Buscar

Ação Cível RESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM PERDAS E DANOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO JUIZ SUPERVISOR DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA 
COMARCA DE FOZ DO IGUAÇU – PARANÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DORIVAL MENDES JUNIOR, brasileiro, casado, 
dentista, portador da Carteira de Identidade RG nº XXXXXX SSP/PR e inscrito no 
CPF/MF sob nº XXXXXXX, residente e domiciliado na Rua Sertãozinho, 2540, 
nesta Cidade e Comarca de Foz do Iguaçu – PR, por intermédio de seu 
procurador, ao final subscrito, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, conforme razões adiante expostas, ajuizar: 
 
 
RESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM 
PERDAS E DANOS 
 
 
Em face de TRT MADEIRAS – MADEIRAS BRUTAS E 
BENEFICIADAS, pessoa jurídica de direito privado, representada por ALEX 
TAVARES, com sede na Rua Emiliano Fonseca, 22, nesta Cidade e Comarca de 
Foz do Iguaçu/PR. 
 
 
I – DOS FATOS: 
 
 
1. Em data de 08 de outubro de 2009, o Autor 
formalizou junto à Ré, por intermédio de um pré-contrato celebrado por um escrito 
particular e um recibo (cópias anexas), a edificação de um pergolado em sua 
residência, mediante o pedido de entrega de 12 (doze) peças de madeira itaúba, 
15X15, no valor correspondente à importância de R$ 4.500,00 (quatro mil e 
quinhentos reais), ocasião em que a Ré comprometeu-se à realização do serviço 
no prazo de 30 (trinta) dias. 
 
2. No mesmo ato, foi efetuado o pagamento da 
quantia de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais), a título de sinal, por meio do 
cheque nº XXXX, do Banco Bradesco S/A, devidamente descontado em data de 
09 de novembro de 2009 (docs. anexos), sendo que o valor restante haveria de 
ser pago apenas após a efetivação do serviço. 
 
 
3. Ocorre, porém, que até o presente momento, não 
houve o cumprimento pela parte Ré do contratado, nada obstante o Autor tenha 
cumprido com o seu dever, qual seja, o de efetuar o pagamento inicial do negócio 
pactuado. 
 
4. Destaque-se, também, que o Autor procurou a 
resolução do incidente de forma amigável, buscando junto ao representante legal 
da Ré a devolução da importância paga, o qual chegou a se comprometer 
verbalmente a efetuar o depósito da quantia, porém, novamente, não cumpriu com 
o acordado. 
 
5. Ato contínuo, o Autor não mais conseguiu manter 
contato com a Ré, já que esta, por intermédio do seu representante legal, esquiva-
se de qualquer forma de composição. 
 
 
 
6. Assim, não resta outra alternativa ao Autor senão 
o ajuizamento do presente para desfazimento do negócio jurídico e ressarcimento 
do prejuízo sofrido. 
 
 
II – DO DIREITO: 
 
 
1. Inicialmente, há que destacar quanto à existência 
da evidente relação de consumo entre as partes, já que Autor e Réu relacionam-
se nas conceituações de consumidor e fornecedor, devidamente enunciadas nos 
artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor: 
 
“Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica 
que adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final. 
Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como 
os entes despersonalizados, que desenvolvem 
atividades de produção, montagem, criação, 
construção, transformação, importação, exportação, 
distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços.” 
 
2. Ademais, o direito do Autor encontra-se 
consubstanciado no artigo 48 da Lei nº 8.078/90: 
 
“Art. 48. As declarações de vontade constantes de 
escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às 
relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando 
 
 
inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e 
parágrafos.” 
 
3. Logo, o simples pedido de entrega do pergolado, 
juntamente com o recibo firmado pelo representante legal da Ré, são suficientes 
para configurar a relação contratual entre as partes, já que a Ré vinculou-se ao 
que foi pactuado com o Autor, posto ter se disposto à edificação de um pergolado 
na residência do mesmo. 
 
4. Desta forma, segundo a legislação consumerista, 
não é indispensável à existência de um contrato escrito para que se tenha a 
assunção da responsabilidade, isto porque o fornecedor responde por seus 
deveres desde a fase negocial até após a conclusão da negociação. 
 
5. No entanto, o que se verifica é a inexecução do 
contrato pela parte Ré, na medida em que, mesmo após o pagamento inicial do 
avençado, não houve o cumprimento do pactuado, ou seja, a edificação do 
pergolado na residência do Autor. 
 
6. Sendo assim, apenas o Autor cumpriu com os 
seus deveres contratuais, permanecendo a Ré absolutamente inerte em relação 
às suas obrigações. 
 
7. Neste contexto, há que se rescindir o contrato 
havido entre as partes, dado o inadimplemento da obrigação pela parte Ré. 
 
8. Contudo, uma vez rescindido o contrato, verifica-
se que o Autor efetuou o pagamento inicial da importância de R$ 1.500,00 (mil e 
quinhentos reais), cujo valor atualizado perfaz a quantia de R$ 1.580,81 (um mil, 
quinhentos e oitenta reais e oitenta e um centavos), conforme demonstrativo do 
 
 
cálculo em anexo, e que deve ser ressarcido ao mesmo, sob pena de se 
configurar o enriquecimento ilícito da Ré. 
 
9. Portanto, necessário o retorno do status quo 
ante, ou seja, a restauração do patrimônio do Autor ao estado em que se 
encontrava. 
 
 
III – DO DANO MORAL: 
 
 
1. A expressão dano moral tecnicamente qualifica o 
prejuízo extrapatrimonial, possuindo um sentido mais amplo e genérico, pois 
representa a lesão aos valores morais e bens não patrimoniais, reconhecidos pela 
sociedade, tutelados pelo Estado e protegidos pelo ordenamento jurídico. 
 
2. Segundo o que ensina Aguiar Dias: "O dano 
moral é o efeito não patrimonial da lesão de direito e não a própria lesão 
abstratamente considerada." 
 
3. Maria Cristina da Silva Carmignani (Revista do 
Advogado nº 49, editada pela Associação dos Advogados de São Paulo), ensina 
que: "(...) a concepção atual da doutrina orienta-se no sentido de que a 
responsabilidade de indenização do agente opera-se por força do simples fato das 
violação(danun in re ipsa). Verificado o evento danoso, surge a necessidade da 
reparação, não havendo que se cogitar de prova do dano moral, se presentes os 
pressupostos legais para que haja a responsabilidade civil (nexo de causalidade e 
culpa)". 
4. Já o artigo 5º, inciso V, da Constituição Federal 
garante a indenização por dano moral, senão vejamos: 
 
 
 
“Art. 5º. ... 
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao 
agravo, além da indenização por dano material, moral 
ou à imagem.” 
 
5. Aludido tema é ainda referendado pelo artigo 186 
do Código Civil que, ao conceituar ato ilícito, prevê que todo aquele que causar 
dano patrimonial ou moral a outrem fica obrigado a repará-lo: 
 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano 
a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito.” 
 
6. No mesmo sentido, o Código de Defesa do 
Consumidor, no seu artigo 6°, incisos VI e VII, prescreve como direitos básicos do 
consumidor, em matéria de dano e sua reparação: 
 
“VI – a efetiva prevenção e reparação de danos 
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. 
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, 
com vistas à prevenção ou reparação de danos 
patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, 
assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica 
aos necessitados". 
 
7. Sendo assim, todo o evento ocorrido envolvendo 
a espera pelo serviço contratadocom a Ré e as frustradas tentativas em resolver 
a desgastante situação, afetaram sobremaneira o Autor que se sentiu ludibriado, 
sempre à espera que o conflito logo se resolvesse com a efetiva realização do 
 
 
serviço, mesmo porque o que se pretendia era a utilização do pergolado já para o 
início do verão, o que não aconteceu. 
 
8. Ademais, há que se destacar sobre a evidente 
falta de lisura da Ré que, além de não prestar o serviço ao qual se comprometeu, 
apoderou-se do valor inicialmente pago pelo Autor. 
 
9. Então, é certo que a expectativa criada na 
edificação do pergolado contratado, aliada a não devolução do que foi pago a 
título de sinal, causaram profundo sentimento de revolta e impotência no Autor, 
que foi enganado de forma vil pela Ré. 
 
10. Aliás, imperioso registrar que a Ré abusou da 
boa-fé do Autor, posto haver se comprometido a devolver-lhe a importância paga, 
fazendo-o acreditar que o conflito fosse resolvido amigavelmente, porém não o 
fez, demonstrando o seu total desprezo pelo direito do Autor em reaver o que 
pagou, zombando de forma infame com o mesmo. 
 
11. Acrescente-se mais, o fato de que o dever de 
indenizar surge também sob o enfoque de outra análise, levando-se em conta que 
a situação em baila trata da quebra de um contrato de consumo firmado entre as 
partes. 
12. No que tange à proteção e defesa do consumidor, 
a reparação dos danos se baliza na responsabilização do ofensor com vistas à 
satisfação pessoal ou econômica do consumidor, consistindo como objetivo maior 
o de servir de desestímulo a práticas lesivas nas relações de consumo, a exemplo 
da que ocorreu in casu. 
 
13. Com efeito, na questão em foco, houve quebra 
contratual da relação de consumo por parte da Ré, por negligência na prestação 
do serviço contratado, resultando no inadimplemento total da obrigação. 
 
 
 
14. Por tais motivos, deverá o Autor ser indenizado 
pelos danos morais que lhe foram ocasionados pela Ré, no valor correspondente 
a R$ 4.000,00 (quatro mil reais) ou, em caso de entendimento diverso de Vossa 
Excelência, que seja arbitrado o valor da indenização, em importância compatível 
com o dano sofrido pelo Autor. 
 
 
IV – DO PEDIDO: 
 
 
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência seja julgado 
procedente o pedido para o fim de: 
 
1. Rescindir o contrato existente entre as partes, 
condenando-se a Ré ao pagamento da importância de R$1.580,81 (um mil, 
quinhentos e oitenta reais e oitenta e um centavos), acrescidas das atualizações 
necessárias, referente à quantia inicial paga pelo Autor para o cumprimento da 
obrigação. 
 
2. Condenar a Ré a indenizar o Autor, a título de 
danos morais, na importância de R$ 4.000 (quatro mil reais) ou, em caso de 
entendimento diverso, que seja arbitrado o valor da indenização em montante 
compatível com o dano moral sofrido. 
 
 
V – DO REQUERIMENTO FINAL: 
 
 
Requer-se ainda a citação da Ré para, querendo, no 
prazo legal, oferecer defesa aos termos do presente. 
 
 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova 
em direito admitidos, em especial, pela juntada de documentos, depoimento 
pessoal do Representante Legal da Ré, sob pena de confissão e inquirição das 
testemunhas ao final arroladas. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 5.580,81 (cinco mil, 
quinhentos e oitenta reais e oitenta e um centavos). 
 
Nestes termos 
Pede deferimento 
 
Foz do Iguaçu, 26 de fevereiro de 2010. 
 
 
 
____________________________ 
Advogado – OAB/PR 
 
 
 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
 
 
MARGARETE PENTEADO, residente e domiciliada na Rua Miranda, 703, Jardim 
Social, nesta Cidade e Comarca de Foz do Iguaçu – PR. 
 
JUSSARA BRÁS DO NASCIMENTO, residente e domiciliada na Rua das 
Amoreiras, 419, Jardim Bela Vista, nesta Cidade e Comarca de Foz do Iguaçu – 
PR.

Outros materiais