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Aula 6 Sistema de Formação da Língua Latina

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Cultura Clássica: contribuições linguísticas
Aula 6- Sistema de Formação da Língua Latina
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Conhecer a história e a formação da língua latina antiga.
2. Conhecer alguns elementos da gramática da língua latina.
3. Estudar a fonética da língua latina.
Nesta aula, estudaremos a história da língua latina. Isto significa que iremos conhecer uma civilização, sua literatura, seu pensamento, sua arte e poesia, sua história. Não se estudam idiomas, senão porque por detrás deles estão as vidas comunicadas de outra forma humana de cultura e civilização que pode nos enriquecer.
O estudo da  língua latina nos remete imediatamente ao Império Romano e, depois, a toda a Idade Média e Moderna. As origens do Brasil, sua literatura e cultura estão também ancorados nesta língua, da qual Camões nos trouxe o sabor de nosso idioma.
Breve história do latim
Introdução
Para o estudo do latim, é mister, antes de afrontar as agruras e abstrações linguísticas das questões gramaticais, que se estude a gênese e o desenvolvimento histórico da língua. Pois não existem língua e literatura fora da realidade sociopolítica e cultural de uma sociedade em estágio avançado de organização. Neste caso, a língua latina está profundamente relacionada à sorte, à ascensão e à queda do legendário Império Romano.
Sua fortuna pela expansão imensa e pela sofisticada organização dos romanos, porém, não termina com o fim da forma político-geográfica do Império no V século d.C.  O Cristianismo, a partir do IV século, pela promulgação do ‘Edito Constatini’ garante ao latim, pela sua nova condição de ‘Religião Oficial do Estado Romano’, um futuro que deverá permanecer incólume, ao menos, até meados do século XVIII.
Princípio
Com o esfacelamento do Império Romano, o latim que era falado em seu vasto território, passou a se desenvolver independentemente em cada região, sem ter mais o poder centralizador e unificador de Roma. Ele transformou-se, enfim, em outras línguas novas, sendo, deste modo, os próprios latins continuados e transformados através do tempo e do espaço. Denominavam-se línguas românicas ou neolatinas, cujas principais hoje são: o português, o espanhol, o francês, o provençal, o italiano, e o romeno (FARIA, 1957, p. 39).
LATIM
Originariamente, o Latim era apenas o dialeto dileto de Roma, restrito à margem do Rio Tibre.
Língua de camponeses e pastores, era rude, concreta e sem refinamento de qualquer espécie. Pertence à família ‘Indo-europeia’ e, dentro dela, ao grupo ‘Kentum’. Juntamente com o osco dos samnitas, o sabélico, o volsco, o umbro e o falisco, o latim forma o grupo chamado ‘itálico’.
O primeiro documento que testifica a existência do latim data do ano 600 a.C., a ‘Fíbula de Preneste’, um documento isolado, que, no entanto, representa bem um ponto referencial inicial para a história do latim. Nessa fase das origens, afirma Bassetto (2005), “o latim devia ser relativamente uniforme, tendo como foco irradiador de influência o ‘sermo urbanus’ de Roma” (p. 89).
1=.“Fibula Praenestina é um broche de ouro, que dataria do século VII a. C. Foi encontrado em Praeneste, na Itália, e contém a seguinte inscrição, gravada da direita para a esquerda: MANIOS: MED: FHEFHAKED: NUMASIOI. Seria latim arcaico. A tradução é: "Mânio me fez para Numério". Mânio seria o nome do ourives, Numério, a pessoa que encomendou o broche, e é como se o próprio broche estivesse dizendo isso”.
Quando os romanos começaram a se projetar, a Itália era um mosaico de raças. Os mais notos foram os etruscos (auge no VI século a.C), que dominaram Roma até o ano 500, quando Roma consegue expulsá-los de seus territórios, implantando a República Romana. Logo depois, em 275, consolida-se a expansão interna de Roma, por todo o território da Península, na guerra contra Pirro, rei do antigo Epiro nos Bálcãs, com um território que se estendia da Sicília até a planície do Rio Pó.
Datam dessa época também as primeiras colônias romanas nos territórios conquistados na Itália, importante fator de ‘latinização’ da própria península. Em 272, todo o território da Itália faz parte da confederação romana e praticamente todos os povos se submetem ao direito romano, pagando impostos e obrigando-se ao serviço militar (BASSETTO, 2005, p. 88).
A expansão romana fora da Península se dá inicialmente pelas três guerras púnicas travadas pela conquista de Cartago, o coração da antiga África do Norte. Os romanos dominam desde 269 a.C., o sul da Península (Sicilia e Sardenha) e, por fim, em 218-201 a.C., o mediterrâneo torna-se ‘mare nostrum’. A destruição de Cartago em 149-146 a.C torna a África setentrional província romana.
Sua expansão se desenvolve até o início da era cristã: a Hispânia em 197 a.C., a Grécia (Achaia) em 146 a.C., a Ásia Menor em 129 a.C., a Gália Narbonensis em 120 (...), Mesopotâmia, Armênia, Assíria entre 114 -117, o Egito em 30 a.C., a Britânia em 43. O Império Romano no auge de sua expansão possuía um total de 301 Províncias.
Mapa da Hispânia
Mas o que significa esta expansão militar para o desenvolvimento do latim, senão que este processo ocorreu de modo muito irregular, em graus diversos, de acordo com a região colonizada?
Duas línguas: o clássico e o vulgar
A princípio, o que existia era simplesmente o latim. Depois, o idioma romano se estiliza, transformando-se num instrumento literário. Passa então a apresentar dois aspectos que, com o correr do tempo, se tornaram cada vez mais distintos: o clássico e o vulgar (COUTINHO, 1962, p. 32).
Mas para acedermos às línguas românicas ou neolatinas é preciso conhecer sua origem, o ‘latim’. Para isto, o conhecimento do latim ‘vulgar’ é muito importante. Sua reconstrução é árdua, por diversos fatores e, sobretudo, pela dispersão e incompletude das fontes, dispersas em diversos gêneros e com uma documentação que não trata diretamente do argumento, como elemento de análise filológica.
Não eram duas línguas diferentes, mas dois aspectos da mesma língua. Um surgiu do outro, como a árvore da semente. Essas duas modalidades do latim, a literária e a popular, receberam dos romanos a denominação respectivamente de ‘sermo urbanus’ e ‘sermo vulgaris’.
Latim Clássico/Literário
A tradição literária começa em Roma no século III a.C (fim da dominação Etrusca), com o aparecimento dos primeiros escritórios: Lívio Andrônico; Cneu Névio, Ênio. (COUTINHO, 1962, p. 33).
Antes, o que havia eram simples inscrições de nulo valor literário. O período de ouro do latim clássico é representado pela época de Cícero (prosa clássica - 106-43 a.C.) e de Augusto (Vergílio poesia épica - 70 -19 a.C). Neste período, aparecem os grandes artistas da prosa do verso.
Latim Vulgar
Chama-se Latim Vulgar o latim falado pelas classes inferiores da sociedade romana inicialmente e depois de todo o Império Romano. Nestas classes estava compreendida a imensa multidão de pessoas incultas que eram de todo indiferentes às criações do espírito (...) (COUTINHO, 1962, p.33).
Muito ficou por ser dito sobre o latim dito “vulgar” e suas peculiaridades e transformações que deram origem às línguas românicas modernas. Contudo, tempo e espaço tornam-se limitados e insuficientes, pois faltaria uma análise de como estas línguas se constituíram desde o latim até suas formas modernas. Apesar disso, acreditamos que, com o que foi apresentado, seja possível identificar a “eternidade” do latim, a qual se mencionou na introdução deste trabalho.
Com o pouco que foi dito, pudemos notar as diferenças entre o latim clássico e o latim dito “vulgar”:
É mais ou menos como se deu a dialetação deste último, que o descaracterizou e, ao mesmo tempo, o tornou produtivo: foi graças à dinâmica desse aspecto que poucos vestígios concretos de sua existência foram deixados, tornando-se possível toda a cultura ocidental hoje existente.
Também foi possível notar que alguns processos linguísticos já adotados pelos falantes da época no que constitui a homogeneidade do latim dito “vulgar” ainda são produtivos na dinâmicadas línguas, como a tendência à simplificação e o uso de formas analíticas, sem falar da produtividade dos empréstimos linguísticos. E assim, como a Cidade Eterna, a língua eterna, de uma forma ou de outra, prevalece, e até o presente não há indícios de que o seu futuro seja diferente.
Latim Cristão
A incorporação do estudo do latim cristão, ou latim dos cristãos, às pesquisas que se tem feito para melhorar a elucidação da base linguística sobre a qual se apoiam as conclusões da Filologia Românica é um dos ganhos mais positivos que recentemente a Linguística Histórica trouxe para o campo da ciência da linguagem (ELIA, 1979, p. 59).
Introdução: Estudos da Escola Holandesa (década de 30/40)
O grande fato histórico-social do Cristianismo, que praticamente inexistia para os filólogos positivistas, foi-se aos poucos insinuando na trama dos estudos romanísticos e, hoje, a presença do latim cristão é fator impreterível para a correta compreensão dos fenômenos que conduziriam à formação das línguas românicas (ELIA, 1979, p. 53).
Em 1879, apareceu em Breslau um opúsculo da lavra de M.G. Koffmane, intitulado ‘Entestehung und Entwicklung der Kirchelateins’ (Origem e Evolução do Latim Eclesiástico), de onde se parte da ideia justa de que a língua dos povos cristãos deve refletir a vida dos povos cristãos.
Coube a Jos. Schrijnen estudar pela primeira vez o idioma dos cristãos como um sistema, como um fenômeno autônomo no quadro do latim em geral.
Surge, assim, a escola holandesa, que encontrou em Jos. Schrijnen e em sua admirável discípula Cristina Mohrmann os seus nomes mais eminentes.  
Para Schrijnen e seus discípulos, é o latim cristão uma língua especial, Sondersprachen, no dizer dos alemães.
Não é mais possível querer traçar os lineamentos dos idiomas sem colocar, na base de tais pesquisas, a contribuição vigorosa trazida pelo Cristianismo.
Distinções entre Vulgar/Cristão
Não se deve, no entanto, identificar sumariamente o latim cristão com o latim vulgar.
Latim Vulgar
O latim vulgar desenvolve tendências ancestrais, que remontam ao indo-europeu e com as quais pouco tem a ver o latim cristão.
Latim cristão
E o próprio latim cristão popularizante, como nota Devoto (Storia della Lingua di Roma, p.256), não é ao pé da letra ‘popularizante’ e sim um sistema onde abundam as construções simples, realistas, adaptadas a quem, tendo uma convicção, deve atentar primeiro nas coisas, depois nas palavras. (ELIA, 1979, p. 54).
Segundo C. Mohrmann: ‘Depois do período revolucionário, segundo século, no decurso do qual o latim dos cristãos se formou e se estabilizou, verifica-se certo enfraquecimento no ritmo da evolução, o que representa ao mesmo tempo consolidação. Depois, pela segunda metade do século IV, após a paz Constantiniana, pôde-se observar de novo uma atividade criadora bastante viva, mas agora de um caráter antes erudito. 
O quarto e quinto século se caracterizam por certa aproximação entre o latim cristão e a língua comum, por certo retorno às tradições da língua e da cultura.
Fontes e princípios de modificação do latim
Os aspectos mais característicos do latim cristão se encontram, naturalmente, no vocabulário, mas alguma coisa se poderá dizer em relação quer à formação das palavras, quer à sintaxe (ELIA, 1979, p. 56).
No que toca ao vocabulário, ensina C. Mohrmann que três processos foram utilizados para traduzir novas ideias:
o empréstimo puro e simples do grego
formação de neologismos latinos
transferência de significado
Quanto aos do primeiro grupo (empréstimos), podemos citar apóstata, apostolus, baptisma, charisma, ecclesia, elemosyna, evangelium, martyr, anathema, angelus... São palavras do vocabulário técnico, referentes às coisas concretas.
O neologismo foi o processo usado principalmente para a cunhagem de termos abstratos: sarkikós foi traduzido por carnalis, pneumatikós por spiritalis, sotér por salvator, apokalipsis por revelatio, logos por verbum, entre outros.
Os desvios de significação se processaram ora por influxo do grego, ora autonomamente. São exemplos: fides (fé e não lealdade), lavacrum (batismo e não banho), spiritus (espírito e não sopro), peccare (pecar e não errar), virtus, utis (virtude e não valor).
Cristianismos: diretos e indiretos
Uma importante distinção que faz a escola do latim cristão é a que se estabelece entre ‘cristianismos diretos’ e ‘cristianismos indiretos’ (ELIA, 1979, p. 57).
Cristianismos diretos são as formações vocabulares que designam ‘coisas cristãs’, em sentido lato: ideias, usos, instituições, etc. Assim, para ideia de ‘revelação’, os cristãos aproveitam o termo apokálypsis, o exemplo será de cristianismo direto léxico, na categoria ‘empréstimo’. Mas, para essa ideia, os cristãos cunham o termo revelatio, nesse caso teremos um cristianismo direto léxico, na categoria ‘neologismo’.
No exemplo de cristianismo direto semântico, sirva o termo confiteri, que no lat. Clássico quer dizer ‘reconhecer’, mas que para os cristãos significava confessar a fé e também confessar pecados.
Segundo C. Mohrmann, a gênese desses cristianismos diretos ocorreu quando o Cristianismo fazia sua entrada na sociedade romana, a doutrina nova devia ser formulada em latim. Devia adaptar-se a essa nova função. E aqui constatamos uma influência direta exercida pelo Cristianismo sobre a língua; e nós chamamos as transformações linguísticas que resultam da necessidade de exprimir as ideias cristãs em latim por um termo, forjado por Mgr. Schrijnen, ‘Cristianismos diretos’.
A esse grupo pertencem os nomes das instituições eclesiásticas, da hierarquia e das coisas mais ou menos concretas, que foram trazidas para o Ocidente pelo Cristianismo, os quais são em grande parte de origem grega (empréstimos).
Entre os cristianismos semânticos ainda podemos citar: salus, bem-estar, mas no lat. Cristão ‘a salvação da alma’ (e daí ‘salvador’ que corresponde ao grego sotér); spiritus, correspondente ao gr. Pneuma ‘sopro’, mas no lat. cr. com sentido imaterial, caro, ‘a carne’, mas agora em oposição a spiritus; peccare, não no sentido de cometer erro e sim religioso de ‘ofender a Deus’; pax, não entendida a paz dos pagãos, que se opunham à bellum, e sim, a dos cristãos, que tinha seu antônimo na ‘persecutio’ .
Não menos importantes são os ‘Cristianismos indiretos’, ou seja, aqueles que por sua natureza não estão associados ao Cristianismo, e que, portanto, não estão em relação direta com a doutrina cristã. Estes são quase todos de formação latina.  
Esses Cristianismos têm especial significação: São principalmente esses fatos linguísticos que dão o direito de falar de uma língua especial dos cristãos, já que são os testemunhos irrefutáveis de uma diferenciação social a operar uma diferenciação linguística. Não são especificamente cristãs.
Princípios da Gramática Latina
Noções Preliminares
1. Posição do latim entre as línguas indo-europeias
Alfabeto: No período clássico compreendia 23 letras. Comparando com português: não existe J=I; a existência de letras que não fazem parte do nosso alfabeto K e Y (Em nosso vocabulário são derivados de nomes estrangeiros).
Vogais, são breves/longas ou comum (dois modos). As consoantes dividem-se em mudas, líquidas, sibilantes e duplas.
As sílabas são longas ou breves de acordo com a natureza/posição de suas vogais.
Sílaba longa
A sílaba pode ser longa por natureza: todos os ditongos e vogais derivadas de ditongos ou por contração.
A sílaba pode ser longa por posição: toda vogal seguida de duas consoantes ou de x, z torna-se longa.
Sílaba breve
Quando seguida de outra vogal é breve, as terminações em consoante, que não sejam S, são breves.
As sílabas são a unidade sonora da palavra (morfema/fonema). São fonemas pronunciados de uma só vez. Se dois fonemas são vogais, a sílaba chama-se ditongo.
Divisão:
Uma consoante entre duas vogais forma sílaba com a segunda: pa-ter, ma-ter, do-le-mus.
Duas ou mais consoantes postas entre duas vogais pertencem à segunda vogal, se constituírem um grupo que possa ser inicial de uma palavralatina: pa-tris (do pai); ho-spi-tis (do hóspede).
A consoante dupla x constitui sílaba com a primeira vogal: vix-i (vivi); ax-is (eixo).
As consoantes geminadas pertencem uma à vogal precedente e outra à seguinte: bel-lum (guerra).
Acento tônico:
O acento tônico do latim (prosódia) é convencional.
Notemos que ch soa como k.
Os grupos ph, th, rh (de origem grega) têm som de f,t e r.
As sílabas im, am, em, nunca têm som nasal no fim dos vocábulos.
A letra t é a única que apresenta dificuldades na pronúncia: Soa como sibilante no grupo ti (vogal breve) seguido de vogal: propitius, amicitia, exceção feita para se for precedido por s, t, x: hóstia, mixtio, justior e para os vocábulos gregos e estrangeiros: Boetia, Aegyptius (Dengue). Seguida de i longo soa como em português: totius, peiteram.
A vogal é tônica quando a voz eleva-se ou demora mais sobre esta sílaba.
Em latim, palavras de duas sílabas terão o acento na penúltima. Deus, templum, dare, amo.
Em palavras de mais de duas sílabas, o acento coloca-se: 
1º) sobre a penúltima se for longa: deorum, templorum, dabuntur, amari, 
2ª) sobre a antepenúltima, se a penúltima for breve: dominus, amavero.
Há exceções quando se introduz nas palavras enclíticas que (=et), ve (ou), met, dum, te, pte, ce, ne(=interrogativo), que têm acento tônico na antepenúltima sílaba atraem este acento tônico para última, seja esta breve ou longa: scelera, sceleraque; omnia, ominiaque; homines, hominesque. Quando essas enclíticas se acrescentam a uma palavra com acento tônico na penúltima sílaba, ele permanece na mesma sílaba se ela for breve: honore, honoreque, rosa, rosaque. Se a última for longa, por natureza ou posição, desloca-se para ela o acento: rosa, rosaque.
Espécie de Palavras: As partes do discurso são  as mesmas em português como em latim. Não existe, porém, artigos definidos/indefinidos em latim: rosa = a rosa, ou uma rosa, rosa. Una rosa = uma rosa ou a rosa só.
Os Casos
Depois da fonética/morfologia estuda-se a sintaxe (o arranjo ou ordem das palavras entre si, nas orações e a ordem das orações entre si, nos períodos.). 
Os Casos: São as diversas formas ou desinências assumidas pelo nome, pronome, adjetivo e particípio, conforme o papel (sintático) que desempenha na frase. 
Em latim não há um lugar determinado para cada papel na frase. Entretanto, existem algumas regras de posição (Seis são indicativas).
I.  O genitivo, se não for enfático, vem atrás do substantivo: corona reginae. 
II. O dativo (objeto indireto) precede o acusativo (objeto direto) agricola puellis(dat.) viam(ac.) monstrat.
III. A preposição e o nome precedem o verbo: regina cum ancillis(prep.+dat.) ambulat.
IV. O adjetivo vai depois do nome qualificado: Puer bonus et amicus amicos habent.
V. O adjetivo que pertence a um nome regido por preposição coloca-se, muitas vezes, antes da preposição: Paulus magnum ad oppidum veniat.
Nominativo: 
(nominare=nomear): responde às perguntas: Quem é? O que é? 
Umbra est amoena – A sombra é amena!
Vocativo (de vocare=chamar):
serve para interpelar o objeto ou pessoa a quem nos dirigimos: Umbra ubi est? Sombra, onde estás?
Genitivo (de gignere=gerar):
designa a coisa ou a pessoa a quem pertence um objeto, responde às perguntas: De quem? De quê? Nigro umbrae. O negrume da sombra.
Dativo (de dare):
designa o objeto/pessoa a quem a ação aproveita ou desaproveita. Responde às perguntas: a quem? Para quem? Para quê? Lucem reddamus umbrae. Demos luz à sombra/para a sombra.
Acusativo (de accusare=acusar, a que se refere):
designa o objeto de uma ação. Responde às perguntas: Quem? O quê? Lux fugat umbram. A luz afugenta a sombra! Creo te regem faço-te rei!
Ablativo (de auferre=tirar):
designa a pessoa ou objeto com, em, de ou por quem e por que uma ação é praticada: Umbra veniunt frigora! Da sombra vem o frescor (adjuntos adverbiais em geral!)
Em latim distinguem-se dois números: singular/plural. E três gêneros: masculino, feminino e neutro. Este último gênero designa objetos inanimados.
Declinar um nome é dar todos os casos. Em latim existem cinco declinações que se distinguem pela terminação do genitivo singular:
ae na 1ª declinação – rosae.
i na 2ª Declinação – Dominus.
is na 3ª Declinação – Vúlturis.
us na 4ª Declinação – manus.
ei na 5ª Declinação – diei.
Nas palavras variáveis distinguem-se três elementos:
Raiz
Sentido geral
Radical ou tema
É o que resta do vocábulo depois de se suprimir a desinência
Desinência
Letras colocadas no fim das palavras variáveis para indicar o caso, gênero, número, pessoa e voz.
Nas palavras declináveis, é o caso genitivo plural que dá sem alteração o radical e o tema. Por isso basta suprimir a desinência um (=3a e 4a declinações) e rum (das outras):
O Radical de rosarum (1a Declinaçào) é rosa.
O Radical de dominorum (2a Declinaçào) é domino.
O Radical de vuiturum (3a Declinaçào) é vuitur.
O Radical de manuum (4a Declinaçào) manu.
O Radical de diérum (5a declinaçào) die.
Exercício
Sobre os casos gramaticais latinos, qual das explicações NÃO está correta?
( ) Nominativo: (nominare=nomear): responde às perguntas: Quem é? O que é? Umbra est amoena – A sombra é amena!
( ) Vocativo (de vocare=chamar): serve para interpelar o objeto ou pessoa a quem nos dirigimos: Umbra ubi est? Sombra, onde estás?
( ) Genitivo (de gignere=gerar): designa a coisa ou a pessoa a quem pertence um objeto, responde às perguntas: De quem? De quê? Nigro umbrae. O negrume da sombra.
(X) Dativo (de accusare=acusar, a que se refere): designa o objeto de uma ação. Responde às perguntas: Quem? O quê? Lux fugat umbram. A luz afugenta a sombra! Creo te regem faço-te rei!
Qual foi o primeiro documento que testificou a existência do latim, datado do ano 600 a.C?
(X) Fíbula de Preneste
( ) Tábuas de Hamurabi
( ) Os Lusíadas
( ) A Divina Comédia
A tradição literária começa em Roma no século III a.C (fim da dominação Etrusca), com o aparecimento dos primeiros escritórios:
(X) Lívio Andrônico; Cneu Névio e Ênio. 
( ) Homero, Heródoto e Aristóteles.
( ) Nero, Julio Cesar e Calígula.
( ) Cícero, Catulo e Virgílio.
Síntese da Aula
Nesta aula, você:
- Compreendeu o contexto histórico do surgimento e desenvolvimento da língua latina.
- Aprendeu algo sobre o sistema gramatical da língua latina.
- Analisou aspectos da fonética latina.

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