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aula 17 18 ( Didier NCPC )

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DEVERES DAS PARTES
Dever geral de informar endereço do advogado e das partes
O art. 77 trata de um novo dever geral das partes (partes e advogados):
Art. 77.  Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
Dever de não inovar ilegalmente no estado de fato de bem ou de direito litigioso
O art. 77, inc. VI, diz que é dever das partes:
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
O CPC/73 tinha tal previsão nas disposições concernentes à cautelar típica de atentado, que desapareceu do novo CPC. Importa dizer que apenas a cautelar de atentado desapareceu, mas o atentado (vedação de inovação ilegal no processo) continua existindo, mas, agora, como um dever processual. 
- Punições do atentado�:
Multa;
Restabelecimento do estado anterior;
Proibição de falar nos autos até purgação do atentado.
Aplicação da multa para o caso de descumprimento de deveres processuais
Há todo um regramento novo para a aplicação da multa em caso de descumprimento de deveres processuais. Esse regramento está previsto nos §§ do art. 77 do novo CPC:
a) § 1o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça.
- A multa deverá ser fixada exclusivamente para os casos dos incisos IV e VI:
dever de cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;
dever de não cometer atentado
- O §1º prevê que, antes de aplicar a multa, cabe ao juiz o dever de comunicar as partes de que sua conduta poderá caracterizar ato atentatório à dignidade da justiça (decorrente direto do dever de cooperação).
b) § 2o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.
- O juiz, na aplicação da multa, deverá modular sua decisão de acordo com a gravidade da conduta. 
c) § 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2o será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97.
- A multa aplicada em ato atentatório à dignidade da justiça reverte ao Estado, não à parte.
- Fundo do art. 97: fundo da União, do Estado ou do DF, formado por multas processuais, para administração da justiça.
- Esta multa é cumulável com outras multas (multa diária e multa por litigância de má-fé, por exemplo). 
- Esta multa não pode ser aplicada aos advogados, defensores públicos ou membros do MP. 
- Também não poderá ser multado o representante da parte, quando o ato couber exclusivamente à parte (art. 77, § 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar). 
d) § 5o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2o poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
As multas do processo poderão ser fixadas em salário-mínimo, sempre que o valor da causa for irrisório ou inestimável.
e) § 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar. 
Este dispositivo abrange eventual aspecto criminal do descumprimento de ordens judiciais, eximindo o representante desta obrigação. 
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
03 mudanças consideráveis foram feitas neste tema (art. 81 do novo CPC):
a) Multa por litigância de má-fé
Antes prevista em 1% do valor da causa no CPC de 1973, ela passa a ser fixada entre 1% a 10% do valor da causa.
b) A multa de litigância de má-fé pode ser fixada em salários-mínimos quando o valor da causa for inestimável ou irrisório (até 10 salários-mínimos).
c) Os prejuízos advindos da litigância de má-fé, e que serão objeto de indenização para a parte que os sofreu, serão apurados em liquidação.
Trata-se de erro histórico cometido pelo CPC/73 que, agora, foi corrigido. O antigo CPC pregava que a indenização pelos prejuízos advindos da litigância de má-fé seria fixada em porcentagem sobre o valor da causa. Ora, indenização relaciona-se com prejuízo, e deve ser fixada na exata medida deles. Por isso, o novo CPC determina que os prejuízos deverão ser apurados e, acaso existentes, indenizados na sua exata medida. 
DESPESAS PROCESSUAIS
Caução às custas
O CPC antigo previa, entre as cautelares nominadas, a chamada “caução às custas”, aplicada como forma de garantir pagamento das custas do processo caso o autor da ação, que residisse fora do país, dela decaísse. 
O novo CPC deslocou esta caução do Título das cautelares e o alocou dentro do Capítulo que trata das despesas processuais. Nestes termos:
Art. 83.  O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento.
- Umas das novidades, além do deslocamento topográfico da caução às custas, está no §1, inciso I, do art. 83:
§ 1o Não se exigirá a caução de que trata o caput:
I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte;
Dever do juiz de disciplinar a divisão dos honorários e custas
Nos termos do novo CPC:
Art. 87.  Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem proporcionalmente pelas despesas e pelos honorários.
§ 1o A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma expressa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das verbas previstas no caput.
§ 2o Se a distribuição de que trata o § 1o não for feita, os vencidos responderão solidariamente pelas despesas e pelos honorários.
Este dispositivo cria, para o juiz, o dever de distribuir, na sentença, e de forma expressa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das verbas. Caso o juiz se omita, aplica-se a regra geral do §2º, ou seja, todos respondem solidariamente 
Estímulo legislativo para a autocomposição
O novo CPC previu um estímulo para as partes resolverem amigavelmente a lide, utilizando, para tanto, as custas do processo. Neste sentido, dispõem os §§3º e 4º do art. 90:
§ 3o Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam dispensadas do pagamento das custas processuais remanescentes, se houver.
§ 4o Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade.
Custas das perícias requeridas pelo Poder Público
a) Regra geral
Art. 91.  As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido.
Esta regra geral tem igual previsão no CPC de 1973. 
b) Novidades:
i. § 1o As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública� ou, havendo previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova.
Abre-se a possibilidade de o poder público ser obrigado a adiantar as custas da perícia, caso não haja entidade pública que a possa realizar. 
ii. § 2o Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para adiantamento dos honorários periciais,eles serão pagos no exercício seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adiantamento a ser feito pelo ente público.
Este dispositivo trata da hipótese na qual não haja previsão orçamentária. Neste caso, a perícia privada será paga no exercício seguinte ou, caso o processo termine e o poder público saia perdedor, ao final da ação. 
iii. Art. 95.  Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes. 
A parte destacada trata da novidade legislativa. No sistema do CPC de 1973, a perícia determinada de ofício era bancada pelo autor; agora, ela será rateada. 
- Art. 95, § 3o Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de beneficiário de gratuidade da justiça, ela poderá ser:
I - custeada com recursos alocados no orçamento do ente público e realizada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado;
II - paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela do tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho Nacional de Justiça.
Este dispositivo acaba com as dúvidas acerca da responsabilidade por custas de perícia, quando seu interessado for beneficiário da justiça gratuita. 
- § 4o Na hipótese do § 3o, o juiz, após o trânsito em julgado da decisão final, oficiará a Fazenda Pública para que promova, contra quem tiver sido condenado ao pagamento das despesas processuais, a execução dos valores gastos com a perícia particular ou com a utilização de servidor público ou da estrutura de órgão público, observando-se, caso o responsável pelo pagamento das despesas seja beneficiário de gratuidade da justiça, o disposto no art. 98, § 2o.
Este parágrafo trata de hipótese de ação regressiva do Estado contra aquele que saiu perdedor da demanda, na qual o poder público fora obrigado a bancar perícia. Ex.: “A” litiga com “B”, e, sendo beneficiário de gratuidade judicial, pleiteia que o Estado banque a perícia que lhe interessa. Caso saia perdedor, o Estado poderá cobrar dele os valores da perícia; se “B” sair perdedor, poderá ser compelido a pagá-la. 
E se o vencido for beneficiário da gratuidade de justiça, poderá ser compelido a pagar as custas? 
Pode. Contudo, as obrigações decorrentes da sucumbência ficam sob condição suspensiva de exigibilidade por 05 anos, aguardando que o devedor venha a ter condições de pagá-la. É o que diz o art. 98, §§2º e 3º:
§ 2o A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
§ 3o Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
Observação final
Nos termos do §5º do art. 95 do novo CPC:
§ 5o Para fins de aplicação do § 3o, é vedada a utilização de recursos do fundo de custeio da Defensoria Pública.
Isso significa que o Estado não poderá retirar recursos do fundo da Defensoria Pública para bancar as perícias dos beneficiários da Justiça Gratuita.
DEVERES DAS PARTES, LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ E DESPESAS PROCESSUAIS
� Art. 77, § 7o Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2o.
� Ex.: uma perícia grafotécnica pode ser realizada pelo Instituto Médico Legal, sem custas.

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