p.110
2 Email: fcsantos31@hotmail.com
Direito Tributário – Prof. Fabrizio 
AULA 7 AULA 8 AULA 9
1. CONCEITO p. 113
2. LEI x NORMA p. 113
3. TIPOS DE NORMA p. 114
3.1. NORMAS DE ORGANIZAÇÃO p. 114
3.2. NORMAS DE CONDUTA p. 114
4. REGERA MATRIZ DE INCIDÊNCIA
TRIBUTÁRIA (RMIT) p. 116
5. ESTRUTURA DA RMI E SEUS ELEMENTOS p.
117
5.1. A HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA p. 118
5.1.1. OS ELEMENTOS DA HIPÓTESE DE
INCIDÊNCIA p. 118
5.1.1.1. O ELEMENTO MATRIAL p. 118
5.1.1.2. O ELEMENTO ESPACIAL p. 118
5.1.1.3. O ELEMENTO TEMPORAL p. 119 
5.2. A SANÇÃO TRIBUTÁRIA p. 120
5.2.1. OS ELEMENTOS DA SANÇÃO TRIBUTÁRIA
p. 120
5.2.1.1. OS ELEMENTOS SUBJETIVOS p. 120
5.2.1.2. OS ELEMENTOS QUANTITATIVOS p. 120
6. O FATO GERADOR p. 121
7. EXEMPLO p. 121
8. EXERCÍCIOS p. 124
1. A SOBERANIA FISCAL p. 127
1.1. DEVERES FUNDAMENTAIS p. 127
2. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO 
PODER DE TRIBUTAR p. 128
2.1. TIPOS DE LIMITAÇÕES AO PODER DE 
TRIBUTAR p. 129
2.2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
TRIBUTÁRIOS p. 129
3. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE p. 131
3.1. LEGALIDADE GENÉRICA E LEGALIDADE
ESTRITA (OU RESERVA LEGAL) p. 131
3.2. LEGALIDADE TRIBUTÁRIA p. 131
3.2.1. LEGALIDADE TRIBUTÁRIA E 
DEMOCRACIA p. 132
3.3. AS DIMENSÕES DO PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE TRIBUTÁRIA p. 133
3.3.1. LEGITIMIDADE DA TRIBUTAÇÃO p. 134
3.3.2. OBSERVÂNCIA DOS LIMITES DA 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA p. 134
3.3.3. OBSERVÂNCIA DO PROCESSO 
LEGISLATIVO p. 134
3.3.4. OBSERVÂNCIA DO SUBSTANTIVE DUE 
PROCESS OF LAW p. 134
3.3.5. OBSERVÂNCIA DO PROCEDURAL DUE 
PROCESS OF LAW p. 135
3.3.5. VINCULAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO 
FISCAL À LEI p. 136
3.3.6. TIPICIDADE p. 137
3.4. OUTRAS MATÉRIAS SUBMETIDAS À 
RESERVA DE LEI p. 137
3.5. MEDIDAS PROVISÓRIAS p. 139
3.6. EXCEÇÕES À RESERVA DE LEI p. 139
3.7. MATÉRIAS NÃO RESERVADAS À LEI p. 
141
3.7.1. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS p. 141
3.7.2. PRAZO DE PAGAMENTO DO TRIBUTO p.
141
4. CORREÇÃO MONETÁRIA p. 142
4.1. CORREÇÃO MONETÁRIA DA PRESTAÇÃO
DEVIDA p. 142
4.2. CORREÇÃO MONETÁRIA DA BASE DE 
CÁLCULO p. 143
4.2.1. MODIFICAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO 
QUE TORNE O TRIBUTO MAIS ONEROSO p. 
144
5. RESUMO p. 150
6. EXERCÍCIOS p. 151
1. VIGÊNCIA E EFICÁCIA p. 155
1.1. EFICÁCIA NO TEMPO p. 155
1.2. RETROATIVIDADE OU 
IRRETROATIVIDADE p. 156 
1.3. IRRETROATIVIDADE E SEGURANÇA 
JURÍDICA p. 157
2. IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA p. 158 
2.1. O REGRAMENTO DA EFICÁCIA DA LEI 
TRIBUTÁRIA NO TEMPO p. 159
2.2. O PRINCÍPIO DO TEMPUS REGIT ACTUM
p. 160
2.2.1. FACTA PENDENTIA p. 161
2.2.2. EXEMPLIFICANDO – TEMPUS REGIT 
ACTUM p. 163
2.3. IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA EM 
PERSPECTIVA PRÁTICA p. 165
2.3.1. GRAUS DE IRRETROATIVIDADE p. 166
2.3.2. EXEMPLIFICANDO A 
IRRETROATIVDADE p. 167
2.4. A REGRA DA RETROAÇÃO p. 171
2.4.1. A RETROAÇÃO INTERPRETATIVAp. 
171
2.4.1.1. A LEI FALSAMENTE 
INTERPRETATIVA p. 178
2.4.2. A RETROAÇÃO BENÉFICA EM 
MATÉRIA DE PENALIDADES TRIBUTÁRIAS 
p. 182
2.5. QUADRO RESUMO p. 184
3. ANTERIORIDADE p. 184
3.1. CONTÚDO DA ANTERIORIDADE p. 184
3.1.1. ANUALIDADE p. 185
3.2. APLICAÇÃO DAS REGRAS DE 
ANTERIORIDADE p. 185
3.2.1. NOVENTENENA: NONAGÉSIMO OU 
NONAGÉSIMO PRIMEIRO DIA? p. 186
3.3. DISTINÇÃO IRRETROATIVIDADE x 
ANTERIORIDADE p. 187
3.4. EVENTOS COBERTOS PELA 
ANTERIORIDADE p. 187
3.4.1. REVOGAÇÃO DE ISENÇÕES E ART. 104 
DO CTN p. 188
3.5. EXCEÇÕES À ANTERIODADE p. 190
3.6. REGRAS DE ANTERIORIDADE NA 
PRÁTICA p. 193
3.6.1. O IMPOSTO DE RENDA E A 
ANTERIORIDADE p. 196
3.6.2. MEDIDA PROVISÓRIA E 
ANTERIORIDADE p. 199
4. RESUMO p. 202
5. EXERCÍCIOS p. 203
3 Email: fcsantos31@hotmail.com
Direito Tributário – Prof. Fabrizio 
AULA 10 AULA 11 AULA 12
1. CONCEITO DE ISONOMIA p. 208
2. JUSTIÇA FISCAL p. 208 
3. ISONOMIA HORIZONTAL E ISONOMIA 
VERTICAL p. 209
4. AMBIVALÊNCIA p. 211
5. IGAULDADE MATERIAL E IGAULDADE 
FORMAL p. 211
6. CRITÉRIOS DE DIFERENCIAÇÃO p. 211
7. CRITÉRIOS DE DIFERENCIAÇÃO EM 
DIREITO TRIBUTÁRIO p. 214
7.1. FINALIDADE FISCAL E CAPACIDADE 
CONTRIBUTIVA p. 214
7.1.1. CAPACIDADE CONTRIBUTIVA E 
LIMITES VERTICAIS p. 215
7.1.2. CAPACIDADE CONTRIBUTIVA E 
LIMITES HORIZONTAIS p. 215
7.1.2.1. CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 
OBJETIVA p. 216
7.1.2.2. CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 
SUBJETIVA p. 216
7.1.3. CAPACIDADE CONTRIBUTIVA E SEU 
REGIME JURÍDICO p. 216
7.1.3.1. SEMPRE QUE POSSÍVEL p. 216
7.1.3.2. OS IMPOSTOS p. 217
7.1.3.3. PESSOALIDADE E GRADUAÇÃO 
SEGUNDO A CAPACIDADE ECONÔMICA p. 
218
7.1.3.4. IDENTIFICAÇÃO DA CAPACIDADE 
CONTRIBUTIVA p. 220
7.2. FINALIDADE EXTRAFISFISCAL E 
RAZOABILIDADE p. 224
8. ISONOMIA E PODER JUDICIÁRIO p. 225
9. VEDAÇÃO À UTILIZAÇÃO DE TRIBUTO 
COM EFEITO DE CONFISCO p. 225
9.1. PARAMETRIZAÇÃO DO CONFISCO p. 226
9.2. MULTA TRIBUTÁRIA CONFISCATÓRIA p. 
227
9.3. PENA DE PERDIMENTO E CONFISCO p. 
228
9.4. TAXA E CONFISCO p. 228
9.5. EXTRAFISCALIDADE E CONFISCO p. 228
10. RESUMO p. 229
11. EXERCÍCIOS p. 230
1. PROIBIÇÃO DE LIMITAÇÃO AO 
TRÁFEGO p. 234
2. PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA p. 
236
3. PRINCÍPIOS FEDERATIVOS p. 238
3.1. PRINCÍPIOS DA UNIFORMIDADE 
GEOGRÁFICA p. 238
3.2. VEDAÇÃO DE TRIBUTAÇÃO 
DIFERENCIADA EM MATÉRIA DE IR p. 
238
3.3. VEDAÇÃO À CONCESSÃO DE 
ISENÇÕES HETERÔNOMAS p. 239
3.4. VEDAÇÃO À DISCRIMINAÇÃO EM 
RAZÃO DE PROCEDÊNCIA OU 
DESTINO p. 240
4. RESUMO p. 241
5. EXERCÍCIOS p. 241
1. CONCEITO DE IMUNIDADE p. 244
2. IMUNIDADES COMO LIMITAÇÕES AO
PODER DE TRIBUTAR p. 245 
3. CLASSIFICAÇÃO p. 247
4. IMUNIDADES x ISENÇÕES p. 247
4.1. IMUNIDADE, ISENÇÃO, 
INCIDÊNCIA, NÃO INCIDÊNCIA p. 247 
4.2. ISENÇÕES CONCEDIDAS PELA CF p.
248
5. IMUNIDADES CONDICIONADAS E 
LEI COMPLEMENTAR CF p. 249
6. AS IMUNIDADES DO ART. 150, VI DA 
CF/88 CF p. 252
7. IMUNIDADE RECÍPROCA p. 253
7.1. PATRIMÔNIO, RENDA E SERVIÇOS 
p. 254
7.2. “TRESPASSE” DE BENS E SERVIÇOS 
p. 255
7.3. AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES 
PÚBLICAS p. 256
7.3.1. ORDEM DOS ADVOGADOS DO 
BRASIL p. 257
7.3.2. EMPRESAS PÚBLICAS E 
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA p. 
258
7.4. SUCESSÃO p. 260
8. IMUNIDADE RELIGIOSA p. 261
8.1. TEMPLO p. 262
8.2. QUALQUER CULTO p. 262 
9. IMUNIDADE PARTIDÁRIA, SINDICAL,
EDUCACIONAL E ASSISTENCIAL p. 263
9.1. REQUISITOS p. 263
9.2. ABRANGÊNCIA DA IMUNIDADE p. 
264
9.3. JULGADOS DO STF p. 267
10. IMUNIDADE CULTURAL p. 268
10.1. ABRANGÊNCIA p. 268
10.2. VALOR DIDÁTICO p. 269
10.3. PAPEL p. 270
10.4. LIVROS EM MEIOS MAGNÉTICO E 
ELETRÔNICO p. 270
10.5. JURISPRUDÊNCIA DO STF p. 271
11. IMUNIDADE MUSICAL p. 272
12. OUTRAS IMUNIDADES p. 273
13. RESUMO p. 275
14. EXERCÍCIOS p. 276
4 Email: fcsantos31@hotmail.com
Direito Tributário – Prof. Fabrizio 
AULA 13 AULA 14 ANEXO
1. CONCEITO DE FONTES p. 280
2. TIPOS DE FONTES p. 281
3. FONTES NO DIREITO TRIBUTÁRIO p. 281
3.1. INCIATIVA DAS LEIS TRIBUTÁRIAS p. 282
4. A FONTE CONSTITUCIONAL p. 284
4.1. HIERARQUIA CONSTITUCIONAL p. 284 
4.2. RECEPÇÃO p. 285
4.3. CONSTITUCIONALIZAÇÃO SUPERVENIENTE
p. 287
5. A LEI COMPLEMENTAR p. 290
5.1. HIERARQUIA ENTRE LEI COMPLEMENTAR E
LEI ORDINÁRIA p. 291
5.2. FUNÇÕES DA LC p. 292
6. LEIS ORDINÁRIAS, MEDIDAS PROVISÓRIAS E
LEIS DELEGADAS p. 293 
7. RESOLUÇÕES DO SENADO p. 293
8. TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS
p. 294
8.1. HIERARQUIA TRATADOS x LEI INTERNA p.
295
8.1.1 ESPECIALIDADE p. 296
9. DECRETOS p. 297
10. NORMAS COMPLEMENTARES p. 298 
10.1. ATOS ADMINISTRATIVOS p. 298
10.2. PRECEDENTES ADMINISTRATIVOS p. 299
10.3. COSTUMES TRIBUTÁRIOS p. 301
10.4. CONVÊNIOS TRIBUTÁRIOS p. 303
10.5. EXCLUSÃO DE RESPONSABILIDADE p. 304
11. VIGÊNCIA DA LEI TRIBUTÁRIA p. 304
12. RESUMO p. 306
13. EXERCÍCIOS p. 308
1. INTERPRETAÇÃO p. 311
1.1. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO p. 311
2. INTEPRETAÇÃO NO DIREITO 
TRIBUTÁRIO p. 314
2.1. INTEPRETAÇÃO LITERAL p. 315
2.2. INTEPRETAÇÃO BENIGNA p. 316
2.3. PRINCÍPIO DO “NON OLET” p. 317
2.4. INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA E 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO p. 320
2.5. NORMA ANTIELISIVA p. 322
2.5.1. OS ILÍCITOS TRIBUTÁRIOS p. 323
2.5.2. FIGURAS CORRELATAS p. 324
3. INTEGRAÇÃO p. 328
3.1. ANALOGIA p. 329
3.2. PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO 
TRIBUTÁRIO E DE DIREITO PÚBLICO p. 
332 
3.3. EQUIDADE p. 332
3.4. PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO 
PRIVADO p. 333
4. RESUMO p. 334
5 EXERCÍCIOS p. 337
Constituição Federal p. 340
Código Tributário Nacional p.443
5 Email: fcsantos31@hotmail.com
Direito Tributário – Prof. Fabrizio 
AULA 1 - 
ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO – AFE
Plano de Aula
1. CONCEITO DE ESTADO p. 7
2. FINALIDADES ESTATAIS p. 7
3. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO (AFE) p. 7
3.1. RECEITA, CRÉDITO PÚBLICO, ORÇAMENTO PÚBLICO E DESPESA p. 8
4. CONDICIONAMENTOS DA AFE p. 8
4.1. SISTEMA ECONÔMICO p. 8
4.1.1. TIPOS DE SISTEMA ECONÔMICO p. 9
a) Sistema Liberal p. 9
b) Sistema Socialista p. 9
c) Sistema Social-Democrata p. 9
4.2. TIPOS DE ESTADO p. 11
4.2.1. FEDERALISMO FISCAL p. 11
5. FUNÇÕES FINANCEIRAS p. 11
6. FUNÇÃO ALOCATIVA p. 11
6.1. TIPOS DE NECESSIDADES p. 12
a) necessidades privadas p. 12
b) necessidades públicas p. 12
6.2. NECESSIDADE PÚBLICAS p. 12
6.2.1. TIPOS DE NECESSIDADE PÚBLICAS p. 13
a) necessidades sociais p. 13
b) necessidades meritórias p. 14
7. FUNÇÃO DISTRIBUTIVA p. 14
7.1. FUNÇÃO ALOCATIVA x DISTRIBUTIVA p. 15
7.2. OUTRAS FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO p. 15
8. FUNÇÃO ESTABILIADORA p. 15
8.1. EXEMPLOS DE ESTABILIZAÇÃO PELA POLÍTICA FISCAL p. 16
8.2. OUTROS MECANISMOS DE ESTABILIZAÇÃO p. 16
6 Email: fcsantos31@hotmail.com
Direito Tributário – Prof. Fabrizio 
1. CONCEITO DE ESTADO – Pode-se conceituar “Estado” com uma particular
forma de organização social. O Estado nada mais é do que a sociedade organizada
em torno de um poder político, ou, como leciona Dalmo Dallari dá-se a designação
de Estado a “todas as sociedades políticas que, com autoridade superior, fixaram as
regras de convivência de seus membros1”.
2. FINALIDADES ESTATAIS– Classicamente, costuma-se apontar como
elementos do Estado a soberania, o povo e o território. Não obstante, além desses
clássicos elementos, agregam-se os fins do Estado como seu elemento essencial,
elevando-se a criação do Estado ao plano teleológico:não se concebe Estado sem
finalidades. E essas finalidades são estabelecidas politicamente pela sociedade e
estão plasmadas nos ordenamentos jurídicos estatais, em especial, em suas ordens
constitucionais.
CF/88
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação
3. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO (AFE) – O cumprimento destas
finalidades, entretanto, pressupõe a concorrência de recursos materiais ao setor
público a fim de que possa implementar suas políticas públicas. De acordo com
Baleeiro, “A atividade financeira consiste, portanto, em obter, criar, gerir e despender o dinheiro
indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu àqueloutras pessoas
de direito público2”.
1 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 19ª edição. São Paulo: Saraiva, 1995.
2 BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à Ciência das Finanças. 16ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
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3.1. RECEITA, CRÉDITO PÚBLICO, ORÇAMENTO PÚBLICO E DESPESA.
- Essas quatro ações da AFE – obter, criar, gerir e despender – correspondem aos
quatro elementos objetos de estudo da Ciência das Finanças e do Direito Financeiro:
a Receita Pública, o Crédito Público, o Orçamento Público e a Despesa Pública.
AÇÃO INSTITUTO
Obtenção de recursos Receita Pública
Criar recursos Crédito Público
Gerir os recursos Orçamento Público
Despender os Recursos obtidos/criados Despesa Pública
4. CONDICIONAMENTOS DA AFE – A Atividade Fiannceira do Estado
encontra condicionamentos no sistema econômico adotado pelo Estado e pela forma
de Estado.
4.1. SISTEMA ECONÔMICO - O sistema econômico determina o papel do Estado
em face da Econômica e também serve-lhe de métrica. Quanto maiores forem as
finalidades estatais tanto maior será sua atividade econômica ou sua intervenção na
atividade econômica privada. “O sistema econômico se define como 'um conjunto coerente de
estruturas econômicas, institucionais, jurídicas, sociais e mentais organizadas com a finalidade de
assegurar a realização de um determinado número de objetivos econômicos (equilíbrio,
crescimento, repartição...)”. Existem diversas classificações de sistemas econômicos, dentre as
quais se destacam hoje o capitalismo e o socialismo. Quando um ordenamento jurídico adota um
sistema econômico, passa ele a ter o nome de regime econômico3”
CF/88
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios:
3 SILEM, Ahmed. ALBERTINI, Jean-Marie. Lexique d'économie. Apud FONSECA, João Bosco Leopoldino da.
Direito Econômico. 5ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2005.
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I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação; 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
4.1.1. TIPOS DE SISTEMA ECONÔMICO - Neste sentido, o sistema econômico
do Estado pode ser
a) Sistema Liberal (Estado Mínimo) – O sistema econômico liberal está
essencialmente ligado às correntes de pensamento vigentes nos séculos XVI e XVII,
que enalteciam a liberdade como bem máximo. “Operacionalizar a liberdade como
fundamento para a organização do Estado implicou superar a eliminar uma série de crenças e de
peias que tolhiam o homem e as sua iniciativas. Implicou, sobretudo, um voto de confiança no
discernimento dele, homem, visto como senhor do seu destino e construtor de sua felicidade na
terra, sem que o soberano, o Estado, a Igreja ou organizações diversas a que estivesse
compulsoriamente atado viessem a lhe determinar o caminho a seguir4”. Neste sistema, a
intervenção estatal na sociedade é mínima e, por consequência, minimas são suas
finalidades, basicamente destinado à promoção da Justiça e à segurança. Logo, sua
atividade financeira é bastante reduzida.
b) Sistema Socialista (Estado Máximo) – A insuficiência do Estado Mínimo Liberal
para responder às exigências da sociedade, especialmente ligadas à igualdade
4 NUSDEO, Fábio. Curso de Economia. 6ª edição. São Paulo: RT, 2010.
9 Email: fcsantos31@hotmail.com
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material foi o combustível para acender as concepções socialistas de Estado, ou seja,
socialização dos sistemas de produção e no controle estatal dos setores econômicos.
Neste modelo, o Estado assume o papel central na Economia, planificando a
atividade econômica (centralização das decisões no campo econômico). Ao assinalar
as características da organização da atividade econômica dos países socialista,
Dalmo Dallari afirma que “Em todas as democracias populares foram estabelecidos três
setores: um de economia estatal, passando-se para o Estado os principais meios de produção;
outro de economia privada, relativo aos pequenos meios de produção, notando-se especialmente o
aparecimento de um grande número de pequenos proprietários rurais; um terceiro setor, de
economia cooperativa, inspirado no cooperativismo soviético e que em alguns Estados foi
amplamente desenvolvido, por ser considerada a forma socialista mais autêntica5”. Nesse
sistema econômico, a AFE tem considerável tamanho.
c) Sistema Social-Democrata (Estado Intervencionista) – O Estado intervém na
economia, alterando as condições de mercado por meio do orçamento público. Nesse
sistema, o Estado passa a ser um ator econômico, ao lado dos atores privados,
intervindo na economia. Esta intervenção pode ser uma intervenção regulatória
(quando, por exemplo, emite uma lei disciplinando o consumo, a produção, a
formação de preços) ou poder ser uma intervenção funcional, por meio de serviços
públicos. “Desde então, como assinala Harold Laski, o Estado-Polícia foi substituído pelo
Estado de serviço, que emprega seu poder supremo e coercitivo para suavizar, por uma
intervenção decidida, algumas das consequências mais penosas da desigualdade econômica. O
advento da II Guerra Mundial iria estimular ainda mais a atitude intervencionista do Estado.
Assumindo amplamente o encargo de assegurar a prestação do serviços fundamentais a todos os
indivíduos, o Estado vai ampliando sua esfera de ação. E a necessidade de controlar os recursos
sociais e obter o máximo proveito com o mínimo de desperdício, para fazer face às emergências da
guerra, leva a ação estatal a todos os campos da vidasocial, não havendo mais qualquer área
interdita à intervenção do Estado6”.
5 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 19ª edição. São Paulo: Saraiva, 1995.
6 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 19ª edição. São Paulo: Saraiva, 1995.
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4.2. TIPOS DE ESTADO - Em relação ao tipo de Estado, temos os Estados
centralizados e os Estados descentralizados, ou seja, Estados em que há mais de uma
esfera de governo, compreendendo uma divisão política.
4.2.1. FEDERALISMO FISCAL - Quando mais de uma esfera de governo toma
decisões em matéria financeira – seja em Estados federados, seja em Estados
unitários descentralizados – chamamos de Federalismo Fiscal.
“A meta principal da descentralização fiscal é mover a governancia para mais
perto das pessoas, e isto requer um fortalecimento das finanças dos governos
locais. A idéia é dar para os governos locais algum poder de taxação e
responsabilidade no dispêndio, e permitindo a eles decidir o nível e a estrutura de
seus orçamentos.. deste modo, as pessoas no nível mais baixo de governo serão
capazes de escolher o tipo de governo que elas quiserem e participarão mais
ativamente da goverância.. o resultado líquido deveria ser melhores serviços do
governo local e um eleitorado mais satisfeito. A descentralização fiscal requer
governos locais com alguma autonomia para tomar decisões fiscais
independentes7”.
5. FUNÇÕES FINANCEIRAS – A atuação estatal, determinada pelas finalidades
impostas ao Estado, pressupõe o exercício de atividade financeira, consubstanciadas
nos objetivos da política orçamentária. Esse exercício se dá por meio de três
funções, que realizam os referidos objetivos expostos na Lei Orçamentária. São elas:
a) a função alocativa; b) a função distributiva; c) a função estabilizadora.
6. FUNÇÃO ALOCATIVA - é a função financeira que provisiona recursos para
satisfação das necessidades públicas. Por meio da função alocativa, o Estado desloca
recursos do setor privado para o setor público e os aloca para atender as
7 BAHL, Roy. Descentralização Fiscal: uma tendência mundial. Cadernos de Finanças Públicas nº2. Brasília:
ESAF, 2001.
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necessidades públicas.
“O mecanismo de preço do mercado assegura uma alocação ótima de recursos,
desde que sejam satisfeitas certas condições. Estas são razoavelmente satisfeitas
em vastas áreas da atividade econômica, de modo que o grosso da função de
alocação pode ser deixado às forças do mercado. Nestas áreas, a política
governamental não precisa preocupar-se com questões de alocação. Entretanto, há
ocasiões em que as forças do mercado não conseguem assegurar resultados
ótimos. Apresenta-se-nos, então, o problema de como uma política do governo
pode intervir, a fim de que haja uma alocação de recursos mais eficiente.8”.
6.1. TIPOS DE NECESSIDADES – Pode-se dividir as necessidades dos cidadãos
em dois grandes grupos:
a) necessidades privadas – aquelas que podem ser satisfeitas pela lógica de mercado
– Lei de Oferta e Procura;
b) necessidades públicas – aquelas necessidades que não podem ser satisfeitas ou
plenamente satisfeitas pela lógica de mercado e que, por isso, serão atendidas pelo
Orçamento Público.
6.2. NECESSIDADE PÚBLICAS – Como visto, as necessidades públicas são
necessidades que não se submetem à lógica da Lei de Oferta e de Procura, seja
porque o atendimento pelo mercado seria falho, seja porque a sociedade entende
relevante o atendimento de determinada necessidade pelo orçamento público. Neste
sentido, a atividade financeira empreendida pelo Estado em termos alocativos se
desenvolve por meio da obtenção de recursos para devolvê-los à sociedade na forma
de bens coletivos ou bens públicos.
“O princípio da racionalidade hedonista, indissociável do utilitarismo e mola
8 MUSGRAVE, Richard. Teoria das Finanaças Públicas. São Paulo: Atlas, 1976.
12 Email: fcsantos31@hotmail.com
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mestra do sistema de mercado, igualmente revela-se não operacional no caso do
suprimento de bens coletivos, também conhecidos na bibliografia internacional como
bens públicos.
Como visto no primeiro capítulo, os bens coletivos são aqueles aptos ao
atendimento simultâneo das necessidades de um grupo ou coletividade para os quais
não vigora o princípio da exclusão no ato de seu uso ou consumo. Contrariamente,
no caso dos bens exclusivos, o fato de alguém deles se utilizar exclui, ipso facto,
dessa mesma utilização outro ou outros consumidores. (…).
Ora, como é fácil verificar, o princípio hedonista, se aplicado coerentemente pelos
agentes econômicos, levá-los-á, invariavelmente, a esconder a sua preferência pelos
bens coletivos, justamente pelo fato de não poderem ser excluídos de sua utilização,
caso tais bens venham a ser produzidos. No mercado de bens exclusivos, dá-se a
chamada preferência revelada, ou seja, pode-se afirmar que os consumidores
realmente prefiram os bens por eles adquiridos porque o disputaram daquele mesmo
mercado, dispondo-se a sacrificar uma parcela de suas rendas para obtê-los .9”.
6.2.1. TIPOS DE NECESSIDADE PÚBLICAS – As necessidades públicas podem
ser:
a) Necessidades Sociais: são necessidades cujos benefícios se diluem por toda a
sociedade - Os serviços devem ser consumidos em igual quantidade por todos (v.g.
proteção contra invasão estrangeira, defesa do meio ambiente.).
“Os bens públicos são aqueles cujo consumo/uso é indivisível ou 'não-rival'. Em
outras palavras, o seu consumo por parte de um indivíduo ou de um grupo social não
prejudica o consumo do mesmo bem pelos demais integrantes da sociedade. Ou seja,
todos se beneficiam da produção de bens públicos mesmo que, eventualmente, alguns
mais do que outros. São exemplos de bens públicos: bens tangíveis como as ruas ou a
iluminação pública; e bens intangíveis como justiça, segurança pública e defesa
nacional.
Outra característica importante é o princípio da 'não-exclusão' no consumo desses
9 NUSDEO, Fábio. Curso de Economia. 6ª edição, p. 161. São Paulo: RT, 2010. 
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bens. De fato, em geral, é difícil ou mesmo impossível impedir que um determinado
indivíduo usufrua de um bem público. Por exemplo, se o governo resolve aumentar o
policiamento de uma rua residencial, todos os moradores dessa rua – sem que se
possa distinguir entre os indivíduos A ou B – serão beneficiados pela decisão. É
diferente de uma situação na qual o consumo/uso de um bem/serviço por uma
determinada pessoa significa a exclusão da utilização, consumo deste bem/serviço
por outra, como ocorre com os bens privados- como roupas, alimentos, habitações,
automóveis e outros .10”.
b) Necessidades Meritórias: são aquelas que também podem ser satisfeitas pelo
mercado, mas dado o reconhecimento de seu valor social, o Estado intervém na
soberania do consumidor – Princípio da Exclusão – Saúde, Educação.
“Passemos agora à nossa segunda categoria de necessidades públicas. Elas são
atendidas por serviços sujeitos ao princípio de exclusão e são satisfeitas pelo
mercado, dentro dos limites de procura efetiva. Tornam-se necessidades públicas se
consideradas de tal modo meritóriasque sua satisfação seja suprida através do
orçamento público, além daquilo que é provido pelo mercado e pago pelos
compradores particulares. Este segundo tipo de necessidade pública será chamado
de necessidades meritórias. Os serviços públicos que visam à satisfação dessas
necessidades incluem itens, tais como: merendas escolares, subsídio para casas de
baixo custo e educação gratuita .11”.
7. FUNÇÃO DISTRIBUTIVA - é a função financeira que redistribui a riqueza
entre os setores da sociedade. Ex: Bolsa-família, benefícios previdenciários ou
assistenciais, vale-gás, luz fraterna.
“A distribuição da renda e dos bens e riqueza em uma economia de mercado
depende de numerosos fatores, incluindo as leis de herança, a distribuição de
talentos inatos, a disponibilidade de oportunidades educacionais, a mobilidade
social e a estrutura dos mercados. Como resultado desses fatores, aparece um estado
10 GIAMBIAGI, Fábio. ALÉM, Ana Cláudia. FINANÇAS PÚBLICAS: Teoria e Prática no Brasil. 3ª edição, p. 4 e
5. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 
11 MUSGRAVE, Richard. Teoria das Finanaças Públicas. p. 34. São Paulo: Atlas, 1976.
14 Email: fcsantos31@hotmail.com
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de distribuição, com um dado grau de igualdade ou desigualdade. Neste caso, deve-
se criar um mecanismo para fazer as correções necessárias no estado de
distribuição, de uma maneira ordenada e que cause o menos dano possível ao
funcionamento eficiente da economia12”.
7.1. FUNÇÃO ALOCATIVA x DISTRIBUTIVA – importante distinguir a função
alocativa da função distributiva. No primeiro caso, o Estado desloca recursos do
setor privado e os emprega no setor público, devolvendo-os à sociedade
indistintamente sob a forma de bens públicos, ao passo que na distribuição o retorno
se dá em forma de recursos, atendendo aqueles que se encontram em estado de
necessidade.
“Ao contrário das despesas e impostos da Divisão de Alocação, que têm por fim
transferir recursos da satisfação das necessidades privadas para a das necessidades
públicas, os tributos e transferências da Divisão de Distribuição são destinados a
passar os recursos que um indivíduo dispõe para outro13”.
7.2. OUTRAS FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO – Ressalte-se que a redistribuição
de riqueza não ocorre necessariamente por uma função financeira (a função
distributiva), podendo o Estado lançar mão de outras ferramentas para determinar
um certo grau de distribuição de riqueza como a legislação de salário mínimo,
proteção tarifária, legislação de justo comércio, isenções aos mais pobres, etc.
8. FUNÇÃO ESTABILIADORA – é a função financeira que determina a
manutenção de um alto nível de utilização de recursos e de um valor estável da
moeda. Por meio da política de estabilização, pode-se, por exemplo, criar demanda
para aquecimento do mercado ou pode-se restringir a demanda para controle
inflacionário.
12 MUSGRAVE, Richard. Teoria das Finanaças Públicas. p. 40. São Paulo: Atlas, 1976.
13 MUSGRAVE, Richard. Teoria das Finanaças Públicas. p. 41. São Paulo: Atlas, 1976.
15 Email: fcsantos31@hotmail.com
Direito Tributário – Prof. Fabrizio 
“Além dos ajustamentos na alocação de recursos e na distribuição de renda, a
política fiscal tem quatro objetivos macroeconômicos: manutenção de elevado nível
de emprego, estabilidade nos níveis de preços, equilíbrio no balanço de pagamentos
e razoável taxa de crescimento econômico. Esses quatro objetivos, especialmente os
dois primeiros, configuram o campo de ação da função estabilizadora.
A mais moderna das três, a função estabilizadora, adquiriu especial importância
como instrumento de combate aos efeitos da depressão dos anos trinta e a partir daí
esteve sempre em cena, lutando contra as pressões inflacionárias e contra o
desemprego, fenômenos recorrentes nas economias capitalistas do pós-guerra
Em qualquer economia, os níveis de emprego e de preços resultam dos níveis da
demanda agregada, isto é, da disposição de gastar dos consumidores, das famílias,
dos capitalistas, enfim, de qualquer tipo de comprador. Se a demanda for superior à
capacidade nominal (potencial) da produção, os preços tenderão a subir; se for
inferior, haverá desemprego. O mecanismo básico da política de estabilização é,
portanto, a ação estatal sobre a demanda agregada, aumentando-a e reduzindo-a
conforme as necessidades14”.
8.1. EXEMPLOS DE ESTABILIZAÇÃO PELA POLÍTICA FISCAL – Podem
ser citadas como exemplos de utilização da política fiscal como função
estabilizadora o aumento ou diminuição de impostos para desestimular ou estimular,
respectivamente, o consumo; a compra de bens pelo setor público para aquecer a
demanda, ou a contenção de despesas para não haver pressão inflacionária, etc.
8.2. OUTROS MECANISMOS DE ESTABILIZAÇÃO – além da política fiscal
(realizada pela via da AFE), pode-se lançar mão de outros mecanismos de
estabilização, como a política monetária e a política cambial.
AULA 2 - 
14 GIACOMONI, James. Orçamento Público. 14ª edição, p. 26. São Paulo: Atlas, 2007.
16 Email: fcsantos31@hotmail.com
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RECEITA PÚBLICA
Plano de Aula
1. RECEITA PÚBLICA p. 18
2. CLASSIFICAÇÃO p. 18 
2.1. CLASSIFICAÇÃO “ALEMÔ p. 18
2.1.1.ORIGINÁRIA p. 18 
2.1.2.DERIVADAS p. 19 
2.2. CLASSIFICAÇÃO DA LEI 4.320/64 p. 19
3. FINALIDADES DA TRIBUTAÇÃO p. 20 
3.1. FISCALIDADE p. 20 
3.2. EXTRAFISCALIDADE p. 21 
3.3. PARAFISCALIDADE p. 22
3.3.1. CARACTERÍSTICAS DA PARAFISCALIDADE p. 23
3.3.2. EXEMPLOS DE PARAFISCALIDADE p. 23 
4. FUNÇÕES DA TRIBUTAÇÃO p. 24
4.1. FINANCEIRAS p. 24
4.2. NORMATIVA p. 24 
4.3. ADMINISTRATIVA p. 24
4.4. O TRIBUTO PODE EXERCER MAIS DE UMA FUNÇÃO? p. 24
5. RESUMO p. 25
6. EXERCÍCIOS p. 25
17 Email: fcsantos31@hotmail.com
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1. RECEITA PÚBLICA – É toda entrada ou ingresso de recursos que se incorporam ao
patrimônio público sem compromisso de devolução posterior. Ou, como conceitua Baleeiro
“Receita Pública é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas,
condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e
positivo15”.
2. CLASSIFICAÇÃO – Existem diversas classificações da Receita Pública. As mais importantes
são:
2.1. CLASSIFICAÇÃO “ALEMÔ: Subdivide as receitas de acordo com o modo de aquisição
da receita: originária ou derivada
2.1.1.ORIGINÁRIA – são receitas adquiridas pelo exercício gerencial do patrimônio estatal (Jus
Gestionis), sem o recurso da força ou da coação. Podem ser:
“O que fundamentalmente caracteriza a receita originária é sua percepção pelo
Estado, absolutamente despido do caráter coercitivo próprio, porque atua sob
regime de direito privado, como uma empresa privada na busca de lucro16”.
2.1.1.1. gratuitas – adquiridas sem contrapartida:
a) doações incondicionais
b) bens vacantes, prescrição aquisitiva
2.1.1.2. onerosas – com contrapartida do Estado
a) doações condicionais ou com encargos.
b) preços quase-privados – são produtos e serviços proporcionados pelo Estado, em condições de
concorrência, e mensurados de acordo com as leis de oferta e procura. O Estado age como se fosse
um particular administrando seu patrimônio.
c) preço público – cobrado pela prestação de serviços públicos facultativos (ex telefonia, água,
15BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à Ciência das Finanças. 16ª edição, p.126. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
16 GIACOMONI, James. Orçamento Público. 14ª edição, p. 26. São Paulo: Atlas, 2007.
18 Email: fcsantos31@hotmail.com
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luz), quando prestados pelo Estado ou por regime de concessão ou permissão.
d) preços políticos – preços subsidiados, que são insuficientes para cobrir as despesas e os custos
do fornecimento prestado, devendo a outra parte ser satisfeitas pelas demais receitas. Ex subsídio
para aquisição de gás GLP
2.1.2.DERIVADAS – São receitas adquiridas coativamente, em decorrência do exercício da força
estatal (Jus Imperii).
 
2.1.2.1. tributos - Lei 4.320/64 “Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de
direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e
das leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais
ou especificas exercidas por essas entidades”.
a) impostos
b) taxas
c) contribuições de melhoria
d) empréstimos compulsórios
 - contribuições sociais
e) contribuições especiais - CIDE
 - contribuições corporativas
 - contribuição de iluminação pública
2.2. CLASSIFICAÇÃO DA LEI 4.320/64 – De acordo com a Lei de Finanças Públicas (Lei
4.320/64) “ Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas
Correntes e Receitas de Capital”. Tem-se:
RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de
contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de
serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos
financeiros recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado, quando destinadas a atender
despesas classificáveis em Despesas Correntes
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da
realização de recursos financeiros oriundos de
constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de
bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas
de direito público ou privado, destinados a atender
despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda,
o superávit do Orçamento Corrente.
19 Email: fcsantos31@hotmail.com
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RECEITA TRIBUTÁRIA17 
Impostos
Taxas 
Contribuições de Melhoria 
RECEITA DE CONTRIBUIÇOES 
RECEITA PATRIMONIAL 
RECEITA AGROPECUÁRIA 
RECEITA INDUSTRIAL 
RECEITA DE SERVIÇOS 
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 
OUTRAS RECEITAS CORRENTES 
OPERAÇÕES DE CRÉDITO 
ALIENAÇÃO DE BENS 
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS 
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL 
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL 
3. FINALIDADES DA TRIBUTAÇÃO – O exercício da soberania fiscal pelo Estado, por meio
da tributação, decorre da necessidade de cumprimento dos fins Estatais, determinados pela vontade
política da sociedade. A tributação não é, portanto, um fim em si mesmo, mas sim um meio à
consecução dos objetivos Estatais. Como salientado por Regina Helena Costa, “Como sabido, a
prestação de serviços públicos e a manutenção do patrimônio coletivo implicam elevados gastos,
daí por que o Estado, como regra, não pode prescindir de exigir de seus administrados prestações
de caráter compulsório qualificados como tributos18”. Não obstante, o Estado não tributa apenas
com finalidade de arrecadar recursos. A tributação pode servir a atender a outros fins que não a
necessidade de recursos. Pode ser até mesmo que o Estado tribute determinadas atividades com
intuito de desestimulá-las. Assim, identificam-se como finalidades da tributação:
3.1. FISCALIDADE: quando o fim da tributação é a obtenção de recursos para atendimento de
suas finalidades, tais como a prestação de serviços públicos (Judiciário, Policiamento, Saúde,
Educação, etc), a construção de obras públicas (hospitais, escolas, viadutos, etc), o fornecimento
de bens (merenda escolar, vacinas, etc) ou redistribuição de renda (Assistência Social, bolsa-
família, etc).
17 Observação: as receitas tributárias, na atual ordem constitucional de 1988, e de acordo com o STF, compreende
ainda os empréstimos compulsórios (CF/88, art. 148) e as contribuições especiais (CF/88, art, 149 e 149-A).
18 COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Triobutário. Página 3. São Paulo: Saraiva, 2009.
20 Email: fcsantos31@hotmail.com
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3.2. EXTRAFISCALIDADE: a extrafiscalidade indica uma diretriz, um a política para além da
arrecadação, no intuito de alterar a conduta dos agentes econômicos (empresas, consumidores,
etc). Isto não quer dizer que o Estado não arrecade, mas sim que o objetivo principal da tributação
não é a arrecadação. Em geral, a doutrina aponta como um dos ideais de um sistema tributário a
sua “neutralidade19”, ou seja, a sua não interferência na decisão dos agentes econômicos. A
extrafiscalidade importa, ao revés, a perda desta neutralidade a fim de influenciar decisivamente na
conduta dos agentes econômicos e assim o Estado cumpre indiretamente suas finalidades. Pode-se
citar como exemplo de tributação extrafiscal:
a) a tributação de importações por meio do imposto de importação - II. Neste caso, o objetivo
principal não é a arrecadação, mas desestimular ou até mesmo impedir a importação de
determinados produtos a fim de que os mesmos não exerçam concorrência com os produtos
nacionais. Desta forma, o Estado protege a indústria nacional e o emprego nestas indústrias.
Camex mira na China para proteger indústria nacional
Na mira do governo brasileiro, a China foi o principal alvo das medidas anunciadas nesta terça-feira
pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) para proteger a indústria nacional contra a explosão de
importações registradas nos últimos meses. Dos sete produtos que pagarão Imposto de Importação (II)
mais alto a partir de agora, cinco têm origem no mercado chinês, entre eles porcelanatos (que passam a
pagar 35% de imposto no lugar de 12%) e bicicletas (que recolherão 35% e não mais 20% do tributo).
Também está subindo de 18% para 35% o II sobre aparelhos residenciais de ar-condicionado split,
atendendo a uma demanda da Zona Franca de Manaus, principal produtora desse item no país. Segundo
o setor, a indústria nacional vinha sofrendo diretamente com as importações de aparelhos chineses
beneficiados pelo câmbio
Fonte: O Globo: de 06/09/2011.
hhttp://oglobo.globo.com/economia/camex-mira-na-china-para-proteger-industria-nacional-2702276
b) a tributação massiva de cigarros e bebidas alcoólicas pelo Imposto sobre Produtos
Industrializados – IPI. Visa-se impedir ou desestimular o consumo destes produtos com objetivos
de Saúde Pública. No caso do cigarro, a alíquota já representou 330% do valor do cigarro,
representando um alto valor de tributação. Note-se que aqui o Estado pode até mesmo não ter
19 “La neutralidad de la tributación, significa propiciar una mayor eficiencia económica al atenuar los efectos de los
tributos em la asignación de recursos. Se trata de restar peso a las consideraciones de naturaleza tributaria en las
decisiones de los agentes económicos, pasando a regir con menores interferencias los mecanismos de mercado en la
formulación de esas decisiones, lo que evitaría que se generen distorsiones. Sin duda, la neutralidad de los sistemas
tributarios en beneficio de una más eficiente asignación de recursos, es el tema de naturaleza extra-fiscal que tuvomás peso en la orientación de las reformas tributarias realizadas en el marco de los programas de ajuste estructural
de fines de los 80 y principios de los 90”. PITA, Claudino. Notas sobre Desafíos y Tendencias Mundiales en
Administración Tributaria. Revista de Administración Tributária CIAT/AEAT/IEF nº 26, 2007.
21 Email: fcsantos31@hotmail.com
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interesse na arrecadação, como no caso do cigarro, pois o custo com o gasto no tratamento de
pessoas tabagistas é muito maior que os benefícios que a tributação traria.
Governo gasta R$ 37 milhões por ano com mortes causadas pelo tabagismo passivo 
Doenças provocadas pelo fumo passivo custam ao governo federal cerca de R$ 37 milhões por ano,
segundo estudo publicado nesta quinta-feira pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer), no Rio de
Janeiro.
O gasto do SUS (Sistema Único de Saúde) com o tratamento das cerca de 2.600 pessoas que morrem
todo ano no Brasil em conseqüência de doenças provocadas pelo tabagismo passivo é de pelo menos
R$ 19,15 milhões. E o impacto disso no pagamento de pensões ou benefícios pelo INSS (Instituto
Nacional de Previdência Social) é de R$ 18 milhões anuais.
Fonte: Uol, Ciência e Saúde: de 30/10/2008 .
http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/2008/10/30/governo-gasta-r-37-milhoes-por-ano-
com-mortes-causadas-pelo-tabagismo-passivo.jhtm
c) a redução de tributos também pode representar finalidade extrafiscal, quando o Estado, por
exemplo, reduz o IPI a fim de estimular o consumo. Neste caso, o objetivo, por óbvio, não é
arrecadar (tanto que está reduzindo o tributo), mas sim estimular a economia, garantindo a
empregabilidade, o crescimento econômico, etc.
Redução de IPI na linha branca gera empregos na indústria 
A indústria de geladeiras, fogões e lavadoras volta a contratar trabalhadores e negocia redução de férias
coletivas de fim de ano. A reação das empresas, que chegaram a cogitar demissões em outubro, ocorre
uma semana após o governo ter cortado o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre esses
eletrodomésticos. É uma injeção de ânimo para a indústria e o comércio, com impacto nas vendas do
Natal, mas principalmente no primeiro trimestre de 2012.
Fonte: R7 Notícias: de 11/12/2011.
http://noticias.r7.com/economia/noticias/fabricantes-voltam-a-contratar-com-reducao-de-imposto-na-
linha-branca-20111211.html?question=0
3.3. PARAFISCALIDADE – chama-se de parafiscalidade a tributação efetuada para atender os
objetivos de entidades “paraestatais”. Tratam-se de entidades não governamentais, mas cujos
objetivos sociais atendem a finalidades públicas e, por isso, o Estado defere o produto de
arrecadação de determinados tributos a estas entidades. Entretanto, no Brasil costuma-se chamar
de parafiscalidade qualquer tributação que não seja feita pelo Estado ou em favor do Estado, como
é o caso de tributos arrecadados por autarquias. Era o que ocorria em relação ao Instituto Social de
Seguridade Social – INSS, quando arrecadava as contribuições previdenciárias. Conforme lição de
22 Email: fcsantos31@hotmail.com
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Bernardo Ribeiro do Moraes:
“O Estado, na mais moderna organização, como resultado de um conjunto de novos fins e de
novas necessidades públicas, é obrigado a manter dois sistemas de finanças públicas típicas, o fiscal
(com seu fim político) e o parafiscal (com seu fim econômico e social). Podemos, pois, concluir, com
Sylvio Santos Faria o seguinte: 'A parafiscalidade é uma modalidade nova de finanças públicas,
embora com antecedentes históricos, própria do Estado intervencionista, visando instituir e utilizar
receitas de aplicação específica, fora do orçamento estatal, à conta de órgãos com finalidades
econômicas, de organização profissional, de assistência e previdência sociais, arrecadadas
diretamente pelas entidades aplicadoras ou por meios indiretos, inclusive pelas próprias repartições
fiscais do Estado20'”.
3.3.1. CARACTERÍSTICAS DA PARAFISCALIDADE – Baleeiro aponta como características
da parafiscalidade21, in verbis:
a) delegação do poder fiscal do Estado a um órgão oficial ou semi-oficial autônomo.
b) destinação especial ou “afetação” dessas receitas aos fins específicos cometidos ao órgão oficial
ou semi-oficial investido na delegação
c) exclusão dessas receitas delegadas no orçamento geral (seriam então “paraorçametnárias,
parabudgetaires, segundo Laferrière);
d) submetem-se à Fiscalização do Tribunal de Contas ou órgão de controle da execução
orçamentária.
MS 28465 / DF - DISTRITO FEDERAL Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO
Julgamento: 18/03/2014 Órgão Julgador: Primeira Turma
MANDADO DE SEGURANÇA – TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – CONTROLE – ENTIDADES
SINDICAIS – AUTONOMIA – AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. A atividade de controle do Tribunal de Contas
da União sobre a atuação das entidades sindicais não representa violação à respectiva autonomia assegurada na
Lei Maior. MANDADO DE SEGURANÇA – TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – FISCALIZAÇÃO –
RESPONSÁVEIS – CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS – NATUREZA TRIBUTÁRIA – RECEITA PÚBLICA.
As contribuições sindicais compulsórias possuem natureza tributária, constituindo receita pública, estando os
responsáveis sujeitos à competência fiscalizatória do Tribunal de Contas da União.
3.3.2. EXEMPLOS DE PARAFISCALIDADE – pode-se citar como exemplos de tributação
parafiscal no Brasil:
a) as contribuições em favor dos Conselhos de Classe, tais como os Conselhos de Contabilidade,
Conselhos de Medicina, etc.
20 MORAES, Bernardo Ribeiro. Compêndio de Direito Tributário. 5ª edição, p. 623, vol. I. Rio de Janeiro: Forense,
1996.
21 BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à Ciência das Finanças. 16ª edição, p.289. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
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b) A contribuição Sindical Anual, em favor dos sindicatos patronais e de trabalhadores
c) As contribuições ao chamado “Sistema S” em favor de entidades como o SESI, SESC
(Contribuição ao Serviço Social do Comércio), SENAI (Contribuição ao Serviço Nacional de
Aprendizado Industrial), SESI (Contribuição ao Serviço Social da Indústria); SEBRAE
(Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa), SESCOOP (Contribuição ao
Serviço Social do Cooperativismo), SEST (Contribuição ao Serviço Social dos Transportes)
4. FUNÇÕES DA TRIBUTAÇÃO: as finalidades da tributação são cumpridas por meio de
funções. Note-se: a finalidade é um objetivo a ser alcançado e a função é o exercício de uma
atividade para alcançar o objetivo. São elas, as funções:
4.1. FINANCEIRAS: Tributo como ferramenta econômico-financeira
a) Alocativa: Obtenção de recursos para prover a prestação de serviços públicos. Ex: saúde,
transporte, educação.
b) Distributiva: Arrecadação de recursos junto aos setores econômicos com maior capacidade
contributiva para redistribuir aos menos favorecidos.
c) Estabilizadora: Estado intervém nas leis econômicas (oferta x procura) no intuito de estabilizar o
mercado.
4.2. NORMATIVA: Tributo com efeito de norma
a) Estado utiliza tributação para impingir determinada conduta: Ex. Alta alíquota do IPI de 330%
sobre o cigarro para evitar consumo.
4.3. ADMINISTRATIVA: Tributo como ferramenta de fiscalização:
a) Estado utiliza tributo como instrumento de fiscalização. Ex. dados da CPMF utilizados para
descobrir a renda dos contribuintes.
4.4. O TRIBUTO PODE EXERCER MAIS DE UMA FUNÇÃO? Sim, por exemplo a CPMF: 
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a)Alocativa: serviços de saúde
b)Distributiva: fundo de pobreza
c)Fiscalizadora: IR
5. RESUMO
RECEITA PÚBLICA É toda entrada ou ingresso de recursos que se incorporam ao patrimônio público sem
compromisso de devolução posterior
CLASSIFICAÇÃO
ALEMÃ
 Receitas
ORIGINÁRIAS
Jus gestionis
Gratuitas
doações incondicionais
bens vacantes, prescrição aquisitiva
Onerosas
doações condicionais ou com encargos
preços quase-privados
preço público
preços políticos
DERIVADAS
Jus Imperii
Reparações de Guerra
Multas e penalidades
Tributos
Impostos 
Taxas 
Contribuições de Melhoria
Empréstimos Compulsórios
Contribuições Especiais
FINALIDADE
DA
TRIBUTAÇÃO
FISCAL Visa Arrecadação
EXTRAFISCAL Visa à finalidade distinta de arrecadação (intervenção econômica, tributação
inibitória ou punitiva, proteção ambiental, etc)
PARAFISCAL Destinada a entidades paraestatais 
delegação do poder fiscal do Estado a um
órgão oficial ou semi-oficial autônomo.
afetação aos fins específicos da entidade 
exclusão do orçamento público 
submetem-se à Fiscalização do TCU
FUNÇÕES 
DA 
TRIBUTAÇÃO
Alocativa Obtenção de recursos para prover a prestação de serviços públicos
Distributiva Arrecadação para redistribuição de riqueza
Estabilizadora Estado intervém nas leis econômicas para estabilização da economia
Normativa Tributo utilizado com efeito de norma
Administrativa Tributo como ferramenta de fiscalização
6. EXERCÍCIOS
6.1. Leia a reportagem abaixo e responda: Qual a função e a finalidade da tributação no caso? Explique a função e a
finalidade:
25 Email: fcsantos31@hotmail.com
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Governo muda IR e corta IOF para aumentar consumo
Mantega anuncia criação de duas novas alíquotas para o Imposto de Renda e corte para 1,5% no IOF - quinta-feira, 11
de dezembro de 2008
Fabio Graner, Adriana Fernandes e Renata Veríssimo, da Agência Estado.
BRASÍLIA-O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou em coletiva nesta quinta-feira, 11, as novas medidas do
governo para reduzir o peso dos impostos sobre a pessoa física e incentivar o consumo: uma redução no Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) e a criação de duas novas alíquotas de Imposto de Renda. 
A partir desta sexta, o IOF para pessoas físicas passa de 3% ao ano para 1,5% ao ano. Em cima desta alíquota ainda
continuará incidindo mais 0,38% que foi instituído no início do ano para cobrir parte das perdas na arrecadação com o
fim da CPMF. "Em janeiro aumentamos esta taxa do IOF porque estava havendo o aumento do crédito, e nós
queríamos reduzir a expansão do crédito. Agora, estamos revendo esta medida", afirmou o ministro em entrevista
coletiva. A medida não tem data de validade e representará uma renuncia fiscal de R$ 2,5 bilhões por ano. Além disso,
segundo Mantega, terá um impacto de 4 pontos porcentuais no spread cobrado pelos bancos.
O ministro afirmou que espera que haja um barateamento nos juros bancários. De acordo com ele, no primeiro
momento da crise, o medo das instituições financeiras elevou as taxas de juros praticadas, mas agora, quando estamos
caminhando para a normalidade, deve haver uma redução não só do IOF, mas das taxas de juros para reativar a
economia. Ele ressaltou que nos bancos públicos a redução será imediata. 
R:_____________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
6.2. Qual a diferença entre tributação fiscal, extrafiscal e parafiscal?
R:_____________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
6.2. Qual a diferença entre receita derivada e receita originária?
R:_____________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
6.3. De que forma a tributação pode auxiliar na função estatal distributiva?
R:_____________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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AULA 3 - 
DIREITO TRIBUTÁRIO
Plano de Aula
1. DIREITO TRIBUTÁRIO p. 28
1.1. FONTE x DOUTRINA p. 28
2. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (STN) p. 30
3. STN NA CF/88 p. 30
3.1. CARACTERÍSTICAS DO STN NA CF/88 p. 31
3.2. FUNÇÕES DA CONSTITUIÇÃO p. 33
3.2.1. CRIAÇÃO DE TRIBUTOS PELA CF p. 38
4. O CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – CTN (Lei 5.172/1966) p. 38
4.1. LEI ORDINÁRIA COM FORÇA DE LEI COMPLEMENTAR p. 39
4.1.1. MODIFICAÇÃO SOMENTE POR LEI COMPLEMENTAR p. 40
4.2. FUNÇÕES DO CTN p. 41
4.2.1. NORMAS GERAIS p. 43
4.2.2. CRIAÇÃO DE TRIBUTOS PELO CTN p. 44 
5. O PAPEL DAS NORMAS DOS ENTES FEDERADOS p. 44
5.1. INSTITUIÇÃO (CRIAÇÃO) DOS TRIBUTOS p. 45 
5.2. REGULAMENTAÇÃO DOS DEMAIS ASPECTOS DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA p. 46
6. RESUMO p. 47
7. EXERCÍCIOS p. 48
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1. DIREITO TRIBUTÁRIO – A expressão “Direito Tributário tem sido utilizada
para designar tanto o conjunto de normas que regular as relações entre o Fisco e o
Contribuinte, como também o ramo da Ciência Jurídica que estuda estas normas e a
experiência formada em torno delas. Temos assim:
a) Direito Tributário como norma: representa as leis, os decretos, as instruções
normativas, os tratados que disciplinam a relação jurídica entre a Fazenda Pública e
o contribuinte ou responsável tributário. Ou simplesmente “direito tributário é a
disciplina jurídica dos tributos22”.
b) Direito Tributário como ciência: é o ramo do direito público que tem como objeto
de estudo as normas tributárias e a experiência vivenciada em torno destas normas.
O direito tributário é apenas um setor do direito financeiro que, atingindo
relativo grau de complexidade, passou a ser legislado em diplomas normativos
específicos e a ser objeto de estudos sistemáticos, que abstraem os demais
componentes do conjunto normativo regulador da atividade financeira do Estado, e
se preocupam com o subconjunto ou capítulo referente à categoria específica dos
tributos (elastecido este conceito para abarcar também as contribuições
parafiscais)23.
1.1. FONTE x DOUTRINA – Como notado, não há de se confundir o Direito
Tributário como conjunto de normas com a Ciência Jurídica que estuda este conjunto
de normas, vale dizer: as normas tributárias são fontes do Direito que regulam a
conduta humana e se revelam por proposições prescritivas, ao passo que a Ciência
do Direitotem por objeto o estudo das normas e da conduta normada e se revela por
juízos dogmáticos expressos pela Doutrina Jurídica. Ao proceder o confronto entre
22 AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 10ª edição, p. 2. São Paulo: Saraiva, 2004.
23 AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 10ª edição, p. 9. São Paulo: Saraiva, 2004.
28 Email: fcsantos31@hotmail.com
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norma e ciência, Paulo de Barros Carvalho24 aponta as características de cada delas e
ressalta as diferenças de discurso de cada uma:
Por isso, não é demais enfatizar que o direito positivo é o complexo de normas
jurídicas válidas num dado país. À Ciência do Direito cabe descrever esse enredo
normativo, ordenando-o, declarando sua hierarquia, exibindo suas formas lógicas
que governam o entrelaçamento das várias unidades do sistema e oferecendo seus
conteúdos de significação.
Paulo de Barros,
Sobre a linguagem do Direito Positivo – p.
2
Paulo de Barros,
Sobre a linguagem da Ciência Jurídica – p. 3 
O direito positivo está vertido numa
linguagem, que é seu modo de expressão.
E essa camada de linguagem, como
construção do homem, se volta para a
disciplina do comportamento humano, no
quadro de suas relações de
intersubjetividade. As regras do direito
existem para organizar a conduta das
pessoas, umas com relação às outras. Daí
dizer-se que ao Direito não interessam os
problemas intrasubjetivos, isto é, da
pessoa para com ela mesma, a não ser na
medida em que esse elemento interior e
subjetivo corresponda a um
comportamento exterior e objetivo.
O objeto da Ciência do Direito há de ser
precisamente o estudo desse feixe de
proposições, vale dizer, o contexto normativo
que tem por escopo ordenar o procedimento
dos seres humanos, na vida comunitária. O
cientista do Direito vai debruçar-se sobre o
universo das normas jurídicas, observando-as,
investigando-as, interpretando-as e
descrevendo-as segundo determinada
metodologia. Como ciência que é, o produto de
seu trabalho terá caráter descritivo, utilizando
uma linguagem apta a transmitir
conhecimentos, comunicar informações, dando
conta de como são as normas, de que modo se
regulam a conduta intersubjetiva. Mas, ao
transmitir conhecimentos sobre a realidade
jurídica, o cientista emprega a linguagem e
compõe uma camada linguística que é, em
suma, o discurso da Ciência do Direito.
Após, Paulo de Barros assenta as diferenças – p. 3
Tal discurso, eminentemente descritivo, fala de seu objeto – o direito positivo – que, por sua
vez, também se apresenta como um estrato de linguagem, porém de cunho prescritivo. Reside
exatamente aqui um diferença substancial: o direito posto é uma linguagem prescritiva
(prescreve comportamentos), enquanto a Ciência do Direito é um discurso descritivo
(descreve normas jurídicas).
24 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 21 edição, p. 2 e 3. São Paulo: Saraiva, 2009.
29 Email: fcsantos31@hotmail.com
CF/88
CTN- Lei 5.172/1966
Leis Tributárias
Da União
Leis Tributárias 
Dos Estados
Leis Tributárias 
Dos Municípios
Direito Tributário – Prof. Fabrizio 
2. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL – No plano normativo do Direito
Tributário, cabe indagar do modo pelo qual os tributos de um Estado estão
organizados, ou seja, perquirir da racionalidade subjacente à disposição normativa
sobre tributos. Quando falamos em sistema estamos nos referindo a uma particular
forma de organização de acordo como critérios lógicos, ou, conforme a Enciclopédia
Luso-Brasileira de Cultura “Sistema é todo conjunto de unidades, concretas ou
abstratas, reais ou imaginárias, que se encontram organizadas e que se ordenam
para realização de certa ou de certas finalidades”. Ao qualificar um sistema com os
adjetivos “tributário”, estamos nos referindo à sistematização jurídica dos tributos
existentes em um Estado. Pode-se dizer que sistema tributário é a disciplina jurídica
do conjunto de tributos existentes em um país e adicionando-se o qualificativo
“nacional”, sob nosso ponto de vista, estamos a nos referir ao específico modo de
sistematização tributária no Brasil. Neste particular, nosso sistema tributário é
disciplinado por três estratos normativos distintos, e compreende a Constituição
Federal, o Código Tributário Nacional, e a legislação de cada uma das esferas
autônomas de governo – União, Estados e Municípios. Esquematicamente, temos:
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3. STN NA CF/88 – A Constituição Federal é o pórtico de nosso Sistema Tributário,
onde estão previstas as normas estruturais do Direito Tributário Brasileiro. Ao
comentar sobre as injunções que cercaram a criação desses sistema na Constituição
Federal de 1988, Bernardo Ribeiro de Moraes historia “Nos trabalhos iniciais da
Constituinte havia, desde logo, um consenso generalizado sobre certas direções a
serem seguidas pelo novo sistema tributário. Como pontos principais do anteprojeto
de Constituição e dos substitutivos apresentados estavam os seguintes:
descentralização e fortalecimento da autonomia dos Estados e dos Municípios;
atenuação dos desequilíbrios regionais do país; maior justiça fiscal e proteção ao
contribuinte, simplificação da tributação e sua adequação às necessidades de
modernização do sistema produtivo; garantia de um mínimo de uniformidade
nacional ao sistema tributário, nos seus princípios básicos, mediante a preservação
da figura da lei complementar em matéria tributária; crescente progressividade do
imposto sobre a renda; crescente seletividade no imposto sobre produtos
industrializados; e criação de impostos novos”. Deste modo, a CF/88 previu sob seu
Título VI – Da Tributação e do Orçamento, o Capítulo I – Do Sistema Tributário
Nacional, que está subdividido em seis seções e compreende os artigos 145 ao 162,
dispostos nesta forma:
TÍTULO VI - Da Tributação e do Orçamento
CAPÍTULO I - DO SISTEMA TRIBUTARIO NACIONAL
Seção I - DOS PRINCIPIOS GERAIS (art. 145 ao art. 149-A)
Seção II - DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR (art. 150 ao art. 152)
Seção III - DOS IMPOSTOS DA UNIÃO (art. 153 e 154)
Seção IV - DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL (art. 155)
Seção V - DOS IMPOSTOS DOS MUNICIPIOS (art. 156)
Seção VI - DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTARIAS (art. 157 ao art. 162).
3.1. CARACTERÍSTICAS DO STN NA CF/88 – podem-se destacar como pontos
característicos do Sistema Tributário Nacional exposto na Constituição de 1988:
31 Email: fcsantos31@hotmail.com
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a) rígida partilha de competências tributárias entre os entes federados – não há
concorrência de competências. A CF/88 partilhou as fontes de receitas tributárias
entre os entes federados (União, Estados e Municípios) de modo que cada qual
atuará dentro do âmbito de competência que lhe foi outorgado pela CF/88.
b) discriminação dos impostos por tipos tributários – os impostos estão
discriminados segundo fórmula de figuras típicas como II, IE, IR, IPI, IOF, ITR,
IGF, para a União; IPVA, ICMS, ITCMD para os Estados; e ITBI, IPTU, ISS para
municípios. Esta divisão contrasta, a exemplo, com o sistema constitucional da CF
de 1946, que discriminava os impostos de acordo com a classificação econômica:
impostos sobre o comércio exterior (II, IE); impostossobre a produção e circulação
(ICM, IPI, ISS, IOF); impostos sobre o patrimônio e a renda (IR, ITR, IPTU, etc); e
impostos especiais (Imposto sobre Operações Relativas a Combustíveis,
Lubrificantes, Energia Elétrica e Minerais); taxas e contribuições de melhoria
repartidas de acordo com a competência para execução do serviço público ou da
obra pública;
c) possibilidade de pluritributação econômica. Em razão da adoção do sistema de
partilha por tipos tributários, e não mais pela classificação econômica, o STN da
CF/88 é mais propenso à pluritributação econômica, ou seja, um mesmo fato
econômico pode ser tributado por entes distintos, embora juridicamente se
caracterizem como fatos distintos. Exemplo: Imposto de Importação - II (União);
Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI (União) e Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços – ICMS (Estados) são tributos que podem gravar a
importação de um bem importado. Há também pluritributação jurídica nos casos de
bis in idem e bitributação admitidos na CF/88.
d) centralização de competências tributárias na esfera Federal – maior quantidade de
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impostos reservados à União (7 contra 3 estaduais e 3 municipais), além da
competência residual exclusiva da União (criação de outros impostos) e tributos de
competência exclusiva da União (CIDEs, empréstimos compulsórios e contribuições
especiais)
3.2. FUNÇÕES DA CONSTITUIÇÃO – dentre os papéis que estão reservados à
CF/88, destacam-se:
a) a distribuição de competências tributárias entre os entes federados –
Considerando que o Estado brasileiro constitui-se em um federação, a CF/88
distribui o poder fiscal entre os entes da federação, garantindo-se-lhes autonomia
financeira:
Art. 153. Compete à União
instituir impostos sobre:
Art. 155. Compete aos Estados e ao
Distrito Federal instituir impostos
sobre:
Art. 156. Compete aos Municípios
instituir impostos sobre:
I - importação de produtos
estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de
produtos nacionais ou
nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer
natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e
seguro, ou relativas a títulos ou
valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos
de lei complementar.
I - transmissão causa mortis e
doação, de quaisquer bens ou
direitos; 
II - operações relativas à circulação
de mercadorias e sobre prestações
de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as
operações e as prestações se
iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos
automotores
I - propriedade predial e territorial
urbana;
II - transmissão "inter vivos", a
qualquer título, por ato oneroso, de
bens imóveis, por natureza ou acessão
física, e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos a sua
aquisição;
III - serviços de qualquer natureza,
não compreendidos no art. 155, II,
definidos em lei complementar.
b) Estabelece limites ao exercício dessa competência – são as chamadas limitações
constitucionais ao poder de tributar, que limitam ou condicionam o exercício da
soberania fiscal pelo Estado e outorgam garantias aos contribuintes. Representam
33 Email: fcsantos31@hotmail.com
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essas limitações os princípios e as imunidades. Tais disposições estão previstas, em
especial, no art. 150 da CF/88:
PRINCÍPIOS – art. 150, I a V IMUNIDADES – art. 150, VI
• PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA
• PRINCIPIO DA ISONOMIA
• PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
• PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
• PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO
• PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE
GEOGRÁFICA
• IMUNIDADES RECÍPROCAS
• IMUNDADE RELIGIOSA
• IMUNIDADE PARTIDÁRIA, SINDICAL,
EDUCACIONAL E ASSITENCIAL
• IMUNIDADE CULTURAL
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o
disposto na alínea b;
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
c) Estabelece processo legislativo adequado para o trato de determinadas
matérias – algumas matérias tributárias só podem ser disciplinadas por espécies
legislativas específicas, sob pena de inconstitucionalidade.
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Matérias Reservadas à Lei Complementar Matérias Reservadas à Lei Específica
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria
tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de
tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação
tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em
relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a
dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e
decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo
praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para
as microempresas e para as empresas de pequeno porte,
inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a
que se refere o art. 239
Art. 150 (…)
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só
poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as
matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo
ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, §
2.º, XII, g
d) Estabelece a partilha das receitas tributárias – a repartição das receitas tributárias representa
um redesenho da atribuição da competência tributária, partilhando-se o produto da arrecadação

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