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aula 12 15 ( Didier NCPC )

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Segundo previsão do CPC de 1973:
Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito;
III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir;
IV - ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito.
Já conforme o art. 113 do CPC 2015:
Art. 113.  Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
Principais alterações 
a) Nota-se a redução de um inciso no texto do novo CPC. Isso porque os incisos II e III do art. 46 do CPC de 1973 tratam do mesmo assunto – conexão – sendo, portanto, desnecessário dois incisos distintos. 
b) Desmembramento do litisconsórcio multitudinário: segundo o CPC 2015, a limitação do litisconsórcio multitudinário é possível em qualquer fase processual (no processo de conhecimento, na liquidação ou na execução). Veja:
Art. 113, § 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
c) O CPC 2015 inaugurou um novo sistema de recorribilidade das decisões interlocutórias, pregando que nem todas são recorríveis imediatamente. Neste sentido, vale salientar que apenas a decisão que rejeita o pedido de desmembramento do litisconsórcio multitudinário é agravável; a que acolhe o pedido de desmembramento, não é imediatamente agravável (até porque não haverá prejuízo). 
d) Conceito de litisconsórcio unitário: Art. 116.  O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
Este art. consagrou o conceito de Barbosa Moreira. Veja que ele não é um art. normativo, mas sim doutrinário, que facilita a operação do código. 
e) Litisconsórcio necessário
As principais mudanças neste assunto são as seguintes:
i. Hipóteses de litisconsórcio necessário
Diz o art. 114:
Art. 114.  O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
Didier salienta que a redação deste art., em sua segunda parte, é confusa. Veja que o litisconsórcio será necessário:
por força de lei;
quando a eficácia da sentença depender da citação de todos.
Ora, a “necessidade de citação de todos” é, na verdade, a conceituação do litisconsórcio necessário (a citação de todos é necessária porque o litisconsórcio é necessário), mas não uma das suas hipóteses. Logo, a redação do art. é “circular”, e não esclarece qual seria essa segunda hipótese. 
A única interpretação possível para esta segunda hipótese é, utilizando-se do método sistemático, entendê-la conjuntamente com o descrito no art. 116, que trata do litisconsórcio unitário. Neste dispositivo vê-se que o legislador deu ênfase à natureza da relação jurídica, tal qual a segunda hipótese do art. 114. Assim, conclui Didier que o litisconsórcio será necessário ou por força de lei ou quando for unitário. 
Este é exatamente o mesmo entendimento que já era extraído do CPC de 1973. 
ii. Conseqüências da falta de citação do litisconsorte necessário
Art. 115.  A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo;
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Este art. consagra entendimento amplamente divulgado pela doutrina, de que o litisconsórcio necessário não é obrigatoriamente unitário. Pode haver litisconsórcio necessário simples. O art. 115, então, faz diferenciação entre estas duas hipóteses (litisconsórcio necessário unitário e litisconsórcio necessário simples).
Análise dos incisos:
inc. I) a sentença será nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo: importante observar que é a sentença proferida contra litisconsorte necessário não citado que será nula, não o processo. Assim, como a sentença deve ser igual para todos, ela será nula – tanto para os citados como para os não citados. 
inc. II) ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados: neste caso, como o litisconsórcio é necessário simples, a sentença vale para quem foi citado e ineficaz para quem não foi citado. 
iii. Litisconsórcio necessário só passivo 
Segundo o p.ú. do art. 115: Parágrafo único.  Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.
Com esse art., o CPC deixa claro que só existe litisconsórcio necessário passivo; litisconsórcio ativo não pode ser necessário. 
iv. Litisconsórcio necessário por força de convenção processual
Didier defende a possibilidade de existência de uma terceira hipótese de litisconsórcio necessário, ao lado das duas clássicas. Assim:
litisconsórcio necessário por força de lei;
litisconsórcio necessário por unitariedade;
litisconsórcio necessário por força de negócio (convenção).
Essa convença serviria apenas para ampliar o litisconsórcio necessário, não para excluí-lo. Exemplo: num termo de ajustamento de conduta, poderia convencionar-se que, qualquer ação em que se discuta o termo, terá de ter no polo passivo todos os demais, ressalvado aquele que propôs a ação. Note que não haverá necessariamente unitariedade e nem força de lei obrigando isso. 
v. Tratamento dos litisconsortes necessários e simples
Art. 117.  Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
A segunda parte do art. 117 é novidade, aperfeiçoando o texto do CPC de 1973. O dispositivo pode ser analisado da seguinte forma:
litisconsortes simples: são considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos;
litisconsortes unitários: são considerados como um só, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar. 
Oposição
- Houve alteração de sua natureza jurídica.
- A oposição deixa de ser espécie de intervenção de terceiro para se transformar em um procedimento especial. Isso porque a oposição é muito semelhante aos embargos de terceiro (que é procedimento especial) e, em análise mais profunda, percebe-se que o autor da oposição nunca fora tratado como terceiro.
- No novo CPC, a oposição passa a ser tratada como procedimento especial, ou seja, uma nova ação, cuja competência já está estabelecida pelo juízo da causa.
- Prazo de defesa no procedimento de oposição: é comum para os réus. 
Assistência
Principais alterações: 
a) Classificação dos tipos de assistência 
O CPC 1973 tratava da assistência em 05 artigos, sem diferenciar, contudo, para quais espécies de assistência eles se aplicavam (se para a assistência simples, se para a litisconsorcial). O novo CPC arrumou essa questão:
a Seção I (arts. 199 e 120) trata das Disposições comuns (ou seja, aplicam-se às duas espécies de assistência);
na Seção II (arts. 121 a 123), o CPC tratou da Assistência Simples (pela primeira vez essa expressão aparece na lei, vez que é construção doutrinária);
na Seção III(art. 124), o CPC trata da Assistência litisconsorcial. 
Ex. prático desta alteração: o art. 123� (que tem a mesma redação do art. 55 do CPC de 1973), por estar dentro da Seção II, aplicas-se somente à assistência simples. 
b) Atuação do assistente simples
O p.ú. do art. 52 do CPC de 1973 diz o seguinte: Parágrafo único. Sendo revel o assistido, o assistente será considerado seu gestor de negócios.
Já o p.ú. do art. 121 do CPC de 2015 apregoa: Parágrafo único.  Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual.
As mudanças são claras:
- Primeiro, se deixa claro que isso se aplica somente à assistência simples.
- Esclarece-se, também, que não se trata de gestão de negócios, mas sim de substituição processual (legitimação extraordinária). 
- Quanto às hipóteses de atuação, o novo CPC abre a possibilidade de o assistente atuar não só quando o assistido for revel, mas também quando, de qualquer outro modo, for omisso. Ex.: a omissão do assistido quanto ao não ajuizamento de recurso pode ser suprida pelo recurso do assistente simples. Assim, ainda que o assistido não recorra, o recurso do assistente deve prosperar (resolve, pois, discussão antiga da doutrina sobre a sorte do recurso do assistente). 
- Questão interessante surge quando se analisa o p.ú. do 121 conjuntamente com o art. 122: 
Art. 122.  A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos. 
A princípio, parece haver uma contradição entre estes dois dispositivos, pois, à medida que o p.ú do art. 121 dispõe que o assistente pode suprir as omissões do assistido, o art. 122 diz que aquele fica vinculado à vontade deste (já que não pode obstar que o assistido desista da ação, renuncie ou transija sobre o direito). 
Importante salientar, entretanto, que os comportamentos previstos no art. 122 são atos negociais (negócios jurídicos), e o p.ú. do art. 121 prevê hipóteses de ato-fato, ou seja, omissões “involuntárias”� do assistido (não há vontade). Se o assistido pratica um negócio processual, manifestando sua vontade em algum sentido, o assistente ficará vinculado. 
Ex.: se o assistido não recorre, o assistente poderá recorrer, e seu recurso deverá ser aceito (hipótese do p.ú. do art. 121). Contudo, se o assistido vem a juízo e diz que renúncia ao direito de recurso, o assistente não poderá recorrer (hipótese do art. 122). 
Falou-se acima sobre omissões negociais. Então, pergunta-se: há omissões negociais? 
Sim, são omissões que o Direito interpreta como negócios. Ex.: para o novo CPC, a não alegação (omissão, portanto) da existência de convenção de arbitragem significa uma renúncia à convenção. Neste caso, como o direito interpreta essa omissão como negócio, ficará o assistente simples vinculado.
Obs.: A regra, vale dizer, é que, para o direito, as omissões não sejam negociais. Quando for, a lei trará expressa previsão. 
c) Assistência negociada (hipótese extraordinária de assistência)
Levando em conta o autorregramento da vontade e a cláusula geral de negociação processual – ambas consagradas no novo CPC –, seria possível conceber uma hipótese de intervenção atípica, baseada num negócio entre as partes? Noutras palavras: é possível haver assistência fora das hipóteses do CPC, sem interesse jurídico por parte do assistente, simplesmente porque as partes assim o querem?
Didier entende que sim, até porque a permissão de uma intervenção de terceiro no processo, negociada por ambas as partes, não trará qualquer prejuízo. 
Nomeação à autoria
Alterações importantes:
a) Não há mais a figura da nomeação à autoria como intervenção de terceiro. Em seu lugar, fora inserido o incidente de substituição do réu:
Art. 338.  Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
Parágrafo único.  Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8o.
O novo CPC simplifica a figura da nomeação à autoria, permitindo que o autor, diante do que fora alegado na contestação, simplesmente troque o réu. 
b) Pode-se dizer que o instituto equivalente à nomeação à autoria do CPC de 1973 está previsto no art. 339 do novo CPC:
Art. 339.  Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
§ 1o O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.
§ 2o No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
Nota-se que o CPC estabelece ao réu um dever de indicar o legitimado, caso o conheça (dever de cooperação). A previsão é parecida com a nomeação à autoria do CPC de 1973, todavia é mais simples, pois permite a indicação do legitimado em qualquer tipo de procedimento. Caso o ilegitimado não indique o verdadeiro réu, mesmo sabendo, e isso venha ser descoberto mais tarde, caberá ação de responsabilidade civil contra ele.
- Didier entende que, a partir de agora, tornar-se-á um padrão a defesa dizer, ao contestar argumentando ilegitimidade, já explicitar não conhecer quem é o verdadeiro legitimado. 
- Importante observar que, segundo o §2º do art. 339, o autor poderá, além de requerer a troca do réu, pedir para ampliar o polo passivo, incluindo, como litisconsorte do réu originário, o sujeito indicado por este. 
Denunciação da lide
Esta é a intervenção de terceiros que mais sofreu alterações. A seguir, serão analisadas as principais mudanças:
a) Revogação expressa do art. 456 do CC
Um dos grandes problemas do CPC de 73, no que tange a esta intervenção, era harmonizar o seu texto com o do CC/02. Neste sentido, dizia o art. 456 do CC:
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.
É importante ter em mente que este dispositivo do CC foi formalmente revogado pelo CPC de 2015 (há um dispositivo no final do novo código que expressamente dispõe sobre os artigos revogados, e este foi um deles). Qual a conseqüência desta revogação:
Deixa-se claro que a denunciação da lide não é obrigatória para o exercício do direito de regresso; a denunciação é uma opção da parte. 
Acaba a discussão sobre a possibilidade de denunciação da lide per saltum (aquela na qual o denunciante denuncia outro sujeito na cadeia de regresso, e não o imediatamente anterior a ele). A denunciação per saltum não é admitida agora.
 
b) Possibilidade de apenas uma denunciação da lide sucessiva
O CPC 2015 limitou a denunciação sucessiva a apenas uma, ou seja, o processo terá, no máximo, duas denunciações da lide (a originária e uma sucessiva, apenas).
c) Denunciação da lide pelo réu deve ser feita na contestação, assim como a do autor deve ser feita na petição inicial
O CPC novo deixa claro que a denunciação da lide feita pelo réu deve ser feita obrigatoriamente na contestação.
d) Atuação do denunciante no processo 
Dispõe o CPC de 1973:
Art. 75. Feita a denunciação pelo réu:
II - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que Ihe foi atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até final;
Noutras palavras: sendo odenunciado revel, o denunciante obrigatoriamente deverá prosseguir na defesa, não podendo dela dispor. Ex.: denunciante não poderia abandonar o processo, caso quisesse, porque o inc. II do art. 75 o obrigava a continuar com a defesa. 
Didier entende que este dispositivo não faz o menor sentido. Isso porque a essência desta intervenção de terceiro é trazer uma nova demanda para a ação originária: além da demanda do autor contra o denunciante, haverá outra do denunciante contra o denunciado. O denunciante, neste sentido, poderia, por exemplo, desistir de litigar contra o autor da ação, aceitando o pedido feito, mas, por outro lado, litigar contra o denunciado, para fazer estabelecer seu direito de regresso. O CPC de 1973, contudo, negava esse direito ao denunciante, obrigando-o a continuar na defesa contra o autor da ação. 
O novo CPC esclarece esse ponto: 
Art. 128.  Feita a denunciação pelo réu:
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso.
De uma forma mais confusa, o p.ú. do revogado art. 456 do CC dispunha da mesma forma do CPC de 2015:
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos.
e) Possibilidade de condenação direta do denunciado
Sempre houve discussão doutrinária acerca da possibilidade de o autor da ação executar diretamente o denunciado. Ex.: “A” cobra “B”, e “B” denuncia da lide a “C”:
A B
 C 
A questão era: numa eventual condenação de denunciante e denunciado, por que deve “A” executar “B”, para depois “B” executar “C”, se é mais fácil “A” executar diretamente “C”? O CPC de 1973 não tratava desta possibilidade e, do ponto de vista do direito material, ela também não era viável, já que “C” não tem relação com “A”, nada lhe devendo. 
A despeito da inexistência de previsão legal, o STJ construiu entendimento de que havia a possibilidade de condenação direta do denunciado apenas na hipótese de ser este seguradora. Ou seja: cabia condenação direta apenas nos casos de denunciação da lide à seguradora. 
- O CPC de 2015 resolveu a questão:
Art. 128, Parágrafo único.  Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva.
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
Nova espécie de intervenção de terceiros. Embora prevista pelo direito material, a desconsideração da personalidade jurídica não era regulamentada. As premissas básicas desta nova intervenção são:
i. Didier salienta que a desconsideração da personalidade jurídica é uma sanção e, como tal, não pode ser aplicada sem contraditório. 
ii. O CPC 2015 não tratou das hipóteses nas quais seja possível a desconsideração, assunto que cabe ao direito material.
iii. O CPC 2015 expressamente admite a desconsideração inversa (busca de patrimônio na pessoa jurídica, em hipótese de litígio contra a pessoa física).
iv. O CPC 2015 classificou juridicamente este incidente como espécie de intervenção de terceiros porque, com a desconsideração, um terceiro passará a fazer parte do processo (a pessoa física). Isso traz um impacto significativo: nos Juizados Especiais, a intervenção de terceiros é expressamente vedada. Bem por isso, o CPC novo traz, em suas disposições finais, expressa previsão dizendo que a desconsideração da personalidade jurídica se aplica nos Juizados.
v. Em regra, a intervenção de terceiros provocada é permitida até a resposta do réu. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica, entretanto, é diferente: permite-se sua suscitação até mesmo em estágio recursal. Logo, é preciso perceber que este tipo de intervenção de terceiro tem um padrão dogmático bem diferente das outras espécies de intervenção.
vi. Não cabe desconsideração ex oficio; ela depende de requerimento da parte ou do MP, nos casos em que cabe sua intervenção.
- Todavia, importante salientar que o requerimento deve ser acompanhado de fundamentação, uma vez que o incidente é uma demanda (deve ter causa de pedir e pedido). Como, então, trata-se de uma demanda, a decisão que desconsidera a personalidade jurídica é uma decisão de mérito, apta, portanto, a coisa julgada.
vii. A desconsideração da personalidade jurídica não terá natureza jurídica de intervenção de terceiros quando for requerida já na petição inicial. Nesse caso, tem-se simples hipótese de cumulação de demandas, porque o processo já nasce contra aquelas pessoas. 
Logo, a desconsideração da personalidade jurídica pode ser:
Inicial;
Incidental (no processo de conhecimento ou de execução).
 
Intervenção do amicus curiae
Finalmente houve regulamentação da intervenção do amicus curiae. Observações:
i. Deixa-se claro que a intervenção de amicus curiae é intervenção de terceiro.
ii. Cabe sua intervenção em qualquer processo, desde que a causa tenha relevância que justifique sua participação.
iii. Pode se dar de ofício, mas pode ser também a requerimento da parte ou do próprio amicus curiae. 
iv. Qualquer sujeito que possa contribuir com a causa (que tenha representatividade), poderá ser amicus curiae (ex.: pessoa natural, pessoa jurídica, órgão ou ente despersonalizado). 
v. A intervenção do amicus curiae não modifica competência. Ex.: a intervenção, como amicus curiae, de um ente federal não muda a competência para a Justiça Federal (a alteração só acontece caso haja intervenção como assistente). 
vi. É o julgador quem define os poderes do amicus curiae. Há, contudo, dois poderes definidos pelo CPC e que não podem ser alterados:
Amicus curiae tem direito de opor embargos de declaração� (caso suas razões não sejam examinadas pelo juiz);
Amicus curiae tem direito de recorrer do julgamento em incidente de resolução de demandas repetitivas�. 
Amicus curiae precisa de advogado?
Didier entende que tal necessidade surgirá apenas caso ele queira fazer sustentação oral ou recorrer. Entretanto, em manifestação escrita, não seria necessário constituir advogado.
LITISCONSÓRCIO
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Denunciação da lide
� Art. 123.  Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
� Didier chama de “omissões não negociais”.
� O amicus curiae continua proibido de recorrer da decisão que não aceita sua intervenção; ele pode, tão somente, embargar de declaração.
� Este é um recurso sui generis, porque se discute a formação do precedente, e não o mérito em si.

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