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Por que e como utilizar um celular para dar aula

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[1] Professor, Biólogo, Mestre em Ecologia, especialista em Planejamento e Desenvolvimento Regional, Membro do GPCON e CRB-SP 
[2] Professor, Analista de Sistemas, especialista em Desenvolvimento para Web e especialista em Gestão de Tecnologia da Informação. 
CW Dorlass Consultoria Educacional – contato@cwdorlass.com.br, carlos@cwdorlass.com.br, fagner@cwdorlass.com.br 
POR QUE E COMO UTILIZAR UM CELULAR PARA DAR AULA 
 
 
Carlos Walter Dorlass [1] 
Fagner Cantuária Simille Marques [2] 
 
 
Resumo: Os telefones celulares atuais são pequenos, leves, com baterias duradouras e funcionam 
em quase todos os lugares. Atualmente os telefones móveis celulares são verdadeiras centrais 
multimídias computadorizadas que passaram a ter múltiplas utilidades, algumas podem ser 
pedagógicas. Entre as utilidades pedagógicas citamos: utilização do celular como calculadora; agenda 
escolar para marcar datas de provas, entrega de tarefas e trabalhos; envio de desafios por e-mail ou 
via torpedo; gravador para realizar entrevistas e produzir um jornal escola, máquina fotográfica para 
documentar fatos e elaborar uma exposição de fotografias. O telefone móvel celular pode e deve ser 
utilizado como recurso tecnológico, principalmente nas escolas públicas. 
 
 
Palavras-chave: celular, aula, educação, tecnologia. 
 
 
Eixo-temático: Formação de professores e práticas pedagógicas 
 
Por que e como utilizar um celular para dar aula? 
História 
O telefone móvel, ou celular, foi lançado em 1973, em Nova Iorque. Na época ele era 
gigantesco, pesava o equivalente a dezenas de celulares modernos e tinha uma área de 
abrangência muito restrita, além de ser analógico [1]. 
Após uma década, em 1983, chegaria ao mercado brasileiro o primeiro modelo 
comercialmente viável, o DynaTAC 8000x, da Motorola, pesando apenas 794,16 gramas. 
Hoje o telefone celular é um dos aparelhos tecnológicos mais comuns. Nos grandes centros 
urbanos já é quase impossível encontrar alguém com mais de 12 anos que não tenha um 
telefone celular. 
Os telefones celulares atuais são pequenos, leves, com baterias duradouras, 
funcionam em quase todos os lugares e há muito deixaram de exercer apenas a função de 
telefone. Atualmente, os telefones celulares são verdadeiras centrais multimídias 
computadorizadas [2], onde se pode ouvir rádio, mp3, assistir TV, tirar fotos, fazer filmes, 
gravar voz, jogar videogame, mandar e receber e-mails ou arquivos e acessar a Internet e até 
telefonar, dentre outras muitas funções. 
E é justamente por serem centrais multimídias computadorizadas que os telefones 
celulares deixaram de ser apenas telefones e passaram a ter múltiplas finalidades. E é claro 
que entre as múltiplas utilidades que possuem, algumas também podem ser pedagógicas! 
Antes de propor usos pedagógicos para o telefone celular, lembro que o número de 
alunos que o trazem em seu material escolar é grande. Essa tecnologia tornou-se 
multifuncional ou seja, deixou de ser apenas um meio de comunicação entre as pessoas. Com 
o uso do aparelho celular, algumas práticas da cultura escolar se mantém vivas ou se 
fortaleceram e outras surgiram e se incorporaram à nossa identidade. Por isso, é necessário 
desfazer alguns mitos sobre a presença do celular na escola e o principal deles é a indicação 
de que o telefone celular é desnecessário no espaço escolar e, além disso, atrapalha o 
andamento das aulas. 
Alguns professores reclamam que os telefones celulares tiram a atenção dos alunos. É 
verdade. Mas antes dos telefones celulares eles também se distraíam. A única diferença é 
que as distrações eram motivadas por outras coisas; como aliás, ainda ocorre nas escolas 
onde os telefones celulares foram proibidos. O que causa a distração nos alunos é o 
desinteresse na aula e não a existência de um telefone celular. 
Alguns professores afirmam que os alunos usam celulares para colar. É provável que 
sim. Alunos colam sempre que estão diante de provas e atividades que permitam ou 
estimulem a cola. Essas provas e atividades são geralmente pobres e requerem apenas uma 
resposta “decorada” ou que se assinalem alternativas, coloque-se certo ou errado ou se 
forneça um número como resposta. Nesses casos colar é a solução inteligente como 
resposta a uma avaliação pouco inteligente. Em avaliações onde o aluno precisa pensar, 
construir respostas próprias ou realizar “ações”, praticamente não há como colar, nem com 
celular, nem sem celular. Além disso, vale a pena lembrar ao professor que a “tecnologia da 
cola” é muito anterior a do celular. 
Existem professores que afirmam que os alunos usam os telefones celulares para, 
propositalmente, “atrapalharem” as aulas, alguns professores são considerados alvos ou para 
chamar a atenção dos colegas. É verdade! E eles também atrapalhariam nessas mesmas 
aulas sem os celulares: jogando aviõezinhos, bolinhas de papel, fazendo piadinhas e outras 
criativas travessuras possíveis. Não é o celular que incentiva o aluno à indisciplina e sim o 
desejo dele de confrontar-se com o professor. A solução para esses casos não tem nenhuma 
relação com o telefone celular, assim como não tem nenhuma relação com os aviõezinhos de 
papel (ou também proibiremos os alunos de trazerem cadernos na escola porque eles tiram 
folhas e fazem aviõezinhos de papel?). 
Pode-se também argumentar que a Internet permite que os alunos tenham acesso a 
materiais impróprios e façam uso indevido dela, há quem diga que os telefones celulares 
permitem uma série de “violações” às regras e normas éticas e morais. Na verdade, também 
nunca foi preciso ter telefone celular para violar essas regras e a escola deve, entre outras 
coisas, ajudar na formação ética e moral de seus alunos, e isso não se faz com imposição, 
omissão ou simples proibição. Ética e valores são conteúdos transdisciplinares que devem 
estar presentes sempre, inclusive ao lidarmos com as novas tecnologias. 
Na chamada era da informação do conhecimento, garantir o acesso, o uso ético da 
população às novas linguagens culturais que vão invadindo a escola e se tornam ferramentas 
essenciais ao desenvolvimento humano dos chamados “incluídos digitais”, ainda 
encontram-se como desafio no cotidiano da sala de aula de muitas escolas. No entanto, não 
podemos ignorar a rapidez com que esses aparelhos estão chegando às escolas. Certamente 
esse desequilíbrio deverá levar a escola e os professores a encontrarem novos caminhos 
para formar um cidadão de valor. Um deles é a utilização de torpedos com mensagens de 
menor consumo de energia. Além de o aluno experimentar a diversidade da escrita, também 
pode estar envolvido com possibilidades de tornar o mundo mais belo (corrente do bem). 
Entre tantas discussões sobre quais respostas devemos dar, como educadores, às 
transformações culturais e sociais, as informações e conhecimentos de mundo trazidos por 
nossos alunos e inevitavelmente nos perguntamos: ainda faz sentido falar de ética nas 
escolas? A resposta a essa pergunta é sim. Sem limites éticos na escola, o seu fazer pode 
ficar esquecido colocando como prioridade a ambição individualista, o desejo de poder, a 
busca desenfreada pelos bens materiais. E com isso a visão humanística, o pensamento 
pluralista, a participação criativa ficam abandonadas a planos que não facilitam a busca da tão 
sonhada solidariedade. É nessa perspectiva que, falar de ética, ainda faz sentido como um 
subsídio a mais para o cumprimento diário e concreto da missão e compromisso da educação. 
Vamos relembrar que o verbo educar vem do latim, educere, da composição do prefixo 
(e), que significa fora, somado a ducere, que quer dizer conduzir. Educar implica, literalmente, 
conduzir para fora, ou seja, preparar para o mundo.O homem se torna humano pela 
educação. Porque sem a educação teríamos que nos despedir da civilização e regressar às 
trevas da barbárie. Barbárie essa que continua viva em nossos dias nos bolsões de miséria 
onde a educação ainda não chegou. Educação é uma arte, cuja prática deve ser 
aperfeiçoada ao longo das gerações. E cada geração se constitui pela superação da anterior. 
Portanto, não educamos as crianças para o “hoje” da humanidade, mas para o futuro, 
buscando sempre ser melhor. 
 
"Todos os grandes avanços da Ciência nasceram de uma nova audácia da imaginação" 
Dewey, educador, 1859-1925. 
 
Imaginem agora: 
- Carros utilizando-se da biomimética, ou seja, o uso de sistemas biológicos para 
desenvolver ou aperfeiçoar novas soluções de engenharia. 
- Utilização de próteses sensoriais, motoras e cognitivas em pessoas com paralisia. 
Tais ideias podem soar como imagens futuristas, embora já sejam realidade. Isso 
porque o futuro vem sendo projetado a partir de dados estatísticos da evolução humana e de 
experimentos científicos. São teorias e invenções que se aceleram devido aos avanços 
tecnológicos. 
 
"O futuro luta para que ninguém o domine" (Publio Siro, escritor, 43 aC.) 
Vamos refletir um pouco mais sobre isso? 
 Você, professor, já usou um rádio, gravador ou um aparelho de reproduzir sons em 
sala de aula? 
 Já usou alguma vez uma calculadora, em alguma aula? 
 Já usou uma TV, um DVD em alguma atividade? 
 Já manteve contato com os alunos por e-mail, pela Internet ou por outro dispositivo 
que permita comunicação à distância? 
 Já fez alguma atividade onde fosse necessário tirar fotos ou gravar um filme? 
 Já propôs alguma entrevista que fosse gravada e depois transcrita? 
 Já usou jogos eletrônicos (videogames) com seus alunos? 
 Costuma comunicar datas de provas e de entregas de tarefa e trabalho para seus 
alunos e solicita que eles anotem? 
 Já pediu alguma vez aos seus alunos que copiassem suas anotações feitas na lousa? 
 Já lhes disse alguma vez: “Preste muita atenção na explicação que vou dar agora!” 
 Já consultou a hora para saber quanto falta para o término da aula ou já usou um 
cronômetro para lhe avisar quando faltarem cinco minutos para o final da sua aula? 
 
Certamente, você já fez pelo menos uma das atividades ou ações acima descritas, então 
saiba que ela poderia ser realizada de forma equivalente com o uso de telefones celulares 
modernos e, não raro, de forma até bem mais eficaz! 
E os nossos alunos? Onde está seu futuro? 
- Que conhecimentos devemos mediar? 
- Quais habilidades devemos desenvolver? 
- Que valores devemos estimular para que as crianças que hoje estão em nossas 
escolas possam, daqui a mais de três décadas, estar trabalhando pela melhoria da qualidade 
de vida em nosso planeta? 
Portanto: 
- O que ensinar hoje que será significativo em 2041, 2051,2061....? 
A resposta a essa pergunta leva à seguinte reflexão que, como pais, projetamos para 
nossos filhos um futuro em que sejam felizes, tenham sucesso pessoal e profissional e 
sintam-se realizados. Como educadores, também desejamos tudo isso. Mas vamos além e 
carregamos conosco a responsabilidade de formar pessoas que coloquem seus 
conhecimentos a serviço da comunidade, com responsabilidade, autonomia e ética. 
 
"O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos serviços prestados a 
humanidade" (Voltaire, filósofo, 1694-1778) 
Nós queremos formar pessoas de valor, dignas, que trabalhem por um mundo mais justo e 
igualitário, com oportunidades para todos. Queremos que, em 2041,2051, 2061...., nossa 
sociedade seja: 
- sustentável; 
- saudável (que saiba cuidar de si); 
- inovadora e criativa. 
Afinal, o objetivo final da educação é formar pessoas melhores do que nós, produzir 
gerações melhores do que a nossa. 
Este é, então, o “para quê” ensinar. E, para que possamos chegar a esse resultado, 
precisamos conhecer quem são esses alunos que se sentam diante de nós diariamente. Hoje, 
os conhecemos por geração Z[3], indivíduos constantemente conectados por meio de 
dispositivos portáteis e para os quais a preocupação com o meio ambiente é mais marcante 
do que foi para as gerações que os antecederam. 
Saber quem são os nossos alunos hoje, no entanto, é pouco. Como educadores, nossa 
preparação deve ir além: precisamos estar preparados para ensinar a geração Alfa[4], que 
ainda está por nascer. Eis aí o “para quem” ensinar. 
Quando falamos em "utilizar um celular para dar aula", falamos também, 
necessariamente, em um professor que seja mediador da construção do conhecimento. 
Longe de configurar-se como um detentor absoluto dos conteúdos, o professor deve estimular 
seus alunos a serem agentes de sua própria formação, capazes de utilizar o conhecimento e 
as ferramentas tecnológicas na busca por novos conhecimentos e desafios (aprender a 
aprender), e que saibam conviver em uma sociedade dinâmica baseada nos relacionamentos 
aprender a conviver). 
Geralmente quando pensamos em educação costumamos pensar no outro, no aluno e 
esquecemos que somos profissionais do ensino e sujeitos também de aprendizagem. 
Ao focarmo-nos como alunos, mudamos a forma de ensinar. Se me vejo como aluno, 
antes de me ver como professor, coloco-me numa atitude mais atenta, receptiva e 
tenho mais facilidade em elaborar uma aula com significado. 
É necessário, portanto, colocar-se junto ao seu aluno como professor ensinante e 
professor aprendiz. Parece óbvio ou só um jogo de palavras, mas não o é, e a mudança 
de atitude tem grandes consequências. 
Quais são as consequências? Se aprendermos mais, evoluiremos mais 
rapidamente, entenderemos melhor os mecanismos do aprender, as dificuldades, os 
conflitos pessoais e os dos alunos. Portanto, se aprendemos mais e melhor, só nos 
falta pensar como encontrar o caminho para comunicar-se com os alunos, como ser 
mediador do conhecimento significativo. 
Para isso, o ensino deve ser planejado de maneira interdisciplinar. O aluno então percebe 
que o conhecimento é um todo e que as disciplinas estão interligadas e, assim, ele é capaz de 
utilizar o que sabe para fazer uma leitura de mundo ampla, interpretando as realidades e os 
acontecimentos de forma crítica, planejando soluções para os problemas que reconhece e 
executando melhorias sociais (aprender a fazer). 
O professor precisa saber lidar com a explosão de conhecimento, precisa ter habilidade de 
análise e seleção de informações e, então, criar propostas inovadoras. Seu trabalho deve 
basear-se na competência e na habilidade de lidar com informações e de estabelecer links 
entre elas, transformando-as em sabedoria e em criatividade. 
Todo esse contexto de aprendizado precisa, é claro, ser permeado pela tecnologia. 
O professor deve dominar as inovações tecnológicas e com elas conviver de maneira natural, 
integrando-as às suas aulas com dinamismo e criatividade. O aluno do século XXI não precisa 
de um professor que lhe ensine a dominar a tecnologia; precisa de uma escola na qual a 
tecnologia seja uma ferramenta do dia a dia e de um professor que saiba comunicar-se nessa 
língua moderna de algoritmos e redes sociais. 
Anisio Teixeira, um dos maiores educadores brasileiros, afirmou: 
"A prática educativa exige que o educador leve em conta um tão vasto e diverso 
grupo de variáveis que, provavelmente, nenhum procedimento científico poderia 
jamais ser rigorosamente nela aplicado". 
Registro o fato de que se Anisio Teixeira estava correto ao afirmar que a educação é 
uma arte, decorre daí que a importância maior está no talento, entusiasmo e experiência dos 
artistas (os educadores de um modo geral), e não no método propriamente dito. 
Afirmo que educar no séculoXXI exige que assumamos nossa responsabilidade como 
educadores e selemos o compromisso de construir um mundo melhor, formando pessoas 
melhores (aprendendo a ser). 
Por isso, é em cada uma de nossas aulas que desafiamos nossos alunos, que os 
estimulamos, que os ensinamos e que os preparamos. Nossas aulas devem ter significado 
real para essas crianças e jovens, devem motivar e dinamizar o processo de aprendizado. E, 
assim, teremos uma escola que mobiliza, uma escola capaz de transformar sonhos em 
realidade. 
 
Vejamos algumas sugestões que antecedem a utilização de celulares: 
 
1 – Estimular e informar 
Uma aula nota dez não termina em silêncio ou com os alunos olhando para o relógio 
fazendo contagem regressiva. Ela termina com ação concreta. Portanto, antes de preparar 
uma aula, pergunte-se o que você quer que seus alunos aprendam e façam e como você os 
conquistará para isso? 
Observe em sua volta, descubra o que pessoas, nas mais diferentes profissões, fazem 
para conseguir a atenção dos outros. Por exemplo, ao fazer um resumo de uma matéria, não 
coloque um “título”, imagine-se um repórter e coloque uma manchete. Como aquela matéria 
seria colocada em um jornal ou revista? Use o espírito das manchetes, não seja literal, nem 
tente ser um professor do tipo: 
Folha: Números Primos encontrados no congresso. 
Veja: Política: A conta secreta do Visconde de Sabugosa. Fernando Henrique poderia estar 
envolvido, se Monteiro Lobato quisesse. 
Zero Hora: O Mar Morto não fica em Santa Catarina. Apesar disso, você precisa conhecê-lo. 
Caras: Ferro diz que relacionamento com oxigênio está corroído: “Gás Nobre coisa 
nenhuma”. 
 
2 – Conhecer os seus alunos 
Você nunca vai conseguir a atenção de seus alunos sem conhecê-los. Onde moram, 
como vivem, quais informações eles tiveram em anos anteriores, quais seus interesses. 
 
3 – O início e o final de uma aula são importantes 
As partes mais importantes de uma aula são os primeiros 30 e os últimos 15 segundos. Todo 
o resto, infelizmente, pode ser esquecido se o professor cometer um erro nesses momentos. 
Os primeiros 30 segundos (principalmente das primeiras aulas do ano ou semestre) são um 
festival de conceituação e de avaliação dos discentes. Mesmo inconscientemente, eles 
respondem às seguintes questões: 
- Quem é esse professor? Qual seu estilo? 
- O que posso esperar dessa aula hoje e durante todo o ano? 
- Quanto da minha atenção eu vou lhe dedicar? 
E isso, muitas vezes, sem que o professor tenha dito algo. 
 
4 – Simplificar 
Certamente já presenciamos o fenômeno em algumas palestras: elas acabam meia hora 
antes do final. Ou seja, o apresentador fala o que tinha que falar, e passa o resto do tempo 
enrolando. Por isso, uma das regras de ouro de uma boa aula é – simplifique, tanto na 
linguagem como na escrita. 
Escrever e falar da maneira mais simples possível não significa suavizar a matéria ou deixar 
de mencionar conceitos potencialmente “áridos”. O professor deve usar e abusar de exemplos 
e analogias. Dividir a informação em blocos curtos, para que seja mais bem assimilada. 
 
5 – Colocar emoção 
O professor precisa treinar seus gestos, contar histórias, movimentar-se com naturalidade. 
Passar sua mensagem de forma interessante. 
Para o bem e para o mal, professor dá aula para a geração z, para pessoas que foram criadas 
em frente aos mais criativos comerciais, em que videogames mostram realidades fantásticas. 
Entretanto, as novas tecnologias devem ser encaradas como aliadas e não como inimigas – 
apresentações multimídia, telões, lousas interativas e celulares – tudo isso pode ser usado 
como apoio à aula. 
 
Agora vamos dar sugestões para o uso pedagógico dos telefones celulares modernos em 
sala de aula e fora dela: 
1. Se você em algum momento faz cálculos em suas aulas e solicita que os alunos os 
façam, e a menos que por alguma boa razão eles devam fazer esses cálculos com 
algoritmos específicos e usando papel e lápis, então considere fortemente a 
possibilidade de usar os celulares como calculadoras. Além disso, se você é professor 
de matemática e quer ensinar seus alunos como resolver expressões aritméticas 
obedecendo às regras de precedência de operadores, considere que o uso de 
calculadoras, e, portanto, celulares, consiste em um método bastante eficaz de 
fazê-lo, pois as máquinas seguem a ordem que nós determinamos para as operações; 
o telefone celular é uma calculadora também. 
2. Se você marca datas de provas, entregas de trabalho ou outras datas que considera 
importante que os alunos se lembrem, peça-lhes que anotem essas datas. Não no 
caderno, mas sim na agenda do celular! Eles andam com o celular no bolso o tempo 
todo e só estão perto do caderno quando estão na escola, certo? O telefone celular é 
uma agenda que tem até mecanismo de alerta. 
3. Já é possível criar um serviço de envio de mensagens de aviso por e-mail ou via 
torpedos. Pelo celular é possível receber atualizações de sites, blogs e até mesmo de 
mensagens do Twitter, bem como fazer o caminho oposto. Se quiser dar um passo 
adiante você pode criar um serviço desses e disponibilizar para seus alunos; o telefone 
celular também é um serviço de leitura de notícias e de publicação de notícias. 
4. Proponha o uso dos celulares como ferramentas para os alunos desenvolverem seus 
trabalhos. Como foi dito acima, com o celular eles dispõem de gravador de voz, 
imagem e vídeo, muito embora eles mesmos não tenham o hábito de registrar suas 
atividades. Isso é o que chamamos de “making-off” das atividades e, ao término, é 
esse o único registro que nos interessa e não o resultado final da atividade. Por 
exemplo, se eles têm que confeccionar uma maquete, porque não fotografar todas as 
etapas e depois transformar isso em um filme (animação) que pode ser incluído como 
parte da própria atividade? O telefone celular é uma ferramenta de registro, edição e 
publicação. Trabalhe com seus alunos o significado do direito do uso de imagem e voz 
e de forma interdisciplinar e transdisciplinar trabalhe responsabilidade, respeito, 
solidariedade entre outros valores imprescindíveis para se conviver (pilar da 
educação) e ser (outro pilar) um cidadão de valor. 
 
Há inúmeras possibilidades de uso pedagógico dos telefones celulares modernos em sala 
de aula e fora dela. Quais lhe interessam? Isso certamente depende da forma como você, 
professor, usa a tecnologia para si mesmo, em suas aulas e com os seus alunos. Quem não 
vê nenhum uso pedagógico para o rádio, a televisão, a máquina fotográfica, a filmadora, o 
gravador, a calculadora, a agenda, etc., então também não verá nenhuma utilidade para o 
celular, pois é isso que ele representa hoje em dia: não é mais um simples telefone, o celular 
é uma central de multimídia computadorizada. 
Eles têm, eles trazem e eles usam... Por que não? 
A propósito, os professores habitualmente reclamam muito da falta de recursos 
tecnológicos nas escolas, principalmente nas escolas públicas. Com o telefone celular 
passamos a ter muitos desses recursos disponíveis não apenas pela escola, mas também 
pelos alunos! Isso deveria ser comemorado, mesmo que não concordemos que os alunos 
prefiram ganhar celulares dos seus pais em detrimento a enciclopédias, pois com os celulares 
eles também ganham diversas possibilidades de aprendizagem que antes os alunos não 
tinham porque a própria escola não dispunha desses recursos. Isso é maravilhoso, certo? 
Para concluir: "É CLARO QUE É NECESSÁRIO FICAR DE OLHO NO TIM PORQUE ELE 
É MUITO VIVO E VAI ACHAR POUCO O PROFESSOR USAR A TECNOLOGIA APENAS 
PARA DAR UM OI E MAIS NADA". É PRECISO ENTENDER QUE O CELULAR PODE SER 
UM BOM INSTRUMENTO PARA AJUDARA FORMAR PESSOAS DE VALOR. 
 
Glossário 
[1] - Sinal Analógico: sinal contínuo que varia com o tempo. A informação é transmitida por 
meio dessas variações. 
[2] - Central multimídia computadorizada: este termo esta sendo usado aqui para descrever 
um aparelho que disponibiliza diversas mídias (texto, rádio, TC, etc.) de maneira digital, isto é, 
controlada por um processador (computador). 
[3] - Geração Z é a definição sociológica para definir geração de pessoas nascidas desde a 
segunda metade da década de 90 até os dias de hoje. 
[4] – Geração Alfa - Segundo estudiosos, esta geração será caracterizada pela instrução e 
educação. Nenhuma outra teve tanto acesso ao conhecimento humano como esta que agora 
começa a se formar. 
Ainda sem características precisas definidas, a não ser que nascerão em um mundo 
conectado em rede, a Geração Alfa será composta tanto de filhos geração Y, como da 
Geração Z. 
 
Bibliografia 
DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da 
Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. 10ª ed. São Paulo: Cortez; 
Brasília: UNESCO, 2006. 
BITAR, Hélia de Freitas e outros. Sistemas de avaliação educacional. São Paulo, FDE, 
1998 (Série “Idéias”, no. 30). 
LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo, Cortez, 1998, 7ª 
edição. 
ROMÃO, José Eustáquio. Avaliação dialógica: desafios e perspectivas. São Paulo, 
IPF/Cortez, 1998. 
VASCONCELLOS, Celso dos S. Avaliação da aprendizagem: práticas de mudança. São 
Paulo, Libertad, 1998. 
ANTONIO, José Carlos. Uso pedagógico do telefone móvel (Celular), Professor Digital, 
SBO, 13 jan. 2010. 
CLEBSCH, Júlio, 7 dicas para dar aulas melhores, Revista Profissão Mestre,13/03/2011.

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