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pesquisar a realidade social, para encontrar aquilo que determinada sociedade considera como realidade jurídica, através dos seus atos de comunicação. Muitos autores criticam a visão construtivista do direito, afirmando que é muito abstrata ou que não consegue liberar-se do idealismo e do dogmatismo que caracterizam outras concepções. Em todo caso, a perspectiva construtivista é aplicada, de forma bem sucedida, em estudos sobre a “realidade do direito”. Esta abordagem permite tratar alguns problemas que surgem nas recentes pesquisas de sociologia jurídica. O direito deixou de ser rígido e positivo e passou a ser pós- moderno, flexível, plural e flutuante? A sociedade continua considerando como direito o sistema jurídico do Estado ou reconhece como direito as regras mutantes do capitalismo internacional e das comunidades locais? Ninguém pode dizer qual definição do direito prevalecerá nas pesquisas da sociologia jurídica do futuro, já que a disciplina passa por uma crise de orientação e desenvolvem-se acirradas polêmicas sobre a sua finalidade e identidade (Cotterrell, 1996; Tamanaha, 1999). O caminho certo é refletir sobre os três modelos de definição hoje concorrentes e testar a adequação de cada um às necessidades e aos resultados da pesquisa jurídico-sociológica. Isto permitirá à sociologia do direito afirmar-se como componente da sociologia e como elemento imprescindível para a formação dos operadores jurídicos, com espírito (auto) crítico e em estrita conexão com os desenvolvimentos em outras áreas do saber. Isto permitirá à sociologia do direito afirmar-se como componente da sociologia e como elemento imprescindível para a formação dos operadores jurídicos, com espírito (auto)crítico e em estrita conexão com os desenvolvimentos em outras áreas do saber SABADELL, Ana Lucia. Manual de Sociologia Jurídica: Introdução a uma leitura externa do direito